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O desenho na avaliação psicopedagógica

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O desenho na avaliação psicopedagógica.
	 Carolina Trindade de Carvalho
Qualquer pedaço de papel pode virar uma grande obra de artes, uma obra retirada bem de dentro do nosso ser, somos indivíduos cheios de sentimentos, que podem ser expressos em nossos desenhos.
Criança ama se expressar, colocar seus sentimentos e pensamentos em ação e o desenho é uma ótima forma de expressão.
A criança ao desenhar desenvolve a auto expressão e atua de forma afetiva com o mundo, opinando, criticando, sugerindo, através da utilização das cores, formas, tamanhos, símbolos, entre outros, ela exprime, assim seus medos, anseios, descontentamentos e demonstrando amor, amizade, ingenuidade. Quando uma criança desenha para nós, ela entrega junto a este desenho todo o seu ser, todo os seus sentimentos, é como se ela estivesse dando-nos uma parte dela.
 O desenho é uma manifestação artística onde o artista coloca no papel ou na tela todos os seus sentimentos e suas visões de mundo, para a criança o desenho é uma linguagem e sua primeira escrita, é onde ela irá aprimorar seu modo de ver e se ver no mundo e seu traçado.
O desenho é para a criança um modo muito significativo e prazeroso de expressão e de representação , onde ela transita entre o real e o imaginário.
 “Para compreender o verdadeiro significado dos rabiscos infantis, devemos nos esforçar o mais possível, para nos colocarmos no lugar da criança” (LOWENFELD e BRITTAIN, 1997, p. 95).
Lowenfield e Britain dizem, em outras palavras que devemos ‘’entrar no mundo ‘’ da criança para que possamos interpretar o melhor possível o seu desenho, muita vezes a criança desenha algo e pode não saber expressar em palavras aquilo que foi desenhado, mas o adulto/psicopedagogo irá saber interpretar o que ela desenho através do seu conhecimento quanto a criança e a análise feita por ele do desenho que já não é mais um simples desenho ou rabisco, mas a forma de expressão daquela criança.
Para melhor conhecer a criança é preciso aprender a vê-la. Observá-la enquanto brinca: O brilho dos olhos, a mudança de expressão do rosto, a movimentação do corpo. Estar atento à maneira como desenha o seu espaço, aprender a ler a maneira como escreve a sua história (MOREIRA, 2008, p. 20).
De acordo com Nicolau (2008), para estimular, guiar e compreender a criação e a expressão infantil é necessário, antes de mais nada, conhecer e compreender a criança. Compreender como a criança vive e pensa, sua cultura, é necessário que o profissional esteja atento a todos os detalhes do desenho, como posicionamentos, tamanhos e cores.
O principal fator que influencia a criatividade e o desenvolvimento da criança é o meio social, quanto mais estimulada ela for, melhor será sua performance social e sua autoestima será mais elevada.
De acordo com Moreno (2008, p.126)
‘’Para que ocorra o desenvolvimento da criatividade, os estímulos devem dar-se no lar, no convívio social e, posteriormente, nas escolas, pois são necessárias condições adequadas para o desenvolvimento da criatividade. Sabe-se que as manifestações criativas são dadas em pessoas que apresentam um conjunto de valores, atitudes, interesses, motivações e traços de personalidade, que proporcionam ao indivíduo um pensamento independente e flexível e o uso da imaginação.’’
O desenho pode ser analisado a partir de diferentes abordagens 
e áreas do conhecimento: Pedagogia, Psicologia, Artes, dentre outras. No presente artigo traremos o olhar Psicopedagógico.
Para o Psicopedagogo o desenho é um importante instrumento de coleta de dados e ferramenta no diagnóstico dos problemas de aprendizagem.
O desenho pode ser como um canal de diálogo entre a criança que desenha e o olhar observador do Psicopedagogo, o desenho enquanto instrumento de suporte diagnóstico, tem-se dado sob a perspectiva das técnicas projetivas ou provas projetivas, segundo Sara Paín.
As provas projetivas, como seu nome indica, tratam de desvendar quais são as partes do sujeito depositadas nos objetos que aparecem como suportes da identificação e que mecanismos atuam diante de uma instrução que obriga o sujeito a representar situações estereotipadas e carregadas emotivamente (...)
Em outras palavras, através das provas projetivas, desvendamos o que aquela criança desenhou e o que isso quer dizer.
‘’...O exame das provas projetivas permitirá, em geral, avaliar a capacidade do pensamento para construir, no relato ou no desenho, uma organização suficientemente harmoniosa como para veicular e elaborar a emoção; também permitirá avaliar a deterioração que se produz no próprio pensamento quando o quantum emotivo resulta excessivo. (PAIN, 1985, p.62).
O desenho pode nos dar pistas para intervir nas dificuldades de aprendizagem do sujeito e estas dificuldades podem estar relacionadas à diversos fatores – emocionais, cognitivos, sociais...
O desenho pode ser utilizado de diversas maneiras, como instrumento de investigação diagnóstica, principalmente usando as técnicas projetivas, mas vele lembrar que a interpretação do desenho não pode ser isolada, mas dentro de um contexto e relacionada a outros dados que deverão ser coletados pelo profissional.
Como bem sabemos, a psicopedagogia busca solucionar problemas de aprendizagem, sabemos, também, que não é um trabalho fácil, tendo em vista as causas que desencadeiam certos distúrbios na aprendizagem, que nem sempre são problemas cognitivos, o desenho irá ajudar ao psicopedagogo a analisar a prensão da criança, seu lado dominante para segurar o lápis, o seu emocional, mas essa investigação leva um certo tempo, pois, como já dito, precisamos conhecer aquela criança, seu mundo, sua forma de ver o mundo, criar vínculo, para, então fazer a análise e iniciar uma intervenção.
Referência:
-Revista de Psicologia da Vetor Editora, v.9, nº2, p.263-264.Jul./Dez.2008;
-CORREIA, Campos Catia-Revista Multidisciplinar das Faculdades São José, Rio de Janeiro |,Volume 8, Nº 2 • 2016 |,Pg. 02-17
-LOWENFELDER, Viktor. A criança e sua arte. São Paulo: Mestre Jou, 1954.
-BOSSA, Nadia- Ação e intervenção Psicopedagógica-http://www.nadiabossa.com.br/pdf/acao-e-intervencao-psicopedagogica.pdf Acessado em: 14/09/2020 às 14;50h.
-MOREIRA, A. A. A. O Espaço do desenho: a educação do educador. 12. ed. São Paulo: Loyola, 2008.
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