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Saúde coletiva II

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Saúde coletiva II
Infecção sexualmente transmissíveis (ISTs)
O que são:
· Doenças ou infecção- DST x Ist
· As infecções sexualmente transmissíveis são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.
· Transmitidas por contato sexual (oral, vaginal, anal) s/ o uso de preservativo
· Se manifestam por meio de feridas, corrimentos, vesículas ou verrugas.
· (
Segundo estimativas da OMS, mais 1m de pessoas adquirem ist diretamente, sendo que cada ano estima-se q 500m de pessoas adquirem uma ist curáveis c/ gonorréia, clamídia, sífilis e tricomoníase
.
)A transmissão de uma ist pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou amamentação.
Gonorréia
Doença infecciosa bacteriana do trato urogenital
Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae -diplococo
gram-negativo, não flagelado Outros Nomes: Blenorragia, blenorreia e pingadeira
No Brasil estimativa de 1,5 milhões de novos casos por ano Período de incubação: 2 a 10 dias após o contato
Manifestações Clínicas:
Homem 
● Sintomas mais exacerbados como Formigamento ou prurido com disúria
● Fluxo uretral mucoso, mucopurulento
● Meado uretral edemaciados e eritematosos
Mulher
● Disúria, urgência urinária, corrimento amarelado e dispareunia
● Mais comuns são as endocervicites - DIP
● Geralmente assintomáticas
Diagnóstico Laboratorial
● Bacterioscopia: secreção uretral evidencia a presença de diplococos gram-negativos
● Não é a realidade da maioria dos serviços
Clamídia
Doença infecciosa do trato urogenital bacteriana
● Agente etiológico: Clamydia trachomatis
● Outros Nomes: Uretrite não Gonocócica e Cervicite
● No mundo estimativa de 131 milhões de novos casos por ano
● Período de incubação: 2 semanas a 1 mês
Manifestações Clínicas
Homem
● Uretrite com secreção, acompanhada de disúria leve ou moderada
Mulher
● Endocervicites, quadros de ectopia e friabilidade com sangramento fácil da mucosa cervical – DIP e infertilidade
*Mais de metade do homens e mulheres infectados por clamídia
são assintomáticos
Diagnóstico Laboratorial
● Coleta da secreção;
● Biologia Molecular: PCR ou CH;
● Não é a realidade da maioria dos serviços;
● Alto custo.
Tratamento
Abordagem
Sindrômica
Síndrome do Corrimento Cervical e
Uretral
Abordagem Sindrômica - Síndrome do
Corrimento Cervical e Uretral
Clamídia e Gonorréia
Primeira opção
● Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única
(Clamídia)
+
● Ceftriaxona 500mg, IM, dose única (Gonorreia)
Abordagem Sindrômica - Síndrome doCorrimento Cervical e Uretral
Clamídia e Gonorréia
Segunda opção
Doxaciclina 100mg, VO, de 12 em 12 horas, por 7 dias
(Clamídia)+Cefotaxima 500mg, IM, dose única (Gonorréia)
* Tratar parcerias
* Controle de Cura: Se paciente e parceria(s) tratado adequadamente não há necessidade de controle de cura
Tricomoníase
● Doença infectocontagiosa que acomete o sistema geniturinário do homem e da mulher
● Agente etiológico: Trichomas vaginalis - protozoário
● Outros Nomes: Tricomoniose ou tricomonose
● No Brasil a prevalência varia entre 10% a 35% - estudos
Manifestações Clínicas:
Homem
● Uretrite – disúria e prurido
● Assintomático
Mulher
● Corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado,
bolhoso com odor fétido
● Prurido e/ou irritação vulvar
● Dor pélvica e dispareunia
● Sintomas urinários - disúria, polaciúria
● Hiperemia da mucosa
Diagnósticos: Laboratorial:
● Visualização de protozoários móveis em exame bacterioscópico a fresco ou pela coloração de Gram e Papanicolaou
Clínico:
● Corrimento vaginal característico + pH > 4,5 + Teste das Aminas (WT) positivo
Diagnósticos: Tratamento:
Não gestante e homens -parcerias
- Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, de 12 em 12 horas, por 7 dias Gestantes Primeiro trimestre:
- Clindamicina 300 mg, VO, 2xdia, por 7 dias Após primeiro trimestre:
- Metronidazol 250 mg, 1 comprimido VO, 3xdia, por 7 dias
* Tratar parcerias
Herpes Genital - HSV
Agente etiológico: vírus Herpes Simples -HSV 1 e HSV 2
● Estimativa 530 milhões de pessoas estejam infectadas
Manifestações Clínicas:
● Muitas pessoas que adquirem o HSV nunca desenvolverão manifestações – Sistema Imunológico
● Divididas em primoinfecção herpética e surtos recidivantes
Primoinfecção
Período de incubação: 6 dias
● Eritema, dor, prurido e ardor
● Febre, mal-estar, mialgia e disúria
● Aparecimento vesículas agrupadas, dolorosas que evoluem
● para erosão em 4 a 5 dias - úlceras
● Muito sintomático
- Após a primoinfecção: HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais, penetra nos núcleos das células dos gânglios sensitivos e entra em um estado de latência
Recidivas
● Reativação do vírus por queda no estado imunológico – estresse físico e emocional, antibioticoterapia e infecções
● Prurido, ardor e aparecimento vesículas
● Menos sintomático
* Não há cura
Diagnóstico:Laboratorial
● Cultura em meio celular, Biologia Molecular (PCR) e Sorologia
Clínico
● Anamnese e exame físico
- A maioria das vezes o diagnóstico é clínico
Tratamento:
1° episódio
● Aciclovir 200 mg, 2 comprimidos VO, 3x ao dia, por 7 dias
Recidivas
● Aciclovir 200 mg, 2 comprimidos VO, 3x ao dia, por 5 dias
Papilomavírus Humano - HPV
Agente etiológico: DNA vírus - HPV
• Capaz de induzir uma grande variedade de lesõe sproliferativas na região anogenita
• Outros Nomes: Condiloma acuminado e Crista de galo
• Estimativa 290 milhões de mulheres estejam infectadas pelo HPV
A infecção pelo HPV causa 530.000 casos de câncer de colo uterino e 275.000 mortes por essa doença/ano
Atualmente, há mais de 200 tipos de HPV descritos,
sendo que aproximadamente 40 tipos infectam o
trato anogenital e pelo menos 20 subtipos estão
associados ao carcinoma do colo uterino.
Os tipos de HPV que infectam o trato genital são divididos em dois grupos, de acordo com o risco oncogênico e o tipo de lesão:
● Baixo risco oncogênico: detectados em lesões anogenitais benignas e lesões intraepiteliais de baixo grau.
● Alto risco oncogênico: detectados em lesões intraepiteliais de alto grau.
Papilomavírus Humano - HPV
Após o organismo ser infectado, o vírus pode permanecer latente por muitos anos até o aparecimento das manifestações
clínicas
• Algumas pessoas podem ser assintomáticas
• Algumas pessoas podem apresentar formas subclínicas
• Algumas pessoas podem eliminar o vírus – clearance
• Os fatores que determinam a persistência da infecção ,aparecimento de verrugas e a progressão para neoplasias – Estado Imunológico
Manifestações Clínicas:
● Verrugas anogenitais - lesões exofíticas, com superfície granulosa, únicas ou múltiplas, restritas ou disseminadas, da cor da pele, eritematosas ou hiperpigmentadas e de tamanho variável. As lesões assemelham-se a “couve-flor”
● Neoplasia intraepitelial cervical e Câncer de pênis
Diagnóstico:
Laboratorial:
● Citologia oncótica e colposcopia – lesões
● Biologia molecular – PCR
Clínico:
● Anamnese e exame físico – Lesões verrucosas
Tratamento: Lesões verrucosas
● Cauterização - Eletrocautério, ATA- Ácido tricloroacético
● Cirúrgico
● Aplicação pelo próprio paciente - Imiquimode
Alterações cervicais
● Depende grau acometimento celular
● Acompanhamento ginecológico
● Cirurgicos
* Não há cura
Papilomavírus Humano - HPV
Papilomavírus Humano - HPV
Vacina:
● A vacina confere proteção contra HPV
● Em 2017, a população alvo da vacinação contra HPV é composta por adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 13 anos
Sífilis
● Doença infectocontagiosa sistêmica, de evolução crônica, causada pelo Treponema pallidum
● A doença é curável e exclusiva do ser humano.
● A transmissão pode ser sexual, vertical ou sanguínea.
● Se não tratada, pode evoluir para formas mais graves ao longo de muitos anos, podendo comprometer especialmente os sistemas nervoso central e
cardiovascular
● A suscetibilidade à doença é universal e os anticorpos produzidos em infecções anteriores não são protetores. O indivíduo pode adquirir sífilis sempre que se expuser ao Treponema pallidum
Segundo as manifestações clínicas da sífilis adquirida:
● Sífilis primária● Sífilis secundária
● Sífilis latente: - Latente recente (até 1 ano de infecção)
- Latente tardia (mais de 1 ano da infecção)
● Sífilis terciária
Sífilis
Diagnóstico Clínico Sífilis primária:
Cancro Duro:
● Geralmente lesão única, indolor, bordos endurecidos, delimitados, fundo liso e limpo
● Em cerca de 25% dos casos podem ocorre lesões
múltiplas Desaparece espontaneamente em 2 a 6
semanas sem deixar cicatriz, de forma espontânea,
independente de tratamento
Diagnóstico Clínico Sífilis primária:
Cancro Duro:
● Nas mulheres, esta fase é de difícil diagnóstico, devido ao cancro duro não causar sintomas e sua localização ser geralmente em parede vaginal ou períneo
Diagnóstico Clínico Sífilis secundária:
● 70 a 90% dos casos – lesões cutâneas e mucosas+ pequenas ínguas generalizadas
● 50 a 80% casos – febre, dor articular, mal-estar geral
● As lesões de pele do secundarismo não são pruriginosas, o que auxilia no diagnóstico clínico.
Diagnóstico Clínico Sífilis secundária:
Sifílides Papulosas
Em duas situações eliminam grande quantidade de
Treponemas
➔ Placas mucosas
➔ Sifílides papulo-erodidas – condiloma plano
Diagnóstico Clínico Sífilis terciária:
● Ocorre aproximadamente em 30% das infecções não tratadas, após longo período de latência (de 2 a 40 anos após início da infecção)
● É rara e manifesta-se na forma de inflamação e destruição tecidual, especialmente sistema nervoso (Neurosífilis) e cardiovascular
● Formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendência a liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido
● As lesões causam desfiguração e incapacidade, podendoser fatais
 
Sífilis Terciária - Cutânea Benigna:
Neurosífilis:
Acomete o sistema nervoso central (SNC) - pode ser observada já nas fases iniciais da infecção
Esse acometimento precoce, ocorre por reação inflamatória da bainha de mielina, não havendo destruição anatômica das estruturas neurais
Ocorre em 10% a 40% dos pacientes não tratados, na sua maioria de forma assintomática, só diagnosticada pela sorologia do líquor, exteriorizando-se clinicamente em apenas 1% a 2% como meningite
Sífilis latente:
● Fase de duração variável.
● Ausência de sinais e sintomas clínicos
● Diagnóstico – exclusivamente por meio de testes sorológicos
Duas fases:
· Latente Recente: até 1 ano a partir do contato 
· Latente Tardia: mais de 1 ano
Diagnósticos:
SOROLÓGICAS TREPONÊMICAS
● São testes qualitativos e específicos, importantes para diagnóstico e não para acompanhamento
● Tornam-se reativos a partir do 15°dia de infecção e permanecem ativos por toda a vida
diagnósticos:
sorológicas não treponêmicas
VDRL : ( anticorpo não específico para o treponema)
diagnóstico e controle de cura
reativos a partir do 15 dia após o aparecimento do cancro
● Atenção: Em caso de sífilis muito recente, atentar que o tempo para positivar um VDRL é em torno de 20 dias – portanto o exame deve ser repetido no prazo de 30 dias
Tratamento do parceiro sexual de pessoas com sífilis:
● Realizar testes imunológicos
● Se positivo, tratar com esquema de sífilis latente tardia, na ausência de sinais e sintomas e quando for impossível estabelecer se a data da infecção.
● Tratar na mesma oportunidade, em caso de dúvida quanto ao seguimento.
Tratamento:
Paciente não gestante:
Reiniciar o tratamento em caso de interrupção ou perda de doses com intervalo maior do que 10 dias entre as séries
Controle de Cura:
● Realizar testes não-treponêmicos a cada três meses no primeiro ano e a cada seis meses no segundo ano.
Quando você faz sexo com alguém...
Prevenção
Camisinha
Masculina
Camisinha
Feminina
Reforçar as ações
● Diagnóstico correto
● Tratamento imediato
● Tratamento das parcerias
● Notificação dos casos
● Identificação das Vulnerabilidades - Se há uma IST pode ter outras
● Oferta de Sorologias para HIV, Sífilis, Hepatite B ,C
● Orientação do paciente ● Aconselhamento
Acolhimento
● Acolher o paciente na demanda apresentada
● Respeitar sua sexualidade e história
● Saber o que o paciente traz de conteúdo sobre IST
● Explicar o que é IST dentro do que ele trouxer de
informações
● Oferecer vacinas
● Orientar formas de prevenção
● Não julgar o paciente
● Escutar suas demandas e oferecer apoio
Hipertensão Arterial Sistêmica
O que é a Hipertensão Arterial Sistêmica?
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada como pressão arterial sistólica superior a 140 mmHg e pressão diastólica superior a 90 mmHg, com base em duas ou mais medidas. Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais.
Fisiopatologia
➢ A hipertensão arterial pode surgir do aumento do Débito Cardíaco (DC -
volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um minuto) com o aumento da resistência periférica (constrição dos vasos sanguíneos) ou ambos.
➢ Uma vez que a hipertensão arterial pode ser um sinal, é mais provável que ela tenha muitas causas. Para que ocorra hipertensão arterial deve
haver alteração em um ou mais fatores que afetam a resistência periférica ou o DC.
Fatores de Risco
Ela é herdada dos pais em 90% dos caso, porém outros fatores influenciam nos níveis pressóricos:
● Idade principalmente acima de 50 anos;
● Prevalência parecida entre ambos os sexos, sendo mais comum em homens até 50 anos, invertendo esta relação nas décadas subsequentes;
● Excesso de peso;
● Sedentarismo;
● Ingesta aumentada de sal e álcool;
● Fatores socioeconômicos e genéticos.
● A incidência da pressão alta é maior na raça negra, em diabéticos, e aumenta com a idade.
Sintomas
Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito, podendo ocorrer:
● Dores no peito
● Dor de cabeça
● Tonturas
● Zumbido no ouvido
● Fraqueza
● Visão embaçada
● Sangramento nasal.
Rastreamento
· Todo adulto com 18 anos ou mais de idade, quando vier à Unidade Básica de Saúde (UBS) e não tiver registro no prontuário de ao menos uma verificação da PA nos últimos dois anos, deverá tê-la verificada e registrada
· A primeira verificação deve ser realizada em ambos os braços. Caso haja diferença entre os valores, deve ser considerada a medida de maior valor. 
· O braço com o maior valor aferido deve ser utilizado como referência nas próximas medidas. O indivíduo deverá ser investigado para doenças arteriais se apresentar diferenças de pressão entre os membros superiores maiores de 20/10 mmHg para as pressões sistólica/diastólica. Com intervalo de um minuto, no mínimo, uma segunda medida deve ser realizada.
· De acordo com a média dos dois valores pressóricos obtidos, a PA deverá ser novamente verificada:
· A cada dois anos, se PA menor que 120/80 mmHg (BRASIL, 2006);
· A cada ano, se PA entre 120 – 139/80 – 89 mmHg nas pessoas sem outros fatores de risco para doença cardiovascular
· Em mais dois momentos em um intervalo de 1 – 2 semanas, se PA maior ou igual a 140/90 mmHg ou PA entre 120 – 139/80 – 89 mmHg na presença de outros fatores de risco para doença cardiovascular (DCV)
Condições Padrões para Aferição da Pressão
● O paciente deve estar sentado, com o braço apoiado e à altura do coração
● Medir após cinco minutos de repouso.
● Evitar o uso de cigarro e de bebidas com cafeína nos 30 minutos precedentes.
● A câmara inflável deve cobrir pelo menos dois terços da circunferência do braço.
● Palpar o pulso braquial e inflar o manguito até 30mmHg acima do valor em que o pulso deixar de ser sentido.
● Desinflar o manguito lentamente (2 a 4 mmHg/seg).
● A pressão sistólica corresponde ao valor em que começarem a ser ouvidos os ruídos de Korotkoff.
● A pressão diastólica corresponde ao desaparecimento dos batimentos.
● Na primeira vez, medir a pressão nos dois braços; se discrepantes, considerar o valor mais alto; nas vezes subsequentes, medir no mesmo
braço (o direito de preferência).
● Se a média das três medidas forem iguais ou maiores a 140/90mmHg, está confirmadoo diagnóstico de HAS
IMPORTANTE LEMBRAR:
Sístole: Contração do músculo cardíaco
Diástole: Relaxamento do músculo cardíaco
HAS: Classificação
HAS: Classificação
Normotensão:
A pessoa com PA ótima, menor que 120/80mmHg deverá verificar novamente a PA em até dois anos (BRASIL, 2006). As pessoas que apresentarem PA entre 130/85mmHg são consideradas normotensas e deverão realizar a aferição anualmente. Exceto pacientes portadores de diabetes mellitus, quando a PA deverá ser verificada em todas as consultas de rotina.
HAS: Classificação
PA Limítrofe:
Pessoas com PA entre 130/85 a 139/89mmHg deverão fazer avaliação para identificar a presença de outros fatores de risco para DCV. Na
presença desses fatores, a pessoa deverá ser avaliada pela enfermeira, em consulta individual ou coletiva, com o objetivo de estratificar o risco cardiovascular. 
A PA deverá ser novamente verificada em mais duas ocasiões em um intervalo de 7 a 14 dias. Na ausência de FR para DCV, o indivíduo poderá ser agendado para atendimento com a enfermeira, em consulta coletiva, para mudança de estilo de vida (MEV), sendo que a PA deverá ser novamente verificada em um ano.
HAS: Classificação
Hipertensão:
Se a média das três medidas forem iguais ou maiores a 140/90mmHg, está confirmado o diagnóstico de HAS e a pessoa deverá ser agendada para consulta médica para iniciar o tratamento e o acompanhamento.
➔ No Brasil, cerca de 388 pessoas morrem por dia em decorrência da HAS.
Fatores de risco para Doenças
Cardiovasculares
Baixo Risco:
● Idade (homem > 55 e mulheres > 65 anos)
● Tabagismo
● Hipertensão
● Obesidade
● Sedentarismo
● Sexo masculino
● História familiar de evento cardiovascular prematuro (homens <55 anos e mulheres <65 anos)
● Idade >65 anos
Alto Risco:
● Acidente vascular cerebral (AVC) prévio
● Infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio
● Lesão periférica – Lesão de órgão-alvo (LOA)
● Ataque isquêmico transitório (AIT)
● Hipertrofia de ventrículo esquerdo (HVE)
● Nefropatia
● Retinopatia
● Aneurisma de aorta abdominal
● Estenose de carótida sintomática
● Diabetes mellitus
Fatores de risco para Doenças Cardiovasculares
● Se o usuário apresenta apenas um fator de risco baixo/intermediário, não há necessidade de calcular o escore, pois ele é considerado como
baixo RCV.
● Se apresentar ao menos um fator de alto RCV, também não há necessidade de calcular o escore, pois esse paciente já é considerado como alto RCV.
● Na segunda etapa, será avaliada a idade, exames de LDLc, HDLc, PA e tabagismo.
● a terceira etapa, em que se estabelece uma pontuação.
● Baixo Risco – quando existir menos de 10% de chance de um evento cardiovascular ocorrer em dez anos. O seguimento dos indivíduos com PA limítrofe poderá ser anual após orientá-los sobre estilo de vida saudável.
● Risco Intermediário – quando existir 10% – 20% de chance de um evento cardiovascular ocorrer em dez anos. O seguimento dos indivíduos com PA limítrofe poderá ser semestral após orientações sobre estilo de vida saudável e, se disponível na UBS ou comunidade e se desejo da pessoa, encaminhamento para ações coletivas de educação em Saúde.
● Alto Risco: quando existir mais de 20% de chance de um evento cardiovascular ocorrer em dez anos ou houver a presença de lesão de órgão-alvo, tais como IAM, AVC/AIT, hipertrofia ventricular esquerda, retinopatia e nefropatia. O seguimento dos indivíduos com PA limítrofe de alto risco poderá ser trimestral após orientações sobre estilo de vida saudável e, se disponível na UBS ou comunidade e, se desejo da pessoa, encaminhamento para ações de educação em Saúde coletivas.
Recomendações de seguimento
Exames Solicitados
● Eletrocardiograma;
● Dosagem de glicose;
● Dosagem de colesterol total;
● Dosagem de colesterol HDL;
● Dosagem de triglicerídeos;
● Cálculo do LDL = Colesterol total - HDL- colesterol - (Triglicerídeos/5); • Dosagem de creatinina;
● Análise de caracteres físicos, elementos e sedimentos na urina (Urina tipo 1);
● Dosagem de potássio;
● Fundoscopia.
Tratamento
Tratamento não medicamentoso:
O tratamento não medicamentoso é parte fundamental no controle da HAS e de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV), como obesidade e dislipidemia. Esse tratamento envolve mudanças no estilo de vida (MEV) que acompanham o tratamento do paciente por toda a sua vida.
Mudanças no Estilo de Vida (MEV)
❏ Redução no uso de bebidas alcoólicas. O álcool é fator de risco reconhecido para hipertensão arterial e pode dificultar o controle da doença instalada.
❏ O uso de anticoncepcionais hormonais orais. A substituição de anticoncepcionais hormonais orais por outros métodos contraceptivos promove a redução da pressão arterial em pacientes hipertensas
❏ O tabagismo também aumenta o risco de complicações
cardiovasculares secundárias em hipertensos e aumenta aprogressão da insuficiência renal.
❏ A adoção de hábitos saudáveis, como alimentação, prática de atividade física, controle do peso.
 (limite diário: 2.000 mg de sódio)
Exercícios Aeróbicos:
❏ Se a pessoa optar por esta modalidade de exercícios, o profissional poderá sugerir atividades como caminhadas, dança, ciclismo, natação e corrida. O início deve ser gradativo, respeitando o limite fisiológico individual. A frequência recomendada é de 3 a 5 vezes por semana, pelo menos 30 minutos por dia, com o grau de intensidade de acordo com a adaptação fisiológica do indivíduo.
❏ Se a pessoa optar por esta modalidade de exercícios, o profissional poderá sugerir atividades como: musculação, saltos, abdominais, flexões e agachamentos. O início deve ser gradativo, respeitando o limite fisiológico individual. A frequência recomendada é de 3 a 5 vezes por semana, de acordo com a intensidade e tipo de atividade realizada.
Impacto na modificação do Estilo de Vida
Tratamento medicamentoso:
A decisão de quando iniciar medicação anti-hipertensiva deve ser considerada avaliando a preferência da pessoa, o seu grau de motivação para mudança de estilo de vida, os níveis pressóricos e o risco cardiovascular.
O tratamento medicamentoso utiliza diversas classes de fármacos selecionados de acordo com a necessidade de cada pessoa, com a avaliação da presença de comorbidades, lesão em órgãos-alvo, história familiar, idade e gravidez.
Crise Hipertensiva
Os pacientes portadores de alterações pressóricas importantes acompanhadas de sintomatologia como cefaléia, alterações visuais recentes, dor no peito, dispnéia e obnubilação devem ser encaminhados para os serviços de urgência e emergência.
 É importante
diferenciar dessas situações os quadros de alterações pressóricas que ocorrem em situações de estresse emocional e que, às vezes, podem ser contornados com o simples uso de um benzodiazepínico.
Emergências Hipertensivas
São condições em que há elevação crítica da pressão arterial com quadro clínico grave, progressiva lesão de órgãos-alvo e risco de morte,
exigindo imediata redução da pressão arterial com agentes aplicados por via parenteral.
Esses casos requerem manejo imediato e encaminhamento em serviço de urgência e emergência, pois há risco iminente à vida ou de lesão orgânica grave.
Habitualmente, apresentam-se com pressão arterial muito elevada em pacientes com hipertensão crônica ou menos elevada em pacientes com doença aguda, como em eclâmpsia, glomerulonefrite aguda, e em uso de drogas ilícitas, como cocaína.
Acompanhado de sinais e sintomas indicativos de dano importante em órgãos-alvo e risco de vida. Os exemplos mais comuns dessas situações são presença de edema agudo pulmonar, infarto agudo do miocárdio, aneurisma dissecante da aorta, acidente vascular encefálico e encefalopatia hipertensiva
Urgências Hipertensivas
A elevação crítica da pressão arterial, em geral pressão arterial diastólica ≥ 120mmHg, porém com estabilidade clínica, sem comprometimento de órgãos-alvo, caracteriza o que se convencionou definir como urgência hipertensiva, Nessa situação, a pressão arterial pode ser controlada em 24 horas com medicação
● Pode ser administração sublingual.● A prática da administração sublingual do comprimido de captopril não é recomendada, pois suas características farmacocinéticas não permitem a absorção de doses ideais por essa via, devendo, portanto, ser deglutido.
Pseudocrise Hipertensivas
A chamada pseudocrise hipertensiva é uma situação que não se enquadra na classificação tradicional de urgência e emergência hipertensiva. Geralmente, apresenta-se como uma medida de PA elevada associada a queixas vagas de cefaleia ou sintomas e sinais de ansiedade, sem sinais de comprometimento de órgão-alvo.
 O tratamento, nesses casos, deve ser dirigido à causa da elevação arterial, como uso de analgésicos na presença de cefaleia, de modo a evitar o risco de hipotensão e isquemia cerebral ou miocárdica.
Técnico de Enfermagem:
1. Verificar os níveis da pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal, em indivíduos da demanda espontânea da unidade de saúde.
2. Orientar a comunidade sobre a importância das mudanças nos hábitos de vida, ligadas à alimentação e à prática de atividade física rotineira.
3. Orientar as pessoas da comunidade sobre os fatores de risco cardiovascular, em especial aqueles ligados à hipertensão arterial e diabetes.
4. Agendar consultas e reconsultas médicas e de enfermagem para os casos indicados.
1. Proceder as anotações devidas em ficha clínica.
2. Cuidar dos equipamentos (tensiômetros e glicosímetros) e solicitar sua manutenção, quando necessária.
3. Encaminhar as solicitações de exames complementares para serviços de referência.
4. Controlar o estoque de medicamentos e solicitar reposição, seguindo as orientações do enfermeiro da unidade, no caso de impossibilidade do farmacêutico.
5. Fornecer medicamentos para o paciente em tratamento, quando da impossibilidade do farmacêutico.
Diabetes Mellitus
A Diabetes é uma doença metabólica caracterizada pelo aumento de glicose no sangue (hiperglicemia), consequência de um defeito de excreção ou ação da insulina, que é um hormônio secretado pelo pâncreas que reduz a glicemia no sangue e ajudando na sua absorção.
É associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos
Insulina
A insulina é um hormônio secretado pelas células beta do pâncreas, que induz o movimento de glicose do sangue para o músculo, o fígado e as células de gorduras. Nessas células, a insulina desempenha várias funções incluindo o transporte e o metabolismo da glicose para produzir energia.
Durante os períodos de jejum (entre as refeições e durante a noite), o pâncreas libera continuamente uma pequena quantidade de insulina e, juntamente com outro hormônio pancreático, denominado glucagon, estimula o fígado a liberar a glicose armazenada.
 A insulina e o glucagon em conjunto mantêm um nível constante de glicose no sangue.
Insulina
A deficiência ou déficit de insulina provoca a degradação da gordura (lipólise) em ácidos graxos livres e glicerol.
 Os ácidos graxos livres são convertidos em corpos cetônicos pelo fígado; tais corpos altamente ácidos
acumulam-se, gerando a Cetoacidose Diabética (CAD). 
As três principais alterações metabólicas observadas na CAD consistem em hiperglicemia,
cetose e acidose metabólica.
Classificação de DM
Os tipos de diabetes mais freqüentes são o diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos.
Outro tipo de diabetes encontrado com maior freqüência e cuja etiologia ainda não está esclarecida é o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal.
Classificação de DM
Diabetes Mellitus Tipo 1
A apresentação do diabetes tipo 1 é em geral abrupta, acometendo principalmente crianças e adolescentes sem excesso de peso. 
Na maioria dos casos, a hiperglicemia é acentuada, evoluindo rapidamente para cetoacidose, especialmente na presença de infecção ou outra forma de estresse. Assim, o traço clínico que mais define o tipo 1 é a tendência à hiperglicemia grave e cetoacidose.
O termo “tipo 1” indica o processo de destruição da célula beta que leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose. 
A destruição das células beta é geralmente causada por processo autoimune. 
A destruição das células beta em geral é rapidamente progressiva, ocorrendo principalmente em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), mas pode ocorrer também em adultos.
Sintomas do diabetes tipo 1:
● Fome frequente;
● Sede constante;
● Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
● Perda de peso;
● Fraqueza;
● Fadiga;
● Mudanças de humor;
● Náusea e vômito.
Classificação de DM
Diabetes Mellitus Tipo 2
O DM tipo 2 costuma ter início insidioso e sintomas mais brandos. Manifesta-se, em geral, em adultos com longa história de excesso de peso e com história familiar de DM tipo 2. No entanto, com a epidemia de obesidade atingindo crianças, observa-se um aumento na incidência de diabetes em jovens, até mesmo em crianças e adolescentes.
Diabetes Mellitus Tipo 2
O termo “tipo 2” é usado para designar uma deficiência relativa de insulina, isto é, há um estado de resistência à ação da insulina, associado a um defeito na sua secreção, o qual é menos intenso do que o observado no diabetes tipo 1. 
Após o diagnóstico, o DM tipo 2 pode evoluir por muitos anos antes de requerer insulina para controle. Seu uso, nesses casos, não visa evitar a cetoacidose, mas alcançar o controle do quadro hiperglicêmico
.A cetoacidose nesses casos é rara e, quando presente, em geral é ocasionada por infecção ou estresse muito grave. A hiperglicemia desenvolve-se lentamente, permanecendo assintomática por vários anos.
Classificação de DM
Diabetes Mellitus Tipo 2
Sintomas do diabetes tipo 2:
● Fome frequente;
● Sede constante;
● Formigamento nos pés e mãos;
● Vontade de urinar diversas vezes;
● Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
● Feridas que demoram para cicatrizar;
● Visão embaçada.
Classificação de DM
Pré-Diabetes
Pré-diabetes é quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar um Diabetes
Tipo 1 ou Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios.
Esse alerta do corpo é importante por ser a única etapa do diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo a evolução da doença e o aparecimento de complicações, incluindo o infarto.
No entanto, 50% dos pacientes que têm o diagnóstico de pré-diabetes, mesmo com as devidas orientações médicas, desenvolvem a doença.
Rastreamento de DM
Cerca de 50% da população com diabetes não sabe que são portadores da doença, algumas vezes permanecendo não diagnosticados até que se manifestem sinais de complicações. Por isso, testes de rastreamento são indicados em indivíduos assintomáticos que apresentem maior risco da doença.
Fatores de Risco
● Excesso de peso (IMC >25 kg/m2)
● História de pai ou mãe com diabetes;
● Hipertensão arterial (>140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos em adultos);
● História de diabetes gestacional ou de recém-nascido com mais de 4 kg;
● Dislipidemia: hipertrigliceridemia (>250 mg/dL) ou HDL-C baixo (<35 mg/dL);
● Exame prévio de HbA1c ≥5,7%, tolerância diminuída à glicose ou glicemia de jejum alterada;
● Obesidade severa;
● Síndrome de ovários policísticos;
● História de doença cardiovascular;
● Inatividade física;
As pessoas com fatores de risco para DM deverão ser encaminhados para uma consulta de rastreamento e solicitação do exame de glicemia.
 Não existem evidências para a frequência do rastreamento ideal. Alguns estudos apontaram que as pessoasque apresentam resultados negativos podem ser testadas a cada 3 a 5 anos. Casos de tolerância diminuída à glicose, glicemia de jejum alterada ou diabetes gestacional prévio, podem ser testados mais frequentemente, por exemplo, anualmente.
Recomenda-se que a consulta de rastreamento para a população-alvo definida pelo serviço de Saúde seja realizada pelo enfermeiro da UBS, encaminhando para o médico em um segundo momento, a fim de confirmar o diagnóstico dos casos suspeitos.
Rastreamento de DM
Consulta de rastreamento
● conhecer a história pregressa da pessoa;
● realizar o exame físico, incluindo a verificação de pressão arterial, de dados antropométricos (peso, altura e circunferência abdominal) e do cálculo do IMC;
● identificar os fatores de risco para DM;
● avaliar as condições de saúde e solicitar os exames laboratoriais necessários e que possam contribuir para o diagnóstico e para a decisão terapêutica ou preventiva.
Sinais e Sintomas suspeitos
Exames solicitados
O diagnóstico de diabetes baseia-se na detecção da hiperglicemia. Existem quatro tipos de exames que podem ser utilizados no diagnóstico do DM: glicemia casual, glicemia de jejum, teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75 g em duas horas (TTG) e, em alguns casos, hemoglobina glicada (HbA1c).
● Glicemia de jejum e HbA1C.
● Colesterol total (CT), HDL e triglicerídeos (TG).
● A fração LDL pode ser calculada utilizando-se a fórmula de Friedewald: LDL= CT – HDL – TG/5 (para triglicerídeos abaixo de 400 mg/dL).
● Creatinina sérica.
● Exame de urina tipo 1 e, se necessário, microalbuminúria ou relação albumina/creatinina.
● Fundoscopia.
Plano Terapêutico Pré-diabetes
Pessoas com hiperglicemia intermediária (glicemia de jejum entre 110 mg/dl e 125 mg/dl, e duas horas pós-carga de 140 mg/dl a 199 mg/dl e HbA1c entre 5,7% e 6,4%), também denominadas de casos de pré-diabetes, pelo seu maior risco de desenvolver a doença, deverão ser orientadas para prevenção do diabetes, o que inclui orientações sobre alimentação saudável e hábitos ativos de vida, bem como reavaliação anual com glicemia de jejum.
Diabetes Mellitus Tipo 1
Pela maior complexidade do cuidado, esses pacientes são em geral acompanhados por especialista endocrinologista. O encaminhamento deve ser imediato, com o cuidado de evitar demora no atendimento, pois, eles apresentam risco elevado de descompensação metabólica.
Diabetes Mellitus Tipo 2
O tratamento do diabetes mellitus (DM) tipo 2 consiste na adoção de hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, moderação no uso de álcool e abandono do tabagismo, acrescido ou não do tratamento farmacológico.
● Existem dois planos básicos do tratamento clínico do paciente com diabetes tipo 2, o controle glicêmico com a prevenção das complicações agudas e a prevenção das complicações crônicas.
Plano Terapêutico
Controle Glicêmico
O controle glicêmico pode ser monitorado por glicemias de jejum, pré-prandial (antes das refeições), pós-prandial (após as refeições) e pela hemoglobina glicada (HbA1c). As glicemias são utilizadas para orientar o ajuste de dose da medicação empregada, uma vez que apontam os
momentos no decorrer do dia em que ocorre falta ou excesso de sua ação. A HbA1c é o parâmetro utilizado para avaliar o controle glicêmico em médio e em longo prazos, pois reflete os níveis glicêmicos dos últimos dois/três meses.
Controle Glicêmico
 Plano Terapêutico
Monitoramento da Glicemia
É recomendada a monitorização da glicemia capilar três ou mais vezes ao dia a todas as pessoas com DM tipo 1 ou tipo 2 em uso de insulina em doses múltiplas.
● Em pessoas com bom controle pré-prandial, porém com HbA1c elevada, a monitorização da glicemia capilar duas horas após as refeições pode
ser útil.
● Em pessoas com DM tipo 2 em uso de antidiabéticos orais a monitorização da glicemia capilar não é recomendada rotineiramente.
A HbA1c deve ser medida no início do tratamento e a cada três meses, podendo ser realizada duas vezes ao ano para aqueles com bom controle metabólico. Hemólise, sangramentos, anemia e hemoglobinas variantes podem interferir na sua aferição, devendo ser considerados quando a glicemia capilar e a HbA1c não forem compatíveis.
A pesquisa de corpos cetônicos na urina (cetonúria), precisa ser aferida em pessoas com DM tipo 1 se a glicemia for maior do que 300 mg/dl, se
houver estresse agudo ou sintomas de hiperglicemia/cetose. Não há indicação de seu uso no DM tipo 2.
Tratamento Não Medicamentoso
Todas as pessoas com DM, independente dos níveis glicêmicos, deverão ser orientados sobre a importância da adoção de medidas para MEV para
a efetividade do tratamento.
Hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento do diabetes, sobre a qual pode ser acrescido – ou não – o tratamento farmacológico. Seus elementos fundamentais são manter uma alimentação adequada e atividade física regular, evitar o fumo e o excesso de álcool e estabelecer metas de controle de peso.
Diabetes Mellitus tipo 1
O tratamento do DM tipo 1, além da terapia não farmacológica, exige sempre a administração de insulina, a qual deve ser prescrita em esquema intensivo, de três a quatro doses de insulina/dia, divididas em insulina basal e insulina prandial, cujas doses são ajustadas de acordo com as glicemias capilares, realizadas ao menos três vezes ao dia. Pela maior complexidade no manejo desses pacientes, eles são, em geral, acompanhados pela atenção especializada.
Diabetes Mellitus tipo 2
O DM tipo 2, que acomete a grande maioria dos indivíduos com diabetes, exige tratamento não farmacológico, em geral complementado com antidiabético oral e, eventualmente, uma ou duas doses de insulina basal, conforme a evolução da doença.
Casos que requerem esquemas mais complexos, como aqueles com dose fracionada e com misturas de insulina (duas a quatro injeções ao dia), são em geral acompanhados pela atenção especializada.
Tratamento Medicamentoso Antidiabéticos orais
Os antidiabéticos orais constituem-se a primeira escolha para o tratamento do DM tipo 2 não responsivo a medidas não farmacológicas, uma vez que promovem, com controle estrito, redução na incidência de complicações, têm boa aceitação pelos pacientes, simplicidade de prescrição e levam a menor aumento de peso em comparação à insulina.
As insulinas são as de ação rápida (regular) e as de ação intermediária (Neutral Protamine Hagedorn – NPH).
● A insulina regular está indicada em casos de emergência, como a cetoacidose, gravidez e trabalho de parto, em combinação com insulinas
de ação média ou prolongada, ou em tratamento tipo bolus antes das refeições.
● A insulina NPH, também chamada de isófana ou de ação intermediária, é utilizada em tratamento de manutenção para o controle glicêmico basal.
Tratamento Medicamentoso Efeitos Adversos
Complicações agudas do DM
Descompensação hiperglicêmica aguda:
❖ Cetoacidose
A cetoacidose é uma emergência endocrinológica decorrente da deficiência absoluta ou relativa de insulina, potencialmente letal. A cetoacidose ocorre
principalmente em pacientes com DM tipo 1, sendo, diversas vezes, a primeira manifestação da doença. A pessoa com DM tipo 2, que mantém uma reserva
pancreática de insulina, raramente desenvolve essa complicação.:
Os principais fatores precipitantes são infecção, má aderência ao tratamento (omissão da aplicação de insulina, abuso alimentar), uso de medicações hiperglicemiantes e outras (AVC, IAM ou trauma). Indivíduos em mau controle glicêmico são particularmente vulneráveis a essa complicação. Encaminhar para emergência.
● Os principais sintomas são: polidipsia, poliúria, enurese, hálito cetônico, fadiga, visão turva, náuseas e dor abdominal, além de vômitos, desidratação, hiperventilação e alterações do estado mental.
Complicações agudas do DM
Descompensação hiperglicêmica aguda:
❖ Cetoacidose - Prevenção
Complicações agudas do DM
Descompensação hiperglicêmica aguda:
❖ Síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica
A síndrome hiperosmolar não cetótica é um estadode hiperglicemia grave (superior a 600 mg/dl a 800 mg/dL) acompanhada de desidratação e alteração
do estado mental, na ausência de cetose. Ocorre apenas no diabetes tipo 2, em que um mínimo de ação insulínica preservada pode prevenir a cetogênese.
● Os indivíduos de maior risco são os idosos, cronicamente doentes, debilitados ou institucionalizados, com acesso à água prejudicados. Os fatores precipitantes são doenças agudas como AVC, IAM ou infecções, particularmente a pneumonia, uso de glicocorticoides ou diuréticos, cirurgia, ou elevadas doses de glicose.
Complicações agudas do DM
Hipoglicemia:
Hipoglicemia é a diminuição dos níveis glicêmicos – com ou sem sintomas – para valores abaixo de 70 mg/dL. Os sintomas clínicos, entretanto, usualmente ocorrem quando a glicose plasmática é menor de 60 mg/dl a 50 mg/dl. A queda da glicemia leva a sintomas como fome, tontura, fraqueza, dor de cabeça, confusão, coma, convulsão e a manifestações como sudorese, taquicardia, apreensão, tremor.
● Fatores de risco para hipoglicemia incluem idade avançada, abuso de álcool, desnutrição, insuficiência renal, atraso ou omissão de refeições,
exercício vigoroso, consumo excessivo de álcool e erro na administração de insulina ou de hipoglicemiante oral.
Hipoglicemia: Manejo:
Complicações crônicas do DM
O diabetes, quando não tratado corretamente, pode evoluir para formas
mais graves e apresentar diversas complicações tais como:
● Neuropatia Diabética;
● Problemas arteriais e amputações;
● Doença renal;
● Pé Diabético;
● Glaucoma;
● Catarata;
● Retinopatia;
● Pele sensível;
● Problemas sexuais.
hanseníase
O que é a hanseníase?
➢ Doença infectocontagiosa de evolução lenta e curável
➢ Acometimento da pele e nervos periféricos
➢ Potencialmente incapacitante Mycobacterium leprae:
➢ Afinidade por células cutâneas e nervos periféricos
➢ Predileção para crescer em T < 37°C
➢ Tempo de multiplicação do bacilo é lento 11 a 16 dias
Hanseníase: Classificação
➢ PAUCIBACILARES (PB) – resistência ao bacilo, casos com até 5 lesões de pele e/ou apenas um tronco nervoso acometido.
➢ MULTIBACILARES (MB)- suscetível ao bacilo, casos
com mais de 5 lesões de pele e/ou mais de um tronco nervoso acometido.
Transmissão
➢ Homem: única fonte de infecção;
➢ Animais naturalmente infectados: o tatu, o macaco mangabei e o chimpanzé
➢ Quem transmite: Doentes multibacilares (MHV e MHD) sem tratamento - capazes de eliminar grande quantidade de bacilos para o meio exterior (carga bacilar de cerca de 10.000.000 de BAAR presentes na mucosa nasal)
➢ Vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaríngea) – principal porta de entrada dos bacilos
➢ Penetração pela pele - solução de continuidade ou mucosa ocular
Importante:
● Contato Direto;
● Permanente;
➢ Período de incubação: média de 2 a 7 anos;
➢ Podendo ser de meses até mais de 15 anos
Todas as manifestações clínicas são variáveis e
estão relacionadas ao grau de imunidade celular do paciente
➔ Todas as pessoas podem ter contato com o bacilo de hansen, se conviverem com o doente de forma contagiante sem tratamento.
➔ De 10 pessoas, 9 tem resistência natural, suficiente para não adoecer, mesmo tendo contato com o bacilo.
➔ Uma pessoa poderá adoecer, apresentando mancha na pele.
➔ Dependendo do grau de resistência individual e, caso não se trate, a doença poderá evoluir para uma das formas mais graves da hanseníase
Classificação Hanseníase
Classificação Hanseníase
Os pacientes portadores de hanseníase da forma Tuberculóide apresentam vigorosa resposta imune celular contra a micobactéria, o que limitaria a doença a poucas e bem definidas lesões de pele e de troncos nervosos.
Os pacientes portadores de hanseníase da forma Virchowiano apresentam ausência da resposta imune celular específica contra a micobactéria, ocorrendo proliferação do M. leprae, com a presença de muitas lesões e infiltrações extensas na pele e nos nervos.
Quando suspeitar de Hanseníase?
● Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo;
● Área de pele seca e com falta de suor;
● Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas;
● Diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato –
pessoa se queima ou se machuca sem perceber;
● Úlceras de pernas e/ou pés;
● Nódulos no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;
Quando suspeitar de Hanseníase?
Porque o bacilo destrói as terminações nervosas da pele
● Parestesias - sensação de formigamento
● Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas
● Diminuição da força dos músculos das mãos, dos pés e da face que podem estar espessados e doloridos
● Casos mais avançados podem apresentar doença sistêmica muitas vezes o diagnóstico não é lembrado.
Importante observar: Febre, edemas e dores nas
articulações, entupimento, sangramento e feridas no nariz, ressecamento do nariz e dos olhos, mal-estar geral, emagrecimento.
Como diagnosticar Hanseníase?
● Evidências epidemiológicas
● Exame dermatológico
● Exame neurológico
● Exame baciloscópio
● Exame histológico
Hanseníase: Formas Clínicas
Hanseníase Indeterminada
● Pele: Manchas claras com distúrbio de sensibilidade – alopecia e anidrose;
● Nervos: não há deformidades próprias da hanseníase; Evolução:
● Permanecer estacionária (vários anos)
● Regredir espontaneamente
● Evoluir para as formas polarizadas (3 a 5 anos) – depende da resposta imune do hospedeiro
Hanseníase Indeterminada
Hanseníase Tuberculóide (HT)
● Pele: placas eritematopapulosas, pardas ou acastanhadas, com pápulas dispostas ao longo da borda externa. Centro da placa pode apresentar mais rebaixado do que as bordas, atrófico ou descamativo.
● Nervos: comprometimento de troncos nervosos assimétricos – pode ser intenso e chegar a necrose caseosa.
● Nas lesões e/ou trajetos nervosos pode haver perda total da sensibilidade térmica, tátil e dolorosa
● Anidrose e alopecia
Hanseníase Dimorfa (HD)
● Pode se aproximar do Pólo Tuberculóide ou do Pólo Virchowiano
● Pele: placas, nódulos eritmato-acastanhadas, grande número, tendência à simetria.
● Nervos: comprometimento simétrico dos troncos nervosos.
● Comprometimento visceral: fígado, baço, suprarrenais e testículos.
Hanseníase Dimorfa
Hanseníase Virchowiana (HV)
● Pele: placas infiltradas e nódulos (hansenomas), de coloração ferruginosa ou eritêmato-acastanhada.
● Madarose supraciliar e ciliar
● Hansenomas nos pavilhões auriculares
● Espessamento e acentuação dos sulcos cutâneos “fácies leonino”
● Infiltração de cartilagem – desabamento de pirâmide nasal
● 10% do peso corporal = bacilos
● Nervos: comprometimento simétrico, acomete mais troncos nervosos
● Comprometimento visceral: fígado, baço, suprarrenais e testículos
Hanseníase Virchowiana (HV)
Reações Hansênicas
São manifestações agudas ocasionadas por alterações do sistema imunológico da pessoa atingida pela hanseníase, os quais se exteriorizam por meio de manifestações inflamatórias agudas e
subagudas, que podem ocorrer antes, durante ou depois do tratamento com PQT/OMS, tanto nos casos PB como nos MB.
● Reações Tipo I ou II
● Maior causa de morbidade e incapacidade
Reações Hansênicas Tipo I: Reação Reversa
● Ocorre mais em Dimorfos
● Relaciona-se à resposta imunocelular
● Aparecimento de novas lesões (manchas ou placas)
● Lesões hiperestésicas, eritêmato-edematosas, descamam e às vezes ulceram
● Infiltração
● Alterações de cor e edema nas lesões antigas
● Dor de nervos periférico (neurite) e edema de extremidades
● Com ou sem espessamento do nervo
Reações Hansênicas: Tipo I Reação Reversa
Reações Hansênicas Tipo II: Eritema Nodoso
Hansênico (ENH)
● Virchowianos e dimorfo-virchowiano
● Relaciona-se à imunidade;
● Aparecimento subitamente - nódulos subcutâneos inflamatórios, simétricos e dolorosos
● Presença ou não de febre, mal estar generalizado, mialgia e artralgias, podendo ocorrer comprometimento hepatorrenal.
Reações Hansênicas Tipo II: Eritema Nodoso
Hansênico (ENH)
Condutas frente as Reações Hansênicas
● Confirmar o diagnóstico de hanseníasee fazer a classificação operacional
● Diferenciar o tipo de reação
● Investigar fatores predisponentes (infecções, infestações, distúrbios hormonais, fatores emocionais e outros)
● Diagnóstico: exame físico geral e dermatoneurológico.
● Iniciar imediatamente o tratamento
Tratamento Hanseníase
❏ O tratamento específico da pessoa com hanseníase, indicado pelo
Ministério da Saúde, é a poliquimioterapia padronizada pela Organização Mundial de Saúde, conhecida como PQT, devendo serrealizado nas unidades de saúde.
❏ A PQT mata o bacilo tornando-o inviável, evita a evolução da doença, prevenindo as incapacidades e deformidades causadas por ela, levando
à cura. Assim sendo, logo no início do tratamento, a transmissão da doença é interrompida, e, sendo realizado de forma completa e correta, garante a cura da doença.
❏ A poliquimioterapia é constituída pelo conjunto dos seguintes medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina, com administração associada.
Esquema Paucibacilar - seis cartelas
● Duração do tratamento: 6 doses mensais supervisionadas de rifampicina.
● Critério de alta: 6 doses supervisionadas em até 9 meses.
Esquema Multibacilar - doze cartelas
● Duração do tratamento: 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina.
● Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses.
Tratamento Hanseníase
Efeitos colaterais comuns da PQT
Urina Avermelhada:
Isto é devido a cor da Rifampicina, que é tomada uma vez por mês. Essa cor demora um pouco, até depois de terminar a tomada deste medicamento. Tranquilize o doente.
Tratamento Hanseníase
Efeitos colaterais comuns da PQT
Escurecimento da pele Isto deve-se a Clofazimina, que é tomada uma vez por mês e também diariamente para o tratamento MB. Isto não faz mal; desaparecerá dentro de alguns meses depois de acabar o tratamento. Encoraje o paciente a tomar os medicamentos regularmente.
Alergia
Como qualquer outro tipo de medicamento, alguns doentes podem ter alergia a um dos componentes da PQT. O mais comum é o forte prurido, manchas vermelhas/escuras na pele. Nestes casos peça ao
paciente para parar de tomar os medicamentos e encaminhe-o para o hospital mais próximo.
Tratamento Hanseníase
Os pacientes devem ser agendados de rotina a cada 28 dias para receberem, além das orientações e avaliações, a administração da dose
supervisionada e nova cartela com os medicamentos para doses auto-administradas no domicílio.
Os pacientes que não comparecerem a dose supervisionada por mais de 30 dias deverão ser visitados em seus domicílios, para pesquisar e intervir nas possíveis causas de falta, orientá-los e consequentemente evitar a situação de abandono.
Evitar complicações
● Prevenção de incapacidades atividade fundamental durante o tratamento e, em alguns casos, após a alta;
● Avaliação de incapacidades olhos, nariz, mãos e pés
● Orientação prática diária de autoexame e autocuidado
● Evitar a evolução da doença com sequelas, tais como: úlceras, perda da força física e deformidades - mãos em garra, pé caído e/ou
cegueira
cuidados com pés e mãos
oriente paciente para autocuidado:
● Hidratação
● Lubrificação
● Cuidar das calosidades
● Exercícios de alongamentos
● Cuidados com úlceras ou feridas: limpeza, proteção e repouso Mãos com diminuição /ausência sensibilidade:
● Observação – previsão de riscos – cuidado
● Adaptação de instrumentos da vida diária
● Secar interdígitos
● Observação diária: presença de área de hiperemia, bolhas e ulceras
● Sempre andar calçado
● Caminhadas curtas
Perda sensibilidade protetora:
● Confeccionar palmilha simples
● Presença de ulceras/garra/reabsorção:
● Adaptação de calçado em unidade de referência
Sinais de Alerta: Hanseníase
● OLHOS: Sentir dor, coceira, ressecamento, vermelhidão, presença de corpo estranho, pupilas de tamanhos diferentes e dificuldade para enxergar
● NARIZ: Dificuldade para respirar, ressecamento, crostas aderidas e sangramento
● MÃOS E BRAÇOS: Sentir dor intensa nos cotovelos ou punhos, ressecamento e formigamento nas mãos, fraqueza nos braços derrubando objetos com frequência
A Hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo Território Nacional e de investigação obrigatória. Cada caso diagnosticado deve ser notificado na semana epidemiológica de
ocorrência do diagnóstico, utilizando-se a ficha de notificação e investigação do Sistema Nacional de Agravos de Notificação/SINAN. As fichas de notificação dos casos devem ser preenchidas por profissionais das unidades de saúde onde o paciente tenha sido diagnosticado.
Atenção Básica na Saúde da Criança
A Atenção Básica na sua orĀanização do processo de trabalho na saúde da criança devem abordar questões
como o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da criança e a supervisão das
imunizações, a alimentação saudável, a prevenção de acidentes e as medidas de prevenção e cuidado à criança em situação de violência, por intermédio da puericultura.
Acompanhamento do Crescimento
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos indicadores de saúde da criança. O processo de crescimento é influenciado por ÿatores intrínsecos (Āenéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a hiĀiene, a habitação e os cuidados Āerais com a criança, que atuam acelerando ou restrinĀindo tal processo. Deve-se valorizar também o crescimento intrauterino.
O acompanhamento sistemático do crescimento e do Āanho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade, por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade.
Orientações para Sobrepeso ou Obesidade
● Verifique a existência de erros alimentares, identifique a dieta da ÿamília e oriente a mãe ou o cuidador a administrar à criança uma alimentação mais adequada, de acordo com as recomendações para uma alimentação saudável para a criança.
● Verifique as atividades de lazer das crianças, como o tempo em ÿrente à televisão e ao videoĀame, estimulando-as a realizar passeios, caminhadas, andar de bicicleta, praticar joĀos com bola e outras brincadeiras que aumentem a atividade ÿísica.
Orientações para Sobrepeso ou Obesidade
● Encaminhe a criança para o Nasÿ, se tal possibilidade estiver disponível.
● Realize a avaliação clínica da criança.
Orientações para Magreza ou peso baixo
Para menores que 2 anos:
● InvestiĀue possíveis causas, com atenção especial para o desmame.
● Oriente a mãe sobre a alimentação complementar adequada para a idade
● Se a criança não Āanhar peso, solicite seu
acompanhamento no Nasÿ, se tal possibilidade estiver disponível.
● Oriente o retorno da criança no intervalo máximo de 15 dias.
Orientações para Magreza ou peso baixo
Para maiores que 2 anos:
● InvestiĀue possíveis causas, com atenção especial para a alimentação, para as intercorrências inÿecciosas, os cuidados com a criança, o aÿeto e a hiĀiene.
● Trate as intercorrências clínicas, se houver.
● Solicite o acompanhamento da criança no Nasÿ, se tal possibilidade estiver disponível.
● Encaminhe a criança para o serviço social, se isso ÿor necessário.
● Oriente a ÿamília para que a criança realize nova
consulta com intervalo máximo de 15 dias.
Orientações para Magreza acentuada
● InvestiĀue possíveis causas, com atenção especial para o desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a alimentação, as intercorrências inÿecciosas, os cuidados com a criança, o aÿeto e a hiĀiene.
● Trate as intercorrências clínicas, se houver.
● Encaminhe a criança para atendimento no Nasÿ.
● Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver disponível.
● Oriente a ÿamília para que a criança realize nova
consulta com intervalo máximo de 15 dias.
Acompanhamento do Desenvolvimento
O acompanhamento do desenvolvimento da criança na atenção básica objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua vida ÿutura. Isso ocorre principalmente por meio de ações educativas e de acompanhamento inteĀral da saúde da criança.
Acompanhamentodo Desenvolvimento
A identificação de problemas tais como: atraso no
desenvolvimento da ÿala, alterações relacionais, tendência ao isolamento social, dificuldade no aprendizado, aĀressividade, entre outros, é ÿundamental para o desenvolvimento e a intervenção precoce para o proĀnóstico dessas crianças. Portanto, é importante o diaĀnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento das crianças, com a avaliação objetiva de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e coĀnitivas nas consultas de puericultura.
Orientações aos pais
No dia a dia dos serviços, os profissionais de saúde podem orientar os pais em relação ao desenvolvimento das ÿunções fisiolóĀicas e comportamentais da criança, tais como:
● choro
● padrão de sono (desreĀularidade evidente de sono e viĀília)
● controle de esÿíncteres ( é marco do desenvolvimento)
● sexualidade
● disciplina (limites claros e consistentes e autocontrole)
Alimentação Saudável
Amamentação
Uma alimentação saudável se inicia com o aleitamento materno, que isoladamente é capaz de nutrir de modo adequado a criança nos primeiros 6 meses de vida. Já a partir dos 6 meses de vida, devem ser introduzidos alimentos complementares ao aleitamento materno, por dois anos ou mais.
Alimentação Saudável
Orientação quanto a amamentação:
Alimentação Saudável
Amamentação beneÿícios para o bebê:
● Diminuição de morbidade, especificamente relacionada a inÿecções como: meninĀite bacteriana, bacteremia, diarreia, inÿecção no trato respiratório, enterocolite necrosante, otite média, inÿecção do trato urinário e sepse de início tardio em recém-nascidos pré-termo.
● Diminuição das taxas de morte súbita do lactente
Amamentação beneÿícios para o bebê:
● Redução de hospitalizações: o aleitamento materno reduz o risco de hospitalização por vírus sincicial respiratório.
● Redução de alerĀias.
● Redução da obesidade
● Diminuição do risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes
● Melhor nutrição.
● Eÿeito positivo no desenvolvimento intelectual
● Melhor desenvolvimento da cavidade bucal
● O início precoce do aleitamento materno sem restrições diminui a perda de peso inicial do recém-nascido, ÿavorece a recuperação mais rápida do peso de nascimento, promove uma “descida do leite” mais rápida, aumenta a duração do aleitamento materno, estabiliza os níveis de Ālicose do recém-nascido, diminui a incidência de hiperbilirrubinemia e previne inĀurĀitamento mamário .
Alimentação Saudável
Introdução alimentar:
Diante da impossibilidade de ser oÿerecido o aleitamento materno, o profissional de saúde deve orientar a mãe quanto à utilização de ÿórmula inÿantil ou de leite de vaca inteĀral fluido ou em pó. É importante a avaliação da condição socioeconômica e cultural da ÿamília, assim como a situação de saúde da criança, antes de optar por uma destas alternativas.
O profissional de saúde deve orientar a mãe quanto aos procedimentos a seĀuir,
● preparo de leite de vaca inteĀral com a diluição adequada para a idade,
● a correção da deficiência de ácido Āraxo linoleico com óleo nos primeiros quatro meses e a suplementação de vitamina C e ÿerro
● o preparo de ÿórmulas inÿantis de acordo com a idade e as recomendações do rótulo do produto.
Alimentação Saudável
Introdução alimentar:
Leite em pó inteĀral:
● 1 colher rasa das de sobremesa para 100ml de áĀua ÿervida.
● 11⁄2 colher rasa das de sobremesa para 150ml de áĀua ÿervida.
● 2 colheres rasas das de sobremesa para 200ml de áĀua ÿervida.
Preparo do leite em pó: primeiro, deve-se diluir o leite em pó em um pouco de áĀua ÿervida e, em seĀuida, adicionar a áĀua restante necessária.
Leite inteĀral fluído:
● 2/3 de leite fluído + 1/3 de áĀua ÿervida.
● 70ml de leite + 30ml de áĀua = 100ml.
● 100ml de leite + 50ml de áĀua = 150ml.
● 130ml de leite + 70ml de áĀua = 200ml
Alimentação Saudável Prevenção de Acidentes
As principais causas de atendimento de crianças na rede de serviços de saúde são as quedas, seĀuidas dos acidentes de transporte, do choque por objetos/pessoas e dos ÿerimentos por objetos cortantes. Todas as reÿeridas causas são preveníveis e evitáveis. Os profissionais de saúde exercem papel ÿundamental na mudança de hábitos e comportamentos saudáveis junto à comunidade, por meio de uma abordaĀem educativa e inÿormativa sobre os meios de se ÿazer a prevenção.
Prevenção de Acidentes
● Menores de 2 anos estão sujeitos a riscos impostos por terceiros, como queimaduras, intoxicações, colisão de automóvel e quedas.
● Meninos estão mais propensos a soÿrer acidentes do que as meninas
● Pré-escolares (de 2 a 6 anos) soÿrem mais atropelamentos, acidentes por submersão, quedas de luĀares altos, ÿerimentos, lacerações e queimaduras.
● Crianças na idade escolar (de 6 a 10 anos) podem ser vítimas de atropelamentos, quedas de bicicletas, quedas de luĀares altos, traumatismos dentários, ÿerimentos com armas de ÿoĀo e lacerações.
Situações de Violência
A violência é entendida como o uso da ÿorça contra um Ārupo ou uma comunidade, de ÿorma que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicolóĀico, deficiência de desenvolvimento ou privação.
● Para um enÿrentamento eficaz a unidade básica de saúde precisa desenvolver uma atenção baseada em trabalho de equipe multiprofissional, com enÿoque biopsicossocial do indivíduo, da ÿamília e da comunidade e ÿorte parceria
intersetorial.
Situações de Violência
Tipos de Violência:
● Física: violência empreĀada com o uso da ÿorça ou de ações.
● PsicolóĀica: toda ÿorma de rejeição, depreciação e desrespeito cometidos contra a criança
● NeĀliĀência: omissão do responsável pela criança em prover as necessidades básicas
● Sexual: abuso de poder, quando a criança é usada para Āratificação sexual de um adulto
Situações de Violência
Síndrome do bebê sacudido: caracteriza-se por lesões de Āravidade variável que ocorrem quando um adulto provoca ÿortes sacudidas num bebê (em Āeral, menor de 6 meses). São sequelas ÿrequentes deste tipo de violência: ceĀueira ou lesões oÿtalmolóĀicas, hemorraĀia de retina, atraso no desenvolvimento, convulsões, ÿraturas de costelas, lesões na coluna, lesões ou hemorraĀias cerebrais (hematoma subdural). Dependendo da Āravidade da violência, o quadro pode evoluir para o óbito da criança.
Síndrome de Münchausen por procuração: é a condição em que doenças ou sintomas são ÿorjados na criança, em Āeral por suas mães. É um transtorno psiquiátrico da mãe, que assume a doença indiretamente, por intermédio da criança,
exacerbando, ÿalsificando ou produzindo histórias clínicas e evidências laboratoriais, causando lesões ÿísicas e induzindo a criança à hospitalização com procedimentos terapêuticos e diaĀnósticos desnecessários e potencialmente danosos para
ela.
Situações de Violência
Trabalho inÿantil: é o conjunto de tareÿas de natureza econômica que inibem as crianças de viver sua condição de inÿância e pré-adolescência. Consiste em tareÿas eÿetuadas de modo obriĀatório, reĀular, rotineiro, remunerado ou não, em condições desqualificadas e que põem em risco o bem-estar ÿísico, psíquico, social ou moral da criança, limitando seu crescimento e desenvolvimento saudável e seĀuro.
Situações de Violência
Violência no ambiente escolar contra estudantes (“bullyinĀ”): Este tipo de violência pode se expressar de várias maneiras: com implicância, colocação de apelidos, exclusão do Ārupo, intimidação, assédio, humilhação, diÿamação, aĀressão ÿísica etc. 
É um problema mundial que perpassa todas as classes sociais. Os meninos têm mais chances de se envolver com esta ÿorma de violência do que as meninas. Os alvos são, em Āeral, pessoas inseĀuras, com baixa autoestima. Tais crianças 
têm maiores chances de apresentar sentimentos de anĀústia, tristeza e solidão, depressão e ideias suicidas.

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