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Atividade Discursiva - Ética política e cidadania

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O filósofo inglês John Locke defendia a ideia de que a propriedade comum era 
tida como um presente divino quando afirma que “os homens podem ter adquirido uma 
propriedade em porções distintas do que Deus deu à humanidade em comum” (LOCKE, 
2001, p.97) e assevera que através da razão – também concedida por Deus – os 
homens utilizassem “A terra e tudo o que ela contém [...] para o sustento e o conforto 
de sua existência” (LOCKE, 2001, p.97), demonstrando que, em sua visão, a 
propriedade seria um direito natural de todo homem por ser filho de Deus. 
Ele via o trabalho realizado pelo homem como agente transformador da 
propriedade comum em propriedade privada quando afirma que “Podemos dizer que o 
trabalho de seu corpo e a obra produzida por suas mãos são propriedade sua” (LOCKE, 
2001, p.98), pois o homem seria dono de si e do resultado de seu trabalho – “Ainda que 
a terra e todas as criaturas inferiores pertençam em comum a todos os homens, cada 
um guarda a propriedade de sua própria pessoa” (LOCKE, 2001, p.98). 
Dessa forma, Locke criticava o tipo de Estado pautado pelo poder absolutista 
do rei, e pela aquisição de poder pela hereditariedade dos nobres, que eram justificadas 
pela “escolha divina”. Locke defendia, então, a criação de um Estado que deveria se 
limitar a preservar e consolidar os direitos naturais de cada homem, através de um 
contrato social entre os indivíduos. Portanto, o desenvolvimento desses valores 
individualistas e dessa visão de Estado mínimo e liberal foram fundamentais para o 
desenvolvimento do capitalismo como modo produção. 
 
 
 
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil: ensaio sobre a origem, os limites e os 
fins verdadeiros do governo civil. tradução de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. – 
Petrópolis, 3ª ed. RJ : Vozes, 2001

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