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61 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Unidade II 5 O QUE É LEGISLAÇÃO Nesta unidade trataremos de diversos assuntos relativos à ciência do direito, os quais estão relacionados com a atividade profissional para a qual você vem sendo preparado desde o momento em que escolheu o curso de Design de Interiores. Conforme abordado anteriormente, a ética está relacionada com a vida em sociedade, em que são necessárias regras para o convívio social. Assim, é de extrema importância que essas regras sejam também apresentadas em relação ao convívio profissional, de que ciência do direito também faz parte. Dessa forma, este tópico está relacionado com as leis, com as normas da ciência do direito voltadas para o curso de Design de Interiores. Por tratar-se de um assunto amplo, não seria possível esgotar o assunto nesta unidade, porém os assuntos que serão abordados são de extrema importância para o seu relacionamento profissional. Como é de conhecimento de todos, as leis são publicadas de tal modo que todos tenham acesso, porém você já deve também ter passado por situações em que ocorre a leitura de determinada legislação. O entendimento acaba ficando comprometido pelo fato de a escrita atender as determinações exigidas pela área da ciência do direito, o que é totalmente correto. É uma escrita que precisa de uma formalidade a que, em muitos casos, não estamos acostumados, uma vez que não representam o nosso dia a dia. Como tudo na vida, precisa de preparo, de estudo, conforme aborda Nunes (2011, p. 289-295): Quando se fala em interpretar a norma jurídica, vale a mesma afirmação de “fixação do sentido” e deve ser acrescida a “fixação do alcance” da norma jurídica, isto é, quando o objeto de interpretação é a norma jurídica, é preciso, além do sentido, fixar seu alcance, de modo que se deixe patente a que situações ou pessoas a norma jurídica interpreta se aplica. Em outras palavras, podemos entender que a lei, a norma jurídica, contém palavras, termos, expressões, proposições etc. que são utilizados somente na linguagem relacionada com a ciência do direito, ou seja, totalmente diferente da linguagem natural, a linguagem utilizada no cotidiano das sociedade, portanto será preciso termos em mente que a linguagem difere de situação para situação e, assim, será necessário termos esse preparo; caso contrário, a interpretação poderá ficar comprometida, bem como as respectivas situações dela advindas. Então, é possível entender que a legislação nada mais é do que um conjunto de normas jurídicas emanadas de diversos órgãos púbicos. 62 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Considerando-se a amplitude que há na ciência do direito, conforme você já deve estar observando, e sem comprometer de maneira alguma a informação, partiremos da tradicional distinção entre o Direito Público e o Privado, em que o critério estabelecido está relacionado com os sujeitos envolvidos, conteúdos, normas e interesse jurídico. Assim, Nunes (2011, p. 173) define: Direito Público como aquele que reúne as normas jurídicas que têm por matéria o Estado, suas funções e organização, a ordem e segurança internas, com a tutela do interesse público, tendo em vista a paz social, o que se faz com a elaboração e distribuição dos serviços públicos através dos recursos indispensáveis à sua execução. O Direito Público cuida, também, na ótica internacional, das relações entre os Estados. Direito Privado, por sua vez, reúne as normas jurídicas que têm por matéria os particulares e as relações entre eles estabelecidas, cujos interesses são privados, tendo por fim a perspectiva individual (grifo nosso). Apenas a título de conhecimento, são ramos do Direito Público: o Direito Constitucional; o Administrativo; o Tributário; o Processual; o Eleitoral; o Militar; e o Internacional Público. Em relação aos ramos do Direito Privado, tem-se: o Direito Civil; o Comercial ou Empresarial; o do Trabalho; o Previdenciário; o Econômico; o do Consumidor; o Ambiental; e o Internacional Privado. De acordo com essas definições relacionadas com o Direito Público e o Privado, a nossa disciplina envolve o Direito Privado, por contemplar relações particulares, em que traremos, em seguida, dois de seus ramos: o Direito Comercial ou Empresarial e o Direito do Consumidor. 5.1 O Direito Comercial ou Empresarial De acordo com Nunes (2011, p.181): Direito Comercial ou Empresarial engloba as normas jurídicas que regulam a atividade comercial ou empresarial, entendida esta como a de fabricação, produção, montagem, distribuição, comercialização etc. de produtos, nas relações estabelecidas entre as próprias pessoas que exercem tais atividades, bem como os serviços prestados de umas às outras. Ou, em outras palavras, o Direito Comercial ou Empresarial trata das relações entre empresários, que exercem aquelas atividades, com vistas ao lucro (grifo nosso). Considerando-se a amplitude que as relações empresariais possuem, uma vez que as empresas estão envolvidas com a sociedade em geral, diversos instrumentos legais são necessários para que essas relações sejam adequadas. Dentre esses diversos instrumentos legais, destacam-se: 63 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES • o Código Civil; • o Código Comercial; • a Lei de Falência e Recuperação de Empresas; • a Lei das Sociedades por Cotas de Responsabilidade Limitada; • a Lei das Sociedades Anônimas. Considerando-se a amplitude do assunto que aborda a ciência do direito, é de extrema importância o estudo sobre as legislações do Direito Comercial ou Empresarial, uma vez que estão diretamente relacionadas com a atividade empresarial que envolve os interesses do empresário em relação ao investimento chamado empresa. A constituição de empresa requer uma série de exigências legais, porém o empresário precisa estar preparado para cumpri-las de tal forma que possa garantir (ou buscar) o ressarcimento de todo investimento realizado para a constituição de tal empresa. Assim, conhecer as legislações que envolvem as relações empresariais trata-se de uma obrigação, e não uma opção para qualquer empresário; afinal de contas, faz referência ao investimento realizado por ele para a constituição de tal empresa. Existem algumas situações no mundo empresarial que nem sempre o empresário estará apto para resolver; nesses casos, o envolvimento de um profissional habilitado na área do direito (advogado) torna-se necessário. Uma empresa poderá ser constituída de diversas formas jurídicas, ou seja, tanto individualmente quanto em sociedade. No caso de sociedade, ainda poderá ser de responsabilidade limitada ou sociedade anônima. Não tendo a pretensão de estender o assunto relacionado com as formas jurídicas de constituição de empresa, é importante, além de consultar um advogado, consultar um contador, uma vez que toda e qualquer empresa deverá ser respaldada por um contador, tendo suas Demonstrações Financeiras elaboradas e assinadas por ele. Não podemos deixar de mencionar que as empresas também devem cumprir obrigações tributárias. Dessa forma, a consulta a um contador torna-se imprescindível, uma vez que este profissional está habilitado para informar ao futuro empresário a forma mais adequada de cumprir tais obrigações tributárias, as quais estão relacionadas, principalmente, com tributos que envolvem a atividade empresarial nas instâncias municipal, estadual e federal. Vale mencionar que as legislações que envolvem as atividades empresariais, quando se relacionam às obrigações tributárias, são estabelecidas pelos municípios, estados e pela federação. Assim, cada município e/ou estado tem autonomia para deliberar as respectivas legislações,em que será necessário obter os conhecimentos de acordo com o município e o estado do qual a empresa faz parte, uma vez que a legislação tributária federal é para todas as empresas sediadas em território brasileiro. 64 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Saiba mais Sobre as obrigações tributárias, recomendamos a consulta do Código Tributário Nacional neste link: BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Brasília, 1966. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso em: 21 ago. 2017. Sobre as Demonstrações Financeiras, consulte a Lei nº 6.404/1976, a qual foi alterada em alguns artigos pela Lei nº 11.638/2007. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília, 1976. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 21 ago. 2017. 5.2 O Direito do Consumidor O Direito do Consumidor está relacionado com as operações que envolvem compra e venda de bens e serviços. Para tanto, existem normas que regulamentam tais atividades. Trata-se do Código de Defesa do Consumidor. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi instituído no Brasil por meio da Lei nº 8.078/1990, com a finalidade de regular as relações entre consumidores e fornecedores de bens e serviços. Considerando-se que as necessidades humanas sofrem alterações com o passar do tempo, as legislações também devem atendê-las; assim, o CDC vem sendo alterado pelas seguintes legislações: Lei nº 8.884/1994; Lei nº 9.008/1995; Lei nº 9.870/1999; e Lei nº 13.425/2017, sempre amparado pela Constituição Federal de 1988. O CDC é composto de 119 artigos distribuídos por quatro capítulos com seus respectivos títulos. Para o nosso estudo, vamos reproduzir alguns deles, que contemplam as definições de consumidor, fornecedor, produto e serviço: Art. 1°. O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. Art. 2°. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 65 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Art. 3°. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1°. Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2°. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista (BRASIL, 1990). É importante entender que o CDC regula as relações entre consumidor e fornecedor do respectivo bem e ou serviço, o que nos leva a compreender que tais relações têm como base a remuneração destas; logo, doações de qualquer tipo não fazem parte do CDC. Mais uma situação que deve ser considerada é a relação entre os próprio fornecedores, ou seja, de fornecedor para fornecedor, por não tratar de consumidor; logo, essa relação também não será contemplada pelo CDC. Portanto, quaisquer divergências entre os fornecedores deverão ser resolvidas por meio de outras legislações (comercial, civil, penal etc). Nunes (2011, p. 184), nos apresenta a seguinte situação, perguntado se deveria ou não ser contemplada pelo CDC: Vamos supor que José da Silva adquira um automóvel em uma concessionária. Ele é consumidor e a revendedora é fornecedora. A relação é típica de consumo. Isso trará uma série de direitos a José: responsabilidade objetiva do fabricante em caso de vício e/ou defeito, declaração de nulidade das cláusulas contratuais abusivas, promessa prévia como integrante do contrato etc. Por outro lado, se José tivesse comprado o veículo de um amigo que queria vender seu automóvel antigo para adquirir um novo, essa relação estaria regulada pelo Direito Civil, já que seu amigo não é considerado fornecedor. Nessa relação as regras do CDC não incidiriam. Como foi possível observar na situação exposta, nem toda relação está contemplada pelo CDC. Precisa realmente haver a figura do consumidor e do fornecedor, de acordo com as determinações do CDC; caso contrário, as relações passam a ser atendidas por outro ramo do direito. Vale mencionar que no CDC constam os direitos e responsabilidades do consumidor e do fornecedor, bem como as respectivas penalidades. É obrigatório, em quaisquer estabelecimento comercial, o seu 66 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II acesso pelos agentes (consumidor e fornecedor), uma vez que, ali mesmo, muitas situações podem ser resolvidas, evitando outras instâncias do poder público. 6 DIREITO DE PROPRIEDADE MATERIAL, INDUSTRIAL E INTELECTUAL Conforme aborda Flores (2013, p. 23), o ramo do Direito denominado Direito de Propriedade Intelectual divide-se em Autoral e de Propriedade Industrial. Direito de Propriedade Intelectual Direito de Propriedade IndustrialDireito Autoral Figura 14 Primeiramente será tratado o assunto relacionado com o Direito de Propriedade Industrial, ficando o Direito Autoral na sequência, com as respectivas subdivisões. O Direito de Propriedade Industrial é regulamentado por meio da Lei nº 9.279/1996, composta por 244 artigos, distribuídos em diversos títulos com seus capítulos a seguir, os quais estão sendo grafados por conta da autora, para melhor entendimento: Disposições Preliminares Art. 1º. Esta Lei regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Art. 2º. A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante: I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade; II - concessão de registro de desenho industrial; III - concessão de registro de marca; IV - repressão às falsas indicações geográficas; e V - repressão à concorrência desleal. 67 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Art. 3º. Aplica-se também o disposto nesta Lei: I - ao pedido de patente ou de registro proveniente do exterior e depositado no País por quem tenha proteção assegurada por tratado ou convenção em vigor no Brasil; e II - aos nacionais ou pessoas domiciliadas em país que assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil a reciprocidade de direitos iguais ou equivalentes. Art. 4º. As disposições dos tratados em vigor no Brasil são aplicáveis, em igualdade de condições, às pessoas físicas e jurídicas nacionais ou domiciliadas no País. Art. 5º. Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos de propriedade industrial (BRASIL, 1996, grifo nosso). No Título I – Das Patentes, Capítulo I – Da Titularidade, composto pelos arts. 6º e 7º, os quais tratam da invenção do autor. O Capítulo II – Da Patenteabilidade está contemplado pelos artigos 8º ao 18, mostrando o que é e o que não é considerado invenção. Reproduzimos na íntegra o artigo 10: Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade: I - descobertas, teorias científicas emétodos matemáticos; II - concepções puramente abstratas; III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; V - programas de computador em si; VI - apresentação de informações; VII - regras de jogo; VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e 68 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais (BRASIL, 1996). O Capítulo III – Do Pedido da Patente, composto pelos arts. 19 ao 37, evidencia como deve ocorrer o respectivo pedido, bem como suas implicações. No Capítulo IV – Da Concessão e da Vigência da Patente estão os arts. 38 ao 40. No art. 40 consta que a vigência de uma patente de invenção é de vinte anos. Já no Capítulo V – Da Proteção Conferida pela Patente constam os arts. 41 ao 45, em que está mencionado inclusive o tipo de indenização a receber quando devido sobre uma determinada patente. No Capítulo VI – Da Nulidade da Patente estão os arts. 46 ao 57, os quais mostram as situações em que é possível anular uma patente. Em seguida está o Capítulo VII – Da Cessão e das Anotações, em que constam os arts. do 58 ao 60, que evidenciam inclusive o papel do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), do qual traremos com mais ênfase em momento apropriado. No Capítulo VIII – Das Licenças estão os arts. 61 ao 74, que tratam tanto da oferta da licença quanto da licença compulsória, no caso de prática abusiva. Dando continuidade à Legislação está o Capítulo IX – Da Patente de Interesse da Defesa Nacional, em que o art. 75 trata do pedido de patente originária do Brasil. Para o Capítulo X – Do Certificado Da Adição de Invenção, os arts. 76 e 77 tratam do certificado de adição que é um acessório da patente. No Capítulo XI – Extinção da Patente estão os arts. 78 ao 83, mostrando os procedimentos que levam a tal extinção. No Capítulo XII – Redistribuição da Patente, os arts. 84 ao 86 evidenciam o momento em que será necessário efetuar esta redistribuição, ou seja, o pagamento de taxas complementares. Já o Capítulo XIII – Da Restauração, em seu único artigo 87, o qual reproduzimos na íntegra: “Art. 87. O pedido de patente e a patente poderão ser restaurados se o depositante ou o titular assim o requerer, dentro de 3 (três) meses, contados da notificação do arquivamento do pedido ou da extinção da patente, mediante pagamento de retribuição específica” (BRASIL, 1996). A legislação contempla em seu Capítulo XIV – Da Invenção e do Modelo de Utilidade Realizado por Empregado ou Prestador de Serviço todos os procedimentos necessário para essa prática, os quais estão nos arts. 88 ao 93. 69 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Chega-se ao Título II – Dos Desenhos Industriais, composto por diversos capítulos, nos quais estão os arts. 94 ao 121, que evidenciam como devem ocorrer os respectivos registros. Já o Título III – Das marcas, também composto por diversos capítulos, trata do registro da marca com suas implicações, os quais estão distribuídos do arts. 122 ao 175. Não mais de cinquenta artigos somente neste item, e, como é possível observar, em se tratando de legislação, esta precisa e deve ser sempre consultada com a finalidade de evitar possíveis transtornos entre as partes envolvidas. Em seguida, tem-se o Título IV – Das Indicações Geográficas, onde estão os arts. 176 ao 182, identificando país, cidade, região, enfim, o lugar de procedência da fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço. No Título V – Dos Crimes contra a Propriedade Industrial estão diversos capítulos, compostos dos arts. 183 ao 210, que tratam dos crimes contra patentes, desenhos industriais, marcas, bem como concorrência desleal, entre os outros crimes relacionados com a propriedade industrial, evidenciando a pena e a multa com a qual o infrator terá de arcar. O Título VI – Da Transferência de Tecnologia e da Franquia, em seu único art. 211, o assunto é tratado. No Título VII – Das Disposições Gerais, finalizando esta legislação, estão os arts. 212 ao 244, que contemplam situações não estabelecidas nos artigos anteriores, entre as quais se destacam o pedido em andamento sobre o registro da propriedade intelectual. Conforme você observa, a legislação é vasta, mas é necessária para o bom andamento entre as partes, o que, em outras palavras, podemos entender como a aplicação da ética, uma vez que depende de regras para o bom convívio entre os envolvidos. 6.1 Registro de marcas e patentes Antes de tratamos do registro da marca e da patente, é importante entender a diferença entre estes dois itens. Assim, temos que o significado de marca é: “Marca de fábrica ou marca registrada, nome, símbolo ou sinal especial de um comerciante ou de um fabricante” (MARCA..., [s.d.]). Por tratar-se de assunto relacionado ao meio empresarial, a marca permite que uma empresa seja reconhecida pelo produto ou serviço que pratica, mais relacionado com a emoção do que com a razão. Talvez haja uma dúvida: há diferença entre marca, logotipo, ícone e avatar? A marca é o sentimento que uma pessoa tem em relação a uma entidade (empresa, produto, serviço ou outra pessoa). É algo marcado mais pela emoção e pela paixão do que pela razão e pelos sentidos vitais (como a visão). 70 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Exemplo: quando queremos comprar uma Ferrari, estamos sendo movidos pela paixão de ter uma Ferrari, e não pela simples necessidade de comprar um carro. O exercício da razão e dos sentidos vitais fica por conta dos logotipos, ícones e avatares. Um logotipo é uma representação gráfica do nome da empresa, por meio de uma tipografia específica. Ela funciona como uma assinatura, sendo estampada desde nas notas fiscais até nos seus produtos. Figura 15 – Exemplos de logotipos: Panasonic, Sony, Microsoft, Fiat, Claro, Vivo, Ford, Coca Cola e Google Um ícone é um símbolo visual que representa o posicionamento no mercado, a aplicação da entidade ou mesmo o sentimento pela marca. Muitas vezes, eles substituem os logotipos ou aparecem complementando-os. Figura 16 – Exemplos de ícones: Pepsi, Audi, Polo, Firefox, Globo, Ferrari, Lacoste, Chevrolet e Nike. Quanto ao avatar, podemos dizer que é a evolução do logotipo e do ícone. É uma representação que pode envolver todos os sentidos humanos, usando principalmente animações e sons. 71 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Figura 17 – Exemplos de avatares: THX, Vivo e Intel Tomando-se como base o mesmo o Dicionário Online de Português, o significado de patente é: “[Jurídico] Título dado ao autor que detém os direitos de sua produção (propriedade); carta patente” (PATENTE..., [s.d.]). Por tratar-se de assunto relacionado ao meio empresarial, podemos afirmar que a patente indica um registro de uma marca, do nome de uma empresa, ou seja, de algo que outras pessoas não podem utilizar sem a permissão do respectivo proprietário. Assim, ao final do registro e após cumprir todas as exigências do Inpi, a pessoa física ou jurídica (empresa) recebe a Carta Patente onde constam o número de registro, o item registrado, o prazo de validade da patente, entre outras informações pertinentes aoregistro da propriedade industrial. Saiba mais Veja um exemplo de patente em: BRASIL. Carta Patente nº MU 8900466-3. Brasília, 30 maio 2017. Disponível em:<http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/Carta_Patente. pdf>. Acesso em: 31 ago. 2017. É importante fazer aqui uma advertência. Conforme demonstra Bittar (2002, p.148), há, em muitas situações, uma confusão entre nome comercial e marca, gerando transtornos no mercado de atuação da respectiva empresa. Nome comercial é a designação que o empresário usa para identificar a atividade exercida pela empresa, fazendo-se conhecido no mundo dos negócios. Pode ter em sua razão social (nome da empresa) o nome ou sobrenome de seus proprietários ou outro nome que assim desejar. Exemplos de nome comercial: Casa Santos Ltda., Comércio São José S.A., Comércio e Indústria de Bolsas Bella Ltda., entre outros. Já a marca, conforme mencionamos anteriormente, está vinculada com a identificação do produto ou serviço, com a finalidade de diferenciar tais produtos e serviços de outros da concorrência. Exemplos de marcas: Havaianas, Arisco, Mumps, entre outras 72 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II O assunto marca é vasto, uma vez que esta se torna sinônimo do produto, como é o caso de Bombril. Dificilmente se fala em palha de aço. Ainda temos Omo como sinônimo de sabão em pó, entre outras situações do gênero. Saiba mais Há diversas obras que tratam do assunto marca. Para nosso estudo, é recomendada a leitura desta obra: ZYMAN, S. A força da marca. Rio de Janeiro: Campus, 2001. Considerando-se que o desenvolvimento de uma marca está totalmente ligado ao desenvolvimento do próprio negócio, podemos entender que toda empresa deveria ter sua marca, porém não é bem assim. Em muitas atividades empresariais, a marca torna-se uma opção. É o caso, por exemplo, de uma empresa que conserta computadores; ela poderá exercer uma trabalho de qualidade sem possuir uma marca. Para que uma pessoa física ou jurídica (empresa) tenha domínio de sua marca e patente, ela precisa efetuar o registro no Inpi, do qual vamos tratar a seguir. O Inpi – Instituto Nacional de Propriedade Industrial é um órgão público vinculado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Apresenta, por meio de Guia Básico, como deve ser o registro de uma marca, desenvolvido nos seguintes passos: Passo 1: Entenda Para ter exclusividade sobre o nome de um serviço ou produto, ou ainda um logotipo que o identifique, você precisa registrar uma marca. Passo 2: Faça a busca Verifique se o que você pretende solicitar não foi protegido antes por terceiros. Mesmo não sendo obrigatória, a busca é um importante indicativo para decidir se você entra com o pedido ou não. Passo 3: Pague a taxa Confira os valores das taxas. Pessoas físicas e microempresas, entre outros, têm direito a desconto. 73 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Emita e pague a Guia de Recolhimento da União (GRU). Se for seu primeiro acesso, é preciso efetuar o cadastro no site do Inpi. Guarde o número deste documento, pois ele será necessário para o início do processo. Passo 4: Inicie o pedido Apenas comece o processo após pagar a GRU. Acesse o e-Marcas e preencha o formulário on-line (site do Inpi). Nele, você precisará anexar a imagem da marca, se for o caso. Passo 5: Acompanhe O processo passará por diferentes etapas que poderão exigir do usuário o envio de documentos. Para não perder os prazos, é importante acompanhar o andamento do pedido por uma das seguintes maneiras: consulta na Revista do Inpi ou no próprio site. Fonte: Inpi, [s.d.] Saiba mais Sendo o assunto sobre propriedade intelectual de extrema importância para as mais diversas profissões, segue o site do Inpi: <http://www.inpi.gov.br>. 6.2 Contrato de Prestação de Serviços Considera-se contrato um documento em que as partes envolvidas estejam de comum acordo com as respectivas normas a serem seguidas para execução de um determinado bem ou serviço. Porém, há outros tipos de contratos que não envolvem diretamente a execução de algo, por exemplo, o contrato de casamento, sendo de união estável ou não, pode-se entender que as partes estejam prontas para atender o prévio combinado. Vale ressaltar que as pessoas (físicas e jurídicas), geralmente, mudam de ideia, o que, a princípio, pode ser até saudável; porém, quando há contrato sobre determinado item, o que foi proposto e acordado deve ser seguido, caso contrário, alguma parte sofrerá perda. Portanto, sabendo-se que onde há o relacionamento humano há também o conflito, um contrato deve, além de assinado pelas partes envolvidas, possuir também a assinatura de testemunhas e ser registrado em órgão público competente. 74 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Em termos gerais, as atividades empresariais são classificadas em indústria, comércio e prestação de serviço. A atividade industrial, conforme estudado anteriormente, refere-se à produção de itens que são classificados como tangíveis, ou seja, corpóreos. Já a atividade comercial nada produz, nada transforma; ela adquire bens tangíveis prontos e simplesmente os revende. Em relação à atividade empresarial classificada como prestação de serviço, também ocorre a produção de um bem, porém este bem é intangível, incorpóreo. Tanto as atividades empresariais industriais quanto as comerciais possuem características próprias, ou seja, as indústrias formam seus produtos a partir da transformação da matéria-prima, utilizando mão de obra específica e demais insumos necessários; as atividades comerciais são mais simples: conforme mencionado, as empresas comerciais apenas revendem os produtos e/ou mercadorias adquiridas. Vale ressaltar que trata-se de produtos quando a empresa comercial adquire itens diretamente do produtor; caso contrário, estará adquirindo mercadorias. São apenas termos técnicos que necessitam de entendimento, uma vez que a empresa comercial, como o próprio nome diz, comercializa itens, ou seja, nada produz. Em relação às empresas prestadoras de serviços, é importante entendermos que também há caraterísticas específicas, uma vez que não é possível comparar a prestação de serviço hoteleira com a prestação de serviços bancários, ou até mesmo com a prestação de serviços educacionais, e assim por diante. Logo, é de extrema importância conhecer o serviço que será prestado, justamente para entender as respectivas características e, assim, elaborar o contrato de prestação de serviço adequado à situação, tendo as partes envolvidas em um acordo. De acordo com a ABD, há 7 itens que não podem faltar no contrato de prestação de serviços de um designer de interiores: as definições do trabalho, área do projeto, descrição dos serviços, valores e multas, prazo de entrega, condições do contrato e cancelamento. O contrato é a garantia jurídica que regula as relações entre Designers de Interiores e seus clientes. Quadro 2 – Contrato de prestação de serviços e honorários Definições do trabalho É um dos primeiros pontos de qualquer contrato e está relacionado aos objetivos do serviço que será prestado, além de explicitar a missão, visão e valores profissionais. Área do projeto É muito importante que todas as áreas que serão trabalhadas no projeto sejam definidas e explicitadas em contrato, de forma a não gerar dúvidas quanto à prestação de serviço. Quando ocorrer diferença no serviço prestado em cada ambiente, elas devem ser detalhadas e um contrato aditivo deve ser firmado. Descrição dos serviços É fundamental a descrição exata dos serviços que serão prestados referentes ao projeto de Design de Interiores, da forma mais clara e objetiva possível para seu cliente. 75 Re vi são: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Valores e multas Além dos honorários cobrados pela prestação de serviços, é necessário que o contrato contenha as eventuais multas em casos de descumprimentos e quebras de acordo. Importante especificar o valor total, o correspondente a cada etapa, formas de pagamento, prazos e multas, além de especificar o quanto será cobrado por serviços extras caso sejam necessários. Prazos de entrega Em um contrato de projeto de Design de Interiores os prazos de entrega representam seu período de vigência. É necessário informar as datas, condições para o cumprimento dos prazos e as ocasiões pelas quais eles poderão ser estendidos. O ideal é que o prazo seja dividido em cada uma das etapas e não um prazo geral. Condições do contrato Neste item devem estar explicitadas as contrapartidas esperadas do contratante para que o contrato seja cumprido, além do que o cliente deve fornecer a você para que o projeto seja realizado, por exemplo, comparecimento em reuniões, feedback constante, aprovação do projeto, aprovação de materiais etc. Cancelamento Sempre que firmamos um contrato não temos a intenção de efetivar um cancelamento, entretanto, é preciso prever as condições que levam ao seu cancelamento e suas consequências. Esse item é importante para a proteção do cliente e do profissional. Fonte: ABD (2018). Considerando que a ciência do direito é ampla e que em muitas situações não se tem o conhecimento necessário (de ambas as partes, ou seja, contratante e contratada) para a compreensão das cláusulas mencionadas, recomendamos a consulta a um advogado e, assim, mesmo tendo esse gasto com o pagamento dos honorários, inúmeros transtornos poderão ser evitados no caso de haver quaisquer conflitos entre as partes. Vale aqui ressaltar que mesmo com a anuência (concordância) de um advogado sobre o contrato estipulado entre as partes, divergências poderão ocorrer durante a prestação do serviço; assim, tenta-se resolver o impasse de forma amigável ou recorre-se às instâncias judiciais, e aqui, novamente, haverá a dependência de um advogado. 7 LEI DOS DIREITOS AUTORAIS Neste item, trataremos dos direitos autorais e da respectiva legislação. Os direitos autorais estão contemplados na Lei nº 9.610, de 1998, em conjunto com a Lei nº 12.853, de 2013, por revogar/alterar alguns dos artigos da lei ora mencionada, ou seja, altera os arts. 5º, 68, 97, 98, 99 e 100, acrescenta os arts. 98-A, 98-B, 98-C, 99-A, 99-B, 100-A, 100-B e 109-A e revoga o art. 94 da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, para dispor sobre a gestão coletiva de direitos autorais, e dá outras providências. A Lei nº 9.610, de 1998, é composta por 115 artigos distribuídos em oito títulos com diversos capítulos, da seguinte maneira: no Título I – Disposições Preliminares estão os arts. 1º ao 6º, que tratam de forma geral o teor da lei, em que destacamos o art. 5º, que evidencia os efeitos da lei, a qual grifamos para melhor destaque. Assim, temos que: 76 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se: I – publicação – o oferecimento de obra literária, artística ou científica ao conhecimento do público, com o consentimento do autor, ou de qualquer outro titular de direito de autor, por qualquer forma ou processo; II – transmissão ou emissão – a difusão de sons ou de sons e imagens, por meio de ondas radioelétricas; sinais de satélite; fio, cabo ou outro condutor; meios óticos ou qualquer outro processo eletromagnético; III – retransmissão – a emissão simultânea da transmissão de uma empresa por outra; IV – distribuição – a colocação à disposição do público do original ou cópia de obras literárias, artísticas ou científicas, interpretações ou execuções fixadas e fonogramas, mediante a venda, locação ou qualquer outra forma de transferência de propriedade ou posse; V – comunicação ao público – ato mediante o qual a obra é colocada ao alcance do público, por qualquer meio ou procedimento e que não consista na distribuição de exemplares; VI – reprodução – a cópia de um ou vários exemplares de uma obra literária, artística ou científica ou de um fonograma, de qualquer forma tangível, incluindo qualquer armazenamento permanente ou temporário por meios eletrônicos ou qualquer outro meio de fixação que venha a ser desenvolvido; VII – contrafação – a reprodução não autorizada; VIII – obra: a) em coautoria – quando é criada em comum, por dois ou mais autores; b) anônima – quando não se indica o nome do autor, por sua vontade ou por ser desconhecido; c) pseudônima – quando o autor se oculta sob nome suposto; d) inédita – a que não haja sido objeto de publicação; e) póstuma – a que se publique após a morte do autor; f) originária – a criação primígena; 77 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES g) derivada – a que, constituindo criação intelectual nova, resulta da transformação de obra originária; h) coletiva – a criada por iniciativa, organização e responsabilidade de uma pessoa física ou jurídica, que a publica sob seu nome ou marca e que é constituída pela participação de diferentes autores, cujas contribuições se fundem numa criação autônoma; i) audiovisual – a que resulta da fixação de imagens com ou sem som, que tenha a finalidade de criar, por meio de sua reprodução, a impressão de movimento, independentemente dos processos de sua captação, do suporte usado inicial ou posteriormente para fixá-lo, bem como dos meios utilizados para sua veiculação; IX – fonograma – toda fixação de sons de uma execução ou interpretação ou de outros sons, ou de uma representação de sons que não seja uma fixação incluída em uma obra audiovisual; X – editor – a pessoa física ou jurídica à qual se atribui o direito exclusivo de reprodução da obra e o dever de divulgá-la, nos limites previstos no contrato de edição; XI – produtor – a pessoa física ou jurídica que toma a iniciativa e tem a responsabilidade econômica da primeira fixação do fonograma ou da obra audiovisual, qualquer que seja a natureza do suporte utilizado; XII – radiodifusão – a transmissão sem fio, inclusive por satélites, de sons ou imagens e sons ou das representações desses, para recepção ao público e a transmissão de sinais codificados, quando os meios de decodificação sejam oferecidos ao público pelo organismo de radiodifusão ou com seu consentimento; XIII – artistas intérpretes ou executantes – todos os atores, cantores, músicos, bailarinos ou outras pessoas que representem um papel, cantem, recitem, declamem, interpretem ou executem em qualquer forma obras literárias ou artísticas ou expressões do folclore. XIV – titular originário – o autor de obra intelectual, o intérprete, o executante, o produtor fonográfico e as empresas de radiodifusão. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) (BRASIL, 1998, grifo nosso). No Título II – Das obras intelectuais estão os arts. 7º ao 21, detalhando autorias e registros das respectivas obras. 78 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Para o Título III – Dos Direitos do Autor temos os arts. 22 ao 52, dos quais destacamos o artigo 24, por tratar-se dos direitos morais do autor: Art. 24. São direitos morais do autor: I – o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; II – o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra; III – o de conservar a obra inédita; IV – o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ouatingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra; V – o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada; VI – o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação e imagem; VII – o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso, será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado. § 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem os incisos I a IV. § 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em domínio público. § 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias indenizações a terceiros, quando couberem (BRASIL, 1998). No Título IV- Da Utilização de Obras Intelectuais e dos Fonogramas estão contemplados os arts. 53 ao 88, tratando inclusive da publicação das respectivas obras. Para o Título V – Dos Direitos Conexos, os arts. 89 ao 96 tratam dos direitos inclusive das empresas de radiodifusão; destacamos o art. 95: 79 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Art. 95. Cabe às empresas de radiodifusão o direito exclusivo de autorizar ou proibir a retransmissão, fixação e reprodução de suas emissões, bem como a comunicação ao público, pela televisão, em locais de frequência coletiva, sem prejuízo dos direitos dos titulares de bens intelectuais incluídos na programação (BRASIL, 1998). Em continuidade à legislação, temos no Título VI – Das Associações de Titulares de Direitos de Autor e dos que lhes são Conexos os arts. 97 ao 100-B, tratando do respectivo assunto, dos quais destacamos o artigo 98-A por evidenciar o exercício da atividade: Art. 98-A. O exercício da atividade de cobrança de que trata o art. 98 dependerá de habilitação prévia em órgão da Administração Pública Federal, conforme disposto em regulamento, cujo processo administrativo observará: (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) I – o cumprimento, pelos estatutos da entidade solicitante, dos requisitos estabelecidos na legislação para sua constituição; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) II – a demonstração de que a entidade solicitante reúne as condições necessárias para assegurar uma administração eficaz e transparente dos direitos a ela confiados e significativa representatividade de obras e titulares cadastrados, mediante comprovação dos seguintes documentos e informações: (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) a) cadastros das obras e titulares que representam; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) b) contratos e convênios mantidos com usuários de obras de seus repertórios, quando aplicável; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) c) estatutos e respectivas alterações; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) d) atas das assembleias ordinárias ou extraordinárias; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) e) acordos de representação recíproca com entidades congêneres estrangeiras, quando existentes; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) f) relatório anual de suas atividades, quando aplicável; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) g) demonstrações contábeis anuais, quando aplicável; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) 80 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II h) demonstração de que as taxas de administração são proporcionais aos custos de cobrança e distribuição para cada tipo de utilização, quando aplicável; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) i) relatório anual de auditoria externa de suas contas, desde que a entidade funcione há mais de 1 (um) ano e que a auditoria seja demandada pela maioria de seus associados ou por sindicato ou associação profissional, nos termos do art. 100; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) j) detalhamento do modelo de governança da associação, incluindo estrutura de representação isonômica dos associados; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) k) plano de cargos e salários, incluindo valor das remunerações dos dirigentes, gratificações, bonificações e outras modalidades de remuneração e premiação, com valores atualizados; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) III – outras informações estipuladas em regulamento por órgão da Administração Pública Federal, como as que demonstrem o cumprimento das obrigações internacionais contratuais da entidade solicitante que possam ensejar questionamento ao Estado Brasileiro no âmbito dos acordos internacionais dos quais é parte. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) § 1º Os documentos e informações a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo deverão ser apresentados anualmente ao Ministério da Cultura. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) § 2º A habilitação de que trata o § 1º do art. 98 é um ato de qualificação vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei e por seu regulamento e não precisará ser renovada periodicamente, mas poderá ser anulada mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, quando verificado que a associação não atende ao disposto nesta Lei, assegurados sempre o contraditório e ampla defesa, bem como a comunicação do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) § 3º A anulação da habilitação a que se refere o § 1º do art. 98 levará em consideração a gravidade e a relevância das irregularidades identificadas, a boa-fé do infrator e a reincidência nas irregularidades, conforme disposto em regulamento, e somente se efetivará após a aplicação de advertência, quando se concederá prazo razoável para atendimento das exigências apontadas pela autoridade competente. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) 81 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES § 4º A ausência de uma associação que seja mandatária de determinada categoria de titulares em função da aplicação do § 2º deste artigo não isenta os usuários das obrigações previstas no art. 68, que deverão ser quitadas em relação ao período compreendido entre o indeferimento do pedido de habilitação, a anulação ou o cancelamento da habilitação e a obtenção de nova habilitação ou constituição de entidade sucessora nos termos deste artigo, ficando a entidade sucessora responsável pela fixação dos valores dos direitos autorais ou conexos em relação ao período compreendido entre o indeferimento do pedido de habilitação ou sua anulação e a obtenção de nova habilitação pela entidade sucessora. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) § 5º A associação cuja habilitação, nos termos deste artigo, seja anulada, inexistente ou pendente de apreciação pela autoridade competente, ou apresente qualquer outra forma de irregularidade, não poderá utilizar tais fatos como impedimento para distribuição de eventuais valores já arrecadados, sob pena de responsabilização direta de seus dirigentes nos termos do art. 100-A, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) § 6º As associações de gestão coletiva de direitos autorais deverão manter atualizados e disponíveis aos associados os documentos e as informações previstos nos incisos II e III deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) (BRASIL, 1998, grifo nosso). Finalizando, temos o Título VII – Das Sanções às Violações dos Direitos Autorais, com os arts. 101 ao 115 evidenciando as respectivas sanções. Aqui destacamos o art. 108: Art. 108. Quem, na utilização, por qualquer modalidade, de obra intelectual, deixar de indicar ou de anunciar, como tal, o nome, pseudônimo ou sinal convencionaldo autor e do intérprete, além de responder por danos morais, está obrigado a divulgar-lhes a identidade da seguinte forma: I – tratando-se de empresa de radiodifusão, no mesmo horário em que tiver ocorrido a infração, por três dias consecutivos; II – tratando-se de publicação gráfica ou fonográfica, mediante inclusão de errata nos exemplares ainda não distribuídos, sem prejuízo de comunicação, com destaque, por três vezes consecutivas em jornal de grande circulação, dos domicílios do autor, do intérprete e do editor ou produtor; III – tratando-se de outra forma de utilização, por intermédio da imprensa, na forma a que se refere o inciso anterior (BRASIL, 1998, grifo nosso). Aqui vale mencionar que toda legislação deve ser consultada sempre que necessário, uma vez que sua alteração ocorre sempre que esta já não atende novos conflitos surgidos da relação humana. 82 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II 7.1 Direito do autor De acordo com Bittar (2002, p.17), o direito do autor está relacionado com os direitos da personalidade, ou seja, aqueles reconhecidos ao homem tanto em si quanto pela sociedade da qual faz parte. Em relação aos direitos da personalidade, segundo Bittar (2002, p.18), são divididos em: a) físicos: referentes a elementos materiais da estrutura humana (integridade corporal); b) psíquicos: relativos a componentes intrínsecos da personalidade (integridade psíquica); c) Morais: respeitantes a atributos valorativos da pessoa na sociedade (patrimônio moral). Assim, o direito autoral está totalmente relacionado com o direito da personalidade, tanto pelo atributo moral quanto pelo direito patrimonial, por referir-se ao direito de autoria de determinada obra, produto e/ou serviço. Assim, Bittar (2002, p.19) continua: O elemento moral é a expressão do espírito criador da pessoa, manifesta-se com a criação da obra. O elemento patrimonial consiste na retribuição econômica pela produção intelectual, ou seja, na participação do autor nos proventos que da obra de engenho possam advir. É de extrema importância que os direitos da personalidade e os autorais sejam preservados, e os objetivos específicos que os norteiam, segundo Bittar (2002, p. 20), são: a) cessão de práticas lesivas; b) apreensão de materiais oriundos de tais práticas; c) submissão do agente ao cumprimento de pena; d) reparação de danos materiais e morais; e) perseguição criminal do agente. Dessa forma, é possível compreender que está acima de tudo a dignidade humana, por ser necessária sua preservação dos mais diversos tipos de ataques, conforme também aponta a própria Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 1º, inciso III, o qual reproduzimos na íntegra: 83 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; V – o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição (BRASIL, 1988, grifo nosso). Manso apud Flôres (2013, p. 23), para melhor entendimento, nos comtempla com o seguinte conceito sobre direito autoral: Direito autoral é o conjunto de prerrogativas de ordem patrimonial e de ordem não patrimonial atribuídas ao autor de obra intelectual que, de alguma maneira, satisfaça algum interesse cultural de natureza artística, científica, didática, religiosa, ou de mero entretenimento. É importante ressaltar que embora o direito autoral seja mais conhecido quando empregado à obra literária, artística e científica, na realidade, o direito autoral está relacionado a quaisquer criações, conforme mencionado no item 7 – Lei dos Direitos Autorais, em que se destacam as situações que amparam legalmente o respectivo autor. Costa Netto apud Flôres (2013, p. 35-36) estabelece uma divisão dos direitos autorais em duas categorias: os direitos morais e os direitos patrimoniais, ambos derivados da mesma fonte, ou seja, da obra intelectual. Em relação aos direitos autorais morais concedidos aos autores, Flôres (2013, p. 36) informa que podem ser divididos em três grupos: indicação da autoria da obra; manutenção da integridade da obra; e controle da exposição pública da obra. Flôres (2013, p. 36, 78-79) informa que são cinco as principais características dos direitos autorais morais: • Perpetuidade: os direitos morais sobre a criação da respectiva obra cabem ao autor durante sua vida. Após sua morte, tais direitos são repassados para seus herdeiros, havendo algumas exceções, 84 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II conforme determina a Lei nº 9.610/1988, art. 24 § 2º: Compete ao Estado a defesa da integridade e da autoria da obra caída em domínio público. • Irrenunciabilidade: o autor não renuncia a sua própria obra, conforme determina a Lei nº 9.610/1988, art. 27: Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis. • Inalienabilidade: os direitos morais não podem ser negociados, e mesmo que o autor assine um contrato de cessão de todos os direitos autorais, os direitos morais não serão transferidos, conforme determina a Lei nº 9.610/1988, art. 27: Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis. • Imprescritibilidade: significa dizer que os direitos morais são imprescritíveis, ou seja, não prescrevem com o tempo; portanto, a qualquer tempo, poderão ser defendidos e reconhecidos. • Impenhorabilidade: não é possível penhorar o direito moral, tampouco aliená-lo, por não ser possível ser arrematado em leilão. Em relação aos direitos autorais patrimoniais, Flôres (2013, p. 38) informa que trata da utilização, fruição e disposição da obra literária, artística ou científica, uma vez que a utilização de quaisquer obras por terceiros envolve autorização prévia expressa do respectivo autor. Assim, é possível, de forma genérica, apresentar a figura a seguir, com os principais direitos autorais, de acordo com Flôres (2013, p. 39): Direitos Morais • Reconhecimento da autoria da obra. • Anunciação de seu nome quando da utilização da sua obra. • Integridade da sua criação. • Opor-se que outrem a modifique, de qualquer forma que possa prejudicar sua obra ou atingir o autor em sua reputação ou honra. Direitos Patrimoniais • Prerrogativa exclusiva de retirar da sua produção todos os benefícios que seu modo de expressão possa proporcionar. Direitos Autorais Figura 18 Flôres (2013, p. 40) nos adverte que o direito autoral protege a forma, e não a ideia, o que em outras palavras significa dizer que: É consenso, no mundo inteiro, que as ideias não são protegidas pelo Direito Autoral, pois devem fazer parte de um “bem comum” da humanidade. Assim, esse ramo do direito não concede ao autor nenhuma exclusividade de utilização de sua ideia, mesmo que inovadora. O que o Direito Autoral 85 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES protege é a “forma” de exteriorização da ideia, isto é, a maneira física que o autor da obra (que não é, necessariamente, o autor da ideia) escolheu para materializar a ideia, ou seja, protege-se a criação perceptível pelos sentidos humanos (grifo nosso). 7.2 Jurídico da internet Partindo do princípio de que a tecnologia, em especial a internet, é um fato, em que todas as pessoas e empresas, de um modo direto ou indireto, estão interligadasa uma rede, podemos considerar que o e-mail, um endereço eletrônico que permite a comunicação pela internet por meio de mensagens, seja um dos usos mais populares na internet. Pelo alcance que a internet propicia, o e-mail, hoje, torna-se um documento, considerando-se a negociação entre as empresas, consumidor e empresa, e entre pessoas nas mais diversas relações. Talvez haja mais pessoas no mudo com acesso ao e-mail do que aos sites da internet, espaços acessados por meio do World Wide Web, ou seja, pelo www. Conforme menciona Allen (2002, p. 68): Claro, como muitas tecnologias relacionadas à Internet, existe muita controvérsia que, nesse caso, pode ser resumida em uma palavra: spam. Spam são distribuições não solicitadas de e-mail que são indiscriminadas, não segmentadas, não amigáveis com as larguras de banda e quase 100% das vezes não bem-vindas. Sabemos que a internet é muito mais que mensagens trocadas, sendo também utilizada para as mais diversas atividades, nas áreas de vendas, marketing, saúde, educação, entretenimento, entre outras. Assim, conflitos podem surgir destas relações e a ciência do Direito precisou adaptar-se a essa nova realidade. Portanto, regras, normas legais, surgem com esta finalidade: resolver e/ou reduzir os mais diversos conflitos. Assim, a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014, “Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil” (BRASIL, 2014), o que significa informar em seus 32 artigos a respectiva legislação de como se deve utilizar esta ferramenta – a internet – de modo que todos sejam contemplados com uma tecnologia que não tem retorno (e também não queremos que tenha), porém, que possa garantir ou, se for o caso, reduzir os impasses que surgem em toda relação pessoal/empresarial. Apenas como ilustração ao nosso estudo desse item, reproduzimos os arts. 2º e 3º da Lei nº 12.965/2014 (os negritos são nossos, para melhor compreensão): Art. 2º A disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como: I – o reconhecimento da escala mundial da rede; 86 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II II – os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em meios digitais; III – a pluralidade e a diversidade; IV – a abertura e a colaboração; V – a livre-iniciativa, a livre-concorrência e a defesa do consumidor; e VI – a finalidade social da rede. Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios: I – garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento, nos termos da Constituição Federal; II – proteção da privacidade; III – proteção dos dados pessoais, na forma da lei; IV – preservação e garantia da neutralidade de rede; V – preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede, por meio de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e pelo estímulo ao uso de boas práticas; VI – responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades, nos termos da lei; VII – preservação da natureza participativa da rede; VIII – liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que não conflitem com os demais princípios estabelecidos nesta Lei (BRASIL, 2014, grifo nosso). Assim como em toda relação, se há direitos, também há deveres; logo, antes de disponibilizarmos algo na internet, é de extrema importância que tais direitos e deveres sejam conhecidos a ponto de evitar conflitos. Porém, também sabemos que a complexidade da natureza humana nem sempre permite tal situação – evitar sempre os conflitos –, deixando para a legislação e, consequentemente, para o poder público inerente a responsabilidade de chegar a algum consenso, tendo sempre, como pano de fundo, uma base legal. Reproduzimos o artigo 7º, que trata dos Direitos e Garantias dos Usuários: 87 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Art. 7º O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são assegurados os seguintes direitos: I – inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; II – inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por ordem judicial, na forma da lei; III – inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial; IV – não suspensão da conexão à internet, salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização; V – manutenção da qualidade contratada da conexão à internet; VI – informações claras e completas constantes dos contratos de prestação de serviços, com detalhamento sobre o regime de proteção aos registros de conexão e aos registros de acesso a aplicações de internet, bem como sobre práticas de gerenciamento da rede que possam afetar sua qualidade; VII – não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros de conexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo mediante consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei; VIII – informações claras e completas sobre coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de seus dados pessoais, que somente poderão ser utilizados para finalidades que: a) justifiquem sua coleta; b) não sejam vedadas pela legislação; e c) estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços ou em termos de uso de aplicações de internet; IX – consentimento expresso sobre coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais, que deverá ocorrer de forma destacada das demais cláusulas contratuais; X – exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao término da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda obrigatória de registros previstas nesta Lei; 88 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II XI – publicidade e clareza de eventuais políticas de uso dos provedores de conexão à internet e de aplicações de internet; XII – acessibilidade, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, nos termos da lei; e XIII – aplicação das normas de proteção e defesa do consumidor nas relações de consumo realizadas na internet. Art. 8º A garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas comunicações é condição para o pleno exercício do direito de acesso à internet. Parágrafo único. São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que violem o disposto no caput, tais como aquelas que: I – impliquem ofensa à inviolabilidade e ao sigilo das comunicações privadas, pela internet; ou II – em contrato de adesão, não ofereçam como alternativa ao contratante a adoção do foro brasileiro para solução de controvérsias decorrentes de serviços prestados no Brasil (BRASIL, 2014). Saiba mais Sendo o assunto – Jurídico na Internet – um tanto atual e necessário para o bom andamento das relações entre pessoas e empresas que utilizam a internet, apresentamos o endereço eletrônico em que você poderá conhecer na íntegra a Lei nº 12.965/2014: BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965. htm>. Acesso em: 21 ago. 2017. 8 ESTATUTO E NOVO CÓDIGO CIVIL De acordo com os nossos estudos, em que tratamos da Revolução Industrial, base para o surgimento das empresas, podemos, sem dúvida nenhuma, afirmar que as empresas têm um papel relevante em quaisquer sociedades, uma vez que geram empregos (diretos e indiretos) tributos e remuneração para os proprietários e terceirosenvolvidos em determinada operação, contribuindo, assim, com a economia global, justamente por gerar tais riquezas. 89 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES Ao longo dos anos, as empresas reconheceram a necessidade de se juntarem com a finalidade de, além do fortalecimento em relação às mais diversas situações, sentirem-se representadas em órgão público. Para tanto, têm início os sindicatos patronais, ou seja, sindicatos voltados para os interesses empresariais, bem como outras entidades que também possam contribuir com o bom andamento das empresas, por exemplo, as associações comerciais, federações, entre outras. 8.1 O Estatuto das Micro e Pequenas Empresas Antes de tratarmos do Estatuto das Micro e Pequenas Empresas, é importante apresentar como uma empresa no Brasil e em outros países é classificada como pequena, média ou grande. No Brasil, a classificação de uma empresa em micro, pequena, média ou grande está vinculada à tributação que ela deve recolher aos cofres públicos, especialmente ao governo federal, por meio do órgão público chamado de Receita Federal. Já em países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a classificação das empresas em pequena, média ou grande ocorre pelo número de empregados. Observação A OCDE é uma organização internacional, composta por 34 países e com sede em Paris, na França. Tem por objetivo promover políticas que visem ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social de pessoas por todo o mundo. É importante também mencionar que, independentemente de como a classificação ocorre, as pequenas e médias empresas geram muitos empregos e tributos, e, consequentemente, uma contribuição considerável para a economia de qualquer país. Voltando à classificação brasileira de pequenas e médias empresas, foco do nosso estudo neste item, a legislação atual (Lei Complementar nº 139/2011) estabelece como base da tributação chamada de Simples Nacional o limite de faturamento anual de R$ 360.000,00 para as Microempresas (ME) e até R$ 3.600.000,00 para as Empresas de Pequeno Porte (EPP). Assim, são consideradas empresas de médio porte aquelas que possuem faturamento anual superior a R$ 3.600.000,00 até R$ 78.000.000,00. Acima desse valor, são as empresas de grande porte. Vale ressaltar que as empresas que possuem um faturamento anual superior a R$ 3.600.000,00 deixam de ser tributadas pelo Simples Nacional, adotando a tributação do Lucro Presumido ou do Lucro Real, dependendo da escolha, quando possível, ou por força legal. Quanto à tributação das empresas pelo Simples Nacional, uma forma simplificada de recolher os tributos, a legislação brasileira, além do limite de faturamento anual ora mencionado, analisa a atividade empresarial praticada, uma vez que nem todas as empresas são contempladas pelo Simples Nacional, sendo obrigadas a adotarem a tributação pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real, dependendo da situação. 90 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Saiba mais No site da Receita Federal existe o Portal do Empreendedor, que trata da tributação do Simples Nacional aplicada ao Microempreendedor Individual (MEI). Trata-se de uma outra forma de apurar a tributação, em que o faturamento anual permitido para essa modalidade de empresa deverá ser de até R$ 60.000,00 e também atender às exigência legais, dentre elas, a atividade empresarial. Para maiores informações, consultar o seguinte endereço eletrônico: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br>. Conforme você está observando, muitas dúvidas poderão surgir em relação ao tipo de tributação adequada para cada tipo de empresa; assim, a procura de um profissional competente para esta finalidade, ou seja, um contador, irá contribuir muito na decisão relacionada ao tipo de tributação ideal para cada atividade empresarial. Retornando ao assunto Micro e Pequenas Empresas, justamente pelas suas características (atividade, tributação), foi criado um Estatuto pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, com a finalidade de apresentar em seus 89 artigos as disposições legais que devem atender esse tipo de empresa, considerando-se que essa Lei Complementar estabelece a seguinte situação: Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nos 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999 (BRASIL, 2006). Vale mencionar o art. 1º da LC nº 123/2006 justamente por iniciar a respectiva legislação sobre o tratamento diferenciado que as pequenas empresas em geral devem ter perante, principalmente, poder público. Assim, temos que (grifos nossos, para melhor entendimento): Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: I – à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias; 91 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES II – ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; III – ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão; IV – ao cadastro nacional único de contribuintes a que se refere o inciso IV do parágrafo único do art. 146, in fine, da Constituição Federal. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 1º Cabe ao Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) apreciar a necessidade de revisão, a partir de 1º de janeiro de 2015, dos valores expressos em moeda nesta Lei Complementar. § 2º (Vetado). § 3º Ressalvado o disposto no Capítulo IV, toda nova obrigação que atinja as microempresas e empresas de pequeno porte deverá apresentar, no instrumento que a instituiu, especificação do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para cumprimento. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 4º Na especificação do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido de que trata o § 3º, deverá constar prazo máximo, quando forem necessários procedimentos adicionais, para que os órgãos fiscalizadores cumpram as medidas necessárias à emissão de documentos, realização de vistorias e atendimento das demandas realizadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte com o objetivo de cumprir a nova obrigação. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 5º Caso o órgão fiscalizador descumpra os prazos estabelecidos na especificação do tratamento diferenciado e favorecido, conforme o disposto no § 4º, a nova obrigação será inexigível até que seja realizada visita para fiscalização orientadora e seja reiniciado o prazo para regularização. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 6º A ausência de especificação do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido ou da determinação de prazos máximos, de acordo com os §§ 3º e 4º, tornará a nova obrigação inexigível para as microempresas e empresas de pequeno porte. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 7º A inobservância do disposto nos §§ 3º a 6º resultará em atentado aos direitos e garantias legaisassegurados ao exercício profissional 92 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II da atividade empresarial. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (BRASIL, 2006). Tomando-se somente como base o art. 1º, observam-se alguns itens incluídos pela Lei Complementar nº 147/2014, o que tornou-se totalmente necessário pelo fato de a LC nº 123/2006 não estar mais atendendo às necessidades das sociedades que representam, ou seja, as pequenas empresas de modo geral. É prudente mencionar que pelas particularidades que estão demonstradas no art. 1º da LC 123/2006 (Incisos I ao IV), esta requer um tratamento diferenciado pelos órgãos públicos em geral (federal, estadual e municipal). Assim foi criado um Comitê com a responsabilidade de tratar as respectivas particularidades, conforme apresenta o art. 2º: Art. 2º. O tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte de que trata o art. 1º desta Lei Complementar será gerido pelas instâncias a seguir especificadas: I – Comitê Gestor do Simples Nacional, vinculado ao Ministério da Fazenda, composto por 4 (quatro) representantes da Secretaria da Receita Federal do Brasil, como representantes da União, 2 (dois) dos Estados e do Distrito Federal e 2 (dois) dos Municípios, para tratar dos aspectos tributários; e II – Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com a participação dos órgãos federais competentes e das entidades vinculadas ao setor, para tratar dos demais aspectos, ressalvado o disposto no inciso III do caput deste artigo; III – Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, composto por representantes da União, dos Estados e do Distrito Federal, dos Municípios e demais órgãos de apoio e de registro empresarial, na forma definida pelo Poder Executivo, para tratar do processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas. III – Comitê para Gestão da Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios – CGSIM, vinculado à Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, composto por representantes da União, dos Estados e do Distrito Federal, dos Municípios e demais órgãos de apoio e de registro empresarial, na forma definida pelo Poder Executivo, para tratar do processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas. (Redação pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 93 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL APLICADAS ÀS ARTES § 1º Os Comitês de que tratam os incisos I e III do caput deste artigo serão presididos e coordenados por representantes da União. § 2º Os representantes dos Estados e do Distrito Federal nos Comitês referidos nos incisos I e III do caput deste artigo serão indicados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária – Confaz e os dos Municípios serão indicados, um pela entidade representativa das Secretarias de Finanças das Capitais e outro pelas entidades de representação nacional dos Municípios brasileiros. § 3º As entidades de representação referidas no inciso III do caput e no § 2º deste artigo serão aquelas regularmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano antes da publicação desta Lei Complementar. § 4º Os Comitês de que tratam os incisos I e III do caput deste artigo elaborarão seus regimentos internos mediante resolução. § 5º O Fórum referido no inciso II do caput deste artigo tem por finalidade orientar e assessorar a formulação e coordenação da política nacional de desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte, bem como acompanhar e avaliar a sua implantação, sendo presidido e coordenado pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República. (Redação dada pela Lei nº 12.792, de 2013) § 6º Ao Comitê de que trata o inciso I do caput deste artigo compete regulamentar a opção, exclusão, tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança, dívida ativa, recolhimento e demais itens relativos ao regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, observadas as demais disposições desta Lei Complementar. § 7º Ao Comitê de que trata o inciso III do caput deste artigo compete, na forma da lei, regulamentar a inscrição, cadastro, abertura, alvará, arquivamento, licenças, permissão, autorização, registros e demais itens relativos à abertura, legalização e funcionamento de empresários e de pessoas jurídicas de qualquer porte, atividade econômica ou composição societária. § 8º Os membros dos Comitês de que tratam os incisos I e III do caput deste artigo serão designados, respectivamente, pelos Ministros de Estado da Fazenda e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, mediante indicação dos órgãos e entidades vinculados. (Redação pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 9º O CGSN poderá determinar, com relação à microempresa e à empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, a forma, a periodicidade e o prazo: (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) I – de entrega à Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB de uma única declaração com dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores da contribuição para 94 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II a Seguridade Social devida sobre a remuneração do trabalho, inclusive a descontada dos trabalhadores a serviço da empresa, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e outras informações de interesse do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e do Conselho Curador do FGTS, observado o disposto no § 7º deste artigo; e (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) II – do recolhimento das contribuições descritas no inciso I e do FGTS. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 10º O recolhimento de que trata o inciso II do § 9º deste artigo poderá se dar de forma unificada relativamente aos tributos apurados na forma do Simples Nacional. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 11 A entrega da declaração de que trata o inciso I do § 9º substituirá, na forma regulamentada pelo CGSN, a obrigatoriedade de entrega de todas as informações, formulários e declarações a que estão sujeitas as demais empresas ou equiparados que contratam trabalhadores, inclusive relativamente ao recolhimento do FGTS, à Relação Anual de Informações Sociais e ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 12 Na hipótese de recolhimento do FGTS na forma do inciso II do § 9º deste artigo, deve-se assegurar a transferência dos recursos e dos elementos identificadores do recolhimento ao gestor desse fundo para crédito na conta vinculada do trabalhador. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 13 O documento de que trata o inciso I do § 9º tem caráter declaratório, constituindo instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos, contribuições e dos débitos fundiários que não tenham sido recolhidos resultantes das informações nele prestadas. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014). Fonte: Brasil (2006). Saiba mais Para melhor entendimento sobre o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, recomendamos a leitura na íntegra da LC nº 123/2006, no seguinte endereço eletrônico: BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nº 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,