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Modulo 3 - Avaliacao Psicomotora

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2
Universidade do Oeste Paulista
Reitora
Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima
Vice-Reitora
Ana Cristina de Oliveira Lima
Pró-Reitora Administrativa
Maria Regina de Oliveira Lima
Pró-Reitor Acadêmico
José Eduardo Creste
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Adilson Eduardo Guelfi
Pró-Reitora de Extensão e Ação Comunitária
Angelita Ibanhes de Almeida Oliveira Lima 
Núcleo de Educação a Distância
Dayene Miralha de Carvalho Sano
Marcelo Vinícius Creres Rosa
Maria Eliza Nigro Jorge
Mário Augusto Pazoti
Sonia Sanae Sato
Ilustração e Arte
Luciana da Mata Crema
Projeto Gráfico e Diagramação
Luciana da Mata Crema
Revisão
Renata Rodrigues dos Santos
Colaboração
Vanessa Nogueira Bocal
Edição
UNOESTE – Rodovia Raposo Tavares, km 572 – Campus II – Bairro Limoeiro
Presidente Prudente/SP
© Copyright 2013 Unoeste - Todos os direitos reservados
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação 
ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem 
prévia autorização, por escrito, da Universidade do Oeste Paulista.
3
Sobre as Autoras
Sueli Cristina Schadeck Zago
Janaína Pereira Duarte Bezerra
Possui graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade do Oeste Paulista 
(Unoeste), mestrado em Fisiologia do Exercício (área de concentração: imunologia) 
pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp). Atualmente, é gestora 
da qualidade no Centro de Análises Clínicas Unilab (Presidente Prudente), profes-
sora (graduação e pós-graduação) e coordenadora de cursos de especialização 
(lato-sensu) e extensão (EAD) na Unoeste.
Possui graduação em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista Júlio de 
Mesquita Filho (Unesp), pós-graduada em Educação Especial pela Uniguaçu/Faesi 
e em Educação Psicomotora pela mesma instituição. Mestranda do Programa de 
Pós-graduação em Educação da Unesp. Atualmente, é professora de Educação 
Física do Colégio Anglo Prudentino. Tem experiência em desenvolvimento infantil 
com ênfase no desenvolvimento psicomotor.
4
Sumário
Capítulo 1
Elementos históricos e principais características de alguns testes 
psicomotores
1.1 Considerações acerca da história da avaliação motora ........................................................ 7
1.2 Escala de desenvolvimento motor de Francisco Rosa Neto (EDM) ................................... 8
1.2.1 Características do EDM ............................................................................................................11
1.3 Baterias psicomotoras de Fonseca (BPM) ...............................................................................12
1.3.1 Algumas características da BPM ............................................................................................13
Capítulo 2
Aplicação prática dos testes EDM e BPM
2.1 Descrição da aplicação do teste EDM .....................................................................................17
2.1.1 Motricidade Fina ........................................................................................................................17
2.1.2 Motricidade Global....................................................................................................................24
2.2 Esquema corporal .........................................................................................................................32
2.2.1 Controle do próprio corpo .....................................................................................................32
2.2.2 Organização Espacial ...............................................................................................................36
2.2.3 Organização Temporal .............................................................................................................40
2.2.3.1 De 2 a 5 anos – Linguagem, estrutura temporal da frase ...........................................40
2.2.3.2 De 6 a 11 anos – Estruturas Temporais / Ritmo .............................................................41
2.3 Lateralidade ....................................................................................................................................45
Referências ............................................................................................................................................47
5
Capítulo 1
Elementos históricos e principais características de alguns testes psico-
motores
6
Introdução
Neste capítulo, abordaremos alguns elementos da história de dois testes psico-
motores. Embora existam mais testes que se preocupam em traçar um perfil psicomotor 
do indivíduo, principalmente durante a infância, vamos destacar somente dois, os mais 
conhecidos e aplicados atualmente.
Saberemos como tais testes surgiram e como tomaram características diferen-
tes, tornando o trabalho de caráter psicomotor mais completo e efetivamente promotor 
de desenvolvimento integral.
7
1.1 Considerações acerca da história da avaliação motora
O histórico da avaliação motora tem muito a ver com o histórico da psicomo-
tricidade, principalmente no que se refere ao dualismo instituído por René Descartes, no 
século XVII, quando o corpo exercia determinada tarefa e a alma outra completamente 
distinta, o que se remetia a pensar num sujeito fragmentado em corpo e alma.
Nessa concepção, denominada cartesiana, o corpo seria algo externo ao indi-
víduo e que não raciocina, servindo apenas como abrigo da alma, considerada elemento 
racional por excelência.
René Descartes (1973) postulava que a alma não exercia nada em relação ao 
corpo e, na mesma proporção, o corpo nada em relação à alma. No entanto, com os es-
tudos do próprio Descartes (“penso, logo existo”) aparece o materialismo e a correlação 
entre corpo e mente. Nesse momento, estabelecemos a ponte com o histórico da Psico-
motricidade, na qual alguns teóricos, a partir de seus estudos e experiências, chegaram 
igualmente a essa premissa.
 Mas vamos aos indícios históricos da avaliação motora. Os primeiros ves-
tígios de algum trabalho voltado à mensuração da motricidade aconteceram, principal-
mente, durante as guerras mundiais, conforme afirma Rossi (2012, p. 5):
Dessa forma, podemos destacar a importância que toma a avaliação para esse 
contexto.
Passaremos agora ao conhecimento de alguns testes motores. No entanto, 
deve-se esclarecer que avaliar, principalmente avaliar quem demonstra algum tipo de 
dificuldade em determinadas execuções, não é um processo simples, é complexo e mui-
to importante. Os dados obtidos por meio de uma avaliação, geralmente, são utilizados 
para se tomar decisões acerca da vida de um sujeito.
Durante a Segunda Guerra Mundial surgiu uma nova geração de desenvolvimentistas 
motores, liderados por Anna Espenshade, Ruth Glassow e G. Lawrence Rarick que se 
concentraram na descrição das capacidades de desempenho motor de crianças na ida-
de escolar. No século XX, o desenvolvimento motor humano passou a ser analisado 
profundamente por profissionais conceituados como especializados, com graduação em 
educação física. A partir dos estudos desses pesquisadores, permitiu-se compreender 
que os indivíduos possuem estágios de desenvolvimento de suas funções psicomotoras, 
essas que estão relacionadas às suas faixas etárias, além do que, foi considerado que 
cada pessoa possui habilidades motoras diferentes, que se evoluem de acordo com as 
necessidades de cada um, em decorrentes períodos de tempo. E que existem processos 
causadores de alteração no comportamento motor ao longo da vida dos seres humanos.
8
Referente a isso Gorla, Campana e Zan (2009, p. 84) dizem que selecionar um 
instrumento de avaliação deve ser precedido de uma compreensão sobre o motivo do 
sujeito está sendo testado e como as medidas serão utilizadas.
Nessa direção, nos atentaremos ao fato da importância de selecionarmos uma 
boa avaliação a partir de seus elementos.
QUADRO 1 - Aspectos importantespara selecionar um instrumento de avaliação psicomotora
Fonte: Zittel, (1994).
Critério CaraCterístiCas da seleção
Proposta
● O instrumento selecionado para a proposta forne-
cerá medidas para identificar a presença ou ausência 
da habilidade motora.
● Tipo de referência (norma ou critério).
Adequação Técnica do Instrumento
● Padronização.
● Validade.
● Confiabilidade.
Fatores não Discriminatórios
● Adaptar a situação, equipamento e linguagem.
● O teste deve ser sensível à diversidade cultural e 
étnica.
Facilidades de Administração
● Facilidade de administração do teste.
● Planilha com facilidade para ler e marcar.
● Tempo de execução do teste.
● Local de aplicação.
Ligação Instrutiva ● Fornecimento da informação instrutiva.● Reduzir a quantidade de inferência.
Vaidade Ecológica ● Coleta de dados em ambientes confortáveis.● Familiarização com os materiais do teste.
Agora que sabemos os critérios para selecionar uma boa avaliação psicomoto-
ra, vamos conhecer algumas delas? Vamos lá!
1.2 Escala de desenvolvimento motor de Francisco 
Rosa Neto (EDM)
Os primeiros estudos e ensaios científicos voltados à versão clássica acerca da 
avaliação motora aconteceram por volta de 1988, no Brasil, por meio do livro clássico 
“Éducation psycho-motrice et arriération mentale”, publicado na década de 1960, 
pelos autores franceses Louis Picq e Pierre Vayer. 
Tais autores apresentavam um perfil psicomotor para crianças de 2 aos 5 anos 
e 6 aos 11 anos, com provas de outros autores clássicos, como Ozeretski-Guilmain, Mira 
Stambak, Harris, Galifret-Granjon, Berges-Lezine, entre outros. Esses autores traziam em 
seus testes elementos como:
9
• coordenação das mãos;
• coordenação dinâmica geral; 
• equilíbrio;
• rapidez/velocidade; 
• organização do espaço; 
• estruturação espaço-temporal;
• lateralidade. 
Durante o ano de 1988, o perfil psicomotor (modelo clássico) foi aplicado em 
muitas crianças com dificuldades de aprendizagem matriculadas na rede pública e priva-
da de ensino. No entanto, essa versão clássica não viabilizava um estudo científico acerca 
do desenvolvimento infantil, ainda faltavam informações mais detalhadas e profundas 
sobre os testes clássicos.
Não havia um manual que orientasse a aplicação dos testes, faltavam dados 
estatísticos e também não existia uma classificação dos dados. Essa situação impulsionou 
a realização de estudos mais estruturados na Espanha. 
A primeira versão modificada da escala motora foi apresentada na defesa da 
dissertação de mestrado em deficiência mental na Espanha, onde o autor conseguiu am-
pliar seu conhecimento acerca da aplicação dos testes motores nos Hospitais Universitá-
rios de Sevilha “Virgen Macarena”. Já a versão final foi apresentada na tese de doutorado 
na Universidade de Zaragoza “Miguel Servet” e mostrou estudos com crianças de risco 
neurológico, transtornos do desenvolvimento, alterações neurológicas, etc. 
Junto à vivência clínica, Rosa Neto também teve um estudo bastante aprofun-
dado sobre autores clássicos, métodos, instrumentos de avaliação, método estatístico e 
pesquisa bibliográfica sobre o tema.
Em seu retorno ao Brasil, o autor pôde ampliar seus estudos sobre a vivência 
prática dos testes motores em populações escolares, por meio dos cursos de graduação 
em Educação Física, Fisioterapia, Pedagogia, Fonoaudiologia e Medicina.
A partir de 1997 em diante, foram mais de 5.000 avaliações motoras, possibi-
litando laboratórios (oficinas) de aprendizagem para acadêmicos, profissionais da Saúde 
e Educação, cursos de capacitação, participação em programas de especialização. Em 
2002, foi publicado o “Manual de Avaliação Motora”, pela editora Artmed, com mais de 
10.000 exemplares espalhados pelo Brasil.
10
Antes de prosseguir, conheça um pouco da trajetória acadêmica de Francisco Rosa Neto, 
isso o ajudará a compreender porque o teste EDM tem as especificidades que o caracteriza.
O professor Francisco Rosa Neto nasceu em 14 de novembro de 1960, na cidade de Ita-
petininga, no Estado de São Paulo, onde realizou o Ensino Fundamental na rede pública. 
No ano de 1977, sua família foi transferida para o sul do país e lá Rosa Neto completou o 
Ensino Médio.
Ingressou no curso de Educação Física em 1982 na Universidade do Estado de Santa Ca-
tarina, na cidade de Florianópolis, e de 1987 a 1991 realizou três cursos de especialização 
na UDESC.
Residiu na Espanha de novembro de 1991 a agosto de 1996 com ajuda da bolsa de estudos 
da CAPES, que possibilitou matricular-se no programa de Mestrado em Deficiência Mental 
e Transtornos de Aprendizagem na Faculdade de Medicina da Universidade de Sevilha. Em 
1993, ingressou no doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de Zaragoza, 
também na Espanha.
Quatro anos mais tarde foi aprovado no concurso para a UDESC, onde foi efetivado como 
professor universitário. Lá ajudou a criar o programa de mestrado e doutorado em Ciência 
do Movimento Humano. Esse programa teve um total de 31 defesas de dissertações na 
área de Desenvolvimento Motor, orientadas pelo autor. 
O Laboratório de Desenvolvimento Humano, com linhas de investigação científica: lacten-
tes de risco neurológico e risco social; crianças com dificuldades na aprendizagem escolar; 
e terceira idade, esteve sob sua coordenação.
De 2001 a 2011, foi docente contratado pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNI-
SUL), onde atuou nos cursos de Fisioterapia, Educação Física, Medicina e mestrado em 
Psicopedagogia.
 Atualmente, Francisco Rosa Neto é presidente da Sociedade Brasileira de Motricidade Hu-
mana, autor de cinco livros sobre Desenvolvimento Humano e vários artigos. A UDESC, por 
meio do Laboratório de Desenvolvimento Humano e em parceria com a Prefeitura de Flo-
rianópolis, vem realizando um projeto de extensão universitária de avaliação e intervenção 
motora em crianças com dificuldades na aprendizagem escolar.
Fonte: Neto, (2002).
Parada obrigatória
11
1.2.1 Características do EDM
Assim como qualquer avaliação, o teste EDM também tem suas especificida-
des, vejamos quais são:
objetivos indiCações Fatores de 
avaliação
variáveis de 
avaliação
ProFissionais 
indiCados Para 
aPliCação do 
teste
Material
Análise dos 
problemas 
estabelecidos.
Crianças com 
dificuldades na 
aprendizagem 
escolar e atra-
sos no desen-
volvimento neu-
ropsicomotor.
Motricidade fina 
(óculo manual). Idades motoras.
Medicina (Pe-
diatria, Psiquia-
tria e Neurolo-
gia infantil).
Conjunto de 
provas muito 
variadas e de 
dificuldade 
gradativa (testes 
de 2 a 11 anos), 
conduzindo a 
uma exploração 
minuciosa de 
diferentes áreas 
do desenvolvi-
mento motor.
Diferenciar os 
vários tipos 
de debilidade 
motora.
Problemas na 
fala, na escrita e 
no cálculo.
Motricidade 
global (coorde-
nação).
Quocientes 
motores.
Ensino Regular 
e Especial (Pe-
dagogia).
Suspeitar a 
presença de 
dificuldades es-
colares, pertur-
bações motoras 
e problemas de 
conduta.
Problemas 
de conduta 
(hiperatividade, 
ansiedade, falta 
de motivação, 
etc.).
Equilíbrio (pos-
tura estática). Escala motora. Psicologia.
Confirmar a 
presença de 
dificuldades es-
colares, pertur-
bações motoras 
e problemas de 
conduta.
Alterações 
neurológicas, 
mentais, senso-
riais, etc.
Esquema corpo-
ral (imitação de 
postura, rapi-
dez).
Perfil motor. Educação Física.
Avaliar os 
progressos da 
criança, durante 
seu desenvolvi-
mento evolutivo.
Organização es-
pacial (percep-
ção do espaço).
Fonoaudiologia.
Identificar os 
sinais de alerta 
nos transtornos 
neuroevolutivos.
Organiza-
ção temporal 
(linguagem, 
estruturas tem-
porais).
Fisioterapia.
Acompanhar a 
criança em di-
ferentes etapas 
evolutivas.
Lateralidade 
(mãos, olhos e 
pés).
Fonte: Elaboração das autoras, (2013).
12
Agora vamos conhecer outro teste que também se preocupou em traçar o perfil 
psicomotor de crianças. Trata-se de um instrumento de observação construído por longos 
20 anos de convivência do autor, a saber, Vitor da Fonseca, comvários casos de ordem 
clínica.
A Bateria Psicomotora de Fonseca (BPM) tem por objetivo traçar o perfil psi-
comotor da criança a partir da caracterização de suas potencialidades e dificuldades que 
tangem a aprendizagem psicomotora, além de identificar e intervir nas dificuldades psi-
comotoras, potencializando gradativamente as necessidades mais específicas da criança 
(FONSECA, 1995).
A BPM preocupa-se em avaliar o desempenho do sujeito em uma situação de 
caráter formal, ou seja, em um contexto preparado e fora de situações cotidianas.
1.3 Baterias psicomotoras de Fonseca (BPM)
Leia um pouco sobre a vida de Vitor da Fonseca, a fim de compreender a construção do 
teste por ele elaborado, e somente depois avance em seus estudos.
Vítor da Fonseca é mestre em Dificuldades de Aprendizagem pela Universidade de Nor-
thwestern, Evanston, Chicago, Estados Unidos da América. Além de docente catedrático da 
Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, também é professor 
no Departamento de Educação Especial e Reabilitação.
Por ser psicopedagogo e psicomotricista, é responsável clínico, há 30 anos, em vários cen-
tros de observação e reeducação psicoeducacional privados. Fonseca desenvolve ações 
de formação há anos com professores, psicólogos, médicos e terapeutas no Brasil e em 
outros países. Escreveu várias obras e artigos referentes à psicomotricidade, à antropologia, 
perturbações do desenvolvimento, às dificuldades de aprendizagem, além da estimulação 
precoce, da educação especial, da psicopedagogia, da neuropsicologia e da educação cog-
nitiva, publicados em Portugal e no mundo.
 É formador especializado em psicomotricidade pela Organização Internacional de Psi-
comotricidade (OIP) e pela Associação Ibero-americana de Psicomotricidade Infantil, em 
dificuldades de aprendizagem e em programas cognitivos, nomeadamente no Programa 
de Enriquecimento Instrumental, de R. Feuerstein, no Programa PASS, de J. Das, J. Naglieri e 
J. Kirby e no Programa de Desenvolvimento Cognitivo para a Pré-Escola Bright Start, de C. 
Haywood, onde desenvolve trabalhos de pesquisa e de formação de mediadores.
Fonte: Wook, (2013).
Parada obrigatória
13
A Bateria Psicomotora de Fonseca tem como características:
• Verificar o reflexo das experiências vivenciadas no contexto do sujeito e seu 
desenvolvimento pelo perfil psicomotor.
• Identificar crianças com dificuldades de aprendizagem motora.
• Retratar o desenvolvimento dinâmico por meio da aplicação da avaliação 
por várias vezes e durante um período de tempo, acompanhando cada fase do desen-
volvimento psicomotor da criança.
• É uma avaliação aplicada em crianças na faixa etária de 4 a 12 anos de idade.
• Tem um caráter mais qualitativo do que quantitativo.
• Não é utilizada para diagnosticar déficits neurológicos, nem lesões cerebrais.
1.3.1 Algumas características da BPM
14
Resumo
Neste capítulo, fizemos algumas considerações acerca do contexto da ava-
liação de caráter psicomotor e suas caraterísticas. Também apresentamos um pouco da 
história dos testes psicomotores mais conhecidos no âmbito da educação.
As informações abordadas neste capítulo são introdutórias, mas ampliam seus 
conhecimentos sobre o assunto e ainda são importantes para o avanço dos seus estudos. 
Acreditamos que você tenha absorvido todo o conteúdo com facilidade e está pronto 
para compreender o capítulo seguinte. Vamos em frente!
15
Capítulo 2
Aplicação prática dos testes EDM e BPM
16
Introdução
Muitas vezes, há a necessidade de compreender por que certas crianças re-
alizam movimentos, expressões e ações de determinadas formas ou sequer conseguem 
realizá-los. Tal necessidade advém das várias manifestações de dificuldades demonstradas 
pela criança cotidianamente no interior da escola e na execução de tarefas propostas pelo 
professor.
Os testes psicomotores que se preocupam em traçar um perfil acerca da motri-
cidade dos sujeitos por meio da avaliação auxiliam e muito no que se refere ao conheci-
mento do perfil psicomotor de uma criança que demonstra dificuldade de aprendizagem 
psicomotora ou na realização de movimentos, expressões e ações. Isso contribui significa-
tivamente para que o professor tenha condições de pensar em um trabalho que, de fato, 
busque desenvolver a criança em sua totalidade.
17
2.1 Descrição da aplicação do teste EDM
2.1.1 Motricidade Fina
Vamos iniciar este capítulo descrevendo como é realizado o teste EDM, a partir 
dos fatores de avaliação, destacando as propostas de atividades que devem ser executa-
das pela criança em cada faixa etária. Após essa apresentação, trataremos sobre a efetiva 
aplicação do teste.
2 anos – Construção de uma torre
Material: seis cubos em desordem.
Desenvolvimento: com quatro cubos, monta-se uma torre diante da criança, 
como mostra a figura 1 , e pede-se a ela: “Faça uma torre igual”. 
A criança deve fazer uma torre com quatro cubos ou mais, quando indicado. 
Ela também não deve manipular os cubos antes, nem depois da realização da proposta, 
nem desmontar o modelo.
3 anos – Construção de uma ponte
Material: seis cubos em desordem.
Desenvolvimento: com três cubos, constrói-se uma ponte na frente da criança, 
como na figura 2 , e solicita-se a ela: “Faça uma ponte semelhante”.
FIGURA 1 - Empilhando cubos
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
18
Caso seja necessário, o aplicador do teste pode ensinar várias vezes qual a ma-
neira de fazer. No entanto, não se deve desmontar o modelo, além de ser necessário que 
a ponte se mantenha “em pé”, ainda que não esteja muito bem equilibrada.
FIGURA 2 - Ponte com cubos
FIGURA 2 - Ponte com cubos
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
4 anos – Passar a linha na agulha
Material: linha número 60 e agulha de costura (1cm x 1mm). 
Desenvolvimento: para começar, as duas mãos devem estar separadas a uma 
distância de 10cm. A linha passa aos dedos em 2cm e o comprimento total da linha é de 
15cm, como podemos ver na figura 3 . A duração dessa tarefa é de nove segundos. A 
criança só pode ensaiar duas vezes antes de iniciar o tempo.
19
5 anos – Fazer um nó
Material: um par de cordões de sapatos de 45cm e um lápis.
Desenvolvimento: o aplicador do teste deve dizer à criança: “Preste atenção no 
que eu faço”. Em seguida, o aplicador deve fazer um nó simples num lápis, como ilustra a 
figura 4 . Após ter feito o nó com o cordão, deve dizer à criança: “Com este cordão, você 
fará um nó em meu dedo como eu fiz no lápis”. Para essa tarefa, aceita-se qualquer tipo 
de nó, desde que não se desamarre.
6 anos – Labirinto
Material: folha do teste EDM que contém os labirintos.
Desenvolvimento: a criança deve sentar numa cadeira escolar diante de um 
lápis e a folha que contém os labirintos. Com o lápis, traçar uma linha contínua desde a 
entrada até a saída do primeiro labirinto e imediatamente iniciar a contagem do tempo. 
Após a realização dessa etapa, a criança deve descansar por 30 segundos e iniciar o mes-
mo exercício com a outra mão, como vemos na figura 5 .
FIGURA 4 - Fazendo um nó
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
20
FIGURA 5 - Labirinto
FIGURA 6 – Fazendo bolinhas de papel
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
Erros: 
• Ultrapassar os limites do labirinto por mais de duas vezes com a mão dominante.
• Ultrapassar os limites do labirinto por mais de três vezes com a mão não dominante.
• Levantar o lápis do papel mais que uma vez por 1 minuto e 20 segundos 
para a mão dominante (direita ou esquerda) e por 1 minuto e 25 segundos para a mão 
não dominante (direita ou esquerda).
7 anos – Bolinhas de papel
Material: papel de seda com medida de 5cm x 5cm.
Desenvolvimento: fazer uma bolinha compacta com um pedaço de papel de 
seda usando apenas uma mão, conforme a figura 6 . A palma deve estar para baixo e a 
outra mão não pode ajudar. Após terminar essa tarefa, a criança deve descansar por 15 
segundos e depois realizar o mesmo exercício com a outramão.
21
Erros:
• Ultrapassar o tempo limite.
• Fazer uma bolinha pouco compacta.
A tarefa deve durar 15 segundos para a mão dominante e 20 segundos para a 
mão não dominante, além de serem apenas duas tentativas para cada mão. O aplicador 
deve observar se há sincinesias (movimentos involuntários). 
8 anos – Ponta do polegar
Material: nenhum.
Desenvolvimento: com a ponta do polegar, tocar o mais rápido possível os 
dedos da mão, um após o outro, sem repetir a sequência. Começa a tarefa pelo polegar, 
retornando para o menor dedo, como ilustra a figura 7 . A duração é de apenas cinco 
segundos e as tentativas são de duas para cada mão.
Erros:
• Tocar várias vezes o mesmo dedo. 
• Tocar dois dedos ao mesmo tempo.
• Esquecer um dedo.
• Ultrapassar o tempo. 
9 anos – Lançamento com bola
Material: uma bola com 6cm de diâmetro e um alvo com largura de 25 x 25cm.
Desenvolvimento: a bola deve ser arremessada no alvo situado na altura do 
peito da criança, que deve estar a 1,50m de distância do lançamento a partir do braço 
flexionado, a mão deve estar próxima do ombro e os pés juntos. Serão três tentativas para 
cada mão. A figura 8 representa esse exercício.
FIGURA 7 – Ponta do polegar
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
22
Erros:
• Deslocar exageradamente o braço.
• Não afixar o cotovelo junto ao corpo durante o arremesso.
• Acertar menos de duas vezes com a mão dominante e uma com a mão não 
dominante.
10 anos – Círculo com o polegar
Material: nenhum
Desenvolvimento: a criança deve colocar a ponta do polegar esquerdo sobre 
a ponta do indicador direito e vice-versa. O dedo indicador direito deve deixar a ponta 
do polegar esquerdo e, desenhando um semicírculo ao redor do dedo indicador es-
querdo, chegar até a outra ponta do dedo polegar esquerdo. No entanto, deve haver a 
permanência do contato do indicador esquerdo com o polegar direito, conforme mostra 
a figura 9 .
FIGURA 8 – Lançando bola
FIGURA 9 - Círculo com o polegar
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
23
Esse exercício deve ser feito com a maior velocidade possível e em um período 
de 10 segundos. Além disso, a criança deve estar com os olhos fechados e tem direito a 
três tentativas.
Erros: 
• Movimentos mal realizados.
• Realizar menos de 10 círculos.
• Não execução do exercício com os olhos fechados.
11 anos – Agarrar uma bola
Material: uma bola com 6cm de diâmetro.
Desenvolvimento: a criança deverá agarrar a bola, só com uma mão, que será 
lançada a 3m de distância. Para a execução desse exercício, a criança deve manter o braço 
relaxado ao longo do corpo até que se diga a ela: “Agarre”. Depois de 30 segundos de 
repouso, o mesmo exercício deve ser executado com a outra mão. Serão cinco tentativas 
para cada mão. Vejamos a figura 10.
FIGURA 10 - Agarrando a bola
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
24
Erros: 
• Agarrar por menos de três vezes, após cinco lances, com a mão dominante.
• Agarrar por menos de duas vezes, após cinco lances, com a mão não dominante.
2 anos – Subir sobre um banco
Material: um banco de 15cm de altura.
Desenvolvimento: a criança deverá subir, com apoio, no banco que estará ao 
lado de uma parede. Ela deverá subir e descer, conforme a figura 11 .
3 anos – Saltar sobre uma corda
Material: uma corda.
Desenvolvimento: a criança deve estar com os pés juntos e deverá saltar por 
cima da corda estendida no solo, porém ela não pode dar impulso e suas pernas devem 
ficar flexionadas, como ilustra a figura 12 . A criança terá três tentativas e duas devem ser 
positivas.
Erros:
• Pés separados.
• Perder o equilíbrio e cair.
2.1.2 Motricidade Global
FIGURA 11 – Subindo no banco
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
25
FIGURA 12 – Saltar a corda
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
4 anos – Saltar no mesmo lugar
Material: nenhum.
Desenvolvimento: a criança deverá realizar saltos, mais precisamente sete ou oito 
saltos sucessivos, no mesmo lugar, com as pernas levemente flexionadas e serão duas ten-
tativas. A figura 13 ilustra esse exercício . 
Erros: 
• Movimentos não simultâneos com as duas pernas.
• Cair sobre os calcanhares.
FIGURA 13 – Saltar no mesmo lugar
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
26
5 anos – Saltar uma altura de 20cm
Material: dois suportes com uma fita elástica fixada nas extremidades a uma al-
tura de 20cm.
Desenvolvimento: a criança deve estar com os pés juntos e saltar sem impulso 
uma altura de 20cm. Esse exercício pode ter três tentativas; no entanto, duas devem ser 
positivas. A figura nos mostra como o exercício deve ser realizado. 
Erros:
• Tocar no elástico.
• Cair.
• Tocar o chão com as mãos.
FIGURA 14 – Saltar 20cm do chão
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
6 anos – Caminhar em linha reta
Material: linha reta de 2m.
Desenvolvimento: com os olhos bem abertos, a criança deverá percorrer uma 
linha reta com 2 metros, alternando calcanhar de um pé contra a ponta do outro por três 
vezes. Podemos verificar essa ação na figura 15.
27
FIGURA 15 - Andar em linha reta
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
Erros:
• Afastar-se da linha.
• Desequilibrar. 
• Afastar um pé do outro.
• Realização insatisfatória.
7 anos – Pé manco
Material: nenhum.
Desenvolvimento: com os olhos abertos, a criança deverá saltar uma distância 
de 5 metros com a perna esquerda estendida e a direita flexionada em um ângulo de 90 
graus (ângulo reto). Os braços devem estar relaxados e ao longo do corpo. Após descan-
sar 30 segundos, a criança deverá realizar o mesmo exercício com a outra perna, como 
vemos na figura 16. A criança terá direito a duas tentativas com cada perna e o tempo 
para realização desse exercício é indeterminado.
 Erros: 
• Distanciar-se mais de 50cm da linha.
• Tocar o chão com a outra perna.
• Balançar os braços durante a execução do exercício.
28
FIGURA 16 - Pé manco
FIGURA 17 – Saltar 40cm do chão
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
8 anos – Saltar uma altura de 40cm
Material: dois suportes com uma fita elástica amarrada nas extremidades com 
altura de 40cm.
Desenvolvimento: com os pés unidos, a criança deverá saltar sem impulso uma 
altura de 40cm, por três vezes no total, sendo que duas vezes devem ser positivas, como 
ilustra a figura 17 .
 Erros:
• Tocar o elástico.
• Cair.
• Tocar o chão com as mãos.
29
9 anos – Saltar no ar
Material: nenhum.
Desenvolvimento: a criança deverá realizar saltos no ar, flexionando os joelhos 
e tocando os calcanhares com as mãos, conforme ilustrado na figura 18 . Serão três ten-
tativas para a realização desse exercício.
Erros: 
• Não tocar nos calcanhares.
FIGURA 18 – Saltos no ar
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
10 anos – Pé manco com uma caixa de fósforo
Material: uma caixinha de fósforo.
Desenvolvimento: com um joelho flexionado em um ângulo de 90 graus, a 
25cm do solo e os braços relaxados ao longo do corpo, a criança deverá, com o pé que 
repousa, levar uma caixa de fósforos, impulsionando-a com o pé até o ponto situado a 5 
metros, tentando por três vezes, como mostra a figura 19.
30
FIGURA 19 – Pé manco com a caixa de fósforo
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
Erros:
• Encostar no chão, mesmo que seja somente uma vez, com o outro pé.
• Movimentos exagerados com os braços.
• A caixa ultrapassar o limite do ponto fixado.
• Falhar no deslocamento da caixa. 
12 anos – Saltar sobre uma cadeira
Material: uma cadeira de 45cm a 50cm.
Desenvolvimento: a criança deverá saltar sobre uma cadeira com metragem 
entre 45cm a 50cm. Ela deverá estar a uma distância de 50cm da cadeira. O encosto da 
cadeira será sustentado pelo examinador, como podemos constatar na figura 20 . Serão 
três tentativas para realizar esse exercício. 
Erros:
• Perder o equilíbrio e cair.
• Agarrar-se no encosto da cadeira.
31
FIGURA 20 – Saltar sobre uma cadeira
QUADRO 3 - Aplicação de exercício referente ao fator de avaliação Equilíbrio
Fonte: Acervo NEAD/Unoeste, (2013).
equilíbrio2 anos – Equilíbrio estático sobre um banco
Sobre um banco, com altura de 15cm, a criança deve manter-
-se imóvel com os pés juntos e os braços relaxados ao longo 
do corpo. Ela não pode mover os braços e o exercício deve 
ser executado em 10 segundos.
3 anos – Equilíbrio sobre um joelho
Com os braços ao longo do corpo e os pés juntos, a criança 
deverá apoiar um joelho no chão sem mover os braços e o 
outro pé. Essa posição deverá ser mantida, com o tronco ereto 
(sem sentar-se sobre o calcanhar). 
Depois de 20 segundos de descanso, o mesmo exercício deve-
rá ser feito com a outra perna e a criança não poderá realizá-lo 
em um tempo menor que 10 segundos, nem deslizar os bra-
ços, o pé ou joelho, nem poderá sentar-se sobre o calcanhar. A 
criança terá duas tentativas para realizar esse exercício.
4 anos – Equilíbrio com o tronco flexionado
Com os olhos abertos, os pés juntos, as mãos apoiadas nas 
costas: flexionar o tronco em ângulo reto e manter essa po-
sição. Os pés não podem se mover e as pernas não podem 
ser flexionadas.
A criança terá direito a duas tentativas e a execução desse 
exercício não deve ser feita em tempo inferior a 10 segundos.
5 anos – Equilíbrio nas pontas dos pés
A criança deverá manter-se sobre a ponta dos pés, os olhos 
devem estar abertos, braços ao longo do corpo, os pés e as 
pernas juntos. O exercício tem duração de 10 segundos e a 
criança tem direito a três tentativas.
6 anos – Pé manco estático
Com os olhos abertos, a criança deverá manter-se sobre a 
perna direita, a outra permanecerá flexionada em ângulo 
igual a 90 graus, a coxa paralela à direita e ligeiramente afas-
tada da outra, os braços ao longo do corpo.
Após a realização desse exercício, é necessário fazer um 
tempo de descanso de 30 segundos. Em seguida, executar o 
mesmo exercício com a outra perna.
Não se admite baixar mais de três vezes a perna levantada, 
tocar com o outro pé no chão, saltar, elevar-se sobre a ponta 
do pé e fazer balanceios. A duração desse exercício é de 10 
segundos e o número de tentativas serão três.
7 anos – Fazer um quatro
A criança deverá manter-se sobre o pé esquerdo, a planta 
do pé direito deverá ficar apoiada na face interna do joelho 
esquerdo, as mãos fixadas nas coxas e os olhos abertos. Após 
um descanso de 30 segundos, executar o mesmo movimento 
com a outra perna. 
Não serão admitidos erros, como deixar cair uma perna, per-
der o equilíbrio, ficar sobre a ponta dos pés. O exercício tem 
duração de 15 segundos e a criança poderá tentar realizá-lo 
duas vezes com cada perna.
32
8 anos – Equilíbrio de cócoras
De cócoras, braços estendidos lateralmente, olhos fechados, 
calcanhares e pés juntos, a criança não poderá cair, sentar 
sobre os calcanhares, tocar o chão com as mãos, deslizar e 
baixar os braços três vezes. Duração: 10 segundos. Tentativas: 
três vezes.
9 anos – Equilíbrio com o tronco flexionado
A criança deverá estar com os olhos abertos, mãos nas cos-
tas, elevar-se sobre as pontas dos pés e flexionar o tronco em 
ângulo de 90 graus, ou seja, com pernas retas. Ela não pode-
rá flexionar as pernas mais de duas vezes, mover-se do lugar, 
tocar o chão com os calcanhares. O exercício tem duração de 
10 segundos e duas tentativas.
10 anos – Equilíbrio nas pontas dos pés – 
olhos fechados
Para realizar esse exercício, a criança deverá manter-se sobre 
a ponta dos pés, os olhos deverão ficar fechados, braços ao 
longo do corpo, pés e pernas juntas. Ela não poderá mover-
-se do lugar, tocar o chão com os calcanhares, balançar o 
corpo, pois só é permitida uma ligeira oscilação. O tempo de 
realização desse exercício é de 15 segundos e o número de 
tentativas é igual a três.
11 anos – Pé manco estático – olhos fechados
A criança deverá ficar com os olhos fechados, manter-se so-
bre a perna direita, o joelho esquerdo flexionado em ângulo 
de 90 graus, coxa esquerda paralela à direita e ligeiramente 
afastada da outra, braços ao longo do corpo.
Depois de realizar esse exercício com uma perna, a criança 
poderá descansar por 30 segundos e repetir o exercício com 
a outra perna. Porém, ela não poderá baixar mais de três ve-
zes a perna, tocar o chão com a perna levantada, mover-se 
do lugar e saltar. 
O exercício tem duração de 10 segundos e duas tentativas 
para cada perna.
Fonte: Elaboração das autoras, (2013).
2.2 Esquema corporal
2.2.1 Controle do próprio corpo
Para esse fator de avaliação, há três provas destinadas a ele de acordo com as 
faixas etárias específicas. Vamos conhecê-las.
De 2 a 5 anos
• Prova de imitação dos gestos simples (movimentos das mãos)
Diante do examinador, a criança deverá ficar em pé imitando os movimentos 
de mãos e braços que ele realizará. O examinador deve ficar sentado próximo à criança, 
para poder colocar suas mãos em posição neutra entre cada um dos gestos.
33
FIGURA 21 – 1ª Imitação de gestos simples: movimentos das mãos
Fonte: Bergès; Lézine, (1975).
O examinador deve dizer:
- “Vai fazer como eu, com as mãos; olhe bem e repita o movimento”. 
- “Vamos, ânimo, faça como eu; preste atenção”. 
Material: quadro com itens e símbolos:
Item 1: o examinador apresenta suas mãos abertas, palmas para face do sujei-
to (40cm de distância entre as mãos, a 20cm do peito).
Item 2: o mesmo processo, mas com os punhos fechados.
Item 3: mão esquerda aberta, mão direita fechada.
Item 4: posição inversa à anterior.
Item 5: mão esquerda vertical, mão direita horizontal, tocando a mão esquer-
da em ângulo reto.
34
FIGURA 22 – 2ª Imitação de gestos simples: movimento dos braços
Fonte: Bergès; Lézine, (1975).
Item 6: posição inversa.
Item 7: mão esquerda plana, polegar em nível do externo, mãos e braços direi-
tos inclinados, distância de 30cm entre as mãos, mão direita por cima da mão esquerda.
Item 8: posição inversa.
Item 9: as mãos estão paralelas, a mão esquerda está diante da mão direita 
a uma distância de 20cm, a mão esquerda está por cima da direita, desviada uns 10cm. 
Previamente se pede à criança que feche os olhos; a profundidade pode deduzir-se do 
movimento das mãos do examinador.
Item 10: posição inversa.
• Prova de imitação de gestos simples (movimentos dos braços).
35
Material: quadro com itens e símbolos.
Item 11: o examinador estende o braço esquerdo, horizontalmente para a 
esquerda, com a mão aberta.
Item 12: o mesmo movimento, porém com o braço direito, para a direita.
Item 13: levantar o braço esquerdo.
Item 15: levantar o braço esquerdo e estender o direito para a direita.
Item 16: posição inversa.
Item 17: estender o braço esquerdo para diante e levantar o direito.
Item 18: posição inversa.
Item 19: com os braços estendidos obliquamente, mão esquerda no alto, mão 
direita abaixo, com o tronco erguido.
Item 20: posição inversa.
Como mensurar os resultados:
De 6 a 11 anos
• Prova de rapidez
Material: folha de papel quadriculado com 25 x 18 quadrados (quadro de 1cm 
de lado), lápis preto nº 2 e um cronômetro.
Desenvolvimento: a folha quadriculada se apresenta em sentido longitudinal. O 
examinador deve solicitar ao examinado que pegue o lápis e explicar: 
“- Vê estes quadrados? Faça um risco em cada um, o mais rápido que puder. 
Faça os riscos como quiser, mas deve ser apenas um risco em cada quadrado. Preste 
muita atenção e não pule nenhum quadrado, porque não poderá voltar e fazer risco no 
quadrado que ficou sem”.
idade CronológiCa Pontos
3 anos 7 - 12 acertos
4 anos 13 - 16 acertos
5 anos 17 - 20 acertos
36
idade CronológiCa núMero de traços
6 anos 57 - 73
7 anos 74 - 90
8 anos 91 - 99
9 anos 100 - 106
10 anos 107 - 114
11 anos 115 ou mais
Nesse contexto, a criança pega o lápis com a mão que preferir (mão dominan-
te) e inicia o mais rápido possível até completar o tempo da prova. O examinador deve 
estimular várias vezes dizendo: “mais rápido”. A duração desse exercício é de 1 minuto.
Critérios de avaliação do exercício:
• Se os traços forem lentos e precisos ou em forma de desenhos geométricos, 
é necessário repetir mais uma vez a prova, mostrandoclaramente os critérios.
• Observar se durante a prova a criança apresenta dificuldades na coordena-
ção motora, instabilidade, ansiedade e sincinesias.
Sincinesias: são contrações musculares involuntárias que acontecem durante a realização de uma ação 
de contração voluntária, por exemplo: pegar uma colher e um dedo abrir.
2.2.2 Organização Espacial
Para facilitar sua compreensão acerca da organização espacial, elaboramos o 
quadro a seguir para demonstrar a evolução conforme a faixa etária de cada criança.
QUADRO 4 – Organização Espacial
2 anos
Tabuleiro / posição normal
O tabuleiro será apresentado para a criança, com a 
base do triângulo frente a ela. Tiram-se as peças na 
frente da criança, posicionando-as em suas respecti-
vas perfurações.
Depois deve dizer à criança: “Agora coloque você as 
peças nos buracos”.
Esse exercício deve ter duas tentativas.
3 anos 
Tabuleiro / posição invertida
Usa-se o mesmo material do exercício anterior, mas 
agora deverá retirar as peças e deixá-las alinhadas 
com o vértice do triângulo posicionado para a crian-
ça. Dá-se uma volta no tabuleiro. Esse exercício não 
tem limite de tempo para realização; no entanto, as 
tentativas são somente duas.
37
4 anos
Prova dos palitos
Utilizar dois palitos de diferentes comprimentos: 
cinco e seis centímetros. Colocar os palitos sobre a 
mesa, em posições paralelas e separação de 2,5cm.
O examinador deve perguntar para a criança:
“Qual o palito mais longo? Coloque o dedo em cima 
do palito mais longo”. A criança terá três provas tro-
cando os palitos de posição. Se errar em uma das três 
vezes, deve repetir mais três vezes, porém trocando 
as posições dos palitos. O resultado pode ser consi-
derado positivo quando a criança acertar três de três 
tentativas ou cinco de seis tentativas.
5 anos
Jogo de paciência
Material: um retângulo de cartolina de 14cm x 10cm.
O examinador deverá colocar o retângulo de cartoli-
na em sentido longitudinal diante da criança. As duas 
metades do outro retângulo, cortado pela diagonal, 
com as hipotenusas para o exterior e devem estar se-
paradas por alguns centímetros.
O examinador diz: “Pegue estes triângulos e junte-os 
de maneira que saia algo parecido a este retângulo”. 
A criança pode tentar por três vezes durante 1 minu-
to. No entanto, serão duas tentativas, sendo que cada 
uma não deverá ultrapassar 1 minuto.
6 anos
Direita / esquerda – conhecimento sobre si
O examinado deve identificar em si mesmo a noção 
de direita e esquerda.
A criança deve: 
1. Levantar a mão direita
2. Levantar a mão esquerda
3. Indicar o olho direito
4. Indicar o olho esquerdo
O examinador não executará nenhum movimento, 
apenas o examinado. O examinado deve responder 
a três perguntas corretamente.
Ex.: “Mostre-me sua mão direita...”.
Êxito: Três acertos - 3/3.
7 anos
Execução de movimentos
O examinador solicitará ao examinando que realize 
movimentos, de acordo com a sequência a seguir. 
Ex.: “Agora você irá colocar a mão direita na orelha 
esquerda...”.
Êxito: Cinco acertos - 5/6.
1. Mão direita na orelha esquerda
2. Mão esquerda no olho direito
3. Mão direita no olho esquerdo
4. Mão esquerda na orelha direita
5. Mão direita no olho direito
6. Mão esquerda na orelha esquerda
8 anos
Direita / esquerda – reconhecimento sobre o outro
O examinador se coloca em frente à criança e diz: 
“Agora você irá identificar minha mão direita...”. 
1. Toca a minha mão direita 
2. Toca a minha mão esquerda 
3. Em qual mão tem a bola?
O observador tem uma bola na mão direita. Deve-se 
considerar resultado positivo se o examinado obtiver 
três acertos de três tentativas.
38
9 anos
Reprodução de movimentos – representação hu-
mana
Examinador e examinado deverão ficar frente a fren-
te. O examinador executará alguns movimentos e o 
examinado deverá prestar muita atenção nos movi-
mentos das mãos.
Assim, o examinador diz: “Eu vou fazer certos mo-
vimentos que consistem em levar uma mão (direita 
ou esquerda) até um olho ou uma orelha (direita ou 
esquerda), desta maneira” (fazer uma demonstração 
rápida). “Você fixará no que estou fazendo e irá fazer 
o mesmo, sem realizar movimentos de espelho”. 
Se a criança entendeu o teste, através dos primeiros 
movimentos, pode prosseguir; caso contrário, é ne-
cessário fazer uma segunda explicação.
Êxitos: seis acertos - 6/8.
1. Mão esquerda no olho direito
2. Mão direita na orelha direita
3. Mão direita no olho esquerdo
4. Mão esquerda na orelha esquerda
5. Mão direita no olho direito
6. Mão esquerda na orelha direita
7. Mão direita na orelha esquerda
8. Mão esquerda no olho esquerdo.
10 anos
Reprodução de movimentos – figura humana
A criança e o examinador frente a frente. Cabe ao 
examinador mostrar algumas figuras esquematizadas 
e a criança deverá prestar muita atenção nos dese-
nhos para reproduzi-los.
O examinador deve solicitar que a criança realize 
os mesmos movimentos executados anteriormente 
(prova de 9 anos), dizendo:
“Você fará os mesmos gestos e com a mesma mão do 
boneco esquematizado”.
O número de acertos deve ser de 6 a 8.
1. Mão esquerda no olho direito
2. Mão direita na orelha direita
3. Mão direita no olho esquerdo 
4. Mão esquerda na orelha esquerda
5. Mão direita no olho direito
6. Mão esquerda na orelha direita
7. Mão direita na orelha esquerda
8. Mão esquerda no olho esquerdo
11 anos
Reconhecimento da posição relativa 
de três objetos
Material: três cubos (15cm) das cores azul, amarelo e 
vermelho.
Sentados frente a frente, o examinador perguntará à 
criança, que permanecerá com os braços cruzados.
“Veja os três objetos (cubos) que estão aqui na sua 
frente. Você responderá rapidamente as perguntas 
que vou fazer”.
Os cubos devem ser colocados da esquerda para a 
direita sobre a mesa. A criança terá como orientação 
espacial (ponto de referência) o examinador.
Seguem as questões:
 - O cubo azul está à direita ou à esquerda do vermelho?
 - O cubo azul está à direita ou à esquerda do amarelo?
- O cubo amarelo está à direita ou à esquerda do azul?
- O cubo amarelo está à direita ou à esquerda do vermelho?
- O cubo vermelho está à direita ou à esquerda do amarelo?
- O cubo vermelho está à direita ou à esquerda do azul?
Os acertos devem ser cinco de seis tentativas.
Fonte: Elaboração das autoras, (2013).
39
Por favor, antes de prosseguir analise a figura a seguir referente ao exercício do fator Orga-
nização Espacial para Idade de 10 anos.
Parada obrigatória
FIGURA 23 – Organização Espacial
Fonte: Neto, (2002).
PONTUAÇÃO - ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
• Anotar positivo (+), nas provas com bons resultados.
• Anotar negativo (-), nas provas mal sucedidas.
PARA AVALIAÇÃO – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
• Progredir, quando os resultados forem positivos, de acordo com o teste.
• Parar, quando os resultados forem negativos, de acordo com o teste.
Passaremos agora ao teste do último fator de avaliação, a organização tempo-
ral. Vamos conhecê-lo?
40
2.2.3 Organização Temporal
2.2.3.1 De 2 a 5 anos – Linguagem, estrutura temporal da frase
2 anos
Nesse exercício, são usadas frases de duas palavras e observa-se a linguagem 
espontânea. A prova pode ser considerada bem-sucedida se a criança conseguir juntar 
ao menos duas palavras, com sentido. As frases a seguir exemplificam situações distintas:
– “Mamãe não está”, “está fora...”, são consideradas certas.
– Pelo contrário, “NENÉM BOBO”, não tem valor.
Resultado: basta um só acerto. Dá-se por bem resolvida a prova quando a criança 
consegue repetir ao menos uma das frases sem erro, para as fases de três, quatro e cinco anos.
3 anos 
Repetir uma frase de seis a sete sílabas. O examinador deve dizer:
– “Você sabe dizer mamãe?” 
Diz agora:
“GATINHO PEQUENO”. 
O examinador deve fazer a criança repetir então:
a) “Eu tenho um cachorrinho pequeno”.
b) “O cachorro pega o gato”.
c) “No verão faz calor.”
4 anos
O examinador fala para a criança: “Você vai repetir”. Na sequência, ele diz frases como:
a) “Vamos comprar pastéis para mamãe”.
b) “O João gosta de jogar bola”.
41
Se acriança não falar, o examinador deve animá-la outra vez, dizendo-lhe: 
“vamos, diga”. 
5 anos
Para a criança lembrar as frases, o examinador diz: “Bom, vamos continuar, 
você vai repetir”.
a) “João vai fazer um castelo de areia”.
b) “Luís se diverte jogando futebol com seu irmão”.
2.2.3.2 De 6 a 11 anos – Estruturas Temporais / Ritmo
Etapa 1 - Estrutura espaço-temporal (reprodução de som)
A criança reproduzirá, por meio de golpes, 20 estruturas temporais, de acordo 
com o quadro a seguir.
Materiais: carteira escolar, cartões com as estruturas temporais e dois lápis.
ENSAIO 1 00 ENSAIO 2 0 0
CARTÃO N°.1 000 CARTÃO N°.11 0 0000
CARTÃO N°.2 00 00 CARTÃO N°.12 00000
CARTÃO N°.3 0 00 CARTÃO N°.13 00 0 00
CARTÃO N°.4 0 0 0 CARTÃO N°.14 0000 00
CARTÃO N°.5 0000 CARTÃO N°.15 0 0 0 00
CARTÃO N°.6 0 000 CARTÃO N°.16 00 000 0
CARTÃO N°.7 00 0 0 CARTÃO N°.17 0 0000 00
CARTÃO N°.8 00 00 00 CARTÃO N°.18 00 0 0 00
CARTÃO N°.9 00 000 CARTÃO N°.19 000 0 00 0
CARTÃO N°.10 0 0 0 0 CARTÃO N°.20 0 0 000 00
Antes de prosseguir, por favor, preste atenção na forma de execução do exercício por meio 
da explicação a seguir:
O examinador e a criança devem ficar sentados frente a frente, segurando um lápis na po-
sição vertical. O examinador deve dizer à criança:
 “Você irá escutar diferentes sons, e com o lápis irá repeti-los. Escute com atenção”.
• Tempo curto: em torno de 1/4 de segundo (00), dado com o lápis sobre a mesa.
• Tempo longo: em torno de 1 segundo (0 0 0), dado com o lápis sobre a mesa.
Parada obrigatória
42
Agora confira o passo a passo do exercício:
● Ensaio: o examinador dará golpes (batidas sonoras com o lápis na mesa) da 
primeira estrutura e a criança repetirá o som. Se a criança falhar na estrutura, realiza-se 
uma nova demonstração. O examinador golpeia outra estrutura e a criança continuará 
repetindo. Após o ensaio correto, os testes podem começar.
● Teste: os movimentos (golpes com um lápis) não poderão ser vistos pela 
criança. Parar definitivamente quando ela cometer três erros consecutivos. Esses períodos 
de tempo são difíceis de verificar, o que realmente importa é que a sucessão seja correta.
● Tentativas: parar quando a criança falhar três estruturas sucessivas.
● Erros: quando o examinador repetir mais de uma vez as estruturas tempo-
rais; a criança não diferenciar tempo curto de tempo longo; passar para a etapa 2 sem 
alcançar a pontuação mínima na etapa 1.
Etapa 2 - Simbolização (desenho) de estruturas espaciais
A criança desenhará as estruturas espaciais, num total de 10, de acordo com o 
quadro a seguir.
As estruturas podem ser representadas com círculos (diâmetro de três cm.) 
colados em um cartão e o examinador deve dizer: “Agora você irá desenhar círculos, aqui 
você tem um papel e um lápis, de acordo com as figuras que irei mostrar”.
● Ensaio: o examinador apresentará a primeira estrutura (movimento rápido 
com o cartão - 1 a 2 segundos) e a criança desenhará no papel a representação mental. 
Se a criança falhar no desenho, realiza-se uma nova demonstração. Assim, o examinador 
mostrará o próximo cartão e a criança continuará desenhando. Após o ensaio correto, os 
testes podem ser iniciados.
● Teste: apresenta-se a primeira estrutura do teste, dando-lhe uma explicação 
se for necessário: “Muito bem, vejo que já entendeu o exercício e agora você irá prestar 
Materiais: carteira escolar, cartões com as estruturas temporais, folha em branco e lápis.
ENSAIO 1 00 ENSAIO 2 0 0
CARTÃO N°.1 0 00 CARTÃO N°.6 0 0 0 
CARTÃO N°.2 00 00 CARTÃO N°.7 00 0 00
CARTÃO N°.3 000 0 CARTÃO N°.8 0 00 0
CARTÃO N°.4 0 000 CARTÃO N°.9 0 0 00
CARTÃO N°.5 000 00 CARTÃO N°.10 00 00 0
43
bastante atenção nas figuras que irei mostrar e as desenhará o mais rápido possível neste 
papel”. A criança quase sempre e espontaneamente desenha já um círculo.
● Tentativas: parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas.
● Erros: não parar a prova quando a criança falhar duas estruturas sucessivas; 
o examinador ficar muito tempo com o cartão na mão (mais de 2 segundos) para mostrar 
as estruturas para a criança.
Etapa 3 - Simbolização de estruturas temporais
 A criança reproduzirá, por meio de golpes, as estruturas representadas nos 
cartões, num total de cinco, de acordo com o quadro a seguir.
 ● Teste: as estruturas simbolizadas serão representadas exatamente da mes-
ma maneira que as estruturas espaciais (círculos colados sobre o cartão). O examinador 
apresenta outra vez os círculos no cartão e em vez da criança desenhá-los, ela dará pe-
quenos golpes com o lápis.
● Tentativas: parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas.
● Erros: não parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas; o exa-
minador repetir mais de uma vez os cartões; a criança não diferenciar tempo curto de 
tempo longo.
Etapa 4 – Transcrição das estruturas temporais (ditado)
Na última etapa, a criança irá transcrever as estruturas temporais no papel, num 
total de cinco, de acordo com o quadro a seguir.
Materiais: carteira escolar, cartões com as estruturas temporais e lápis.
ENSAIO 1 00
CARTÃO N°.1 000
CARTÃO N°.2 00 00
CARTÃO N°.3 000 0
CARTÃO N°.4 0 0 0
CARTÃO N°.5 00 00 00
Materiais: carteira escolar, cartões com as estruturas temporais, papel e lápis.
ENSAIO 1 00
CARTÃO N°.1 0 00
CARTÃO N°.2 000 0
CARTÃO N°.3 00 000
CARTÃO N°.4 0 0 00
CARTÃO N°.5 00 0 0 
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Ao final do exercício, o examinador diz: “Para finalizar as provas, eu darei os 
golpes com o lápis e você irá desenhá-los”.
● Ensaio: o examinador dará golpes (batidas sonoras com o lápis na mesa) da 
primeira estrutura e a criança desenhará no papel. Se a criança falhar na estrutura, realiza-
-se uma nova demonstração. O examinador golpeia outra estrutura e a criança continu-
ará desenhando. Após o ensaio correto, poderá iniciar os testes.
● Teste: as estruturas simbolizadas serão representadas por meio de golpes e 
a criança irá reproduzi-las no papel (transcrição).
● Tentativas: parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas.
● Erros: não parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas; o exami-
nador repetir mais de uma vez os golpes; a criança não diferenciar tempo curto de tempo 
longo.
Resultados
Entende-se por êxitos as reproduções e transcrições claramente estruturadas. 
Concedemos um ponto por um golpe ou desenho bem resolvido e totalizamos os pontos 
obtidos nos diversos aspectos da prova. Em todos os casos convém anotar:
• mão utilizada;
• sentido das circunferências;
• compreensão do simbolismo (com ou sem explicação);
• conduta da criança durante os testes: atenção, concentração, ansiedade, 
hiperatividade, etc.
Pontuação
Idade Pontos
6 anos 6 – 13 acertos
7 anos 14 – 18 acertos
8 anos 19 – 23 acertos
9 anos 24 – 26 acertos
10 anos 27 – 31 acertos
11 anos 32 – 40 acertos
45
2.3 Lateralidade
● Lateralidade das mãos
1. Lançar uma bola
2. Utilizar um objeto (tesoura, pente, escova de dente, etc.).
3. Escrever, pintar, desenhar, etc.
A criança está na posição em pé, sem nenhum objeto ao alcance de sua mão. 
O examinador deve dizer: “Você irá demonstrar como realiza tal movimento”.
● Lateralidade dos olhos
Materiais:
 • Cartão furado: cartão de 15 x 25cm com um furo no centro de 0,5cm de diâ-
metro. 
 • Telescópio: tubo longo de cartão.
Para o primeiro material, o cartão furado, o examinador deve dizer: “Fixa bem 
neste cartão, tem um furo e eu olho por ele”. O examinador deve demonstrar essa ação 
da seguinte forma: o cartão sustentado pelo braço estendido vai aproximando-se lenta-
mente do rosto. Depois ele diz à criança: “Faça você o mesmo”.
Já para o segundo material, o telescópio, o examinador diz: “Você sabe para 
que serve um telescópio?”. Ele mesmo responde e explica: “Serve para visualizar um ob-
jeto”. Na sequência, faz a demonstração e complementa: “Toma, olha você mesmo...”.
A partir desse exercício, o examinador deve anotar na folha de teste qual a 
prevalência lateral da criança, o uso da mão direita ou esquerda, ou as duas.
Passaremos agora ao testeBPM de Fonseca.
Para conhecê-lo, solicitamos que acesse http://drb-assessoria.com.br/bateriapsicomoto-
ra2.pdf. Nesse endereço há todo teste BPM e sua exemplificação.
Saiba mais
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Resumo
Neste capítulo, apresentamos a aplicabilidade do teste EDM (Escala de Desen-
volvimento Motor) de Rosa Neto e BPM (Bateria Psicomotora) de Fonseca. Os exercícios 
dos testes nos mostram a viabilidade de identificação de dificuldades no que tange ao 
desenvolvimento motor de crianças.
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doc>. Acesso em: 08 dez. 2013.
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Phorte: São Paulo, 2009.
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REZENDE, J. C. G. et al. Bateria psicomotora de Fonseca: uma análise 
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