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AULA 9_ESCOLA AUSTRÍACA

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Menger inaugurou uma tradição dentro da Economia 
que se tornou conhecida como “escola austríaca”. 
⇓ 
Schumpeter, embora austríaco, não é 
tradicionalmente considerado membro dessa escola. 
⇓ 
Schumpeter se afastou das influências de Menger e se 
aproximou do tratamento walrasiano da Economia 
A Escola Austríaca deriva seu nome de seus 
fundadores e adeptos iniciais 
predominantemente austríacos: Carl Menger; 
Eugen von Böhm-Bawerk e Ludwig von Mises. 
 
Outros proeminentes economistas da Escola 
Austríaca do século XX incluem : Henry Hazlitt; 
Israel Kirzner. Murray Rothbard e Friedrich 
Hayek. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Menger
Ao longo de seis gerações de economistas, os 
adeptos da escola austríaca procuraram uma 
via própria de pensamento distinta da 
ortodoxia econômica, 
⇓ 
Embora interagindo com ela e compartilhando 
pontos teóricos e conceituais. 
⇓ 
A escola austríaca da ênfase ao estudo dos 
processos de mercado e ao subjetivismo do 
agente econômico. 
 
A Escola Austríaca (também conhecida como Escola de Viena) é uma escola do 
Pensamento que enfatiza o poder de organização espontânea do mecanismo de 
preços. 
▼ 
As diferenças entre o naturalismo de Menger e o racionalismo de Mises têm implicações 
consideráveis na construção de conceitos básicos em teoria econômica: 
 
• Menger considera o valor econômico um fato natural identificado na essência do fenômeno 
econômico; 
• Mises o valor é um fenômeno puramente subjetivo que só pode ser inferido pela teoria 
considerando-se as escolhas individuais, isto é, o fato de o indivíduo manifestar suas 
preferências em alguma direção. 
⇓ 
 Em ambos os austríacos analisam o valor como um fenômeno pessoal, e é nesse sentido que 
fala-se em uma teoria do valor subjetivo. 
▼ 
 No entanto, só em Mises o subjetivismo das escolhas é efetivamente utilizado como estando 
na base do valor. 
 
 O conhecimento subjetivo do agente em Menger é um aspecto que deve ser considerado na 
compreensão histórica e estatística dos preços de mercado, mas o valor pessoal em si mesmo 
decorre naturalmente da existência prévia de necessidades, bens e de uma escala objetiva de 
importância dos bens no atendimento de necessidades. 
 
 
Böhm-Bawerk no livro Positive Theory of Capital (A Teoria 
Positiva do Capital), demonstrou que a taxa normal de lucro 
dos negócios é a taxa de juros. 
▼ 
Os capitalistas poupam dinheiro, pagam os trabalhadores, e 
esperam até que o produto final seja vendido. Só então 
recebem o lucro. 
▼ 
Além disso, ele demonstrou que o capital não é homogêneo, 
mas sim uma estrutura intrincada e diversa que tem uma 
dimensão temporal. 
▼ 
Uma economia em crescimento não é apenas a conseqüência 
de um aumento no investimento em capital, mas também de 
processos de produção cada vez mais longos. 
 
Böehm-Bawerk se envolveu em batalhas 
prolongadas com os marxistas a respeito da 
teoria da exploração do capital, e refutou a 
doutrina socialista do capital e dos salários 
muito antes dos comunistas assumirem o 
poder na Rússia. 
▼ 
Böehm-Bawerk também ministrava seminários 
que mais tarde serviriam de modelo para os 
seminários do próprio Mises em Viena. 
 
Böehm-Bawerk endossava políticas que acatavam a 
sempre presente realidade das leis econômicas. 
▼ 
Ele considerava o intervencionismo como sendo 
um ataque nas forças econômicas de mercado 
impossível de ter êxito no longo prazo. 
▼ 
Nos últimos anos da monarquia Hansburgo, ele 
serviu por três vezes como ministro das finanças, 
lutando por orçamentos equilibrados, moeda forte, 
padrão-ouro, livre comércio, e pela anulação dos 
subsídios para a exportação e outros privilégios 
monopolistas. 
 
Suas contribuições teóricas das primeiras 
gerações da Escola Austríaca foram bastante 
aproveitadas na edificação de uma teoria do 
valor , da produção, dos ciclos econômicos e 
da lógica da escolha entre o início os anos de 
1930. 
▼ 
Na década de 1920 e 1930 projetaram-se os 
nomes de Ludwing Heinrich Edler von Mises 
(1881-1973) e Friedrich August von Hayek 
(1899-1992 
Ludwig von Mises nasceu no dia 29 de setembro de 1881 na cidade de 
Lemberg, então parte do Império Austro-húngaro. Na virada do século, 
ingressou na Universidade de Viena, cidade em que fora criado, para 
doutorar-se em Direito e Economia em 1906. Em pouco tempo ele se 
projetou como um dos mais aplicados alunos do seminário de Böhm-
Bawerk, embora Mises, por essa época, tenha percebido importantes 
lacunas no pensamento austríaco. 
▼ 
A principal deficiência encontrada por Mises na teoria austríaca incidia na 
análise da moeda, tema de que se ocupou na sua primeira grande obra 
Theorie des Geldes und der Umlaufsmittel (Teoria da moeda e do centro da 
circulação), publicada em 1912, onde ele apresenta também os rudimentos 
de sua teoria do ciclo econômico. 
▼ 
Mises, opõe-se ao historicismo com base em argumentos diferentes, 
não enfatiza tanto a divisão do conhecimento econômico; seu 
argumento principal é o de que os conceitos teóricos são pré-
requisitos para a interpretação do material. 
O apriorismo e o subjetivismo eram os traços 
metodológicos principais da crítica de Mises. 
▼ 
A sua epistemologia desenvolve-se, nessa época, ao 
longo dos seus seminários nos quais ele delineia a ciência 
da ação humana, assim chamada como uma estratégia de 
redefinição crítica do âmbito da ciência econômica 
▼ 
O estudo da ação humana, sob a ótica de Mises, seria 
necessariamente a priori, partindo de axiomas 
considerados não meras hipóteses de partida, mas 
proposições apoliticamente corretas. 
▼ 
É o nascimento da sua epistemologia “racionalista”. 
 
Na década de 20, Mises torna-se um importante crítico da intervenção 
estatal e passa a ser visto como um paladino da economia de mercado. 
Nessa mesma época ele começa a trabalhar na criação de uma base 
epistemológica apropriada à sua visão da ciência econômica, exposta 
primeiramente em Die Grundprobleme der Nationalökonomie, lançado 
em 1933 e traduzido para o inglês apenas em 1960, sob o título 
Epistemological Problems of Economics 
▼ 
 Outras importantes obras de Mises: 
 The Theory of Money and Credity (1912) 
 Socialism (1922) 
 Human Action (1949) 
 Theory and History (1954) 
▼ 
Em 1912, Mises apresenta de forma esquematizada a fase de boom do 
ciclo, onde atribui à má alocação intertemporal estimulada por taxas 
de juros muito baixas e a fase de baixa do ciclo ao abandono de 
projetos insustentáveis. 
 
Mises, considerava a construção do equilíbrio uma ferramenta 
indispensável para a Economia e para a nossa compreensão dos 
eventos do mundo real, mesmo que as condições de equilíbrio 
não se verificassem nos mercados. 
▼ 
Ele não nega que as técnicas matemáticas possam ser usadas 
para se descrever posições de equilíbrio, mas esse não é o fim 
da Economia, já que essa ciência busca entender os processos 
de mercado pela explicação causal; importando a ela a 
descrição de um estado e sua transformação em outro estado. 
▼ 
A explicação econômica deve se preocupar em descrever a 
convergência ao equilíbrio e para tanto a matemática não serve 
ao modelo miseano. 
 
Von Mises era contra os modelos de controle centralizado 
baseados na análise walrasiana de equilíbrio geral. 
▼ 
É quando Mises ataca as teses dos socialistas alemães 
que se apoiavam nas conclusões do modelo de Enrico 
Barone em sua defesa do controle estatal da economia ▶ 
Mudanças sociais tinham reforçado a idéia de 
planejamento econômico centralizado e despertaram o 
interesse pelos modelos de economias socialistas que se 
apoiavam na teoria de equilíbrio geral ▶A teoria parecia 
funcionar como um importante instrumento auxiliar na 
tarefa de controle centralizado da atividade econômica. 
▼ 
Mises desde sempre criticou a pretensão dos socialistas 
em fornecer técnicas eficazes de controle econômico. 
 
Mises, em sua obra de 1922 Socialism: An Economic and Sociological Analysis, critica 
as teses socialistas utilizando-sede uma nova perspectiva acalcada no subjetivismo. 
▼ 
Com base em argumentos peculiares influenciados pela experiência de Mises como 
teórico da moeda, ele acreditou ter demonstrado que não é possível o cálculo do 
valor econômico em termos monetários no socialismo. 
▼ 
Sem a indicação do valor, é impossível escolher as combinações ótimas de insumos e 
a técnica produtiva mais adequada. Não existiria o cálculo econômico racional sem o 
mecanismo de preços atuando no livre mercado. 
▼ 
Assim sendo, procurou demonstrar a impossibilidade do cálculo racional no 
socialismo. 
▼ 
Argumenta que os termos empregados pela teoria walrasiana, como os de equilíbrio, 
competição, conhecimento, custo e até mesmo cálculo racional, possuem um 
significado próprio quando pensados para uma economia capitalista, diferente do 
significado atribuído a eles quando interpretados à luz da economia centralizada, 
que havia sido examinada teoricamente no ensaio de Barone. 
 
Mises assevera que o mercado operando livremente e as demais 
instituições do capitalismo são condições essenciais para o 
cálculo econômico. 
⇓ 
Em outras palavras, a alocação de recursos somente pode ser 
racionalmente direcionada na presença de um sistema de 
preços flexíveis. 
⇓ 
Portanto, a crítica de Mises ao cálculo socialista não é só de 
ordem prática mas também teórica: o cálculo econômico 
racional para ele é teoricamente impossível sem a presença de 
certas instituições do capitalismo tais como moeda, preços 
flexíveis, mercados para os produtos intermediários e 
propriedade privada 
⇓ 
Mises enfatiza o papel do empresário e a existência de uma 
arcabouço institucional específico que favoreça a sua ação. 
 
 
Hayek¹, tornou-se de início um nome conhecido por suas contribuições versando 
sobre aspectos monetários dos ciclos de investimentos 
▼ 
defendia que as crise dos ciclos econômicos era ocasionada pela oferta 
desproporcional de capitais 
▼ 
a expansão da oferta monetária, ao reduzir as taxas de juros, induz os agentes 
econômicos a investirem em excesso na obtenção de bens de produção. 
▼ 
 a crise é provocada pela desproporção entre bens de consumo e bens de produção 
 ▼ 
isso levaria ao declínio dos investimentos e a uma perda de parte do capital 
produtivo; capital este que havia sido superdimensionado em função de taxas de 
investimento excessivamente altas. 
 
▼ 
Assim sendo, o ciclo começa por meio da sinalização deturpada da taxa de juros 
feita pelo Estado, e causa más-alocações em todo o sistema econômico, que serão 
vistas como investimentos ruins no futuro, quando a bolha estourar. 
 
 ¹Ganhador do Prêmio Nobel de Economia – 1974 (Juntamente com Gunnar Myrdal) 
 
Algumas Obras de Friedrich August von Hayek (1899-1992): 
 
•Monetary Theory and the Trade Cycle (1929), 
•Prices and Production (1931) 
•Monetary Nationalism and International Stability (1937), 
•Profits, Interest and Investment - and other essays on the theory of 
industrial fluctuations (1939), 
•The Pure Theory of Capital (1941), 
•The Road to Serfdom (1944), 
•Individualism and Economic Order (1948) 
•The Sensory Order: An Inquiry into The Foundations of Theoretical 
Psychology (1952).

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