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Operações contábeis - Parte II Prof. José Américo Pereira Antunes Descrição Apresentação de tratamento contábil aplicável às operações mercantis, bem como aqueles dedicados a eventos econômicos diversos. Propósito Apresentar a tradução contábil para os principais eventos econômicos praticados pelas entidades, avançando para o tratamento contábil de eventos econômicos diversos. Preparação Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos: papel, caneta e uma calculadora científica, ou use a calculadora de seu celular/computador. Objetivos Módulo 1 Operações mercantis Identificar o tratamento contábil aplicável às operações mercantis. Módulo 2 Lançamentos contábeis especí�cos Identificar o tratamento contábil aplicável a lançamentos contábeis específicos. Introdução Vamos analisar aqui o tratamento contábil aplicável às operações mercantis, envolvendo os métodos de controle de estoques e o cálculo do custo da mercadoria vendida e do resultado com mercadorias. Na sequência, estudaremos lançamentos contábeis dedicados a eventos econômicos diversos, tais como: adiantamentos, ganhos e perdas na alienação de itens do imobilizado e intangíveis, e provisão para devedores duvidosos. 1 - Operações mercantis Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o tratamento contábil aplicável às operações mercantis. O que vamos aprender? O tratamento contábil das operações com mercadorias envolve vários tópicos distintos, tais como: Inventário de estoques. Cálculo do custo da mercadoria vendida. Descontos e abatimentos concedidos e recebidos. Tributos incidentes sobre a produção e venda de mercadorias. Vamos abordar esses tópicos individualmente e conectá-los ao final. Inventário de estoques De maneira geral, as operações com mercadorias são praticadas por empresas comerciais que as adquirem com a finalidade de revendê-las com lucro. O resultado com mercadorias (RCM) é calculado, conforme a seguinte expressão algébrica: Em que: V corresponde às vendas do período. CMV, ao custo da mercadoria vendida. Como as vendas são conhecidas, a variável a ser determinada é o CMV. Para empresas comerciais, é essencial a determinação do custo da mercadoria vendida (CMV), pois é a partir desse valor que a revenda das mercadorias gerará lucro. A depender da frequência de aquisição e revenda dessas mercadorias, assim como da variedade de mercadorias transacionadas, a determinação do CMV pode se tornar algo bastante complexo. E como o CMV pode ser determinado? O CMV observa um conceito de fluxo e sua expressão algébrica é: Em que: Ei é o estoque inicial do período. C corresponde às compras de mercadorias. Ef é o estoque final do período. O estoque inicial do período e as compras são conhecidos. A variável a ser determinada é o estoque final do período. Há duas alternativas para isso: RCM = V − CM V CM V = E i + C − E f Inventário periódico Inventário permanente O inventário periódico é a alternativa escolhida por empresas de menor porte que optam por um controle mais simples, ainda que menos preciso. Ele apura o estoque de mercadorias ao final do período escolhido, por meio de uma contagem física das mercadorias em estoque. Esse estoque final inventariado é mensurado pelo preço de custo ou de mercado, o que for menor. Uma vez determinado o estoque final do período (Ef), o CMV pode ser calculado. Exemplo: Considere uma entidade que apresente os saldos a seguir e observe a determinação do estoque final de mercadorias e do resultado com mercadorias, a partir da utilização da conta mista de mercadorias. Mercadorias em estoque Conta mista de Débitos Créditos Débitos Ei 600 (SI) 600 (1) Ei 600 (1) C 2.600 (2) Ef 1.300 (4) 600* Mercadorias em estoque Conta mista de Tabela: Inventário periódico. José Américo Pereira Antunes. * Saldo da conta mista de mercadorias (SM). ** RCM ‒ conta mista como conta de resultado; o saldo é o RCM. Duplicatas a receber 2.600 (3) Tabela: Inventário periódico. José Américo Pereira Antunes. A conta mista de mercadorias é a contrapartida de todos os lançamentos envolvendo a compra e a venda de produtos. O saldo final, $700,00, corresponde ao RCM, enquanto o lançamento (4) é o resultado do inventário periódico realizado no estoque. Já o inventário permanente é o controle constante do estoque de mercadorias, realizado por meio de controles individuais por tipo de mercadoria. Existem três métodos para realizar o inventário permanente. São eles: PEPS Primeiro a entrar, primeiro a sair; ou FIFO (First-in, first-out). UEPS Último a entrar; primeiro a sair; ou LIFO (Last-in, first-out). Exemplo: Considere as operações com mercadorias e apure o estoque final do período, segundo os três métodos de inventário permanente. Data Operação Quantidade Saldo Inicial (Ei) 100 (1) Compra 100 (2) Venda 50 (3) Venda 60 (4) Compra 100 (5) Venda 40 Tabela: Inventário permanente. José Américo Pereira Antunes. CONTROLE DE ESTOQUES — PEPS Data ENTRADAS Qtde. Preço Unit. ESTOQUE INICIAL (1) 100 60 (2) CMP Custo médio ponderado. CONTROLE DE ESTOQUES — PEPS (3) (4) 100 90 (5) Totais 200 CMV – Custo das mercadorias vendidas Tabela: Método PEPS. José Américo Pereira Antunes. CONTROLE DE ESTOQUES — PEPS Data ENTRADAS Qtde. Preço Unit. ESTOQUE INICIAL (1) 100 60 (2) (3) (4) 100 90 CONTROLE DE ESTOQUES — PEPS (5) Totais 200 CMV – Custo das mercadorias vendidas Tabela: Método UEPS. José Américo Pereira Antunes. CONTROLE DE ESTOQUES — CMP Data ENTRADAS Qtde. Preço Unit. ESTOQUE INICIAL (1) 100 60 (2) (3) (4) 100 90 (5) Totais 200 CMV – Custo das mercadorias vendidas Tabela: Método: Custo médio ponderado. José Américo Pereira Antunes. Método Vendas CMV PEPS 24.600 7.000 UEPS 24.600 10.000 CMP 24.600 8.342 Tabela: Comparação entre os métodos de avaliações de estoques pelo inventário permanente. José Américo Pereira Antunes. A questão de fundo na comparação entre os métodos de avaliação de estoques é o tratamento da inflação. O PEPS prioriza a baixa das mercadorias adquiridas há mais tempo e, possivelmente, a preços mais baixos, superestimando os estoques e subestimando o CMV. O UEPS, ao contrário, prioriza a baixa das mercadorias adquiridas recentemente e, por outro lado, a preços mais altos, subestimando os estoques e superestimando o CMV. A consequência direta dessas escolhas é a maximização do resultado com mercadorias no PEPS e a minimização no UEPS. O método do custo médio ponderado segue um caminho intermediário entre PEPS e UEPS, distribuindo o efeito das variações de preços das mercadorias entre estoques e CMV. Em consequência dos efeitos que os métodos de avaliação de estoques exercem sobre o resultado, e, em consequência, sobre o lucro tributável, a legislação do IR admite que sejam utilizados apenas o PEPS e o custo médio ponderado. Fatos que modi�cam compras e vendas As compras e vendas de mercadorias podem ser afetadas por eventos alheios à vontade dos administradores ou por decisões comerciais consentidas pelos administradores para facilitar a realização da transação. São eles: Fatos que modificam compras: Gastos necessários ao recebimento da mercadoria, como custo de embalagem e desembaraço aduaneiro devem ser adicionados ao valor das compras. Custo do transporte deve ser adicionado ao valor das compras. Tributos não recuperáveis incidentes sobre mercadorias devem ser adicionados ao valor das compras. Devoluções de compras devem ser deduzidas do valor das compras. Descontos incondicionais ou abatimentos obtidos devem ser deduzidos do valor das compras. Fatos que modificam vendas e devem ser deduzidos do valor das vendas: Devoluções de vendas e vendas anuladas. Descontos incondicionais concedidos ou abatimento sobre vendas. Impostos incidentes sobre vendas. Tributos incidentes sobre operações com mercadorias Neste caso, estamos falando de impostos cujo fato gerador deriva da compra ou venda de mercadorias ecujas alíquotas se relacionam ao preço de venda. Os principais tributos são: Tributos Competência IPI ‒ Imposto sobre produtos industrializados Federal PIS ‒ Programa de integração social Federal COFINS ‒ Contribuição para financiamento da seguridade social Federal Tributos Competência ICMS ‒ Imposto sobre circulação de mercadorias1 Estadual Tabela: Tributos. José Américo Pereira Antunes. 1 Também incide sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações. Os impostos podem ser: Cumulativos São aqueles que incidem em cascata ao longo de toda a cadeia de produção e suas alíquotas são calculadas sobre o valor de venda em cada etapa da cadeia de produção. A extinta CPMF é um exemplo. Não cumulativos Também incidem em cascata ao longo de toda a cadeia de produção. Contudo, cada etapa da cadeia de produção é tributada apenas pelo valor agregado e não pelo valor de venda. Dos exemplos apresentados na tabela anterior, IPI e ICMS são impostos não cumulativos, enquanto PIS e COFINS podem assumir ambas as características. A operacionalização contábil dos impostos não cumulativos exige que a tributação incidente sobre a compra seja deduzida da tributação incidente sobre a venda, de forma que a entidade seja tributada apenas pela diferença, equivalente ao valor agregado na etapa de produção. Os exemplos, a seguir, tratam desses casos para o ICMS. Quanto ao IPI, as entidades comerciais são, usualmente, consumidoras finais de produtos industrializados, pois não integram a cadeia de transformação do bem. Para essas entidades, o IPI é tratado como uma despesa sobre vendas pelo valor incidente na aquisição das mercadorias. Exemplo:Considere uma entidade comercial que realiza compra e venda de mercadorias submetidas a uma alíquota de ICMS de 18%. No período de análise, a entidade realiza duas únicas operações: Compra de mercadorias, no valor de $60.000,00. Venda de mercadorias, no valor de $80.000,00. Observe, a seguir, as notas fiscais das operações: Nota fiscal de compra Nota fiscal de ve Preço da mercadoria 60.000 Preço da mercadoria ICMS incluso no preço 10.800 ICMS incluso no preço Tabela: Nota fiscal. José Américo Pereira Antunes. Observe agora os razonetes com os lançamentos relativos à compra (1) e à venda (2 e 3): Compras ICMS a recupera 49.200 (1) 10.800 (1) Tabela: Nota fiscal. José Américo Pereira Antunes. Receita bruta Clientes 80.000 (2) 80.000 (2) Tabela: Nota fiscal. José Américo Pereira Antunes. ICMS s/ vendas ICMS a recolher 14.400(3) Tabela: Nota fiscal. José Américo Pereira Antunes. O passo final é a apuração do ICMS a recolher. Observe o lançamento (4): ICMS a recuperar ICMS a recolher 10.800 (1) 10.800 (4) 10.800 (1) Tabela: Nota fiscal. José Américo Pereira Antunes. O saldo devido de ICMS no período é $3.600,00. Exemplo: A Cia ABC é uma empresa comercial que realiza uma série de operações com mercadorias ao longo de 09/X1. O exemplo apresenta a contabilização desses eventos e a apuração do resultado com mercadorias (todas as operações com mercadorias foram efetuadas a prazo). a) NOTAS FISCAIS VENDAS COMPRAS Valor bruto (-) Desconto incondicional 40.000 (5.000) 20.000 (5.000) Total da nota fiscal 35.000 15.000 ICMS destacado 6.300 2.700 Tabela: Nota fiscal. José Américo Pereira Antunes. a) NOTAS FISCAIS DEVOLUÇÃO DE VENDAS COMPRAS Valor bruto (-) Desconto incondicional 4.000 (500) 2.000 (500) Total da nota fiscal 3.500 1.500 ICMS destacado 630 270 Tabela: Nota fiscal. José Américo Pereira Antunes. c) Abatimentos concedidos após a operação para evitar a devolução das mercadorias: - Abatimentos sobre vendas: $405 - Abatimento sobre compras: $520 d) Fretes sobre compras a pagar em 30 dias: $250 e) Seguro sobre compras a pagar em 30 dias: $180 f) COFINS sobre receita bruta: $915 g) PIS incidentes sobre a receita bruta: $215 h) Estoque inicial de setembro: $4.200 i) Estoque final de setembro: $4.400 Contabilização: Lançamento (a) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 01/09/X1 Diversos a Vendas brutas Clientes Abatimentos sobre vendas (Descontos incondicionais) 40.000 - 35.000 5.000 40.000 Pelo registro das vendas Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (a.1) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 01/09/X1 ICMS sobre vendas a ICMS a recolher 6.300 6.300 Pelo registro do ICMS devido Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (a.2) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 05/09/X1 Diversos a Diversos Compras brutas ICMS a recuperar a Fornecedores 20.000 17.300 2.700 20.000 15.000 5.000 Lançamento (a.2) Débitos Créditos a Abatimentos sobre compras (Descontos incondicionais) Pelo registro das compras Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (b) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 10/09/X1 Devolução de vendas a Diversos a Abatimentos sobre vendas (Descontos incondicionais) a Clientes 4.000 - 4.000 500 3.500 Pela devolução de vendas Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (b.1) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 10/09/X1 ICMS a recuperar a ICMS sobre vendas (Despesa de ICMS) 630 630 Pelo estorno do ICMS sobre vendas Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (b.2) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 10/09/X1 Diversos a Diversos Fornecedores Abatimentos sobre compras (Descontos incondicionais) a Devolução de compras a ICMS a recolher 2.000 - 1.500 500 2.000 1.730 270 Pela devolução de compras e estorno do ICMS Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (c) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 15/09/X1 Abatimentos sobre vendas a Clientes 405 405 Pelo abatimento sobre vendas Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (c.1) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 15/09/X1 Fornecedores 520 520 Lançamento (c.1) Débitos Créditos a Abatimentos sobre Compras Pelo abatimento sobre Compras Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (d) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 15/09/X1 Fretes sobre Compras a Fornecedores 250 250 Pelo frete sobre Compras Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (e) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 15/09/X1 Seguros sobre Compras a Fornecedores 180 180 Pelo seguro sobre Compras Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (f) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 20/09/X1 COFINS – Dedução 915 915 Lançamento (f) Débitos Créditos da receita bruta a COFINS a recolher Pela dedução da COFINS Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (g) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 20/09/X1 PIS – Dedução da receita bruta a PIS a recolher 215 215 Pela dedução da COFINS Tabela: Contabilização. José Américo Pereira Antunes. Apuração Apuração das compras líquidas Tal apuração é calculada conforme a seguinte expressão: Em que: ComprasBrutas: (20.000 – 2.700) = 17.300; lembre-se de deduzir o ICMS, faturado por dentro. Fretes: 250 Compras Líquidas = Compras Brutas + Fretes + Seguro − Devoluções Compras − Abat imen Seguros: 180 DevoluçõesCompras: (2.000 – 270) = 1.730; lembre-se de deduzir o ICMS, faturado por dentro. AbatimentosCompras: 5.020 (obtido da seguinte maneira: 5.000 de desconto incondicional, conforme item a) Notas Fiscais; deduzido de 500 devolvidos, conforme b) Notas Fiscais; e acrescido de 520, conforme item c). Então, comprasLíquidas = 17.300 +250 +180 – 1.730 – 5.020 = 10.980 Lançamento (h) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 Compras líquidas a Diversos a Compras brutas a Fretes sobre compras a Seguros sobre compras 17.730 17.730 17.300 250 180 Pela apuração das compras líquidas Tabela: Compras líquidas. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (h.1) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 Diversos aCompras líquidas Devolução de Compras Abatimentos sobre compras 6.750 6.750 1.730 5.020 Pela Apuração das compras líquidas Tabela: Compras líquidas. José Américo Pereira Antunes. Apuração das vendas líquidas Tal apuração é calculada conforme a seguinte expressão: Em que: VendasBrutas: 40.000. DevoluçãoVendas: 4.000, conforme b) Notas Fiscais. AbatimentosVendas: (5.000 – 500 + 405) = 4.905, dos quais 5.000 referem-se ao desconto incondicional conforme a) Notas Fiscais; 500 devem ser deduzidos desse desconto em razão da devolução das mercadorias, conforme b) Notas Fiscais; e 405 e o abatimento adicional oferecido para evitar a perda do negócio, conforme dados adicionais ao problema. ImpostosVendas: (ICMS + PIS + COFINS) = 5.670 + 215 + 915 = 6.800, conforme cálculo do ICMS a seguir. ICSM = 6.300 – 630 = 5670. VendasLíquidas = 40.000 – 4.000 – 4.905 – 6.800 = 40.000 – 15.705. VendasLíquidas = 24.295. Observe os lançamentos: Lançamento (i) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 Vendas Brutas a Vendas líquidas 40.000 40.000 Pela apuração das vendas líquidas Tabela: Vendas líquidas. José Américo Pereira Antunes. Vendas Líquidas = Vendas Brutas − Devolução Vendas − Abat imentos Vendas − Impostos Vend Lançamento (i.1) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 Vendas Líquidas a Diversos a Devolução de vendas a Abatimentos sobre vendas a ICMS sobre vendas a COFINS – Dedução da receita bruta a PIS - Dedução da receita bruta 15.705 15.705 4.000 4.905 5.670 915 215 Pela apuração das vendas líquidas Tabela: Vendas líquidas. José Américo Pereira Antunes. Apuração do custo das mercadorias vendidas (CMV) A apuração do CMV é calculada conforme a seguinte expressão: Em que: EInicial: 4.200 CLíquidas: 10.980 EFinal: 4.400 CMV = 4.200 + 10.980 - 4.400 CMV = 10.780 CM V = E Inicial + CLíquidas − E Final Observe os lançamentos: Lançamento (j) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 Custo das mercadorias vendidas (CMV) a Diversos a Mercadorias em estoque (EstoqueInicial) a Compras líquidas 15.180 15.180 4.200 10.980 Pela apuração do CMV Tabela: CMV. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (j.1) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 Mercadorias em estoque (EstoqueFinal) a Custo das mercadorias vendidas (CMV) 4.400 4.400 Pela apuração do CMV Tabela: CMV. José Américo Pereira Antunes. Apuração do resultado com mercadorias (RCM) A apuração do RCM é calculada conforme a seguinte expressão: RCM = Vendas Líquidas − CM V Em que: VendasLíquidas: 24.295 CMV: 10.780 RCM = 24.295 – 10.780 RCM = 13.515 Observe os lançamentos: Lançamento (k) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 Vendas líquidas a Resultado com mercadorias (RCM) 24.295 24.295 Pela apuração do RCM Tabela: RCM. José Américo Pereira Antunes. Lançamento (k.1) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 Resultado com mercadorias (RCM) a Custo das mercadorias vendidas (CMV) 10.780 10.780 Pela apuração do RCM Tabela: RCM. José Américo Pereira Antunes. Apuração do ICMS a recolher Trata-se da transposição do ICMS a recuperar (zerando a conta) para a conta ICMS a recolher. Do confronto desses valores, ou seja, da dedução do ICMS a recuperar do saldo de ICMS a recolher, resulta o valor final do imposto a ser recolhido pela empresa. Veja o razonete mais adiante e o saldo final de $3.240,00 como o valor do imposto a ser recolhido. Lançamento (l) Débitos Créditos Rio de Janeiro, 30/09/X1 ICMS a recolher a ICMS a recuperar 3.330 3.330 Pela apuração do ICMS a recolher Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. Observe os mesmos lançamentos em razonetes: Compras brutas Devolução de co Débitos Créditos Débitos 17.300(a.2) 17.300(h) 1.730(h.1) - Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. Seguros s/ compras Fretes s/ compr Débitos Créditos Débitos 180(e) 180(h) 250(d) Seguros s/ compras Fretes s/ compr - - Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. Vendas brutas Devolução de ve Débitos Créditos Débitos 40.000(i) 40.000(a) 4.000(b) - - Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. ICMS s/ Vendas (Despesa ICMS) COFINS Dedução da rec. Débitos Créditos Débitos 6.300(a.1) 630(b.1) 915(f) 5.670(i.1) - - Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. Vendas líquidas Custo das merc Débitos Créditos Débitos 15.705(i.1) 40.000(i) 15.180(j) 24.295(k) Vendas líquidas Custo das merc - - Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. Fornecedores Clientes Débitos Créditos Débitos 1.500(b.2) 15.000(a.2) 35.000(a) 520(c.1) 250(d) 180(e) 13.410 31.095 Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. PIS a recolher ICMS a recolher Débitos Créditos Débitos 215(g) 3.330(l) 215 Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. Mercadorias em estoque Débitos Créditos 4.200 (SI) 4.200(j) 4.400(j.1) Mercadorias em estoque 4.400 Tabela: ICMS. José Américo Pereira Antunes. Demonstração do resultado do exercício Utilizando os mesmos dados do exercício anterior, finalizaremos a análise com a elaboração da demonstração do resultado do exercício (DRE). A DRE é o relatório financeiro que informa o lucro ou o prejuízo do exercício. Veja: Receita operacional bruta (vendas brutas) 40.000 (-) Deduções da Receita Bruta Devoluções e Abatimentos 8.905 Impostos Incidentes s/ Vendas 7.000 (15.905) Receita operacional líquida (vendas líquidas) 24.295 (-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (10.780) Receita operacional bruta (vendas brutas) 40.000 Lucro operacional bruto (RCM) 13.515 Tabela: DRE. José Américo Pereira Antunes. Operações mercantis – pontos relevantes Confira agora os principais pontos das operações mercantis. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (IADES ‒ 2014 ‒ CAU-RJ ‒ Assistente Financeiro / Adaptada) Observe o seguinte lançamento contábil: Debita – Caixa $1.000 Credita – Estoque de mercadorias $700 Considerando esses dados, assinale a alternativa que complementa corretamente o lançamento apresentado: Parabéns! A alternativa A está correta. A contrapartida da baixa do estoque é o registro do CMV; enquanto a contrapartida do ingresso de caixa é a Receita de vendas. Questão 2 (CFC ‒ 2016 ‒ CFC ‒ Bacharel em Ciências Contábeis ‒ 2º Exame) Uma sociedade empresária apresentou os seguintes dados em 31/12/2015: Cofins sobre faturamento R$112.500,00 Compra de Mercadorias para Revenda R$1.250.000,00 CSLL Corrente R$9.912,00 Despesas com Comissões R$81.250,00 A Debita – Custo das mercadorias vendidas (CMV) $700 Credita – Receita de vendas 1.000 B Credita – Receita de vendas $300 C Credita – Custo das mercadorias vendidas (CMV) $300 D Debita – Custo das mercadorias vendidas (CMV) $300 Credita – Estoque de mercadorias $600 E Debita – Receita de vendas $300 Sobre Vendas Despesas com Depreciação R$62.500,00 Despesas com Pró-Labore R$25.000,00 Despesas com Salários e Ordenados R$614.300,00 Despesas com Seguros R$26.800,00 Despesas com Treinamento e Cursos R$50.000,00 Despesas Financeiras R$49.000,00 Devoluções de Compras de Mercadorias R$121.000,00 Estoque Final de Mercadorias para Revenda R$612.500,00 Estoque Inicial de Mercadorias para Revenda R$185.000,00 ICMS sobre Vendas R$675.000,00 IRPJ Corrente R$16.521,00 PIS sobre Faturamento R$24.375,00 Receita Bruta de Vendas R$3.750.000,00 Receitas Financeiras R$64.000,00 Tabela: Custos. José Américo Pereira Antunes. A sociedade empresária utiliza o inventário periódico para apuração do custo da mercadoria vendida. Os valores informados de compras e devolução de compras de mercadorias estão líquidos dos tributos recuperáveis. Considerando-se os dados apresentados, a sociedade empresária apresentará lucro bruto no valor de Parabéns! A alternativa C está correta. Observe a DRE: * Compras líquidas = ComprasBrutas – Devoluções de compras A R$1.365.342,00. B R$1.391.775,00. C R$2.236.625,00.D R$2.938.125,00. E R$2.391.775,00. 2 - Lançamentos contábeis especí�cos Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o tratamento contábil aplicável a lançamentos contábeis especí�cos. O que vamos aprender? Neste módulo, você aprenderá sobre o tratamento contábil aplicável a diversos eventos econômicos típicos realizados pelas empresas e que afetam o patrimônio, tais como: Adiantamentos. Despesas pagas antecipadamente. Resultado não operacional obtido na alienação de imobilizado e intangível. Provisão para devedores duvidosos. Adiantamentos Trata-se da antecipação de valor a ser recebido ou pago no futuro, e serão deduzidos quando da efetiva liquidação do direito ou obrigação. Exemplo: Adiantamento pago a fornecedores, no valor de $1.000,00, por meio de transferência bancária. Lançamento Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Adiantamento a fornecedores a Bancos 1.000 1.000 Pelo adiantamento pago a fornecedores, no valor de $1.000 Tabela: Adiantamento. José Américo Pereira Antunes. Exemplo: Adiantamento recebido de clientes, no valor de $1.000,00, por meio de transferência bancária. Lançamento Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Bancos a Adiantamento a fornecedores 1.000 1.000 Pelo adiantamento recebido de clientes, no valor de $1.000. Tabela: Adiantamento. José Américo Pereira Antunes. Exemplo: Compensação do adiantamento pago a fornecedores, no valor de $1.000,00, quando da quitação da obrigação. Lançamento Débitos Créditos Rio de Janeiro KK/YY/X1 Fornecedores 1.000 1.000 Lançamento Débitos Créditos a Adiantamento a fornecedores Pela compensação do adiantamento pago a fornecedores com a obrigação, no valor de $1.000. Tabela: Adiantamento. José Américo Pereira Antunes. Despesas pagas antecipadamente O regime de competência define que a alocação de receitas e despesas é feita no período a que se referem. Observe o exemplo: Em 02/01/X1, a empresa ABC contratou o seguro de suas instalações industriais pelo período de 12 meses por $1200,00, pagos à vista. Trata- se, em essência, de uma despesa de seguros desembolsada à vista. Contudo, a cobertura do seguro contempla todo o ano de X1, razão pela qual a despesa equivalente deve ser reconhecida ao longo do mesmo período. O saldo bancário (SI) no momento da operação era de $10.000,00. Observe os seguintes lançamentos: Lançamento Débitos Créditos Rio de Janeiro, 02/01/X1 Seguros a vencer (Ativo) a Bancos 1.200 1.200 Pagamento à vista de cobertura de seguros Tabela: Despesas. José Américo Pereira Antunes. Lançamento Débitos Créditos Rio de Janeiro, 02/01/X1 Despesa de seguros a Seguros a vencer 100 100 Apropriação da despesa de seguros relativa ao primeiro mês Tabela: Despesas. José Américo Pereira Antunes. Todo final de mês, deve ser apropriada a despesa relativa ao “consumo” do seguro naquele mês. Repete-se, portanto, o lançamento 2 a cada final de mês. Ao final dos 12 meses, teremos a situação apresentada nos razonetes abaixo: Bancos Seguros a vence 10000 (SI) 1200 (1) 1200 (1) 9800 (SF) 0 (SF) Tabela: Despesas. José Américo Pereira Antunes. Embora o efeito financeiro da contratação do seguro tenha ocorrido no primeiro dia do ano (observe o lançamento creditando o caixa), sua conversão em despesa não é imediata. A contratação do seguro é registrada como ativo (despesas antecipadas) e será, gradualmente, absorvida como despesa ao longo de sua vigência. Ações em tesouraria É a rubrica contábil na qual é feito o registro das ações da companhia que foram adquiridas pela própria sociedade. Como as ações adquiridas não deixam de existir, não haverá redução do capital social. No futuro, essas ações podem voltar a ser negociadas. Desse modo, a rubrica ações em tesouraria é uma conta retificadora do patrimônio líquido. Exemplo: A Cia ABC apresentou lucro expressivo nos últimos exercícios e a assembleia geral aprovou destinar parte desse lucro para recomprar ações no mercado, com o propósito de estimular e valorizá-las. Possui capital subscrito e realizado de $20 milhões e adquiriu ações no valor patrimonial de $2 milhões. Observe este lançamento: Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Ações em tesouraria (retificadora do PL) a Bancos 2.000 2.000 Compra de ações da própria Cia em mercado. Tabela: Ações. José Américo Pereira Antunes. Resultado e provisão Resultado não operacional Trata-se do ganho ou da perda de capital na venda de bens do imobilizado ou intangível. O ganho ou perda de capital será a diferença entre o valor justo líquido de venda e o valor contábil líquido. Veja o exemplo: A Cia ABC alienou um imóvel por $1 milhão. Os custos envolvidos não operacionais foram de $200.000,00 e o imóvel estava registrado por um custo de aquisição de $1.500.000,00 e depreciação acumulada de $800.000,00. Valor justo líquido de venda = Valor de venda - Despesas relacionadas à venda Valor justo líquido de venda = 1.000.000 - 200.000 = 800.000 Valor contábil líquido = Valor de custo - Depreciação acumulada Valor contábil líquido = 1.500.000 - 800.000 = 700.000 Resultado não operacional = 800.000 - 700.000 = 100.000 Histórico dos lançamentos (em $1.000,00) Despesas incorridas na venda do imóvel. Atualização do valor contábil líquido do imóvel. Venda do imóvel por $ 1 milhão. Baixa do imóvel. O registro contábil é realizado tendo como contrapartida única de todos os lançamentos o fato de que a rubrica ganhou perdas não operacionais. Essa conta age como uma espécie de concentrador de lançamentos, cujo valor líquido será o resultado não operacional. Observe estes lançamentos: (1) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Ganhos ou perdas de capital a Despesas gerais 200 200 Despesas incorridas na venda do imóvel Cálculo do valor justo líquido de venda e do valor contábil líquido Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. (2) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Depreciação acumulada a Ganhos ou perdas de capital 800 800 Baixa da depreciação acumulada Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. (3) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Ganhos ou perdas de capital a Imóveis 1.500 1.500 Baixa do bem Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. (4) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Bancos a Ganhos ou perdas de capital 1.000 1.000 Recebimento do valor de venda do (4) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos bem Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. Bancos Imóveis 1000 (4) 1.500 (SI) 1000 0 Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. Ganho ou perda de capital Outras despesas 1500 (3) 800 (2) 200 (SI) 200 (1) 1.000 (4) 100 0 Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. Provisão para devedores duvidosos Operações de crédito não têm recebimento garantido, uma vez que estão expostas ao risco de crédito, o risco do devedor não pagar. Dessa forma, a norma contábil exige que a entidade estime o valor das perdas decorrentes do risco de crédito e constitua provisões para fazer face a essas perdas. O CPC 48, em vigor a partir de janeiro/2008, revisou todo o racional de constituição de provisões para perdas com crédito. Até então, a constituição de provisões exigia a ocorrência de um evento que caracterizasse a perda do crédito, como o atraso no pagamento de alguma parcela. Atenção! A provisão originada a partir da inadimplência do devedor é denominada perda incorrida, sendo expressada contabilmente como uma conta retificadora do direito de recebimento (contas a receber, operações de crédito etc.). A mensuração da provisão para créditos de liquidação duvidosa, ou simplesmente provisão para devedores duvidosos, é feita a partir da aplicação de um percentual sobre o saldo devedor do ativo. A partir do CPC 48, a provisão para devedoresduvidosos foi alterada para incorporar um componente adicional, denominado perda esperada. A perda esperada expressa a expectativa de perda do credor, independentemente da ocorrência da pena incorrida. Para isso, cada crédito é classificado em estágios. Veja: Observe o seguinte esquema: Primeiro estágio São classificadas as operações em curso normal, ou seja, operações que estejam observando os fluxos contratuais previstos. Segundo estágio São classificadas as operações em que houve aumento significativo do risco de crédito e o cumprimento dos fluxos contratuais previstos encontra dificuldades. Uma forma simplificada (e não exaustiva) de determinar o aumento significativo do risco de crédito é o atraso superior a 90 dias. Terceiro estágio São classificadas as operações que não cumprem as obrigações contratuais, caracterizando a perda incorrida. Estágio 1 Perdas esperadas de crédito estimadas para os próximos 12 meses. Crédito performando. Estágio 2 Se houver aumento significativo do risco de créditos. Perdas esperadas de crédito estimadas para a vida do crédito. Crédito performando mal. Estágio 3 Houve perda incorrida. Perdas esperadas de crédito estimadas para a vida do crédito. Crédito não está performando. A perda esperada é estimada em concordância com o estágio em que o crédito está classificado. Para o Estágio 1, contempla apenas os 12 meses seguintes, ou seja, a probabilidade de haver aumento significativo de risco nos próximos 12 meses. Para os estágios 2 e 3, a perda esperada contempla o tempo de toda a vida restante do crédito, ou seja, a probabilidade de haver inadimplência ao longo dela. É calculada conforme a expressão a seguir. Em que: EAD é a exposição à inadimplência, isto é, o valor do crédito a receber do devedor. Perda Esperada = EAD × PD × LGD PD é a probabilidade de inadimplência, isto é, a probabilidade de haver inadimplência nos próximos doze meses (estágio 1) ou na vida restante do crédito (estágios 2 e 3). LGD é a perda dada a inadimplência, isto é, dado que houve a inadimplência, quanto a entidade espera perder após submeter o crédito aos procedimentos de cobrança, execução judicial etc. Exemplo: A Cia ABC possui contas a receber junto à Cia MNO, no valor de $10 milhões. Os créditos estão performando normalmente (Estágio 1) e a Cia ABC estima a probabilidade de inadimplência da Cia MNO em 2%. A LGD estimada pela Cia ABC para créditos dessa natureza é de 10%. Qual seria a perda esperada? Como contabilizá-la? Em que: EAD = $10 milhões PD = 2% LGD = 10% Perda esperada = $10 milhões x 2% x 10% Perda esperada = $20 mil Observe os seguintes lançamentos: (1) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Despesas com PDD a PDD (Retificadora de ativo) 20 20 Constituição da provisão para perda esperada Perda esperada = EAD × PD × LGD Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. A PDD é uma conta retificadora do ativo, que deduz o saldo de contas a receber ou operações de crédito. PDD Despesa de PDD 20 (1) 20 (1) Tabela: PDD. José Américo Pereira Antunes. Exemplo: A Cia MNO entrou em atraso. O crédito devido e não pago mais antigo excede 90 dias, caracterizando um aumento significativo do risco de crédito. Dessa forma, a carteira de contas a receber detida pelo Banco ABC junto à MNO avançou para o estágio 2. Segundo o Banco ABC, A PD passou a 12%. Qual seria a perda esperada? Como contabilizá-la? Em que: Perda Esperada = $10 milhões x 12 % x 10% Perda Esperada = $120 mil Observe mais alguns lançamentos: (2) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Despesas com PDD a PDD (Retificadora de ativo) 100 100 Constituição da provisão para perda Perda esperada = EAD × PD × LGD (2) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos esperada Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. PDD Despesa de PDD 20 (1) 20 (1) 100 (2) 100 (2) Tabela: PDD. José Américo Pereira Antunes. Exemplo: A Cia MNO entrou em perda incorrida e avançou ao estágio 3. Em consequência, a PD passou a 100%, uma vez que não há mais probabilidade de inadimplência e sim uma certeza de inadimplência, decorrente da manutenção indefinida da condição de atraso. Qual seria a perda incorrida? Como contabilizá-la? Em que: Perda Esperada = $10 milhões x 100% x 10% Perda Esperada = $1 milhão Tem mais lançamentos vindo aí, veja: (3) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro, KK/YY/X1 Despesas com PDD a PDD (Retificadora de ativo) 880 880 Perda Esperada = EAD × PD × LGD (3) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Constituição da provisão para perda esperada Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. PDD Despesa de PDD 20 (1) 20 (1) 100 (2) 100 (2) 880 (3) 880 (3) 1.000 1.000 Tabela: PDD. José Américo Pereira Antunes. Exemplos: A Cia ABC adotou os procedimentos de cobrança previstos em sua política interna e conseguiu recuperar, de fato, os 90% do crédito estimados inicialmente. Dessa forma, a LGD de 10% foi confirmada e o crédito foi baixado contra o recebimento de garantias. Observe mais estes lançamentos: (4) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Rio de Janeiro. KK/YY/X1cDiversos a Contas a receber PDD Bens recebidos em garantia 10.000 1.000 9.000 10.000 (4) Lançamento (Em $1.000) Débitos Créditos Liquidação do crédito pelo recebimento de garantias Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. PDD Despesa de PDD 1.000 (4) 20 (1) 20 (1) 100 (2) 100 (2) 880 (3) 880 (3) 0 1.000 Tabela: PDD. José Américo Pereira Antunes. Bens recebidos em garantia 9.000 (4) 9.000 Tabela: Lançamentos. José Américo Pereira Antunes. Dedutibilidade da despesa com devedores duvidosos A despesa com devedores duvidosos não é dedutível da base de cálculo do imposto de renda, pois o Fisco considera estimativas de perda como perdas não realizadas e, portanto, não dedutíveis. A conversão das estimativas de perdas em perdas realizadas e, sendo assim, dedutíveis, deve observar as regras definidas pela RFB, veja: CAPÍTULO VIII DAS PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS Seção I Da Dedução Art. 71. As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real e do resultado ajustado, observado o disposto neste artigo. § 1º Poderão ser registrados como perdas os créditos: I - Em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder Judiciário; II - Sem garantia, de valor: a) Até R$15.000,00 (quinze mil reais) por operação, vencidos há mais de 6 (seis) meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento; b) Acima de R$15.000,00 (quinze mil reais) até R$ 100.000,00 (cem mil reais) por operação, vencidos há mais de 1 (um) ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, mantida a cobrança administrativa; c) Superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais) por operação, vencidos há mais de 1 (um) ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento; III - Com garantia, vencidos há mais de 2 (dois) anos, de valor: a) Até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por operação, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; Instrução Normativa RFB 1700/17 b) Superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por operação, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; IV - Contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica em concordata ou recuperação judicial, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observado o disposto no § 8º. Lançamentos contábeis especí�cos Confira agora alguns aspectos sobre este assunto. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamospraticar alguns conceitos? Questão 1 (FCC ‒ 2009 ‒ TRT / Adaptada) A empresa RF pagou à vista um seguro contra incêndio, cujo prazo de vigência é de 12 meses. No momento do pagamento a empresa A debitou o caixa e creditou contrato de seguros. B creditou o caixa e debitou patrimônio líquido. C debitou o caixa e creditou passivo circulante. Parabéns! A alternativa D está correta. Trata-se de antecipação de despesa que deve ser registrada no ativo em obediência ao regime de competência. Questão 2 (AOCP ‒ 2016 / Adaptada) Sobre a constituição de provisão para devedores duvidosos, ou para créditos de liquidação duvidosa, assinale a alternativa correta: Parabéns! A alternativa A está correta. As operações de crédito estão expostas ao risco de crédito. Dessa forma, a norma contábil exige que a entidade estime o valor das perdas decorrentes do risco de crédito e constitua provisões para D creditou o caixa e debitou despesa paga antecipadamente. E debitou o caixa e creditou despesa paga antecipadamente. A Diminui o ativo e o patrimônio líquido. B Aumenta o ativo e o patrimônio líquido. C Diminui o ativo e o passivo. D Aumenta o passivo e diminui o patrimônio líquido. E Diminui o passivo e aumenta o patrimônio líquido. fazer face a essas perdas. Essas provisões reduzem o ativo tendo como contrapartida uma despesa. Considerações �nais Neste conteúdo, apresentamos a tradução contábil para os principais eventos econômicos praticados pelas entidades, iniciando pelo reconhecimento dos eventos relacionados às entidades comerciais, sobretudo ao tratamento das operações mercantis. Depois avançamos para o tratamento contábil de eventos econômicos diversos que afetam o patrimônio, como adiantamentos, despesas pagas antecipadamente, resultado não operacional obtido na alienação de imobilizado e intangível, e provisão para devedores duvidosos. Apesar de percorremos os principais eventos ao longo de nosso estudo, todas essas situações podem ocorrer em diversos contextos, incluindo especificidades fora do padrão estudado. As possibilidades no mundo real são praticamente infinitas e nem sempre são facilmente classificáveis. Devemos nos manter atentos à realidade única das operações financeiras de cada empresa, pois é parte da rotina de um profissional de contabilidade identificar o tratamento contábil mais adequado para cada caso. Podcast Para encerrar, ouça a explicação de alguns questionamentos sobre este conteúdo. Explore + Confira a indicação deste livro, separado especialmente para você! Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras, de Neves e Viceconti (2018). Referências NEVES, S.; VICECONTI, P. Contabilidade básica. 14 ed. São Paulo: Frase, 2009. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()
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