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Questões de Economia Regional e Urbana

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O que é espaço para Milton Santos? Comente.
	Segundo Milton Santos (1978, p. 122, apud SAQUET, 2008, p. 7) “o conceito de espaço é central e compreendido como um conjunto de formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações que estão acontecendo e manifestam-se através de processos e funções. ‘O espaço é um verdadeiro campo de forças cuja formação é desigual. Eis a razão pela qual a evolução espacial não se apresenta de igual forma em todos os lugares’.”
	“(…) O espaço por suas características e por seu funcionamento, pelo que ele oferece a alguns e recusa a outros, pela seleção de localização feita entre as atividades e entre os homens, é o resultado de uma práxis coletiva que reproduz as relações sociais, (…) o espaço evolui pelo movimento da sociedade total.” (1978, p. 171, apud SAQUET, 2008, p. 7).
	O que é cidade para Milton Santos? Comente.
	Para Mílton Santos (1994) cidade é objeto de um processo incessante de transformações que atingem aquelas áreas necessárias à realização das atividades modernas de produção e de circulação. Os novos objetos surgem para atender a reclames precisos da produção material ou imaterial, criando espaços exclusivos de certas funções. À cidade como um todo, teatro da existência de todos os moradores, superpõe-se essa nova cidade moderna seletiva, cidade técnico-científica informacional, cheia das intencionalidades do novo modo de produzir, criada na superfície e no subsolo, nos objetos visíveis e nas infraestruturas, ao sabor das exigências sempre renovadas da ciência e da tecnologia.
	
	O que é cidade para a ONU? O que é cidade para o IBGE? Comente.
	A aglomeração urbana (nível detalhado) é um tipo de assentamento urbano definido pela população de fato contida nos contornos de um território contíguo, habitado em níveis de densidade urbana, sem levar em conta as fronteiras administrativas. Geralmente incorpora a população em uma cidade ou cidade mais que nas áreas suburbanas que estão fora mas estão adjacentes aos limites da cidade. Também utiliza o termo “cidade propriamente dita” (nível extenso) definido como um tipo de assentamento urbano definido de acordo com as fronteiras legais / políticas e um status urbano administrativamente reconhecido que geralmente é caracterizado por alguma forma de governo local (ONU, 2018).
	Para o IBGE (2000, v.7, apud GIRARDI, 2008, p. 7) são urbanas as sedes municipais (cidades) e as sedes distritais (vilas), cujos perímetros são definidos por lei municipal. Também são consideradas urbanas as áreas urbanas isoladas, igualmente definidas por lei municipal, porém separadas das cidades ou das vilas por área rural ou outro limite legal. 
	O que é economia de aglomerados para Manuel Castells? Comente.
		A pesquisa de Castells (2002, p. 481) “sobre os novos meios de inovação nos EUA ou em outro lugar demonstra que, embora realmente haja continuidade espacial em domínios metropolitanos, ela também pode ser revertida caso as condições sejam adequadas. E que as condições adequadas dizem respeito à capacidade de concentração espacial dos ingredientes apropriados para promover sinergia. Se for esse o caso, como nossos dados parecem confirmar, temos mesmo um novo espaço industrial marcado por descontinuidade fundamental: os meios de inovação novos e antigos constituem-se com base em sua estrutura dinâmica interna e mais tarde atraem empresas, capital e trabalho para os canteiros de inovação por eles constituídos. Uma vez estabelecidos, os meios de inovação competem e cooperam em diferentes regiões, criando uma rede de interação que os reúne em uma estrutura industrial comum, superando sua descontinuidade geográfica.”
	O que é cidade global para Saskia Sassen? O que é hierarquia de cidades na globalização? Comente.
	Cidades globais, na visão de Sassen, são sistemas complexos e dinâmicos, que atendem, total ou parcialmente, materialidades demandadas pelos investimentos internacionais. As cidades globais oferecem uma gama de serviços especializados essenciais para o funcionamento dos fluxos internacionais de informações, de mercadorias e pessoas. Tratam-se de serviços avançados, muitos deles com orientação para o mercado mundial, em áreas como finanças, propaganda e marketing, tecnologias de informação (TI), entre outros. As cidades globais desfrutam de uma infraestrutura adequada para as transações e a circulação envolvendo a cidade e o resto do mundo. Por esta razão, as cidades globais constituem-se em “nós” de coordenação na rede de relações entre um país, região e continente com o resto do mundo (CONCEIÇÃO, [2015 ou 2016]).
	A partir do conceito acima, desenvolveu-se uma espécie de hierarquização, “que é medida pela concentração de serviços ligados à mundialização e ao poder das empresas transacionais, ou seja, pelo número de bancos, consultorias, sedes de empresas, agências de publicidade e outros serviços” (SILVA, 2005, p. 14).
	O que é megacidade? Comente.
	Castells (2002, p. 492) demonstra uma nova forma espacial da nova economia global e sociedade informacional, que se desenvolve em variados contextos geográficos e sociais: as megacidades. Estas são aglomerações enormes de seres humanos, todas elas com mais de dez milhões em 1992. Porém não é o tamanho sua qualidade definidora, são os nós da economia global, concentrando “as funções superiores direcionais, produtivas e administrativas de todo o planeta; o controle da mídia; a verdadeira política do poder; e a capacidade simbólica de criar e difundir mensagens”.
Também diz que nem todas são centros influentes da economia global (por exemplo, Dacca e Lagos), mas estas conectam enormes segmentos da população humana a esse sistema global (Ibidem, 2002, p. 492). 
	
	O que é metrópole? O que é região metropolitana? Comente.
	De acordo com a lei complementar n° 180/2018 do estado do Ceará considera-se região metropolitana um agrupamento de municípios limítrofes, caracterizados por complementaridade funcional, de modo a configurar uma metrópole (Art. 2° inciso 3). 
E metrópole é o espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, tem influência nacional ou sobre uma região que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional, conforme os critérios adotados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Art. 2° inciso 4).
	O que é região para geografia humanista? Comente.
	Numa regionalização baseada na ideia de região como espaço vivido, caminho apontado por Frémont (1980, apud SERPA, 2013), a região integraria espaços sociais e lugares vividos, constituindo um “conjunto com estrutura própria” e se distinguindo de outras regiões, por representações específicas, consolidadas na percepção dos habitantes e dos estranhos à região. 
	O que é região de influência das cidades para o IBGE? Comente.
	Segundo o IBGE (2019) a pesquisa Regiões de Influência das Cidades – REGIC define a hierarquia dos centros urbanos brasileiros e delimita as regiões de influência a eles associados. É nessa pesquisa em que se identificam, por exemplo, as metrópoles e capitais regionais brasileiras e qual o alcance espacial da influência delas.
	A identificação da hierarquia urbana e das áreas de influência é realizada por meio da classificação dos centros urbanos que possuem determinados equipamentos e serviços e que atraem populações de outras localidades. A oferta diferenciada de bens e serviços entre as cidades faz com que populações se desloquem a centros urbanos bem equipados para adquirirem serviços de saúde e educação ou buscar um aeroporto, por exemplo. Conhecer os relacionamentos entre as cidades brasileiras com base na análise dos fluxos de bens, serviços e gestão é um importante instrumento para se realizar escolhas locacionais, tais como decidir a localização de uma universidade, de um hospital ou decidir a localização de uma filial de empresa (IBGE, 2019).
	
	 De que forma a técnica repercute no espaço dascidades?
	O espaço geográfico agora mundializado redefine-se pela combinação desses signos. Seu estudo supõe que se levem em conta esses novos dados revelados pela modernização e pelo capitalismo agrícola, pela especialização regional das atividades, por novas formas e localizações da indústria e da extração mineral, pelas novas modalidades de produção da energia, pela importância da circulação no processo produtivo, pelas grandes migrações, pela terciarização e pela urbanização extremamente hierárquicas. O espaço rural e urbano são redefinidos, na sua transformação, pelo uso sistemático das contribuições da ciência e da técnica e por decisões de mudança que levam em conta, no campo e na cidade, os usos a que cada fração do território vai ser destinada. Trata-se de uma geografia completamente nova. Todo esforço de conceituação exige que os novos fatores ao nível mundial (cuja lista certamente não esgotamos) sejam levados em conta, tanto ao nível local, como regional ou nacional. (SANTOS, M. "Geography in the late twentieth century: new roles for a threatened discipline", número especial sobre "Epistemology of social science", International Social Science Journal, Unesco, 1984, vol.36, nº 4). 
Referências:
	SAQUET, Marcos Aurelio; DA SILVA, Sueli Santos. MILTON SANTOS: concepções de geografia, espaço e território. Rio de Janeiro, ano 10, v. 2, n. 18, p. 24-42, dez. 2009. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/geouerj/article/viewFile/1389/1179>. Acesso em: 19 ago. 2019.
	SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo – Globalização e meio técnico-científico informacional. Hucitec, São Paulo, 1994. E-book. Disponível em: <http://reverbe.net/cidades/wp-content/uploads/2011/livros/tecnica-espaco-tempo-milton-santos.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2019.
	NATIONS, United. World Urbanization Prospects 2018. [S.I.], 2018. Disponível em: <https://population.un.org/wup/General/GlossaryDemographicTerms.aspx>. Acesso em: 20 ago. 2019.
GIRARDI, Eduardo Paulon. O rural e o urbano: é possível uma tipologia?. Presidente Prudente, ago. 2008. Disponível em: <http://www.uel.br/cce/geo/didatico/omar/modulo_b/a12.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2019.
	CASTELLS, Manuel. O espaço de fluxos: O novo espaço industrial. In: CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: A era da informação: economia, sociedade e cultura. 6. ed. São Paulo: Paz e terra, 2002. v. 1, cap. 6, p. 467-522. E-book.
	CONCEIÇÃO, Jefferson José. A Cidade Global: liderança de São Paulo e a Gestão Haddad. Prefeitura de São Paulo, São Paulo, [2014]. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/trabalho/A%20Cidade%20Global.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2019.
SILVA, Carlos Henrique Costa. As cidades mundiais na contemporaneidade. Revista Geosul, Florianópolis, v. 20, n. 39, p 7-27, jan./jun. 2005. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/download/13303/12266>. Acesso em: 08 set. 2019.
	CASTELLS, Manuel. O espaço de fluxos: O novo espaço industrial. In: CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: A era da informação: economia, sociedade e cultura. 6. ed. São Paulo: Paz e terra, 2002. v. 1, cap. 6, p. 467-522.
	FORTALEZA. Lei Complementar nº 180, de 18 de julho de 2018. DISPÕE SOBRE O PROGRAMA DE GOVERNANÇA INTER FEDERATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, DENOMINADO “CEARÁ UM SÓ”. Disponível em: <https://belt.al.ce.gov.br/index.php/legislacao-do-ceara/organizacao-tematica/trabalho-administracao-e-servico-publico/item/6468-lei-complementar-n-180-de-18-07-18-d-o-19-07-18>. Acesso em 21 ago. 2019.
	SERPA, Angelo. Paisagem, lugar e região: perspectivas teórico-metodológicas para uma geografia humanados espaços vividos. Geousp – espaço e tempo, São Paulo, n. 33, p. 168-185, 2013. Disponível em: <http://www.periodicos.usp.br/geousp/article/view/74309/77952>. Acesso em 13 set. 2019.
	IBGE. Região de influência das cidades. [s.d.]. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias/cartas-e-mapas/redes-geograficas/15798-regioes-de-influencia-das-cidades.html?=&t=o-que-e>. Acesso em 07 set. 2019.
	SANTOS, Milton. A revolução tecnológica e o território: realidades e perspectivas. Terra Livre - AGB, São Paulo, n. 9, p. 7-17, 1991. Disponível em: <https://www.agb.org.br/publicacoes/index.php/terralivre/article/viewFile/101/100>. Acesso em 09 set. 2019.

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