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Caso1 Um paciente com 50 anos de idade queixa-se de sonolência, tontura, boca seca e confusão mental. Relata tratamento há 3 meses com clonazepam de 2,0 mg por dia, para controle da síndrome das pernas inquietas. Há 30 dias vem fazendo dieta para redução de peso, com ingestão rica em proteínas e restrição de carboidratos. Apresenta hálito cetônico; Pressão arterial: 120 x 80 mmHg; Frequência cardíaca: 110 bpm. A urinálise indicou glicosúria e cetonúria. No exame de sangue: a glicemia de jejum foi de 310 mg/dL (valor de referência: 60-99 mg/dL) e hemoglobina glicada igual a 7,5% (valor de referência: 4,1-6,5%). Dieta cetogênica e Cetoacidose É necessário monitorar com frequência os corpos cetônicos em quem faz esse tipo de dieta, a cetoacidose é uma condição que pode ser fatal. Dieta cetogênica, pode ser ruim, pois, ela pode aumentar o número de corpos cetônicos que são ácidos. Esses corpos cetônicos ácidos podem diminuir o pH do sangue. Os corpos cetônicos são compostos ácidos e tem o potencial de diminuir o pH do sangue. Tanto as dietas cetogênica, quanto a acidose diabética, há aumento dos corpos cetônicos. Cetoacidose Diabética Acontece quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue se encontram muito altos. A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea, entre nas células do nosso corpo e gere energia. Quando há falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de açúcar no sangue vai aumentando e as células sofrem com a falta de energia. Para evitar que as células parem de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia. Só que nesse processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam- se as cetonas. Níveis elevados de corpos cetônicos podem envenenar o corpo. Um indivíduo com acidose metabólica pode apresentar sintomas como: respiração mais profunda ou ligeiramente mais rápida, a pessoa pode sentir-se extremamente fraca e sonolenta, com batimentos cardíacos acelerado, dor de cabeça, confusão mental, náusea e vômito e hálito frutado (hálito cetônico). Quando o pH sanguíneo cai, a respiração torna-se mais profunda e rápida à medida que o organismo tenta livrar o sangue do excesso de ácido reduzindo a quantidade de dióxido de carbono e os rins também tentam compensar excretando mais ácido na urina (cetonúria). DIRETRIZES DA SBD No momento dos diagnósticos de Diabetes mellitus tipo 2, o médico orienta ao paciente mudanças no estilo de vida (educação em saúde, alimentação e atividade física), e prescreve um agente antidiabético oral. A escolha desse medicamento baseia-se nos seguintes aspectos: mecanismos de resistência à insulina (RI), falência progressiva da célula beta, múltiplos transtornos metabólicos (disglicemia, dislipidemia e inflamação vascular) e repercussões micro e macrovasculares que acompanham a história natural do DM2. Idealmente, no tratamento do DM2 é preciso tentar alcançar níveis glicêmicos tão próximos da normalidade quanto viável, minimizando sempre que possível o risco de hipoglicemia. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), em alinhamento com as principais sociedades médicas da especialidade, recomenda que a meta para a hemoglobina glicada (HbA1c) seja < 7%. Para tanto, indica-se o início de uso dos agentes antidiabéticos: SULFONILUREIAS As sulfonilureias estimulam a secreção de insulina pelas células beta das ilhotas pancreáticas, ajudando na eliminação dos grânulos de insulina dessas células. Acredita-se que isso seja causado por um influxo de cálcio para dentro das células estimuladas. Acopla no receptor de potássio, sai potássio, a célula fica despolarizada e entra cálcio para ter o equilíbrio. É o mesmo mecanismo para as Sulfonilréias de 2° geração. BIGUANIDAS – METFORMINA INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE Inibe a enzima Alfa-glicosidade (AGI). Oligosacarídeos: São hidratos de carbono que resultam da ligação glicosídica de dois a dez monossacarídeos. Os oligossacarídeos, são como se fossem um carboidrato, uma molécula grande. A enzima AGI quebram os oligossacarídeos e os transformam em monossacarídeos, que são carboidratos menores. Esses carboidratos menores viram moléculas de glicose no intestino. Se há um inibidor, essa enzima não quebra e não irá formar monossacarídeos e nem glicose, gerando menos absorção do intestino para o sangue, resultando na redução de glicose no sangue. METIGLINIDAS Apresentam o mesmo mecanismo das sulfonilureias, porém liga-se a outro sítio do canal de potássio sensível a ATP. Apresentam o início de ação mais rápido que as sulfonilureias. Liberam potássio, despolarizam, ocorre a entrada de cálcio, aumento de cálcio, libera a insulina das células beta. A diferença em relação as sulfonilreias é um canal do potássio que é sensível ao ATP. Precisa de menos energia para abrir esses canais, por isso apresentam um início de ação mais rápido. TIAZOLIDINEDIONAS ou Glitazonas Acionam PPAR (Adiponectina), que está envolvido na Lipólise - quebra de lipídeos e liberação de ácidos graxos. A lipólise ocorre nos adipócitos, que tem os triglicerídeos. É a quebra dos triglicerídeos em Glicerol e Ácidos graxos livres (AGL). Esses ácidos graxos prejudicam toda o metabolismo da secreção e resistência à insulina. A Tiazolidinedionas interage com a PPAR, e inibe o TNFalfa-Fator de necrose tumoral, interrompendo que haja a diminuição de lipólise e dos ácidos graxos livre , melhora a secreção de insulina, melhora a captação de insulina, diminuem a resistência hepática. ANÁLOGOS DA AMILINA A amilina apresenta um perfil de secreção paralelo ao da insulina, sendo ambas as hormonas secretadas pelas células ß pancreáticas. Ela atua no cérebro – centros do apetite –, no estômago e nas células ß pancreáticas. Desta atuação resulta: 1. Aumento da saciedade e subsequente redução da ingestão alimentar; 2. Lentificação do esvaziamento gástrico; 3. Diminuição da secreção pós prandial de glucagina. O conjunto destas ações leva a uma diminuição da excursão glicémica pós prandial. A amilina tem a mesma função da insulina, porém, age no cérebro. ANÁLOGOS GLP-1 São mediados por uma interação específica com receptores de GLP-1, levando a um aumento no monofosfato de adenosina cíclico (AMPc). Estimulam a secreção de insulina de forma dependente de glicose e melhoram a função das células beta. Receptor que fica no intestino, aumenta a produção de monofosfato de adenosina cíclico. O aumento estima a secreção de insulina, aumenta a mitose de células beta. INIBIDORES DA DDP-4 A dipeptidil dipeptisase-4 (DPP-4), é uma enzima que degrada a incretina (substância natural do organismo). Com a enzima inibida a quantidade de incretina aumenta com o tempo. As incretinas, como a GLP-1, regulam a secreção de glucagon e de insulina de acordo com a quantidade de glicose no sangue. Alta taxa de glicose precisa liberar glicose? Não, então ele regula diminuindo a secreção de glucagon, aumentando a secreção de insulina RESINAS BILIARES São sequestradoras de ácidos biliares. Estes ácidos entram na corrente sanguínea e comportam-se como hormônios, atuando em receptores como o TGR5 e afetando o comportamento de diferentes tipos de células que controlam a secreção do GLP-1, o qual possui um papel crítico no controle da função pancreática e na regulação dos níveis de açúcar no sangue. AGONISTA DA DOPAMINA 2 Bloqueiam a liberação e produção de prolactina (Prl). Níveis elevados de prolactina na circulação sanguínea causam hiperprolactinemia, geram anormalidades no metabolismo de carboidratos e lipídeos, o que pode levar a um quadro de síndrome metabólica, provocando resistência à insulina.INIBIDORES DA SLGT-2 Os inibidores da SLGT-2 diminuem a concentração sanguínea de glicose e têm como órgão alvo o rim. O co-transportador de sódio e glicose tipo 2 (SLGT-2) é expresso seletivamente no tecido renal, mais propriamente no túbulo contornado proximal do nefrónio. A glicose depois de ser filtrada, é reabsorvida maioritariamente pelo co-transportador SGLT2, passando para a corrente sanguínea cerca de 90% da glicose presente no filtrado renal. RECOMENDAÇÕES GERAIS DA SBD Para pacientes com diagnóstico recente (diabetes leve), as diretrizes das sociedades americana, europeia e brasileira de diabetes (ADA, EASD e SBD) são coincidentes nas recomendações iniciais de modificações do estilo de vida associadas ao uso de metformina. (medicamento de primeira escolha). No caso de intolerância à metformina, as preparações de ação prolongada podem ser úteis. Persistindo o problema, um dos demais agentes antidiabéticos orais podem ser escolhidos. Para pacientes com manifestações moderadas: quando a glicemia de jejum é superior a 200 mg/dL, mas inferior a 300 mg/dL na ausência de critérios para manifestações graves, devem-se iniciar modificações de estilo de vida e uso de metformina associada a outro agente hipoglicemiante. A indicação do segundo agente dependerá do predomínio de RI ou de deficiência de insulina/falência da célula beta. Dessa maneira, o inibidor da DPP4, a acarbose, os análogos do GLP-1, a glitazona e os inibidores de SGLT2 poderiam constituir a segunda ou a terceira medicação. Para pacientes com manifestações graves com valores glicêmicos superiores a 300 mg/dL e manifestações graves (perda significativa de peso, sintomas graves e/ou cetonúria), deve-se iniciar insulinoterapia imediatamente, por curto período de tempo, até que sejam atingidos níveis de glicemia possíveis de serem controlados por hipoglicemiantes orais ou por esquema terapêutico definitivo. Para esse caso clínico, a indicação e que o paciente procure um atendimento urgente, para iniciar o protocolo de tratamento para diabetes mellitus por conta desse PRM1. A segunda intervenção é a respeito da dieta utilizada, pois pode acidificar o sangue, ou seja, promover a liberação de corpos cetônicos.
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