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Vila Velha (ES) 2018 Ambientação em EaD http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db Escola Superior Aberta do Brasil Diretor Geral Nildo Ferreira Coordenador do Curso de Administração EAD Almir da Cruz Sousa Coordenador do Curso de Administração Pública EAD Almir da Cruz Sousa Coordenador do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos EAD Almir da Cruz Sousa Coordenador do Curso de Pedagogia EAD Maria da Ressurreição da Silva Coqueiro - Marizinha Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD Jadson do Prado Rasalfalski Coordenador do Curso de Ciências Contábeis EAD Fabrício Conceição das Neves Secretário Acadêmico Aleçandro Moreth Produção do Material Didático-Pedagógico Escola Superior Aberta do Brasil Design Gráfico Rayron Rickson Cutis Tavares Felipe Silva Lopes Caliman Diagramação Rayron Rickson Cutis Tavares Felipe Silva Lopes Caliman Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil. www.esab.edu.br http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db Apresentação Caro estudante, Seja bem vindo à ESAB. A Escola Superior Aberta do Brasil, funda-se no princípio básico de atuar com educação a distância, utilizando como meio, tão somente, a internet. Em 2004,foi especialmente credenciada para ofertar cursos de pós- graduação a distância, via e-learning, utilizando-se de software próprio denominado Campus Online. Em 2009 foi credenciada com Instituição de Ensino Superior – IES, através da portaria MEC nº 1242/2009, de 30 de dezembro de 2009, ocasião em que também foi autorizada a ofertar o curso de pedagogia – licenciatura, na modalidade presencial, conforme portaria MEC nº 14/2010, de 9 de janeiro de 2010. Em outubro de 2012 recebeu o Prêmio Top Educação 2012, da Editora Segmento, sendo reconhecida como a Melhor Instituição de Ensino EAD para Docentes. Em 2013 é aprovada para a oferta dos cursos de: Administração (Bacharelado); Pedagogia (Licenciatura) e Sistemas de Informação (Bacharelado), todos na modalidade EAD, com avaliação máxima das comissões avaliadoras. Seja bem-vindo à disciplina de Organização do Trabalho Acadêmico! Convidamos você a seguir conosco uma conversa que é dividida em 24 unidades. Considerando o número de unidades, não nos ateremos, aqui, a apresentar cada uma delas. Todavia, é interessante destacar que os conteúdos da ementa serão abordados nas unidades. Tudo certo até aqui? Que bom! Fique tranquilo, estamos seguros de que você se sairá bem nesta disciplina, afinal, embora o conteúdo seja longo, ele é acessível, além de fundamental para todo o processo de formação acadêmica, e, porque não, da atuação profissional. Então, vamos prosseguir nosso estudo! A disciplina Organização do Trabalho Acadêmico parece ter um caráter eminentemente prático, mas, na verdade, ela envolve o exercício teórico-prático constante para que você satisfaça seus questionamentos e resolva suas dúvidas. http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db Dito isso, queremos deixar claro que esta disciplina não constitui um simples conjunto de conteúdos a serem “decorados” por você para verificação em dia de prova. Constitui, sim, em um instrumental indispensável para que você seja capaz de atingir seus objetivos na caminhada acadêmica. Para saber mais sobre organização do trabalho acadêmico, você encontrará indicações de textos, vídeos e sites para visita e pesquisa, com intuito de ampliar seu repertório teórico e cultural. Ao longo das unidades, as quais são baseadas nas obras de Lakatos (2010), Medeiros (2012) e Munhoz (2011), você também encontrará questões a respeito do conteúdo na seção Para sua reflexão, assim como o Estudo complementar fará parte de sua caminhada na disciplina. Neste espaço, indicaremos uma leitura complementar mais densa, por exemplo: um manual, um texto, um artigo científico. Bom estudo! Equipe Acadêmica da ESAB http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db Objetivo O nosso objetivo é possibilitar ao aluno o conhecimento da metodologia de estudos no Ensino Superior, dos estudos em Educação a Distância (EaD), das características comuns do ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), dos tipos de trabalhos acadêmicos, das orientações para leitura e escrita, da pesquisa bibliográfica e da normatização de trabalhos como conteúdos constituintes da organização de trabalhos acadêmicos. Competências e habilidades • Entender a dinâmica da vida acadêmica. • Compreender os princípios das tecnologias de informação e comunicação e suas relações com o estudo na modalidade de Educação a Distância (EaD). • Adquirir, avaliar e transmitir informações. • Desenvolver habilidades necessárias para a organização nos estudos. Ementa Metodologia de estudos no Ensino Superior. O estudo na EaD. Características comuns no ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Tipos de trabalhos acadêmicos. Orientações à leitura e à escrita. Pesquisa bibliográfica e normatização de trabalhos. http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db Sumário 1. A história do Ensino Superior no Brasil ........................................................................ 7 2. As políticas públicas no Ensino Superior no Brasil ...................................................... 13 3. O papel do aluno no Ensino Superior ......................................................................... 17 4. O Estudo na EaD: a história da EaD no mundo e no Brasil ........................................... 22 5. Legislação de EaD ..................................................................................................... 26 6. Principais características e conceitos da EaD ..................................................................... 30 7. As tecnologias de informação e comunicação e a mediação pedagógica em EaD ....... 36 8. Características comuns no ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA): relação entre o ensinar e o aprender ........................ 40 9. Características do ensino presencial .................................................................................. 46 10. Características do ensino em Ambiente Virtual de Aprendizagem ............................... 49 11. O aluno da EaD ............................................................................................... 53 12. As similaridades entre o ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem ........................................................................................... 57 13. Docente e tutor ...................................................................................................... 61 14. Potencialidades da internet para organização de trabalho ........................................... 67 15. Como pesquisar na internet.................................................................................... 73 16. Normalização para apresentação de trabalho de ensino superior ................................... 78 17. Como produzir um trabalho acadêmico no Ensino Superior: introdução ......................... 83 18. Como produzir um trabalho acadêmico no Ensino Superior: desenvolvimento .............. 87 19. Como produzir um trabalho acadêmico no ensino superior: conclusão ........................... 93 20. Orientações à leitura e à escrita: ler e escrever é preciso ...........................................101 21. Orientações sobre o exercício da leitura na formação acadêmica .................................. 106 22. Linguagem nos textos do Ensino Superior ................................................................111 23. Linguagem científica ...............................................................................................115 24. Autoria e Ética na produção de trabalhos do Ensino Superior....................................120Glossário ........................................................................................................................125 Referências ....................................................................................................................129 http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 7 1 A história do Ensino Superior no Brasil Objetivo Conhecer a história do Ensino Superior no Brasil. Antes de iniciarmos o estudo da disciplina, é importante você conhecer o motivo de ela ser ofertada no curso. Você já parou para pensar sobre isso? É porque, com certeza, na trajetória do curso você desenvolverá inúmeros trabalhos acadêmicos que exigem rigor metodológico, pois agora você é aluno de um curso de graduação. Outro fator a ser destacado é que você precisará organizar seus estudos e apresentar trabalhos. Bom, esta disciplina contribuirá com conhecimento e organização de sua rotina acadêmica, que, aliás, é fundamental para um estudante, especialmente para os que, assim como você, cursam graduação na modalidade de EaD. Para iniciar, convidamos você a ler a letra da música “Como uma onda”, de Lulu Santos. Você pode também ligar o som para escutá-la, será bem mais interessante, pois, do nosso ponto de vista, a melodia é linda. http://www.esab.edu.br/ http://www.youtube.com/watch?v=OfMDX8zHI7c http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 8 Como uma onda (Lulu Santos) Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Nada do que foi será De novo do jeito Que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 9 Talvez você tenha concluído que não será mais o mesmo. Pois bem, assim como você não será mais o mesmo, pois seus horizontes se ampliarão, também a história do Ensino Superior no Brasil não foi sempre a mesma. Então, vamos conhecê-la? Nas aulas de história, você ouviu falar nos padres jesuítas que vieram inicialmente para catequizar os índios, mas que tiveram uma grande participação na história da educação do Brasil. Segundo estudos de Cunha (2000), foram eles que fundaram, aproximadamente em 1550, na Bahia, onde estava a sede do governo geral, o primeiro estabelecimento de Ensino Superior no Brasil. Criaram também 17 colégios, nos quais eram oferecidos o ensino das primeiras letras e o ensino secundário, destinados a alunos internos e externos, sem a finalidade exclusiva de formação de sacerdotes. Em alguns desses colégios, também era oferecido o Ensino Superior de Artes e Teologia. No século XVIII, o Colégio da Bahia desenvolveu os estudos de Matemática a ponto de criar uma faculdade específica para seu ensino. Cursos superiores foram também oferecidos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Pernambuco, no Maranhão e no Paraná. (CUNHA, 2000, p. 152) Veja bem, mesmo com a criação desses colégios que ofereciam graduação no Brasil, era na Europa que a elite ia estudar ou complementava os Para sua reflexão A letra da música fala de mudança. Agora, considere sua inserção em um curso de graduação, situação que você está vivenciando. Você será o mesmo nesse processo ou o curso trará mudanças para sua vida? E quais mudanças você imagina que possam acontecer? Este é o primeiro exercício para sua reflexão. As respostas a essas reflexões formam parte de sua aprendizagem e são individuais, não precisando ser comunicadas ou enviadas aos tutores. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 10 estudos realizados aqui. Assim, as tentativas de criação de universidades no Brasil na época em que era Colônia, em seguida, quando Império, e no início da República não tiveram êxito. Mas foram promulgados vários dispositivos legais na Primeira República referentes ao Ensino Superior. A primeira universidade do país foi criada em Manaus, em 1909, durante o período áureo da exploração de borracha, por grupos privados. Lá se oferecia os cursos de Direito, de Medicina, de Farmácia, de Odontologia e de formação de Oficiais da Guarda Nacional. Em 1926, com a decadência da exploração da borracha, essa instituição foi extinta, restando apenas a Faculdade de Direito. Em 1962, essa faculdade foi incorporada quando da criação da Universidade Federal do Amazonas (CUNHA, 2000). Por volta dos anos de 1960 aconteceu a criação de inúmeras universidades federais públicas e gratuitas pelo Brasil afora, fruto de um movimento da federalização de instituições de Ensino Superior já existentes. Até então, o fomento do Ensino Superior no Brasil estava nas mãos da iniciativa privada e de algumas mantidas pelos Estados da Federação. Nas décadas de 1950 e 1960, foram criadas universidades federais em todo Brasil, sendo ao menos uma em cada Estado, além de estaduais, municipais e particulares. Mas foi a partir dos anos de 1970 que ocorreu a explosão do Ensino Superior, fazendo com que o número de matrículas subisse de 300 mil para um milhão e meio até 1980. Isso aconteceu em decorrência da concentração urbana e da exigência de melhor formação para a mão de obra industrial e de serviços, que forçaram o aumento do número de vagas. O governo, impossibilitado de atender a essa demanda, permitiu que o Conselho Federal de Educação aprovasse milhares de cursos novos. Além disso, mudanças também aconteceram no exame de seleção: as provas, dissertativas e orais, passaram a ser de múltipla escolha. Se você faz o curso de Pedagogia, estuda as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 4024/61, Lei n° 5692/71 e a última, Lei n° 9394/96). Você já deve ter ouvido falar em avaliação institucional, Exame Nacional de Desempenho de Estudante (Enade), eleição para http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 11 reitor, formação e regime de contratação dos professores. Todas essas ações são decorrentes do processo das reformas universitárias. Os dados apresentados na tabela a seguir demonstram o panorama atual das universidades brasileiras no que diz respeito ao número de universidades públicas e privadas, de cursos oferecidos nessas universidades, de alunos matriculados nela, bem como destaca esses mesmos dados na pós-graduação. Tabela 1 – Estatísticas básicas de graduação (presencial e a distância por categoria administrativa - Brasil - 2010). Estatísticas Básicas Categoria Administrativa Total Geral Pública Privada Total Federal Estadual Municipal Graduação Instituições 2.377 278 99 108 71 2.099 Cursos 29.507 9.245 5.326 3.286 633 20.262 Matrículas de Graduação 6.379.299 1.643.298 938.656 601.112 103.530 4.736.001 Ingressos (todas as formas) 2.182.229 475.884 302.359 141.413 32.112 1.706.345 Concluintes 973.839 190.597 99.945 72.530 18.122 783.242 Funções Docentes em Exercício¹ 345.335 130.789 78.608 45.069 7.112 214.546 Pós - Graduação Matrículas de Pós- Graduação 173.408 144.911 95.113 48.950 848 28.497 Graduação e Pós - Graduação Matrículas Total² 6.552.707 1.788.209 1.033.769 650.062 104.378 4.764.498 Razão Matrículas Total²/ Funções docentes em Exercícios 18,97 13,67 13,15 14,42 14,68 22,21 Nota 1: corresponde ao número de vínculos de docentesa instituições que oferecem cursos de graduação. A atuação docente não se restringe, necessariamente, aos cursos de graduação. Nota 2: Inclui matrículas de graduação e pós-graduação. Fonte: BRASIL (2011). Ainda que tenhamos apresentado brevemente a história do Ensino Superior no Brasil, faz-se necessário destacar que ela foi e continua sendo marcada por determinações sociais de grupos distintos, como os empresários, os movimentos sociais, e, principalmente, por professores e alunos. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 12 Você deve estar se perguntando: e a Educação a Distância (EaD), quando começou? Não se preocupe, trataremos na unidade 4 os detalhes dessa modalidade de ensino. Saiba mais Para conhecer a história do Ensino Superior no Brasil no contexto dos anos de 1990 e os desafios dessa década para a formulação de uma política voltada a esse complexo sistema, em que já se trabalhava com determinadas formas de Educação a Distância, mas começava a incorporar os computadores e a internet, acesse o artigo “Ensino superior brasileiro nos anos 90”, de Carlos Benedito Martins, clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000100006&lng=en&nrm=iso http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 13 2 As políticas públicas no Ensino Superior no Brasil Objetivo Apresentar as principais políticas públicas do Ensino Superior no Brasil. Continuando nossos estudos, convido você a observar a obra “Os operários”, de Tarsila do Amaral. Figura 1 – Obra “Os operários”, de Tarsila do Amaral. Fonte: <www.polifoniaperiferica.com.br>. Você deve estar pensando qual o sentido de trazer essa imagem para fazer relação com o conteúdo desta unidade – políticas públicas para o Ensino Superior. Bom, se você analisar o conceito de políticas públicas, verá que tem tudo a ver. É importante dizer que esse é um termo polissêmico, pois não existe apenas uma, nem uma melhor definição do que seja política pública. Entretanto, das definições pesquisadas, a que nos parece mais condizente com nosso debate é a apresentada por quem as políticas públicas podem ser denominadas como programas de ação governamental que visam http://www.esab.edu.br/ http://www.polifoniaperiferica.com.br/ http://www.polifoniaperiferica.com.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 14 coordenar os meios à disposição do estado e as atividades privadas para a realização de objetivos importantes e politicamente determinados. A obra de arte vista anteriormente nos mostra operários, mulheres e homens, brancos, negros e pardos. Assim, se a relacionarmos a esse conceito, podemos entender que as políticas públicas só fazem sentido quando atendem às necessidades da população em geral, promovendo a cidadania. Para que isso ocorra, é necessário que os governos disponibilizem meios, ou recursos, para sua efetivação. A expansão do mercado de trabalho, a necessidade de mão de obra qualificada e a democratização da Educação Básica são pontos que fazem com que a universidade seja repensada em termos de acesso, especialmente do acesso da população menos favorecida, que ficou às margens desse nível de ensino. O Ensino Superior é parte do sistema educacional brasileiro e possui o mesmo grau de importância dos demais níveis da Educação Básica, por isso é necessário criar políticas que lhe deem sustentação. Para responder a essas questões, o governo colocou em pauta os seguintes eixos: Sistema de Seleção Unificada (Sisu) Universidade aberta do Brasil (UAB) Figura 2 – Políticas públicas para sustentação do Ensino Superior no Brasil. Fonte: Elaborada pela autora (2012). Nesta unidade, você vai conhecer cada uma dessas políticas e entender qual é o seu objetivo, começando pelo ProUni. Vamos lá? Acompanhe! Programa Universidade para Todos (ProUni) (Política de cotas) Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) http://www.esab.edu.br/ Ellen Terra Nuvem http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 15 A política de cotas expressa no ProUni tem como finalidade [...] a concessão de bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. Criado pelo Governo Federal em 2004 e institucionalizado pela Lei n° 11.096, em 13 de janeiro de 2005, oferece, em contrapartida, isenção de alguns tributos àquelas instituições de ensino que aderem ao Programa. (PROUNI, 2010) O ProUni vem se constituindo como uma política que alcança números expressivos em relação à quantidade de estudantes matriculados no ensino privado com bolsas (integral ou parcial). Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), o número de bolsas ofertado pelo ProUni para o segundo semestre de 2011 foi de 92.107. Esse dado representa um contingente significativo de estudantes de todo país que tiveram acesso ao nível superior em universidades privadas. Também faz parte desse programa o sistema de cotas para estudantes de escolas públicas, pessoas com deficiência, povos indígenas e negros. O Sinaes foi instituído em abril de 2004, quando foi sancionada a Lei n° 10.861 (BRASIL, 2004), cujo objetivo é: [...] assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e de desempenho acadêmico de seus estudantes, nos termos do art. 9°, VI, VIII e IX, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394/1996. O processo de avaliação considera aspectos como o ensino, a pesquisa, a extensão, a responsabilidade social, a gestão da instituição e o corpo docente. Também reúne informações do Enade, bem como das avaliações institucionais e dos cursos. Todas essas informações obtidas são utilizadas para orientação das instituições de Ensino Superior e para embasar as políticas públicas, além de serem úteis para toda a sociedade, pois sinaliza as condições dos cursos e das instituições. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 16 Para a coordenação e supervisão dos processos avaliativos do Sinaes, o MEC institui a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), enquanto a operacionalização é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Sisu é um sistema informatizado, que é gerenciado pelo MEC e no qual as instituições públicas de Ensino Superior oferecem vagas para estudantes que participaram do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O Fies é um programa do Ministério da Educação que se destina a financiar os cursos de graduação a estudantes de instituições aprovadas. Portanto, só podem recorrer a esse programa os estudantes matriculados em universidades que tenham avaliação positiva no Sinaes. A UAB configura-se, desde 2005, como outra política que busca expandir o acesso ao Ensino Superior. Assim, a UAB [...] é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da Educação a Distância. O público em geral é atendido, mas os professores que atuam na educação básica têm prioridade de formação, seguidos dos dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos estados, municípios e do Distrito Federal. (UAB, 2010) É importante saber que todas essas políticas não são dadas gratuitamente pelos governos. Elas são frutos de movimentos de diferentes categorias, que se unem em prol de seus interesses e suas necessidades. Saiba mais Para conhecer melhor cada uma dessas políticas e entender como elasafetam o Ensino Superior no nosso país, acesse o site do MEC clicando aqui. Lá, você terá informações sobre cada programa. http://www.esab.edu.br/ http://www.mec.gov.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 17 3 O papel do aluno no Ensino Superior Objetivo Discutir o papel do aluno no Ensino Superior. Você já parou para pensar no seu papel como aluno de um curso superior? Será que ele difere muito de suas funções como aluno de Ensino Médio? Com certeza, estando no Ensino Superior você necessitará manter-se atuante no processo de apropriação dos conhecimentos necessários para sua formação humana e profissional. Para que isso aconteça, você deverá, em muitos momentos, fazer escolhas. Mas faça, agora, mais uma pausa para arte, que acalanta a alma. Leia o poema de Cecília Meireles (2012), a seguir. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 18 Assim como fala o poema, no Ensino Superior nós necessitamos, de uma vez por todas, fazer escolhas entre realizar uma formação consistente ou levar, como no dito popular, “com a barriga”. Afinal, você agora é um estudante universitário! Mas, afinal, o que é estudo? Para Medeiros (2012, p. 5), “[...] estudar é realizar experiências submetidas à análise crítica e à reflexão com objetivo de apreender informações que sejam úteis à resolução de problemas.” Ou isto ou aquilo Ou se tem chuva e não se tem sol, Ou se tem sol e não se tem chuva! Ou se calça a luva e não se põe o anel, Ou se põe o anel e não se calça a luva! Quem sobe nos ares não fica no chão, Quem fica no chão não sobe nos ares. É uma grande pena que não se possa Estar ao mesmo tempo nos dois lugares! Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, Ou compro o doce e gasto o dinheiro. Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... E vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo, Se saio correndo ou fico tranquilo. Mas não consegui entender ainda Qual é melhor: se é isto ou aquilo. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 19 Ainda segundo Medeiros (2012, p. 5), “[...] além da análise do exame sistemático, o estudo inclui: a organização de trabalhos, busca de informações, anotações, leitura, elaboração de resumos, memorização.” Para isso, você precisa ter o “espírito universitário”, ou seja, inserir-se na vida universitária! O que significa isso? A princípio, significa que você deve ter autonomia no estudo e não se limitar somente ao que os professores propõem, pois nenhum curso dará a qualquer pessoa a abrangência de uma formação, é necessário ampliar os conhecimentos. Em segundo lugar, você precisa se organizar! Organizar seu espaço, seu material e seu tempo para que você tenha sucesso em seus estudos sem gasto desnecessário de energia. Em relação ao espaço para realizar seus estudos, procure, se possível, um lugar aconchegante, bem iluminado e bem ventilado. Com certeza isso contribuirá para seu aprendizado! Quanto ao material de estudos, ele pode ter diversas fontes: você pode estudar em livros, revistas, filmes e o material pode ser impresso ou virtual, afinal, hoje contamos com um vasto acervo virtual. Mas é muito importante que seu material também seja bem organizado e esteja facilmente acessível. Entretanto, o mais importante é organizar o seu tempo, estabelecendo horas de estudo semanais. Faça um cronograma, dividindo seus estudos em períodos de no máximo duas horas por disciplina e deixando um tempo para descanso. Além disso, Medeiros (2012, p. 7) alerta que: [...] estabelecer um cronograma de estudos, reservando determinadas horas do dia para o estudo e revisar a matéria, é passo relevante para a prática do estudo eficaz. E, ao realizar um cronograma de estudos, evidentemente não se reservam os piores horários do dia para tal. [...] É possível encontrar tempo, se formos organizados, se estabelecermos horário para iniciar e concluir determinadas tarefas. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 20 Portanto, em época de maior demanda de trabalhos e provas, você precisa fazer escolhas: sair ou não no final de semana? Se você estuda e também trabalha, possivelmente não terá saída: terá de sacrificar algumas horas do descanso e do lazer. Ainda segundo Medeiros (2012, p. 6), [...] o estudo é fruto da experiência direta ou indireta. É direta a experiência da qual o indivíduo participa. Indireta, se o exame é feito pela observação de filmes, mapas, leitura de relatórios, fotografias, participação em conferências, congressos, colóquios, conversas. Dessa forma, é fundamental que você amplie seu repertório cultural, assistindo a bons filmes e ouvindo boas músicas, por exemplo. Mas é interessante que você faça isso, principalmente, participando de eventos relacionados a seu curso, pois eles darão um diferencial em sua formação. Bom, sabendo de tudo isso, podemos sintetizar que o papel do aluno do Ensino Superior é estudar, ter autonomia no processo de estudos e organizar-se, certo? No entanto, queremos destacar que, além disso, o papel do aluno também está vinculado ao papel da instituição de Ensino Superior e dos seus professores! Cabe à instituição de Ensino Superior formar cidadãos críticos e participativos para que estes sejam capazes de pensar com autonomia. Assim, o compromisso das universidades é com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e democrática. Entretanto, nem sempre as universidades atendem a essas características. Por isso, você, aluno, deve ser questionador, reflexivo, crítico em seus estudos, lendo nas entrelinhas tudo o que é apresentado, seja pela instituição de Ensino Superior, seja pela mídia. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 21 É papel do aluno, também, comprometer-se com uma sociedade mais justa, mais igualitária. Portanto, lembre-se de que seus estudos devem ser desenvolvidos com compromisso, verdade e afinco. Fórum Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem da instituição e participe do nosso Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, por meio da interação, a construção do seu conhecimento. Vamos lá? http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 22 4 O Estudo na EaD: a história da EaD no mundo e no Brasil Objetivo Conhecer a história da EaD no mundo e no Brasil. Muito bem, vamos para mais uma unidade de nosso caderno, seguindo o estudo da disciplina. Desta vez, vamos tratar da história da EaD no Brasil e no mundo. Acompanhe! A EaD, tão criticada por uns como o jeito mais fácil e aligeirado de se formar e a forma mais barata de fazer educação, por outro lado, também é elogiada por outros como um espaço de democratização do ensino, um espaço de inovação. Com críticas e elogios, essa modalidade vem sendo cada vez mais utilizada nas universidades. Sua expansão está associada a dois motivos: primeiro pelas crescentes necessidades educacionais que não seriam satisfeitas pelos sistemas tradicionais; e segundo, pelo desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação. Mas de onde vem essa modalidade de educação? Qual é a sua história? Pois bem! Vamos conhecer um pouco da história dessa modalidade de ensino no mundo e no Brasil a partir de agora. A EaD não é muito nova, tem uma longa história de experimentação, de fracassos e sucessos. Apesar de muitos defenderem que se trata de uma nova ideia, a Educação a Distância já possui uma longa trajetória. Retomando vários séculos na história da humanidade, pode-se dizer que a Educação a Distância tem a idade da escrita. (MAIA; MATTAR, 2007,p. 21) http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 23 Nas sociedades de tradição oral, a comunicação era necessariamente feita por meio da fala, todavia, com a invenção da escrita não é mais necessário que as pessoas estejam presentes no mesmo ambiente para que haja comunicação. Maia e Mattar (2007) apresentam três gerações da EaD: Figura 3 – As três gerações da EaD. Fonte: Adaptada de Maia e Mattar (2007). A história da EaD no Brasil, comparando com a experiência mundial, apresenta muitas diferenças. No primeiro momento, ela seguiu o movimento internacional, todavia, a experiência de universidade aberta foi atrasada até os dias de hoje, quando ocorreu a recente criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Cursos de correspondência que datam de 1720. Cursos de taquigrafia. Entretando, a EaD efetivamente surge por volta do século XIX com o desenvolvimento dos meios de transporte (trens) e correspondência (correios). Decorrente das novas mídias: televisão, rádio, fitas de áudio e vídeo e telefone. Momento em que foram criadas as universidades abertas de ensino a distância, influenciadas pelo modelo de Open University na Inglaterra, fundada em 1969, que utilizava o rádio, a tevê, os vídeos, as fitas cassete e os centros de estudos. Esse modelo faz crescer o interesse pela EaD por diversos países do mundo. Trata-se da EaD on-line, essa que você conhece, que começou a se expandir em 1995 com o desenvolvimento explosivo da internet. 3ª Geração 2ª Geração 1ª Geração http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 24 Maia e Mattar (2007) apresentam algumas referências da EaD em nosso país. Veja a seguir cada uma delas. • Escolas internacionais e cursos por correspondência (1904): instituições privadas que ofereciam, em jornais, cursos pagos por correspondência. • Rádio-escola (1923): um grupo liderado por Henrique Morize (engenheiro industrial e civil, geógrafo e professor de física francês que foi naturalizado brasileiro e criou a Academia Brasileira de Ciências) e Edgard Roquette–Pinto (antropólogo e entusiasta da utilização do rádio como forma de educar, pois esse poderia alcançar até mesmo as pessoas mais pobres e geograficamente distantes), pioneiros da radiodifusão no Brasil, criou a rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que foi ao ar em 20 de abril de 1923 e ofereceu cursos de português, francês, silvicultura, literatura francesa, esperanto, radiotelegrafia e telefonia. Em 1936, essa rádio foi doada ao Ministério da Educação e no ano seguinte foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação. • Rádio Monitor (1939): os primeiros institutos brasileiros a oferecerem sistematicamente cursos profissionalizantes a distância por correspondência. • Instituto Universal Brasileiro (IUB) (1941): outro pioneiro de EaD no Brasil, fundado por um ex-sócio do Instituto Monitor, que oferece cursos profissionalizantes em diferentes áreas e também curso supletivo. • Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio (Sesc) e emissoras associadas: fundaram a Universidade do Ar em 1947. Esta durou dois anos e tinha o objetivo de oferecer cursos comerciais radiofônicos. Os alunos estudavam por meio das apostilas e corrigiam os exercícios com o auxílio dos monitores. • Movimento de Educação de Base MEB (1961): a Diocese de Natal, no Rio Grande do Norte, criou algumas escolas radiofônicas, dando origem ao Movimento de Educação de Base, que promoveu o letramento de jovens e adultos. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 25 • Projeto Minerva (1970): convênio entre o Ministério da Educação, a Fundação Padre Landell e a Fundação Padre Anchieta, cuja meta era utilizar o rádio para a educação de adultos. Foi mantido até 1980. • Senac: a experiência do Senac com EaD continua até hoje. Em 1976, foi criado o Sistema Nacional de Telecomunicações, centrado no ensino por correspondência, com algumas experiências com rádio e tevê. A partir de 1988, esse sistema foi informatizado, e, em 1995, foi criado o Centro Nacional de Educação a Distância (CEaD). • Telecurso (1977): oferecia cursos supletivos a distância. Hoje é denominado Telecurso 2000 e utiliza livros, vídeos e transmissão por tevê. • Salto para o Futuro (1991): promovido pela TV Escola, canal educativo da Secretaria da Educação a Distância, do Ministério da Educação, tornou-se um marco na EaD nacional. Trata-se de um programa de formação continuada de professores que utiliza diferentes mídias: material impresso, tevê, fax, telefone e internet, além de promover encontros presenciais nas telessalas, que contam com as mediações de um orientador da aprendizagem. Além de todos esses programas, no início dos anos 1990 houve um grande avanço da EaD no Ensino Superior brasileiro em decorrência dos projetos de informatização, que continua até os dias de hoje. Estudo complementar Para aprofundar seu conhecimento sobre a evolução da EaD brasileira em relação ao paradigma da educação presencial, acesse o trabalho “EaD – sua origem histórica, evolução e atualidade brasileira face ao paradigma da educação presencial” realizado por Karla da Silva Costa e Geniana Guimarães Faria, que está disponível clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/552008104927AM.pdf http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 26 5 Legislação de EaD Objetivo Conhecer a legislação de EaD. Na unidade anterior, você viu a história da Educação a Distância. No Brasil, ela surgiu oficialmente pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) e foi regulamentada pelo Decreto nº 5.622, de dezembro de 2005, e pela Portaria Ministerial nº 4.361/2004. Nessa lei, foi reservado um artigo para a EaD. Vejamos o que ele nos apresenta: Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. (Regulamento) § 1° A Educação a Distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. § 2° A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de Educação a Distância. § 3° As normas para produção, controle e avaliação de programas de Educação a Distância e a autorização para sua implementação caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. (Regulamento) § 4° A Educação a Distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá: I – custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados mediante autorização, concessão ou permissão do poder público; (Redação dada pela Lei nº 12.603, de 2012) http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 27 II – concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; III – reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais. (BRASIL, 1996) Optamos por transcrever o texto na íntegra, pois desse modo você já sabe o que diz exatamente esse artigo. Além disso, assim você pode entender que uma lei instituída, até que outra seja aprovada, vai sofrendo alterações regulamentadas por decretos e portarias. Foi o que aconteceu com a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, referência legal para todos os níveis e modalidades de ensino! Você já deve ter se deparado ou ouvido falar de muitas mudanças que acontecem na Educação, sendo a maisrecente o Ensino Fundamental de nove anos. Essas mudanças são decorrentes dessa lei. Assim, é importante você saber que sempre que tiver alguma dúvida ou problemas na área da educação, antes de tomar qualquer atitude, deve consultar a LDBEN. Voltando à EaD, temos sobre a sua expansão: [...] final dos anos 1990 não nos trouxe apenas a Internet e a possibilidade do trabalho em redes de colaboração, mas também reflexões sobre práticas e metodologia pedagógicas que permitissem o uso de ferramentas interativas para melhorar a qualidade de ensino-aprendizagem, o que coincidiu, não por acaso, com a necessidade de se reformar o Ensino Superior [...]. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 29) O advento das multimídias e da internet e a consequente possibilidade da interatividade trouxeram novo entusiasmo aos pensadores e pesquisadores da Educação a Distância. Isso foi tão evidente que o próprio Ministério da Educação publicou, em dezembro de 2004, a Portaria n° 4.059, que regulamenta, no Ensino Superior, a oferta de disciplinas a distância para atender até 20 por cento da carga horária de cursos presenciais reconhecidos pelo Ministério da Educação. E, veja, o movimento continua! O Ministério da Educação criou, em 2002, a Comissão Assessora de especialistas em Educação a Distância, que produziu um relatório esclarecendo às instituições de Ensino http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 28 Superior e ao próprio Ministério de Educação as principais diretrizes para o desenvolvimento da EaD no Brasil. Mas a EaD não se limita aos cursos de graduação; a legislação também ampara a pós-graduação. A Resolução CNE/CES n° 1, de 3 de abril de 2001 resolve: Art. 1º Os cursos de pós-graduação stricto sensu, compreendendo programas de mestrado e doutorado, são sujeitos às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento previstas na legislação. Art. 3º Os cursos de pós-graduação stricto sensu a distância serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas para tal fim pela União, conforme o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei 9.394, de 1996, obedecendo às mesmas exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidas por esta Resolução. § 1º Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos a distância devem, necessariamente, incluir provas e atividades presenciais. § 2º Os exames de qualificação e as defesas de dissertação ou tese dos cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos a distância devem ser presenciais, diante de banca examinadora que inclua pelo menos um professor não pertencente ao quadro docente da instituição responsável pelo programa. § 3º Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos a distância obedecerão às mesmas exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidas por esta Resolução. (BRASIL, 2001) Com relação aos cursos de especialização, a Resolução n° 1 de 8 de junho de 2007 resolve: Art. 6º Os cursos de pós-graduação lato sensu a distância somente poderão ser oferecidos por instituições credenciadas pela União, conforme o disposto no § 1° do art. 80 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 29 Parágrafo único. Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial individual de monografia ou trabalho de conclusão de curso. (BRASIL, 2007). É importante ressaltar que o mercado, hoje, impõe-nos a continuidade dos estudos, portanto, ao realizar o curso de graduação, você já deve ir planejando-se para fazer, por exemplo, um curso de pós-graduação. Quando falamos em planejar-se, é no sentido de pensar em algum tema em que você queira aprofundar-se em seus estudos, e a pós-graduação é uma possibilidade. Estudo complementar Conheça também a Portaria Normativa nº 40, de dezembro de 2007, que foi reeditada em 2010 e institui sistema eletrônico do Ministério da Educação, clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://meclegis.mec.gov.br/documento/view/id/17 http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 30 6 Principais características e conceitos da EaD Objetivo Analisar as principais características e conceitos da EaD. Nas unidades anteriores, você estudou a história da EaD no mundo e no Brasil e a Legislação da EaD no Brasil. Esse foi o início! Nesta unidade, vamos aprofundar a nossa reflexão sobre as questões da EaD, seus conceitos e suas características. A escolha desses conteúdos na disciplina se dá porque você precisa, além de vivenciar, saber os aspectos envolvidos nessa modalidade de educação. Antes de conceituarmos a Educação a Distância, é interessante refletirmos sobre o que é educação. Para Maia e Mattar (2007, p. 4), o conceito de educação: [...] pode ser desmembrado nas ideias de ensino e aprendizagem. A educação se realizaria quando um projeto de ensino gerasse aprendizagem: sem aprendizagem, o projeto teria fracassado; sem projeto, haveria aprendizado espontâneo [...] Veja bem, a educação pode ser considerada como parte do processo ensino e aprendizagem, no qual um depende do outro, pois não existe aprendizagem sem ensino nem ensino sem aprendizagem. Todavia, tanto um como outro precisa ser bem planejado, projetado, caso contrário, o aprendizado seria espontâneo, mas não haveria educação, pois esta requer uma intencionalidade. A Educação a Distância, como uma forma de fazer educação de maneira mais atual, ou contemporânea, também faz parte desse processo. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 31 A música a seguir, de Gilberto Gil, ilustra um pouco de como vamos nos inserindo nesse novo modo de relação social. Você pode escutá-la clicando aqui. Tanto o conceito de educação como a música de Gil levam-nos a refletir sobre a educação como um processo amplo, que na atualidade tem uma característica peculiar, pois pode ser mediada pelas novas tecnologias de Pela internet Criar meu web site Fazer minha homepage Com quantos gigabytes Se faz uma jangada Um barco que veleja Que veleje nesse informar Que aproveite a vazante da infomar é Que leve um oriki do meu orixá Ao porto de um disquete de um micro em Taipé Um barco que veleje nesse infomar Que aproveite a vazante da infomaré Que leve meu e-mail até Calcutá Depois de um hot-link Num site de Helsinque Para abastecer Eu quero entrar na rede Promover um debate Juntar via internet Um grupo de tietes de Connecticut De Connecticut de acessar O chefe da Mac Milícia de Milão Um hacker mafioso acaba de soltar Um vírus para atacar os programas no Japão Eu quero entrar na rede para contatar Os lares do Nepal, os bares do Gabão Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar http://www.esab.edu.br/ http://www.youtube.com/watch%3Fv%3DWM6_DE0lBFE http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 32 informação e comunicação. Você, neste curso, aprenderá sobre os valores da vida acadêmica em EaD e também da futura profissão. Vamos ver agora um conceito de EaD? Maia e Mattar (2007, p. 6) nos dizem que “[...] a EaD é uma modalidade de educação em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação”. Nesse sentido, a EaD apresenta algumas características. Vejamos as principais, destacadas por Maia e Mattar (2007). Separação do espaço A EaD ocorre com a separação geográfica entre o aluno e o professor, isto é, prescinde a presença física. Todavia, essa relação é mediada pelas tecnologias e, em alguns casos, é diversificada com encontros presenciais. No casodeste curso, por exemplo, você terá encontros presenciais sob orientação de um professor tutor. Separação de tempo Uma característica marcante da EaD é a separação temporal, ou seja, os alunos e os professores não precisam estar realizando atividades ao mesmo tempo. Porém, existem alguns cursos de EaD que propõem atividades em que professores e alunos devem estar conectados na mesma hora, interagindo, por exemplo, via chat, videoconferência ou web conferência. Planejamento A EaD é um modalidade de ensino e aprendizagem que necessita ser bem planejada por uma instituição. Esse planejamento prevê a organização do processo de ensino e aprendizagem, ou seja, além de acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos, deve-se incluir o acompanhamento e a supervisão dos professores e tutores. No caso do Ensino Superior, a instituição deve estar credenciada pelo Ministério da Educação. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 33 Tecnologias de comunicação Para superar obstáculos entre os alunos e os professores que possam ser impostos tanto pela distância como pelo tempo, a EaD utiliza-se de diversas ferramentas de comunicação. Assim, a relação entre os alunos e os professores passa a ser mediada pela tecnologia. Autonomia e interação As novas tecnologias geram mais interação entre os professores e os alunos, e ao mesmo tempo possibilitam o estudo independente, ou seja, permite a autonomia do aluno no processo de aprendizagem. Você deve ter observado que em diversos momentos falamos de processo de ensino e aprendizagem. Fazemos isso porque entendemos que tanto o ensino (função pontual do professor) como a aprendizagem (função pontual do aluno) acontecem paralelamente. Público A princípio, o público da EaD é ilimitado. Do nosso ponto de vista, a EaD é uma educação inclusiva, pois possibilita que as pessoas que não teriam acesso à educação – seja porque moram em lugares isolados ou por não terem tempo regular para frequentar um curso presencial, impedindo de frequentarem instituições convencionais – encontram nessa modalidade a realização de satisfazer uma necessidade ou sonho de se emanciparem intelectualmente. Você viverá, nestes três anos de graduação, a modalidade de EaD. Nesse contexto, os homens e as mulheres que nasceram depois da década de 1990 contam com uma facilidade, pois nasceram com as novas tecnologias. Para os que nasceram antes, terão o desafio de familiarizarem-se com elas, perdendo o medo de utilizá-las. Isso é interessante, pois vencer desafios é sempre gratificante! http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 34 Saiba mais Nesta unidade, discutimos brevemente sobre os conceitos e as características da EaD. Para entender um pouco mais sobre essa modalidade de ensino, assista ao vídeo “O que é EaD”, clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://youtu.be/pH1tsr069MM http://youtu.be/pH1tsr069MM http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 35 Resumo Sabemos que você deve ter se empenhado, de fato, para estudar estas seis unidades, afinal elas tratam de questões pertinentes a sua formação. Na unidade 1, você conheceu a história da educação superior no Brasil, como essa proposta educacional foi se constituindo em cada época da realidade brasileira. Iniciamos a viagem do Brasil-Colônia aos dias atuais. Na unidade 2, apresentamos as principais políticas públicas do Ensino Superior no Brasil, que são apresentadas nos seguintes eixos: ProUni, Sinaes, Sisu, Fies, UAB. Na unidade 3, discutimos o papel do aluno no Ensino Superior, destacando a importância do protagonismo, do comprometimento e do planejamento do acadêmico no processo de aprendizagem. Na unidade 4, você conheceu a EaD, sua história no mundo e no Brasil. Aprendeu que, apesar de parecer nova, ela já acontece há muitos séculos. No Brasil, essa modalidade aconteceu mais tarde, todavia, atualmente vem acompanhando sua evolução mundial. Na unidade 5, você conheceu as leis que regem a EaD. No Brasil, podemos considerar como marco a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/1996. Finalmente, na unidade 6, analisamos os principais conceitos e as características da EaD, quais sejam: separação no tempo e no espaço, como ela é planejada, as tecnologias de comunicação como ferramentas, a autonomia do aluno, as interações estabelecidas e o público a que atende. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 36 7 As tecnologias de informação e comunicação e a mediação pedagógica em EaD Objetivo Identificar as tecnologias de informação e comunicação e sua relação com a EaD. Vamos dar sequência a nossa interlocução sobre a EaD? Nesta unidade, trataremos de ferramentas indispensáveis para a EaD acontecer: as tecnologias de informação e comunicação! Quando você começou a aprofundar seus estudos sobre a EaD na unidade 4, que tratou da história da EaD no mundo e no Brasil, em certa medida já refletiu sobre as tecnologias utilizadas em cada momento histórico. Você, no processo do curso, deverá saber comunicar-se e buscar informações e selecionar as ferramentas para melhor realizar essas tarefas. Pensando nisso, voltamos à história de como os homens informaram-se e comunicaram-se ao longo dos tempos. Em relação ao uso da tecnologia da informação na educação, inicialmente havia os cursos por correspondência, que utilizavam o material impresso, entregue pelo correio. Com o surgimento do cinema, foram produzidos filmes instrucionais com objetivo educacional. Já o rádio, a primeira tecnologia eletrônica de massa, foi utilizado para transmitir muitas aulas em diversos países. Em seguida, no meio educativo, a tevê tomou o lugar do rádio, sendo ainda muito utilizada para a formação inicial (isto é, relacionada ao Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos) bem como profissionalizante, como é o caso do Telecurso 2000, que é transmitido por muitos canais de tevê aberta. Esse projeto é muito http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 37 conhecido e prepara estudantes para prestarem os exames supletivos oferecidos pelas Secretarias Estaduais de Educação. Apesar da grande abrangência da tevê, a grande revolução da EaD foi consolidada mundo afora com o advento do computador e da internet. São as ferramentas tecnológicas, cada uma a sua época, que diferenciam a EaD atual da que já foi realizada em cada época desde o seu surgimento, como vimos na unidade 4. Hoje, o computador e a internet contribuem para aumentar as possibilidades de comunicação entre os estudantes, os professores e os tutores com o uso do correio eletrônico, dos fóruns, das listas de discussões e dos ambientes virtuais de aprendizagem. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) favorecem os processos de ensino e a aprendizagem porque transformam a prática pedagógica (professor como mediador e orientador), possibilitam a aprendizagem significativa e contextualizada e favorecem a pesquisa e a maior interação entre os estudantes. Portanto, as novas tecnologias, o uso de teleconferências, as videoconferências, o correio eletrônico, as ferramentas de buscas na internet, as listas de discussão, os fóruns de discussão e diversas outras ferramentas potencializam a EaD na atualidade, pois ela pode utilizar toda e qualquer mídia que sirva de agente mediador, que possibilite o processo de ensino e aprendizagem e a comunicação entre os estudantes, o corpo docente e os gestores das instituições de ensino. Na relação estabelecida entre as tecnologias de informação e comunicação e a educação, em especial a EaD pela internet, configura-se a oportunidade para promover a construçãocoletiva do conhecimento, já que a internet possui uma elevada capacidade de conectar, integrar, localizar, armazenar e gerenciar informações. No computador, você pode escrever textos, fazer cálculos, construir planilhas e banco de dados; desenhar, manipular imagens, fazer e tocar músicas; jogar, gravar sons e vídeos, assistir a filmes, enfim, pode fazer muitas coisas para enriquecer o seu processo de aprendizagem e auxiliar na construção do conhecimento. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 38 Você, que acompanha a evolução dessa ferramenta, sabe que rapidamente passamos do microcomputador para o laptop, depois para o netbook. E mais recentemente temos o tablet, como este que você tem em mãos para acessar o conteúdo do seu curso. Este dispositivo que você utiliza para realizar seu curso é inovador em termos de tecnologias aliadas à educação! Por meio da internet, podemos conectar inúmeros computadores espalhados pelo mundo, gerando uma poderosa rede de recursos e serviços. Atualmente, esse é um meio de informação e comunicação que permite o transporte, em forma digital, de documentos escritos, sons e imagens, além de possibilitar a comunicação entre pessoas e instituições do mundo inteiro. É dessa forma que você vai realizar a sua formação! Na EaD, sua aprendizagem será mediada por essas tecnologias. No Ambiente Virtual de Aprendizagem você estudará os conteúdos, realizará as atividades, poderá interagir com os tutores e professores e com os colegas de curso. Por isso, é necessário que você se organize, dedique um tempo específico para seus estudos e acesse o ambiente virtual sistematicamente; faça as atividades, leia, pesquise. A internet disponibiliza uma grande variedade de conteúdos para fazer trabalhos, realizar as pesquisas, aprofundar os conhecimentos. De trabalhos acadêmicos a livros, está tudo disponível, basta saber e querer buscar. Por isso, ao longo deste material, você verá como realizar suas pesquisas e qual a relação das tecnologias de informação com o processo de elaboração de pesquisas, trabalhos e do seu conhecimento. Dica Você pode acessar livros, arquivos de áudio e de imagem que estão em domínio público por meio da biblioteca digital do governo brasileiro. Clique aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.dominiopublico.gov.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 39 Um ponto importante para isso é a mediação pedagógica, que na EaD é realizada por meio das tecnologias de informação e comunicação. Você sabe o que isso significa? Por mediação entendemos que há uma intervenção, o que no contexto pedagógico refere-se a intermediar o processo de ensino e aprendizagem. Tradicionalmente, a relação entre o aluno e o conhecimento acontecia exclusivamente pelo professor. Na EaD, isso muda um pouco, pois a distância separa esses dois sujeitos. Mas isso não quer dizer que o professor é completamente dispensável, pois continua sendo necessário planejar as aulas e os conteúdos. Por isso, os materiais, como este que você está utilizando, são frutos de muitas pesquisas e de planejamento para que você possa ampliar seus conhecimentos e horizontes com uma base bem fundamentada. Além disso, o material e as aulas são organizados de maneira que a mediação pedagógica seja feita por intermédio das tecnologias de informação e comunicação. Ou seja, ainda que separados fisicamente, conseguimos desenvolver o processo de ensino e aprendizagem de forma planejada e responsável e viabilizá-lo por meio do uso das TICs. Assim, o papel do tutor torna-se essencial, pois é ele que atende o estudante de modo direto e frequente, garantindo que o processo de ensino e aprendizagem se realize com sucesso. Para isso, ele atua como um intermediário entre professor, conteúdo e aluno no momento de tirar dúvidas e ajudar o aluno a estudar ou até mesmo a organizar-se. Saiba mais Para compreender melhor os conceitos de comunicação e informação, assista ao vídeo “Processo de comunicação”, disponível clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.youtube.com/watch?v=8Beo1AUBlZg http://www.youtube.com/watch?v=8Beo1AUBlZg http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 40 8 Características comuns no ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA): relação entre o ensinar e o aprender Objetivo Compreender a relação entre o ensinar e o aprender. Dando sequência a nossos estudos, vamos refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem. Quando falamos em ensino e em aprendizagem, logo pensamos em aluno, professor, escola, educação, não é mesmo? O ensinar e o aprender têm relação com a educação. Os índios ensinam suas gerações pelas vivências e pela palavra. A sociedade moderna, industrial, criou a escola como um espaço para educação formal e, nesse modelo, o ensinar e o aprender estão geralmente ligados ao professor e ao aluno. Você já deve ter visto na mídia, ou em bate-papos em diferentes espaços, a crítica feita a alguns modelos de educação mais rígidos ou mais soltos. Mas, veja bem, o que determina o modo de ensinar e aprender é a concepção de educação, ou seja, que tipo de homem a sociedade quer formar. Por exemplo, no Brasil, na época da ditadura, tivemos uma educação mais rígida porque se precisava de homens que aceitassem aquele modo de governar. Com a abertura política, a educação passou a ser mais crítica e o professor e o aluno passaram a ter mais liberdade e até mesmo mais contato. Temos algumas teorias de educação que defendem que o papel de ensinar é do professor e do aluno, aprender. Outras defendem que o professor só http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 41 orienta aquilo que o aluno quer aprender, e essas são as que dizem que professor e aluno aprendem juntos. Nesse caso, “educar (e ser educado) é um ato de ‘co-laborar’: trabalhar em conjunto” (MAIA; MATTAR, 2007, p. 4) A ideia de que o aluno e o professor são ativos no processo de ensinar e aprender nos parece muito interessante e sensata, porém é importante entendermos que cada um tem funções distintas. O professor, como alguém mais experiente e com formação para a ação docente, organiza e conduz o ensino para que o aluno aprenda de modo ativo, ou seja, o processo de ensino é realizado por meio da mediação do professor, que dá aos alunos as condições para que eles assimilem, de forma ativa e independente, os conhecimentos. O processo de ensino e aprendizagem, nesse sentido, deve ser de participação, isto é, os sujeitos envolvidos – alunos e professores – são responsáveis diretos por promover a assimilação do conhecimento. E esse modo de fazer educação, atualmente, faz parte da proposta tanto da educação presencial como da Educação a Distância, sendo a segunda ainda mais fortemente marcada pela autonomia, pois é definida como uma [...] forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. (BRASIL, 1998) Esse novo modo de fazer educação em Ambiente Virtual de Aprendizagem, seja presencial ou a distância, possibilita a ruptura da grande crise da sociedade atual: a crise de participação, da autonomia. A presença das novas tecnologias de informação e de comunicação muda significativamente nossas relações sociais, uma vez que amplia nossos conhecimentos e as informações, além de estar disponível na hora real. Contamos com documentos oficiais, legislação e muitos pesquisadores que se debruçam sobre o ensino em AVA, dentre eles destacamos: Belloni (2001); Maia; Mattar (2007); Palloff; Pratt (2004), todavia Munhoz http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=dbwww.esab.edu.br 42 (2011, p. 31 a 32 ) nos apresenta pontualmente 10 características comuns entre o ensino presencial e em AVA. Para ele a vivência em AVA: • engloba todas as atividades que você iria desenvolver em um campus presencial; • apresenta para seu uso uma infraestrutura altamente coordenada; • proporciona uma estratégia de suprimento de informações (metadados) que você necessita para desenvolver as propostas; • dá privilégio a uma estratégia de incentivo a sua comunicação, dialogo e interatividade com os demais participantes, como diferencial; • oferece uma interoperabilidade entre tecnologias e sistemas pedagógicos que convivem no interior de equipes multidisciplinares, montadas para o desenvolvimento de programas de cursos para lhe dar maior qualidade possível, no mínimo similar aquela que você poderia obter no ensino presencial; • inclui a presença de informações administrativas em profusão, que orientam você na comunicação com todos os demais participantes da estrutura, com destaque para o acesso às suas atividades acadêmicas; • incentiva você a utilizar uma vasta gama de recursos tecnológicos distribuídos, síncronos ou assíncronos, com precisão, inclusive, de encontros presenciais (e-mail, fórum, chat, vídeo, áudio, rádio). • propõe que você tenha suporte e seja direcionado de forma diferenciada de condutismo, que, como novo enfoque, você será orientado a desenvolver a solução de problemas, trabalho colaborativo e aprendizagem independente; • proporciona a você acesso livre a todo o conteúdo colocado à disposição nos repositórios de dados internos e externos (bibliotecas digitais). Na atualidade, é dado preferência ao conceito de que esses recursos educacionais adotem os pressupostos da teoria dos objetos de aprendizagem; http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 43 • permite que orientadores e acadêmicos monitorem suas atividades de aprendizagem de maneira frequente com retorno de suas comunicações nunca deixando-o sozinho. Essas são condições necessárias que direcionam a qualidade da educação em AVA, todavia não são suficientes para que a aprendizagem ocorra. Por isso, já não é viável olhar a sociedade e a educação com nostalgia, com saudades do que passou, pois os tempos são outros e não podemos retroceder. Além disso, voltar para um tempo em que havia palmatória, castigo e o conteúdo na educação exclusivamente presencial era decorado em vez de assimilado pode não ser muito bom, não é mesmo? Mas muitas pessoas sentem saudades do que passou! E para ilustrar essa nostalgia, que ainda aflige muitas pessoas, convidamos você a ler a letra de música a seguir. Bela essa letra de música, você não acha? Realmente, é muito comum termos muitas saudades de experiências e vivências de nossas vidas. Meus tempos de criança Eu daria tudo que eu tivesse Pra voltar aos dias de criança Eu não sei pra quê que a gente cresce Se não sai da gente essa lembrança Aos domingos, missa na matriz Da cidadezinha onde eu nasci Ai, meu Deus, eu era tão feliz No meu pequenino Miraí Que saudade da professorinha Que me ensinou o beabá Onde andará Mariazinha Meu primeiro amor, onde andará? Eu igual a toda meninada Quanta travessura que eu fazia Jogo de botões sobre a calçada Eu era feliz e não sabia (Ataulfo Alves, 2012) http://www.esab.edu.br/ http://letras.mus.br/ataulfo-alves/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 44 Saudades da infância, da escola, dos professores. E podemos ter saudades! Mas é ingênuo achar que podemos voltar ao que era, concorda? Todavia, não queremos dizer, com isso, que tudo vale nos dias de hoje. Precisamos ter valores éticos em nossas ações e precisamos participar da educação e da sociedade com responsabilidade, a fim de termos instrumentos para desenvolvermos o pensamento crítico em relação ao que vivemos, vemos e ouvimos. Desse modo, podemos lutar por nossos direitos e cumprir eticamente nossos deveres, praticando a cidadania. Acreditamos que a aprendizagem se dá a partir da ação do aluno quando ele se apropria das significações dos conteúdos explicitados pelo professor, que pauta sua prática na reflexão, na descoberta, no questionamento. Por isso, é importante você estudar e procurar aprender mais e fazer seus cursos em uma instituição que tem seriedade no trato com você e com o professor e compreenda essa nossa relação com o conhecimento. Como aluno, você deve ser orientado e ter seu estudo mediado por professores com boa experiência e formação condizente com o nível de ensino em que está. Para ser professor do Ensino Superior, por exemplo, a exigência hoje é que se tenha no mínimo especialização, mas, preferencialmente, que se tenha mestrado e doutorado. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 45 Em síntese, podemos dizer que o processo de ensinar e aprender, na atual conjuntura, não deve banalizar o conhecimento, pois ele é instrumento de ação, de participação. Todavia, os sujeitos desse processo precisam ter autonomia, precisam ser ativos na assimilação e na construção do conhecimento, isto é, tanto o aluno como o professor precisam se comprometer, caso contrário, a aprendizagem dificilmente será efetiva. Portanto, o professor precisa organizar o processo e o aluno participar ativamente das demandas acadêmicas! Para sua reflexão Estamos estudando sobre a educação, o ensino e a aprendizagem no atual modelo participativo de ensino e aprendizagem. Como você viu, é função do professor auxiliar o aluno a ser ativo e proativo em seus estudos e na apreensão do conhecimento. A proatividade na busca por conhecimento e assimilação do conteúdo, portanto, também faz parte do papel do aluno e é um ponto crucial tanto para nossos estudos na modalidade de Educação a Distância como para a vida profissional. Sabendo disso, como você acredita que desenvolver essa proatividade ajudará você como profissional? Como ser ativo, autônomo e crítico na educação desenvolverá você ainda mais como profissional e cidadão? As respostas a essas reflexões formam parte de sua aprendizagem e são individuais, não precisando ser comunicadas ou enviadas aos tutores. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 46 9 Características do ensino presencial Objetivo Analisar as características do ensino presencial. Podemos iniciar esta unidade dizendo que já conhecemos muito do ensino presencial, pois todos nós o vivenciamos em algum momento de nossas vidas. Ou seja, em alguma fase de nossas vidas, já sentamos nos bancos escolares com um grupo de colegas e com um professor ministrando a aula. Agora, é hora de analisarmos as características desse tipo de ensino que já conhecemos na prática! No ensino presencial, as interações dos alunos com seus colegas e com os professores acontecem face a face. Além disso, o espaço e o tempo são determinados, pois tanto os alunos como os professores precisam ir à escola diariamente por determinado período, sendo que os horários, a quantidade de dias letivos, o número de alunos por sala são definidos por lei. Tradicionalmente, nesse processo de ensino e aprendizagem, o que prevalece são os conhecimentos científicos, que são apresentados pela escola aos alunos de maneira gradativa. Outra característica é que na educação presencial as dúvidas são respondidas imediatamente e, além disso, a interação e a mediação entre os alunos e o professor acontecem de forma mais direta. Os trabalhos em grupo também são facilmente promovidos no ensino presencial. Também podemos destacar que possibilitam relações sociais de gênero, de etnia, de religião, de classe social e de poder. A heterogeneidade entre os alunos se faz presente em sala de aula, pois conta com pessoascom diferentes modos de ser, de agir, de aprender e de pensar. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 47 Desse modo, podemos perceber que a escola tem também um forte aspecto social e cultural. Especialmente a partir do vigor do Estatuto da Criança e do Adolescente, a escola visa transformar-se num espaço democrático da sociedade. Em 1990, esse estatuto determinou que todas as crianças e os adolescentes de sete a quatorze anos, obrigatoriamente, devem estar na escola. Recentemente, com a Lei n° 11.114, de 16 de maio de 2005, tornou-se obrigatória a matrícula das crianças de seis anos de idade no Ensino Fundamental, e a Lei n° 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, ampliou período de duração do Ensino Fundamental de oito para nove anos. Bom, podemos sintetizar que as características do ensino presencial, também chamada por Munhoz (2011, p. 32) de “educação formal tradicional” só faz sentido na atualidade a partir da implementação da EaD. Por muito tempo o ensino presencial foi o modelo de educação destinado a pessoas de todas as idades, composto por um prédio, com a presença física de um professor, contato direto com outros alunos da turma e da escola e aula com um tempo definido, entre outros aspectos. Por fim, fechamos esta unidade, cujo foco foram as características do ensino presencial, com um texto do escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queiroz (2009). Escolhemos este texto por dois motivos: em primeiro lugar para agraciá-lo com um pouco de arte; e, em segundo, porque em certa medida, ele reflete as questões da escola. Vamos à leitura? Estudo complementar O pesquisador brasileiro Juarez Tarcisio Dayrell analisa a escola como um espaço sociocultural. Em seus estudos, Dayrell apresenta a realidade do cotidiano da escola, especialmente da que atende a juventude. Para saber mais sobre esse assunto, leia o artigo “A escola como espaço sociocultural”, disponível clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://ensinosociologia.pimentalab.net/files/2010/09/Dayrell-1996-Escola-espa%C3%A7o-socio-cultural.pdf http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 48 Um pensar estrangeiro andou atordoando meu pouco entendimento. Ir para a escola era abandonar as brincadeiras sob a sombra antiga da mangueira; era renunciar o debaixo da mesa resmungando mentiras com o silêncio; era não mais vistoriar o atrás da casa buscando novas surpresas e outros convites. Contrapondo-se a essas perdas, havia a vontade de desamarrar os nós, entrar em acordo com o desconhecido, abrir o caderno limpo e batizar as folhas com a sabedoria da professora; diminuir o tamanho do mistério, abrir portas para receber novas lições, destramelar as janelas e espiar mais longe. Tudo isso me encantava. Escrever, eu já andava rabiscando mesmo antes de entrar para a escola. Escrevia nas paredes do galinheiro, no cimento do tanque ou no passeio da rua. Arranjava um pedaço de carvão, de tijolo, de caco de telha, pedra de cal. Minhas irmãs me pediam para traçar amarelinha no quintal. Eu caprichava. Usava uma vareta de bambu sobre a terra batida. Além de fazer as casas bem quadradas e certas, ainda escrevia os números e as palavras céu e inferno. De tanto as meninas pularem em cima, as palavras se apagavam aos poucos, mas escrever de novo não era sacrifício para mim. Comecei a escrever um nome feio e pequeno, por onde passava. Descontava minha raiva na parede da igreja ou nos muros do cemitério. Escrevia na maior rapidez. Meu irmão, José, ia atrás arrumando minha indecência e desrespeito. Crescia em mim uma inveja grande de sua inteligência. Ele puxava mais uma perninha no u e fazia uma voltinha em outra perna e virava e. Então ele botava um acento, e pronto! A palavra feia e imoral se transformava na palavra ‘céu’. Como havia a palavra céu por todo lado, minha mãe começou a suspeitar de minha vocação religiosa. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 49 10 Características do ensino em Ambiente Virtual de Aprendizagem Objetivo Analisar as características do ensino em Ambiente Virtual de Aprendizagem. Falar das características do ensino em Ambiente Virtual de Aprendizagem torna-se fácil, pois contamos com muitas pesquisas sobre a área, já que é algo não tão novo, embora ainda precise ser aprofundado. A Educação a Distância pela internet é geralmente realizada em um Ambiente Virtual de Aprendizagem. O que isso significa? Um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é um ambiente educacional que pode ser acessado via internet e conta com diversos recursos tecnológicos de modo que possibilita interações a distância entre o aluno, o professor, o tutor e o conteúdo. Você consegue pensar, nos dias atuais, em um curso que se diz a distância, mas que não utiliza computadores e internet? No início, tivemos cursos que diziam ser da modalidade EaD, todavia, limitavam- se ao estudo de cadernos ou apostilas, aos encontros presenciais com os tutores para estudo e avaliações, à disponibilização de vídeos com as teleaulas e às webconferências, em que os sinais via satélite quase nunca chegavam ou até mesmo aconteciam sem computador e internet. Dica A Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) produz uma revista eletrônica com foco em pesquisa, desenvolvimento e prática de educação a distância chamada Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta a Distância. Você pode acessar os volumes por meio do site clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.abed.org.br/revistacientifica/_brazilian http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 50 Pode parecer história contada, mas foi real – vivenciamos esse tipo de proposta! Mas é importante destacar que foi com base nessas experiências que os estudos foram realizados e aprimorados nessa modalidade de educação. Já a nova maneira de fazer educação apresenta características peculiares que definem a sua realização. Assim, podemos dizer que o ensino em ambientes virtuais de aprendizagem e, nesse caso, também da educação a distância, apresentam uma série de aspectos que o caracterizam. Esses aspectos são destacados por diversos autores (BELLONI, 2001; MAIA; MATTAR, 2007; PALOFF; PRATT, 2004): • separação geográfica: impossibilita o contato direto entre professor e aluno; • separação temporal: assim como a separação geográfica, não permite o contato ao vivo entre professor e aluno, porém permite encontros mesmo que não seja ao mesmo tempo; • aprendizagem independente: aprender por meio da EaD exige de nós a capacidade de aprender a aprender e aprender a fazer; • tempo e aprendizagem flexível: o estudo em EaD, como você tem visto em seus estudos, é flexível, uma vez que temos autonomia para realizar nossos horários e plano de estudo. Por isso, exige que tenhamos responsabilidade e desenvolvamos consciência sobre nossas capacidades; • organização educacional: cada modalidade de educação influencia de determinada forma o planejamento e a sistematização necessários para apoiar o estudante, sendo que, na EaD, esses aspectos dependem também do próprio estudante; • utilização de ferramentas e técnicas de comunicação: problemas criados por preconceitos ou barreiras impostas por localização geográfica ou situação familiar, econômica ou social que dificultam o acesso à educação podem ser quebrados ou reduzidos por meio do uso de materiais impressos, áudio, vídeo, troca de mensagens, videoconferência etc.; http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 51 • novo modelo de comunicação entre professor e estudante: o aluno já não é apenas um mero ouvinte, mas tem a possibilidade de tornar-se um debatedor capaz de questionar e criticar os assuntos em vez de apenas receber o conhecimento;• comunicação de massa: com o desenvolvimento tecnológico e dos meios de comunicação, aumentou-se a capacidade de gerar e manter uma comunicação envolvendo um grande número de pessoas, que podem estar distantes tanto temporalmente como geograficamente; • aprendizagem coletiva: todos os envolvidos devem participar do processo de ensino e aprendizagem apoiando uns aos outros, de forma que se pode chegar à construção de comunidades de aprendizagem. Veja você, dentre as inúmeras características do processo de aprendizagem no AVA, também é possível a comunicação em comunidades de aprendizagem com o uso de diversos recursos tecnológicos de forma simultânea ou em horários que forem considerados mais convenientes. Ao estudar em AVA você faz parte de uma comunidade virtual de aprendizagem. Segundo Munhoz (2011, p. 29) a comunicação dos estudantes com a Comunidade de Aprendizagem Virtual (conjunto de pessoas que trabalham de forma colaborativa, que desenvolvem uma intensa comunicação ente si) “[...] será sempre ou na maior parte das vezes no AVA, de forma síncrona ou assíncrona, textual ou em vídeos, com o uso de todos os recursos tecnológicos existentes”. Munhoz (2011) destaca a importância da participação em AVA, pois considera que a qualidade da aprendizagem está diretamente relacionada a esse aspecto. A atuação participativa, ativa, efetiva colaborativa aproxima os participantes, diminuindo assim a distância, consequentemente contribuindo com o processo de aprendizagem. Portanto, é papel fundamental do aluno a participação em AVA, pois é fundamental para o processo de aprendizagem na EaD. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 52 Elencamos as características dos ambientes virtuais de aprendizagem, mas é importante destacar que, ao escolhermos um determinado ambiente para a Educação a Distância, devemos ter conhecimento sobre as implicações dessa escolha e ter objetivos claros para que o processo de ensino e aprendizagem seja de qualidade e, em decorrência, a credibilidade e a seriedade dos cursos oferecidos sejam preservadas. Estudo complementar Nesta unidade, vimos uma breve descrição do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Para aprofundar seus estudos sobre essa ferramenta de EaD disponibilizada pelo desenvolvimento da tecnologia da informação e comunicação, faça uma leitura do texto “Tecnologias da informação e comunicação e protagonismo juvenil: o projeto jovens navegando pela cidade”, de Lígia Silva Leite e Rosilãna Aparecida Dias, que apresenta esse recurso voltado para o protagonismo juvenil. Esse texto está disponível clicando aqui. Tarefa dissertativa Caro estudante, convidamos você a acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a tarefa dissertativa. http://www.esab.edu.br/ http://www.abt-br.org.br/revistas/188.pdf http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 53 11 O aluno da EaD Objetivo Descrever as características necessárias para o aluno de EaD. Você é um aluno de EaD, certo? Este material e as atividades do Ambiente Virtual de Aprendizagem são todos pensados para que você possa estudar de forma autônoma, pois você é um aluno virtual, considerando que nossa atuação não acontece ao mesmo tempo. Portanto, todo o material que você estuda ou estudará é escrito pensando que você organiza seu tempo e seu espaço de maneira autônoma. Você imagina ou sabe o que é o estudo autônomo? Estudantes jovens e adultos têm maturidade suficiente para autogerir seus estudos, ter autonomia. Além disso, geralmente a maior parte dos alunos de EaD são trabalhadores, são homens e mulheres que buscam melhorar sua formação por motivos diversos: subir na carreira, mudar de vida, realizar um sonho, melhorar o desempenho na atividade profissional, ter um diploma universitário, ter uma profissão. Segundo Peters (2001, apud MUNHOZ, 2011, p. 39-40) as características básicas dos alunos de EaD são: • pessoas adultas que dispõem de uma experiência de vida maior e, dessa forma, encaram os estudos de uma forma diversa daqueles que iniciaram a vida acadêmica; • pessoas que trazem experiências profissionais que influenciam no modo como eles irão estudar. Uma parte é formada por profissionais que somente podem desenvolver os estudos de forma concomitante com suas atividades. Outra parte é formada por pessoas que têm os mais diversos impedimentos para frequentar a educação acadêmica formal. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 54 Essas características demandam uma organização, pois a experiência de vida dos estudantes aliada às atividades diárias precisam ser organizadas para que obtenham sucesso em seus estudos. Neste sentido, Munhoz (2011) propõe que o estudante de EaD faça um planejamento de estudo cuidadoso. Em qualquer circunstância da vida é preciso planejar, todavia em EaD é um requisito imprescindível para obter sucesso nos estudo, e você precisa saber de antemão que terá de se organizar para poder aprender. Mas sejam quais forem os motivos pela busca dessa modalidade de ensino e o seu perfil, segundo os autores Maia e Mattar, (2007); Palloff e Pratt (2004), você precisa: • conectar-se: é indispensável que você acesse a internet; • estudar de modo autônomo: você é o maior responsável pela sua aprendizagem, por isso é necessário que desenvolva a capacidade de solucionar possíveis problemas e questões que podem surgir durante o estudo; • planejar e organizar seus estudos: desenvolver a capacidade de planejar-se, organizando seus estudos, é o que vai garantir a sua aprendizagem; • desenvolver o hábito de leitura: você terá contato com diversos materiais, como os livros didáticos, os textos complementares etc. e, por estudar de modo autônomo, precisará ter uma boa capacidade de interpretação, que é adquirida com a leitura; • desenvolver a escrita: você necessitará fazer trabalhos e avaliações, bem como participar de discussões on-line, portanto, é importante que tenha uma boa escrita. E nós aprendemos a ler, lendo, e a escrever, escrevendo. Fazer bem tanto um quanto o outro é fruto de exercício; • interagir: relacionar-se virtualmente com os colegas pode ser um meio de sanar suas dúvidas, além de auxiliar na ampliação de seus conhecimentos; http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 55 • buscar orientação: o professor tutor está disponível para ajudar você a sanar as dúvidas relacionadas aos seus estudos, mas, para isso, você precisa tomar iniciativa, entrando em contato por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem, por exemplo. Sabendo de tudo isso, é comum refletirmos que a maior parte das pessoas que optam por estudar por meio da modalidade de educação a distância é de adultos, uma vez que estudar on-line facilita a continuidade do trabalho em turno integral e o cumprimento de outras atividades, pois permite a programação dos horários de estudo e o acesso ao conteúdo pode ser feito de qualquer lugar, desde que se tenha internet e um computador ou tablet. Portanto, nessa modalidade de ensino, você pode continuar trabalhando, dar atenção à família e aos amigos, porém não deve perder de vista que precisa organizar o seu tempo para estudar, afinal você é um estudante universitário e, como tal, é importante que se comprometa com seu curso, pois com o estudo você poderá melhorar a sua vida sendo um profissional de nível superior. Analise a responsabilidade! Munhoz (2011) adverte que existe um grande índice de evasão em EaD, por isso é necessário que o aluno, ao fazer escolha por essa modalidade de ensino, precisa analisar sua capacidade de estudo independente. O aluno de cursos na modalidade EaD possui algumas vantagens, como apontam Maia e Mattar (2007) e Palloff e Pratt (2004).São elas: • poder acessar o conteúdo dos cursos a qualquer momento; • contatar estudantes de outros cursos que estejam distantes geograficamente; • passar por uma nova experiência de estudo e aprendizagem; • entender a aula tradicional ao tirar o melhor proveito da interação para a orientação de trabalhos e estudos; • conhecer o conteúdo desenvolvido em aula no caso do não comparecimento em aula presencial; http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 56 • tirar dúvidas com o professor, o tutor e outros alunos por meio de recursos tecnológicos a qualquer hora e de qualquer lugar; • desenvolver-se por meio da organização do autoestudo, obtendo um novo senso de responsabilidade; • revisar a matéria em qualquer local por meio do acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem; • formar comunidades virtuais e novos grupos de interesse. Ao observar esses tópicos, note que, para que as vantagens apresentadas se concretizem, há uma grande necessidade de mudança de comportamento tanto dos professores como dos alunos. Na EaD, podemos estudar autonomamente, mas também precisamos nos organizar e participar de todas as atividades. Saiba mais Veja mais sobre como o estudo por meio da modalidade EaD pode ser uma boa alternativa, e dicas de como ser um bom aluno acessando a matéria “Tão longe, tão perto”, disponível clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/tao-longe-tao-perto-425857.shtml http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/tao-longe-tao-perto-425857.shtml http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 57 12 As similaridades entre o ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem Objetivo Relacionar as similaridades entre o ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem. Nas unidades anteriores, você estudou sobre duas modalidades de ensino: presencial e a distância, sendo a segunda por meio de Ambiente Virtual de Aprendizagem. Agora você tem uma ideia das características de cada uma, certo? O ensino presencial é marcante em nossas vidas. Por muito tempo, todas as publicações estavam relacionadas a essa modalidade de ensino e somente com a expansão da Educação a Distância passou a ser possível fazer essa relação entre as duas modalidades e a nossa realidade educacional. A intenção nesta unidade não é de traçar um paralelo entre as duas, mas de apresentar aspectos comuns que precisam ser pensados ao se realizar tanto o ensino presencial como o a distância. Muitas organizações que oferecem EaD ainda estão muito ligadas ao ensino presencial, que tem como características o espaço e o tempo determinados, isto é, você deve ir a determinado ambiente e lá permanecer por certo tempo; e a presença física de professores e alunos. Entretanto, é necessário que haja mudanças visando ao ensino a distância que, potencializadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação, possibilitam a criação de ambiente virtuais de aprendizagem. É quase impossível dissociar a EaD e as tecnologias da comunicação, pois elas são os meios indispensáveis ao funcionamento de um sistema http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 58 EaD. As tecnologias de informação e comunicação trazem para o cenário educativo, tanto à distância como presencial, a necessidade de traçar estratégias pedagógicas que possibilitem o trabalho colaborativo, criativo e autônomo que se deseja para a educação atual, independentemente da modalidade oferecida. Segundo Carvalho e Ivanoff (2010), três práticas estão sempre presentes nos processos de ensinar e aprender com TICs: • a utilização de bases de dados e informações; • comunicação e interação; • construção de conteúdo. Na prática docente, professores atualizados estão atentos aos estilos de aprendizagem dos alunos e utilizam as TICs em benefício desse processo em suas salas de aula, mesmo na modalidade presencial ou semipresencial. Assim, concluímos o assunto destacando que tanto no ensino presencial como na EaD o foco deve ser sempre o resultado da aprendizagem, e não apenas os recursos utilizados. Ambos modelos de educação devem ter como objetivo o crescimento profissional e pessoal do aluno. Além disso, ao refletirmos sobre o papel de cada uma dessas modalidades, veremos que cada vez mais a separação Para sua reflexão Diante dos estudos sobre as modalidades de ensino presencial e a distância, você percebe semelhanças entre elas? Há algumas décadas falava-se em ensino presencial e a distância? Ou é um fenômeno novo na educação? As respostas a essas reflexões formam parte de sua aprendizagem e são individuais, não precisando ser comunicadas ou enviadas aos tutores. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 59 entre elas é apagada. É comum que cursos de EaD realizem encontros e atividades presenciais a fim de melhorar o desempenho dos estudantes e fazê-los sentirem-se parte de um grupo. Já no ensino presencial, é tendência utilizar recursos de Educação a Distância, como ambientes virtuais de aprendizagem e atividades on-line, estratégias que vêm se tornando cada vez mais corriqueiras. Não podemos estabelecer relação entre ensino presencial e EaD, como fizemos em outras situações, nem enaltecer uma e diminuir a outra, pois ambas podem convergir em muitos aspectos, por exemplo, na aprendizagem autônoma como princípio. Todavia, são modelos de educação que atendem a necessidades diferentes. Se formos analisar, descobriremos que a EaD só existe porque o homem produziu os instrumentos que a fomentam e a necessidade premente das pessoas estudarem. Saiba mais Nesta unidade, discutimos brevemente sobre os conceitos e as características da EaD. Para entender um pouco mais sobre essa modalidade de ensino, assista ao vídeo “O que é EaD?”, disponível clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.youtube.com/watch?v=IRSb1DBKvPI http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 60 Resumo Na unidade 7, você identificou a relação das tecnologias de informação e comunicação com a EaD, percebendo que na EaD tecnologias de comunicação, especialmente o computador e a internet, são imprescindíveis. Na unidade 8, você viu que a relação entre o ensinar e o aprender acontece na atuação do professor e do aluno como sujeitos ativos na construção do conhecimento. Na unidade 9, analisamos que as principais características do ensino presencial são: comunicação face a face, espaço/tempo determinados. Já na unidade 10, analisamos as principais características do ensino em Ambiente Virtual de Aprendizagem, que se relaciona à separação física dos sujeitos envolvidos, ao espaço e ao tempo de estudo, que são definidos pelos alunos, tornando-os sujeitos autônomos no processo de aprender. Na unidade 11, descrevemos as características necessárias para o aluno de EaD. São elas: planejar seu tempo e espaço para estudar, ter uma organização e ter autonomia. Por fim, na unidade 12, você acompanhou as similaridades entre o ensino presencial e em Ambiente Virtual de Aprendizagem, modelos de educação não antagônicos. Como você viu, esses modelos possuem suas singularidades, mas precisam de um objetivo comum: promover a aprendizagem de qualidade. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 61 13 Docente e tutor Objetivo Comparar o papel do docente com o papel do tutor. Você sabe ou imagina o que é tutoria? O que é um tutor? E qual é a diferença entre um docente e um tutor? A tutoria é uma organização institucional de apoio, acompanhamento e orientação ao estudante muito utilizada para realizara interação e a mediação pedagógica em cursos realizados na modalidade à distância. Além disso, segundo a ESAB (2010, p. 6), “[...] a EAD transcende os vínculos lineares entre Tutor-Aluno para restabelecer um vínculo de forma que privilegia a autonomia, a participação e a pluralidade das aprendizagens.” Somente no século XIX, devido à eficácia desse modelo, o tutor passou a fazer parte do quadro docente das universidades, de modo que sua função foi institucionalizada. Ao longo dos últimos anos, a EaD sofreu várias transformações até chegar à educação on-line. Concomitantemente, a função do tutor também passou de esclarecedor de dúvidas a mediador. A função do tutor é também acompanhar o aprendizado dos estudantes e coordenar o tempo para o acesso ao material e a realização de atividades, quanto a prazos para que eles sejam realizados. O tutor desempenharia, portanto, um papel administrativo e organizacional. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 91) Para isso, o tutor precisa expressar uma atitude de receptividade e assegurar um clima motivacional na interação com o aluno. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 62 Os modelos de tutoria oferecidos pelas universidades podem ser classificados como: • presencial: o atendimento é feito exclusivamente por atendimento pessoal, isto é, com o aluno e o tutor em uma sala, ao mesmo tempo; • semipresencial: é realizada a distância, mas periodicamente há sessões presenciais para esclarecimentos sobre o conteúdo ou sobre uso das tecnologias; • bimodal: ocorre principalmente a distância, porém, também acontecem encontros presenciais, marcados nos momentos considerados coerentes; • on-line: tutoria exclusivamente a distância. Hoje, esses modelos também são oferecidos nas escolas de ensino fundamental e médio. Você já passou pela experiência de ter algum tipo de tutoria? Identifica algum desses modelos com a sua vida escolar? Para entendermos melhor esses modelos, vamos ver alguns exemplos de como pode ser a tutoria presencial e a on-line. Em tutoria presencial, podem acontecer encontros, por exemplo, semanalmente, para estudo do material impresso e um encontro mensal para o acompanhamento e correções de trabalhos e avaliações. Já a tutoria totalmente virtual pode envolver a elaboração de fóruns, atividades para portfólio, tirar dúvidas, responder e-mails e incentivar o estudo da disciplina, ou seja, mediar o processo de ensino e aprendizagem via Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Geralmente, podemos nos comunicar com a tutoria do curso de várias maneiras, como por e-mail, por chat ou por outro ambiente específico, escolhendo a que for mais conveniente e confortável. A que melhor se adapta aos dias atuais e às características de um curso on-line é a comunicação por Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), seja por chat ou por mensagens, como acontece no seu curso. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 63 Além de o curso da ESAB ter uma forma de comunicação própria, o seu tutor também tem funções específicas que convergem com as que já estudamos até aqui. Você sabia? Seu tutor deve mediar o processo de ensino e aprendizagem mantendo contato com você e seus colegas e também com os docentes de seu curso. Para isso, utiliza-se o AVA como meio para esclarecer as dúvidas, que você pode enviar utilizando a ferramenta Dúvida acadêmica, disponível no Ambiente. E seu tutor também participa dos fóruns e agenda e participa das discussões realizadas via chat, registrando o resultado e a participação dos alunos nas atividades e avaliações. Esta unidade não pretende tratar apenas da tutoria, mas também propõe falar sobre o professor/docente, esse profissional que você conhece bem e teve contato direto com sua função e atuação, pois é figura marcante em nossa vida estudantil. Você sabia que, com o advento da EaD, chegou-se a cogitar a extinção da figura do professor/docente? Todavia, como apontam Maia e Mattar (2007, p. 90), as “[...] modificações [...] não decretaram o fim da função do professor e tampouco a perda do emprego, mas, ao contrário, apresentam novos desafios e novas funções a serem desempenhadas [...], novas possibilidades de trabalho abrem-se para o professor em EaD [...].” As funções do docente de EaD têm especificidades que diferem das do professor presencial, pois pode produzir diversos materiais didáticos pedagógicos, como cadernos ou livros didáticos, vídeos, páginas na internet, guias para estudo e elaborar avaliações on-line, por exemplo. Os docentes envolvidos na elaboração do curso da ESAB, assim como os tutores, têm determinadas funções que vão ao encontro das atividades gerais reconhecidas para os professores de EaD. Eles devem acompanhar os tutores on-line e presenciais, orientando-os e, se necessário, atender os alunos de suas disciplinas. Também é responsabilidade do docente a produção, revisão e atualização do material didático, bem como elaborar provas, atividades e estudos complementares; produzir pesquisas sobre sua área e sobre educação a distância; coordenar e supervisionar estágios e atividades complementares; e implementar projetos de extensão. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 64 É importante atentarmos que as funções do docente são atribuídas pela instituição e definidas conforme as especificidades do curso. Assim, como dizem Maia e Mattar (2007, p. 90), o docente não é mais uma figura individual, como ocorre no ensino exclusivamente presencial, em que ele planeja e ministra suas aulas sozinho. Na EaD, o que existe é um coletivo fazendo o papel de professor. Portanto, “[...] o professor de cursos a distância pode ser considerado uma equipe, que incluiria o autor, um técnico, um artista gráfico, o tutor, o monitor etc. Muito mais do que professor, é uma instituição que ensina à distância [...].” (MAIA; MATTAR, 2007, p. 90). Já o tutor, em suas funções, buscará construir caminhos para facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Portanto, não cabe a ele ministrar aulas, mas criar condições para que o estudante perceba que, a partir dos materiais, poderá construir sua aprendizagem com autonomia. Vimos até aqui principalmente as funções do tutor on-line. Mas e quanto ao tutor presencial? Você sabe quais são as funções dele? O tutor presencial deve atender aos estudantes durante os encontros presenciais nos polos da instituição, auxiliando-os a elaborar suas atividades e instigando o aluno a pesquisar. Ele também corrige exercícios e atividades, registrando os resultados alcançados e faz observações sobre o desempenho dos alunos. Além disso, pode aplicar provas presenciais e acompanhar os estágios e as atividades complementares, supervisionados por um docente, e pelo Coordenador de Polo. Dica Lembre-se de que é muito importante que você tenha autonomia e organização nos seus estudos para realizar com sucesso a sua graduação na modalidade a distância. Para ver outras características fundamentais para estudar em um curso EaD, clique aqui. http://www.esab.edu.br/ http://astecnologiasnaeducacao.blogspot.com/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 65 As funções do docente na modalidade presencial e do docente e tutor na modalidade a distância não se excluem, cada uma possui suas especificidades e todas têm um papel fundamental no processo educacional. Para fechar esta unidade, nos agraciemos com a música Novo Tempo, de Ivan Lins (2012), que sintetiza as novas possibilidades trazidas pela EaD para o docente e o aluno. Confira! É um novo tempo para você, aluno, e para os docentes e tutores, que aprendem a lidar com a EaD ou a enriquecer as aulas presenciais utilizando as tecnologias e técnicas trazidas por essa modalidade por meio de vivências,de leituras, de trocas, “quebrando as algemas” do ensino presencial. Novo Tempo No novo tempo, apesar dos castigos Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer No novo tempo, apesar dos perigos Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver Pra que nossa esperança seja mais que a vingança Seja sempre um caminho que se deixa de herança No novo tempo, apesar dos castigos De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer No novo tempo, apesar dos perigos De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver No novo tempo, apesar dos castigos Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer No novo tempo, apesar dos perigos A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 66 Saiba mais Para ver mais sobre a importância dos tutores no processo de ensino e aprendizagem, a formação e um pouco da história dessa profissão, leia a matéria de Paula de Camargo intitulada “Tutor: o elo que faltava”, que está disponível clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12889 http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 67 14 Potencialidades da internet para organização de trabalho Objetivo Conhecer a potencialidade da internet para organização de trabalho acadêmico. Falar das potencialidades da internet para quem vive no mundo digital pode parecer óbvio. Poderíamos elencar as inúmeras potencialidades da internet em nossa vida cotidiana, desde pesquisar uma receita de comida, algo sobre determinada doença ou acessar resultados de exames médicos, notícias sobre o mundo, sobre esportes etc. Todavia, nem sempre pode ser tão clara a gama de possibilidades que temos para nos organizar e apoiar durante nossa vida acadêmica, não é mesmo? Por isso, vamos destacar aqui as potencialidades da internet para organização do trabalho acadêmico. Sabemos muitas coisas que antes eram feitas à mão e utilizando papéis, e que atualmente são feitas por computadores. Hoje, nossas vidas dependem dos computadores e do mundo virtual, desde o pagamento de contas, da realização de compras até a nossa comunicação; todas as coisas estão conectadas e precisam dessas tecnologias. E isso não é diferente nas bibliotecas, em que encontramos sistemas capazes de achar em pouquíssimo tempo a localização, no acervo, do livro que estamos procurando. Conforme aponta Medeiros (2012, p. 50), hoje “[...] já não há que se manipular fichários de autores, títulos de obras ou assunto, mas arquivos eletrônicos que apresentam com muito maior rapidez e precisão a informação de que necessita.” Para isso, basta que indiquemos alguma informação ou mesmo parte dela para que o sistema inicie a busca e nos apresente o resultado. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 68 Portanto, podemos dizer que a internet apresenta um grande potencial tanto para os docentes como para os alunos, pois nos permite encontrar possibilidades de utilização educacional da tecnologia, por exemplo, divulgando trabalhos e pesquisas desenvolvidos pela instituição; apoiando o ensino por meio de utilização de textos, imagens, vídeos, músicas, livros, revistas; estimulando a comunicação, seja a interação individual ou em grupo, com pessoas próximas ou distantes, conhecidas ou não, entre alunos e alunos ou entre docentes e alunos. Como você pode perceber, encontramos uma vastidão de aplicações de tecnologias na área educacional. A internet apresenta inúmeras possibilidades e potencialidades para que você possa conduzir sua vida acadêmica, tirando o maior proveito possível da oportunidade de crescimento cultural e intelectual que ela nos proporciona. Porém, como alertam Maia e Mattar (2007, p. 77), “[...] não é preciso dizer que a oferta de textos na internet é infinita. Neste sentido, é importante que os alunos sejam direcionados a sites importantes para pesquisa [...]”. Podemos citar como sites interessantes para pesquisa a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP e o Domínio Público, biblioteca digital do Ministério de Educação (MEC). Em sua vida acadêmica, você precisará elaborar diversos trabalhos que demandam pesquisa, e nesses momentos a internet pode tornar-se uma grande aliada, pois apresenta potencialidades inúmeras de pesquisas, de comunicação e de interação. Não é novidade que somos bastante dependentes das tecnologias de informação e da internet, que se tornou também uma fonte para realizarmos pesquisas por reunir uma grande quantidade de informação. Todavia, a pesquisa na internet requer habilidades e cuidados, pois ela nos deu uma grande liberdade para a publicação e atualização de conteúdo. Por conta dessa facilidade e da rapidez com que as informações são modificadas nas páginas da web e da diversidade de pessoas e pontos de vista envolvidos, é necessário estar muito atento à validade dos conteúdos apresentados e ter bom-senso na hora de escolher a fonte de informação. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 69 Conforme nos mostra o Manual de monografia da ESAB (2012), é necessário sermos criteriosos em nossas pesquisas, dando preferência para sites, revistas e periódicos que apontem um corpo editorial, que sejam de instituições governamentais, de institutos de pesquisa, de universidades ou de bibliotecas virtuais, pois dessa forma podemos ter certeza da validade da informação, uma vez que a fonte e os autores são garantidos. Outro ponto importante em relação ao uso de textos disponíveis para pesquisa na internet é que, na maioria, eles são de domínio público. Porém, ao utilizar as ideias dos autores, estes devem ser citados, conforme a Norma Brasileira (NBR) 10520 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), caso contrário, você estará fazendo plágio. Veremos essa questão mais profundamente na unidade 24. Portanto, cabe a você aproveitar essa valiosa ferramenta nas pesquisas que você realizará ao longo do curso e nos contatos com o tutor e com pessoas que possam contribuir com sua formação. Agora que vimos as inúmeras potencialidades da internet e os cuidados que devemos ter ao utilizá-la nas pesquisas, sabemos que ela possibilita que você realize suas pesquisas para elaboração dos trabalhos, bem como a complementação dos estudos nas diferentes disciplinas. Mas a seguinte pergunta pode estar lhe inquietando: afinal, o que vem a ser um trabalho acadêmico? O trabalho acadêmico caracteriza-se como um texto dissertativo que relata os resultados de uma pesquisa em uma determinada área. Portanto, pressupõe normas, que são definidas pela ABNT, o órgão responsável Dica Este é um aspecto importante de ser levado em conta quando você realiza suas pesquisas: a internet é uma excelente ferramenta, mas tem um excessivo volume de informações, por isso, é necessário ter cautela. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 70 pela normalização técnica brasileira que estabelece a conduta nos processos de pesquisa. Na graduação, você realizará principalmente trabalhos acadêmicos curtos, como artigos, relatórios, fichamentos, resenhas e papers. Os considerados longos, você realizará ao final da graduação e na pós- graduação, como é o caso do trabalho de conclusão de curso (TCC) (graduação), da monografia (especialização), da dissertação (mestrado) e da tese (doutorado). Agora, leia a história em quadrinhos a seguir e pense na relaçãoque ela tem com o que vimos até agora sobre alcançarmos nossos objetivos de pesquisa ou elaboração de um trabalho acadêmico. Acompanhe! http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 71 Figura 4 – A fina arte da pesquisa acadêmica. Fonte: <http://nebulosabar.com/tirinhas/a-fina-arte-da-pesquisa-academica/>. Essa tirinha sintetiza um pouco do que abordamos a respeito da pesquisa para elaboração e organização do trabalho acadêmico. Precisamos ter um foco, ter objetivos claros para não nos perdermos na imensidão de http://www.esab.edu.br/ http://nebulosabar.com/tirinhas/a-fina-arte-da-pesquisa-academica/ http://nebulosabar.com/tirinhas/a-fina-arte-da-pesquisa-academica/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 72 informações durante a pesquisa, o que pode ocorrer quando realizamos pesquisa por meio da internet, e muitas vezes leva o pesquisador a “forçar” os resultados da pesquisa. Aliás, é importante sabermos também que uma pesquisa não precisa ter, obrigatoriamente, um resultado positivo. Quando chegamos à conclusão de que o trabalho desenvolvido não teve um fim considerado positivo, devemos entender que os resultados negativos podem trazer muitos aprendizados para as futuras tentativas de resolução do problema ou desenvolvimento do objeto de estudo. Fórum Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem da instituição e participe do nosso Fórum de discussões. Lá você poderá interagir com seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, por meio da interação, a construção do seu conhecimento. Vamos lá? http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 73 15 Como pesquisar na internet Objetivo Conhecer ferramentas de pesquisa na internet e sites acadêmicos. A internet é, na atualidade, o maior depósito de informações de acesso instantâneo do mundo, apesar de que nem tudo o que é impresso encontra-se nela e vice versa. Por isso, nesta unidade, você verá como funciona o sistema de localização de sites na internet. O endereço em que está armazenada a informação que você acessa na web (“rede”), chama-se Uniform Resource Locator (URL), que podemos traduzir para o português como Localizador-padrão de recurso. É esse o endereço que digitamos no navegador para acessar alguns sites. Quando digitamos um URL, é comum utilizarmos “http://” e o “www”, correto? Você sabe o que são esses elementos? As letras HTTP referem- se a um protocolo chamado, em inglês, de Hypertext Transfer Protocol e, em português, de Protocolo de Transferência de Hipertexto. Ele é um dos responsáveis pela comunicação do nosso computador com o servidor para que possamos acessar hipermídias, que incluem os sites. O uso desse protocolo estabeleceu a World Wide Web (WWW) – termo do inglês que podemos traduzir como Rede de alcance mundial –, também conhecida apenas como web. O nome que segue o “www.” é chamado de domínio. Ele possui uma extensão que geralmente refere-se ao tipo ou fim da organização, empresa ou indivíduo que o utiliza, podendo identificar também o seu país. Vamos ver alguns exemplos? http://www.esab.edu.br/ http://www/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 74 • .org: organização sem fins lucrativos ou sem fins econômicos; • .gov: governamental; • .com: comercial; • .jus: órgão do Poder Judiciário; A extensão pode também indicar o país da organização ou do indivíduo. Por exemplo: • .br: Brasil; • .ar: Argentina; • .ch: Suíça; • .at: Áustria; • .de: Alemanha; Você imagina por que o domínio foi inventado? Para facilitar a memorização dos endereços da web. Sem o domínio, precisaríamos decorar uma grande sequência de números para acessar determinado site, por exemplo. Assim, basta que você digite um endereço – que, em geral, é diretamente ligado ao nome da instituição ou do indivíduo – para requisitar a informação e ter como resposta o site correspondente ao endereço. Bom, agora que você viu um pouco sobre o acesso a conteúdos da internet, é o momento de vermos como utilizá-la para fazer pesquisa. Vamos lá? Em primeiro lugar, seja qual for a sua pesquisa, você precisa escolher e delimitar o tema. Marconi e Lakatos (2010, p. 27) advertem que [...] após a escolha de um assunto, o passo seguinte é a sua delimitação. É necessário evitar a eleição de temas muito amplos que ou são inviáveis como objeto de pesquisa aprofundada ou conduzem a divagações, discussões intermináveis [...]. Para isso, uma boa estratégia é definir palavras-chave que retratem e delimitem o seu objeto de pesquisa e tê-las em mente ao realizar a busca por conteúdo, garantindo a eficiência da pesquisa na internet. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 75 Outro passo importante é planejar a pesquisa, ou seja, estabelecer um cronograma com os dias e as horas em que você irá pesquisar e definir os sites de busca, que podem ser tanto buscadores como sites específicos, a exemplo de sites de jornais ou revistas, do governo etc. Muitos sites podem ser utilizados, mas estando na Academia, é importante que você conheça as bases de dados e as bibliotecas on-line, que disponibilizam muitos trabalhos científicos e são bastante confiáveis. Desse modo, pesquisar na internet demanda algumas técnicas e alguns cuidados que contribuem para termos êxito e, além disso, não desperdiçarmos tempo. Acompanhe algumas informações importantes para realizar buscas de modo otimizado! Conforme o que estamos vendo nesta disciplina, podemos perceber que as pesquisas na web podem ser feitas principalmente por meio dos próprios sites que contêm os documentos procurados; por sites de busca; e em bases de dados de trabalhos e pesquisas científicas. Por exemplo, se a busca envolve informações sobre EaD, você pode acessar o site da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), pois certamente será uma fonte interessante. Mas se você vai pesquisar sobre aquisição da linguagem por crianças de zero a dois anos, por exemplo, pode acessar os buscadores, como o Google™ ou acessar as bases de dados que possuem trabalhos de graduação e pós-graduação, como o site do Domínio Público, do Governo Federal, ou então a biblioteca digital Scielo. É importante lembrarmos, principalmente ao realizar o cronograma, que pesquisar na internet exige paciência e prudência! Devemos analisar muito bem o conteúdo antes de o utilizarmos, pois a internet possibilita que qualquer pessoa disponha para o mundo informações, por isso muito conteúdo pode não ter referência, ser plágio ou até mesmo uma inverdade. Portanto, é importante que você certifique-se de que o site do qual você coleta informação seja confiável. Outro ponto bastante interessante é incluir os endereços do que vai ser e do que já foi utilizado na lista dos favoritos do navegador. Essa atitude http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 76 economizará tempo e garantirá que você tenha pronto acesso na hora de referenciar a fonte do conteúdo. Para otimizar a localização do conteúdo, é interessante saber que os mecanismos de buscas possibilitam a utilização de determinados caracteres para encontrarmos mais facilmente frases inteiras, variações de termos ou expressões com ou sem determinado termo. Por exemplo, coloque a expressão ou a sentença a ser pesquisada entre aspas para que a busca apresente menor quantidade e maior qualidade de informações, priorizando os sites que possuem a expressão ou a sentença escrita da mesma forma que você digitou. Caso você não saiba a grafia correta no nome ou da palavra pesquisada, use asterisco (*). Mas fique atento, existem buscas que são construídas de modos diferentes, por isso essas técnicasou os caracteres podem variar conforme o site em que você pesquisa. Em geral, os sites apresentam dicas de como proceder a pesquisa de forma mais eficiente. Até agora você viu técnicas e estratégias para uma pesquisa produtiva. A seguir, vamos abordar um assunto delicado que veio à tona com o mundo virtual: o livre acesso a materiais. O acesso livre a publicações científicas, literárias ou artísticas passa por questões éticas e científicas, pois gera polêmica em relação aos direitos autorais, que é o conjunto de direitos dos autores sobre suas obras. Ao realizar sua pesquisa, você precisa levar em conta, como apontam Maia e Mattar (2007, p. 112), que [...] ao contrário do que muita gente pensa, em princípio tudo o que está disponível na Internet está protegido por direitos autorais, a menos que já tenha caído em domínio público. Alguns autores, entretanto, têm liberado suas criações para exploração sem fins lucrativos. Essa é uma preocupação que deve estar presente entre todas as pessoas envolvidas na academia no momento em que usamos ideias alheias ou http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 77 conteúdo de obras em trabalhos acadêmicos. Quando usamos qualquer conteúdo disposto em outra obra, seja de forma literal ou por paráfrase, devemos citar os autores ou quem organizou a obra, conforme as normas da ABNT, que você estudará na próxima unidade. Por fim, lembre-se de que nem tudo que está disponível pode ser usado, pois precisamos analisar se apresentam rigor acadêmico. Além disso, para realizar sua pesquisa com segurança, não se esqueça de manter o antivírus atualizado e evite abrir documentos de origem suspeita ou em formatos pouco convencionais. Saiba mais Nesta unidade, apresentamos técnicas produtivas para realizar pesquisas na internet. Para ver mais sobre como pesquisar na internet, assista ao vídeo “Dicas de pesquisa na internet” disponível clicando aqui. Aproveite e tire um tempo também para conhecer mecanismos de busca, como Google acadêmico e bibliotecas on-line, como Domínio público e SciELO. http://www.esab.edu.br/ http://www.youtube.com/watch?v=-AgTZ-5Zfj4 http://www.youtube.com/watch?v=-AgTZ-5Zfj4 http://scholar.google.com.br/schhp?hl=pt-BR http://scholar.google.com.br/schhp?hl=pt-BR http://www.dominiopublico.gov.br/ http://www.dominiopublico.gov.br/ http://www.scielo.org/php/index.php?lang=pt http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 78 16 Normalização para apresentação de trabalho de ensino superior Objetivo Conhecer a normalização segundo a ABNT. Você viu em unidades anteriores o papel do aluno no Ensino Superior, quais as características do aluno de EaD, as potencialidades da internet como apoio à elaboração de trabalhos e como fazer pesquisa na internet. Em todas elas, pontuamos a importância do estudo, da disciplina, do planejamento e dos cuidados ao fazer pesquisa na internet. Todo esse debate também serve como base para que você possa realizar seus trabalhos acadêmicos com eficiência, pois, em síntese, você aprendeu a fazer pesquisa. Também vimos anteriormente que existem vários tipos de trabalhos acadêmicos, alguns longos e outros curtos, cada um com suas especificidades, todavia, com algumas regras em comum. Nosso foco agora é estudarmos como devemos fazer o trabalho acadêmico no Ensino Superior, utilizando as normas para elaboração e apresentação da ABNT. Mas antes de partirmos para as regras, uma questão é crucial: você terá de pesquisar e escrever. Portanto, vai ter de ler muito, pois a escrita acadêmica demanda leitura e possui um caráter científico. Desse modo, você precisará desenvolver sua interpretação de textos, além de realizar conexões entre ideias e conceitos de diferentes autores. E, para isso, nada melhor que ler! http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 79 A leitura também auxiliará você a desenvolver a linguagem de caráter científico. Agora, no Ensino Superior, é importante não se pautar no senso comum, em opiniões pessoais ou incertezas, portanto, deve-se evitar o uso de frases como “eu acho”, “disseram que é assim”. Em vez disso, precisamos escrever tentando responder perguntas como “qual é o conhecimento que dá base ao que estou escrevendo?” e “quem falou sobre esta ideia sobre a qual escrevo?”. Isso significa que, ao se posicionar, você precisará estar amparado no conhecimento científico. A qualidade da comunicação também depende da objetividade e da clareza do que escrevermos, pois elas garantem o acesso eficiente à informação. Portanto, saber usar bem a Língua Portuguesa, seja oralmente ou por escrito, é essencial para a expressão de pensamentos e ideias, que é a base para o desempenho profissional e o exercício da cidadania. Outro aspecto a que devemos dar atenção em qualquer trabalho acadêmico são as normas de apresentação padronizadas pela ABNT. As que você mais utilizará serão: • NBR 10520 – Citações; • NBR 14724 – Trabalhos acadêmicos; • NBR 6023 – Referências; • NBR 6027 – Sumário; • NBR 6028 – Resumo; e • NBR 6034 – Índice. Até você dominar as regras dispostas nessas normas e, posteriormente, quando tiver dúvidas, precisará recorrer a elas, entrando em contato com a biblioteca da instituição em que estuda. Dica Leia com atenção as unidades iniciais da disciplina de Análise e Produção Textual. Esta disciplina auxiliará você a desenvolver a escrita para elaboração de trabalhos acadêmicos. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 80 Como você estudou anteriormente, ao produzimos conhecimentos em nossos trabalhos acadêmicos, devemos levar em conta os aspectos éticos (como os direitos autorais), científicos (validade das informações) e metodológicos (forma de realizar a pesquisa). Além desses, também é importante considerarmos as normas de padronização para a produção, o registro e a divulgação desses conhecimentos, que são reconhecidas e aceitas pela comunidade acadêmica. Assim, a ABNT tem por finalidade: • elaborar normas técnicas e fomentar seu uso nos diversos campos, mantendo-as atualizadas; • incentivar e promover a participação das comunidades na pesquisa, no desenvolvimento e na difusão da normalização técnica no país; • representar o país nas entidades internacionais de normalização; • colaborar com organizações similares estrangeiras fazendo o intercâmbio de normas e informes técnicos (ABNT, 2007). É comum que, sem ferir as normas da ABNT, cada instituição de ensino selecione uma forma de apresentação para os seus trabalhos e disponibilize as orientações desse formato para os alunos em seu site institucional e na sua biblioteca, seja para a elaboração de resumos, monografias, relatórios, projetos de pesquisa, ensaio, paper, artigo, sinopse ou trabalho didático, que são algumas das formas de construir conhecimento. Estudo complementar Para estudar e tirar suas dúvidas sobre as regras dispostas pela ABNT utilizadas para a elaboração e a organização de trabalhos acadêmicos, acesse o Manual de Monografia da ESAB, disponível clicando aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.esab.edu.br/arquivos/pdf/manual_monografia_esab_2011_2012.pdf http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 81 Em geral, a elaboração de um trabalho acadêmico exige a realização de uma pesquisa bibliográfica, que, segundo Medeiros (2012), significa o levantamento da bibliografia (de obras e outros trabalhos) referente ao assunto que se deseja estudar. A pesquisa bibliográfica apresenta quatro etapas: a identificação, a localização e a compilação de fontes de conteúdo constituem as três fases de busca, enquanto a quarta fase trata do fichamento, que compreende o estudo propriamente dito, a transcriçãoe as anotações em fichas dos dados mais significativos. Portanto, a pesquisa bibliográfica exige a leitura, a interpretação e a análise de textos, livros, gráficos e demais materiais produzidos a respeito do assunto que se quer pesquisar. Aliás, a diversidade dos materiais analisados proporciona ao estudante o conhecimento de diferentes pontos de vista, possibilitando o confronto dos dados e a construção de suas conclusões. Para uma pesquisa ser bem elaborada, deve-se iniciar por um bom levantamento bibliográfico e pela consulta às diversas fontes de informação existentes – livros, revistas, dicionários, enciclopédias, CD- ROM, sites, bases de dados. Essas fontes podem ser consultadas em bibliotecas ou em casa, pela internet. Mas, afinal, qual é a estrutura de um trabalho acadêmico? Isso pode variar conforme o tipo de trabalho, entretanto, temos como estrutura geral os elementos pré-textuais, os textuais e os pós-textuais. Entre os elementos pré-textuais, temos a capa, a folha de rosto, a errata, a folha de aprovação, a dedicatória, os agradecimentos, a epígrafe, o resumo na língua vernácula, o resumo em língua estrangeira, o sumário e as listas de ilustrações, de abreviatura e siglas e de símbolos. Já os textuais, que são obrigatórios e você estudará mais profundamente nas próximas unidades, compreendem a introdução do trabalho, o desenvolvimento e a conclusão. E os elementos pós-textuais, que são as referências bibliográficas, os apêndices, os anexos e o glossário. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 82 No entanto, alguns elementos podem ser opcionais, como é o caso da errata, da dedicatória e da epígrafe, por exemplo, nos elementos pré- textuais. Isso é uma decisão a ser disponibilizada pela instituição, tendo como base as normas da ABNT, logo, os trabalhos a serem produzidos deverão atender a esses elementos. Para sua reflexão Até o momento, vimos várias orientações para a elaboração e a organização dos seus trabalhos acadêmicos, sejam projetos, relatórios, papers, resenhas, teses, monografias etc. Agora, acesse o texto da ABNT sobre a importância da normalização disponível clicando aqui e reflita: como você acha que essas orientações e a normalização contribuem para a sua vida acadêmica? Você acha que isso auxiliará você durante a sua vida profissional? De que modo? As respostas a essas reflexões formam parte de sua aprendizagem e são individuais, não precisando ser comunicadas ou enviadas aos tutores. http://www.esab.edu.br/ http://www.abnt.org.br/cb24/importancia.htm http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 83 17 Como produzir um trabalho acadêmico no Ensino Superior: introdução Objetivo Conhecer os elementos da introdução de um trabalho do Ensino Superior. Antes de vermos os elementos da introdução de um trabalho acadêmico, lembre-se de que devemos seguir as normas da ABNT para a apresentação gráfica, isto é, para a formatação de trabalhos. Nelas, encontramos, por exemplo, que é a partir da primeira página da introdução que se inicia a numeração das páginas do trabalho. A introdução é a parte inicial do texto e contém informações objetivas para situar o leitor sobre tema do trabalho e seu escopo, ou seja, a delimitação do assunto e os objetivos da pesquisa. Portanto, há nela um caráter de certa forma didático, visando a apresentar e contextualizar o leitor. Segundo Medeiros (2012, p. 227), com a introdução: [...] prepara-se o leitor, elucidando uma série de questões que, se desconsideradas, poderiam obscurecer as ideias expostas. Na introdução, coloca-se a proposição do tema, desconsiderando-se o objeto de trabalho. Em seguida, por motivo de aprofundamento do estudo, delimita-se o tema, ou seja, explica-se ao leitor que aspectos serão tratados. Justifica-se por que tais aspectos foram escolhidos. Assim, a introdução deve abordar os seguintes pontos: http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 84 • o problema ou tema que gerou o trabalho acadêmico ou a pesquisa; • a justificativa para a elaboração do trabalho; • os objetivos (geral e específicos) do trabalho; • a metodologia utilizada;. • as definições empregadas; • a estrutura do trabalho, em que se apresenta a forma como está estruturado o trabalho e o que contém cada uma de suas partes. Portanto, podemos iniciar a introdução apresentando a natureza do problema que motivou a pesquisa ou do tema a ser abordado no trabalho e o problema em si, que deve ser colocado de forma clara e objetiva. A partir disso, justificamos o desenvolvimento da pesquisa apontando a importância do desenvolvimento de um trabalho sobre o assunto e da busca pela resolução do problema. Os objetivos são divididos em objetivo geral e objetivos específicos e, assim como o problema, todos devem ser claramente escritos. O objetivo geral delimita o propósito do trabalho, enquanto os específicos estabelecem os aspectos analisados. Para elaborar os objetivos, devemos utilizar verbos no infinitivo, como: analisar, elaborar, desenvolver, estudar, investigar, examinar, avaliar, descrever. A escolha desse verbo, seja para redigir o objetivo geral ou os objetivos específicos é de extrema importância para mostrar a intenção que se teve ao elaborar o trabalho. Por esse mesmo motivo, nos objetivos específicos devemos optar por verbos que não permitam muitas interpretações. Vamos ver um exemplo de objetivos para melhor compreender como deve ser a redação desse item. Veja a seguir! http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 85 Objetivo Geral Descrever os vários métodos de pesquisa. Objetivos Específicos a. discutir sobre a metodologia de pesquisa; b. pesquisar métodos de pesquisa; c. identificar o uso dos métodos no ensino superior. Nesse exemplo, falamos da metodologia de pesquisa. Qual é a importância dela? A metodologia é essencial para a compreensão dos resultados e de como chegamos a eles, pois é por meio dela que esclarecemos a forma utilizada para a análise do problema. E para que o leitor entenda o tema e o desenvolvimento do trabalho, devemos também abordar as definições e os conceitos técnicos utilizados ao longo do texto. Por fim, apresentar a forma como o trabalho está estruturado e o que contém cada uma das partes é importante para dar uma visão geral sobre o trabalho, situando o leitor por completo. Além desses pontos, podemos apresentar na introdução as limitações encontradas durante a pesquisa ou para atingir os resultados, bem como a relação que se efetuou com outros estudos ou ideias de outros autores. Desse modo, é um momento em que podemos mostrar a essência do nosso pensamento desenvolvido sobre o assunto que estudamos, colocando de modo abrangente e sintetizado o início, o meio e o fim da proposta de pesquisa e as razões para o estudo. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 86 Medeiros (2012, p. 227) aponta que “[...] a introdução evita o tratamento abrupto do tema de trabalho. Prepara-se o leitor, elucidando uma série de questões que, se desconsideradas, poderiam obscurecer as ideias expostas.” Embora se deva ter noção do que vai ser escrito na introdução desde o começo do trabalho, sua redação final geralmente só se faz após a conclusão do trabalho. É essencial que a redação introduza o leitor ao texto de maneira clara e objetiva a fim de atingir com sucesso a função da introdução, que é esclarecer ao leitor o que será tratado no texto. Você pode saber mais sobre o assunto na unidade 21 da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. Dica Na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico, você encontra mais informações sobre como realizara introdução, o desenvolvimento e a conclusão de trabalhos acadêmicos, além de outros pontos importantes. Para sua reflexão Você viu, até agora, muitas coisas sobre como organizar um trabalho acadêmico. Agora, considere o seu processo de escolaridade e reflita: esta é a primeira vez que você tem acesso a essas informações? Já realizou trabalhos com essas características? Você acha que deveríamos aprender a realizar trabalhos assim desde o Ensino Fundamental ou Médio? As respostas a essas reflexões formam parte de sua aprendizagem e são individuais, não precisando ser comunicadas ou enviadas aos tutores. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 87 18 Como produzir um trabalho acadêmico no Ensino Superior: desenvolvimento Objetivo Conhecer os elementos necessários para produzir o desenvolvimento de um trabalho do Ensino Superior. O desenvolvimento é um elemento que podemos descrever como a parte principal do trabalho acadêmico, ou seja, é a parte mais importante. É nesse momento que fazemos a demonstração lógica de todo trabalho, detalhando a pesquisa ou o estudo realizado. Ao realizar o trabalho, você precisará explicar, discutir e demonstrar a atribuição das teorias utilizadas na exposição e resolução do problema. É nesse espaço que você fará as ligações entre as ideias dos autores que pesquisou para elaborar seu trabalho e apresentará as suas interpretações. A ABNT (2005) aponta que “[...] o desenvolvimento textual do trabalho contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto e deve ser dividido em seções e subseções para melhor detalhamento e entendimento do conteúdo.” O desenvolvimento do trabalho exigirá de você uma extensa busca de referenciais teóricos em livros, revistas e documentos tanto impressos como virtuais, desta forma, você poderá conhecer contribuições relevantes de pesquisas já realizadas para melhor análise. É na elaboração do desenvolvimento que você fará uso intenso das leituras realizadas sobre o tema do trabalho, e consequentemente precisará usar as normas de citação e das bibliografias pesquisadas, pois desenvolver o trabalho compreende registrar todas as ideias consideradas relevantes que foram encontradas na pesquisa, com o cuidado de anotar http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 88 dados bibliográficos completos e apontá-los, conforme descreve a NBR 10520, quando houver o uso de citações. Você sabe o que é uma citação? Fazemos uma citação quando extraímos uma informação de outra fonte e a introduzimos em nosso texto com o propósito de esclarecer ou complementar nossas ideias. Segundo Medeiros (2012, p. 173), “[...] um pesquisador descuidado em suas citações não consegue bom êxito no final do trabalho.” Todas as informações extraídas de uma publicação e colocadas em nosso trabalho devem ser obrigatoriamente citadas e, além disso, as fontes de informação utilizadas devem constar no item referências, elemento pós- textual obrigatório. Vejamos, então, as regras e os tipos de citação! Elas podem ser diretas, indiretas ou citações das citações, e cada uma delas obedece a uma regra em particular. Vamos conhecê-las? As citações diretas “[...] consistem na transcrição literal das palavras do autor, respeitando todas as suas características [...]” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 270). Devemos inserir no início ou no final desse tipo de citação o nome do(s) autor(es), o ano da obra e a(s) página(s) usada(s). Se a referência ocorrer no início, escrevesse o nome do autor normalmente, e entre parênteses coloca-se o ano e a(s) página(s) em que se encontra a informação utilizada e, em seguida, escreve-se o texto literal entre aspas caso tenha até três linhas ou, se tiver mais de três linhas, com recuo à esquerda de 4 centímetros, espaçamento entrelinhas simples e tamanho de fonte menor. Para facilitar o entendimento, veja um exemplo: Se optarmos por apontar a referência no final da citação, inserimos o texto literal seguindo a mesma regra do uso de aspas ou de recuo que vimos no parágrafo anterior e, ao final, colocamos entre parênteses Segundo Medeiros (2012, p. 172), “[...] citação é a menção em uma obra de informação colhida de outra fonte para esclarecer, comentar, ou dar como prova uma autoridade no assunto.” http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 89 o nome do autor em letras maiúsculas, o ano e o número da página. Acompanhe o exemplo! Vamos retomar o que vimos sobre a apresentação de citações de tamanhos diferentes? A citação com até três linhas deve ser inserida no parágrafo, entre aspas, indicando dados completos (autor, ano de publicação, página de onde foi extraído). Se o texto original já contiver aspas, estas serão substituídas pelo apóstrofo ou aspas simples. Por exemplo: Já a citação direta com mais de três linhas deve aparecer em parágrafo distinto, com recuo de 4 centímetros da margem esquerda, terminando na margem direita. Deve ser apresentada sem aspas, porém com tamanho de letras menores (recomenda-se fonte 10 ou 11). Também deve ter espaço simples entrelinhas e espaço de 1,5 centímetros entre a citação e os parágrafos anterior e posterior. Veja o exemplo a seguir: Parafrasear é, pois, traduzir as palavras de um texto por outras de sentido equivalente, mantendo, porém, as ideias originais. A paráfrase inclui o desenvolvimento de um texto, o comentário, a explicação. A substituição de uma palavra por outra é a paráfrase que mais se aproxima do original. (MEDEIROS, 2012, p. 169) Outro tipo de citação que podemos utilizar é a citação indireta, que é feita por meio de paráfrase: é quando se comenta o conteúdo e as ideias de um texto de outro autor. Medeiros (2012, p. 169) indica que: [...] o estudioso e o pesquisador, frequentemente, buscam o aprimoramento da paráfrase. Através dela, paulatinamente melhoram seu desempenho redacional, “Obras didáticas não são adequadas para apoiar um argumento e, portanto, não servem para citações” (MEDEIROS, 2012, p. 172). “A maior parte daquilo que o homem tem de pouco usual pode ser resumida numa palavra: ‘cultura’” (DAWKINS, R., 2007, p. 325). http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 90 aprendem a fixar conteúdo, resumir, resenhar. Um trabalho monográfico, um artigo científico, um paper são produtos, em grande parte, de paráfrases. Nesse caso, não é necessário o uso de aspas nem do número da página em que a citação foi retirada, já que se trata de uma ideia sobre um trecho do texto e não de uma citação direta, que é literal. Veja os exemplos a seguir: o primeiro trata de uma citação com a referência ao autor colocada no final da paráfrase, e no segundo, a referência é feita no corpo do texto. Outro recurso que temos é a citação da citação. Trata-se da informação colhida de um autor que mencionou outro, cujo documento não pôde ser acessado. A indicação é feita pelo nome do autor e o ano do texto original seguido da expressão “apud” (citado por) e do nome do autor da obra lida, do ano da obra e da página em que se encontra a citação. Vamos ver um exemplo para visualizar melhor essa regra? Nesse caso, a indicação foi feita no final do trecho. Mas se fosse feita no corpo do texto do trabalho faríamos a referência da seguinte forma: O trabalho científico não pode ser uma amontoado de citações. Também é um erro grave transcrever as ideias do autor sem citar a fonte, isso representa apropriação indevida, caracterizado como plágio (MEDEIROS, 2012). Medeiros (2012) não indica que se construa citações de assuntos amplamente divulgados, de domínio público. “A elaboração de fichas de leitura relativas às obras lidas é o meio mais tradicional de organização de textosselecionados” (NUNES, 1977 apud MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 270). Afirma Koch (2002 apud MEDEIROS, 2012, p. 174): “[...] que o sentido de um texto é construído na interação texto-sujeitos; não é algo que preexista a essa interação”. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 91 Em casos de citação da citação, na lista de referências apresentada no final do trabalho insere-se o documento consultado. Portanto, no caso, colocaríamos o autor Medeiros. Note que algumas das citações apresentadas como exemplo possuem reticências entre colchetes ([...]). Você imagina por quê? O que houve foi uma supressão do texto original nesse ponto! Desse modo, a supressão de parte da citação deve ser indicada por reticências entre colchetes. Como você viu, a introdução é o momento em que devemos apresentar o trabalho para contextualizar o leitor sobre o tema pesquisado. Já o desenvolvimento é a parte mais importante do trabalho acadêmico, pois é nele que apresentamos todo nosso estudo, e também é nele que você fará uso das citações. Por isso, é importante estar atento às principais regras de citações e sempre utilizá-las. Dica Para saber mais sobre como fazer e formatar citações, você deve ler a NBR 10520, da ABNT. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 92 Resumo Ao estudar estas unidades, você pôde compreender um pouco mais sobre a organização de trabalhos acadêmicos. Vimos a diferença entre a função do tutor e a do docente e, como estudamos, dentre as inúmeras funções do tutor a principal é incentivar o processo de ensino e aprendizagem, enquanto cabe ao docente organizar esse processo. São funções que não se excluem, mas se complementam, especialmente na EaD. Também conhecemos a potencialidade da internet para a organização e o apoio à pesquisa de trabalhos acadêmicos. As possibilidades apresentadas pelo mundo digital são inúmeras, todavia, pelo excesso de informação é necessário ter cautela no momento de realizar as pesquisas. Além disso, vimos as ferramentas de pesquisa na internet e sites acadêmicos que podem auxiliar você na elaboração de seus trabalhos como fontes de informação. Para facilitar, também destacamos a forma de organizar uma pesquisa, que possui quatro etapas: a identificação, a localização e a compilação de fontes de conteúdo constituem as três fases de busca, enquanto a quarta fase trata do fichamento, que compreende o estudo propriamente dito. Estudamos as normas para elaboração de trabalho acadêmico, elementos que os compõem e as normas de apresentação gráfica. Em seguida, aprofundamos o estudo da introdução do trabalho acadêmico de Ensino Superior conhecendo seus elementos e as normas de formatação. Por fim, vimos os elementos necessários para produzir o desenvolvimento de um trabalho, que é a parte considerada mais importante. É nesse item que você, como autor, dialoga com os autores que fundamentam seu trabalho, por isso, apresentamos também as normas de citação, que podem ser diretas, indiretas ou citação da citação. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 93 19 Como produzir um trabalho acadêmico no ensino superior: conclusão Objetivo Conhecer os elementos necessários para produzir a conclusão de um trabalho do ensino superior. Na unidade 17, você aprendeu a elaborar a introdução de um trabalho acadêmico, seus elementos e as regras de formatação. Em seguida, na unidade 18, focamos na parte principal do trabalho acadêmico: o desenvolvimento. Vimos, além de seus elementos textuais, que essa é a parte do trabalho em que estabelecemos o diálogo com os autores cujas obras fundamentam nosso trabalho, portanto é fundamental saber fazer citações, que devem seguir as normas da ABNT. Agora veremos como elaborar a conclusão, também chamada de considerações finais. Trata-se da parte final do trabalho, na qual apresentamos as ideias finais, os resultados, isto é, as conclusões a que chegamos em relação aos objetivos ou às hipóteses apresentadas e discutidas. Segundo Medeiros (2012), na conclusão retomamos as pré- conclusões que estão espalhadas pelo texto e as desenvolvemos. A parte de conclusão de um trabalho acadêmico apresenta como características a brevidade, a espontaneidade, a reafirmação das ideias principais e a restrição ao esclarecimento de ideias do desenvolvimento. Desse modo, retomamos as principais ideias desenvolvidas, reafirmando- as, e podemos nos posicionar em relação a elas sem a necessidade de ficarmos presos à teoria. Portanto, nesse item apresentamos a síntese interpretativa do estudo desenvolvido ou, no caso de uma pesquisa, destaca se os objetivos foram alcançados e se as questões ou as hipóteses foram resolvidas, confirmadas ou rejeitadas. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 94 Ainda conforme Medeiros (2012, p. 228), na conclusão “[...] podem- se apontar perspectivas futuras abertas pela análise do tema”. Assim, nessa parte do trabalho você tem a liberdade de propor outros estudos, demonstrando aqui a limitação ou abrangência do trabalho realizado e as perspectivas de outros olhares do fenômeno estudado a partir de outros aspectos que não foram abordados na pesquisa e, portanto, a possibilidade de novos estudos além do que já foi desenvolvido até aqui. No entanto, devemos evitar reflexões extensas e prolongadas apresentações de ideias. O texto de conclusão deve apresentar de modo objetivo e coerente as análises e reflexões de questões que foram desenvolvidas ao longo do trabalho, bem como as suas impressões sobre o desenvolvimento do trabalho que acabou de elaborar. Perceba que é fácil confundirmos a conclusão, ou as considerações finais, com um resumo das informações trabalhadas. Mas não estamos falando aqui de resumir o conteúdo de que tratamos no desenvolvimento, e sim de retomar brevemente as ideias, elaborando o ponto de vista que é descrito a partir das observações, do raciocínio e da discussão desenvolvida. Mas por que propor novos temas de estudo que possam surgir quando pensamos nas conclusões? Dificilmente conseguimos tratar de um assunto sozinhos, pois quando elaboramos um conhecimento acontece um encadeamento de ideias já existentes e a geração de novos pontos que precisam ser estudados para contribuir com a evolução desse conhecimento. Dessa forma, quando apontamos caminhos para novos estudos a partir do trabalho elaborado, estamos expondo uma nova necessidade de pesquisa e geração de conhecimento que pode trazer muitos benefícios à sociedade. E é esse o objetivo de estudarmos, não é mesmo? Se repararmos bem, é isso que fazemos toda vez que pensamos em desenvolver um trabalho: tomamos todo o conhecimento e as experiências que agregamos durante a vida, todas as nossas leituras, a base que temos em ideias de outros autores, além de nossa leitura do mundo, e pensamos sobre o que podem ser desenvolvidas ou melhoradas. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 95 Mas lembre-se de que tudo isso deve ser colocado em uma redação concisa e objetiva, sem muito prolongamento, e que tenha um bom encadeamento de ideias, isto é, que seja também coerente e coeso, de modo que o leitor possa entender adequadamente as propostas de seu trabalho e, quem sabe, utilizá-lo como fonte de informação e ideias. Por fim, é importante ressaltar que as considerações finais (conclusão) devem ser apresentadas de maneira lógica, clara e objetiva, fundamentadas nos resultados e na discussão. Portanto, não se permite a inclusão de dados novos neste item. Bom, você viu até aqui os elementos de um trabalho acadêmico, bem como as regras de formatação e de citação. Para vermostodas as partes essenciais de um trabalho acadêmico, ainda falta conhecer as regras de referências que utilizamos para indicar quais obras utilizamos como base para o desenvolvimento do trabalho. Fazemos isso elaborando uma listagem de obras, que fica na parte final do trabalho, após a conclusão. Assim, por ser um item que, na organização do trabalho acadêmico, aparece na sequência da conclusão, optamos por falar sobre as regras de referência neste momento. Antes vamos apresentar o conceito de referência definido por Santos e Molina (2007, p. 70): [...] a própria palavra já mostra o seu significado: refere-se a algo que foi estudado e utilizado no texto. Dependendo do tipo de material há uma forma de se fazer referência, e são essas características que vão distingui-los na lista de referência , utilizada ao final de cada trabalho científico. Saiba mais Para aprofundar seus estudos assista ao vídeo. Nele são abordados aspectos da conclusão/ considerações finais. http://www.esab.edu.br/ http://www.youtube.com/watch?v=Xpx7f77AJrI http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 96 Segundo Medeiros (2012), do mesmo modo que ocorre com as citações, as referências bibliográficas, no Brasil, são normalizadas pela ABNT. Neste caso, trabalhamos com a NBR 6023:2002, que estabelece as normas pelas quais devem ser referenciadas as publicações de livros, artigos científicos, monografias, resenhas e outros. Essas normas são alvo de muitas críticas, todavia, elas servem para a padronização de publicações e de elaboração de trabalhos acadêmicos e você fará uso delas durante toda sua vida acadêmica. Por isso, procure internalizá-las e sempre que tiver alguma dúvida a esse respeito procure saná-las com seu tutor ou pesquise no material desta disciplina e no da Metodologia Científica. Um exemplo bem simples que acontece normalmente no momento de fazermos as referências bibliográficas é esquecermos a ordem fixa dos elementos, por exemplo, não sabemos se primeiro vai o ano ou a editora. Vejamos algumas regras e alguns exemplos de referências que podem ajudar você no momento de elaboração de seus trabalhos. Elementos essenciais Devem seguir a determinada ordem – SOBRENOME DO AUTOR (com letras maiúsculas), Nome do(a) autor(a) (só com a primeira letra maiúscula). Título do livro, artigo (negrito ou itálico). Cidade onde o livro foi editado: Editora, ano da edição. Importante seguir sempre a mesma padronização. Exemplo: SANTOS, O. Pedagogia dos conflitos sociais. Campinas, SP: Papirus, 1992. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 97 Elementos complementares São informações opcionais que permitem melhor caracterização dos documentos referenciados: revisor, tradutor, ilustrador, número de páginas e/ou volumes, séries e notas. Disposição As referências devem estar dispostas em ordem alfabética seguindo o sobrenome dos autores. Referenciar mais de uma obra de um mesmo autor Nesse caso segue-se a ordem alfabética dos títulos dessas obras ou então, se for o caso, a ordem cronológica da publicação; em ambos os casos, substitui-se o nome do autor por um traço (seis espaços). Exemplo: MOISÉS, M. A criação literária: prosa. São Paulo: Cultrix, 1994. v. 2. Exemplo: CARVALHO, C. H. A de. Reforma universitária e os mecanismos de incentivo à expansão do ensino superior privado no Brasil. (1964-1984). 2002. Dissertação (mestrado em Economia). Instituto de Economia – UNICAMP. Campinas. CUNHA, L. A. O ensino superior no octênio FHC. Educação e Sociedade, v. 24, n. 82, abr. 2003. GISI, M. de L. Políticas públicas, educação e cidadania. In: ZAINKO, M. A. S, GISI, M.de L. (Orgs.) Políticas e gestão da educação superior. Curitiba: Champagnat: Florianópolis: Insular, 2003. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 98 Referências de sites As referências de site devem seguir a esta ordem - SOBRENOME DO AUTOR (com letras maiúsculas), Nome do/a autor/a (só com a primeira letra maiúscula). Título do artigo (negrito ou itálico). Disponível em: <site>. Acesso em: dia mês ano. Documentos oficias Para esse tipo de referência siga as instruções – Jurisdição ou cabeçalho da entidade (quando se tratar de normas). Título, numeração e data. Caso seja necessário, ao final, deve-se acrescentar notas relativas ou outros dados. Exemplo: AMARAL, N.C. Financiamento da educação superior. Estado x Mercado. São Paulo: Cortez; Piracicaba: Editora UNIMEP, 2003. . A vinculação avaliação/financiamento na educação superior brasileira. Impulso, v. 16, n. 40, maio-ago. 2005. Exemplo: DUARTE, V. M. N. A produção textual: uma análise discursiva. Disponível em: <http:// www.portugues.com.br/redacao/a-producao-textual---uma-analise-discursiva-. html>. Acesso em: 16 out. 2012. Exemplo: BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ portarias/dec5.622.pdf>. Acesso em: 24 set. 2007. http://www.esab.edu.br/ http://www.portugues.com.br/redacao/a-producao-textual---uma-analise-discursiva- http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 99 Obra com mais de um autor Nesse caso a ordem da referência ser – SOBRENOME primeiro autor (letra maiúscula), Nome primeiro autor (primeira letra maiúscula); SOBRENOME segundo autor (letra maiúscula), Nome segundo autor (primeira letra maiúscula). Título da obra (negrito ou itálico). Local de publicação: Editora, ano de publicação. Jornais Devemos seguir os seguintes passos – SOBRENOME do autor (letra maiúscula), Nome do autor (primeira letra maiúscula). Nome do periódico, local de publicação: mês e ano de publicação. Número do periódico, páginas compreendidas. Revistas É muito parecido com a referência dos jornais, observe – SOBRENOME do autor (letra maiúscula), Nome do autor (primeira letra maiúscula). Nome do artigo. Nome da revista (negrito ou itálico), local de publicação, número da revista, páginas compreendidas – ano publicação. Exemplo: MEDINA, M.; FERTIG, C. Algoritimos e programação: teoria e prática. São Paulo: Novatec, 2005. Exemplo: MARINHO, L. Folha de S. Paulo, São Paulo: 28 fev. 2005. Caderno A, seção Opinião, p. 3. Exemplo: NUNES, I. B. Noções de educação a distância. Revista Educação a Distância, Brasília, v.3, n. 4 e 5, p. 7-25, dez./93 – abr./94. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 100 Importante você saber que: Podemos encontrar as referências em vários lugares do trabalho científico, como em notas de rodapé, lista de referências, fim de um texto ou capítulo, ou encabeçando resumos, sínteses e resenhas. (SANTOS e MOLINA, 2007, p. 71). Com relação a normas de formatação: as referências devem ser alinhadas somente a margem esquerda identificando individualmente cada documento, formatadas com espaço simples e separadas entre si com espaço duplo. O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) com que se destaca o título da obra deve ser uniforme em todas as referências de um mesmo documento. Lembre-se também de que é muito importante, ao buscar conteúdo na internet para utilizar como base do seu trabalho, consultar sempre sites confiáveis de conteúdo científico. Como por exemplo: • Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, disponível clicando aqui. • Presidência da República, disponível clicando aqui. • Programa Biblioteca Eletrônica, disponível clicando aqui. • Portal Domínio Público, disponível clicandoaqui. • Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, disponível clicando aqui. • Portal Brasileiro da Informação Científica, disponível clicando aqui. Saiba mais Na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico você também tem disponível conteúdo tanto sobre as regras de referência e citação como sobre a elaboração geral do trabalho acadêmico. Consulte as unidades da disciplina para melhorar a sua redação. E para facilitar seu aprendizado das regras de citação e referência, acesse o manual de monografia da Esab disponível aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.teses.usp.br/ http://www.presidencia.gov.br/ http://www.probe.br/ http://www.dominiopublico.gov.br/ http://www.anpad.org.br/ http://www.periodicos.capes.gov.br/ http://www.esab.edu.br/arquivos/pdf/manual_monografia_esab_2011_2012.pdf http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 101 20 Orientações à leitura e à escrita: ler e escrever é preciso Objetivo Analisar a importância da leitura e da escrita na formação acadêmica e profissional. Você já deve ter percebido que ler e escrever exige disciplina, não é mesmo? Somente quando lemos é que aprendemos a ler e quando escrevemos é que aprendemos a escrever. O que isso quer dizer? Que não nascemos sabendo ler nem escrever e só conseguimos melhorar nossa leitura como a escrita quando praticamos essas atividades. Portanto, como indicam Marcone e Lakatos (2010, p. 1) “[...] é necessário ler muito, continuada e constantemente, pois a maior parte dos conhecimentos é obtida por intermédio da leitura: ler significa conhecer, interpretar, decifrar, distinguir os elementos mais importantes dos secundários.” Em um primeiro momento, precisamos de que alguém nos ensine a ler e a escrever, e depois devemos continuar exercitando para desenvolver nossas habilidades, o que exige hábito e disciplina. As experiências com a leitura e a escrita estão, em certa medida, ligadas ao contexto em que vivemos. Podemos começar a ter contato com a leitura de maneira prazerosa desde crianças, quando ouvimos os adultos lendo histórias e ao termos contato com livros coloridos, com figuras ou cenários que nos levam a desenvolvermos o aspecto mental do imaginário, o mágico, a fantasia e a criatividade imaginativa. Isto é, concepções e estruturas internas que nos ajudam a conceber uma visão ou cosmovisão de mundo e de vida. Aquilo que é bom, prazeroso e emocionante. O que gostamos ou não. O que nos toca. O mesmo acontece com a escrita: ver alguém escrever, ter contato com papéis, lápis, caneta e computador estimula a formação de bons escritores. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 102 Você já parou para pensar sobre o que é realmente ler e como podemos nos tornar bons leitores? Um fator fundamental são as experiências que vivemos e o que conhecemos do mundo, pois é isso que nos ensina a fazer a leitura da realidade, aprendendo o sentido das palavras no contexto em que vivemos. Paulo Freire (1985, p. 22), um dos grandes pensadores e educadores brasileiros, nos ensina que “[...] a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Isso significa que temos um repertório de conhecimentos que acumulamos ao longo da vida e influenciam em nossa formação como leitores. Portanto, nossa competência para a leitura é fruto de vivências e relações sociais. Nossas escolhas pela leitura são feitas com diferentes objetivos. Podemos ler como passatempo, por exemplo, romances e poesias, que nos dão momentos de diversão, imaginação, fantasia. Os jornais e as revistas nos trazem informações sobre atualidades, sobre o mundo em que vivemos e suas especificidades, problemas e progressos, bem como informações técnicas e de lazer, dependendo da escolha feita. E podemos ler para estudar determinados assuntos em que temos interesse. No processo de escolaridade, durante o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, é comum que algumas pessoas sintam-se obrigadas a ler diversos materiais. Você já passou por isso? A leitura obrigatória é a que mais nos incomoda, não é mesmo? Ler um romance, uma poesia, um poema, um conto, enfim, qualquer coisa com tempo determinado e que outra pessoa escolheu, realmente pode não parecer muito convidativo. Nesse processo muitas vezes fizemos leituras fragmentadas, lemos apenas partes de um texto, o que mais nos interessa no momento. Mas existe um motivo para precisarmos ler até mesmo coisas que não sejam de nosso interesse! É necessário que o leitor seja “[...] capaz de reconhecer os tipos de discurso e estabelecer a relevância de certos fatores para significação do texto-objeto de suas leituras.” (MEDEIROS, 2012, p. 60). O que isso quer dizer? Que precisamos reconhecer os tipos de discursos com o qual temos contato e saber o que é importante para formular http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 103 o significado desses discursos, o que contribuirá também para leituras posteriores. Saber identificar o que é relevante em cada texto, seja escrito ou falado, é de grande importância para desenvolvermos nossas ideias e nosso senso crítico, pois todo texto possui uma ideologia e estabelece relações de poder, isto é, mostra qual é a posição social ou econômica, por exemplo, do falante ou do escritor e do ouvinte ou leitor. É normal que tendo um cotidiano cada vez mais corrido, alguns fatores como a falta de tempo e de incentivo interfiram nas leituras. No entanto, precisamos ter cuidado para que a alegação de falta de tempo para leitura, embora possa ser real, não se torne uma desculpa para nos esquivarmos de nossos compromissos. Para isso, é importante, em alguns momentos de nossas vidas, priorizarmos o que vamos fazer. No processo de formação acadêmica, algumas leituras são desafiadoras, pois não ter contato com determinado tipo de conteúdo dificulta a compreensão do texto e, além disso, cada área apresenta uma linguagem particular, que chamamos de linguagem técnica. Por exemplo, se você faz o curso de Sistemas de Informação ou de Administração, provavelmente não está familiarizado com a linguagem dos textos da Pedagogia, e vice-versa. Portanto, a leitura da área de formação é importante tanto por causa da aprendizagem do conteúdo como para a apropriação da linguagem específica da área. Para esses textos mais desafiadores, é necessário que tenhamos clara qual é a prioridade de direcionar e focar nossa leitura. Medeiros (2012, p. 60) aponta que temos tipos diversos de leitor e eles podem ser caracterizados por determinados elementos. Segundo esse autor “[...] em primeiro lugar, um elemento que pode caracterizar o tipo de leitor é a sua experiência com a linguagem: grau de escolaridade, conhecimento gramatical, capacidade de análise linguística, capacidade de distinguir forma-padrão”. As pessoas que leem com frequência, que são disciplinadas na leitura, escrevem e falam com proficiência, pois a leitura promove a ampliação do vocabulário tanto da escrita como da oralidade. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 104 Campanaro (2007 apud MUNHOZ, 2011) apresenta aspectos fundamentais para que haja sucesso na interpretação de textos. Destacamos alguns deles: • ler todo o texto e procurar ter uma visão geral do assunto; • se encontrar palavras desconhecidas, não interromper e leitura, prosseguir até o fim; • ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes ou mais; • voltar ao texto quantas vezes precisar; • esclarecer e entender o vocabulário; • sentir e perceber as ideias do autor. E quanto à escrita? Ela não é muito diferente da leitura, exigindo exercício constante. Ou seja, quanto mais escrevemos, melhor escreveremos. Quando escrevemos, precisamos levar em conta que o princípiofundamental da escrita é a comunicação. Isso quer dizer que somos bons escritores quando conseguimos passar de forma clara a nossa ideia para a pessoa que está lendo nosso texto. Todavia, ler, interpretar, argumentar e produzir textos constituem desafios para muitos estudantes por causa de fatores como a falta de incentivo, de cobrança ou de uma didática adequada no processo ensino e aprendizagem. Produzir um texto com coerência e coesão exige, sim, que tenhamos conhecimento da língua, mas, assim como na leitura, exige acima de tudo o exercício. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 105 Neves et al. (1998 apud MUNHOZ, 2011) apresenta algumas recomendações que você pode seguir para desempenhar a função de escrever bem: • usar a escrita não apenas para fazer cópia, mas para dizer as suas palavras, contar histórias, as necessidades, os projetos; • discutir e pedir opiniões dos colegas sobre o conteúdo da sua escrita; • reconhecer a importância das críticas, que buscam auxiliar na construção de textos bem estruturados; • procure ser claro e preciso naquilo que vai dizer; • ter em mente que a escrita se firma com a prática e que ela deve ser desenvolvida sem medo de errar, mas com aceitação da crítica e da necessidade de reescrever o que não ficou claramente especificado. Neste sentido, o fato de termos sido alfabetizados em algum momento de nossas vidas não nos garante a leitura e a escrita com proficiência, precisamos continuar exercitando, caso contrário, acabamos perdendo aos poucos a capacidade de utilizar a linguagem escrita. Portanto, para escrever bem, é necessário escrever muito; e para ler bem, temos de ler muito! Tarefa dissertativa Caro estudante, convidamos você a acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a tarefa dissertativa. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 106 21 Orientações sobre o exercício da leitura na formação acadêmica Objetivo Compreender os princípios do exercício da leitura na formação acadêmica. Você já parou para pensar em como todo o aprendizado que temos durante a vida, não apenas aquele relacionado ao conhecimento técnico, pode nos auxiliar? Isso também envolve as leituras que fazemos, desde as escolares até as propagandas televisivas, [...] leitura que provoca a ação de pensar e sentir criticamente as coisas da vida e da morte, os afetos e suas dificuldades, os medos, sabores e dissabores; que permite conhecer questões relativas ao mundo social e às tantas e tão diversas lutas por justiça. (KRAMER, 2000, p. 21) Com base nessas ideias, podemos dizer que só é possível lutar por justiça quando temos conhecimento da causa, e no mundo atual isso é imprescindível, portanto, é necessário continuar estudando e aprendendo. Para isso, a leitura é um fator determinante, pois possibilita sentir emoções, conhecer lugares e obter informações diversas. Assim, como estudantes, precisamos ler muito. Conforme Marconi e Lakatos (2010, p. 1), a leitura é decisiva para os estudos. Ela [...] propicia a ampliação de conhecimentos, a obtenção de informações básicas ou específicas, a abertura de novos horizontes para a mente, a sistematização do pensamento, o enriquecimento de vocabulário e o melhor entendimento do conteúdo das obras. As pessoas que têm o hábito da leitura possuem um conhecimento mais amplo de determinados temas, apresentam um vocabulário rico e http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 107 a mente aberta para viver novos desafios e aprender coisas novas. Desse modo, fica claro que você deverá realizar muitas leituras que exigem, além da disciplina, organização, correto? Por isso, nossa proposta nesta unidade é contribuir com orientações sobre o exercício da leitura na sua formação acadêmica. Vamos começar vendo o que diferencia a leitura que realizamos na academia. A leitura acadêmica geralmente é direcionada por um tema, portanto, é necessário fazermos uma seleção das fontes que são mais importantes para o estudo. Para a seleção do texto a ser estudado, segundo Marconi e Lakatos (2010), você pode se apoiar nos seguintes elementos: • título: estabelece o assunto e algumas vezes a intenção do autor; • data de publicação: certifica a atualidade e a aceitação (números de edições) do texto; • “orelha” ou a contracapa: permite verificar as credenciais ou as qualificações do autor, bem como o público a que se destina; • índice ou sumário: apresenta os tópicos e as divisões do assunto abordado; • introdução, prefácio ou nota do autor: geralmente apresenta os objetivos do ator e a metodologia empregada; • bibliografia: permite saber as obras consultadas. Selecionados os textos e livros, é importante você organizá-los de maneira que facilite o acesso posterior. O material acessado por meio do computador deve ser arquivado em uma pasta, que pode conter subpastas para assuntos mais específicos ou para diferentes autores, por exemplo. Quanto ao material impresso, sejam livros ou textos, o ideal é você montar uma biblioteca ou um arquivo. Uma vez feita a seleção e a organização dos textos a serem estudados, no processo da leitura é importante levar em conta alguns aspectos, apontados por Marconi e Lakatos (2010): http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 108 • objetivo determinado: ter um objetivo quando se realiza uma leitura envolve manter a unidade de pensamento para avaliar o texto de forma adequada; • vocabulário abrangente: devemos nos preocupar em saber o significado dos termos, das expressões e das palavras utilizadas no texto, para isso, podemos utilizar glossários e dicionários, sejam estes especializados ou não; • interrupção da leitura: nos casos em que notamos que as informações já não são relevantes ou que o texto não traz o conteúdo esperado, é importante interromper a leitura por um período ou até mesmo definitivamente, conforme o caso; • discussão: realizar frequentemente uma discussão sobre o assunto tanto com colegas como com professores ou outras pessoas é um ponto importante para ajudar a desenvolver o pensamento e a avaliação crítica sobre o assunto, formando uma opinião. Dos aspectos elencados, chamamos a atenção para um especial: o uso do dicionário. Ele é imprescindível no processo de leitura e da escrita, pois auxilia a elaboração de um texto preciso e não repetitivo e, no caso da leitura, possibilita o bom entendimento do texto. Além disso, também é importante compreendermos que determinados tipos de leitura exigem a discussão frequente com outras pessoas para ampliar o entendimento do texto. Toda leitura precisa ser proveitosa, especialmente as relacionadas a estudos, pois objetivam à pesquisa, à busca de conteúdos. E para realizarmos uma leitura proveitosa, Marconi e Lakatos (2010) apresentam alguns aspectos fundamentais: • atenção: o leitor deve buscar o entendimento, a assimilação e a apreensão dos conteúdos do texto e, para isso, deve estar focado no objeto estudado; • intenção: o leitor deve ter o propósito de tirar proveito intelectual da leitura; http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 109 • reflexão: ler observando todos os aspectos apresentados pelo autor, descobrindo novos pontos de vista, novas perspectivas e relações que possam ser estabelecidas, dessa forma contribui para aprofundar os conhecimentos; • espírito crítico: significa avaliar o texto, ler com reflexão, não aceitar ideias sem analisá-las e ponderá-las, emitir um juízo de valor ao texto lido; • análise: divisão do texto em partes e compreensão de sua organização; • síntese: fazer um resumo dos aspectos essenciais do texto. A leitura de um materiala ser estudado deve sempre ter um propósito, ou um objetivo, isto é, um objeto a ser aprofundado, compreendido e analisado. Para isso, é importante entendermos completamente o que foi lido. A leitura informativa é também chamada de leitura de estudo e requer técnicas específicas. Marconi e Lakatos (2010) destacam as técnicas de sublinhar e resumir partes importantes do texto. Mas das técnicas básicas por eles apresentadas, destacamos duas que consideramos importantes: a primeira é não assinalar qualquer parte do texto antes ou durante a primeira leitura, exceto as palavras que não são compreendidas. Isso nos leva a segunda técnica, que trata da consulta ao dicionário, que é indispensável, pois toda palavra deve ser entendida para que tenhamos a noção real do texto. Após esses cuidados, você deve continuar fazendo uma nova leitura, sublinhando e resumindo as ideias principais. Ler e estudar é necessário tanto na vida acadêmica como na social e profissional. E vivendo em um mundo letrado, como é o seu caso como acadêmico, é imprescindível que saibamos ler nas entrelinhas, escrever com coerência e dominar os conhecimentos de nossa área de atuação profissional. Falamos muito de leitura de texto, mas será que esse é o único tipo de objeto que pode ser lido? Também podemos fazer leituras de imagens, como gráficos, tabelas, fotografias, obras de arte e filmes. Todos esses materiais trazem um conteúdo, portanto, precisam ser lidos e analisados. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 110 Para ampliar seu repertório cultural e ilustrar o conteúdo desta unidade com um pouco de arte trazemos como exemplo um filme que também possibilita conhecer um pouco mais sobre a Idade Média, o Feudalismo como modo de produção. O filme “O Nome da Rosa”, baseado no romance de Umberto Eco, apresenta em seu enredo o controle do conhecimento feito pela igreja dentro de um mosteiro italiano. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 111 22 Linguagem nos textos do Ensino Superior Objetivo Conhecer a linguagem utilizada nos trabalhos do Ensino Superior. Para iniciar esta unidade, optamos por destacar alguns pontos que consideramos fundamentais quando falamos em compreender e internalizar uma linguagem. Acompanhe! • A língua, seja falada, escrita ou gesticulada, só tem sentido se conseguirmos nos comunicar com o outro estabelecendo uma interlocução. • A leitura e a escrita exigem exercício constante. • Ao ler um texto, especialmente de sua área, analise como o autor escreve e quais terminologias ele utiliza. • Leia bons textos e inspire-se na linguagem de seus autores. • Ao escrever, dê o texto para que outras pessoas leiam, pois isso contribui para ver se sua escrita está clara. Muito bem! Agora que você sabe os primeiros passos, o básico para desenvolver a linguagem escrita, vamos seguir nos aprofundando no tema desta unidade: a linguagem de textos voltados para o Ensino Superior. Como você pode imaginar, nosso foco é a linguagem utilizada nos trabalhos acadêmicos. Assim, vamos começar distinguindo a linguagem usual e a linguagem acadêmica. É certo que ambas têm uma característica comum, afinal, foram construídas nas relações sociais devido à necessidade de registrar e ampliar o conhecimento. No entanto, na linguagem comum, ou usual, predominam a narrativa e o coloquialismo, enquanto na linguagem acadêmica temos uma estrutura, uma lógica a ser obedecida, tornando-a uma linguagem formal. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 112 Para atingirmos a formalidade exigida para os trabalhos acadêmicos, Medeiros (2012, p. 218) diz que devemos ter uma preocupação gramatical, pois assim podemos evitar uma “[...] afronta ao padrão linguístico estabelecido”. Portanto, na escrita de um trabalho acadêmico é interessante seguir algumas normas gramaticais. Vamos ver umas dicas? Observe o quadro a seguir para conhecer alguns padrões de linguagem formal. Evite usar Como substituir Gerúndio. Ex.: está acontecendo; estaremos encaminhando. Prefira usar o verbo conjugado no tempo adequado para o texto. Ex.: acontece; encaminharemos. Locuções verbais. Ex.: tenta buscar; terá de responder; vai acontecer; isso ajuda a aumentar; Dê preferência ao verbo conjugado no tempo adequado. Ex.: busca; responderá; acontecerá; isso aumenta/auxilia o aumento. Palavras coloquiais, gírias e vícios de linguagem. Ex.: tipo; tá ligado; ficar na mão; fazer a caveira; tá certo; Utilize palavras técnicas e formais. Repetições de termos e palavras. Ex.: evitar a repetição de palavras, termos sons é evitar que o trabalho torne-se cansativo, evitando que o leitor evite o texto. Substitua as palavras por sinônimos (a qual, o qual) ou reformule a frase. Ex.: a não repetição de palavras, termos e sons impede que o trabalho torne-se cansativo, evitando que o leitor desvie-se do texto. Excesso de “que”. Ex.: Considero que isso é o melhor que se tem a pensar daquilo que define o jovem agricultor. Substitua a palavra por um sinônimo (a qual, o qual) ou reformule a frase. Ex.: Considero que essa é a melhor definição do jovem agricultor. Pleonasmo ou redundância. Ex.: sair para fora; público em geral; encarar de frente; adiar para depois. Em geral, as expressões redundantes podem ser identificadas por meio da lógica, mas caso você tenha alguma dúvida, consulte um dicionário. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 113 Falta de objetividade. Ex.: gostaria de falar; queríamos começar dizendo que; Utilize linguagem clara e direta. Ex.: falarei; discutiremos; trataremos de; defenderemos. Transpor o oral de modo literal na forma escrita. Ex.: quero tentar ver se consigo entender como é que fica a questão ambiental. Busque desenvolver a linguagem formal. Ex.: pretendemos compreender como se apresenta a questão ambiental. Fique atento também para não cometer erros de concordância, especialmente com algumas palavras que geralmente confundimos, como “houve” e “existe”. Além disso, há também outras dúvidas de escrita, por exemplo, a utilização de “mas” e “mais”, “onde” e “aonde”. Por isso, temos para você algumas dicas de como utilizar essas palavras. No caso de “mas” e “mais”, a primeira palavra trata-se de uma conjunção que indica, basicamente, uma oposição ou uma restrição, enquanto a segunda é um advérbio de intensidade. Por exemplo: Em relação ao uso de “onde” e “aonde” é um pouco mais sutil. A palavra “onde” é um advérbio de lugar, lugar físico. E a palavra “aonde” indica destino, portanto podemos usá-la com verbos em movimento: ir levar, dirigir, chegar. Portanto, se queremos saber o lugar em que uma pessoa vive, devemos perguntar “onde moras?”, e não “aonde”. Já se você marcou de sair com um amigo, deve perguntar a que lugar vocês irão, por exemplo: “aonde iremos no sábado?”. Note que o verbo ir pede a preposição a, e se onde indica lugar, para ir a algum lugar, falamos a+onde, ou seja, aonde. Como já vimos, ao redigir um texto acadêmico a linguagem utilizada deve ser clara, concisa, precisa, correta, coerente e simples. Mas de que modo fazemos isso? Uma boa forma é escrever parágrafos não Ex.: Fui ao cinema, mas não gostei do filme. De tanto caminhar fiquei com meus músculos mais fortes. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 114 muito longos. Além disso, o texto deve ser coeso, ou seja, as palavras e os parágrafos devem ter sentido nas relações que estabelecem entre si. Para isso, utilizamos os elementos de coesão: entretanto, portanto, igualmente, assim, também, todavia. Talvez você tenha notado que no nosso quadro de situaçõesa serem evitadas, colocamos muitas coisas escritas na primeira pessoa do plural (nós). Essa também é uma característica da linguagem do trabalho acadêmico. Devemos usar “nós” ou a terceira pessoa do singular (ele/ ela) mais a partícula “se”, de modo a tornar o texto mais impessoal. Por exemplo, devemos usar “percebe-se”, “destina-se”, “percebemos”, “pesquisamos”. No entanto, fique atento para não misturar pessoas gramaticais diferentes, pois também é importante manter um padrão! É normal utilizarmos siglas em nossos trabalhos. Nesse caso, na primeira vez em que aparecerem no texto, as siglas devem ser escritas por extenso com a forma abreviada aparecendo na sequência entre parênteses. Nas outras utilizações ao longo do trabalho, podemos usar somente a sigla. Quando uma sigla tem apenas até quatro letras ou quando a pronunciamos letra por letra, ela é escrita em maiúsculo. É o caso da sigla da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Já as com mais de quatro letras ou que formam uma palavra, utilizamos somente a primeira letra em maiúscula, como Embratel. Procure levar em conta esses aspectos no momento de redigir seus trabalhos, são dicas que podem contribuir no seu processo de escrita! http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 115 23 Linguagem científica Objetivo Identificar a linguagem científica dos trabalhos acadêmicos. Você já reparou na quantidade de linguagens com que convivemos e que utilizamos? Cada círculo social de que participamos, conforme o ambiente em que estamos, utilizamos uma forma de falar. O mesmo ocorre com a escrita: quando escrevemos um e-mail para um amigo, usamos um tipo de linguagem diferente daquele que utilizamos na redação de um trabalho acadêmico. Mas você sabe que temos diferentes tipos de linguagem para escrever um trabalho acadêmico? Existe a linguagem-padrão, que você vem estudando ao longo desta disciplina, mas também temos a linguagem técnica, ou científica. Com tudo o que vimos até então, talvez você esteja se perguntado: que relações estabelecer entre a linguagem dos trabalhos acadêmicos e a linguagem científica? Podemos iniciar dizendo que, em geral, os trabalhos acadêmicos precisam ser escritos em linguagem científica, salvo exceções em que o professor encaminhe o uso de outras linguagens. De qualquer modo o que costuma nortear a produção textual de um trabalho do ensino superior é a linguagem científica. Essa linguagem surgiu e se desenvolveu com a ciência, possuindo determinadas características que podem até mesmo tornar o texto mais complicado para o leitor. Ela é uma linguagem denotativa, ou seja, representa, remete ou caracteriza conceitos específicos de uma área. Por isso, é inevitável que ao evoluirmos nossos conhecimentos na área em que estudamos, desenvolvamos nossa linguagem científica. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 116 Todavia, esse é um aspecto que pode causar estranheza e a falta de inteligibilidade ao texto. Para minimizar esse fato, alcançando um texto preciso e claro, devemos sempre tentar contextualizar ao máximo o que estamos apresentando e evitar a ambiguidade. Também devemos ter pleno domínio técnico, isto é, precisamos ter clareza sobre o conteúdo que estamos tratando, de modo a evitar que escrevamos um texto confuso, e utilizar adequadamente a terminologia científica. E para isso precisamos de muita leitura! Além disso, é importante dominarmos também as regras da língua culta, as regras gramaticais da língua. Nesse sentido, você estudou anteriormente algumas regras e dicas que são importantes na elaboração de trabalhos. Vimos, por exemplo, que a escrita de um trabalho acadêmico exige muita leitura, o que faz com que a escrita flua, pois possibilita a apropriação do tema e do “vocabulário técnico” (MEDEIROS, 2012, p. 196). Portanto, a leitura é também essencial para a compreensão e internalização tanto da linguagem formal como da científica. Porém, conforme adverte Medeiros (2012, p. 196-197), ao redigirmos o trabalho, é importante estarmos atentos para não exagerarmos no uso de palavras complicadas e pouco usuais sem haver necessidade. O texto do trabalho acadêmico deve ser simples. “Todavia, não caia no extremo oposto que é a vulgarização, ou o uso de coloquialidade indevida do tipo pega ele, para mim examinar, fazem dez dias, haviam muitos cientistas.” (MEDEIROS, 2012, p. 196-197). Atente também para o fato de que conhecer a terminologia científica da sua área e ter conhecimento das regras gramaticais da língua culta não garantem que exposição inteligível das ideias que se quer desenvolver. Para isso, precisamos ter o domínio técnico! Portanto, mais uma vez, precisamos ler muito, estudar muito. Perceba que escrever exige atenção, e um dos caminhos que contribuem nesse processo é ler textos que utilizam devidamente a linguagem científica. Neste sentido, nossa proposta é identificar a linguagem científica nos textos acadêmicos por meio de exemplos. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 117 A coesão e a coerência são aspectos de grande importância da linguagem. Você já deve ter visto sobre essas características durante o ensino médio. Segundo Medeiros (2012, p. 197), a coesão “[...] cuida particularmente de aspectos como a gramaticalidade, combinação de palavras, sintaxe, concordância nominal e verbal.” Já a coerência “[...] ocupa-se das ideias, da lógica da argumentação, da ordem do texto.” Neste ponto, nos perguntamos: mas, afinal, como fazer um texto coeso e coerente? Para isso, como vimos anteriormente, precisamos antes de tudo dominar o assunto sobre o qual nos propomos discutir, além de conhecer as regras da gramática. Mas, é claro, vale também nos apropriarmos de algumas dicas. Por exemplo, antes de iniciar a redação, procure fazer um esquema com os pontos que você vai trabalhar. Lembre-se de que você precisará fazer um resumo, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão conforme estudou nas unidades anteriores. Faça um bom esquema principalmente para o desenvolvimento e, a partir dele, organize a estrutura do seu trabalho da forma que seja mais fácil para o leitor entender o que você quer falar. Além disso, o estudo de textos científicos permite que você se aproprie não só dos conhecimentos e vocabulários da sua área, mas também possibilita identificar um modo de organizar as ideias para elaborar o texto, ou seja, uma forma de como tornar o texto coerente e coeso. Munhoz (2011, p. 128-129), a esse respeito, nos dá algumas dicas. • Aprender a ‘falar’ a língua que se ‘lê’, o que cria o costume de falar e ler corretamente e também influencia a compreensão do texto. • Adquirir familiaridade com a leitura e aproveitar para ler revistas, jornais e outros textos. Ter em mente buscar aumentar ou corrigir seu vocabulário, o que ajuda. Por fim, nossa última dica é revisar seu texto! Leia seu texto mais uma ou duas vezes para verificar se você está se fazendo entender. É interessante http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 118 também pedir para que outras pessoas, da área ou não, leiam o que você escreveu, assim saberá com certeza se o seu texto atingiu o objetivo. Das qualidades da linguagem científica, uma delas é contestável: a impessoalidade. Você encontrará textos em que os autores se colocam na primeira pessoa, geralmente na introdução. Conforme Medeiros (2012, p. 196) utilizar ou não a impessoalidade “é uma questão, no entanto, que deve ser considerada quanto à uniformidade de tratamento. Não misturar um parágrafo com o uso de primeira pessoa e terminá-lo com o uso da terceira pessoa já denota asseio, preocupação com a linguagem.” Agora você já conta com conhecimentospara identificar se os textos estudados apresentam as características da linguagem científica e também com subsídios para elaborar seus textos com qualidades da linguagem científica. Assim, terminamos nossa conversa com o seguinte pensamento: No ato inaugural do escrever o escrevente não se contenta em ser recipiente meramente passivo de experiências de mundo, mas quer concebê-las, recriá-las, preservá-las a fim de pensar sobre elas, tal como o discurso de Adão antes da queda, conferindo existência às coisas através da nomeação delas. (MARQUES, 2003, p. 55) Estudo complementar Que tal ver um exemplo de texto a fim de identificar a linguagem científica? Leia atentamente o artigo “A violência na mídia como tema da área da saúde pública: revisão da literatura” de Kathie Njaine e Maria Cecília de Souza Minayo. Disponível aqui. Note que esse texto possui características de um texto científico, pois a escrita tem caráter impessoal, a linguagem é objetiva, formando um texto coerente e coeso. http://www.esab.edu.br/ http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232004000100020&script=sci_arttext http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232004000100020&script=sci_arttext http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 119 Para sua reflexão Até aqui, você viu como organizar um trabalho acadêmico e as normas para isso. Agora, considere seu processo de escolaridade e reflita: é a primeira vez que você tem acesso a essas informações? Já realizou trabalhos com essas características? Como esse conhecimento ajudará você na sua vida profissional? Por que, segundo a sua opinião, a utilização das normas da ABNT e dos padrões de escrita de trabalho acadêmico são importantes para a produção de conhecimentos? As respostas a essas reflexões formam parte de sua aprendizagem e são individuais, não precisando ser comunicadas ou enviadas aos tutores. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 120 24 Autoria e Ética na produção de trabalhos do Ensino Superior Objetivo Refletir sobre as condutas não desejadas (plágio, fraude, apropriação indevida etc.). Chegamos à última unidade do nosso estudo! Para iniciar nossa conversa, vamos conceituar duas palavras que consideramos importante serem elucidadas. A primeira é autoria, que está ligada ao autor, aquele que cria uma obra. A segunda é ética, palavra de origem grega e diretamente relacionada com a filosofia que é definida como um conjunto de regras que guiam os seres humanos para agir moralmente. Muito bem, mas que relações podemos ver entre autoria, ética e trabalho acadêmico? Quando alguém copia e cola (ou, popularmente falando, faz um Ctrl C + Ctrl V) em um texto ou parte dele e não cita a fonte, está tendo uma atitude que fere a ética, pois está enganando a si, o professor e o leitor, pois está usando indevidamente as ideias de outra pessoa. Essa prática do “copia e cola” é muito debatida e combatida, especialmente após o advento da internet, conforme apontam Maia e Mattar (2007, p. 103) ao dizer que “o desenvolvimento da Internet trouxe várias complicações metodológicas, éticas e legais para o terreno da propriedade intelectual.” As questões relativas à propriedade intelectual e aos direitos autorais levou a sociedade a imprimir uma legislação própria para o assunto. É a Lei n° 9. 610, de 19 de fevereiro de 1998. Por ser uma lei extensa, contando com três capítulos e 115 artigos, destacamos aqui somente as ideias básicas que ela dispõe. Essa lei protege obras literárias, artísticas ou científicas, afirmando que obras intelectuais são criações do espírito exteriorizadas pelo autor. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 121 Dispõe que os direitos morais são inalienáveis e intransferíveis, portanto, estes e os direitos patrimoniais da obra criada pertencem ao autor. Assim, a utilização da obra é direito exclusivo do autor, portanto, este pode colocar sua obra à disposição do público pelo tempo que desejar, de modo gratuito ou não. E qualquer uso que outra pessoa possa vir a fazer da obra depende da autorização de seu autor. Em relação aos trechos sobre copiar, colar, citar e indicar a fonte de passagens de textos disponíveis em meio eletrônicos ou impressos, o artigo 46, incisos III e VIII da Lei n° 9.610, define que: Podemos notar que qualquer pessoa que produz conhecimentos por meio de trabalhos, de pesquisa ou não, devem conhecer essa lei, concorda? Além disso, Maia e Mattar (2007) advertem que ela precisa ser interpretada com cautela, pois algumas expressões são vagas, deixando margens a visões diferentes. Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos de autoria: [...] III – A citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra; [...] VIII – A reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes de qualquer natureza, ou de obra integral quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores. (BRASIL, 1998) Saiba mais Para saber mais sobre direitos autorias, assista ao vídeo “Direitos Autorais ou a Lei 9610/98 sem pânico.” Disponível aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.youtube.com/watch?v=CORG5aJRI_w&feature=related http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 122 Contudo, o que devemos lembrar sempre é: citar a fonte é garantia contra acusação de plágio! Mas, afinal, o que é plágio? Segundo o dicionário eletrônico Houaiss (2009), plágio é a “apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual etc. produzido por outrem”. E por que se fala com tanta incidência de que plágio é crime? Como vimos anteriormente, copiar a obra de alguém e apresentá-la como se fosse de autoria própria, sem citar a fonte, é uma atitude contra a lei! Veja o que diz o Código Penal Brasileiro por meio da Lei n° 10.695, de 1o de julho 2003: Portanto, plágio é crime e, além de prejudicar o autor original roubando- lhe as ideias, pode prejudicar quem plagiou. Por isso, é importante termos em mente os aspectos que você viu nesta disciplina para a elaboração de um trabalho acadêmico, especialmente as normas da ABNT para citação e referência. No decorrer desta disciplina, você aprendeu a ser um autor! Para isso, precisamos nos comprometer a desenvolver as habilidades necessárias para nosso futuro profissional, portanto, agora cabe a você empenhar-se nessa caminhada a partir dos conceitos básicos apresentados. Art. 1° O art. 184 e seus §§ 1º, 2º e 3º do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passam a vigorar com a seguinte redação, acrescentando-se um § 4º: “Art. 187 . Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. § 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (BRASIL, 2003) http://www.esab.edu.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art184 http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 123 Orlandi (2001, p. 82) destaca que “[...] a relação com o fora da escola também constitui a experiência com a autoria. Desta forma,a escola, enquanto lugar de reflexão, é um lugar fundamental para elaboração dessa experiência, da autoria, na relação com a linguagem.” Por isso, aproveite e exercite a linguagem, escreva e leia muito. Precisamos abandonar os temores de escrever, superando os entraves que não nos permitem movimentar os braços e os olhos na direção da leitura e da escrita. O Ensino Superior é parte de sua formação, assim aproveite a sua condição de estudante para superar os medos e as lacunas que podem ter marcado sua relação com a escrita e a leitura. Esta disciplina e a de Metodologia de Trabalhos Científicos acontecem no início de seu curso não por acaso. Elas dão a você subsídios para que possa fazer bons trabalhos no decorrer do curso, assim você pode recorrer aos materiais didáticos sempre que as dúvidas aparecerem. Muito bem, chegamos ao final desta disciplina, em que uma relação foi iniciada e um caminhar, construído. Busque na sua graduação não apenas uma titulação, mas queira muito, muito mais conhecimento. Estudo complementar Nesta unidade, refletimos sobre as condutas não desejadas no ensino superior (plágio, fraude, apropriação indevida etc.). Para aprofundar seus estudos sobre o assunto, faça uma leitura da Lei n° 9.610, disponível aqui. http://www.esab.edu.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 124 Resumo Na unidade 19, vimos como produzir a conclusão de um trabalho acadêmico. Destacamos que essa é a parte do trabalho em que você precisa elaborar um texto objetivo, coerente e coeso no qual são feitas análises e reflexões de questões que foram desenvolvidas ao longo do trabalho. É também nesse item que você fará a exposição das suas impressões sobre o trabalho que acabou de elaborar. Na unidade 20, destacamos a importância da leitura e da escrita na formação acadêmica e profissional, uma vez que essas são atividades características da trajetória do estudante. E é por isso que elas devem ser exercitadas, vivenciadas, pois só se aprende a ler lendo e a escrever escrevendo. Na unidade 21, você compreendeu que a leitura de um material a ser estudado deve sempre ter um propósito, um objetivo, um objeto a ser aprofundado, compreendido, analisado, e para isso é importante ter organização, disciplina e entender o que foi lido. Na unidade 22, conhecemos a linguagem utilizada na redação dos trabalhos do ensino superior, que deve ser clara, concisa, precisa, correta, coerente, simples e, embora haja contestação, é interessante que seja impessoal. Já na unidade 23, identificamos as características da linguagem científica, a qual indica a qualidade de um texto acadêmico. Ela pauta-se na coesão, na coerência, na objetividade, na impessoalidade e no vocabulário técnico. Por fim, na unidade 24, refletimos sobre as condutas não desejadas de plágio, fraude e apropriação indevida, compreendendo que copiar uma ideia sem citar seu autor é crime, conforme disposto nas leis que amparam os direitos autorais, também estudadas nessa unidade. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 125 Academia Escola de ensino superior (faculdade ou universidade). R Aflige Preocupa, angustia. R Banalizar Tornar banal, vulgarizar. R Conjuntura Conjunto de determinados acontecimentos em um dado momento. R Corpo editorial Conjunto de pessoas responsáveis pela edição e publicação de revistas ou livros. R Desempenho redacional Competência para produzir textos adequados ao gênero textual utilizado ou exigido. R Elucidar Esclarecer, explicar, tornar claro. R Glossário http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 126 Enade Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. Por meio dele, avalia-se o rendimento dos alunos que ingressaram e que estão concluindo cursos de graduação em relação aos conteúdos programáticos de seus cursos. R Esperanto Língua criada com a intenção de facilitar a comunicação entre os povos do mundo inteiro. R Federalização Ato de converter algo em um bem ou serviço do Estado, isto é, de tornar federal. R Heterogeneidade Refere-se a o que é heterogêneo, ou seja, que possui diferença ou que não é uniforme. R Hipermídia Documentos, textos, imagens, sons ou softwares, informatizados e ligados por meio de links que dão acesso a outros documentos e assim sucessivamente. R Inteligibilidade Capacidade de perceber e compreender bem as coisas. R Interlocução Conversa, diálogo. R Lato sensu É uma expressão em latim que significa "em sentido amplo". No Brasil, a expressão foi introduzida para distinguir os cursos de pós-graduação de menor duração daqueles de maior duração. R http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 127 Língua vernácula É a língua própria do país, a língua nacional. R Mediada Que está entre, em interação. No caso da EaD, o processo de ensino e aprendizagem é mediado por tutores, que ficam disponíveis para interagir com os alunos, auxiliando-os na aprendizagem, pelas tecnologias de comunicação e informação. R Nostalgia Saudade do passado. R Otimizado Da melhor forma possível, com o máximo de proveito. R Palmatória Espécie de régua de madeira, com uma das extremidades em forma circular, geralmente marcada por cinco furos em cruz, com a qual antigamente pais e professores castigavam as crianças, batendo-lhes com ela na palma da mão. R Paper Pequeno artigo científico a respeito de um tema pesquisado. R Paráfrase Forma diferente de dizer algo já dito ou um texto escrito. Acontece quando lemos um texto e o comentamos com nossas próprias palavras.R Pedagógica Relativa à educação, ao processo ensino e aprendizagem. R http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 128 Plágio Cópia de uma obra ou parte de uma obra sem a devida citação, ou seja, é a apresentação de uma obra alheia feita por alguém como se fosse de sua autoria. R Polissêmico Que tem muitos significados. R Proficiência Competência, capacidade. R Ruptura Quebra, rompimento. R Senso comum Conhecimento vulgar, cotidiano, baseado na crenças. R Silvicultura Estudo e aplicação deste estudo para a manutenção, o aproveitamento e o uso racional das florestas, ligada à cultura madeireira. R http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db www.esab.edu.br 129 Referências Bibliografia Básica: LAKATOS, E M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MEDEIROS, J. B. Redação cientifica. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. MUNHOZ, A. S. O estudo em ambiente virtual de aprendizagem: um guia prático. Curitiba: Ibpex, 2013. Bibliografía Complementar: CARVALHO, F. C. A.; IVANOFF, G. B. Tecnologias que educam: ensinar e aprender com tecnologias da informação e comunicação. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EAD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PALLOFF, R. M.; PRATT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004. SANTOS, Selma Cristina dos; CARVALHO, Márcia Alves Faleiro de. Normas e técnicas para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. SANTOS, G. R. C. M.; MOLINA, N., L.; DIAS, V. D. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: Ibpex, 2007. http://www.esab.edu.br/ http://cbs.wondershare.com/go.php?pid=5292&m=db • Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio (Sesc) e emissoras associadas: fundaram Separação do espaço Separação de tempo PlanejamentoTecnologias de comunicação Autonomia e interação Público Objetivo Geral Objetivos Específicos Elementos essenciais Elementos complementares Disposição Referenciar mais de uma obra de um mesmo autor Documentos oficias Obra com mais de um autor Jornais Revistas Academia Aflige Banalizar Conjuntura Corpo editorial Desempenho redacional Elucidar Enade Esperanto Federalização Heterogeneidade Hipermídia Inteligibilidade Interlocução Lato sensu Língua vernácula Mediada Nostalgia Otimizado Palmatória Paper Paráfrase Pedagógica Plágio Polissêmico Proficiência Ruptura Senso comum Silvicultura