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002 - Módulo Direito - Tecnologias aplicadas ao direito

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A sociedade digital
COMPREENDER O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DA SOCIEDADE COM RELAÇÃO À EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E AOS IMPACTOS GERADOS POR ESSAS TRANSFORMAÇÕES
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo. Alan Kay. Alan Kay disse isso numa reunião no Centro de Pesquisas de Palo Alto da Xerox, em 1971. Kay, cujo conceito de computador portátil tem inspirado fabricantes por mais de 40 anos,
viveu seu sonho.
Atualmente estamos vivendo a Era Digital, a Sociedade da Informação, um momento de intensas transformações que remetem ao próprio futuro.
A Era Digital teve início no final do Século XX com a otimização dos fluxos informacionais do mundo. A transformações digitais sofridas foram tamanhas que modificou a maneira de ser, pensar, comunicar e trabalhar das pessoas.
O avanço digital colocou todo o mundo em contato direto com a informação, que até então era de acesso muito mais restrito, e, por vezes, estava sob o domínio de determinados grupos de interesse. A integração das plataformas de informação e sua disseminação em rede gerou uma nova realidade que transformou todo o cenário social.
A utilização das tecnologias no dia a dia tornou-se indispensável, através de um smartphone é possível realizar muitas atividades além do processo de comunicação por meio da ligação, que já se tornou secundário e vem sendo cada vez menos utilizado diante dos dispositivos de interação em tempo real de mensagens ou vídeo.
Significa dizer que as pessoas têm à mão uma vasta rede de informações em tempo real que possibilita acessar, trocar e cruzar dados a qualquer momento.
As mudanças alcançam todo o cenário: econômico, político e social. No cenário econômico as empresas passaram a prestar serviços e oferecer produtos de uma maneira diferente, grandes magazines físicos deram lugar a grupos de fornecedores interligados por lojas virtuais oferecendo serviços e produtos e reduzindo muito o custo operacional, houve uma diminuição significativa de mão-de-obra já que houve substituição do trabalho humano pelo dos sistemas, abrindo oportunidade para novas funções especializadas no ramo da informática.
No cenário político a guerra de informação e “desinformação”, as conhecidas fake news[1], gera milhares de manchetes diariamente que deixam muitos inseguros e em dúvida com relação à veracidade dos fatos, dificultando a formação de opinião dos eleitores. Por outro lado, as informações sobre candidatos, campanhas, procedimento e processos relacionados à candidatos alcança a qualquer um que faça uma pesquisa na Internet por mais breve que seja, permitindo muito mais transparência e acesso às informações sobre um candidato e sua carreira política.
No cenário social o cidadão passa a ser potencialmente interagente e agente comunicador. Ele não só tem acesso à informação quanto pode opinar interagindo diretamente quando a recebe. Em termos de cidadania e participação popular é um grande instrumento para efetivar direitos. Ter acesso à informação torna o cidadão um elemento transformador dentro da sociedade, para tanto é necessário que haja organização para isso, esse talvez seja o próximo passo.
Como toda grande transformação a revolução tecnológica tem pontos positivos e negativos. Como principal ponto positivo está o próprio acesso à informação que é elemento essencial na formação do cidadão e no alcance dos seus direitos, outro ponto positivo é a velocidade e as facilidades em geral que trouxe para o dia a dia das pessoas, também a facilidade de comunicação à custo baixo ou mesmo zero, a participação e interação cívica, a diversão, lazer, contatos pessoais e profissionais, além do exercício da liberdade de expressão.
Por outro lado, alguns pontos negativos na utilização da tecnologia devem ser destacados: a disseminação de fake news e boatos, a utilização da Rede para a disseminação da cultura de ódio e de todo tipo de discriminação, a exposição não autorizada da imagem com a intenção de se vingar das pessoas, conhecido como íevenge poín[2], invasões bancárias, de contas de email, de bancos de dados das empresas, o sequestro de servidores com solicitação de resgate para devolução de dados. Em termos de relacionamento interpessoal nota-se o distanciamento entre as pessoas, que gera dificuldades de relacionamentos, depressão, solidão e outros males cada vez mais comuns.
Destaque-se porém, que o problema não está na tecnologia e sim no uso que se faz dela e como qualqueroutra ferramenta deve ser utilizada com padrões morais e éticos e respeito aos direitos dos demais. Além disso, deve- se atentar que as gerações devem ser educadas para essa realidade digital, para o uso saudável das novas tecnologias, para os limites da liberdade na rede e sobretudo pelos padrões éticos que devem ser respeitados seja no ambiente virtual ou no ambiente físico.
[1] Fake News – são notícias falsas, exageradas ou sensacionalistas utilizadas para espalhar boatos falsos e enganar o leitor desatento, geralmente os disseminadores das Fake News obtem vantagens econômicas para gerar insegurança e descrença sobre determinado acontecimento ou pessoa.
[2] É uma expressão que remete ao ato de expor publicamente, na Internet, fotos ou vídeos íntimos de terceiros, sem o consentimento dos mesmos, como forma de vingança, geralmente ocorre após o término de um relacionamento.
Paradigmas e crise de gerações
COMPREENDER AS TRANSFORMAÇÕES VIVIDAS PELA SOCIEDADE NAS ÚLTIMAS DÉCADAS E A CONVIVÊNCIA DAS GERAÇÕES COM A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA, SUAS CARACTERÍSTICAS E DIFICULDADES.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
O aspecto mais triste da vida de hoje é que a ciência ganha em conhecimento mais
rapidamente que a sociedade em sabedoria.
ISAAC ASIMOV
A Era Digital, que teve início no final do Século XX transformou a maneira de ser, pensar, comunicar e trabalhar das pessoas trazendo consigo uma imperativa e necessária evolução do analógico para o digital.
Ocorre que até o final do Século XX os avanço e descobrimentos tecnológicos ocorriam de maneira lenta e gradual, com o advento da Era Digital as transformações passaram a acontecer em fração de segundos e isso gerou grandes diferenças no relacionamento social, considerando que em um curto espaço de tempo passaram a conviver gerações que nunca tiveram contato com a tecnologia, portanto totalmente analógicas,com gerações que durante os anos escolares passaram a ter contato com o ambiente digital e outras que já nasceram conectadas e totalmente integradas a essa nova realidade.
As gerações são classificadas de acordo com a data de nascimento, pois considera-se que as pessoas se relacionaram com o mundo de acordo com as características do momento, logo a tendência é que o funcionamento do seu psicológico e comportamental sejam semelhantes.
	
	
	1920 - 1930
	Belle Époque
	1940 - 1960
	Baby Boomers
	1960 - 1980
	Geração X
	1980 - 2000
	Geração Y
	2000 - 2010
	Geração Z
Geração Belle Époque (1920 - 1930)
Geração em que o pai trabalhava e era o provedor e a mãe cuidava da educação dos filhos, que deveriam estudar para ser alguém na vida, momento econômico complicado devido à Grande Depressão, poucas alternativas para educar os filhos, muito trabalho, respeito às regras e hierarquia.
Geração Baby Boomers (1940 - 1960)
Pós 2ª Guerra Mundial (1939-1945), cenário positivo, famílias com grande número de filhos, o trabalho tinha o significado de conquistas e crescimento, discos de vinil, rebeldia dos "Anos Dourados", íock and íoll, os jovens queriam romper com a rigidez das regras sociais.
Geração X (1960 - 1980)
Os baby boomers quando adultos se rebelaram contra os padrões de seus pais, e, para seus filhos adotaram novos métodos, palmadas foram trocadas por castigo, a televisão passa a moldar algumas rotinas e comportamentos, os relacionamentos são superficiais, as separações mais comuns, movimentos hippies, greves estudantis, cabelos compridos, muitos excessos. Surgimento do primeiro console portátil Atari (líder de mercado até 1980), na sequencia oMater System e o Nintendo.
Geração Y (1980 - 2000)
Na década de 80 os computadores começam a se popularizar, essa geração nasceu em um momento de avanços tecnológicos e prosperidade econômica, quando se instalou o domínio da virtualidade como sistema de interação social e midiática, a geração anterior viveu a transição para o mundo tecnológico, a geração Y nasceu totalmente imersa nesse mundo. São características dessa geração: familiaridade com a tecnologia, são afeitos a desafios, valorizam o reconhecimento, são motivados por competitividade, interação com pessoas de todo o mundo, postergam o casamento, não aceitam ordens prontas, descartam o que não serve, são superficiais em relacionamentos, não são afeitos a formalidades.
Geração Z (2000 - 2010)
Segundo estudiosos é a geração que nasceu para suceder a Geração Y, contemporânea ao nascimento da Woíld Wide Web e do momento da criação de muitos aparelhos tecnológicos, sua principal característica é "zapear" o termo remete a algo feito rapidamente, indica a troca de recursos tecnológicos buscando algo mais interessante, da televisão para internet, vídeo game e etc.
Geração Y no mundo corporativo ainda dominado pela Geração X
A convivência entre as gerações gera alguns problemas exigindo paciência e tolerância de ambos, já que são gerações que veem o mundo de maneira diferente.
Os Ys são muito informados, mas muitas vezes não sabem lidar com as informações de maneira produtiva, são bastante conectados, um tanto individualistas, e lidam bem com todo tipo de aparato tecnológico.
As principais reclamações dos Xs e dos Baby Boomers sobre os Ys são: falta de atenção para ouvir, não respeitam hierarquia e horários, são impacientes e ansiosos, tem pensamentos superficiais, nem sempre cumprem o que prometem, são bem informados, mas um tanto alienados.
Para se conseguir o melhor dos Ys é necessário saber o que lhes motiva e entre esses itens estão: gostam de ser reconhecidos, adoram a informalidade, apreciam feedbacks, precisam estar conectados já que o mundo virtual dá a ele o sentido de pertencimento.
Revolução da informação
COMPREENDER COMO O ACESSO À INFORMAÇÃO TRANSFORMOU A SOCIEDADE, O TRABALHO E AS RELAÇÕES HUMANAS
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
O modo como você reúne, administra e usa a informação determina se vencerá ou
perderá. Bill Gates
As novas tecnologias e o advento da Era Digital permitiram que a informação se propagasse numavelocidade jamais imaginada, e, não apenas a sua propagação, mas sua análise, agrupamento, cruzamento, resultou em meios sofisticados de se traçar cenários sociais, econômicos e políticos.
Considerando que até a Revolução Industrial foram necessários séculos para que a informação alcançasse as pessoas, a partir de então tudo foi facilitado pelos meios de massa como livros, jornais e revistas, apesar da grande limitação pelo analfabetismo e pela condição social da maioria da população.
Na sequência, no final do século XIX os meios interativos da telegrafia e telefonia se espalharam, no começo do século XX a ciência e a tecnologia passaram a ocupar o centro do sistema produtivo exigindo atividades de pesquisas cada vez mais complexas e desenvolvendo novas invenções.
A descoberta do rádio e posteriormente da televisão com a transmissão de imagens em sinais elétricos foi um dos grandes inventos do homem.
A combinação industrial de tecnologia e economia introduziu a produção em massa de cultura para uma audiência mais ampla, já que a industrialização reduziu os custos e aumentou a acessibilidade aos produtos culturais como livros, jornais, revistas, discos, CDs e filmes. Assim, a mídia começou a refletir nos gostos e características variadas do público, expandindo-se além das telinhas do televisor para as do computador. (VIEIRA;
CASTANHO, p. 172,2008.)
Ademais da evolução acima mencionada o que de fato mudou a vida do homem e transformou a sociedade com relação à informação foi o computador, que começou a se desenvolver em 1946, nos Estados Unidos.
Em 1951 os primeiros computadores foram colocados à venda, mas foi em 1981 que foi lançado o primeiro micro IBM/PC com sistema Microsoft, seguido da invenção da Apple, em 1984, do primeiro computador com ícones grandes e mouse.
O computador sem dúvida foi a tecnologia que possibilitou a sociedade da informação. As técnicas para trabalhar essa informação foram se aperfeiçoando na criação, manipulação e uso da informação criando sistemas complexos e modernos de processamento.
Muitos empregos foram criados em função deste novo paradigma e outros declinaram acompanhando a transformação mundial da sociedade da informação e do conhecimento.
Os telefones estão mais presentes do que nunca e desenvolvem funções semelhantes aos dos computadores, sobretudo a de conectar os usuários à Internet, a comunicação por voz passa a ser apenas mais uma função e, ainda, não primordial, já que tantas outras são mais utilizadas ou tão utilizadas quanto.
O computador influenciou sobremaneira a relação do homem com o tempo. A capacidade de transmissão de informação é incrível, por exemplo um cabo de fibra ótica fino como um cabelo pode transmitir informações na velocidade da luz.
Se as evoluções anteriores ao computador levaram séculos para se consolidarem, em pouco mais de 50 anos a revolução da informação mudou o mundo e a maneia de ser, pensar, comunicar e trabalhar das pessoas, isso ocorreu no mínimo quatro vezes mais rápido do que as revoluções anteriores o que mostra que a maneira que o homem lida com o tempo também mudou. A rapidez das mudanças obrigou o sujeito a ter pressa, pois tempo
é dinheiro.
O termo tecnologia da informação engloba várias áreas interligadas como comunicações, ciências da computação, engenharia de sistemas, desenvolvimento softwares etc.
O termo paradigma indica o resultado do processo de inovações que influencia a sociedade.
Assim podemos comparar no quadro abaixo alguns paradigmas e elementos como: descrição, fator-chave, setores que potencializaram o crescimento e infraestrutura.
Como se verifica a nova revolução inaugura uma era tecno-economica baseada em novas formas de gerar e transmitir conhecimentos e inovações, produzir e comercializar bens e serviços e definir novas estratégias econômicas e políticas.
Não se pode esquecer porém, que nessa era quem mais cresce são os países com maior desempenho em termos de pesquisas, portanto os desenvolvidos, e, que para países em desenvolvimento como o Brasil, sobra problemas como acesso às novas tecnologia, problemas estruturais e educacionais que permitam desenvolver tais bases para o crescimento.
Ademais de tais considerações o próprio acesso à informação pode transformar a sociedade já que o que antes era privativo de um pequeno grupo de poder hoje está disseminado para quem se interesse a acessar, aprender e transformar sua realidade.
Inteligência Artificial
COMPREENDER OS ASPECTOS HISTÓRICOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AS SUAS IMPLICAÇÕES NO
MUNDO JURÍDICO
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
A inteligência artificial é o estudo de como fazer os computadores realizarem tarefas em
que, no momento, as pessoas são melhores.
ELAINE RICH
Apesar dos horrores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), é fato incontroverso que os países em conflito (dos Aliados ao Eixo) desenvolveram inúmeras tecnologias para o fomento da atividade bélica. Aliás, é nesse período em surge a chamada tecnologia digital, culminando na criação da internet – usada para transmissão de informações entre as bases militares – e do computador – desenvolvido para decifrar mensagens codificadas dos adversários. Em síntese, o nosso desenvolvimento tecnológico advém dos anseios da guerra. (PINHEIRO, 2013).
Os frutos da guerra (v.g., internet e computador) foram imprescindíveis para a evolução da tecnologia da informação, da engenharia e da ciência como um todo. Tanto é verdade que em 1950, Maívin Minsky e Dean Edmonds construíram o primeiro computador de rede neural (similar ao funcionamento de um cérebro humano).A ambição de aperfeiçoar o funcionamento das novas tecnologias e compatibilizá-las com capacidade intelectual humana ensejaram no desenvolvimento dos primeiros trabalhos reconhecidos como Inteligência Artificial (“IA”). (RUSSELL e NORVIG, 2013).
A despeito da afirmação histórica da IA, há divergências quanto a sua definição doutrinária. Isso se dá em razão da discrepância conceitual acerca do termo “inteligência”. Algumas definições de IA objetivam comparar as atividades das máquinas a um conceito ideal de inteligência:
O estudo das computações tornam possível perceber, raciocinar e agir. Logo, a Inteligência Computacional é o estudo do projeto de agentes inteligentes, de tal sorte que a Inteligência Artificial está relacionada a um desempenho inteligente dos artefatos.
(NILSSON APUD RUSSELL E NORVIG, 2013, P. 25).
Anote-se que o conceito defendido por Nilson conduz à conclusão de que a correlação entre a IA e à inteligência ideal reside em uma abordagem racionalista, pois envolve uma combinação de matemática, engenharia e da lógica, apenas.
Todavia, divergindo do conceito íacionalista, outros, no entanto, trabalham os comparativos quanto à fidelidade do desempenho da máquina com o comportamento e a atividade intelectual humanos:
A noção geral e nova da IA é fazer com que os computadores pensem [...] serão máquinas
com mentes, no sentido total e literal. Assim, poderemos automatizar atividades que associamos ao pensamento humano, atividades como a tomada de decisões, a resolução de problemas, o aprendizado, etc. Por fim, a IA é a arte de criar máquinas que executam funções que exigem inteligência quando executadas por pessoas.
(BELLMAN APUD RUSSELL E NORVIG, 2013, P. 25-26)
Nesse sentido, a definição de Bellman adota uma abordagem mais centrada nos seres humanos, razão pela qual seu conceito é construído parcialmente por uma ciência empírica, envolvendo hipóteses e confirmação experimental. É o que podemos chamar de conceito compoítamental da IA.
Ainda, e independente do conceito adotado, na atual Era Digital, o profissional do direito deve se inserir nessa sociedade tecnológica e usufruir dos seus recursos. Merece destaque um caso emblemático ocorrido nos Estados Unidos: a JPMoígan – um dos maiores bancos norte-americanos – utilizou em 2017 um robô (desenvolvido em um sistema denominado COIN – Contíact Intelligence) para a análise de 12 mil acordos financeiros da sociedade. Como resultado, apurou-se que a IA realizou a tarefa em alguns poucos segundos, o que um advogado levaria em média, 360 mil horas.
Nesse diapasão, observa-se que as atividades repetitivas exercidas pelos profissionais do direito serão gradualmente realizadas por máquinas dotadas de Inteligência Artificial. E, com efeito, a mera reprodução do direito positivado pelo profissional o tornará obsoleto diante de uma tecnologia mais eficiente e eficaz. (PINHEIRO, 2013).
Por fim, podemos verificar que a informatização e as novidades tecnológicas têm trazido uma mudança não só na maneira de pensar o direito, mas também de trabalhar com ele. Assim, é de suma importância que os juristas estejam preparados para compreender e discutir as novas questão que advém dessa evolução.
Contexto histórico dos ambientes virtuais, da Internet e sua arquitetura
MENCIONAR O HISTÓRICO DA INTERNET E O CONTEXTO EM QUE A REDE FOI CONCEBIDA, E, POSTERIORMENTE A SUA POPULARIZAÇÃO
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
A Internet é uma vasta rede de computadores à qual qualquer pessoa pode conectar seu computador e também é a vasta comunidade de pessoas que se conectam à Rede. Jerry
Honeycut
Um importante marco histórico da tecnologia foi o surgimento da Internet. A partir de então esse mecanismo passou a influenciar diretamente as relcações sociais estabelecidas. O binômio informação/comunicação passou a ser a base da sociedade. Atividades que antes exigiam o uso das cartas, telefones, aparelhos de fax, são realizadas em milésimos de segundos através de simples cliques. A difusão da informação chegou a tal ponto que pessoas que vivem em extremos do globo terrestre podem se comunicar a qualquer hora a um baixo custo, com recursos inclusive de áudio e imagem.
A Internet nasceu da necessidade militar de compartilhar informações com segurança. Os militares, em meio à guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética, por volta de 1969, queriam ter a segurança de uma rede de dados que permitisse que os mesmo não se perdessem, caso alguma base fosse bombardeada. [1]
Foi então que, diante dessa conjuntura, os cientistas desenvolveram uma tecnologia ligando laboratórios de pesquisa, que recebeu o nome de ARPANET (Advanced Reseaích Píojects Agency),que era uma rede do Departamento de Defesa Norte-Americano.
Mais tarde, a mesma deu origem à Internet, criada com a característica almejada: uma estrutura onde não havia uma base central, em que cada pólo interligado possuía acesso à informação da mesma forma, e não dependia de uma base única para funcionar.
Sua utilização foi restrita, no princípio, limitando-se aos centros de pesquisa; porém, diante de seus inumeráveis benefícios, o governo americano autorizou o seu uso, primeiramente em laboratórios civis, universidades e centros de pesquisas privativos.
O número de usuários aumentava cada vez mais. Em 1973, a ARPANET já realizava conexões internacionais e em meados da década de 1979 computadores pessoais já tinham acesso às suas informações. O que era um mecanismo restrito passa a ter novos contornos até culminar no que denominou-se Internet, a Rede mundial, irrestrita e ilimitada. Não demorou para que se alastrasse por todo o mundo, tornando-se um dos principais meios de comunicação. Se comparado com os demais meios, seu crescimento foi gigantesco.
Nota-se que outros meios de comunicação como o rádio, a TV aberta e a TV a cabo precisaram no mínimodo dobro do tempo que a Internet demorou para alcançar 50 milhões de usuários. Além disso, a cada ano é maior o número de pessoas que se conectam à rede.
No tocante à terminologia, o vocábulo "Internet" é composto por "inter", que é a abreviação da palavra internacional, e "net", abreviação de network que significa rede de trabalho.
Genericamente, trata-se de diversas redes de computadores interligadas umas às outras, que permitem uma comunicação a baixo custo e a troca de informações, tornando-se uma fonte inesgotável de dados. Um mecanismo capaz de desfazer, através de alguns cliques, qualquer tipo de dificuldade de comunicação ou distância entre os usuários.
Expressar o que a Internet significou e significa para a humanidade e para as relações humanas é algo bastante complexo. São palavras de Antônio Jeová Santos:
A Internet prolonga e estende o ser do homem a lugares nunca antes imaginados. Sentado comodamente em uma cadeira tudo lhe é propiciado. Desde a compra de algo trivial, até a informação mais sofisticada é possível conseguir via Internet. A sensação de plenitude enche o ser do homem. Aquela totalidade impossível de ser atingida com o simples esforço do corpo físico é alcançada pelo corpo mecânico. O computador, mero suporte que pode dar acesso às vias de comunicação colocadas diante da pessoa, aumenta as pernas do homem para
fazer com que ele possa deambular por todos os países, por todos os mares, por todas as ilhas e voltar, imperturbável e sem riscos, ao lugar de onde nunca saiu a não ser na realidade virtual.[2]
Verifica-se na citação a ideia da dimensão abarcada pelo termo em questão. Conceituar a Internet como uma "rede mundial de computadores"significa dar um sentido simplista a esse poderoso mecanismo de informação e comunicação. Trata-se de algo que vai muito além desta modesta definição, que embora verdadeira, esvazia o conteúdo conceitual que abrange o termo.
Muito embora a Internet tenha trazido diversos benefícios, não deve ser vista com olhos ingênuos. É necessário fazer menção que a poderosa Rede carrega consigo, além de benefícios, os mais poderosos e danosos mecanismos de agressão a direitos fundamentais, como a veiculaçãode discriminações, incitações e atos criminosos, realização de atos criminosos propriamente ditos, divulgação de dados pessoais, ofensas à honra, calúnias, difamações, etc.
O mundo jamais viu uma criação, decorrente da evolução da ciência, com tamanhas implicações e consequências. A Internet torna acessível a todos algo que anteriormente se encontrava restrito a pequenos grupos: a informação. No Brasil, a exemplo dos outros países, a Internet foi inicialmente restrita aos professores, estudantes, funcionários de universidades e instituições de pesquisas, logo após foi permitido o acesso por parte das instituições governamentais e privadas.
Hoje a Internet é regulada no Brasil pelo Marco Civil da Internet, oficialmente chamado de Lei N° 12.965/14, que prevê princípios, garantias, deveres e obrigações, bem como diretrizes para a atuação do Estado.
A legislação trata de pontos como a neutralidade da rede, o direito à privacidade, a retenção de dados e a função social da rede que deverá garantir a liberdade de expressão e regras de responsabilidade civil para os usuários.
[1] HONEYCUTT, Jerry. Usando a Internet. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p.12.
[2] SANTOS, Antônio Jeová, Dano Moral na Internet. São Paulo: Método, 2001.
Pesquisa de legislação em meios eletrônicos
CONHECER MECANISMOS DE BUSCA DE LEGISLAÇÃO NO MEIO ELETRÔNICO.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
Quando os homens bons descumprem as leis injustas abrem a porta para que os homens
maus descumpram as leis justas. FRANCESCO CARNELUTTI
A lei é a fonte primordial do direito. A princípio, o modelo ideal da construção desse direito é que ele, enquanto produção legislativa, esteja em conformidade com as necessidades da sociedade. Em outras palavras, trata-se em reconhecer o direito como dinâmico, em constante evolução com o meio social. (REALE, 1999).
Nesse sentido, apesar dos avanços tardios da legislação brasileira a respeito de temas que demandam uma análise mais atual e moderna, é fato que a produção legislativa do nosso país é densa; e suas alterações, significativas.
Insta destacar que consiste em legislação o conjunto de leis vigentes em um determinado local. E, nesse mesmo sentido, entende MACHADO (2002, p. 71):
[...] Em sentido formal, lei é o ato jurídico produzido pelo Poder competente para o exercício da função legislativa, nos termos estabelecidos pela Constituição. [...] Em sentido material, lei é o ato jurídico normativo, vale dizer, que contém um regra de direito objetivo, dotada de hipoteticidade. Em outras palavras, a lei, em sentido material, é uma prescrição jurídica hipotética, que não se reporta a um fato individualizado no tempo e
no espaço, mas a um modelo, a um tipo. É uma norma. Nem sempre as leis em sentido
material também são leis em sentido formal.
O processo legislativo é de competência do Congresso Nacional, que é bicameral composto por Senado e Câmara dos deputados, em âmbito federal, é deles a função típica de legislar na Separação de Funções entre Legislativo, Executivo e Judiciário. No âmbito estadual, temos as Assembleias Legislativas e em âmbito
municipal as Câmaras de Vereadores.
O primeiro passo do processo legislativo é a (i) Iniciativa – com projeto de lei, que passará pela aprovação das respectivas casas, respeitados os quóruns específicos. Posteriormente, temos a (ii) Aprovação, (iii) a Sanção ou Veto do Presidente da República, (iv) Promulgação e (v) Publicação no Diário Oficial, momento este em que a lei é considerada conhecida por todos. A sua entrada em vigor, porém, dependerá do prazo de vacatio legis determinado pelo texto legal ou pela regra geral de 45 dias, quando então a nova lei passará a produzir seus efeitos.
Vale lembrar que o povo também pode participar diretamente da propositura de um projeto de lei atravésda iniciativa popular. Para isso, é necessário a elaboração do projeto de lei, um abaixo assinado contendo a assinatura de, “no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles” (CF, art. 61, § 2º). Após, o projeto será encaminhado ao Congresso e passará pelo mesmo trâmite apontado anteriormente.
Com efeito, como bem explica STRECK (2009), o profissional do direito precisa estar a par das últimas mudanças nas leis, até porque elas são o seu instrumento de trabalho. É imprescindível ao jurista conhecer o direito e pensá-lo para que assegure a sua adequada aplicação e, por conseguinte, a efetivação da justiça.
Assim, para estar em compasso com as mais recentes modificações dos dispositivos legais, os websites
oficiais dos governos (federal, estadual e municipal) disponibilizam acesso às suas produções legislativas.
Por fim, cumpre salientar que manter-se atualizado é imprescindível ao exercício do ofício jurídico. Não obstante, também é cediço que se trata de um desafio constante, considerando as inúmeras alterações na legislação pátria. Contudo, com a evolução da sociedade, o advento da Era Digital e o consequente aumentodo acesso à informação, tornou-se indispensável estar investido de uma forma contemporânea em uma dasmais belas profissões, à qual nos dedicamos e amamos tanto, até mesmo para estar melhor colocado no mercado competitivo.
A. lei: a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Pesquisa de doutrina em meios eletrônicos
CONHECER MECANISMOS DE BUSCA DE DOUTRINAS NO MEIO ELETRÔNICO.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não
sabe ler. MARK TWAIN
Como já é cediço a Era Digital é um marco do desenvolvimento e da evolução humana. A inteínet, em especial, facilitou significativamente o acesso à informação.
No meio profissional, até mesmo as relações de trabalho foram modificadas em prol da Revolução Digital. Com mundo jurídico não seria diferente, o advento do processo eletrônico (Lei nº 11.419/2006), dos bancos de dados de jurisprudências, das plataformas de atualização legislativa e outras novidades fizeram com queo profissional do direito tivesse que se adequar às tendências tecnológicas contemporâneas. (PINHEIRO, 2013). O direito, enquanto ciência e produção legislativa, possui suas fontes. Nesse sentido, as fontes podem ser classificadas como: (i) primárias e (ii) secundárias. A fonte primária do direito é a lei. E como vimos há inúmeras plataformas virtuais que fornecem ao jurista a legislação completamente atualizada.
Por outro lado, nas fontes secundárias, temos a jurisprudência. Esta ganhou maior destaque com a promulgação do Novo Código de Processo Civil de 2015 (Lei nº 13.105/15), e como também já vimos existem bancos de dados e indexadores de jurisprudências, que permitem ao profissional do direito estar em consonância com os recentes posicionamentos dos tribunais.
E, ainda, como fonte secundária, também temos a doutrina, que segundo Maria Helena Diniz (2009, p. 34):
A doutrina é formada pela atividade dos juristas, ou seja, pelos ensinamentos dos professores, pelos pareceres dos jurisconsultos, pelas opiniões dos tratadistas. [...] Não podemos negar a influência da doutrina nas decisões dos tribunais, seja porque os próprios julgadores são reconhecidos doutrinadores, seja pela citação dos trabalhos
científicos nos julgados.
Com efeito, a busca de doutrina em meios eletrônicos possuem pontos positivos e negativos. É positivo pois podemos encontrar inúmeros trabalhos relevantes e recentes da vida jurídica do nosso país. Algo que pelo meio tradicional (livro impresso) demoraria um tempo significativo para estar disponibilizado. Todavia, é negativo justamente pela facilidade em ser localizada na rede mundial de computadores, vez que, dessa forma, frequentemente faltam referências seguras.
Não obstante, ainda assim há diversas plataformas digitais que fornecem gratuitamente doutrinas e outros materiais para o fomento da compreensão do bom direito. Por fim, anote-se que um dos fenômenos mais emblemáticos no âmbito da pesquisajurídica na inteínet é o surgimento das bibliotecas eletrônicas e virtuais. Como pôde ser verificado, nesses espaços digitais é possível acessar, de forma organizada, a links para textos completos de livros, ensaios, artigos, notas, etc.
Pesquisa de jurisprudência em meios eletrônicos
CONHECER MECANISMOS DE BUSCA DE DECISÕES JUDICIAIS NO MEIO ELETRÔNICO.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
Se o conhecimento cria problemas, não é a ignorância que os resolve.
ISAAC ASIMOV
Com o advento da Era Digital, a sociedade viu-se forçada a ingressar nessa nova realidade. A facilidade na obtenção de informações transformou as relações humanas, em especial as relações de trabalho, em que o profissional deve estar mais atualizado e inserido nas novas tendências tecnológicas. (PINHEIRO, 2013).
A despeito do Brasil adotar uma posição predominantemente positivista, com a promulgação do Novo Código de Processo Civil de 2015 os posicionamentos dos Tribunais Superiores (jurisprudências) ganharam maior destaque no ordenamento jurídico. (NEVES, 2016). Considerando a alta demanda do Poder Judiciário, não é difícil imaginar que muitas decisões são prolatadas todos os dias, acolhendo e rejeitando as mais diversas teses jurídicas.
Nesse sentido, os profissionais do direito, especialmente depois da adoção dos processos eletrônicos, são usuários:
[...] cuja necessidade de informação seria se manter constantemente atualizado quanto à legislação vigente. Será pontual a necessidade quando o advogado emergencialmente precisar recorrer às fontes legislativas em busca de um novo e específico dispositivo legal que fundamente sua tese jurídica ou mesmo para saber se aquele no qual ele a apoia ainda subsiste válido. Já em longo prazo será a necessidade expressa através de uma representação de seu perfil de usuário, que contenha dados que permitam inferir as
necessidades que ele possui, viabilizando que elas sejam satisfeitas tão logo haja
disponibilidade de informação para tanto.
(STRECK, 2009, P. 67).
A este modo, cumpre dizer que consiste em jurisprudência o conjunto de reiteradas decisões judiciais sobreuma mesma temática, valendo-se dos meios interpretativos do bom direito. E, nesse sentido, entende José Maria Rosa Tesheiner (2015, p. 32):
Das leis, normas gerais e abstratas, deduzem-se as normas jurídicas concretas, que se aplicam a cada caso. Em sentido inverso, das normas concretas, produzidas pelos tribunais, induzem-se normas gerais abstratas e eis, aí, o fenômeno da jurisprudência.
E, nesse diapasão, as súmulas, como bem denota Lenio Streck (2009, p. 77) é “o resultado da jurisprudência predominante de um tribunal superior brasileiro, autorizado pelo Código de Processo Civil”. Assim, na práxis, trata-se do teor reduzido de um julgado que reflete o entendimento pacífico de determinado tribunal acerca daquele ponto.
Por outro lado, na categoria das súmulas, existem as súmulas vinculantes, que são exclusivas do Supremo Tribunal Federal, nos termos do artigo 103-A da Constituição Federal de 1988:
 (
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
 
terços
 
dos
 
seus
 
membros,
 
após
 
reiteradas
 
decisões
 
sobre
 
matéria
 
constitucional,
 
apíovaí
 
súmula
 
que
,
 
a
 
paítií
 
de
 
sua
 
publicação
 
na
 
impíensa
 
oficial,
 
teíá
 
efeito
 
vinculante
 
em
 
íelação
 
aos
 
demais
 
óí
g
ãos
 
do Podeí Judiciáíio e à administíação pública diíeta e indiíeta, nas esfeías fedeíal
, 
estadual e municipa
l
,
 
bem
 
como
 
proceder
 
à sua
 
revisão
 
ou
 
cancelamento,
 
na
 
forma
 
estabelecida
 
emlei.
 
(gíifo
 
nosso).
)
Com efeito, no meio eletrônico, podemos encontrar websites que se dedicam a indexar e compilar os julgados dos tribunais, dentre eles podemos elencar:
 (
Digesto
 
(Disponível
 
em:
 
<
https://www.digesto.com.br/
 
(https://www.digesto.com.br/)
>.
 
Acesso
 
em
 
23
 
out.
 
2018)
 
–
 
Indexador
 
de
 
jurisprudências
 
online
,
 
criado
 
por
 
Tomas
 
Junqueira
 
de
 
Camargo,
 
Ricardo
 
Niederberger
 
Cabral
 
e
 
Padro
 
Cicolin
 
Leme.
Corpus 927 (Disponível em: <
http://corpus927.enfam.jus.br/ 
(http://corpus927.enfam.jus.br/)
>. Acesso
 
em 23 out. 2018) – Indexador de jurisprudências desenvolvido pela
 
Escola
 
Nacional
 
de Formação e
 
Aperfeiçoamento de Magistrados (“ENFAM”) e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (“TJSP”) com o
 
objetivo
 
de
 
reunir
 
decisões
 
vinculantes,
 
enunciados
 
e
 
orientações
 
jurisprudenciais
 
e
 
centralizar
 
as
 
jurisprudências
 
do
 
Supremo
 
Tribunal Federal
 
(“STF”)
 
e Superior
 
Tribunal de Justiça
 
(“STJ”).
)
 (
LegJur
 
(Disponível
 
em:
 
<
https://www.legjur.com/
 
(https://www.legjur.com/)
>.
 
Acesso
 
em
 
23
 
out.
 
2018)
–
 
Banco
 
de
 
dados
 
de
 
jurisprudências,
 
legislação
 
e
 
súmulas
 
para
 
pesquisas
 
jurídicas.
JusBrasil (Disponível em: <
https://www.jusbrasil.com.br/ (https://www.jusbrasil.com.br/)
>. Acesso em
 
23 out. 2018) – Um portal eletrônico para consulta de jurisprudências, artigos, diários oficiais, notícias do
 
meio
 
jurídico,
 
etc.
)
Ainda, também se faz mister mencionar a disponibilização do acesso às jurisprudências nos websites dos próprios tribunais, inclusive quanto às súmulas editadas, como por exemplo:
Tribunal	de	Justiça	de	São	Paulo	–	Jurisprudências	em:
<https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/consultaCompleta.do?gateway=true (https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/consultaCompleta.do?gateway=true)>;	Súmulas	em:
<https://esaj.tjsp.jus.br/gcnPtl/downloadNormasAbrirConsulta.do (https://esaj.tjsp.jus.br/gcnPtl/downloadNormasAbrirConsulta.do)>. Acessos em 23 out. 2018. Tribunal Regional Federal da 3ª Região – Jurisprudências em: <http://web.trf3.jus.br/base-textual (http://web.trf3.jus.br/base-textual)>; Súmulas em: <http://www.trf3.jus.br/udoc/sumulas-do-trf3/ (http://www.trf3.jus.br/udoc/sumulas-do-trf3/)>. Acessos em 23 out. 2018.
Superior	Tribunal	de	Justiça	–	Jurisprudências		em:	<http://www.stj.jus.br/SCON/ (http://www.stj.jus.br/SCON/)>;			Súmulas		em:
<http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Jurisprud%C3%AAncia/S%C3%BAmulas (http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Jurisprud%C3%AAncia/S%C3%BAmulas)>.	Acessos em 23 out. 2018.
Supremo	Tribunal	de	Federal	–	Jurisprudências	em:
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/pesquisarJurisprudencia.asp (http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/pesquisarJurisprudencia.asp)>;	Súmulas	em:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula (http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula)>;	Súmulas Vinculantes:	<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp? servico=jurisprudenciaSumulaVinculante		(http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp? servico=jurisprudenciaSumulaVinculante)>. Acessos em 23 out. 2018
Por fim, é inconteste que a inclusão do profissional do direito na Era Digital se tornou imprescindível, até mesmo para que ele possa prestar o auxílio mais adequado à satisfação da tutela jurisdicional. Todavia, também é incontroverso que esse profissional, uma vez inserido no mercado competitivo do universo jurídico, deve atualizar-se, estando em consonância com os mais recentes posicionamentos dos tribunais.
Marco Civil da Internet: conceitos e pressupostos da Lei
APRESENTAR O MARCO CIVIL DA INTERNET, SUAS CARACTERÍSTICAS E FINALIDADE, APONTAR OS PRINCÍPIOS QUE O COMPÕE E COMO ORIENTA A AÇÃO DO USUÁRIO E O ESTADO.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores desses recursos são as pessoas. Peter Drucker
O Marco Civil da Internet, Lei N° 12.965/14 que entrou em vigor em 23/06/2014, é a lei que regula a utilização da Internet no Brasil e prevê princípios, garantias, deveres e direitos para os usuários da rede e orientação para a atuação do Estado, bem como diretrizes gerais para a solução de conflitos.
Art. 1o Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o usoda internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios em relação à matéria.
O Marco Civil trata de temas como: neutralidade da rede, privacidade de dados, retenção de dados e a função social da rede. Além de garantir a liberdade de expressão e a difusão de conhecimento traz limitações de ordem cível que implicam em responsabilidade civil para aqueles que não cumprirem a lei, sejam usuários ou provedores.
Art. 2o A disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento o respeito à
liberdade de expressão, bem como: I - o reconhecimento da escala mundial da rede;
II - os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania
em meios digitais; III - a pluralidade e a diversidade; IV - a abertura e a colaboração;
V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VI - a finalidade social da rede.
A legislação em questão está baseada em três princípios básicos: neutralidade da rede, privacidade e liberdade de expressão.
Neutralidade da rede: as informações da rede devem ser tratadas da mesma forma, não se pode diferenciar o acesso de acordo com os pacotes oferecidos, o acesso à rede tem que ser geral, não se pode vender um pacote que permita acessar e-mails apenas ou que não contemple vídeos, o acesso deve ser genérico.
Privacidade: o provedor não pode violar a privacidade e intimidade de seus usuários, não pode divulgar seus dados e nem monitorar os dados de tráfego, o monitoramento e armazenamento desses dados só pode ser feito mediante ordem judicial.
Liberdade de expressão: a retirada do ar de informações deve ser por ordem judicial, não é permitido nenhum tipo de controle de conteúdo nem por parte do Estado e nem por parte de qualquer pessoa, todos são livres para se manifestar na rede. O juiz irá decidir sobre conteúdos que devam ser retirados, lembrando que há sempre a imputação de responsabilidade civil no caso de conteúdos que gerem danos a terceiros.
Mas, para os usuários, quais as principais garantias do Marco Civil:
a. Não suspensão da conexão, salvo por falta de pagamento;
b. Inviolabilidade da privacidade e proteção de seus dados que não podem ser revelados ou utilizados, salvo por ordem judicial;
c. Os contratos de prestação de serviços devem ter informações claras e precisas;
d. Guarda de registros do provedor deve ser feita de maneira anônima, os provedores poderão guardar o IP, não as informações do usuário.
e. Não fornecimento a terceiros dos registros de conexão.
Uma questão de grande repercussão durante a elaboração do Marco Civil foi com relação à responsabilidade civil pelo conteúdo veiculado na Internet. O provedor de acesso pode ser responsabilizado pelos dados que trafegam na sua rede? O provedor tem a responsabilidade de checar o conteúdo e julgar se deve ser publicado ou não? A resposta dada pela lei foi que o responsável pelo conteúdo é o próprio usuário e que os provedores de acesso não podem ser responsabilizados pelo conteúdo gerado pelo usuário. Da mesma maneira o provedor não deve e nem pode decidir o que será o não publicado pois essa pratica poderia caracterizar censura, que feriria um dos princípios da rede que é a liberdade de expressão.
O Marco Civil da Internet, como o próprio nome já diz é uma diretriz geral sobre a utilização da rede, outras legislações específicas devem ser editadas para regular temas particulares, como é o caso da lei de proteção de dados pessoais, o próprio Marco Civil cita que será editada lei posterior para tratar especificamente da matéria. Esta legislação representa um grande avanço, considerando que as principais definições, princípios e diretrizes foram fixadas para a regulação do espaço virtual que não se opera a margem da lei, mas devesim respeitar direitos e dar garantias aos usuários.
Liberdade de expressão
COMPREENDER OS PRECEITOS GERAIS DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO SOB O PRISMA CONSTITUCIONAL
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
Posso não concoídaí com uma só palavía sua, mas defendeíei até a moíte o seu diíeito
de dizê-la. Voltaiíe
A liberdade é um gênero que possui espécies, sendo que uma delas é a liberdade de expressão. Os preceitos históricos da liberdade são imprecisos, pois como bem denota Garaudv (apud SILVA, 2005, p. 232) “ela depende do poder do homem sobre a natureza, a sociedade, e sobre si mesmo em cada momento histórico”. Assim, pode afirmar-se que a substância da liberdade se amplia ou se retrai à medida que a atividade humana evolui. Não obstante, para José Afonso da Silva (2005) a liberdade de expressão constitui uma das formas da liberdade, subdividida em 05 (cinco) grupos: (i) liberdade da pessoa física; (ii) liberdade de expressão; (iii) liberdade de ação profissional; (iv) liberdade de conteúdo econômico e (v) liberdade de pensamento ou de expressão. E, nesses termos, para Silva (2005, p. 241), a liberdade de expressão:
Trata-se da liberdade de o indivíduo adotar atitude intelectual de sua escolha: quer um pensamento íntimo, quer seja a tomada de posição pública; liberdade de pensar e dizer o
que se crê verdadeiro.
Na mesma linha de pensamento, assim aponta André Ramos Tavares (2017, p. 488-489):
Em síntese, depreende-se que a liberdade de expressão é direito genérico que finda por abarcar um sem-número de formas e direitos conexos e que não pode ser restringido a uma forma apenas de externar sensações sem atividade intelectual, na medida em que a compreende. Dentre os direitos relacionados ao gênero liberdade de expressão, pode-se citar: liberdade de manifestação de pensamento; de comunicação; de informação; de acesso à informação; de opinião; de imprensa, de mídia, de divulgação e de radiodifusão.
No artigo 5º, incisos IV, VIII e IX, da Constituição Federal encontramos previsões legais a respeito da liberdade de opinião, liberdade de crença e liberdade artística. Temos também no artigo 250 a garantia do exercício da própria liberdade de expressão, sendo defesa a prática de censura de natureza ideológica, política e artística.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade, segurança e a propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença
Art. 220 A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
Contudo, é cediço que mesmo a liberdade tem limites lógicos, isto é, consubstanciais ao seu próprio conceito. Tanto que a atual celeuma consiste em evidenciar onde se iniciam tais limites. Com efeito, diante dessa situação Nuno e Souza (apud Tavares, 2017, p. 495) entende que aos limites imediatos a essa forma de liberdade “podem apontar-se os direitos à imagem, à identidade pessoal, ao bom nome e reputação e à reserva da intimidade da vida privada e familiar”.
Ademais, para concluir, prossegue Nuno e Souza (apud Tavares, 2017, p. 495) declarando que no ordenamento jurídico pátrio “se veda a utilização abusiva, ou contrária à dignidade humana, de informações relativas às pessoas e famílias; portanto, o uso abusivo de informações sobre as pessoas e famílias, mesmo que não contrarie diretamente a dignidade humana, é ilícito”.
Nesse diapasão, o Supremo Tribunal Federal (“STF”) no julgamento do Habeas Corpus (“HC”) nº 82.424, de Relatoria do Ministro Maurício Corrêa, fixouque “o direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência, manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal, dado que um direito individual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas como sucede com os delitos contra ahonra”.
E, mais recentemente, em 2014, quando do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (“ADPF”) nº 187, de Relatoria do Ministro Celso de Mello, a Suprema Corte consolidou o entendimento de que a chamada “Marcha da Maconha” não consistiu apologia ao crime. Em verdade, trata-
se de uma “manifestação legítima, por cidadãos da república, de duas liberdades revestidas de caráter fundamental: o direito de reunião e o direito à livre expressão”.
Importante salientar que a liberdade de expressão não é absoluta, seu limite encontra-se extamente em não ofender o direito do outro, ou seja, sua liberdade de expressão não pode ofender a honra ou a imagem deoutras pessoas,
o que daria ensejo aos crimes de calunia, injuria e difamação, por exemplo.
Conclui-se que cada um tem total liberdade de pensamento e que a expressão deste pensamento é também livre, mas que a maneira que ele se expõe deve levar em consideração os direitos do outro.
Proteção jurídica na reserva de jurisdição
COMPREENDER OS ASPECTOS GERAIS DA COMPETÊNCIA JURISDICIONAL NO AMBIENTE VIRTUAL.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
Onde existe o homem, há sociedade; onde existe sociedade, há Diíeito. Ulpiano
A Era Digital proporcionou inúmeros avanços em termos tecnológicos e de conhecimento. O avanço tecnológico fez com que as informações se disseminassem a uma velocidade jamais vista, e que, inúmeras facilidades estivessem a exatamente um clique de distância. Isso alterou sobremaneira as relações humanas, seja no âmbito pessoal, profissional ou comercial. O fenômeno da globalização é um grande exemplo: a comunicação a distância facilitou a aproximação das pessoas antes separadas por barreiras geográficas, enquanto que o e-commeíce levou as relações comerciais para além das fronteiras.
Por outro lado, tais avanços também apresentam consequências negativas, como todo novo instrumento, se
utilizado à margem da ética pode gerar consequências gigantescas e sobremaneira prejudiciais à sociedade, gerando repercussões no âmbito jurídico, responsabilidade civil e criminal.
Com fundamento na doutrina contratualista, elencada por Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau, no advento do Estado Civil, o Homem abdicou da sua prerrogativa de autotutela (“fazer justiça com as próprias mãos”) para que o Estado pudesse assegurar a sua proteção. No decorrer nos anos, otimizamos tal premissa para construir o princípio da inafastabilidade de jurisdição, à luz da norma do artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal de 1988:
 (
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
 
de qualquer natureza,
 
garantindo-se
 
aos brasileiros
 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
 
segurança
 
e
 
à
 
propriedade,
 
nos
 
termos
 
seguintes:
 
[...]
XXXV
 
-
 
a
 
lei
 
não
 
excluirá
 
da
 
apreciação
 
do
 
Poder
 
Judiciário
 
lesão
 
ou
 
ameaça
 
a
 
direito;
)
Anote-se que os conflitos ocorridos na sociedade estão sujeitos à apreciação do Poder Judiciário, que dirimirá a lide através da jurisdição (“dizer o direito”). Para isso, o Estado atribuirá parcela da jurisdição aagentes públicos que a exercerão em cada parte do território nacional. A essa atribuição de poderes chamamos de competência jurisdicional.
Corroborando com esse entendimento, esclarece Adda Pellegrini Grinover et al (2009, p. 248):
E assim a função jurisdicional, que é uma só e atribuída abstratamente a todos os órgãos integrantes do Poder Judiciário, passa por um processo gradativo de concretização, até chegar-se à determinação do juiz competente para determinado processo; através das regras legais que atribuem a cada órgão o exercício da jurisdição com referência a dada categoria de causas (regras de competência), excluem-se os demais órgãos jurisdicionais
para que só aquele deva exercê-la ali, em concreto.
No tocante à tutela do Estado, merece destaque a promulgação do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965 de 2014). Esse marco regulatório estabelece garantias, princípios, direitos e deveres para o uso da internet no país, cujo descumprimento configura ilícito civil ou criminal.
A celeuma está em se compreender qual o juízo competente para apreciar uma demanda originada por um ilícito ocorrido na internet. No Direito Civil, esse ponto é controverso.
No Direito do Consumidor, é inconteste que a apreciação de demanda consumerista é de competência do juízo localizado no domicílio do autor, consoante ao que dispõe o artigo 101, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor:
 (
Art.
 
101.
 
Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços,
 
sem prejuízo do
 
disposto
 
nos
 
Capítulos
 
I
 
e
 
II
 
deste
 
título,
 
serão
 
observadas
 
as
 
seguintes
 
normas:
I
 
-
 
a
 
ação
 
pode
 
ser
 
proposta
 
no
 
domicílio
 
do
 
autor;
)
Todavia, no tocante a ação indenizatória, por exemplo, pende o julgamento de Recurso Extraordinário no Supremo Tribunal Federal (RE nº 601.220/SP), de repercussão geral. Nesse recurso se debate a possibilidade de ajuizamento da referida ação no domicílio do réu ou no domicílio do autor em se tratando de ofensa veiculada em mídia eletrônica.
Em contrapartida, em que pensem os ilícitos penais, tanto a jurisprudência quanto a doutrina majoritária entendem
que, em observância à Teoria da Ubiquidadade (adotada no Código Penal), “considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado” (CP, art. 6º).
Nesse diapasão, aos delitos tentados e consumados em território nacional, tem-se entendido pela aplicação da regra disposta no artigo 70 do Código de Processo Penal, in veíbis:
 (
Art. 70. A competência
 
será, de
 
regra, determinada
 
pelo lugar em que
 
se consumar a
 
infração, ou, no
 
caso
 
de
 
tentativa,
 
pelo
 
lugar
 
em
 
que
 
for
 
praticado
 
o
 
último
 
ato
 
de
 
execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será
 
determinada
 
pelo
 
lugar
 
em
 
que
 
tiver
 
sido
 
praticado,
 
no
 
Brasil,
 
o
 
último
 
ato
 
de
 
execução.
§
 
2º
 
Quando
 
o
 
último
 
ato
 
de
 
execução
 
for
 
praticado
 
fora
 
do
 
território
 
nacional,
 
será
 
competente
 
o
 
juiz
 
do
 
lugar
 
em
 
que
 
o
 
crime,
 
embora
 
parcialmente,
 
tenha
 
produzido
 
ou
 
devia
 
produzir
 
seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite
 
territorial
 
entre
 
duas ou mais
 
jurisdições,
 
ou
 
quando incerta a jurisdição
 
por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência
 
firmar-se-á
 
pela
 
prevenção.
)
E, em compasso a esse entendimento, manifestou-se o Colendo Superior Tribunal de Justiça:
 (
ART.
241
 
DO
 
ESTATUTO
 
DA
 
CRIANÇA
 
E
 
DO
 
ADOLESCENTE.
 
COMPETÊNCIA
 
TERRITORIAL.
 
CONSUMAÇÃO
 
DO
 
ILÍCITO.
 
LOCAL
 
DE
 
ONDE
 
EMANARAM
 
AS
 
IMAGENS
 
PEDÓFILO-
 
PORNOGRÁFICAS.
 
1.
 
A
 
consumação
 
do
 
ilício
 
previsto
 
no
 
art.
 
241
 
do
 
ECA
 
ocorre
 
no
 
ato
 
de
 
publicação
 
das
 
imagens
 
pedófilo-pornográficas,
 
sendo
 
indiferente
 
a
 
localização
 
do
 
provedor
 
de
 
acesso
 
à
 
rede
 
mundial de computadores, onde tais imagens
 
se
 
encontram
 
armazenadas,
 
ou
 
a
 
sua efetiva visualização
 
pelos usuários. 2. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo da Vara Federal Criminal da Seção
 
Judiciária
 
de
 
Santa
 
Catarina.
 
(STJ
 
–
 
CC
 
nº
 
29886/SP.
 
3ª
 
Turma.
 
Rel.
 
Min.
 
Maria
 
Thereza
 
de
 
Assis
 
Moura.
 
Julgamento
 
em
 
12
 
dez.
 
2007.
 
Publicação
 
em
 
01
 
fev.
 
2008).
)
Anote-se que, em ambos os casos, quer seja no âmbito civil ou no âmbito criminal, a legislação vigentenão nos fornece um suporte amplo para dirimir as controvérsias. E, dessa forma, precisamos recorrer às jurisprudências emanadas dos Tribunais Superiores, vez que a lei não acompanhou a evolução tecnológica e o dinamismo das relações humanas.
Títulos de Créditos Eletrônicos
COMPREENDER OS ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS QUE ENSEJARAM NO USO DOS TÍTULOS DE CRÉDITOS ELETRÔNICOS.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
Regra número 1: Nunca perca dinheiro. Regra número 2: não esqueça a regra número 1.
Warren Buffet
Na Idade Média surgem os títulos de crédito. A sua utilização tornou-se amplamente difundida, em especialapós a Revolução Industrial do século XVIII, com a expansão da sociedade de consumo.
É fato incontroverso que o Direito, enquanto ciência e produção legislativa, deve acompanhar a dinâmica social, isto é, acompanhar a evolução da sociedade. Hodiernamente, a Era Digital é uma realidade que deve ser analisada e posta em prática, tanto para o bom desenvolvimento social quanto para a segurança e validade das relações jurídicas. E, dessa forma, os títulos de crédito também evoluíram, adequando-se às necessidades do mundo cambial moderno.
Os títulos de crédito são documentos aos quais estão expressas as prestações futuras que devem ser efetuadas pelo devedor. A exemplo, temos os cheques, as duplicatas, as letras de câmbio, as notas promissórias, etc. Nesse sentido, assim os define Fábio Ulhôa Coelho (2012, p. 488):
Proponho um caminho algo diferente, que parte do conceito apresentado acima: título de crédito é um documento. Como documento, ele reporta um fato, ele diz que alguma coisa existe. Em outros termos, o título prova a existência de uma relação jurídica, especificamente duma relação de crédito; ele constitui a prova de que certa pessoa é credora de outra; ou de que duas ou mais pessoas são credoras de outras. Se alguém assina um cheque e o entrega a mim, o título documenta que sou credor daquela pessoa. A nota promissória, letra de câmbio, duplicata ou qualquer outro título de crédito também possuem o mesmo significado, também representam obrigação creditícia.
Ainda, de acordo com o artigo 887 do Código Civil de 2002, “o título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. E, com efeito, à luz da norma do artigo 889 do diploma civilista, observamos os referidos requisitos enunciados e condicionantes do dispositivo legal em comento:
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos
direitos que confere, e a assinatura do emitente.
§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.
§ 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o
domicílio do emitente.
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos
mínimos previstos neste artigo.
Ainda, verifica-se que o desenvolvimento do capitalismo financeiro e o advento do fenômeno da globalização propiciaram a substituição da realidade prática em realidade virtual. Em suma, o que se observa é transição de documentos físicos para meios eletrônicos. E com os títulos de crédito isso não seria diferente, como brilhantemente denota Fábio Ulhôa (2012, p. 489-490):
Os títulos de crédito surgiram na Idade Média, como instrumentos destinados à facilitação da circulação do crédito comercial. Após terem cumprido satisfatoriamente a sua função, ao longo dos séculos, sobrevivendo às mais variadas mudanças nos sistemas econômicos, esses documentos entram agora em período de decadência, que poderá levar até mesmo ao seu fim como instituto jurídico. No mínimo, importantes transformações, já em curso, alterarão a substância do direito cambiário. O quadro é derivado do extraordinário progresso no tratamento magnético das informações, o crescente uso dos recursos da informática no cotidiano da atividade de administração do crédito. De fato, o meio magnético vem substituindo paulatina e decisivamente o meio papel como suporte de informações. O registro da concessão, cobrança e cumprimento do crédito comercial
não ficam, por evidente, à margem desse processo.
Anote-se que os chamados títulos de crédito eletrônicos são reconhecidos no vigente Código Civil, conforme assevera o já observado artigo 889, parágrafo 3º. Assim o documento emitido eletronicamente será considerado válido, desde que respeitados os requisitos do caput do referido dispositivo legal.
De tal sorte, merece destaque que a transformação dos títulos de crédito físicos (ou também chamados de
cartulares) em eletrônicos proporcionou maior praticidade nas relações negociais, sendo esse um fator determinante para o Direito Comercial da Era Digital.
Relações de consumo em ambiente eletrônico
COMPREENDER OS ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR E AS SUAS INFLUÊNCIAS NAS RELAÇÕES DE CONSUMO NO AMBIENTE VIRTUAL.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
O consumidor é a parte mais importante da linha de produção; sem ele, não tem a linha
de produção. William Deming
Com a Revolução Industrial no século XVIII houve grande migração dos residentes em áreas rurais aos grandes centros urbanos (êxodo rural). Esse contingente, ao longo dos tempos, manifestou grande interesse pelo consumo de novos produtos e serviços capazes de satisfazer suas necessidades.
No período pós-Revolução Industrial, com o crescimento populacional, houve um aumento significativo da demanda e, como consequência, a indústria (fornecedor) produzia mais para ter maiores lucros (capitalismo industrial e financeiro), permitindo a população (na qualidade de consumidores) a aquisição de bens e serviços. Entretanto, com o advento dessa sociedade de consumo, os fornecedores, para atender a grande demanda, passaram a prezar pela quantidade em detrimento da qualidade. Assim, vícios e defeitos em produtos e serviços tornaram-se mais frequentes, o que por sua vez geravam prejuízos de ordem econômica e social. Considerando essa perspectiva, coube à intervenção do Estado a regulamentação dos meios de produção e das relações de consumo.
Assim, pode-se afirmar que, a relação de consumo é oriunda da dependência entre fornecedor e consumidor, sendo que este visa a aquisição de bens e serviços; e aquele, o lucro. Nesse sentido, entende Fabrício Bolzan (2014, p. 45):
Efetivadas as balizas norteadoras da relação jurídica em geral, imprescindível adentrar ao tema principal desse item, a relação jurídica de consumo, que poderá ser definida como aquela relação firmada entre consumidor e fornecedor, à qual possui como objeto a
aquisição de um produto ou a contratação de um serviço. No Brasil, por força do artigo 5º, inciso XXXII, da Constituição Federal de 1988, a Lei nº 8.078 de 11 de setembro
de 1990 ("Código de Defesa do Consumidor") foi a responsável por estabelecer as normas de proteção e defesa do consumidor. E, além da conceituação doutrinária, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) enuncia os elementos que compõem a relação jurídica de consumo:
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos art. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, materialou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo
as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Além disso, temos ainda os artigos 17 e 29 do CDC que equiparam a consumidor todas as vítimas do evento de consumo, ou seja, as pessoas que embora não tenham estabelecido a relação de consumo sofreram os efeitos desta. E, ainda a coletividade exposta às práticas de consumo, como por exemplo uma propaganda abusiva ou enganosa.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do
evento. Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
E, corroborando com esse entendimento, aduz Luiz Antonio Rizzatto Nunes (2012, p. 120):
O CDC incide em toda relação que puder ser caracterizada como de consumo. Insta, portanto, que estabeleçamos em que hipóteses a relação jurídica pode ser assim definida. (...) haverá relação jurídica de consumo sempre que se puder identificar num dos polos da relação o consumidor, no outro, o fornecedor, ambos transacionando produtos e serviços.
Ademais, além do marco histórico da Revolução Industrial e os eventos que a sucederam, a chamada Era da Globalização fez com que as relações de consumo ocorressem por meio eletrônico. Não obstante, conforme assevera Nunes (2012, p. 144) "os consumidores virtuais, tais como os convencionais, são detentores dos mesmos direitos e obrigações em suas relações de consumo", o que acarreta na incidência do CDC, inclusive no comércio eletrônico (e-commeíce), garantidos os direitos previstos no artigo 6º do diploma consumerista:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos
ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento
de produtos e serviços; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - (Vetado); X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento.
A exemplo da proteção do consumidor no ambiente virtual, podemos destacar a previsão do chamado direito de arrependimento (CDC, art. 49). Pensemos no seguinte caso: Joaquim comprou, via inteínet, um par de sapatos. Recebida a encomenda, ao experimentá-los ele percebe que os sapatos não combinaram com suas roupas. Assim, no dia seguinte, Joaquim desiste da compra e devolve a mercadoria.
Anote-se que Joaquim exerceu seu direito de arrependimento, previsto no artigo 49 do CDC. E, nessas circunstâncias, o consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 07 (sete) dias a contar do recebimentodo produto, quando a contratação ocorrer fora do estabelecimento comercial (e-commeíce, por exemplo). É o que assevera o referido dispositivo legal:
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contaí de sua assinatuía ou do ato de íecebimento do píoduto ou seíviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer FORA do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão,
serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
Por fim, observa-se, portanto, que a globalização e a Era Digital têm papéis determinantes nas relações jurídicas, em especial no tocante ao Direito do Consumidor. E, além disso, apesar de não haver a regulamentação específica das relações jurídicas de consumo no ambiente virtual, o vigente Código de Defesa do Consumidor se mostra perfeitamente aplicável às situações em comento. Ainda, esse alcance da legislação consumerista tem por escopo a garantia da segurança das negociações virtuais, permitindo a harmonização dos interesses do consumidor e do fornecedor.
Teletrabalho
COMPREENDER A DEFINIÇÃO DE TELETRABALHO E COMO A REFORMA TRABALHISTA PROMOVEU A SUA REGULAMENTAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO.
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
Pensaí é o tíabalho mais difícil que existe. ľalvez poí isso tão poucos se dediquem a ele.
HENRY FORD
Como já é cediço, estamos vivendo na Era Digital (ou Era das Informações). Com a evolução das tecnologias da informação, o advento das telecomunicações e a modernização das relações de trabalho surge o trabalho remoto (home office ou teletrabalho). (MARTINS, 2009).
Há diferentes definições de teletrabalho. Contudo, todas convergem para um ponto comum: trata-se de uma forma de trabalho realizada fora do local central do empregador. Nesse sentido, Pinho Pedreira (2005) entende que:
[…] é a atividade do trabalhador desenvolvida total ou parcialmente em locais distantes da sede principal da empresa, de forma telemática. Total ou parcialmente, porque há teletrabalho exercido em parte na sede da empresa e em parte em locais distantes.
(PEDREIRA, 2005, P. 584).
Todavia, em novembro de 2017 entrou em vigor a Lei nº 13.467. Essa disposição legal realizou profundas alterações nos dispositivos do Decreto-Lei nº 5.452 de 1943 (“CLT”), de modo que passou a ser denominada de “Reforma Trabalhista”. Dentre as alterações, a reforma introduziu na legislação trabalhista a regulamentação do teletrabalho. E, nesse sentido, também trouxe a inédita definição legal desse regime de trabalho no artigo 75-B da nova CLT:
 (
Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências
 
do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza,
 
não
 
se
 
constituam
 
como
 
trabalho
 
externo.
Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades
 
específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de
 
teletrabalho.
)
Anote-se que a essência do teletrabalho é a realização do trabalho fora do estabelecimento do empregador, inexistindo prejuízo de eventuais serviços efetuados nas dependências da empresa, à luz do parágrafo único do referido dispositivo legal.
Com efeito, e como bem salienta Pinho Pedreira (2005) em sua conceituação de teletrabalho, essa modalidade contratual prescinde de seu exercício integral fora da sede da empresa, bastando, para sua configuração, a predominância do trabalho à distância.
Ainda, vislumbra-se no bojo do dispositivo legal em comento que outro elemento necessário é o emprego da tecnologia da informaçãoe da comunicação nessas atividades. Posto isso, a atual legislação trabalhista estabelece que para a regulamentação do teletrabalho se faz mister a especificação expressa no contrato de trabalho do contrato, inclusive quanto ao fornecimento de equipamentos e infraestrutura para o desenvolvimento da atividade, conforme asseveram os artigos 75-C e 75-D da nova CLT:
 (
Art.
 
75-C.
 
A
 
prestação
 
de
 
serviços
 
na
 
modalidade
 
de
 
teletrabalho
 
deverá
 
constar
 
expressamente
 
do
 
contrato
 
individual
 
de
 
trabalho,
 
que especificará
 
as
 
atividades
 
que
 
serão
 
realizadas
 
pelo
 
empregado.
§
 
1º
 
Poderá ser
 
realizada
 
a
 
alteração
 
entre
 
regime
 
presencial
 
e
 
de
 
teletrabalho
 
desde
 
que
 
haja
 
mútuo
 
acordo
 
entre
 
as
 
partes,
 
registrado
 
em
 
aditivo
 
contratual.
§
 
2º
 
Poderá
 
ser
 
realizada
 
a
 
alteração
 
do
 
regime
 
de
 
teletrabalho
 
para
 
o
 
presencial
 
por
 
determinação
 
do
 
empregador,
 
garantido
 
prazo
 
de transição
 
mínimo
 
de
 
quinze
 
dias,
 
com
 
correspondente
 
registro
em
 
aditivo
 
contratual.
Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos
 
equipamentos
 
tecnológicos
 
e
 
da
 
infraestrutura
 
necessária
 
e
 
adequada
 
à
 
prestação
 
do
 
trabalho
 
remoto,
 
bem
 
como
 
ao
 
reembolso
 
de despesas
 
arcadas
 
pelo
 
empregado,
 
serão
 
previstas
 
em contrato
 
escrito.
Parágrafo
 
único.
 
As
 
utilidades
 
mencionadas
 
no
 
caput
 
deste
 
artigo
 
não
 
integram
 
a
 
remuneração
 
do
empregado.
)
No mais, a nova legislação em comento incluiu dispositivos para regulamentar às medidas de proteção e saúde do teletrabalhador, assegurando-lhe condições dignas para o desempenho das suas funções. É o que aduz o artigo 75-E da CLT:
 (
Art. 75-E.
 
O
 
empregador
 
deverá
 
instruir
 
os
 
empregados,
 
de
 
maneira
 
expressa
 
e
 
ostensiva,
 
quanto
 
às
 
precauções
 
a
 
tomar
 
a
 
fim
 
de
 
evitar
 
doenças
 
e
 
acidentes
 
de
 
trabalho.
Parágrafo
 
único.
 
O
 
empregado
 
deverá
 
assinar
 
termo
 
de
 
responsabilidade
 
comprometendo-se
 
a
 
seguir
 
as
 
instruções
 
fornecidas
 
pelo
 
empregador.
)
Considerando as alterações da CLT, observa-se que a regulamentação do teletrabalho proporciona maior segurança jurídica nas relações de emprego, vez que na antiga CLT inexistia previsão legal a respeito, vigorando a informalidade nessa modalidade contratual.
Outrossim, em que pesem as polêmicas no que tange à Reforma Trabalhista, merece destaque que a regulamentação do trabalho remoto se revela como um avanço na modernização das relações de trabalho. De tal sorte, as novidades legislativas da Lei nº 13.467 de 2017 sedimentaram no nosso ordenamento jurídico a integração do teletrabalhador no rol de empregados amparados pelas normas e princípiostrabalhistas.
Licitações Eletrônicas: O pregão eletrônico
COMPREENDER COMO AS LICITAÇÕES MIGRARAM PARA O PATAMAR ELETRÔNICO E COMO O ACESSO À INFORMAÇÃO TRANSFORMOU A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SUA BUROCRACIA DE COMPRAS E CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS
AUTOR(A): PROF. ALESSANDRA FARIAS DA SILVA
É muito melhoí compíaí uma companhia maíavilhosa a um píeço justo do que uma
companhia justa a um píeço maíavilhoso. Waííen Buffett
A Administração Pública deve ter por práticas habituais realizar todos os seus procedimentos de compras, contratações de serviços e vendas de uma forma burocrática, a ponto de ser garantido a vantajosidade para o interesse público, o desenvolvimento nacional sustentável e a igualdade entre os diversos empresários e interessados que disputem o certame.
Considerando que até a década de 90 no Brasil as compras dependiam de processos físicos, autuados com sucessivas folhas e despachos diversos para que um produto ou serviço fosse contratado, além do que, conforme a legislação,
para que houvesse maior segurança e igualdade, os certames contavam com o recebimento de diversos documentos e juntadas de infindáveis anexos de propostas e condições, para então, após rigor de servidores analistas, chegar-se ao vencedor das condições do edital.
A Burocracia travava as necessárias e urgentes contratações de serviços, aquisição de itens de primeira necessidade do Estado e desde a criação da então ANEEL ? Agência Nacional de Energia Elétrica, nas idas de 1990, foi editada a primeira Medida Provisória com vistas a simplificar os procedimentos até então travados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1.993, para permitir o Pregão ? uma espécie de leilão invertido, para que os preços na Administração Pública fossem escolhidos em sessão una e com resultado mais célere.
A partir desse avanço no processamento das fases, com o advento da internet e da digitalização e informatização dos órgãos públicos, foi possível criar sistemas públicos certificados de compras a distância, sem que os responsáveis pela Administração Pública tivessem contato direto em audiências e sessões de abertura com os licitantes, estes, participam em salas de espécie de chat, cujos lances randômicos e aleatórios, oriundos de empresas de todo o país, podem ofertar lances, sem mesmo ter que se dirigir presencialmente ao órgão público.
Tal medida representou enormes economias ao Estado, pois além de aumentar a competitividade com maiores fluxos de participantes e divulgação dos editais pelas redes da internet, as empresas são mantidas em disputa, sem prévio conhecimento de participação ou contato, evitando-se também fraudes e combinações de preços, que ainda sobrevivia nas sessões de pregão presencial.
Além dos pregões eletrônicos, diversos estados federados e municípios brasileiros também já lançaram na rede as compras diretas, de pequeno valor, por meio da Bolsa Eletíônica de contíatações , mecanismo que busca para itens de pequena monta, garantir também a ampla competitividade e baixos custos para bens e serviços.
Há exigência da Lei nº 10.520/02 que as compras e contratações de serviços sejam de caráter comum, sem incluir obras e complexos serviços de engenharia que mereceriam análises técnicas e voltadas para um melhor projeto final do órgão público.
Ao reduzir as etapas do procedimento licitatório e permitir negociações em ambientes virtuais, a licitação na modalidade de pregão eletrônico ganhou destaque nos vantajosos resultados e economias conquistadas. O site do governo do Estado de São Paulo ? www.pregao.sp.gov.br (http://www.pregao.sp.gov.br/), por exemplo, registra ampla analise de procedimentos realizados desde a implantação do modelo e as economias praticadas.
Outra plataforma muito usada é a Bolsa Eletrônica do mesmo Governo ? www.bec.sp.gov.br (http://www.bec.sp.gov.br/), que registra os procedimentos de compra direta que o estado realiza.
No âmbito federal, a União e por meio de recomendação dos órgãos de controle externo, como Tribunais de Contas da União, dos Estados, se difundiu a aplicação do www.comprasnet.gov.br (http://www.comprasnet.gov.br/).
Assim podemos comparar no quadro abaixo alguns paradigmas e elementos como: descrição, fator-chave, setores que potencializaram o crescimento e infraestrutura.
 (
É
 
possível
 
obter
 
materiais
 
de
 
apoio
 
tanto
 
para
 
o
 
atuante
 
na
 
função
 
de
 
pregoeiro
 
e
 
equipe
 
de
 
apoio
 
nos
 
sítios:
http://www.pregao.sp.gov.br/apoiopregoeiro/sistemaapoio/pdf/ManualPregoeiro-AutCompetente-
 
PregaoEletronico-versaoNov2008.pdf
 
(http://www.pregao.sp.gov.br/apoiopregoeiro/sistemaapoio/pdf/ManualPregoeiro-AutCompetente-
 
PregaoEletronico-versaoNov2008.pdf)
 
http://www.pregao.sp.gov.br/apoiopregoeiro/sistemaapoio/pdf/ManualFornecedor-
PregaoEletronico-versaoNov2008.pdf
PregaoEletronico-versaoNov2008.pdf)
)Também no âmbito federal é possível acessar o sitio do comprasnet.gov.br e obter material explicativo do sistema difusor das compras públicas.
O projeto Processo Eletrônico Nacional (PEN)[1] é uma iniciativa conjunta de órgãos e entidades de diversas esferas da administração pública para a construção de uma infraestrutura pública de processo

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