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Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 3

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2.
1 
PSICOLOGIA DO 
DESENVOLVIMENTO E 
DA APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
© 2018 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A. 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida 
de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou 
qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Presidente 
Rodrigo Galindo 
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada 
Paulo de Tarso Pires de Moraes 
Conselho Acadêmico 
Carlos Roberto Pagani Junior 
Camila Braga de Oliveira Higa 
Carolina Yaly 
Danielle Leite de Lemos Oliveira 
Giani Vendramel de Oliveira 
Juliana Caramigo Gennarini 
Priscila Pereira Silva 
Tayra Carolina Nascimento Aleixo 
Coordenador 
Giani Vendramel de Oliveira 
Revisor 
Juliane Raniro 
Editorial 
Alessandra Cristina Fahl 
Daniella Fernandes Haruze Manta 
Flávia Mello Magrini 
Hâmila Samai Franco dos Santos 
Mariana de Campos Barroso 
Paola Andressa Machado Leal 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 Tavares, Neide Rodriguez Barea 
T231p Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem/ 
Neide Rodriguez Barea Tavares – Londrina: Editora e 
Distribuidora Educacional S.A. 2018.
 119 p.
 ISBN 978-85-522-1327-7 
1. Psicologia da aprendizagem. 2. Distúrbios da 
aprendizagem. I. Tavares, Neide Rodriguez Barea. 
II. Título. 
CDD 370 
Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB: 8/9491 
2018 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza 
CEP: 86041-100 — Londrina — PR 
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/ 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 2 
mailto:editora.educacional%40kroton.com.br?subject=
http://www.kroton.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO 
E DA APRENDIZAGEM 
SUMÁRIO 
Apresentação da disciplina............................................................................. 4 
Tema 01 ............................................................................................................6 
a vida: concepção e desenvolvimento intrauterino 
Tema 02 ......................................................................................................... 28 
o nascimento e o primeiro mês de vida 
TEMA 03 .................................................................................................. 47 
a primeira infância e o DESENVOLVIMENTO físico 
TEMA 04 .................................................................................................. 66 
primeira infância: avanço cognitivo e psicossocial 
TEMA 05 .......................................................................................................... 86 
a segunda infância e o DESENVOLVIMENTO físico 
TEMA 06 ................................................................................................ 103 
Segunda infância: avanço cognitivo e psicossocial 
TEMA 07 ................................................................................................ 123 
o olhar para o desenvolvimento psicomotor 
TEMA 08 ................................................................................................ 140 
psicomotricidade: a aprendizagem e os distúrbios 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 3 
 
Apresentação da disciplina 
Seja muito bem-vindo a mais uma disciplina do seu curso de pós-gradu-
ação! Teremos semanas intensas de estudo, crescimento pessoal e pre-
paração profissional. Um psicopedagogo institucional, embora não atue 
diretamente no atendimento a crianças, deve conhecer acerca do desen-
volvimento infantil e há alguns motivos para isso. Em primeiro lugar, os 
espaços escolares são as instituições que mais solicitam o trabalho des-
te profissional, portanto, conhecer o processo de desenvolvimento das 
crianças é uma necessidade da especialidade que ajuda a compreender 
os maiores desafios, avanços e conquistas de cada faixa etária, propician-
do que faça intervenções mais adequadas junto às instituições destinadas 
ao atendimento infanto-juvenil. Outro motivo igualmente significativo é 
que o psicopedagogo institucional deve saber diferenciar o desenvolvi-
mento humano regular de um processo que não esteja progredindo de 
acordo com o esperado. Com o conhecimento específico e olhar aguçado, 
o conhecedor poderá fazer um encaminhamento terapêutico mais asser-
tivo para crianças que apresentam algum tipo de desajuste em termos 
de desenvolvimento físico ou mental. Também é preciso considerar que 
vivemos em uma sociedade cada vez mais inclusiva, e isso tem crescido 
no ambiente empresarial. Pessoas com transtornos de aprendizagem e 
de desenvolvimento estão assumindo cada vez mais postos de trabalho 
e, muitas vezes, o trabalho do psicopedagogo institucional é fundamental 
para uma boa adaptação destes profissionais e para a adequação am-
biental. Por fim, devemos considerar que as dificuldades de aprendiza-
gem que não forem resolvidas em idade escolar tendem a se manifestar 
por toda a vida do indivíduo, portanto onde quer que o psicopedagogo 
institucional atue, pode haver alguém procurando por ajuda. 
A disciplina de Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem tem como 
objetivo principal conhecer pontos importantes do desenvolvimento da 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 4 
 
criança desde a concepção até os primeiros anos escolares, aprofundan-
do os saberes no desenvolvimento psicomotor. 
Para tanto, a disciplina está dividida em seções que compreenderão: a 
concepção, os tipos de parto e o nascimento da criança, os marcos impor-
tantes da primeira infância, abordando o desenvolvimento físico, o cog-
nitivo e o psicossocial, a segunda infância, abordando o desenvolvimento 
cognitivo e o psicossocial. Por fim, tratará do desenvolvimento psicomo-
tor e suas implicações para a aprendizagem, bem como os impactos que 
os distúrbios psicomotores podem causar. 
Desejamos a você excelentes aprendizagens! 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 5 
 
 
 
 
TEMA 01 
A VIDA: CONCEPÇÃO E 
DESENVOLVIMENTO INTRAUTERINO 
Objetivos 
Nesta aula você aprofundará seus conhecimentos acerca 
do surgimento de uma vida humana: a concepção de uma 
criança e seu desenvolvimento enquanto está abrigada no 
útero materno. São objetivos desta etapa: 
• Conhecer os processos biológicos e genéticos da con-
cepção de um ser humano. 
• Distinguir as etapas de desenvolvimento humano 
intrauterino. 
• Estudar algumas anomalias cromossômicas e alguns 
teratógenos que afetam a regularidade do desenvol-
vimento humano. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 6 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 7 
Introdução 
O psicopedagogo institucional desenvolve seu trabalho diretamente com 
seres humanos e, imerso neste contexto, o conhecimento sobre o surgi-
mento da vida e seu desenvolvimento é um fator diferencial relacionado 
às suas competências. Todos os seres humanos passam por um processo 
de concepção e desenvolvimento intrauterino, e é isso o que vamos estu-
dar nesta aula. 
Nos momentos iniciais da vida, quando ocorre a junção dos gametas fe-
minino e masculino, a carga genética do bebê está definida: a cor dos 
olhos, a cor do cabelo, tipo sanguíneo, entre outros aspectos constituintes 
do indivíduo. Porém, alguns fatores podem exercer influência neste de-
senvolvimento, tais como medicamentos ingeridos pela mãe e exposição 
a substâncias nocivas. Este conhecimento permite que o especialista na 
área de psicopedagogia possa tomar as ações mais assertivas em proces-
sos de intervenção. Veja apenas um exemplo: a síndrome de Down (SD) é 
uma alteração genética que compromete o desenvolvimento cognitivo de 
uma criança. O que ocorreu para que esta criança nascesse com esta par-ticularidade? Quais são as características de uma criança com SD? Quais 
são os limites de aprendizagem de uma criança com SD? Ou melhor, há 
limites? Como o psicopedagogo institucional deve orientar um grupo de 
professores que atende a crianças com esta anomalia? Basta passar mais 
lição de casa? É preciso adaptar o material didático? Quais as melhores 
técnicas e abordagens para desenvolver a aprendizagem desta criança? 
Veja bem, o profissional não atenderá a criança diretamente, mas pode 
ser que tenha a incumbência de preparar os professores da escola para 
este atendimento, realizando neste caso um processo de intervenção jun-
to a educadores. 
A leitura apresentada a seguir guiará sua aprendizagem pelo fascinante 
universo da geração da vida humana, abordando conceitos da embriologia, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
da genética, de saúde e de desenvolvimento cognitivo durante os nove 
meses de uma gestação. 
Você fará grandes descobertas! 
Desejamos que você tenha uma feliz aprendizagem! 
1. O começo da vida: a fecundação 
Você já deve ter estudado um pouco sobre o nascimento de um bebê e 
como a concepção ocorre. Optamos nesta seção por retomar este con-
teúdo para esclarecer dúvidas e pontuar as descobertas biológicas e 
genéticas acerca deste processo. Enfim, e com o perdão do trocadilho, 
é sempre bom começar pelo começo, não é mesmo? Vamos lá. 
Uma gestação humana dura 38 semanas, podendo variar um pouco 
para mais e um pouco para menos. 
A vida humana surge quando há a junção de duas células (uma femini-
na e uma masculina) bastante específicas e utilizadas apenas para a re-
produção humana, chamadas gametas. Obviamente, a célula feminina 
vem de uma mulher e a masculina, de um homem. O gameta feminino 
é chamado óvulo e o gameta masculino é chamado espermatozoide. 
No método de concepção natural, o homem, ao ejacular, despeja cerca 
de 300 milhões de espermatozoides na vagina da mulher. Os esperma-
tozoides avançam pelo cérvix e pelo útero até atingir a tuba uterina. Se 
houver um óvulo maduro neste momento, ele pode ser fecundado por 
um espermatozoide. Em casos raros, dois espermatozoides fecundam 
o mesmo óvulo, dando origem a dois bebês (gêmeos idênticos). No 
momento da fecundação, a massa de células passa a se chamar zigoto 
e o zigoto inicia seu deslocamento até o útero, processo que dura en-
tre 7 e 14 dias. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSIMILE 
Falamos em método natural de concepção, que ocorre quando 
há relação sexual entre um homem e uma mulher. Existe a pos-
sibilidade de que a fecundação ocorra por inseminação artifi-
cial, isto é, não há relação sexual, o homem deposita seu sêmen 
em um recipiente, de onde é colhido e inserido, via cateter, na 
vagina da mulher, o mais próximo possível do útero. Utiliza-se 
a inseminação artificial quando, por exemplo, há algum proble-
ma com os gametas do homem (neste caso, recorre-se a um 
doador) ou quando a vagina não é um ambiente propício aos 
espermatozoides, entre outras situações. Após a inseminação, 
espera-se que o processo de fecundação ocorra normalmente 
e o zigoto implante-se no útero em até 14 dias. Outra forma 
de fecundação é chamada Fertilização In Vitro (FIV), quando há 
problemas físicos (ausência de trompas, endometriose severa 
e/ou poucos óvulos, por exemplo). Neste caso, retira-se um ou 
mais óvulos da mulher, que são depositados em vidros con-
tendo o sêmen do homem (também pode-se colher o esper-
matozoide com uma agulha e inseri-lo diretamente no óvulo), 
fazendo a fecundação em laboratório. O crescimento do zigoto 
é acompanhado em microscópio e, após alguns dias, o zigoto é 
transferido para o útero materno, onde espera-se que ele ocor-
ra a implantação normal. 
Logo após 24 horas da fecundação, o zigoto inicia a divisão celular, ou 
seja, a pequena massa começa a se dividir em um processo totalmente 
autônomo, ou seja, começa a formação das cerca de 30 bilhões de células 
que comporão o corpo humano adulto. No período em que o zigoto está 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 9 
 
 
 
 
navegando da tuba uterina até o útero, já existem dezenas de células. 
Quando chega no útero, ocorre a implantação. 
PARA SABER MAIS 
Esta pequena animação exibe, inicialmente, um óvulo saindo 
do ovário e se dirigindo à tuba uterina, onde é fecundado 
por um espermatozoide. Enquanto o zigoto se desloca até o 
útero, é possível ver as divisões celulares. Por fim, ocorre a 
implantação no útero. 
BIOMEDICINA SP. A fecundação em 3D – reprodução huma-
na. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lqe-
VYeSCp2I>. Acesso em: 4 ago. 2018. 
É importante, agora, compreender um pouco mais como as característi-
cas do indivíduo são determinadas a partir da fecundação. Falamos acima 
que uma nova vida surge quando um gameta masculino se junta a um 
gameta feminino. Revelamos também que estas células são especiais, pois 
são células sexuais que possuem apenas 23 cromossomos, diferente de to-
das as outras células do corpo, que possuem dois pares de 23 cromossomos 
(46 no total). 
Então, para que a fecundação resulte em uma célula viável, é preciso que 
se juntem os 23 cromossomos do gameta feminino com as 23 do game-
ta masculino, constituindo uma célula cujo núcleo possui 2 pares de 23 
cromossomos (esta célula é o zigoto). A partir da junção destes cromosso-
mos é que se estabelecem as características que o novo ser humano terá, 
uma parte herdada do pai e uma parte herdada da mãe. 
Esses cromossomos incluem toda a informação genética, governando 
não apenas características individuais, como cor do cabelo, altura, forma 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 10 
https://www.youtube.com/watch?v=lqeVYeSCp2I
https://www.youtube.com/watch?v=lqeVYeSCp2I
 
corporal, temperamento e aspectos da inteligência, mas também todas 
aquelas características compartilhadas por membros de nossa espécie, 
tais como padrões de desenvolvimento físico e tendências inatas de vários 
tipos. (BEE; BOYD, 2011, p. 55) 
Assim, durante a fecundação, a carga genética que cada cromossomo traz 
passa a ser combinada (seguindo uma determinada dominância), para 
especificar as características do novo ser. 
Figura 1 | DNA 
Fonte: <https://pt.freeimages.com/photo/dna-1165401>. Acesso em: 4 ago. 2018. 
Este é um filamento de DNA (ácido desoxirribonucleico). Cada cromosso-
mo possui um longo filamento de DNA comprimido, que lhe dá um for-
mato de X. O cromossomo é dividido em sequências menores, chamadas 
genes. São os genes que determinam cada aspecto do organismo. Assim, 
há um gene que determina o tipo sanguíneo, outro para do desenvolvi-
mento do cérebro, outro para a cor dos olhos, etc. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 11 
https://pt.freeimages.com/photo/dna-1165401
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os genes podem ser dominantes ou recessivos. Caso haja um gene do-
minante, ele determina a característica do indivíduo. Para que a caracte-
rística recessiva se manifeste, é preciso que tanto o gene recessivo do pai 
quanto o recessivo da mãe se combinem. 
EXEMPLIFICANDO 
O gene do cabelo liso é recessivo, o crespo é dominante. 
Supondo que haja uma fecundação entre um homem de 
cabelo liso e uma mulher de cabelo crespo, e a criança ve-
nha a nascer com cabelo liso, significa que se juntou um 
gene recessivo do pai e um recessivo da mãe para cabelos 
lisos. Caso a criança nasça com cabelo crespo, significa que 
a o gene dominante da mãe se sobrepôs ao recessivo do 
pai. Pode ocorrer também que a criança nasça com cabelo 
crespo, porém não tão crespo como a mãe. Significa que o 
gene recessivo do pai amenizou o gene dominante da mãe. 
Sardas, cabelo grosso, covinhas, cabelo crespo, miopia, lábios grossos, 
sangue do tipo A e B e cabelo escuro são associados a genes dominan-
tes. Já lábios finos, cabelo fino, cabelo ruivo, cabelo loiro, sangue tipo O 
são associados a genes recessivos (BEE; BOYD, 2011, p. 58). 
Destaforma, doenças de ordem genética são transmitidas hereditaria-
mente, mas isso será abordado no final desta parte. 
Por hora, é importante saber que há características herdadas dos pais 
chamadas genótipo (conjunto de informações contidas nos genes de 
uma pessoa), e características reais observáveis chamadas fenótipo. O 
fenótipo é resultado de três aspectos: o próprio genótipo, as influências 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 12 
 
 
ambientais no momento da concepção (também veremos no final des-
ta aula) e a interação entre o genótipo e as influências interferências 
ocasionadas no decorrer da vida e das aprendizagens. 
EXEMPLIFICANDO 
Uma criança pode ter um genótipo para ser alta, porém a 
falta de nutrição pode impactar o desenvolvimento físico 
da criança. 
Para o psicopedagogo institucional, observar as características herdadas 
e as modificadas pelo ambiente é uma habilidade muito importante no 
processo de avaliação institucional, por exemplo, principalmente quando 
está atuando frente a uma problemática relacionada ao bullying, à inclu-
são de pessoas com deficiência ou transtorno escolar, etc. 
2. A vida intrauterina: quando o bebê cresce e se de-
senvolve 
Os seres humanos dividem a gestação em três trimestres, porém a vida 
intrauterina, também chamada de desenvolvimento pré-natal, é dividida 
em três fases que não se relacionam com os trimestres, e cada fase pré-
-natal tem uma duração diferente. 
Para conhecer os estágios da vida intrauterina ou fases pré-natais, vol-
temos ao processo de fecundação. A primeira fase de desenvolvimento 
intrauterino é chamada de estágio germinal e inicia com a fecundação, 
durando até o momento que o zigoto se implanta no útero. O zigoto é 
uma célula única resultante da união entre gametas masculino e femini-
no, trata-se de estágio anterior ao da divisão celular. Posteriormente, o 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 13 
 
zigoto passa a se chamar blastócito quando se transforma em uma es-
trutura oca que contém cerca de 100 células e inicia o processo de mi-
gração até o útero. No início deste estágio, o zigoto começa o processo 
de divisão celular e vai se deslocando para o útero. Em três dias, o zigoto 
terá o tamanho de uma cabeça de alfinete e passa a se chamar blastócito, 
pois são formadas duas camadas de células em torno do centro: a mais 
externa dará origem às estruturas de suporte à vida durante a gestação 
(placenta, cordão umbilical), enquanto a interna formará o embrião (BEE; 
BOYD, 2011). 
Quando o blastócito chega ao útero, ele encosta na parede uterina e a ca-
mada externa se dissolve, permitindo que pequenas espirais se conectem 
ao tecido uterino, prendendo o blastócito ao útero. Este processo se cha-
ma implantação. A implantação finaliza com cerca de 14 dias de gestação 
e o blastócito já possui cerca de 150 células (BEE; BOYD, 2011). 
Então inicia-se o segundo estágio, chamado embrionário, a partir do mo-
mento que a implantação está completa. A placenta começa a se desenvol-
ver no segundo estágio e é a estrutura muito importante que está comple-
tamente desenvolvida quando se atinge as quatro semanas de gestação. 
Ligada ao sistema circulatório do embrião por meio do cordão umbilical, 
a placenta também serve como um filtro entre o sistema circulatório da 
mãe e o embrião. Nutrientes como oxigênio, proteínas, açúcares e vitami-
nas do sangue materno podem passar para o embrião ou feto; resíduos 
digestivos e dióxido de carbono do sangue do bebê passam para a mãe, 
cujo próprio corpo pode eliminá-los. Ao mesmo tempo, muitas (mas não 
todas) substâncias nocivas, como vírus ou hormônios da mãe, são filtra-
das por serem muito grandes para atravessar as várias membranas da 
placenta. A maioria dos medicamentos e dos anestésicos, entretanto, 
atravessa a placenta, assim como alguns organismos de doença. (BEE; 
BOYD, 2011, p. 61) 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No estágio embrionário, a massa de células chamada blastócito passa a 
ser chamada de embrião. O embrião é suscetível a tudo que possa atra-
vessar a placenta. 
Agora já se formam células rudimentares da pele, os receptores senso-
riais, as células nervosas, os músculos e sistema circulatório, bem como 
os órgãos internos, tais como o pulmão, e os membros começam a se 
distinguir. Com quatro semanas já se pode ouvir o pequeno batimento 
cardíaco. No final do período embrionário, boca, nariz, pálpebra, dedos, 
olhos e orelhas rudimentares já estão presentes, assim como partes do 
sistema nervoso. Também se inicia a secreção ou não do hormônio mas-
culino. Caso seja secretado, o embrião desenvolverá genitália masculina. 
Caso não seja secretado, não desenvolverá a masculina e desenvolverá 
a genitália feminina. Quando as células ósseas começam a se formar, in-
gressa-se no próximo período; o período embrionário dura até a oitava 
semana de gestação. 
O último e mais longo período da gestação chama-se fetal, inicia-se na 9ª 
semana e vai até o final da gravidez. Neste período, o feto desenvolve as 
estruturas necessárias para a vida fora do útero, de forma que todos os 
seus sistemas vão se amadurecendo. Com cerca de 24 semanas de vida, 
se compreende que o nascimento prematuro é viável, ou seja, existem 
boas condições de o bebê sobreviver. 
Na 25ª semana de gestação, o feto é capaz de responder a estímulos so-
noros com manifestações físicas observadas, como mudança de frequ-
ência cardíaca e movimentos corporais. Com cerca de 32 semanas, o feto 
diferencia sons conhecidos de sons desconhecidos. Estudos apontados 
por Bee e Boyd (2011) indicam que é possível observar aprendizagem 
em fetos que tenham sido estimulados com uma breve leitura diária: ao 
serem expostos à mesma leitura após o nascimento, houve mudança 
da frequência cardíaca, indicando que reconheceram o padrão sonoro. 
Outro estudo apresentado pelas autoras comparou o desenvolvimento 
de bebês de seis meses: em grupo estavam os bebês cujas mães tocaram 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
música clássica através de um cinto acoplado com alto-falantes preso ao 
redor da barriga após a 28ª semana de gestação até o nascimento e no 
outro grupo estavam bebês que não participaram da experiência. O gru-
po de bebês que ouviu a música no período fetal apresentou, aos seis 
meses de idade, evolução maior nas habilidades cognitivas e motoras 
do que os outros. 
ASSIMILE 
O estudo sobre o desenvolvimento neural em fetos cresceu 
sobremaneira nos últimos anos. Apesar de o desenvolvi-
mento do sistema nervoso ocorrer ao longo de toda a ges-
tação, há um pico de desenvolvimento neural que ocorre 
entre a 10ª e a 18ª semanas, quando os neurônios se pro-
liferam em grande número. Também se descobriu que en-
tre as semanas 13 e 21, os neurônios migram para regiões 
especializadas no cérebro, onde permanecerão por toda a 
vida. É possível afirmar que o desenvolvimento neural está 
ocorrendo bem quando se observa que o feto tem perío-
dos de atividade e de repouso, e boceja para sinalizar que 
está entrando no período de repouso. Descobriu-se tam-
bém que as ramificações dos neurônios podem ser preju-
dicadas por influências ambientais, tais como subnutrição 
materna e problemas de mal funcionamento da placenta 
(BEE; BOYD, 2011). 
Como você viu, as etapas do desenvolvimento intrauterino são três (gemi-
nal, embrionário e fetal) e são contabilizadas de forma diferente dos perí-
odos trimestrais que pontuam a gravidez. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 16 
 
 
 
 
 
PARA SABER MAIS 
Recomendamos a leitura do capítulo três do livro a seguir, 
que aborda em detalhes o processo de concepção, desenvol-
vimento genético e desenvolvimento intrauterino de bebês: 
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 
Porto Alegre: AMGH, 2013. 
Vamos agora conhecer um pouco acerca dos problemas que podem ocor-
rer no desenvolvimento intrauterino. 
3. Alteraçõesno desenvolvimento intrauterino: cau-
sas genéticas, cromossômicas e os teratógenos 
Basicamente, há três causas que afetam o desenvolvimento regular do 
embrião ou feto: a) transtornos genéticos, b) erros cromossômicos e c) 
teratógenos. 
3.1 Transtornos genéticos 
Algumas doenças ocorrem devido a mutações nos genes: anemia fal-
ciforme, distrofia muscular de Duchene, doença de Huntington, fenil-
cetonúria, fibrose cística, hemofilia A, talassemia, pressão sanguínea 
alta, esquizofrenia, albinismo, síndrome do X-frágil, daltonismo, alguns 
tipos de diabetes, alguns tipos de câncer, entre outros. 
Nem toda doença genética é hereditária, isto é, transmitida dos geni-
tores para seus filhos. Uma doença genética indica que houve um erro 
no material de DNA, algum tipo de distúrbio. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 Erros cromossômicos 
No momento da fecundação, juntam-se no núcleo do zigoto os 23 cro-
mossomos do pai com os 23 cromossomos da mãe, contabilizando os 
46 cromossomos. Quando ocorre um erro cromossômico, a probabi-
lidade de vida é muito pequena, já que o transtorno é extremamente 
grave, e o zigoto ou embrião não tem condições de vida. Normalmente, 
ocorre um aborto espontâneo em casos de erros cromossômicos. 
Um erro cromossômico ocorre devido a alterações na estrutura de um 
cromossomo, que pode ser a perda de uma parte, a inversão de partes, 
ausência ou excesso de cromossomos. 
As anomalias cromossômicas mais conhecidas são: 
• Trissomias, que incluem: síndrome de Down (trissomia 21), síndro-
me de Edward (trissomia 18), síndrome de Patau (trissomia 13), 
síndrome de Warkany (trissomia 8), entre outras. 
• Anomalias no cromossomo sexual: síndrome de Klinefelter, padrão 
XXY, síndrome de Turner, triplo X. 
3.3 Teratógenos 
São fatores ambientais, isto é, externos ao embrião ou feto, mas que 
alteram seu desenvolvimento. Os teratógenos relacionados a doen-
ças são extremamente perigosos para a vida intrauterina e os mais 
comuns são: 
• Rubéola: vírus que pode ocasionar surdez, catarata e defeitos 
cardíacos. Por este motivo deve-se vacinar todas as crianças con-
forme o calendário de vacinas de cada país. 
• HIV/AIDS: o vírus da imunodeficiência humana ataca o sistema 
imunológico, ou seja, o indivíduo não consegue se proteger con-
tra vírus e infecções, que passam a agir livremente no corpo. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embriões e fetos podem ser contaminados com o HIV tanto na 
vida intrauterina quanto no momento do parto. 
• Citomegalovírus: na vida intrauterina, pode causar deficiência 
mental, surdez e invalidez. 
• Outras doenças sexualmente transmissíveis (DST): herpes, sífilis 
e gonorreia são gravíssimas e podem afetar o cérebro do bebê, 
os olhos e a audição. 
• Doenças crônicas da mãe: lúpus, doença cardíaca, diabetes, 
desequilíbrio hormonal e epilepsia: podem ocasionar atraso no 
desenvolvimento. 
Os teratógenos ambientais também ocasionam danos severos. Tratam-se 
de substâncias encontradas no meio ambiente, no local de trabalho e até 
mesmo em casa. São eles: 
• Mercúrio: encontrado em clínicas dentárias e em peixes contamina-
dos pela poluição ambiental em oceanos. 
• Chumbo: em alguns tipos de tinta. 
• Arsênico: encontrado em poeira de madeira serrada. 
• Gases anestésicos: encontrados em consultórios médicos e dentá-
rios, bem como em hospitais e centros cirúrgicos. 
• Solventes: álcool e solventes de tintas. 
É preciso também deixar de consumir carne malpassada, pois pode con-
ter parasitas, bem como evitar manipular fezes de animais pelo mesmo 
motivo. Parasitas são teratógenos. 
Os teratógenos do tipo drogas também afetam o embrião/feto, normal-
mente com transtornos leves de aprendizagem e problemas comporta-
mentais, promovendo uma tendência ao sujeito de consumir drogas. São: 
• Fumo: pode causar dano genético em qualquer etapa do 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 19 
 
 
 
 
desenvolvimento do feto, traz baixo-peso, suscetibilidade a infec-
ções respiratórias, bem como asma e infecções de ouvido. Estudos 
apontados por Bee e Boyd (2011) sugerem que o TDAH pode estar 
associado ao consumo de fumo por mulheres durante a gravidez. 
• Bebida: o consumo de bebida durante a gravidez afeta o embrião e 
o feto. Mulheres alcoólicas geralmente terão bebês menores que o 
esperado, apresentam cérebros menores e anomalias físicas carac-
terísticas, tais como nariz achatado e longo espaço entre nariz e 
boca, além de problemas cardíacos. É chamada Síndrome Alcoólica 
Fetal (SAF). Mesmo dois copos de vinho por dia durante a gravidez 
podem causar transtornos em bebês, portanto não existe um limite 
seguro para a ingestão de bebida alcóolica durante a gestação. 
LINK 
O acesso a bebida alcoólica é relativamente mais simples 
do que o consumo de outras drogas, portanto é um dos te-
ratógenos mais estudados pela comunidade médica. Para 
compreender mais sobre a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) e 
outros transtornos ocasionados pela exposição do feto ao 
álcool, leia o estudo brasileiro: 
FREIRE, T. de M. et al. Efeitos do consumo de bebida alcoóli-
ca sobre o feto. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. Rio de Janeiro, v. 
27 n. 7, jul./2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scie-
lo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032005000700002>. 
Acesso em: 4 ago. 2018. 
• Cocaína: fetos expostos a cocaína podem nascer prematuramente 
e com menor peso do que o esperado, e pode causar anomalias 
neurológicas. Alguns bebês, ao nascerem, apresentam síndrome 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 20 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032005000700002
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032005000700002
 
 
 
 
 
 
 
 
 
de abstinência, como irritabilidade, inquietação, choro agudo, tre-
mores e níveis de responsividade mais baixos. Posteriormente, em 
idade escolar, as crianças expostas à cocaína durante o período de 
desenvolvimento intrauterino podem apresentar vocabulário redu-
zido, desenvolvimento motor e cognitivo atrasados, baixo controle 
dos impulsos, chegando a necessitar de apoio da educação especial. 
• Maconha: fetos expostos à maconha durante a gravidez são, em 
média, menores quando nascem e, conforme Bee e Boyd (2011), 
há estudos que apontam que a maconha afeta o desenvolvimento 
cerebral, apontando também que bebês, ao nascerem, sofrem de 
tremores e insônias, bastando que a ingestão de maconha tenha 
ocorrido apenas duas vezes por semana durante a gestação. 
• Heroína: tanto o consumo da heroína quanto o da metadona (utili-
zada para tratar a dependência da heroína) estão associados aborto, 
parto prematuro e morte prematura de bebês. Os bebês também 
nascem dependentes da droga e apresentam choro agudo e os 
demais sintomas de abstinência até os quatro meses de idade. 
Os teratógenos associados a fatores maternos podem afetar o desenvol-
vimento intrauterino. Tratam-se de remédios, doenças maternas, poluen-
tes e aspectos emocionais. Estes são alguns: 
• Medicamentos: os médicos são contrários ao uso de medicamentos 
durante a gravidez, porém há alguns que não podem ser interrom-
pidos, tais como: epilepsia, condições cardíacas, asma, transtornos 
psiquiátricos. Toda a medicação deve ser acompanhada tanto pelo 
médico quanto pelo obstetra. 
• Subnutrição e obesidade: relacionada ao parto de natimorto, baixo 
peso e morte do bebê no primeiro ano de vida. É preciso ingerir a 
quantidade adequada de ácido fólico, pois a ausência desta substância 
está relacionada a defeitos de formação do tubo neural. O consu-
mo de calorias durante a gestação deve ser acrescido, recomenda-se 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
que a mãe ingira mais 300 calorias durante o período de gesta-
ção. A obesidade pré-gestacional e durante a gestação também 
é um teratógeno, poisestá associada a bebês com defeitos no 
tubo neural. 
• Idade da mãe: uma gravidez após os 35 anos inspira atenção. Uma 
gravidez na adolescência também. Em ambos os casos, riscos 
de nascimento prematuro, bebês com baixo peso. Em mulheres 
mais velhas há uma maior incidência de nascimentos de bebês 
com síndrome de Down. 
• Estresse e estado emocional: são estudos mais difíceis de conduzir, 
porém mães submetidas ao estresse ou fortemente angustiadas 
parecem ter bebês com menor peso do que o esperado, bem 
como com leves alterações na taxa cardíaca a nas taxas de res-
ponsividade – mas isso ainda não está claro para a comunidade 
científica. 
Como você viu, a gestação é um período de cuidados e atenção, que 
exige acompanhamento médico tanto para a mãe quanto para o bebê. 
As situações decorrentes do processo gestacional impactarão a vida do 
ser humano por toda a sua existência. 
QUESTÃO PARA REFLEXÃO 
Como o conhecimento em genética, embriologia e vida intrauterina 
pode potencializar sua ação e suas colocações enquanto profissional? 
Os aspectos biológicos que você acabou de descobrir agora ou que 
apenas reviu podem influenciar positiva ou negativamente o seu traba-
lho? Como conduziria um caso de inclusão escolar de uma criança com 
síndrome de Down ou com Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) na escola em 
que trabalha como psicopedagogo institucional, por exemplo? Quais 
são as sutilezas e as ações preventivas da Psicopedagogia Institucional 
relacionadas a esta situação? 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Considerações finais 
• A vida humana tem início com o processo de fecundação, quando uma 
célula sexual masculina (gameta masculino = espermatozoide) se asso-
cia a uma célula sexual feminina (gameta feminino = óvulo). É gerado 
um zigoto, com carga genética que provém tanto da mãe quanto do 
pai. As características do novo indivíduo serão determinadas pela com-
binação e pela dominância ou recessão dos genes dos progenitores. 
• O desenvolvimento da vida intrauterina é dividido em três etapas: fase 
germinal (inicia com a fecundação e encerra-se com a implantação do 
blastócito no útero), fase embrionária (inicia com a implantação e dura 
até a 8ª semana da gravidez: neste período se forma o blastócito se 
transforma em um embrião, cujas células especializadas começam a 
se formar e dão origem estruturas humanas rudimentares), e a fase 
final, chamada fetal (inicia-se na 9ª semana e dura até o final da gesta-
ção, o embrião passa a ser chamado de feto e há enorme crescimento 
de tecidos e órgãos que serão necessários para a sustentação da vida 
fora do útero. 
• Podem ocorrer problemas no desenvolvimento intrauterino, os proble-
mas de ordem biológica do embrião/feto são chamados de transtornos 
genéticos, por exemplo, alguns genes que sofreram mutação, o que 
ocasiona algum tipo de doença, como anemia falciforme, distrofia 
muscular de Duchene, doença de Huntington, fenilcetonúria, fibrose 
cística, hemofilia A, talassemia, pressão sanguínea alta, esquizofrenia, 
albinismo, síndrome do X-frágil, daltonismo, alguns tipos de diabetes, 
alguns tipos de câncer, entre outros. Há também problemas que afe-
tam os cromossomos, chamados de erros cromossômicos (ocasionam, 
por exemplo, as trissomias). 
• Fatores ambientais também podem influenciar negativamente o desen-
volvimento do embrião/feto, tais como: doenças (rubéola, HIV/AIDS, 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
citomegalovírus, DST e doenças crônicas da mãe), contato da mãe com 
substâncias ambientais que atravessam a placenta (mercúrio, chum-
bo, arsênico, gases anestésicos, solventes), ingestão de drogas, bebidas 
alcóolicas e fumo (maconha, cocaína, heroína e metadona, cigarro, cha-
ruto e bebidas alcoólicas, sendo que os efeitos da ingestão de álcool foi 
bastante estudado, e se descobriu a existência de uma síndrome que 
acomete os bebês que foram gestados por mulheres alcoólicas, a SAF 
– Síndrome Alcoólica Fetal) e fatores maternos (medicamentos ingeri-
dos, subnutrição, obesidade, idade da mãe, estresse e estado mental). 
• Obviamente, evitando os teratógenos e investindo em qualidade nutri-
cional e saúde mental da genitora, a probabilidade de a criança ter 
um nascimento regular e com boas potencialidades cognitivas e físi-
cas é maior. 
• O psicopedagogo institucional que tem conhecimento sobre o desen-
volvimento embrionário e fetal possui mais ferramentas para realizar 
um bom diagnóstico e intervenção institucionais. Precisa considerar 
que também pode vir a trabalhar em institutos especializados de aten-
dimento a crianças portadoras de síndromes e transtornos. 
Glossário 
• Célula: uma unidade microscópica e funcional de seres huma-
nos. Um ser humano tem cerca de 10 trilhões de células em seu 
organismo. 
• Hereditário: transmitido dos pais aos filhos por herança 
genética. 
• Teratógeno: fatores ambientais (não genéticos) que causam da-
nos no embrião ou feto, tais como substâncias e medicamentos 
que atravessam a placenta, bem como eventos (acidentes, etc.). 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• TDAH: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, 
transtorno de origem neurobiológica, aparece na infância e 
acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Causa desatenção, 
hiperatividade e impulsividade. 
• Responsividade: capacidade de dar resposta frente a estímu-
los; é uma das avaliações feitas quando o bebê nasce e durante 
seu desenvolvimento. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
TEMA 01 
1. Após a fecundação, unem-se os cromossomos do pai e 
os cromossomos da mãe, dando origem ao zigoto. É a 
carga genética dos cromossomos do pai e da mãe que 
definirão as características do novo ser. Em células nor-
mais, quantos cromossomos possui cada gameta (es-
permatozoide e o óvulo)? 
a) 21. 
b) Trissomia 21. 
c) 23. 
d) 46. 
e) 30 trilhões. 
2. O desenvolvimento uterino ocorre em 3 fases. Assinale a al-
ternativa que traz as três fases na ordem correta de evolução: 
a) Fetal, embrionária, germinal. 
b) Fetal, germinal, embrionária. 
c) Embrionária, fetal, germinal. 
d) Germinal, embrionária, fetal. 
e) Germinal, fetal, embrionária. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 25 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
3. Os fatores externos que podem ocasionar transtornos no 
desenvolvimento intrauterino são chamados de: 
a) Teratógenos. 
b) Tetratógenos. 
c) Trissomia. 
d) Transtornos genéticos. 
e) Erros cromossômicos. 
Referências Bibliográficas 
BEE, H.; BOYD, D. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
BIOMEDICINA SP. A fecundação em 3D – reprodução humana. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=lqeVYeSCp2I>. Acesso em: 4 ago. 2018. 
FREIRE, T. de M. et al. Efeitos do consumo de bebida alcoólica sobre o 
feto. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. Rio de Janeiro, v. 27,  n.7,  jul./2005. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ 
arttext&pid=S0100-72032005000700002>. Acesso em: 4 ago. 2018. 
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: AMGH, 2013 
Gabarito - Tema 1 
Questão 1 
Resposta correta: C 
Cada gameta (espermatozoide e óvulo) possui 23 cromossomos 
que, ao se unirem na fecundação, dão origem aos 46 cromossomos 
regulares que compõem o núcleo da célula. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 26 
https://www.youtube.com/watch?v=lqeVYeSCp2I
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032005000700002
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032005000700002
 
Questão 2 
Resposta correta: D 
O desenvolvimento da vida intrauterina é dividido em três etapas: fase 
germinal (inicia com a fecundação e encerra-se com a implantação 
do blastócito no útero), fase embrionária (inicia com a implantação e 
dura até a 8ª semana da gravidez: neste período se formao blastócito 
se transforma em um embrião, cujas células especializadas começam 
a se formar e dão origem estruturas humanas rudimentares), e a 
fase final, chamada fetal (inicia-se na 9ª semana e dura até o final 
da gestação, o embrião passa a ser chamado de feto e há enorme 
crescimento de tecidos e órgãos que serão necessários para a 
sustentação da vida fora do útero). 
Questão 3 
Resposta correta: A 
Os teratógenos são fat ores ambientais, isto é, externos ao embrião 
ou feto, mas que alteram seu desenvolvimento. São substâncias, 
particularidades maternas, medicações, subnutrição ou estresse 
e saúde mental que podem ocasionar má formação, baixo peso, 
transtornos e outros problemas ao bebê. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 27 
 
 
 
 
 
TEMA 02 
O NASCIMENTO E O PRIMEIRO MÊS DE 
VIDA 
Objetivos 
Após compreender a origem da vida humana e como as 
características dos indivíduos são constituídas a partir da 
fecundação e os aspectos que podem influenciar o desen-
volvimento intrauterino, chegou o momento de conhecer 
o que acontece com o bebê a partir do nascimento. Assim, 
são objetivos deste tema: 
• Estudar o processo de nascimento do ser humano. 
• Distinguir os tipos de parto. 
• Conhecer o desenvolvimento do neonato, ou seja, 
o desenvolvimento do bebê ao longo do primeiro 
mês de vida. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 28 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 29 
Introdução 
O primeiro mês de vida do bebê é um período muito rico e muito com-
plexo em termos de desenvolvimento. Há, sem dúvida, uma gigantesca 
maturação do aspecto físico e biológico do corpo do bebê que é acom-
panhado pelo desenvolvimento cerebral e cognitivo. Tudo tem início com 
o parto, momento em que o bebê se prepara para vir ao mundo. Nesta 
etapa, você irá inteirar-se acerca dos marcos que sinalizam a chegada 
do bebê até o momento do parto. Conhecerá e distinguirá os tipos de 
parto também. 
Ao final desta Leitura Fundamental, você terá contato com o processo de 
desenvolvimento físico e biológico do bebê, ou seja, como seu corpo está 
se desenvolvendo, o que se espera que aconteça em termos de desenvol-
vimento do bebê e também sobre o que ocorre em relação ao progresso 
mental, tais como a criação de sinapses e os impactos na evolução cogni-
tiva e afetiva de bebês. 
O primeiro mês de vida marca muitas conquistas e um intenso processo 
de relacionamento do bebê com as pessoas que cuidam dele, permitindo, 
desde então, refletir sobre o desenvolvimento psicológico dos pequenos. 
O psicopedagogo institucional que atua em organizações instituições vol-
tadas ao atendimento a seres humanos, tais como escolas, hospitais, or-
ganizações de terceiro setor, entre outras, precisa conhecer o desenvolvi-
mento regular de seres humanos para que possa estabelecer as melhores 
práticas de diagnóstico e intervenção psicopedagógicas, possibilitando, 
assim, que se estruturem caminhos mais favoráveis para o desenvolvi-
mento do público atendido pela instituição. 
O estudo sobre o desenvolvimento de bebês é muito farto e facilmente 
encontra-se material sobre este assunto. É preciso que você fique atento 
para selecionar os materiais adequados e corretos. O senso comum e as 
experiências pessoais raramente são as melhores fontes de estudo para 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
estruturar o trabalho do psicopedagogo institucional. Por este motivo, 
procure sempre instruir-se estudar a partir de fontes confiáveis e cienti-
ficamente comprovadas. O seu trabalho envolve muita responsabilidade, 
afinal você trata de vidas! 
Bons estudos! 
1. Nascimento: chegou a hora! 
O nascimento de um bebê é um marco na história da família. O momento 
exato do nascimento depende da maturação do feto. Quando tudo está 
pronto, ou seja, o bebê está em condições de sobreviver fora do útero, si-
nais são enviados ao cérebro da mãe para que se processe o nascimento. 
Por volta de seis semanas antes do nascimento, o feto bebê faz uma rotação 
(vira) no útero e se posiciona com a cabeça para baixo e os pés para cima. 
Algumas vezes, essa movimentação ocorre apenas algumas horas antes do 
nascimento. Por volta de 36 semanas, o bebê se encaixa na cavidade pélvi-
ca, indicando que está em posição de nascimento para o parto conhecido 
como normal. Observa-se, muitas vezes o rebaixamento da barriga da mãe 
e o colo do útero inicia a dilatação suavemente. Às vezes, a dilatação do 
colo do útero para a passagem do bebê ocorre apenas antes do parto. 
Muito bem, estas são as condições gerais para o nascimento de um bebê 
via o parto normal, mas quando essas condições não se apresentam ou há 
algum outro fator de complicação, é possível se optar pelo parto cirúrgico. 
Vamos explorar as duas opções um pouco mais, para que você possa com-
preender tanto o processo quanto as decorrências de cada uma das opções. 
O parto normal é assim chamado porque ocorre de forma natural por vias 
do próprio corpo da mulher. Ou seja, o corpo da mulher desenvolve um 
processo de expulsão do feto, que percorrerá o canal vaginal até o mundo 
exterior. Este tipo de parto normal é sempre o mais indicado, da mesma 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 30 
 
 
 
 
forma que se indica que o mesmo parto ocorra em hospital, devido à as-
sistência que mãe e bebê possam precisar durante e após o nascimento. 
Em condições normais, o trabalho de parto demora entre 8 e 20 horas, e 
a mãe pode tomar analgésicos para controle da dor e para estimulá-lo. 
O parto natural possui três etapas (PAPALIA; FELDMAN, 2013): 
1. Dilatação e esvaecimento: o colo do útero se abre (dilatação) e se 
achata (esvaecimento) para que o bebê possa passar, a dilatação 
deve atingir 10 centímetros; no final deste estágio, a bolsa amniótica 
rompe (a bolsa amniótica fica dentro do útero, recheada de líquido 
no qual o bebê está imerso – você estudou isso no Tema 1). 
2. Parto: a mulher sente o impulso de “empurrar” o bebê, ou seja, sen-
te a necessidade de força-lo a sair, portanto, começa a fazer força 
neste sentido. A cabeça do bebê começa a aparecer, e o corpo faz 
uma torção e, então, ele sai totalmente do corpo materno. O médico 
corta e fecha o cordão umbilical. 
3. Dequitação: ocorre de forma rápida bem ao final do parto, quando 
a placenta é liberada. 
ASSIMILE 
O parto natural apresenta menor risco de infecções para a 
mãe e o bebê. Além disso, para a genitora a liberação de hor-
mônios durante o parto favorece a produção de leite ma-
terno e o útero volta mais rapidamente ao seu tamanho na-
tural. Ela também tende a se recuperar mais rápido. Para o 
bebê é muito vantajoso, pois ao passar pelo canal vaginal, os 
líquidos que preenchem o pulmão do bebê são expulsos, ele 
demonstra mais atividade ao nascer e mais receptividade ao 
toque. Ao passar pelo canal vaginal, o bebê tem sua primeira 
experiência de contato em sua pele, o que lhe permite ser 
mais receptivo aos toque de médicos e enfermeiras. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recomenda-se um parto cirúrgico (conhecido como cesáreo ou secção 
cesariana ou, ainda, secção-c) quando ocorrem alguns fatores: 
• Sofrimento fetal, em que o bebê está pronto para o parto. Muitas 
vezes passou do momento ideal, mas o corpo da mãe não entrou 
em trabalho de parto. 
• Trabalho de parto que ultrapassa 20 horas e não progride conforme 
o esperado. 
• Feto muito grande para passar pelo canal vaginal. 
• Gravidez gemelar. 
• Quando o bebê não virou, ainda há boas opções neste caso em ter-
mos de parto natural. O médico pode fazer movimentos para que o 
bebê vire e encaixe durante o trabalho de parto, e ainda pode ocor-
rer o parto em posição invertida. 
• Condição do bebê que exige atenção imediata, hidrocefalia, 
algum órgão do bebê que se desenvolveu para fora de seu corpo, 
por exemplo. 
• Bebê com baixo peso, cujo esforço de nascimento pode ser compro-
metedor para suas estruturas. 
• Deslocamento oumal posicionamento da placenta. 
• No caso de o cordão umbilical sair primeiro, pode indicar que não 
há dilatação suficiente e o bebê ser enforcado no útero. 
• Quando a mãe possui uma doença infectocontagiosa (AIDS, HPV, 
herpes, por exemplo. 
• Quando a mãe possui problemas cardíacos, pressão alta, proble-
mas pulmonares ou problemas psiquiátricos, por exemplo. 
• Quando a mãe já fez mais de duas cesáreas. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 32 
 
 
Segundo Bee e Boyd (2011), o parto cesáreo consiste em realizar incisões 
nas paredes abdominal e uterina, de forma a retirar o bebê pela barriga. É 
necessária a administração de algum tipo de anestesia – também se pode 
tomar anestesia no parto normal. 
Como se trata de uma cirurgia, há riscos de infecção, de reações alérgicas 
à anestesia, de lesões acidentais a órgãos da mãe e do bebê e perda de 
sangue em excesso. No pós-parto, se requer cuidado com a cicatrização 
dos pontos que fecham as incisões. 
ASSIMILE 
O parto cirúrgico (cesárea) é necessário sempre que há risco 
para mãe e bebê. O médico é o mais apto e deve decidir so-
bre a melhor forma de realizar o parto. 
Sendo um parto normal ou cesáreo, o atendimento ao bebê recém-nas-
cido é o mesmo: realização do teste chamado Apgar. O resultado deste 
teste é muito importante para compreender a saúde do neonato. 
O teste Apgar recebe este nome em homenagem à médica Virgina Apgar, 
que o criou na década de 1950. Consiste em avaliar cinco aspectos espe-
cíficos do bebê e atribuir uma nota de 0 a 2 para cada um: 
Quadro 1 | Avaliação Apgar do neonato 
Aspectos do bebê a 
serem observados 
Escore 1 min 
5 
min 
0 1 2 
Taxa cardíaca Ausente <100/min >100/min 
Taxa respiratória Sem respiração 
Choro fraco 
e respiração 
superficial 
Choro forte e 
respiração regular 
Tônus muscular Flácido Alguma flexão das extremidades Bem flexionado 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 33 
 
 
Resposta a 
estimulação dos pés Nenhuma Algum movimento Choro 
Coloração 
da pele Azul pálido 
Corpo rosa, 
extremidades azuis 
Completamente 
rosa 
Total 
Fonte: adaptado de Bee e Boyd (2011, p. 90). 
Ao nascer, atribui-se uma nota ao bebê de acordo com o Quadro 1 acima. 
A medida é realizada novamente após cinco minutos. Um total de núme-
ro sete ou superior indica que o bebê não corre risco. Caso o total obtido 
seja inferior a sete, o bebê ficará em monitoramento por, pelo menos, 
vinte minutos, sendo reavaliado a cada cinco minutos, até que os níveis 
se estabilizem. Nestes casos, pode ser que o bebê necessite de suporte à 
respiração. Um total igual ou inferior a três indica que o bebê se encontra 
em condições críticas e precisa de intervenção imediata. A maior parte 
dos bebês com escores baixos costuma evoluir bem, sem fatores críticos 
ao seu desenvolvimento posterior. Normalmente os bebês evoluem em 
seu escore atingindo a nota 9-10 na avaliação realizada após cinco minu-
tos de nascimento. 
LINK 
O artigo apresentado aqui trata da avaliação Apgar em mais 
profundidade, exemplificando como a medida é realizada 
em hospitais e os procedimentos adotados em função dos 
escores obtidos pelos bebês. 
ERMEL, A. C.; GRAVE, M. T. Q. O Índice de Apgar em be-
bês recém-nascidos em um hospital de pequeno porte de 
um município do Vale do Paranhana. Revista Destaques 
Acadêmicos, ano 3, n. 3, 2011 (CCBS/UNIVATES). Disponível 
em: <www.univates.br/revistas/index.php/destaques/arti-
cle/view/107/105>. Acesso em: 14 ago. 2018. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 34 
http://www.univates.br/revistas/index.php/destaques/article/view/107/105
http://www.univates.br/revistas/index.php/destaques/article/view/107/105
 
 
 
 
 
 
 
Outro teste realizado em recém-nascidos é a Escala de Avaliação 
Comportamental de Neonatal de Brazelton, que avalia a resposta dos neo-
natos (portanto, ao longo de um período maior) a uma série de estímulos, 
incluindo reflexos, tônus muscular, alerta, como se comporta em momentos 
de aconchego, adaptação ao lar, capacidade de acalmar, de se aquietar após 
estímulos e de se consolar após ficar irritado. Tanto o Escore Apgar quanto a 
Escala de Brazelton são importantes medidas para o diagnóstico de crianças 
que possam ter problemas neurológicos significativos. 
Há complicações no parto que podem levar a criança a ter comprome-
timentos neurológicos. A anoxia é uma dessas complicações e significa 
que faltou oxigênio suficiente para manter o cérebro em perfeito fun-
cionamento. A ausência do oxigênio ocorre quando o cordão umbilical é 
comprimido ao ponto de não permitir a troca gasosa entre mãe e bebê. 
Às vezes isso ocorre no momento do parto. Também ocorre anoxia se o 
cordão umbilical não estiver funcionando adequadamente, ou seja, não 
consegue manter o suprimento de oxigênio necessário ao bebê. A anoxia 
está associada aos casos de paralisia cerebral e deficiência intelectual, 
mas nem todo bebê que sofreu anoxia terá uma dessas consequências, 
tudo depende do tempo em que houve a privação do oxigênio. 
Todo nascimento prematuro ou ainda um nascimento a termo em que o 
bebê esteja com baixo peso, precisa ser acompanhado mais intensamen-
te, pois podem estar associados a falecimento e incapacidade futura. 
PARA SABER MAIS 
Considera-se entre 3 quilos e 5 quilos o peso adequado para 
o bebê que nasce. Bebês que pesam menos de 2,5 quilos ao 
nascer são considerados bebês com baixo peso. Com menos 
de 1,5, são chamados bebês com peso muito baixo e abaixo 
de 1 quilo, peso ao nascer extremamente baixo. Quanto mais 
o bebê pesar no nascimento, mais chance tem de sobreviver 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 35 
 
 
 
 
 
e desenvolver-se normalmente. As causas do baixo peso ao 
nascer estão associadas a: prematuridade, gravidez múlti-
pla (gemelar), pré-eclâmpsia, consumo de drogas, fumo ou 
bebidas alcoólicas durante a gravidez, desnutrição materna, 
insuficiência placentária, infecções congênitas (HIV, citome-
galovírus, herpes, etc.), entre outras. 
2. O bebê em seu primeiro mês de vida 
As quatro primeiras semanas de vida do ser humano é chamado período 
neonatal, e aspectos importantes relativos ao desenvolvimento do bebê 
podem ser observados. 
Hoje já se reconhece a importância dos primeiros contatos físicos com o 
bebê. Ao nascer, o pequeno é manipulado por médicos e enfermeiros e o 
mais rapidamente possível é entregue à mãe ou pai. O contato físico cari-
nhoso e acolhedor propiciarão o desenvolvimento de relações vinculares 
posteriormente. 
Bebês não são criaturas fáceis de se compreender, mas a atenção ne-
onatal já evoluiu muito nesse sentido. Descobriu-se, por exemplo, que 
os bebês nascem com uma série de reflexos que desaparecem pos-
teriormente, chamados reflexos primitivos. A existência de reflexos 
específicos indica que há uma comunicação saudável entre o tronco 
encefálico (que coordena os movimentos do corpo e recepção de estí-
mulos) e a medula espinhal, e demonstra que o bebê possui habilida-
des físicas importantes que irão se desenvolver, tais como: caminhar, 
segurar e alcançar objetos. 
Veja no quadro abaixo os reflexos de um recém-nascido: 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 2 | Reflexos humanos primitivos 
Reflexo Estimulação Comportamento do bebê 
Idade 
típica 
de apareci-
mento 
Idade típica 
de desapare-
cimento 
Moro O bebê é derrubado
1 ou 
ouve um estampido. 
Estica pernas, braços e 
dedos; curva-se e joga 
a cabeça para trás. 
7º mês 
de gestação 3 meses 
Darwiniano 
(preensão) 
Acaricia-se a palma 
da mão do bebê. 
Fecha o punho com 
força; pode ser erguido 
se ambos os punhos 
agarrarem um bastão. 
7º mês 
de gestação 4 meses 
Tônico 
assimétrico 
do pescoço 
Deita-se o bebê de costas. 
Vira a cabeça para o 
lado, assume posição 
de “esgrimista”, estende 
braços e pernas para o 
lado preferido e flexiona 
os membros opostos. 
7º mês 
de gestação 5 meses 
Babkin 
Acariciam-se ao mesmo 
tempoambas as palmas 
das mãos do bebê. 
Abre a boca, fecha 
os olhos, flexiona o 
pescoço, inclina a 
cabeça para frente. 
Nascimento 3 meses 
Babinski Acaricia-se a planta do pé do bebê. 
Abre os dedos dos pés em 
leque; o pé se retorce. Nascimento 4 meses 
Sucção Toca-se os lábios, gengivas ou palato do bebê. 
Inicia automaticamente 
o movimento de sucção. Nascimento 9 meses 
Marcha 
automática 
Segura-se o bebê por 
baixo dos braços, com os 
pés descalços tocando 
uma superfície plana. 
Faz movimentos 
semelhantes ao de uma 
caminhada coordenada. 
1 mês 4 meses 
Natatório 
O bebê é colocado 
na água com o rosto 
voltado para baixo. 
Faz movimentos 
natatórios coordenados. 1 mês 4 meses 
Fonte: Papalia e Feldman (2013, p. 156). 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 37 
 
Os testes reflexivos são conduzidos por pediatras e especialistas em 
bebês. São importantes porque podem ser indicadores de problemas 
neurológicos. 
PARA SABER MAIS 
Bebês que foram expostos a narcóticos enquanto estavam no 
ventre ou aqueles que sofreram de anoxia no parto podem 
apresentar reflexos gerais fracos. Crianças com síndrome de 
Down apresentam reflexos de Moro muito fracos e algumas 
vezes possuem fracos reflexos de sucção. Outro aspecto im-
portante: se um reflexo primitivo continuar existindo após 
o período em que deve desaparecer, pode ser indicativo de 
que há um dano neurológico ou mal funcionamento do tron-
co encefálico ou suas estruturas (BEE; BOYD, 2011). 
Os estados comportamentais, conhecidos como estados de consciência 
(BEE; BOYD, 2011) também são observados em recém-nascidos e esta-
belecem-se em torno de cinco estágios de vigília e sono: sono profundo, 
sono mais leve, inquietação e fome, vigília alerta, sonolência (quando ali-
mentados). E então o ciclo se repete ao longo do dia. Posteriormente, 
quando o bebê for maior, este ciclo se alterará. 
Outro aspecto que pode ser avaliado é a variação do choro do bebê. O 
choro tem a função de sinalizar uma necessidade: como o recém-nascido 
não pode se mover, o choro acaba atraindo a atenção de alguém. Assim, 
ativa a ação responsiva de alguém. O choro também varia em intensida-
de, amplitude e tonalidade, ou seja, os bebês parecem ter um repertório 
de sons diferentes para cada sensação, tal como: dor (cólicas aparecem 
por volta da terceira semana de vida e desaparecem até o final do ter-
ceiro mês), raiva, fome. Sim, bebês também exprimem raiva quando não 
são satisfeitos. Interessante, não é mesmo? Ainda assim, eles não sabem 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
exatamente o que estão sentindo, já que os mecanismos de percepção 
estão apenas iniciando o seu desenvolvimento. Vamos compreender isso 
um pouco melhor. 
Ao nascer, o bebê não tem um grande volume de experiências, está viven-
ciando novas situações em um mundo totalmente novo. Ao ser exposto 
a novas experiências pela primeira vez, os sentidos (visão, audição, tato, 
olfato e paladar são os sentidos básicos, mas há outros) são ativados e é 
através destes sentidos que o bebê capta informações importantes que 
constituirão a experiência completa. 
EXEMPLIFICANDO 
Imagine o que ocorre na primeira mamada do bebê. Enquanto 
está na barriga da mãe, o feto engole o líquido amniótico. 
Quando nasce, é necessário que se alimente de outra forma, 
então os responsáveis pelo bebê oferecem o leite (materno ou 
fórmula). O leite não é depositado diretamente em sua boca, 
o bebê precisa sugar. Então se inicia um processo de tentativa 
e erro, que envolve movimentar o maxilar, sugar, morder, ali-
viar, e tudo isso coordenado com o movimento de engolir. A 
primeira vez em que mama, o neném é inundado com novas 
sensações, entre elas: o cheiro, o aconchego, a textura daquilo 
que entra em sua boca, o calor, o gosto, etc. além disso, en-
quanto vai mamando, o leite dilata o estômago, dando a sen-
sação agradável de preenchimento. Na segunda vez em que 
mama, as sensações se repetem, e assim sucessivamente, de 
forma que o bebê é capaz de associar a experiência completa 
da mamada com uma sensação de prazer e satisfação. Quando 
aprende que mamar é igual a se sentir satisfeito, alimentado e 
nutrido, podemos dizer que ele construiu uma percepção sobre 
a experiência, isto é, já sabe o que esperar quando vai mamar. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Então, quando um ser humano é submetido a uma nova experiência, 
ele capta, através dos órgãos dos sentidos, as sensações correspon-
dentes a esta experiência. Após um certo número de repetições desta 
experiência, o ser humano (um bebê, inclusive) é capaz de atribuir sen-
timentos, impressões e qualidades à experiência. Neste momento, não 
estamos falando mais em uma sensação, mas em uma percepção. Ou 
seja, quando o neném percebe que mamar é bom, ele já está no nível 
da percepção e não mais da sensação. Ele já conhece a experiência. 
De acordo com Bee e Boyd (2011), os bebês nascem com um conjunto 
surpreendentemente maduro de habilidades de percepção: 
• Focalizar os dois olhos no mesmo ponto, com 20-25cm sen-
do a melhor distância focal; discriminar o rosto de sua mãe de 
outros rostos quase imediatamente; e, dentro de poucas sema-
nas, acompanhar um objeto com os olhos – embora não muito 
eficientemente. 
• Ouvir facilmente sons dentro da variação de altura e intensida-
de da voz humana; localizar aproximadamente objetos por seus 
sons; discriminar algumas vozes individuais, em particular a voz 
de sua mãe. 
• Sentir os quatro sabores básicos (doce, ácido, amargo e salgado) 
mais um quinto sabor chamado umami, que é evocado por um 
aminoácido encontrado na carne, no peixe e em legumes. 
• Identificar odores corporais familiares, incluindo discriminar 
o cheiro de sua mãe do cheiro de uma mulher estranha. (BEE; 
BOYD, 2011, p. 98) 
O próprio desenvolvimento motor do bebê leva à construção de novas 
experiências. Quando está próximo de completar um mês de vida, ele 
é capaz de levantar o queixo do chão ou do colchão, caso esteja dei-
tado de barriga para baixo. Levantar o queixo permite que a pequena 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
criança tenha novos ângulos de visão e vivencie novas experiências. O 
desenvolvimento físico do bebê segue um padrão: ocorre da cabeça 
para a parte de baixo da cabeça (chamamos desenvolvimento céfalo-
-caudal) e do troco para as pernas e braços (chamamos de desenvol-
vimento próximo-distal). Os movimentos de dedos e pernas, que pa-
recem ser aleatórios nas primeiras semanas de vida, vão se tornando 
cada vez mais especializados conforme o bebê amadurece. 
Para finalizar a Leitura Fundamental, compete mencionar que um as-
pecto importante do desenvolvimento do neonato é aparecimento da 
expressão emocional, que pode ser observada em seu corpo e seu rosto. 
Assim, ao nascer, o bebê pode expressar: 
• Interesse, quando está em movimento ou alguma novidade lhe é 
apresentada. 
• Sofrimento, quando sente dor. 
• Aversão, quando tiver contato com substâncias ofensivas, por 
exemplo, se for apoiado em uma superfície fria e dura. 
• Sorriso neonatal (meio sorriso): aparece de forma espontânea 
inicialmente, como uma leve contração facial, e, posteriormente, 
quando a voz ou rosto de alguém é reconhecido pelo bebê. 
Não podemos esquecer, de forma nenhuma, que bebês devem ser va-
cinados de acordo com o calendário oficial do país. 
LINK 
Para conhecer o calendário brasileiro de vacinação, veja o 
link: <http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/va-
cinacao/calendario-nacional-de-vacinacao>. Acesso em: 15 
ago. 2018. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 41 
http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/vacinacao/calendario-nacional-de-vacinacao
http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/vacinacao/calendario-nacional-de-vacinacao
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO PARA REFLEXÃO 
Você está se formandocomo psicopedagogo institucional e pode atuar 
tanto no campo hospitalar quanto em escolas, entre outras instituições. 
Hospitais atendem neonatos e escolas atendem bebês a partir de três me-
ses, caso possuam berçários. Reflita sobre a seguinte questão: como você 
prepararia uma formação para enfermeiros e professores acerca do de-
senvolvimento do neonato? 
3. Considerações finais 
• Há dois tipos de parto: o natural (ou normal) e o cirúrgico (ou cesá-
reo). Em função de seus benefícios, o parto normal é sempre o mais 
indicado, mas, dependendo das condições do feto ou da mãe, pode 
ser necessário que se realize uma cesárea. 
• Ao nascer e durante o primeiro mês de vida, o bebê é avaliado em 
pelo menos dois tipos de teste: o Apgar, que marca a sua condi-
ção inicial de vida, e o Brazelton, que avalia seu desenvolvimento 
e adaptação ao lar. São dois índices de medida muito importantes 
para avaliar a existência de problemas neurológicos. 
• Durante o primeiro mês de vida, o bebê é chamado de neonato ou 
recém-nascido. Desde o nascimento, apresenta um conjunto de 
desenvolvimento que deve ser observado. 
• O desenvolvimento dos reflexos primitivos é parte importante da 
avaliação neurológica do bebê; reflexos primitivos lentos, inexis-
tentes ou que duram mais tempo do que o esperado, devem ser 
analisados profundamente. 
• Observa-se, igualmente, o ciclo de cinco estágios de vigília e sono, 
pois alterações prematuras neste ciclo podem indicar algum tipo de 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
perturbação; igualmente, observar o choro do bebê fornece infor-
mações importantes caso algo estranho esteja ocorrendo. 
• Os bebês nascem com um volume surpreendente de habilidades 
sensoriais, tais como audição, olfato, paladar e visão. 
• Nas primeiras vezes que os canais sensoriais são usados, os bebês 
constroem sensações; quando estas são ativadas novamente a partir 
da repetição de experiências, o bebê percebe resultados semelhan-
tes e então consegue criar expectativas (impressões, achar que é 
bom ou ruim) sobre os eventos cotidianos (por exemplo, hora de 
mamar, rotina da troca de fraldas, ouvir a voz da mãe antes de ver 
seu rosto, etc.). 
Glossário 
• Neonato: chama-se neonato ou recém-nascido o bebê que tem 
entre 1 e 28 dias de nascimento (durante o primeiro mês de vida, 
portanto). 
• Nascimento a termo: trata-se do nascimento no período esperado 
da gestação, ou seja, aquele que ocorre entre 37 e 42 semanas. 
• Prematuridade ou nascimento prematuro: bebês que nascem 
antes de a gravidez completar 37 semanas. 
• Pré-eclâmpsia: situação que pode ocorrer por volta da 20ª sema-
na de gravidez, em que a mulher passar a ter hipertensão arterial, 
nefrite e perturbações hepáticas, precisará de acompanhamento in-
tensivo para evitar a eclampsia (convulsões que trazem sérios riscos 
à mãe e ao bebê). 
• Reflexos: reações físicas a estímulos, por exemplo: piscar os olhos 
quando o vento bate no rosto, frequência cardíaca acelerada quanto 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
se leva um susto, bocejar quando se está com sono. Recém-nascidos 
possuem reflexos específicos que desaparecem com o tempo. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
TEMA 02 
1. O nascimento do bebê pode ocorrer de duas maneiras: por 
via vaginal ou através de uma cirurgia. Respectivamente, o 
nome que se dá a estes tipos de parto são: 
a) Aborto e prematuro. 
b) Normal e cesáreo. 
c) Aborto e cesáreo. 
d) Prematuro e normal. 
e) Normal e prematuro. 
2. A falta de oxigenação do bebê durante o parto pode cau-
sar complicações neurológicas. O nome que se dá à falta 
de oxigenação do bebê no momento do parto é: 
a) Inox. 
b) Secção-c. 
c) Anoxia. 
d) Deslocamento da placenta. 
e) Infecção congênita. 
3. Leia a frase: 
O desenvolvimento do neonato é observado por vários as-
pectos: o desenvolvimento de seus _________ primitivos, a in-
cidência e qualidade do _________, o _________ de vigília e sono, 
a _________ de sentir sensações e criar percepções. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 44 
Verificação de leitura 
TEMA 02 
1. O nascimento do bebê pode ocorrer de duas maneiras: por via vaginal 
ou através de uma cirurgia. Respectivamente, o nome que se dá a estes 
tipos de parto são: 
a) Aborto e prematuro. 
b) Normal e cesáreo. 
 
 
 
 
 
 
 
Assinale a alternativa que contém as palavras que comple-
tam as lacunas respectivamente: 
a) Ciclos, reflexo, choro, maneira. 
b) Choros, ciclo, reflexo, ação. 
c) Gostos, sono, período, forma. 
d) Pensamentos, reflexo, choro, capacidade. 
e) Reflexos, choro, ciclo, capacidade. 
Referências Bibliográficas 
BEE, H.; BOYD, D. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário nacional de vacinação. 
Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/ 
vacinacao/calendario-nacional-de-vacinacao>. Acesso em: 15 ago. 2018. 
ERMEL, A. C.; GRAVE, M. T. Q. O Índice de Apgar em bebês recém-nascidos em um 
hospital de pequeno porte de um município do Vale do Paranhana. Revista Destaques 
Acadêmicos, ano 3, n. 3, 2011 (CCBS/UNIVATES). Disponível em: <www.univates. 
br/revistas/index.php/destaques/article/view/107/105>. Acesso em: 14 ago. 2018. 
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: AMGH, 2013. 
Gabarito - Tema 2 
Questão 1 
Alternativa correta: B 
O parto normal é assim chamado porque ocorre de forma natural 
por vias do próprio corpo da mulher, ou seja, o nascimento se dá por 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 45 
www.univates
http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas
 
via vaginal. O parto cesáreo consiste em realizar incisões nas paredes 
abdominal e uterina, de forma a retirar o bebê pela barriga. 
Questão 2 
Alternativa correta: C 
A ausência do oxigênio ocorre quando o cordão umbilical é 
comprimido ao ponto de não permitir a troca gasosa entre mãe e 
bebê. Chama-se anoxia. 
Questão 3 
Alternativa correta: E 
O desenvolvimento do neonato é observado por vários aspectos: o 
desenvolvimento de seus reflexos primitivos, a incidência e qualidade 
do choro, o ciclo de vigília e sono, a capacidade de sentir sensações 
e criar percepções. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 46 
 
 
 
 
TEMA 03 
A PRIMEIRA INFÂNCIA E O 
DESENVOLVIMENTO FÍSICO 
Objetivos 
Nesta Leitura Fundamental, você vai estudar o desenvol-
vimento físico nos primeiros anos de vida da criança. Para 
tanto, os seguintes objetivos precisam ser contemplados: 
• Identificar o período compreendido como primeira 
infância do ponto de vista do desenvolvimento infantil. 
• Compreender como ocorre o desenvolvimento da 
criança durante a primeira infância. 
• Enfocar o desenvolvimento físico da criança durante 
a primeira infância. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
A infância vem, cada vez mais, sendo objeto de estudo em vários seg-
mentos: políticas públicas, medicina, educação e, principalmente, psi-
cologia. E por que este interesse? Acontece que a infância nem sempre 
foi considerada como um aspecto singular do desenvolvimento do ser 
humano. Até à Idade Média, as crianças eram consideradas adultos de 
pequena estatura, não havia uma atenção especial a estes seres em 
desenvolvimento. Apenas na Idade Moderna a sociedade começou a 
perceber que a infância era um período próprio do desenvolvimen-
to do ser humano, com suas particularidades e necessidades. A partir 
de então, o trato familiar para com as crianças foi sofrendo pequenas 
transformações, como produção de roupa específica para esta faixa 
etária, criação de brinquedos, maior proteção e cuidados, incluindo 
aspectos de higiene, atenção à educação. 
Atualmente, já descobrimos que a infância é um período estratégico 
para a constituição física, cognitiva e social do futuro adulto, pois todos 
os esquemascorporais, incluindo o sistema nervoso, estão em franco e 
ininterrupto crescimento, o que proporciona a evolução do indivíduo. 
Durante a leitura deste tema, você conhecerá as etapas de desenvolvi-
mento da infância, com enfoque na primeira infância e no desenvolvi-
mento físico da criança de zero a três anos. 
Os estudos sobre a infância, na área da Psicopedagogia Institucional, são 
de fundamental importância, já que preparam o profissional para desen-
volver ações preventivas em organizações que atendem crianças peque-
nas. O seu conhecimento deve ser aprofundado neste tema, pois aqui 
tudo se inicia, pois os processos intervencionais são muito significativos, 
caso seja necessário realizá-los. 
Portanto, desejamos a você uma excelente leitura e uma feliz aprendizagem! 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 48 
 
1. Descobrindo a primeira infância 
Para começar o estudo, leia esta citação de Philippe Ariès (1981): 
O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: 
corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularida-
de que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa 
consciência não existia. (ARIÈS, 1981, p. 99) 
Philippe Ariès foi um dos primeiros pesquisadores a investigar como a 
infância foi tratada e retratada ao longo da história, o que nos deixa, nos 
dias de hoje, frente a uma responsabilidade social: cuidar e preservar a in-
fância, os direitos infantis e permitir e incentivar o pleno desenvolvimento 
da criança. 
PARA SABER MAIS 
Em seu livro, Philippe Ariès aponta que o conceito de infân-
cia não existia na sociedade medieval, porém isso começa 
a mudar a partir do século XVIII, quando pais percebem a 
importância do controle da fertilidade (pois as mulheres pas-
sam a ter menos filhos e podem cuidar melhor daqueles que 
nascem), a importância das brincadeiras, da escolarização 
diferenciada para crianças e, mais do que isso, que há uma 
maneira própria de ser criança, com seus valores próprios. 
Para saber mais, leia: ARIÈS, P. História social da criança e 
da família. Rio de janeiro: Zahar, 1981. 
No Brasil, temos uma legislação específica, que propõe os cuidados e aten-
ção a crianças em políticas públicas, conhecida como a Lei da Infância (Lei 
nº 13.257, de 8 de março de 2016). De acordo com a legislação vigente no 
país, a infância é compreendida como o período que vai do nascimento 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 49 
 
 
 
 
até os seis anos de idade. Outros documentos que tratam da infância são 
o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (1996). 
LINK 
Para conhecer mais sobre a legislação que trata da infância 
no Brasil, veja os links: 
BRASIL. Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/_Ato2015-2018/2016/ 
Lei/L13257.htm>. Acesso em: 25 ago. 2018. 
______. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ 
LEIS/L8069.htm>. 1990. Acesso em: 25 ago. 2018. 
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/ 
L9394.htm>. Acesso em: 25 ago. 2018. 
Do ponto de vista legal, o período da infância encerra-se quando a criança 
completa 72 meses de vida. 
Por outro lado, estudos pedagógicos, psicológicos, sociológicos e psicope-
dagógicos tendem a apresentar a infância dividida em três fases: 
• Primeira infância: comporta o período do zero aos três anos. 
• Segunda infância: comporta o período dos três aos seis anos. 
• Terceira infância: período dos seis aos doze anos de idade. 
Os acadêmicos sobre a criança antes dos seis anos de idade são recentes, 
ganharam mais destaque quando houve a ampliação da escolarização 
para crianças com menos de sete anos de idade, que ocorreu por volta 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 50 
http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/_Ato2015-2018/2016
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis
 
dos 1970-1980 no Brasil. Assim, ainda vemos certa dubiedade em se tra-
tando de definir os marcos da infância. 
Piaget (1967), por exemplo, compreende que a primeira infância vai dos 
2 aos 7 anos de idade; por outro lado, em estudo mais recente que inclui 
as recém descobertas da neurociência, Papalia e Feldman (2013), conside-
ram que a primeira infância vai do zero aos três anos. Se considerarmos 
a organização escolar brasileira, as creches atendem bebês e crianças até 
três anos e as pré-escolas, crianças de três a cinco anos. Sendo assim, 
consideraremos, para efeito de estudo desta disciplina, a primeira infân-
cia como o período que comportará a criança que tem entre zero e três 
anos de idade. 
2. O desenvolvimento da criança na primeira infância 
A primeira infância é um período marcado por uma grande evolução ma-
turacional, principalmente do cérebro. Ao nascimento, o cérebro já tem 
suas estruturas formadas, porém ainda há muito a se desenvolver. 
A criança entre o zero e três anos de idade é uma grande exploradora. Em 
linhas gerais, seu objetivo de vida durante esta fase é apenas adaptar-se 
ao meio em que vive, de forma a garantir sua sobrevivência. Portanto, 
precisa assimilar e empregar tudo o que for possível. É neste período que 
aprende a se locomover e a falar, elementos básicos para sua sobrevivên-
cia independente. 
Essas conquistas são possíveis devido ao processo de amadurecimento 
cerebral (sinapses e mielinização), aos estímulos que recebe (tanto do 
meio quanto das pessoas que cuidam da criança) e a uma motivação que 
ainda não consegue ser explicada por nenhuma ciência. Ainda que apre-
sente um enorme salto em termos de aprendizagem, seu controle impul-
sivo ainda não está completamente amadurecido. 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos então conhecer um pouco mais do desenvolvimento da criança ao 
longo da primeira infância? 
Ao nascer, o bebê não tem condições se de manter sozinho, ou seja, não con-
segue se alimentar nem cuidar de si próprio. É necessário que outra pessoa 
faça isso por ele. Então, o bebê, ao ser alimentado e cuidado, cria um laço 
muito forte com a pessoa que o cuida, este papel normalmente é realizado 
pela mãe, mas pode ser qualquer outra pessoa: o pai, a avó, o irmão mais 
velho, a babá. Trata-se da pessoa que é mais presente na vida do bebê, que 
o trata com mais carinho e atenção. É a partir destas situações que o bebê 
cria suas bases iniciais de aprendizagem, que sustentarão todas as outras. 
Podemos afirmar, inclusive, que a aprendizagem repousa sobre um proces-
so afetivo e que a ausência de amor neste período causa impactos posterio-
res no desenvolvimento da criança. 
Dando continuidade, ao ser alimentado, o bebê experimenta a sensação de 
prazer de ter a sua fome satisfeita, a sensação de estômago dilatado e o 
sono, já que o processo digestório consumirá a energia que o manteria acor-
dado. O bebê é limpo e adormece por um tempo. Durante a alimentação, 
banho e cuidados, o bebê experimenta sensações, como a temperatura e a 
consistência do leite que preenche sua boca e é engolido, a textura e o calor 
que as roupas proporcionam, os sentidos que a água proporciona, os odores 
das pessoas e dos produtos que são usados para sua higiene, as cores dos 
objetos que estão ao redor e a luminosidade diferenciada entre os períodos 
do dia e da noite. Também escuta vozes das pessoas, músicas e sons am-
bientes, o que lhe permitirá, mais tarde, aprender a falar. 
A constância destas experiências permitirá que o bebê crie esquemas de 
aprendizagem, como apontam Bee e Boyd (2011): 
A ideia básica é que desde o início o bebê organiza suas experiências em ex-
pectativas ou combinações conhecidas. Essas expectativas, frequentemente 
denominadas esquemas, são construídas sobre muitas exposições a experi-
ências em particular,

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