Buscar

TJ-SP vedacao de modificacao da cda no curso da execucao fiscal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2020.0000137085
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 
3002519-12.2013.8.26.0075, da Comarca de Bertioga, em que é apelante/apelado 
PREFEITURA MUNICIPAL DE BERTIOGA, são apelados/apelantes NICOLAU 
BATISTA PINTO (ESPÓLIO) (E OUTROS(AS)), VITOR BATISTA PINTO e 
ALEXANDRE SANTOS BOLLA RIBEIRO.
ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 15ª Câmara de Direito Público 
do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Não conheceram do 
recurso do advogado dos excipientes e negaram provimento ao recurso da Municipalidade. 
V.U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores RAUL DE FELICE 
(Presidente) e ERBETTA FILHO.
São Paulo, 27 de fevereiro de 2020.
EUTÁLIO PORTO
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 3002519-12.2013.8.26.0075 2
VOTO Nº 35888
APELAÇÃO CÍVEL Nº 3002519-12.2013.8.26.0075
COMARCA: BERTIOGA
APELANTE/APELADO: PREFEITURA MUNICIPAL DE BERTIOGA 
APDOS/APTES: NICOLAU BATISTA PINTO (ESPÓLIO), VITOR BATISTA PINTO E 
ALEXANDRE SANTOS BOLLA RIBEIRO
EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL - Execução Fiscal - IPTU do exercício de 
2009 - Exceção de pré-executividade. 1) Pretendida inclusão dos 
coproprietários do imóvel no polo passivo - Ausência de 
identificação dos nomes na CDA - Proposta a execução fiscal, essa 
deve prosseguir contra o nome indicado na CDA - Impossibilidade 
de alteração no curso da demanda - A modificação do sujeito 
passivo da relação tributária em razão do que dispõem os artigos 
121, 128, 129 e 131 do CTN só é permitida na fase administrativa 
- Expedida a CDA, presumem-se encerradas todas as 
características do crédito no que tange ao valor e ao devedor - Em 
razão da certeza e liquidez atinentes a este título, após o 
ajuizamento fica vedada a substituição do polo passivo - 
Inteligência da Súmula 392 do STJ. 2) Apelação interposta pelo 
advogado dos excipientes objetivando a elevação da verba 
honorária - Pedido de justiça gratuita indeferido em sede recursal, 
com concessão de prazo para recolhimento das custas, nos termos 
do art. 101, § 2º, do CPC - Desatendimento de providência que 
implica o não conhecimento da apelação. 3) Sucumbência recursal 
- Honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa 
(R$ 4.358,72, em dezembro de 2013) majorados para 11% - 
Inteligência do art. 85, § 11, do CPC. Sentença mantida - Recurso 
do patrono dos excipientes não conhecido e improvido o 
recurso da Municipalidade.
RELATÓRIO
Cuida-se de execução fiscal proposta em 19/12/2013 
pelo MUNICÍPIO DE BERTIOGA em face de “NICOLAU BATISTA PINTO E 
OUTROS”, objetivando a cobrança de IPTU do exercício de 2009.
Em 26/06/2018, VITOR BATISTA PINTO E ESPÓLIO DE 
ANNA BATISTA PINTO opuseram exceção de pré-executividade (fls. 15/20-
v), impugnada pela Municipalidade às fls. 32/39.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 3002519-12.2013.8.26.0075 3
A sentença de fls. 53/55, proferida pela MM. Juíza 
Luciana Mezzalira Mendonça de Barros, cujo relatório se adota, acolheu a 
exceção de pré-executividade e julgou extinto o processo, nos termos do 
art. 485, VI, CPC, em razão de a ação ter sido ajuizada contra parte 
ilegítima e por conta da impossibilidade de substituição da CDA para 
alteração do polo passivo. Sucumbente, a excepta foi condenada ao 
pagamento de honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da 
causa.
Inconformada, a Municipalidade apelou às fls. 59/67, 
requerendo a reforma da sentença. Sustentou que o excipiente consta na 
CDA com a nomenclatura “OUTROS”, tratando-se de corresponsável 
tributário. Alegou a superação da Súmula 392 do STJ.
Recurso tempestivo e isento de preparo, com 
contrarrazões às fls. 71/73-v.
O advogado do excipiente também apelou (fls. 75/76-
v), pleiteando apenas a elevação dos honorários advocatícios.
Foram apresentadas contrarrazões (fls. 82/94).
O pedido de concessão dos benefícios da justiça 
gratuita foi indeferido e determinado o recolhimento das custas, sob pena 
de não conhecimento do recurso (fls. 97/98).
Decorreu o prazo legal sem que o apelante 
providenciasse o recolhimento do preparo, consoante certidão de fls. 100.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 3002519-12.2013.8.26.0075 4
Este é, em síntese, o relatório.
VOTO
1) Do recurso da Municipalidade
O recurso não merece provimento.
Com efeito, os atos administrativos concernentes à 
identificação do sujeito passivo são diferentes dos atos judiciais 
concernentes à legitimidade passiva.
Quando o artigo 121 do CTN trata da sujeição passiva 
tributária e o artigo 128 admite que a responsabilidade tributária seja 
atribuída a sucessores, adquirentes, cônjuge meeiro ou espólio, conforme 
artigos 129 e 131, está autorizando que a Fazenda Pública exija no campo 
administrativo de qualquer destes o crédito, efetivando o lançamento do 
tributo a quem de direito, podendo inclusive alterar, ainda na esfera 
administrativa, o sujeito passivo. No entanto, ultrapassada essa fase e 
definido o real devedor com o ajuizamento da ação, passa a incidir dessa 
feita as normas processuais, ficando vedada qualquer alteração no curso 
da demanda por interesse da exequente, já que consolidado o crédito na 
esfera administrativa.
No entanto, ultrapassada essa fase e definido o real 
devedor com o ajuizamento da ação, passa a incidir, a partir daí, as 
normas processuais, ficando vedada qualquer alteração no curso da 
demanda por interesse da exequente, já que consolidado o crédito na 
esfera administrativa.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 3002519-12.2013.8.26.0075 5
Assim, após o ajuizamento da ação, a substituição ou 
inclusão de outros sujeitos no polo passivo não é permitida, na medida em 
que nenhuma ação pode iniciar contra um réu e no meio dela prosseguir 
contra outro, salvo se a venda ou o falecimento ocorreu após o 
ajuizamento da ação, não sendo esta a hipótese dos autos.
Se o exequente ingressa com a ação contra um 
executado, apresentando no processo título de crédito, seja um cheque, 
nota promissória, contrato ou certidão de dívida ativa, não pode no meio 
da demanda substituir esse título, dizendo que os devedores, na verdade, 
são outros, já que são características fundamentais de um título a certeza 
e a liquidez, não podendo haver dúvida quanto ao sujeito passivo.
O inciso I do § 5º do artigo 2º da Lei nº. 6830/80 indica 
que o termo de inscrição de dívida ativa deverá conter o nome do 
devedor e dos corresponsáveis, para que a execução possa prosseguir em 
face daquele que foi identificado com esta condição.
De forma que, se esses dados são imprecisos ou se 
houve alteração após a propositura da ação, não pode prosseguir o 
processo em nome de quem não faz parte da relação processual, ou seja, 
alterando o polo passivo da ação, na medida em que nenhuma ação 
pode iniciar contra um réu e no meio dela prosseguir contra outro, salvo se 
a alienação ou o falecimento ocorreu após o ajuizamento da ação.
No caso dos autos, a execução fiscal foi proposta em 
dezembro de 2013 em face de “NICOLAU BATISTA PINTO E OUTROS”, sem 
identificação dos demais codevedores.
Senão por isso, a jurisprudência encontra-se 
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 3002519-12.2013.8.26.0075 6
pacificada, nos termos da Súmula 392 do STJ, que segue transcrita: 
 “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de 
dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de 
embargos, quando se tratar de correção de erro 
material ou formal, vedada a modificação do sujeito 
passivo da execução”.
Ressalta-se ainda a impossibilidade de 
redirecionamento para os sucessores, cônjuge meeiro ou espólio.
Comefeito, deveria o Município, neste caso, ter se 
utilizado, na esfera administrativa, do art. 131, II ou III, do CTN, 
direcionando a CDA aos sucessores, cônjuge meeiro ou espólio, para que, 
quando da propositura da ação, em dezembro de 2013, esta ocorresse 
em face de quem de direito e não de quem já era falecido.
O que implica em dizer que o requerimento do 
Município em prosseguir na execução contra o espólio do executado não 
resolveria a questão e nem lhe favorece.
Isto porque, consoante decisão publicada em 
27/08/2012, o STJ entendeu que não é possível a alteração do polo passivo 
para constar espólio ou herdeiros, em especial quando o falecimento 
ocorreu antes da citação, por esbarrar na Súmula 392, do mesmo STJ 
(AgRg no AREsp 178.713/MG, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, 1ª Turma, j. 
21/08/2012, DJe 27/08/2012). 
Na decisão supramencionada, consta, para inviabilizar 
a alteração do devedor, o seguinte fundamento:
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 3002519-12.2013.8.26.0075 7
“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO 
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
EXECUÇÃO FISCAL. CDA EXPEDIDA CONTRA PESSOA 
FALECIDA ANTERIORMENTE À CONSTITUIÇÃO DO 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. NULIDADE. ACÓRDÃO 
RECORRIDO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO 
STJ. SÚMULA 83/STJ. 
1. O redirecionamento contra o espólio só é admitido 
quando o falecimento do contribuinte ocorrer depois 
de ele ter sido devidamente citado nos autos da 
execução fiscal, o que não é o caso dos autos, já que 
o devedor apontado pela Fazenda Pública falecera 
(6/4/1983) antes mesmo da constituição do crédito 
tributário (IPTU e TSU do ano de 2001). Precedentes: 
REsp 1.222.561/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell 
Marques, Segunda Turma, DJe 25/05/2011; AgRg no 
REsp 1.218.068/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, 
Primeira Turma, DJe 08/04/2011; REsp 1.073.494/RJ, Rel. 
Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 29/09/2010.
2. Agravo regimental não provido”.
(AgRg no AREsp 178.713/MG, Rel. Min. Benedito 
Gonçalves, 1ª Turma, julg 21/08/2012, DJe 27/08/2012).
Diante disso, deve ser mantida a sentença de extinção 
do feito.
2) Do recurso do advogado do excipiente
O recurso não deve ser conhecido.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 3002519-12.2013.8.26.0075 8
Com efeito, consoante se verifica dos autos, a 
apelação veio desacompanhada do respectivo preparo, requerendo o 
recorrente a concessão dos benefícios da justiça gratuita.
No entanto, o pedido de justiça gratuita foi indeferido 
às fls. 97/98, tendo sido determinado o recolhimento das custas no prazo 
de cinco dias, sob pena de não conhecimento do recurso.
Não obstante, a apelante quedou-se inerte, consoante 
certidão de decurso de prazo de fls. 100.
De sorte que, o não conhecimento do recurso é 
medida inarredável, em razão da deserção, nos termos do que dispõe o § 
2º do art. 101 do CPC, in verbis:
Art. 101, § 2º. Confirmada a denegação ou a 
revogação da gratuidade, o relator ou o órgão colegiado determinará ao 
recorrente o recolhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) 
dias, sob pena de não conhecimento do recurso.
3) Da sucumbência recursal
Em razão da sucumbência recursal da Municipalidade 
apelante e tendo em vista o que dispõe o novo Código de Processo Civil, 
notadamente no § 11 do art. 85, os honorários advocatícios fixados em 
10% do valor da causa (R$ 4.358,72, em dezembro de 2013) são majorados 
para R$ 11%.
Por fim, para viabilizar eventual acesso às vias 
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação Cível nº 3002519-12.2013.8.26.0075 9
extraordinária e especial, considera-se prequestionada toda a matéria 
suscitada, observando-se o entendimento do STJ no sentido de que 
“tratando-se de prequestionamento, é desnecessária a citação numérica 
dos dispositivos legais, bastando que a questão posta tenha sido 
decidida” (EDcl no RMS 18205/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Felix Fischer, j. 
18/04/2006).
Face ao exposto, não se conhece do recurso do 
advogado dos excipientes e nega-se provimento ao recurso da 
Municipalidade.
EUTÁLIO PORTO
Relator
(assinado digitalmente)
		2020-02-27T16:30:59+0000
	Not specified

Continue navegando