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INTERLOCUÇÃO Saude M Unifor-2017 [Salvo automaticamente]

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INTERLOCUÇÃO ENTRE ATENÇÃO PRIMÁRIA E SAÚDE MENTAL:
COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS DE EQUIPES DE SAÚDE
Lívia Lopes Custodio1
Rachel Marinho Aquino Cavalcanti2
1. Mestrado em saúde coletiva, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza-CE;
2. Mestranda em Psicologia, Universidade de Fortaleza-Ce.
Introdução
O modelo de atenção integrada voltado para a saúde mental institui a Rede de Atenção Psicossocial- RAPS -, com a portaria nº 3088 de dezembro de 2011, com republicação em 21 de maio, constituída pelas Unidades Básicas de Saúde - UBS - e pelas equipes de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório, como CAPS, que dispõe sobre a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento psíquicos e necessidade decorrentes do uso de drogas. Esse modelo deve funcionar de forma integrada, articulada e efetiva nos diferentes pontos de atenção com acompanhamento contínuo e vinculação na rede e na comunidade, com o objetivo da reinserção social de pessoas com transtornos mentais (BRASIL, 2011). 
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo conhecer, junto à equipe técnica, vinculada às Unidades básicas de Saúde da Família de Fortaleza, como vem se constituindo a atenção a saúde mental nesse contexto. 
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa;
Realizada em duas unidades básicas de saúde da cidade de Fortaleza – CE;
Participaram: 2 psicólogas e 1 educador físico do NASF; 2 enfermeiras generalistas, 2 médicos generalistas e 2 agentes comunitários de saúde da ESF. 
A coleta de dados ocorreu em novembro de 2015, optou-se pela entrevista semiestruturada gravada;
A análise dos dados ocorreu baseada à luz dos pressupostos básicos da análise de conteúdo de Bardin (2011);
Os aspectos éticos que envolvem a pesquisa com seres humanos, obedeceram a Resolução nº 466/12.
Resultados e Discussão
As demandas de saúde mental que foram identificadas nas unidades envolvem uso e abuso de álcool e, outras drogas e outros sofrimentos psíquicos. Outras demandas envolvem agravos sociais: violência, desemprego, etc.
As ações em saúde mental existente são realizadas através de atividade de rotina: acolhimento, atendimento individual, atendimentos psicológicos, consulta com médico generalista, visita domiciliar e grupos de educação em saúde (qualidade de vida, alimentação saudável, tabagismo, grupo sobre depressão, saúde mental e etc.). 
Quanto ao acolhimento das demandas de saúde mental, os profissionais demonstraram insegurança em suas falas, consideram que não se sentem preparados para lidar com casos envolvendo sofrimento psíquico.
As ações de matriciamento ocorrem em processo descontínuos e de forma reduzida, foram colocados que existem muitas dificuldades com relação a sua viabilização.
Considerações finais
De acordo com as entrevistas pode-se perceber que as demandas e as ações de saúde mental na atenção primária ainda não são acompanhadas e desenvolvidas como preconiza a política de saúde mental, como previsto pelas RAPS, de modo a ter acompanhamento contínuo vinculado na rede e na comunidade, com reinserção social.
A dificuldade existente de implantação do matriciamento em longo prazo e o despreparo dos profissionais para atuar em saúde ampliada demonstra que grande parte da demanda é direcionada para os CAPS, o que é reflexo, sobretudo da precarização crescente que vem ocorrendo em relação aos próprios serviços pela falta de investimento no campo da saúde mental e na qualificação dos profissionais. 
Referências
 
CARVALHO, L. F.; DIMENSTEIN, M. O modelo de atenção à saúde e o uso de ansiolíticos entre mulheres. Estudos de Psicologia, Natal, v. 9, n. 1, p. 1-3, dez. 2004. 
BARDIN, Laurence. Análise do conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011. 
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_____. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de 6 crack, álcool e outras drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União. Brasília: Ministério da Saúde; 2011. 
_____. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. 
_____. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A Atenção Primária e as Redes de Atenção à Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2015. 127 p. 
DOS SANTOS, D. P.; ALVES, G. M.; AMBONI, G. Interfaces da Psicologia no âmbito da Atenção Básica a Saúde. Revista do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família, v. 1, n. 1; 2013. FIGUEIREDO, M.D; CAMPOS, R. O. Saúde Mental na atenção básica à saúde de Campinas, SP: uma rede ou um emaranhado? Ciência & Saúde Coletiva. V. 14, n. 1, p. 129-138, 2009. HIRDES, A. A perspectiva dos profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre o apoio matricial em saúde mental. Ciencias & Saude Coletiva, v. 20, n. 2, p. 371-382, 2015. 
HOFFMANN, C. V. O matriciamento como ferramenta de gestão em saúde: possibilidades de cuidado aos usuários dependentes químicos no município de Novo Hamburgo. 47f. Curso de especialização em Gestão em Saúde (UAB) – Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015.
XVII ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA 
Universidade de Fortaleza 
16 a 18 de outubro de 2017

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