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Resumo O Pensamento Social e Político Latino-Americano: etapas de seu desenvolvimento

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Neste texto, a autora Simone Rodrigues Pinto discorre sobre os processos de desenvolvimento do pensamento latino-americano a partir das discussões de Salazar Bondy e Leopoldo Zea, apresentando as divergências presentes nestes pensamentos mas também analisando os pressupostos que permeiam estes ideais, como por exemplo as influências positivistas, o nascimento e ascensão do socialismo na América Latina, as teorias da dependência que perpassam a relação centro-periferia e as nascentes das ideias pós-coloniais. 
Bondy defende a inexistência de um pensamento latino-americano propriamente dito, visto que, toda a história e identidade da região foi construída através de um espelho europeu, e por este motivo está fadado à imitação e reprodução dos pensamentos da região europeia. O autor ainda apresenta alguns pontos que denotam a falta de filosofia com a essência latino-americana, como por exemplo a falta de ideias diferentes, intelectos frustrados e distanciamento e falta de apoio entre os pensadores e a comunidade. Sendo assim, segundo ele, é necessário que haja inovação, autenticidade e criatividade para que a filosofia latino-americana seja verdadeira e legítima, e isso se dá em decorrência dos processos de colonização e exploração que leva à uma alienação, e que para superar todos esses prejuízos há a necessidade de se perceber e ir de encontro ao subdesenvolvimento e à dominação. 
Em contrapartida, Zea afirma que sim, a América Latina possui um pensamento. Ele diz que ao perguntar se existe um pensamento latino-americano já está em evidência que temos diferenças, assim como as discussões antigas, mas com um pé na ideia etnocêntrica europeia, de Bartolomé de Las Casas e Juan Guines de Sepúlveda, que debatiam acerca da civilização e humanidade dos indígenas. Logo, é a partir da necessidade do nativo em se afirmar homem, mas diferente dos europeus, que nasce o pensamento. Além disso, Zea defende que as relações entre dominadores e dominados só são extintas através da extinção da dominação cultural que nos foi empregada e não só acabando com a dominação política. Ademais, vale ressaltar a importância da categoria de análise da filosofia latino-americana a partir da adaptação de outros pensamentos, como o ocidental, à nossa realidade, pensando nos problemas que surgem pela nossa própria condição.
 Outrossim, o questionamento da história da narrativa da América Latina se dá desde o século XIX, quando o positivismo ganhou força e ultrapassou as barreiras europeias, e junto a ele o liberalismo. Contudo, a onda positivista se fragiliza e esquerda toma seu lugar com premissas nacionalistas, que buscavam romper com o imperialismo. Com os acontecimentos a nível mundial no século XX - Revolução Russa, Primeira Guerra Mundial e outros – a economia na região latino-americana se impulsiona, promovendo crescimentos nos setores industriários, entrada de capital estrangeiro nos países e chegada de imigrantes. Junto à esta, o socialismo ganha ênfase e crescimento nesse período, e com um caráter revolucionário e social, dá uma visão nova de novos protagonistas regionais, os nativos.	Comment by Maria Tereza Gonçalves: Adicionar travessão
Uma das medidas tomadas na luta anti-imperialista foi a exaltação da economia e indústria nacionais, a fim de acabar com a exploração na região, entretanto, um enrijecimento político é provocado. Assim sendo, o nacionalismo e a aversão ao imperialismo europeu fazem nascer um novo fenômeno político que atingiria as massas, o populismo, que foi marcado grandemente pelas figuras de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek no Brasil, Perón na Argentina e Miguel Alemán no México. A partir disso, surgem análises que versam sobre as relações entre os países da América Latina e os estrangeiros, como as teorias da dependência, que classificam – a partir de uma visão de etnocentrismo – os países imperialistas e desenvolvidos como centros, porque exploram, e os países latino-americanos e subdesenvolvidos como periferias, porque são explorados.	Comment by Maria Tereza Gonçalves: 	Comment by Maria Tereza Gonçalves: Ver de qual país era o perón
A visão de dependência se refere às consequências e reflexos da colonização e de como eles são vistos e tratados, pautando no genocídio indígena e em outros domínios internos que formaram os Estados e trouxeram suas independências. Nota-se que a dominação e exploração perpassa não somente nas relações entre países, mas também dentro de cada território nacional; nas relações estabelecidas de gênero; no racismo velado; na não laicidade dos Estados e na supervalorização do que é internacional e ocidental. 
Por fim, o pós-colonialismo vem de influências europeias e capitalistas, como uma forma de suavização às consequências das colonizações e análises a partir dos pontos de vistas de pensadores do centro global, no entanto, ele tem sido remodelado de forma que corresponda às circunstâncias latino-americanas. Nesse sentido, sua função se torna a não naturalização do eurocentrismo e a promoção do protagonismo do pensamento latino-americano.
PINTO, S. R. O Pensamento Social e Político Latino-Americano: etapas de seu desenvolvimento. Sociedade e Estado, v. 27, n. 2, p. 337-359, 2012.

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