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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA E MEDICINA LEGAL DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL CURSO DE FISIOTERAPIA Aula EAD de Adaptação, Lesão e Morte Celular Prof. Pedro Aleixo Aluna: Marina Cabral Lemos Questões: 1. Por que o entendimento e o estudo dos tipos de lesão celular devem ser estudados? Pois a compreensão dos mecanismos etiológicos e patogênicos dos diversos tipos de lesão celular cria uma noção de unidade entre as áreas de conhecimento das Ciências da Saúde. Fomentar e correlacionar a teoria de bioquímica, biofísica, anatomia, citologia, fisiologia e histologia em conhecimentos práticos melhora a compreensão dos quadros clínicos estudados em Patologia, sendo ela a mais ‘visível’ das ciências da saúde, pois é o resultado direto das alterações fisiológicas invisíveis ao olho nu. No artigo “O uso de Relações Pedagógicas em aulas de Patologia Geral: materialização do elo com o currículo e a profissão” é evidenciada a necessidade desta união de saberes, principalmente se aplicado ao curso e realidade dos discentes, criando o elo entre a sala de aula e o futuro profissional dos alunos. Ao estudar as especificações dos tipos de lesões celulares, podemos familiarizarmos com o raciocínio clínico de causa-consequência que será exigido em disciplinas específicas do curso, assim como as intervenções fisioterapêuticas e/ou medicamentosas possíveis para cada caso. MARTINS, Reane Fonseca; MORO, Luciana; MORTIMER, Eduardo Fleury. O uso de Relações Pedagógicas em aulas de Patologia Geral: materialização do elo com o currículo e a profissão. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru , v. 24, n. 4, p. 1013-1027, dez. 2018 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-731320180004 01013&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 10 ago. 2020. https://doi.org/10.1590/1516-731320180040013. 2. Compare e demonstre as diferenças entre os vários tipos de adaptação celular. Os mecanismos de adaptação celular são diferenciados em sua forma de alterar a estrutura morfológica e/ou bioquímica de distintas partes da unidade celular. https://doi.org/10.1590/1516-731320180040013 A alteração de volume celular se dá por hipertrofia ou atrofia (hipotrofia). A hipertrofia é o aumento da síntese das estruturas como as organelas e o citoesqueleto e ocorre por aumento da demanda e/ou estímulos externos.. Ela pode ser fisiológica em situações como a gravidez e patológica em hipertensão arterial. A atrofia é a redução do tamanho das estruturas celulares e ocorre autofagia de organelas e ocorre com a diminuição de nutrientes e/ou fatores de crescimento, acontece fisiologicamente com o envelhecimento e patologicamente com o câncer ou desuso. A alteração da taxa de divisão celular, ou seja, a população celular se dá por hiperplasia e aplasia (hipoplasia). A hiperplasia é o aumento do número de células em um tecido ou órgão e normalmente ocorre por aumento da demanda e/ou estímulos externos. Pode ser fisiológica como na lactação; compensatória como na regeneração hepática ou patológica como no hipertireoidismo. A aplasia é a diminuição da população celular e pode ser causada por uma formação incompleta de um órgão ou estrutura celular causando mudanças estruturais. Fisiologicamente se dá durante a gestação e a involução do timo e um exemplo patológico é micrognatia. A alteração da diferenciação celular se chama metaplasia. Quando uma célula é substituída por outro tipo de célula adulta como a calcificação de uma cicatriz cirúrgica na derme e é normalmente uma alteração reversível. A displasia é o termo para desenvolvimento celular sem ordem, comumente encontrado em células epiteliais. A neoplasia é um crescimento celular anormal, tanto do tamanho da população quanto da célula em si, esta alteração é sem controle e autônoma, onde normalmente se perde a capacidade de diferenciação celular por conta de alterações no gene. Elas podem ser malignas ou benignas, suas causas são desconhecidas. Os agentes neoplásicos são divididos entre físicos (radiação, energia térmica); químicos (fumo, agrotóxicos); e biológicos (virais, bacterianos). PERNAMBUCO, Andrei Pereira; CARVALHO, Natane Moreira de; SANTOS, Aladir Horácio dos. A eletroestimulação pode ser considerada uma ferramenta válida para desenvolver hipertrofia muscular?. Fisioter. mov., Curitiba , v. 26, n. 1, p. 123-131, Mar. 2015 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-515020130001 00014&lng=en&nrm=iso>. access on 11 Aug. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-51502013000100014. 3. Descreva os mecanismos que podem levar à necrose A necrose é induzida por estímulos externos como a hipóxia ou resultado de inflamação contínua. O processo de necrose envolve proteínas pró-inflamatórias que induzem a destruição da membrana celular, vazando o conteúdo celular e causando um distúrbio bioquímico na área afetada e alimentando a cascata de inflamação e posterior dano tecidual. A necrose se difere da apoptose pois independe da utilização de energia própria para a morte celular e há autólise após sua morte, pois, o trauma é tão agressivo que ela se torna inapta de continuar exercendo sua função. Há falha no controle da homeostasia das bombas de Na+ e K, o que leva ao consequente edema e ‘explosão’, causando desbalanço em toda a área ao seu redor. Andrade AG, Lima CF, Albuquerque AKB. Efeitos do laser terapêutico no processo de cicatrização das queimaduras: uma revisão bibliográfica. Rev Bras Queimaduras. 2015;9(1):21-30 Disponível em: <http://www.rbqueimaduras.com.br/how-to-cite/29/pt-BR>. Visto em 10/08/2020. 4. Comente sobre as causas dos vários tipos de necrose. A necrose pode ser coagulativa quando relacionada à isquemia e/ou hipóxia, porém é importante afirmar que o cérebro é isento deste tipo de necrose. A necrose liquefativa é comum em casos de infecção e em isquemias cerebrais, o efeito liquefativo se dá pelas enzimas digestivas e a ação de neutrófilos na área necrótica. A necrose gordurosa afeta os adipócitos, principalmente na área mamária e pancreática, seguindo o padrão da necrose liquefativa com liberação de enzimas digestivas e assim quebrando os adipócitos e liberando ácidos graxos livres na área afetada. A necrose fibrinóide é um padrão específico para dano vascular, doenças autoimunes e infecções virais, bacterianas ou parasitológicas. Por fim, a necrose caseosa é encontrada especificamente em casos de tuberculose. Albertini Junior, A., Teixeira, M. S., Dornelles, D. N. D., & Carneiro, L. (1). Avaliação Do Efeito Da Microcorrentes Sobre O Processo De Necrose Avascular Em Paciente Portadora De Diabetes: Estudo de Caso. Anais Do Fórum De Iniciação Científica Do Unifunec, 3(3). Recuperado de Https://seer.unifunec.edu.br/Index.Php/Forum/Article/View/252 5. Compare e demonstre as diferenças entre necrose e apoptose. Apoptose é uma forma de morte celular programada, ela é um processo ordenado onde o conteúdo celular é empacotado por processos bioquímicos para evitar a vazão deste conteúdo para a matriz extracelular. A necrose é uma mortecelular ‘surpresa’ derivada de um trauma, onde a resistência da célula é vencida e ela explode, espalhando o seu conteúdo na matriz extracelular e ocasionando a cascata de inflamação e causando dano. Uma forma interessante de se diferenciar é que a apoptose é uma implosão http://www.rbqueimaduras.com.br/how-to-cite/29/pt-BR programada e controlada de um prédio (a célula), onde os danos ao meio ambiente são minimizados e a necrose é uma explosão inesperada, espalhando seus fragmentos e causando dano aos arredores. FREITAS, R. E. M. de. Avaliação biológica e de fatores gênicos modulados pelos retinóides no ciclo celular, proliferação, diferenciação, apoptose e necrose em células de cripta intestinal de rato. 2015. 91 f. Dissertação (Mestrado em Farmacologia) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina, Fortaleza, 2014. 6. Compare e demonstre as diferenças entre gangrena seca e úmida A gangrena é a necrose coagulativa de um membro por grave isquemia tecidual, pode ser tanto por obstrução quanto por interrupção total da circulação. A área afetada adquire tonalidade azulada ou enegrecida por conta da oxidação do ferro sanguíneo, formando a hematina. A gangrena pode ser seca, tendo uma aparência mumificada por conta da desidratação local e é comum nas extremidades dos membros superiores e inferiores e na face. A gangrena úmida se dá por invasão microbiana nos tecidos, causando a necrose liquefativa, dissolvendo os tecidos mortos, é mais comum em vísceras onde a umidade local favorece a infecção bacteriana. LEAL, Sara. Atuação Da Fisioterapia Dermatofuncional Nas Complicações Da Abdominoplastia. 2017. 60 f. TCC (Graduação) - Curso de Fisioterapia, Faema, Blumenau, 2017. Disponível em: http://repositorio.faema.edu.br:8000/jspui/handle/123456789/1220. Acesso em: 10 ago. 2020. 7. Compare e demonstre as diferenças entre calcificação distrófica e metastática. A calcificação distrófica é a deposição de sais minerais em tecidos lesionados, podendo ser necróticos ou não. É intensificado pela hipercalcemia porém, ocorre normalmente com os níveis séricos de cálcio normalizados. Pode se dar por aumento da alcalinidade local por conta de necrose, pelo aumento da fosfatase alcalina ou pela presença de proteínas extracelulares como o colágeno, que tem afinidade pelo íon cálcio. A calcificação metastática é provocada pelo aumento da calcemia em tecidos onde não existam lesão prévia, ou seja, em um paciente com hipercalcemia sanguínea. Este tipo de calcificação pode ocorrer em qualquer parte do corpo, com predileção por órgãos alcalinos por natureza como os rins, pulmões e mucosa gástrica. LINO, Rui Pedro Lourenço. Tendinopatia Cálcica da Coifa dos Rotadores. 2015. 21 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa, 2016. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/29456/1/RuiPLino.pdf. Acesso em: 10 ago. 2020. REFERÊNCIAS ALEIXO, Pedro. Patologia Geral: Adaptação Celular. Porto Alegre: Pedro Aleixo, 25 jul. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cd9QB-wzObM&feature=youtu.be&ab_channel= PedroAleixo. Acesso em: 01 ago. 2020. ALEIXO, Pedro. Patologia Geral: Lesão Celular. Porto Alegre: Pedro Aleixo, 25 jul. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CIcQZ2RcNUA&feature=youtu.be&ab_channel= PedroAleixo. Acesso em: 01 ago. 2020. ALEIXO, Pedro. Patologia Geral: Lesão Celular. Porto Alegre: Pedro Aleixo, 22 mar. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qv0ltx0AjOU&t=4s&ab_channel=PedroAleixo. Acesso em: 01 ago. 2020. COSTA, Morgan Pereira. Fisiopatologia Básica. 1. ed. Brasília: W Educacional Editora e Cursos, 2011. p. 1-67. Disponível em: <https://moodle.ufcspa.edu.br/pluginfile.php/60092/mod_folder/content/0/Fisiopatolo gia_Basica.pdf?forcedownload=1>. Acesso em: 05 ago. 2020. RESPOSTAS Celulares ao Estresse e às Agressões Tóxicas: Adaptação, Lesão e Morte. In: KUMAR, Vinay et al. Robbins & Cotran Patologia: bases patológicas das doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. cap. 2, p. 29-72. ISBN 8535281630. https://moodle.ufcspa.edu.br/pluginfile.php/60092/mod_folder/content/0/Fisiopatologia_Basica.pdf?forcedownload=1 https://moodle.ufcspa.edu.br/pluginfile.php/60092/mod_folder/content/0/Fisiopatologia_Basica.pdf?forcedownload=1
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