Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO CONSTITUCIONAL I Conceito: é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. Titularidade: é predominante que a titularidade do poder constituinte pertence ao povo, expressa por meio de seus representantes. Assim, distingue-se a titularidade e o exercício do Poder Constituinte, sendo o titular o povo e o exercente aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição. PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE Espécies: • O Poder Constituinte classifica-se em Poder Constituinte originário ou de 1º grau e Poder Constituinte derivado, constituído ou de 2º grau. PODER CONSTITUINTE Poder Constituinte originário derivado difuso supranacional histórico revolucionário reformador decorrente revisor PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO • Conceito: também denominado inicial, inaugural, genuíno ou de 1.º grau) é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente. • O objetivo fundamental do poder constituinte originário, portanto, é criar um novo Estado, diverso do que vigorava em decorrência da manifestação do poder constituinte precedente. • Haverá Poder Constituinte no surgimento de uma primeira Constituição, quanto na elaboração de qualquer Constituição posterior. PODER CONSTITUINTE Formas de expressão do Poder Constituinte originário • Tradicionalmente, a primeira Constituição de um novo país, que conquiste em sua liberdade política, será fruto da primeira forma de expressão: o movimento revolucionário. Entretanto, as demais constituições desse mesmo país adotarão a segunda hipótese, ou seja, as assembleias nacionais constituintes. O poder constituinte originário pode ser subdividido em histórico (ou fundacional) e revolucionário. Histórico seria o verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o Estado. Revolucionário seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado. PODER CONSTITUINTE • Assim, são duas as formas básicas de expressão do Poder Constituinte: outorga e assembleia nacional constituinte/convenção. • A outorga é o estabelecimento da Constituição por declaração unilateral do agente revolucionário, que autolimita seu poder. (Exemplos: Constituições de 1824, 1937 e Ato Institucional nº 1, de 9-4-1964.) • A assembleia nacional constituinte, também denominada convenção, nasce da deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente revolucionário, para estabelecer o texto organizatório e limitativo de Poder. (Exemplo: Constituições de 1891, 1934, 1946, 1967 e 1988.) PODER CONSTITUINTE Características do Poder Constituinte originário • O Poder Constituinte caracteriza-se por ser inicial, autônomo, ilimitado juridicamente, incondicionado, soberano na tomada de suas decisões, um poder de fato e político, permanente. a) inicial, pois instaura uma nova ordem jurídica, rompendo, por completo, com a ordem jurídica anterior; b) autônomo, visto que a estruturação da nova constituição será determinada, autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário; PODER CONSTITUINTE c) ilimitado juridicamente, no sentido de que não tem de respeitar os limites postos pelo direito anterior, com as ressalvas a seguir indicadas e que passam a ser uma tendência para os concursos públicos; d) incondicionado e soberano na tomada de suas decisões, porque não tem de submeter-se a qualquer forma prefixada de manifestação; e) poder de fato e poder político, podendo, assim, ser caracterizado como uma energia ou força social, tendo natureza pré-jurídica, sendo que, por essas características, a nova ordem jurídica começa com a sua manifestação, e não antes dela; PODER CONSTITUINTE f) permanente, já que o poder constituinte originário não se esgota com a edição da nova Constituição, sobrevivendo a ela e fora dela como forma e expressão da liberdade humana, em verdadeira ideia de subsistência. PODER CONSTITUINTE DERIVADO (INSTITUÍDO, CONSTITUÍDO, SECUNDÁRIO, DE 2.º GRAU OU REMANESCENTE) Conceito: O Poder Constituinte Derivado está inserido na própria Constituição, pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, portanto, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade. PODER CONSTITUINTE Características: • Apresenta as características de derivado, subordinado e condicionado. A) derivado: porque retira sua força do Poder Constituinte originário; B) subordinado: porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional, às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; C)condicionado: porque seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal. Derivam, pois, do originário o reformador, o decorrente e o revisor. PODER CONSTITUINTE Poder constituinte derivado reformador • O poder constituinte derivado reformador, chamado por alguns de competência reformadora, tem a capacidade de modificar a Constituição Federal, por meio de um procedimento específico, estabelecido pelo originário, sem que haja uma verdadeira revolução. • Emendas – via ordinária, permanente - Art. 60 da CF/88 -Está subordinado as condições fixadas pelo poder originário; -Mais da metade das assembleias legislativas do País -1/3 de deputados ou senadores; -Presidente da república PODER CONSTITUINTE • Para aprovar: Art. 60, § 2º -Voto de 3/5 dos deputados e senadores -dupla votação em cada casa • Promulgar a E.C – Art.60, § 3°: Mesa da Câmara e do Senado; • Não são objetos de E.C: -Cláusulas Pétreas – Art.60, § 4º: -Forma de Estado; -Voto direto, secreto, universal e periódico; -Separação dos poderes -Direitos e garantias individuais PODER CONSTITUINTE Características: -Secundário -Limitado -Condicional • Pois só pode agir no âmbito e nos moldes fixados pelo Poder Constituinte Originário na Constituição rígida vigente. Limites: • temporais: Tempo estabelecido pelo poder originário para que ocorram mudanças – atual constituição estabeleceu 5 anos para a revisão constitucional, (Art. 3º ADCT), não estabeleceu tempo para a emenda constitucional. PODER CONSTITUINTE • Portanto, não há limites temporais na Constituição de 1988. • circunstanciais: proibição de alteração constitucional enquanto persistirem determinadas situações fáticas que presumivelmente provocam coação aos representantes do Poder Reformador. Na Constituição de 1988, há a proibição de que a Constituição seja emendada durante a vigência de intervenção federal (art. 34), do Estado de Defesa (art. 136) e do Estado de Sítio (art. 137). PODER CONSTITUINTE • material: proibição de modificação constitucional concernente a determinados assuntos considerados mais relevantes e que integram o núcleo essencial da Constituição vigente. • Não pode modificar: -matérias consagradas como intangíveis, cláusulas pétreas – Art. 60, § 4º: -Forma federativa de Estado – Art. 1º; -Voto direto, secreto, universal e periódico – Art. 14; -Separação dos poderes – Art. 2º; -Direitos e garantias individuais – Art. 5º PODER CONSTITUINTE • Além dos limites materiais explicitamente estipulados no art. 60, § 4º, doutrinariamente se defende que há limites materiais implícitos que também vinculam o exercício do Poder Constituinte derivado reformador. • No Brasil, seu precursor foi Nelson de Souza Sampaio em “O poder de reforma constitucional”, em que contemplou 4 limites implícitos: (1) a manutenção dos direitos fundamentais; (2) inalterabilidade do titular do Poder Constituinte originário; (3) a inalterabilidade do titular do Poder Constituinte derivado; (4) proibição da alteração das regras que regem o Poder Constituinte derivado (atualmente, o art. 60 da Constituição de 1988). PODER CONSTITUINTE Poder Constituinte Derivado Decorrente Conceito: consiste napossibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal (Art. 25 da CF/88). • É decorrente da forma federativa de Estado • É necessário adequar as constituições estaduais à nova ordem constitucional PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE • Municípios - cabe elaborar a Lei Orgânica – Art. 29 – obedecendo os princípios da Constituição Federal e da Constituição Estadual. • Desse modo, a capacidade de auto-organização municipal está delimitada no art. 29, caput, da CF/88, e seu exercício caberá à Câmara Municipal, nos termos do parágrafo único do art. 11 do ADCT: “promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de 6 meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual” • Distrito Federal – Art. 32 –tem competência legislativa reservadas aos Estados e Municípios. Será regido por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa, que a promulgará. • Territórios – Art.33 - organização administrativa e judiciária disposta em lei, domínio federal. Poder constituinte derivado revisor • O poder constituinte derivado revisor, assim como o reformador e o decorrente, é fruto do trabalho de criação do originário, estando, portanto, a ele vinculado. PODER CONSTITUINTE • É, ainda, um “poder” condicionado e limitado às regras instituídas pelo originário, sendo, assim, um poder jurídico. • O art. 3.º do ADCT determinou que a revisão constitucional seria realizada após 5 anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. • O procedimento simplificado prescrito no art. 3.º do ADCT (quorum da maioria absoluta e sessão unicameral, ou seja, os deputados e senadores, durante a revisão, passam a ser tratados, sem qualquer distinção, como congressistas revisores), com votação das matérias em 2 turnos. PODER CONSTITUINTE • a competência revisional do art. 3.º do ADCT proporcionou a elaboração de meras 6 Emendas Constitucionais de Revisão (n. 1, de 1.º.03.1994 — DOU, 02.03.1994 —, e as de ns. 2 a 6, de 07.06.1994, publicadas no DOU em 09.06.1994), não sendo mais possível nova manifestação do poder constituinte derivado revisor em razão da eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada da aludida regra. PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE DIFUSO • Conceito: é um poder de fato e que serve de fundamento para os mecanismos de atuação da mutação constitucional. • Trata-se de processo informal de mudança da Constituição, alterando-se o seu sentido interpretativo, e não o seu texto, que permanece intacto e com a mesma literalidade, isto é, O texto é o mesmo, mas o sentido que lhe é atribuído é outro. • Como a norma não se confunde com o texto, repara-se, aí, uma mudança da norma, mantido o texto. PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL • Ele busca a sua fonte de validade na cidadania universal, no pluralismo de ordenamentos jurídicos, na vontade de integração e em um conceito remodelado de soberania. • É o chamado TRANSCONSTITUCIONALISMO é a globalização do Direito Constitucional NOVA CONSTITUIÇÃO E ORDEM JURÍDICA ANTERIOR • O que acontece com as normas quando entra uma Constituição nova no ordenamento? Como ficam as normas anteriores à ela? PODER CONSTITUINTE Recepção • O que acontecerá com as normas infraconstitucionais elaboradas antes do advento da nova constituição? • Todas as normas que forem incompatíveis com a nova Constituição serão revogadas, por ausência de recepção. Vale dizer, a contrario sensu, a norma infraconstitucional (pré-constitucional), que não contrariar a nova ordem, será recepcionada, podendo, inclusive, adquirir uma outra “roupagem”. Como exemplo lembramos o CTN (Código Tributário Nacional — Lei n. 5.172/66) PODER CONSTITUINTE Repristinação A repristinação é entendida como a volta da vigência de uma lei em razão da revogação da sua lei revogadora PODER CONSTITUINTE Pode a norma de 1946, voltar??? Norma CF/46 Norma CF/67 Constituição de 1988 Desconstitucionalização • Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional. Ou seja, as normas da Constituição anterior são recepcionadas com o status de norma infraconstitucional pela nova ordem. • Como regra geral, não cabe aqui no nosso ordenamento! No entanto, poderá ser percebido quando a nova Constituição, expressamente, assim o requerer, tendo em vista ser o poder constituinte originário ilimitado e autônomo do ponto de vista jurídico. A Constituição pode prever o aludido fenômeno desde que o faça, como referido, de maneira inequívoca e expressa. PODER CONSTITUINTE LOCALIZAÇÃO • A CF/88, em seu título II, classifica o gênero direitos e garantias fundamentais em importantes grupos, a saber: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS (“GERAÇÕES” OU “DIMENSÕES” DE DIREITOS) Em um primeiro momento, partindo dos lemas da Revolução Francesa — liberdade, igualdade e fraternidade, anunciavam-se os direitos de 1.ª, 2.ª e 3.ª dimensão e que iriam evoluir segundo a doutrina para uma 4.ª e 5.ª dimensão. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Direitos e garantias individuais Diferenciação entre direitos e garantias individuais • Os direitos são bens e vantagens prescritos na norma constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos aludidos direitos (preventivamente) ou prontamente os repara, caso violados. • Vejamos dois exemplos: ■ é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos — art. 5.º, VI (direito), garantindo-se na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas liturgias (garantia); DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ■ direito ao juízo natural (direito) — o art. 5.º, XXXVII, veda a instituição de juízo ou tribunal de exceção (garantia). Características dos direitos e garantias fundamentais ■ historicidade: possuem caráter histórico, nascendo com o cristianismo, passando pelas diversas revoluções e chegando aos dias atuais; ■ universalidade: destinam-se, de modo indiscriminado, a todos os seres humanos. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ■ limitabilidade: os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, conflito de interesses. Ex.: direito de propriedade versus desapropriação ■ concorrência: podem ser exercidos cumulativamente, quando, por exemplo, o jornalista transmite uma notícia (direito de informação) e, ao mesmo tempo, emite uma opinião (direito de opinião); ■ irrenunciabilidade: o que pode ocorrer é o seu não exercício, mas nunca a sua renunciabilidade. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DESTINATÁRIOS DA PROTEÇÃO • O art. 5.º, caput, da CF/88 estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos dos seus incisos e parágrafos. *rol meramente exemplificativo **O caput do artigo fala em brasileiros e estrangeiros, desde que residentes no Brasil • a doutrina e o STF vêm acrescentando, mediante interpretação sistemática, os estrangeiros não residentes (por exemplo, turistas), os apátridas e as pessoas jurídicas. DIREITO CONSTITUCIONAL I PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTEPODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Compartilhar