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SINTASE DIREITO EMPRESARIAL

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ERONILSON CORDEIRO LEMOS
ADM: DIREITO EMPRESARIAL FATENE.
· INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL.
Comércio é o ramo da atividade humana que tem por objeto a aproxima-
ção de produtores e consumidores para a realização ou facilitação das trocas
dos produtos.O comércio não se identifica com a troca, ou seja, se há troca, não 
necessariamente há comércio (troca direta :venda direta que o produtor faz ao
consumidor). No entanto, para que se haja comércio, é necessária a troca 
(troca indireta: empresário intermediando produtor e consumidor).
Comerciante ou empresário?
Atualmente, não se fala mais juridicamente em comerciante, e sim em
empresário (art. 2.037, CC). Empresário é gênero do qual comerciante (assim
como industrial, p. ex.) é espécie.
Todos os que estão entre o produtor e o consumidor são empresários.
Intuito de lucro: necessário.
DIREITO EMPRESARIAL
O Direito Empresarial é ramo de direito privado, mas nele há grande
número de normas e de instituições de direito público (ou seja, erga omnes,
como a norma que dispõe que os sócios capitalistas devem participar tanto dos
lucros quanto das perdas).Há uma parte do Direito Empresarial no Código Comercial (Lei n.
556/1850 \u2013 arts. 1.º a 456 revogados pelo CC em 2002) e outra no Código Civil
(Lei n. 10.406/2002), estabelecendo, assim, uma autonomia formal do ramo.
O Direito Comercial nasceu na Idade Média, mais precisamente na Itália,
onde havia intensa atividade mercantil, a partir do século IX. O Direito Posto da
época (Direito Romano e Direito Canônico) não interessava aos comerciantes,
que, em corporações, cuidaram de resolver as situações entre eles através de
usos e costumes (estatutos), que se tornaram suas normas. Os chefes das
corporações eram os cônsules.Com o nascimento do Direito Comercial, houve a cisão do direito privado comum (Direito Civil).
A partir do processo de unificação dos Estados, a eles se passou a
competência para ditar as normas comerciais, o que foi fortalecido pela Revo-
lução Francesa (Atos de Comércio do Código Civil Francês de 1807 \u2013 Código
Napoleônico). As corporações foram extintas.
Atualmente, fala-se não mais em Direito Comercial, mas sim em Direito
Empresarial. O Direito de Empresa no Código Civil vai do art. 966 ao 1.195. O
art. 2.037 do mesmo diploma \u2013 além de agora tratar comerciante como empre-
sário e sociedade comercial como sociedade empresária \u2013 dita que serão apli-
cadas também as disposições de lei por ele não revogadas (no caso do Código
Comercial de 1850, a partir do art. 457).
Fontes de Direito Empresarial no Brasil:
1) Constituição Federal de 1988;
2) Código Civil de 2002;
3) Código Comercial de 1850;
4) Leis comerciais esparsas.
Divisão do Livro II \u2013 Direito de Empresa no CC/02 (200 artigos):
1) Título I- Do Empresário (arts. 966-980);
2) Título I-A- Da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (art.
980-A);
3) Título II - Da Sociedade (arts. 981-1.141);
4) Título III- Do Estabelecimento (arts. 1.142-1.149);
5) Título IV - Dos Institutos Complementares (arts. 1.150-1.195).
O que caracteriza um empresário e uma sociedade empresária? O
elemento EMPRESA, constante no art. 966 e aplicável tanto ao empresário, do
qual trata (empresa exercida por pessoa natural, capaz e não impedida), quan-
to à sociedade empresária (se a empresa for exercida a partir de um contrato
de pessoas que se obrigam a contribuir, com bens, para o exercício de ativida-
de econômica e a partilha, entre si, dos resultados, teremos uma sociedade
empresária - art. 981). É esse elemento o exercício de atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.
· REGISTRO DAS EMPRESAS.
O registro das Empresas está estruturado de acordo com a Lei n 8.934/1994. O registro das Empresas trata-se de um sistema integrado por dois órgãos de níveis diferentes, um federal e outro estadual, o DREI e as Juntas Comerciais, respectivamente. O primeiro órgão é o Departamento de Registro Empresarial e Integração, e é o órgão máximo do sistema. Suas principais funções são: I) supervisionar e coordenar a execução do registro de empresa; II) orientar e fiscalizar Juntas Comerciais; III) promover ou providenciar medidas correcionais do Registro de Empresa e IV) organizar e manter atualizado o Cadastro Nacional das Empresas Mercantis. Por essas atribuições, fica claro que o DREI não tem funções executivas (não realiza os registros em si), mas deve fixar as diretrizes gerais para o ato do registro, feito pelas Juntas Comerciais, acompanhando a sua aplicação e corrigindo distorções. Já a Junta Comercial, cabe a ela, dentre outras funções, a execução do registro de empresa. Destacam-se as competências I) assentamento dos usos e praticas mercantis; II) habilitação e nomeação de tradutores públicos e interpretes comerciais e III) expedição da carteira de exercício profissional de empresário e demais pessoas legalmente inscritas no registro de empresa.
Em questões de Direito Comercial, a subordinação hierárquica da Junta diz respeito ao DREI; já em termos de direito administrativo e financeiro, diz respeito ao Poder Executivo estadual em que faz parte.A Junta Comercial, só pode negar registro caso ocorra algum vício formal, sempre sanável. Caso se recuse a registrar por outro motivo ou por imposição de um requisito não presente no ordenamento jurídico vigente, pode o prejudicado recorrer ao Poder Judiciário.
-Atos do registro de empresa
São três os atos de registro de empresa: a matrícula (1), o arquivamento (2) e a autenticação (3).
(1) Matrícula. Ato de inscrição dos tradutores públicos, interpretes comerciais, leiloeiros, trapicheiros e administradores de armazéns gerais. São profissionais que desenvolvem atividades paracomerciais.
(2) Arquivamento. Referente a inscrição do empresário individual bem como à constituição, dissolução e alteração contratual das sociedades empresárias.
(3) Autenticação. Referente aos instrumentos de escrituração, que são os livros comerciais e as fichas escriturais. É a condição de regularidade do documento
-Processo decisório do registro de empresa
São dois regimes de execução do registro de empresa. O da decisão colegiada e o singular.Processa-se pelo primeiro regime os atos de arquivamento relacionado com a sociedade anônima, tais como estatuto, atas etc. Além do arquivamento da transformação, incorporação, fusão e cisão de sociedade empresaria de qualquer tipo. São dois os órgãos colegiados. O Plenário e as Turmas. O Plenário têm assento os vogais (no mínimo 11 e no máximo 23) que serão distribuídos em turmas de 3 membros cada. As turmas são responsáveis pelas decisões com o prazo de 5 dias para uma decisão colegiada, a qual não respeitado o prazo, poderão os interessados requerer o arquivamento independentemente da deliberação.Já a decisão singular é feita pelo Presidente da Junta ou pelo vogal por ele designado, com o prazo de 2 dias. A decisão singular compreende a matrícula, a autenticação e todos os demais arquivamentos.
· REGISTRO DE OPERAÇÕES DAS EMPRESAS
Escrituração é um sistema de contabilidade mecanizado ou não em que se registra todos os fatos ocorridos em uma organização/empresa.É uma obrigação impostas a todos os empresários, sobre a temática Aduz o código civil “Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”. Em 2007 O Decreto n. 6.022, institui o Sistema Público de Escrituração Digital – Sped, facilitando a vida do empresário. De início é importante destacar que a escrituração é um ato obrigatório para os empresários que se encontram devidamente registados na junta comercial, não há de se falar em escrituração de empresário para o empresário não registrado.Alguns requisitos da escrituração estão no Art. 1.183. “A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, porordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado”.Graças a sua importância a escrituração é equiparada a documento público para fins penais sendo tipificada a falsificado, no tudo ou em parte, da escritora comercial no Art. 297. § 2.º do código penal “Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular”

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