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Limitações constitucional no poder de tributar

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CENTRO UNIVERSITARIO UNIVERSUS VERITAS – UNIVERITAS
ANA CAROLINA SILVA DOS SANTOS
GUILHERME VARANDAS BANDEIRA DE MELLO
JESSICA TAVARES OLIEGARIO DE SOUZA
SABRINNY SANTOS DA HORA
LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR
RIO DE JANEIRO – RJ
SETEMBRO/2020
ANA CAROLINA SILVA DOS SANTOS
GUILHERME VARANDAS BANDEIRA DE MELLO
JESSICA TAVARES OLIEGARIO DE SOUZA
SABRINNY SANTOS DA HORA
LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR
Trabalho apresentado a disciplina de Instituições Democráticas e Ordens Constitucionais, na graduação de Direito, pela UNIVERITAS, para obtenção de nota, no 4º período noturno. Pelo então professor Vladimir Pinto Novaes.
RIO DE JANEIRO – RJ
SETEMBRO/2020
INTRODUÇÃO
A União, Estados, Distrito Federal e Município possuem competência tributária para a criação de tributos, vez que a própria Constituição Federal atribui tal aptidão, de modo que estabelece parâmetros relevantes com a finalidade de assegurar os direitos e garantias individuais tutelados pela Carta Magna. Portanto, compreende-se que o poder de tributar possui limitações para que não haja violação dos direitos humanos e fundamentais, razão pela qual a ordem constitucional impões limites ao Estado para a realização de tal atividade.
Neste sentido, as limitações ao poder de tributar são desdobradas nos princípios constitucionais e nas imunidades tributárias, visando a delimitação do poder tributário do Estado de criar e arrecadar tributos.
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAL NO PODER DE TRIBUTAR
1. PODER DE TRIBUTAÇÃO
Nos Estados modernos, o poder de tributar é oriundo do Exercício da soberania Estatal dentro de um território delimitado e exercido sobre uma população, de forma que o poder de tributar compete às pessoas jurídicas de direito público, os entes políticos, tendo em vista que o art. 145 que garante a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios o poder de instituir tributos e o art. 150 que delimita o poder de tributar da União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
O poder de tributação é garantido pela Constituição Federal como forma de se assegurar a soberania estatal. Ou seja, o Estado tem o direito legal de exigir dos cidadãos contribuintes parcela de seu patrimônio particular para fins de custear suas atividades administrativas estatais. 
O Estado, formado pelo território, povo e governo soberano, usa desse poder de tributação, dentre dos limites, e garantias legais para abastecer os cofres públicos, ou seja, para ter receita pública, para assim custear e prover necessidades coletivas dos cidadãos. 
Dessa maneira expõe Ruy Barbosa Nogueira (1995):
“O poder de tributar é, portanto, uma decorrência inevitável da soberania que o Estado exerce sobre as pessoas de seu território, ao qual corresponde, por parte dos indivíduos, um dever de prestação”.
Ou seja, o Estado com a sua soberania, regida pelo contrato social, exerce sobre os cidadãos um dever de prestação, de contribuição para o funcionamento da vida coletiva. Logo, no ramo do direito tributário depreende-se que essa relação demonstrada por Ruy Barbosa define o Estado como ente tributante, sujeito ativo, e o indivíduo como contribuinte, sujeito passivo. 
O poder de tributar garantido ao Estado é, em verdade, um poder de direito, visto que garantido pela Carta Magna Brasileira. A invasão patrimonial tendente à percepção do tributo é consentida pelo cidadão, pois este tem ciência de seu dever como contribuinte. O tributo instituído não pode ultrapassar os limites legais, sob pena de ser considerado confisco.
Para o respeitável doutrinador Eduardo Sabbag (2010):
"É cediço que o Estado necessita, em sua atividade financeira, captar recursos materiais para manter sua estrutura, disponibilizando ao cidadão-contribuinte os serviços que lhe compete, como autêntico provedor das necessidades coletivas. A cobrança de tributos se mostra como uma contínua forma de geração de receitas, permitindo que o Estado suporte as despesas necessárias à consecução de seus objetivos".
Por conseguinte, a sujeição do contribuinte ao poder do Estado se dá quando aquele, de um lado, atende à norma jurídica – que o leva à assunção do ônus tributário -, e este, de outra banda, instado igualmente a cumpri-la, na comum plataforma jurídico-tributária, expressa o poder de coação tendente à percepção do tributo.
Portanto, é óbvio que o poder de tributação assegurado ao Estado não é absoluto. A Constituição Federal estabelece normas legais que regulam essa relação jurídico-tributária. Sendo assim, os regramentos legais limitam o exercício arbitrário da tributação tendo em vista que eles definem como se dará este poder, ou seja, como será o seu modus operandi (modos de operação/organização de uma atividade). A tributação deverá ser feita de forma justa, equilibrada e respeitosa, sem que haja imposições arbitrárias que firam a propriedade e a liberdade dos cidadãos contribuintes. As relações de tributação entre ente tributante e contribuinte devem existir de acordo com o estabelecido no texto constitucional, para que, fundamentalmente, o patrimônio do sujeito passivo não seja aniquilado.
2. DIREITOS FUNDAMENTAIS NO SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
Pode-se conceituar direitos fundamentais como sendo aqueles direitos público-subjetivos de pessoas (físicas ou jurídicas), contidas em dispositivos constitucionais e, portanto, que encerram caráter normativo supremo dentro do Estado, tendo como finalidade limitar o exercício do poder estatal em face da liberdade individual. 
Depreendem-se, assim, alguns elementos básicos desta relação, tais como: os sujeitos da relação, isto é, pessoa e Estado; a finalidade destes direitos, ou seja, a limitação do poder estatal para preservar a liberdade individual e; sua posição no sistema jurídico, apresentada pela supremacia constitucional.
Em relação ao tema Ingo Wolfgang Sarlet ensina que:
Os direitos fundamentais podem ser conceituados como aquelas posições jurídicas concernentes às pessoas, que, do ponto de vista do direito constitucional positivo, foram, por seu conteúdo e importância (fundamentalidade material), integradas ao texto da Constituição e, portanto, retiradas da esfera de disponibilidade dos poderes constituídos (fundamentalidade formal), bem como as que, pelo seu objeto e significado, possam lhes ser equiparados, tendo, ou não, assento na Constituição formal (aqui consideramos a abertura material consagrada no art. 5º, § 2º, da CF, que prevê o reconhecimento de direitos fundamentais implícitos, decorrentes do regime e dos princípios da Constituição, bem como direitos expressamente positivados em tratados internacionais).
Desta forma, para que os direitos dos cidadãos sejam respeitados no âmbito tributário, é imprescindível que o sistema tributário nacional esteja em conformidade com os ditames constitucionais. Em outros termos, qualquer disposição normativa para ser válida precisa estar de em harmonia com a Constituição Federal, uma vez que os preceitos advindos das normas da Carta Magna são obrigatórios não apenas para as pessoas físicas e jurídicas, mas também para o próprio Estado, de modo que a não observância da Constituição frente à criação de uma norma inferior é considerada inconstitucional.
Diante da linha de raciocínio apresentada, infere-se que a arrecadação estatal não poderá representar a perda de algum direito fundamental, não podendo haver, assim, um antagonismo entre a necessidade de arrecadação do estado e os direitos fundamentais constitucionais do cidadão.
Temos na jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal - STF que as limitações ao poder de tributar são consideradas cláusulas pétreas e, por isso, são insuscetíveis de supressão ou excepcionalização, mesmo que por Emenda Constitucional. Vale destacar que os limites garantidos em lei ao poder de tributação não se restringem somente aos destacados no capítulo “Das Limitações ao Poder de Tributar” do texto Constitucional, existindo ainda legislações específicas que são aplicadas em favor do contribuinte.
Deste modo, os entesfederativos receberam da Constituição Federal poder para instituir seus tributos. Ocorre que este poder não é desenfreado e ilimitado, pois a própria Carta Magna quando distribuiu as competências para instituição, também definiu limites ao poder de tributação. O Estado pode criar suas leis tributárias, desde que observe as regras que limitam aquela tributação.
3. LIMITES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAÇÃO
Para se saber sobre limitação ao poder de tributar é preciso ainda entender o conceito de tributo, instituído pelo Código Tributário Nacional – CTN, em seu art. 3º como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Dessa forma cabe, destrinchar ainda as espécies de tributos, que são impostos, taxas e contribuição de melhoria, disciplinados pelo art. 145/CF em seus incisos I, II e II, empréstimos compulsórios e contribuições especiais, que estão regulados nos arts. 148 e 149 da também Carta Magna. 
Ao passo, limitação ao poder de tributar é o conjunto dos princípios e normas que disciplinam os balizamentos da competência tributária. Os tributos são criados de acordo com a competência tributária que a Constituição Federal atribui à União, Estados, Distrito Federal e Município, de modo que é estabelecido parâmetros que tutelam os valores que ela considera relevantes, tais como os direitos e garantias individuais. Sabe-se, assim, que o poder de tributar do Estado não pode ser ilimitado para que não haja violação dos direitos humanos e fundamentais, por isto que a ordem constitucional impões certos limites ao Estado para a realização de tal atividade.
As garantias constitucionais dos contribuintes são asseguradas pela Constituição Federal e servem para defendê-los da força tributária arbitrária do Estado. São elas que limitam o direito estatal ao poder de tributar. Os artigos 150, 151 e 152 da Carta Magna hospedam reais direitos e benefícios para proteger os cidadãos, tendo em vista que limitam o poder estatal de arrecadar receitas públicas através de tributos. Esses limites garantem verdadeira segurança jurídica aos contribuintes.
Neste prisma, limitação ao poder de tributar consiste em instrumentos que limitam a competência tributária do fisco, isto é, a delimitação do poder tributário do Estado de criar e arrecadar tributos.
Os limites ao poder de tributar, ou seja, o exercício da competência tributária desdobra-se nos princípios constitucionais tributários e nas imunidades. Diante dos princípios e das demais normas constantes do texto constitucional.
Portanto, o cidadão contribuinte é sempre o lado mais vulnerável da relação jurídico-tributária. Por tal motivo este carece de proteção legal, o que lhe foi garantido pelo texto constitucional. A invocação de limites constitucionais ao poder de tributação é importante para que se garanta aos cidadãos benefícios de ordem prática, no sentido de jamais pagar ao ente tributante algo que não lhe é devido.
a. CARACTERÍSTICAS
Pode-se afirmar que são duas as principais características do sistema tributário: 
I) a rigidez, isto é, a Constituição não fornece ao legislador ordinário a liberdade para fazer qualquer traço fundamental, uma vez que ela própria determina o campo de cada uma dessas pessoas dotadas de competência tributária;
II) exaustão e complexidade, onde a Constituição estabelece todos os contornos do sistema, pouco relegando à legislação ordinária.
Na mesma linha de pensamento Eduardo Sabbag aduz que:
A Constituição Federal impõe limites ao poder de tributar, ou seja, limites à invasão patrimonial tendente à percepção estatal do tributo. Essas limitações advêm, basicamente, dos princípios e das imunidades constitucionais tributárias estão inseridas nos arts. 150, 151, e 152 da Carta Magna.
É importante salientar ainda que o Estado não pode agir na seara tributária sem respeitar o contribuinte, de modo a reduzi-lhe a dignidade, a individualidade e a privacidade. O governo não pode, portanto, sob a justificativa da arrecadação violar a Constitucional, isto é, violar os princípios constitucionais, que são os instrumentos dos Direitos Humano.
4. DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
Antes de haver a conceituação dos princípios é importante definir o que se entende por princípio. Neste ponto, Celso Antônio Bandeira de Mello ensina que:
Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo. No que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico.
Nesse passo, passemos a analisar os Princípios Constitucionais Tributários:
a. Legalidade
Este princípio está disciplinado no artigo 5º, inciso II da Constituição Federal, que dispõe que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Este princípio geral se irradia sobre todos os ramos do direito. Neste dispositivo, contido no rol dos direitos individuais, encontra-se formulado o conceito da liberdade, de forma mais ampla possível, ou seja, consiste no poder de fazer tudo o que não ofende a outrem. Estes limites não podem ser estabelecidos senão pela lei.
Em direito tributário o princípio em questão deve ser incondicionalmente observado, por se trata de questão relacionada à segurança jurídica do contribuinte, que não pode ser surpreendido pela cobrança de um tributo não instituído e/ou majorado por lei, sem prejuízo das demais garantias que lhe foram dadas pela Magna Carta, sendo previsto no artigo 150, inciso I da Carta Magna ao estabelecer que “sem prejuízos de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo ou sem lei que o estabeleça”.
 Desta maneira, em regra, os tributos só podem ser criados e/ou majorados por meio de lei ordinária, salvadas as hipóteses que a própria Carta da República determina quando o tributo é criado e/ou majorado por lei complementar (empréstimos compulsórios, aos impostos residuais da união e às contribuições sociais previstas no artigo 195, §4ª da Constituição Federal. Não só os tributos que devem ser criados e/ou majorados por lei ordinária, mas também suas penalidades, conforme determinada artigo 97, incisos V e VI primeira parte do Código Tributário Nacional, bem como as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários artigo 97, segunda parte do mesmo diploma legal.
b. Igualdade Tributária
Está previsto no art. 150, II da Constituição Federal, que veda que seja instituído “tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”. Trata, portanto, de reiteração da cláusula pétrea consagrada no caput do art. 5°, que proclama que “Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza.”
c. Anterioridade
De acordo com o princípio da anterioridade, nenhum tributo será cobrado no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu e/ou aumentou, conforme assegura o artigo 150, inciso III, alínea “b” da Carta da República. Tal princípio exige, evidentemente, que a lei que cria ou majora um tributo só venha a incidir sobre fatos ocorridos no exercício financeiro subsequente ao de sua entrada em vigor. Visa evitar surpresas para o contribuinte, com a instituição ou a majoração de tributos no curso do exercício financeiro. Graças a este princípio, os destinatários da lei tributária (fisco e contribuintes), conhecendo-a, podem preparar-se para bem cumpri-la.
d. Irretroatividade
O art. 150, inciso III, alínea “a” da Constituição elenca o princípio da irretroatividade, deseguinte forma: “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.” Tal princípio, portanto, complementa o pensamento relativo ao princípio da anterioridade, devendo haver uma análise conjugada dos dispositivos, da qual não pode ocorrer outra conclusão que não a de que a lei que cria ou eleva tributos não pode retroagir para atingir fatos imponíveis ocorridos antes de sua vigência.
e. Capacidade Contributiva
De acordo com o § 1° do art. 145, “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” Nesse particular, importa assinalar que o princípio da capacidade contributiva se limita aos impostos, não tendo abrangência quanto às demais espécies tributárias. Em outras palavras “cada um deve concorrer para com as despesas públicas consoante suas posses e disponibilidades econômicas.”
· Das Imunidades Tributárias
É uma forma de não-incidência tributária, por força de disposições constitucionais. Os casos previstos na Constituição são: 
- Imunidade recíproca entre as várias unidades políticas –União, Estados e Municípios (art. 150, VI); 
- De templos de qualquer culto (art. 150, VI, b); 
- Partidos políticos, livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, c e d).
f. Princípio da Vedação do Confisco 
Conceito do confisco: apoderar-se o Estado (o fisco) de bens particulares, exemplo a confiscação de mercadorias.
Pode conceituar que confisco, ou confiscação, é o ato pelo qual se apreendem e se adjudicam ao fisco bens pertencentes a outrem, por ato administrativo ou por sentença judicial, fundada em lei. 
Porém, para Goldschmidt, confisco é “o ato de apreender a propriedade em prol do Fisco, sem que seja oferecida ao prejudicado qualquer compensação em troca. Por isso, o confisco apresenta o caráter de penalização, resultante da prática de algum ato contrário a lei."
Ou seja, isto ocorre no artigo 243, parágrafo único da Constituição Federal, que prevê que “todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins seria confiscado.”
Entretanto ramo do Direito Tributário, de início, cabe informar que vários foram os doutrinadores chegaram a conceituar o termo “confisco tributário” sendo, também, necessário alertar para obscuridade do tema.
Dentre os autores que definiram o termo confisco tributário, destaca-se Sampaio Doria, para quem “quando o Estado toma de um indivíduo ou de uma classe além do que lhes dá em troca, verifica-se o desvirtuamento do imposto em confisco.”
Consequentemente, conceituar confisco tributário como o ato Estatal, em virtude de uma obrigação fiscal, pelo qual é injustamente transferida a totalidade ou parcela substancial da propriedade do contribuinte ao ente tributante, sem qualquer retribuição financeira ou econômica por tal ato.
5. O Princípio Propriamente Dito
A Constituição estabelece em seu artigo 150, inciso IV. o Princípio do Não-Confisco Tributário, assim redigido sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
- IV - Utilizar tributo com efeito de confisco."
Esta vedação constitucional do confisco tributário nada mais representa sendo a coibição, pela Lex Legum, de qualquer aspiração estatal que possa levar, no ramo da fiscalidade, à injusta apropriação pelo Estado, no todo ou em parte, do patrimônio ou das rendas dos contribuintes, de forma a comprometer-lhes, em razão da insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a uma existência digna, ou também, a prática de atividade profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação de suas necessidades vitais básicas. 
Com isso, assevera Goldschmidt:
O princípio inserto no art. 150, IV, da Carta tem a principal função de estabelecer um marco às limitações ao direito de propriedade através da tributação, para indicar (e barrar) o momento em que a tributação deixar de lubrificar e construir o direito de propriedade (viabilizando a sua manutenção para inviabiliza-lo, Graficamente, poderíamos dizer que a limitação via tributação termina onde começa a privação, o efeito de confisco.
Por fim, cumpre asseverar que se afere o efeito confiscatório do tributo em função da carga tributária em conjunto, com a verificação da capacidade do contribuinte, considerando a totalidade de sua riqueza, para suportar a incidência de todos os tributos que deverá pagar, dentro de determinado tempo. 
6. Destinatários da Norma constitucional 
Quando o artigo 150, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, relata que, “sem prejuízos de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco.” Dessa maneira, é evidente que a vedação destinada aos entes federados tem o sentido de impedi-los de praticar tributação confiscatória.
Sendo assim, o primeiro destinatário da norma constitucional é o legislador infraconstitucional. Pois isso também é mais do que logico, pois, se em nosso ordenamento jurídico somente é permitido exigir ou aumentar tributo por meio de lei, somente a lei poderia criar r um tributo que pudesse ser confiscatório.
7. Exceções à Utilização do Tributo Como Efeito De Confisco
Conforme ensina Paulo Cesar Baria Castilho, o que justifica as “exceções” é exatamente o fato de que, nas situações irregulares ou anômalas, o tributo deixar de ter sua finalidade primeira, ou seja, ser fonte de arrecadação de receitas para o Estado, e passa a ser utilizado como elemento de controle. 
A primeira das exceções ao Princípio da Vedação do Confisco é sobre tributos extrafiscais, em razão de não terem função arrecadatória, servindo, na verdade, como instrumento de ação política, econômica ou social.
A outra exceção é a dos impostos proibitivos, ou seja, aqueles que impedem o livre exercício de uma atividade lícita. Nessa exceção, o Princípio da Vedação ao Confisco vai sucumbir em prol de interesse coletivo e do bem comum. É o caso, por exemplo, da alta tributação sobre a produção de bebidas, de cigarro, prática de jogos de azar etc.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, em virtude de todo o exposto citado e explica nesse trabalho, verifica-se que a limitação estabelecida nos arts. 150, 151 e 152 é extrema importância para que o Fisco não venha de forma arbitraria lesar o ente contribuinte. Por meio desses arts e do próprio CTN é possível perceber que a tributação brasileira caminha para que o contribuinte realmente veja que os seus tributos são para melhoria efetiva da vida sociedade. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://fefadossantos4.jusbrasil.com.br/artigos/453961331/limitacoes-constitucionais-ao-poder-de-tributar;
https://douglasduartemoura.jusbrasil.com.br/artigos/189445593/o-poder-de-tributacao-e-suas-limitacoes-constitucionais;
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/o-principio-do-nao- confisco-tributario/;
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8234/Direitos-fundamentais-e-tributacao-os-limites-constitucionais-ao-poder-estatal-de-tributar-e-o-principio-do-nao-confisco#:~:text=Limita%C3%A7%C3%B5es%20ao%20poder%20de%20tributar,da%20compet%C3%AAncia%20tribut%C3%A1ria%5B19%5D.&text=Os%20limites%20ao%20poder%20de,constitucionais%20tribut%C3%A1rios%20e%20nas%20imunidades.
https://facil123.com.br/blog/tributos-impostos-taxas-contribuicoes/
https://administradores.com.br/artigos/o-que-e-tributo-quais-sao-suas-especies
https://viacarreira.com/capa-de-tcc-abnt/
BRASIL. Código tributário nacional. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/. acesso em: 16 de setembrode 2020.
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://planalto.gov.br/. Acesso em: 16 de setembro de 2020.
GOLDSCHMIDT, Fabio Brun. O principio do não-confisco no direito tributário. São Paulo.
CASTILHO, Paulo Cesar Baria de. Confisco tributário. São Paulo.

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