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ENEM - Linguagens

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Vestibular Cidadão – Gramática – Prof. Reginaldo Rodrigues 
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 
 
Aula 01 – Linguagens 
 
A prova do ENEM é construída a partir da matriz de 
referência, composta por habilidades e referências. 
Segundo os professores William Cereja e Ciley Cleto: 
 
 
A competência pode ser traduzida como uma espécie 
de “saber fazer”, isto é, saber lidar com as diferentes 
situações e os problemas que se colocam diante de 
nós no dia a dia. 
As habilidades estão relacionadas com o “como 
fazer”, isto é, como o indivíduo mobiliza recursos, 
toma decisões, adota estratégias ou procedimentos e 
realiza ações concretas para resolver os problemas. 
 
 
Dica: procure no portal do INEP a matriz de 
referências do ENEM. 
 
A prova de linguagens é constituída por 45 questões, 
que abordam 9 competências e 30 habilidades. 
Abaixo, faremos um resumo das 9 habilidades 
abordadas pela prova: 
 
Competência 1 – Comunicação 
 
• Compreender que os códigos usados para a 
comunicação são construções humanas 
aceitas socialmente; 
• Entender que há vários tipos de códigos, além 
do texto escrito, utilizados para a comunicação, 
como a linguagem verbal, visual e sonora; 
• Compreender que cada tipo de linguagem tem 
um uso social e contexto específico. 
• Como é cobrada: questões relacionando 
linguagem escrita com a visual, sobretudo em 
propagandas impressas em que é necessário 
relacionar imagem e texto para entender a 
mensagem. 
 
Competência 2 – Língua estrangeira 
 
Competência 3 - Linguagem corporal 
 
• Compreender a prática física como meio de 
melhorar a sua qualidade de vida e a saúde 
pública da sociedade; 
• Valorizar a saúde e não a estética; 
• Compreender que os modelos de beleza são 
construções culturais, principalmente da mídia 
e que mudam em diferentes épocas, ocorrendo 
uma reflexão em cima disso; 
• Questões relacionadas às formas de 
manifestação corporal da sociedade, como 
danças típicas e alguns esportes; 
• Exemplo: Capoeira: patrimônio cultural 
imaterial do Brasil. 
 
Competência 4 - Arte expressando ideias e 
emoções 
 
• Você deverá associar a produção artística com 
o momento que passa cada sociedade; 
• O momento, seja ele histórico, social, político 
ou econômico, influencia essa produção 
artística e vice-versa, sendo a arte um elemento 
de geração de significados aos grupos sociais; 
• Importante: assumir a postura de respeitar e 
valorizar a diversidade cultural entre os povos e 
suas expressões artísticas; 
• Como expressão corporal está na 
competência 3 e literatura na 5, aqui ficam, 
principalmente, as questões da prova 
relacionadas às artes plásticas e ao teatro. 
 
Competência 5 – Literatura 
 
• Movimentos literários; 
• Questões em que você deverá relacionar o 
texto com os contextos históricos, políticos, 
sociais, culturais e econômicos, já que o autor 
de qualquer obra literária está inserido em um 
contexto específico e isso influencia 
diretamente na sua produção artística; 
• Questões que trabalham a intertextualidade, 
cobrando semelhanças, diferenças ou 
influências entre os textos destacados. 
 
Competência 6 – O texto, seu contexto e sua 
função 
 
• Serão cobrados dois eixos centrais: 
• Compreender que todo texto tem seu 
contexto; 
• Entender que todo texto tem sua função. 
• Entender as funções de um texto (narrativa, 
expositiva e persuasiva) e suas respectivas 
características, pois isso diz muito sobre a 
intenção do autor com seu interlocutor; 
• É comum em questões que possuem 
quadrinhos e charges. 
 
Competência 7 – Opiniões e pontos de vista 
 
• Cobra a capacidade de compreender os 
objetivos dos textos (verbais ou não-verbais) 
das pessoas com quem nos relacionamos; 
• Na sociedade existem vários interesses e 
várias estratégias usadas para estabelecer 
comunicação (intimidação, sedução, comoção, 
chantagem etc.) e diferentes métodos podem 
ser utilizados para criar ou mudar 
comportamentos ou hábitos de quem recebe 
essa mensagem. 
 
Competência 8 – Diversidade Linguística 
 
• A prova exigirá que o aluno respeite todo o tipo 
de diversidade linguística que possa ser 
cobrada, sejam elas regionais, sociais e de 
idade do uso da língua sempre: 
• posicionando-se contra o preconceito 
 
Vestibular Cidadão – Gramática – Prof. Reginaldo Rodrigues 
linguístico; 
• sem negar a necessidade de que se 
conheça, e em alguns momentos utilize, a 
forma culta da língua; 
• Compreender as diferenças entre a linguagem 
formal, informal e seus contextos de uso; 
• Questões ligadas à compreensão da 
importância do patrimônio linguístico para a 
constituição e preservação da memória e da 
identidade nacional. 
 
Competência 9 – Tecnologias da Informação 
(TICs) 
 
• Relacionada às múltiplas tecnologias de 
comunicação que possibilitam a distribuição do 
conhecimento e a democratização do acesso à 
informação; 
• Questões que trazem a internet e suas 
ferramentas (como o Google e demais formas 
de busca, as redes sociais, blogs, chats, sms, 
entre outros) serão os temas principais, apesar 
de poderem aparecer velhas tecnologias de 
informação, como máquinas de datilografia, por 
exemplo; 
• Será preciso entender o impacto dessas 
tecnologias na vida das pessoas no passado, 
hoje e também os possíveis impactos no futuro. 
 
Para facilitar o ensino e o estudo da gramática, ela foi 
dividida em partes. São elas: 
 
• Fonologia – Estuda os fonemas da língua, 
suas possibilidades de combinação em sílabas 
e a relação que eles mantêm com as letras na 
escrita alfabética. 
• Ortografia – Estuda a forma correta da grafia 
das palavras de uma língua. 
• Morfologia – Estuda as classes de palavras, 
suas flexões e processos de formação. 
• Sintaxe – Estuda as funções e as relações das 
palavras nas sentenças da língua. 
• Semântica – Estuda o significado das palavras, 
as relações de sentido que entre elas se 
estabelecem e sua organização em um léxico. 
• Estilística - Estuda a língua na sua função 
expressiva, analisando o uso dos processos 
fônicos, sintáticos e de criação de significados 
que individualizam estilos. 
 
Nesta primeira aula, será abordada uma parte 
introdutória ao estudo da gramática normativa. Alguns 
conceitos básicos sobre a língua: 
 
• Os interlocutores são os participantes de um 
diálogo. 
• A língua é um sistema de representação 
socialmente construído, constituído por signos 
linguísticos. 
• A linguagem é uma atividade humana e é 
sempre utilizada em situações de interlocução. 
Pressupõe, portanto, a existência de 
interlocutores. Por meio da linguagem 
elaboramos representações acerca do mundo 
em que vivemos, organizamos e damos forma 
às nossas experiências. Nas representações 
que constrói, a linguagem traz marcas de 
aspectos históricos, sociais e ideológicos de 
uma determinada cultura. 
 
• O signo linguístico é uma unidade de 
significação que possui dupla face: 
• o significante (o suporte para uma ideia, 
isto é, a sequencia de sons que se 
combinam para formar palavras); 
• o significado (a própria ideia ou 
conteúdo intelectual). 
 
 
A língua se desenvolve em vários níveis de linguagem. 
São eles: 
 
• A norma-padrão é o conjunto de regras, 
pautadas em autores consagrados, que 
impõe uma unidade à língua escrita. É a 
norma de grande prestígio social e o seu 
domínio é exigido em algumas situações do 
cotidiano. Neste nível de linguagem, temos a 
observação de todas as regras gramaticais. 
• No nível (registro) formal da língua, temos o 
emprego das estruturas da língua de forma 
mais cuidada e convencional. Ele aparece em 
situações que exigem maior formalidade, 
sempre tendo em conta o contexto e o 
interlocutor. É caracterizado pela 
conformidade ao conjunto de regras da 
gramática normativa. 
• No nível (registro) informal da língua, temos 
o emprego das estruturas da língua de forma 
espontânea e funcional. Ele aparece em 
contextos informais, íntimos e familiares, que 
permitem maior liberdade de expressão.Esse 
registro mais informal também é encontrado 
em propagandas, programas de televisão ou 
de rádio, etc. 
 
Em consequência da complexidade que envolve a 
enunciação, ou seja, o ato comunicativo efetivo, os 
conceitos de certo ou errado tornam-se superficiais. É 
necessário considerar um novo conceito: a 
adequação. Um enunciado pode ser considerado 
adequado quando é apropriado aos elementos 
presentes no processo de comunicação, atendendo 
às necessidades dos falantes. 
Entende-se que o uso que cada indivíduo faz da língua 
 
Vestibular Cidadão – Gramática – Prof. Reginaldo Rodrigues 
depende de várias circunstâncias: do que vai ser 
falado (assunto), do meio utilizado (canal), do contexto 
(ambiente espaço-temporal), do objetivo e do nível 
sociocultural de quem fala e, importantíssimo, de 
quem é o locutário (ou seja, para qual pessoa se está 
falando). Isso significa que a linguagem do texto deve 
estar adequada à situação, ao interlocutor e à 
intencionalidade do falante. 
 
A língua portuguesa é diversa e se manifesta de várias 
formas. Antes de demonstrar as variedades das 
línguas se faz necessário explicitar três conceitos: 
 
• Variedade linguística é cada um dos 
sistemas em que uma língua se diversifica, 
em função das possibilidades de variações de 
seus elementos (vocabulário, pronúncia, 
morfologia e sintaxe). 
• Normas urbanas de prestígio são as 
variedades que, em um país com a 
diversidade linguística do Brasil, gozam de 
maior prestígio político, social e cultural. São 
utilizadas em contextos formais de fala e de 
escrita. 
• Preconceito linguístico é o julgamento 
negativo que é feito pelos falantes em função 
da variedade linguística que os outros 
utilizam. 
 
Temos 5 tipos de variedades da língua portuguesa: 
 
• A variação diacrônica (histórica) é a variação 
relacionada com o tempo. Representa as 
várias formas de dizer a mesma coisa em 
diferentes épocas e com recursos linguísticos 
diferentes. Ex. pharmácia (farmácia), augua 
(água). 
• A variação diatópica (geográfica) é a 
variação relacionada ao lugar. Está ligada à 
regionalização e à linguagem do campo e da 
cidade. Ex. mió (melhor), capitar (capital), 
macaxeira (aipim, mandioca). 
• A variação diastrática (social) é a variação 
relacionada ao grupos sociais e ao nível de 
escolarização dos falantes. 
• Gíria é uma forma de linguagem 
baseada em um vocabulário 
especialmente criado por determinados 
grupos sociais de jovens (skatistas, 
surfistas...). Ex. beleza (tudo bem), 
stalkear (perseguir na internet). 
• Jargão está relacionado ao uso 
específico da linguagem associado a 
um grupo profissional (advogados, 
engenheiros...). Ex. peticionar, laje em 
balanço. 
• A variação diafásica (estilística) é a variação 
relacionada à situacionalidade discursiva e ao 
contexto linguístico. Ex. linguagem formal no 
contexto do trabalho e informal para 
conversas entre amigos. 
• A variação diamésica (meio) é a variação 
relacionada ao meio ou veículo em que o texto 
circula. Ex. Conversas no whatsapp (informal, 
abreviada) e no email (formal). 
 
A enunciação, como processo comunicativo, é uma 
complexa interação de diversos elementos que levam 
à formulação de um determinado enunciado. Os 
elementos necessários para que haja comunicação 
são: 
 
• Locutor (emissor ou remetente) – aquele que 
diz algo a alguém; 
• Locutário (receptor ou destinatário) – aquele 
a quem o texto do locutor se dirige; 
• Mensagem – o texto produzido pelo locutor; 
• Código – a língua, o conjunto de sinais 
estabelecidos por convenção e que permite 
compreender a estrutura da mensagem; 
• Canal (contato) – o meio físico que conduz a 
mensagem (som, ar, papel, telefone); 
• Referente (contexto) – o contexto, o assunto, 
os objetos aos quais se refere a mensagem. 
 
Dependendo da intenção do falante, de suas escolhas 
e combinações e dos elementos da comunicação 
sobre os quais centra-se a mensagem, é possível 
reconhecer diferentes funções da linguagem. Cada 
função foca em um elemento da comunicação. 
 
Antes de começarmos a examinar as funções da 
linguagem, precisamos fazer duas ressalvas: 
• As funções não aparecem isoladamente nos 
textos. Várias (às vezes todas) podem estar 
presentes, mas uma delas sobressai ou 
predomina em relação às outras. 
• Para alcançar o objetivo que almejam em 
cada ato comunicativo, as pessoas escolhem 
e combinam as palavras de um jeito 
específico. Desse modo, sempre podemos 
identificar marcas linguísticas das funções da 
linguagem nos textos. 
 
• A função emotiva, ou expressiva, ocorre nos 
textos que têm como foco o próprio locutor 
(emissor) e, como objetivo principal, 
expressar emoções, sentimentos, estados de 
espírito. Entre as marcas características da 
função emotiva está o uso: da 1ª pessoa do 
singular; de interjeições; e de sinais de 
pontuação que conferem subjetividade ao 
texto, como reticências e ponto de 
exclamação. 
• A função conativa, ou apelativa, ocorre nos 
textos que têm como foco o destinatário 
(receptor) e, como objetivo principal, 
convencer o interlocutor. Entre as marcas 
características da função conativa está o uso: 
dos verbos no modo imperativo; de pronomes 
da 2ª e da 3ª pessoa do discurso; de recursos 
sonoros; e de vocativos. 
• A função poética ocorre nos textos que têm 
como foco a mensagem e seu processo de 
elaboração. Nesse caso, o destaque dado à 
mensagem determina as escolhas feitas na 
 
Vestibular Cidadão – Gramática – Prof. Reginaldo Rodrigues 
construção do texto, tais como exploração de 
recursos sonoros, combinações lexicais, 
formato, tipos de letra, imagens, etc. Entre as 
marcas características da função poética está 
o uso: da disposição das letras e das palavras 
(menos ou mais espaçadas, de cabeça para 
baixo, maiúsculas, minúsculas, etc.); de 
rimas; da sonoridade aliada ao sentido de 
palavras; e a criação de novos termos. 
• A função metalinguística ocorre nos textos 
que têm como foco o próprio código e, como 
objetivo, explicá-lo por meio dele mesmo. 
Nesse caso, o código determina as escolhas 
feitas na construção do texto. Essa função 
ocorre, por exemplo, em um poema que trata 
da criação poética, em uma canção que se 
refere ao tema musical, em uma tirinha que se 
refere a quadrinhos, em um filme que trata do 
processo de produção de um filme. 
• A função fática ocorre nos textos que têm 
como foco o canal e, como objetivo, 
estabelecer ou dar continuidade à 
comunicação. Esse texto brinca com uma 
situação comum no dia a dia: o teste do canal 
comunicativo quando ainda não está 
estabelecido o assunto de uma conversa. 
Nessa situação, os interlocutores costumam 
se empenhar em manter o canal comunicativo 
aberto, por meio do uso de palavras e 
expressões que, embora não se refiram a 
nenhum assunto (Oi, Tudo bem?, Sim e 
você̂?, Que bom, Então, é...), cumprem a 
função de não deixar a conversa acabar. 
• A função referencial ocorre nos textos que 
têm como foco o referente, isto é, aquilo de 
que se fala, e cujo objetivo principal é 
informar. Entre as marcas características da 
função referencial está: o emprego da 3ª 
pessoa do discurso; a apresentação de dados 
quantificáveis; e o emprego de vocabulário 
objetivo, sem palavras que denotem juízo de 
valor. 
 
Referências bibliográficas 
 
CEREJA, William R. e MAGALHÃES, Thereza C. 
Gramática Reflexiva – texto, semântica e interação. 
São Paulo: Atual, 4. ed, 2013. 
NICOLA, José de. Língua, literatura e produção de 
textos. São Paulo: Scipione, v. 1, 2 e 3, 2009 
ORMUNDO, Wilton; SINISCALCHI, Cristiane - Se liga 
na Língua, Literatura, Produção de texto, Linguagem 
Ensino Médio, v.1, 2 e 3, 2016 
ABAURRE, Maria Luiza; ABAURRE, Maria Bernadete; 
PONTARA, Marcela. Português: Contexto, 
interlocução e sentido. 2 ed., v. 1, 2 e 3, São Paulo: 
Moderna, 2013 
 
 
 
 
 
 
Questão 01 
Casinha da serra 
 
Triste sorte de um homem coitado, quando é 
destinado ao rumo do nada 
Só encontra amarguras na vida, estrada comprida de 
espinhostraçada 
Pelo mundo eu vaguei sem destino, desprezei a 
casinha da serra 
Por amar uma ingrata fingida, perdi a mãe querida e 
os prazeres desta terra 
 
Ao sofrer essa cruel traição, minha triste intenção era 
ir pra não voltar 
Minha pobre velhinha chorava, ajoelhada implorava 
para mim ficar 
Mas o ódio roubou minha calma, com a alma ferida 
fui embora 
Fui cumprir meu destino perverso, mãezinha hoje 
peço perdão à senhora 
 
PARDINHO. Casinha da serra. In: Tião Carreiro ardinho. Casinha da serra. 
LP. 1963. [Fragmento] 
 
Letras de músicas normalmente são compostas por 
uma linguagem mais próxima da modalidade falada da 
língua. No texto em questão, um de seus aspectos 
estruturais que o qualificam como exemplar da 
linguagem informal é o(a) 
 
a) ausência de conectivos para dificultar a 
compreensão da sequência narrativa. 
b) emprego de vocabulário regional para restringir o 
texto a um público-alvo específico. 
c) ocorrência de pronome de natureza complementar 
para indicar agente de ação verbal. 
d) presença de frases ininteligíveis para leitores de 
nível instrucional elevado. 
e) recorrência do emprego de adjetivos para criar 
comoção nos ouvintes e leitores. 
 
Questão 02 
 
De fato, adultos manifestam, em relação à linguagem 
infantil, duas atitudes básicas: 
1. uma é a chamada baby talk, que consiste 
basicamente numa linguagem pseudoinfantil (que vai 
do “au-au” a “sotaques” que podem ser representados 
por “axim” e “mamãeginha”), provavelmente inócua; 
2. a outra é a da correção pura: a criança diz “fazi” e a 
mãe lhe diz “fiz” – com muitos etecéteras. Pois é esta 
segunda metodologia de ensino que merece toda 
defesa e deve ser seguida na escola. O aluno erra, o 
professor corrige: simples assim. 
Eventualmente, se explica, e assim se podem ir 
introduzindo, “ao natural”, conceitos de gramática 
explícita: é “nós vamos” não “nós vai”, porque o verbo 
concorda com o sujeito (se os alunos perguntarem o 
que é isso, pode-se responder que logo aprenderão; 
se insistirem, as noções podem ser introduzidas; o que 
é inócuo é que a “gramática” seja uma lista de 
conceitos que vão sendo “explicados” sem que façam 
sentido). 
 
Vestibular Cidadão – Gramática – Prof. Reginaldo Rodrigues 
POSSENTI, S. O cochilo da gramática. Disponível em: 
<http://www.revistaeducacao.com.br>. Acesso em: 04 abr. 2017. 
[Fragmento] 
 
No texto do linguista Sírio Possenti, a respeito do 
ensino da Língua Portuguesa, é defendida a tese de 
que 
 
a) o ensino teórico e sistemático da língua deve ser 
abolido no Ensino Fundamental. 
b) a correção dos erros linguísticos de uma criança 
deve ser constante e aleatória. 
c) a combinação entre a dificuldade e a correção 
deve acontecer espontaneamente. 
d) os erros devem ser aceitos em todas as situações 
para conferir autenticidade à fala. 
e) as estratégias usadas devem ser diferentes 
daquelas do ensino de qualquer língua materna. 
 
Questão 03 
 
 
ORLANDELI. Disponível em: <http://www.orlandeli.com.br/>. Acesso em: 13 
nov. 2018. 
 
Em 2010, a assinatura de um Novo Acordo Ortográfico 
entre os países falantes de Língua Portuguesa visava 
promover este idioma no mundo e facilitar a 
comunicação entre os falantes de português de 
diversos países. Nesse contexto, essa história em 
quadrinhos defende a ideia de que 
 
a) as regras ortográficas unificadas devem ser 
impostas arbitrariamente aos falantes. 
b) a língua possui outras variáveis impossíveis de 
serem unificadas em um acordo. 
c) os falantes podem rejeitar a completa assimilação 
das novas regras ortográficas. 
d) a padronização da língua tem efeitos nobres nas 
áreas editoriais e publicitárias. 
e) o acordo padronizará inevitavelmente o 
vocabulário entre os grupos de nativos. 
 
Questão 04 
Umas Escritas 
 
O português popular escrito, de Edith Pimentel 
Pinto (São Paulo: Contexto, 1990), é um volume 
precioso. Deveria fazer parte da bibliografia dos 
cursos de Letras, Pedagogia e Jornalismo, pelo 
menos. 
Estudantes de Letras teriam à disposição uma 
bela amostra das principais características da escrita, 
tanto do ponto de vista textual quanto ortográfico, 
quando exercida por pessoas não muito 
escolarizadas. Escrever é sempre um pouco solene, 
e, portanto, nunca se trata de descuido – como muitos 
poderiam pensar. 
Quando se encontram grafias como “curuja” ou 
“minino”, a pronúncia dessas vogais nessas posições 
explica o fato. É um erro de escrita, evidentemente, 
mas tem explicação. E está longe da burrice. O 
mesmo vale para “maudade” (sem contar que a dúvida 
entre “mal” e “mau” pode continuar pela vida afora). 
Esses erros revelam aspectos da língua falada e 
hipóteses sobre como lidar com casos em que a 
relação entre fala e escrita é menos transparente 
(ninguém erra “baba” ou “data”). 
 
POSSENTI, S. Ciência Hoje. 03 fev. 2017. [Fragmento] 
 
No texto, a estratégia do autor para apresentar sua 
tese se baseia na 
 
a) descrição das particularidades regionais refletidas 
na grafia. 
b) prescrição de práticas para melhor educar falantes 
do idioma. 
c) correção dos equívocos mais recorrentes na língua 
coloquial. 
d) desconstrução do senso comum acerca do erro de 
ortografia. 
e) justificativa dos erros ortográficos oriundos da 
baixa escolaridade. 
 
Questão 05 
 
 
No texto anterior, por suas características, predomina 
a função da linguagem 
 
a) emotiva, pois as personagens utilizam a 
conotação para construir suas falas. 
b) fática, pois o foco da mensagem está naquilo 
que se diz, e não em como é dito. 
 
Vestibular Cidadão – Gramática – Prof. Reginaldo Rodrigues 
c) metalinguística, pois os elementos verbo-
visuais referenciam o próprio gênero tirinha. 
d) poética, pois há o emprego de linguagem 
predominantemente rítmica, métrica e 
figurada. 
e) referencial, pois o foco do texto se concentra 
nas informações transmitidas pelas 
personagens. 
 
Questão 06 
 
O Ministério da Saúde confirmou a presença de zika 
vírus em duas gestantes da Paraíba que estão com 
bebês no útero já diagnosticados com microcefalia. 
Essa foi a primeira confirmação no mundo da relação 
entre o vírus e o problema que atinge o Nordeste – até 
ontem já foram registrados 399 casos. Na última 
quarta-feira (11), o Ministério da Saúde decretou 
emergência em saúde pública de importância 
nacional, devido ao aumento de casos na região. 
 
MADEIRO, Carlos. Pela primeira vez no mundo, zika vírus é relacionado à 
microcefalia em bebê. Uol, Maceió, 17 nov. 2015. Disponível em: 
<http://noticias.uol.com.br>. Acesso em: 27 dez. 2015. 
 
A notícia é um gênero textual em que predomina a 
função referencial da linguagem. No texto, essa 
predominância evidencia-se pelo(a): 
 
a) utilização de expressões que servem apenas 
para testar o canal de comunicação. 
b) b) emprego de expressões capazes de 
comunicar as angústias e anseios do emissor. 
c) c) construção de questionamentos sobre a 
manipulação do código linguístico. 
d) d) recorrência de verbos no modo imperativo 
para convencer o leitor. 
e) e) uso da imparcialidade para garantir a 
objetividade da informação. 
 
Questão 07 
 
Rompe o poeta com a primeira impaciência 
querendo declarar-se e temendo perder por 
ousado 
 
Anjo no nome. Angélica na cara, 
Isso é ser flor e anjo juntamente, 
Ser Angélica flor e anjo florente, 
Em quem, senão em vós se uniformara? 
Quem veria uma flor, que a não cortara 
De verde pé, de rama florescente? 
E quem um Anjo vira tão luzente, 
Que por seu Deus, o não idolatrara? 
Se como Anjo sois dos meus altares, 
Fôreis o meu custódio, e minha guarda, 
Livrara eu de diabólicos azares. 
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda, 
Posto que Anjos nunca dão pesares, 
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. 
 
MATOS, Gregório de. Antologia poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967. 
 
No poema exposto de Gregório de Matos, predomina 
a função da linguagem: 
a) fática, pois o autor procura testar o canal d 
comunicação. 
b) apelativa,porque há um forte caráter 
persuasivo na mensagem. 
c) poética, pois chama a atenção para a 
elaboração estética do texto. 
d) referencial, pois há ênfase nas informações 
apresentadas acerca da realidade. 
e) metalinguística, já que a mensagem está 
centrada no próprio código linguístico do 
poeta. 
 
Questão 08 
 
 
 
Funções da linguagem são recursos de ênfase que 
atuam segundo a intenção do produtor da mensagem, 
cada qual abordando um diferente elemento da 
comunicação. De acordo com a ideia acerca das 
funções da linguagem e com o foco expresso por cada 
uma, nota-se que o elemento do processo 
comunicativo em evidência, na mensagem transmitida 
pelo anúncio, é: 
 
a) a língua. 
b) o emissor. 
c) o assunto. 
d) o receptor. 
e) a mensagem.

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