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Pratica de Direito Penal - OAB segunda fase

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PRÁTICA DE 
DIREITO 
PENAL 
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SUMÁRIO 
 
1. Habeas Corpus.....................................................................................................…… 3 
2. Revogação da Prisão Preventiva ou Liberdade Provisória ......................................... 11 
3. Apelação Criminal...............................................................................……………… 13 
4. Denúncia Crime.......................................................................................................…. 17 
5. Pedido de Liberdade Provisória.....................................................................................23 
6. Recurso Especial.....................................................................................................…... 28 
7. Inquérito Policial.........................................................................................................…39 
8. Queixa-crime.............................................................................................................….. 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Habeas Corpus 
 
EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL 
REGIONAL FEDERAL DA .... REGIÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), advogado(a) e bastante 
procurador(a) do paciente, (procuração em anexo - doc. 01), inscrito na OAB/... sob o nº ..., 
com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde 
recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, 
impetrar 
 
HABEAS CORPUS 
 
em favor de 
 
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e 
do CPF n.º ....., filho (a) de ... e ..., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., 
Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
 
I- DOS FATOS 
 
No ano de ........., o Banco Central iniciou processo administrativo, por suposta infração por 
parte da .......................... Ocorre porém, que para chegar as conclusões contidas no processo 
administrativo, os agentes públicos desta Instituição, ao arrepio do artigo 5º, X, XII e LVI da 
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Constituição Federal e da Lei 4.595/64, art. 38, "quebraram" o sigilo bancário dos Pacientes 
e dos outros acusados, sem qualquer respaldo legal. 
 
Fato contínuo, as peças do processo administrativo foram remetidas, conforme fls. ... da 
ação penal, ao Ministério Público Federal, e este, através de seu representante legal, propôs a 
ação penal, sem sequer observar a manifesta ilegalidade existente. 
 
Ora, hoje a Constituição Federal proclama no artigo 5º, LVI, serem inadmissíveis, no 
processo, as provas obtidas por meios ilícitos. Se a Lei Maior assim o diz, evidente não mais 
poderem ser admitidas as provas obtidas em afronta à dignidade humana e àqueles direitos 
fundamentais de que trata a Lei das Leis. 
 
Ocorre porém, que inobstante a determinação legal decorrente deste direito fundamental, os 
Pacientes, juntamente com outros acusados, foram denunciados no processo n.º.................., 
pelo Ministério Público Federal, sendo a denúncia recebida na conformidade do despacho 
exarado as fls. .... pelo Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz da .... Vara Federal do ........., em afronta 
ao aludido dispositivo Constitucional e à Lei 4595/64, art. 38. 
 
Conforme se denota da denúncia acostada aos autos, a mesma foi inteiramente 
fundamentada em comprovantes de depósitos bancários, cheques, extratos (fls. ... a ...), 
declaração de imposto de renda (fls. ... a ..., ... a ..., ... a ..., ... a ...) e outras informações 
bancárias ou financeiras, obtidas todas ilicitamente (fls. ... a ...). Isto porque, nunca houve, 
por parte das autoridades administrativas que formaram o processo administrativo, 
autorização judicial para praticar a quebra de sigilo bancário e financeiro dos acusados. 
 
O ilustre representante do "parquet" Federal, corroborando a malfadada atitude, inicia a peça 
inaugural acusatória, utilizando-se das seguintes palavras. In verbis: 
 
"Fiscalizações levadas a cabo pelo Banco Central e pela Receita Federal apuraram algumas 
irregularidades na financeira, consubstanciados em:" 
 
Deste instante, até o item ... da denúncia, o MPF descreve uma série de fatos, depósitos e 
transferências bancárias entre os quatro acusados, entre eles o Paciente, sendo que, toda esta 
conduta foi fundamentalmente "comprovada" com provas absolutamente ilegais, e 
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infelizmente a denúncia foi aceita pelo douto juiz a quo, (fls. ....), com um condão de mais 
repleta normalidade, o que torna-o, neste instante, a autoridade coatora. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
Neste sentido, relevante os ensinamentos de Ada Pellegrini Grinover, in "As provas Ilícitas 
na constituição" pg. 3: 
 
"... portanto, o ingresso da prova ilícita no processo, contra constitutionem, importa na 
nulidade absoluta dessas provas, que não podem ser tomadas como fundamento por 
nenhuma decisão judicial". 
 
"Retornando-se a teoria da tipicidade _ inicialmente concebida em relação ao direito penal, 
de onde é possível extrair que a conduta que não se insere no tipo é juridicamente inexistente 
_ as provas ilícitas, porque consideradas inadmissíveis pela constituição, não são por estas 
tomadas como provas. Trata-se de não ato, não-prova, de um nada jurídico, que as remete à 
categoria da inexistência jurídica. 
 
A conseqüência da inexistência jurídica, consiste em que o ato, carecendo dos elementos que 
o caracterizariam como ato processual, é ineficaz desde sua origem. As provas ilícitas, 
portanto, devem ser consideradas como inexistentes e totalmente ineficazes, retroagindo a 
sua ineficácia ao momento do seu nascedouro". 
 
"A denominada doutrina do "fruto da árvore venenosa" (fruit of the poisonous tree) dos 
norte-americanos, merece, realmente, atenção. Pouco importa se o CPP erige, ou não, à 
categoria de nulidade a prova colhida ilicitamente. Como bem diz Véliz Mariconde, o 
processo penal cumpre uma dupla função de tutela jurídica: protege o interesse social pelo 
império do direito, isto é, pela repressão do delinqüente, e o interesse individual (e também 
social) pela liberdade pessoal. (cf. Derecho procesal penal, Buenos Aires, 1982, v.2, cap. III, 
n. 5, p. 127). De nada valeria a ação repressiva do Estado, se, para a obtenção dos meios 
probatórios, os órgãos agentes do poder público transgredissem aquela "serie mínima de 
libertades y garantías que conformam, em conjunto, lo que antes se llamaba seguridad 
individual y ahora se menciona como dignidad humana" (Processo Penal, 1992, v. 3, p. 210, 
Fernando Da C. T. Filho). 
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Partidários desta doutrina, encontram-se hoje os mais ilustres juristas da Nação. Em 
julgamento do Supremo Tribunal Federal, de 30/06/93, o Ministro Sepúlveda Pertence 
afirmou em seu voto que essa doutrina "é a única capaz de dar eficácia à garantia 
constitucional da inadimissibilidade da prova ilícita". Cabe ressaltar, que a esse 
entendimento aderiram os Mins. Francisco Rezek, Ilmar Galvão, Marcos Aurélio e Celso de 
Mello. 
 
No mesmo sentido se pronunciou o STJ ao apreciar o Recurso Especial de n.º 037566/RS, 
do qual foi relator o Ministro Demócrito Reinaldo: In verbis:"TRIBUTÁRIO. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA COM BASE EM PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO-FISCAL. IMPOSSIBILIDADE. 
 
sigilo bancário do contribuinte não pode ser quebrado com base em procedimento 
administrativo-fiscal, por implicar indevida intromissão na privacidade do cidadão, garantia 
esta expressamente amparada pela Constituição Federal (art. 5º. inciso X). ..." 
 
PROCESSO PENAL - AÇÃO PENAL - REQUISIÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO - 
TRANCAMENTO - FALTA DE JUSTA CAUSA - 1. Promotor de Justiça pode requisitar 
informações e documentos às instituições financeiras destinadas a instruir inquérito policial, 
ressalvadas as hipóteses de sigilo. (STJ. Rel. Mins. Costa Lima, 1991, RHC nº. 1290). 
 
No Tribunal Regional Federal - 2ª. Região - já houve pronunciamento a respeito, onde em 
Sessão Plenária, por maioria, foi decidido negar provimento ao agravo 94.02.23467-5/ES, 
mantendo-se o despacho agravado, in verbis: (Relatora: Desembargadora Federal Julieta 
Lídia Luns) 
"PROCESSUAL - CONSTITUCIONAL - SIGILO BANCÁRIO - ART. 5º. DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
 
A privacidade do cidadão é direito fundamental e vem assegurado na Constituição Federal 
que em seu art. 5º. de forma exaustiva, garante a inviolabilidade dos direitos pertinentes ao 
exercício da personalidade, dentre os quais se inclui o patrimônio. E tal regra constitucional, 
somente através de autorização judicial se pode afastar. 
 
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Semelhante ao caso "sub examine", houve por parte do Banco Central a quebra do sigilo 
Bancário dos Pacientes através de mera resolução administrativa. Ocorre porém, que 
indigitado ato administrativo, data venia, trata-se de um afronta a preceito constitucional. 
Neste sentido, vale transcrever o relatório do já citado agravo. In verbis: 
 
"Trata-se de quebra de sigilo bancário, através de resolução administrativa, o que, segundo 
meu entendimento, afronta preceito constitucional, vez que incluindo-se o sigilo bancário 
dentre os direitos assegurados ao cidadão, direito a privacidade, somente por deliberação ou 
determinação judicial poderia o Banco Central obter informações necessárias ao exercício de 
sua atividade. 
 
Entretanto no caso dos autos, sem qualquer motivação o Banco Central pretendeu a ruptura 
do sigilo bancário, o que levou as partes interessadas à cautela judicial, e invertendo-se 
circunstâncias, obteve sua mantença quando em verdade poderia o próprio Banco Central 
requerer o levantamento do sigilo. É o relatório". 
 
Da percuciente análise dos arts. 12, 16, 18, 27, 39, § 5º., e 47 do CPP extrai-se a refinada 
conclusão de que a propositura da ação penal pressupõe a existência de elementos de 
convicção sobre o fato e sobre sua autoria. É justamente a falta de existência de elementos 
de convicção sobre os fatos que se analisa, pois a nulidade das provas apontadas combinado 
a doutrina do "fruto da árvore venenosa", implicará necessariamente no trancamento da ação 
penal por força do presene "writ", vez que o referido processo encontra-se sustentado em 
tais provas esgrimidas. Admitindo-se a ilegalidade das provas questionadas, admitindo-se 
que tratam-se de um não ato, não-prova, ficará evidenciado, "data venia", que falta a 
denúncia elemento imprescindível, ou seja, indício probatório, já que, além das provas 
bancárias serem, em tese, ilegais, da mesma forma serão, as que dela derivaram. 
 
Partilhando desta opinião, inúmeros os julgados. Devemos demostrar preliminarmente, 
como vem se comportando a jurisprudência sobre os meios ilegais de provas e o meio legal 
para deter as denúncias que tiveram como "fonte inspiradora" tais elementos. (Habeas Copus 
nº. 96.02.20225-4/RJ - Relator: Desembargador Federal Castro Aguiar - Ementa e Relatório 
- ps. Por unanimidade foi concedido - In verbis: 
 
"PENAL - HABEAS COPUS - IMPOSTO DE RENDA - APURAÇÃO DE CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO - PROCESSO FISCAL EM CURSO - CRIME DE SONEGAÇÃO FISCAL 
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- LANÇAMENTO ARBITRADO COM BASE EM EXTRATOS OU DEPÓSITOS 
BANCÁRIOS. 
 
I - Denúncia oferecida antes do término de processo administrativo fiscal representa 
açodamento do Ministério Público. Assim como a Fazenda Nacional não pode ajuizar 
execução fiscal, enquanto houver a pendência de recursos na esfera administrativa, 
porquanto somente após o julgamento de tais recursos o débito passa a ser inscrito em dívida 
ativa, também não pode o Ministério Público, ante disso, propor ação penal, até porque 
inexiste ainda ilícito fiscal. Se não há sequer ilícito tributário, muito menos se pode pensar 
na existência de ilícito penal. 
 
II - É ilegítimo o lançamento do imposto de renda arbitrado com base apenas em extratos ou 
depósitos bancários. (Súmula nº. 182 TFR) 
 
III - A violação de sigilo bancário implica em violação da esfera privada, 
constitucionalmente protegida entre os direitos e garantias fundamentais. Essa violação 
somente poderá ocorrer com o respeito ao devido processo legal e ao contraditório, ou com 
suporte na Lei nº. 4.595/64, hipótese não verificadas. 
 
IV - Ordem de HC concedida." (grifei) 
 
RELATÓRIO - "... Não se justifica, pois, a presente ação penal, nos termos em que foi 
proposta, seja pelo não esgotamento da via administrativa, seja por falta de fundamento 
legal, já que o imposto considerado sonegado e devido está sendo apontado com base apenas 
em extratos e depósitos bancários. 
 
Demais disso, os extratos bancários, como adquiridos, constitui prova ilegalmente obtida e, 
como tal, imprestável, gerando, em conseqüência, a pronta nulidade da ação penal. A 
violação do sigilo bancário implicou em violação da esfera privada, constitucionalmente 
protegida entre os direitos e garantias fundamentais. Essa violação somente poderia ocorrer 
com o respeito ao devido processo legal e ao contraditório, ou com suporte na Lei 4.595/94, 
hipóteses não verificadas". 
 
EMENTA - TRIBUTÁRIO. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA COM BASE EM MEDIDA 
CAUTELAR PENAL REQUERIDA PELO MP. IMPOSSIBILIDADE. 
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O sigilo bancário é protegido pelo art. 5º., X e XII, da Constituição Federal. 
 
A violação desse sigilo, admitindo-se possa ocorrer apesar da redação do item XII do art. 
5º., só é possível: 
 
1. para aferir fatos específicos e previamente enunciados, e não de forma genérica, 
correspondendo a uma verdadeira devassa na vida econômica do contribuinte; 
 
2. no interesse da instrução penal, havendo processo criminal regularmente instaurado; 
 
3. se determinado pela autoridade judiciária competente. 
 
Inexiste o procedimento de "medida cautelar penal", de que se valeu o MPF, para obter a 
quebra do sigilo bancário dos impetrantes.Segurança concedida.(Mand. Seg. nº. 05868/RJ - 
94.02.16133-3, Rel. Des. Fed. Silvério Cabral) 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer-se a suspensão da ação penal até o julgamento do mérito do presente 
"writ", tendo em vista a manifesta afronta aos artigos 5º. inciso X, XII e LVI da Constituição 
Federal e artigos 38 da Lei 4595/64 (fumus boni juris) e, ainda, o constrangimento que o 
Paciente irá sofrer com o interrogatório marcado para o dia ... de ...., conforme despacho de 
fls. .... (periculum in mora), 
 
No mérito, tendo a denúncia sido oferecida com base em provas absolutamente ilegais, 
conforme demostrado nas linhas acima, e ainda, considerando a "doutrina do fruto da árvore 
venenosa", requer-se, após prestadas as devidas informações pela autoridade coatora, a 
concessão da presente ordem para trancar a ação penal por falta de justa causa, haja vista, a 
utilização de prova ilícita, tudo na conformidade dos artigos 648, I e do CPP, c/c5º. X, XII e 
LVI e do Pergaminho Constitucional e Lei 4595/64, assim como os fundamentos 
doutrinários jurídicos acima narrados. 
 
 
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Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Revogação da Prisão Preventiva ou Liberdade Provisória 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ....ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
.... - DO ESTADO DO .... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOS Nº ..... 
 
FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., 
portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., filho (a) de ... e ..., residente e domiciliado 
(a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) 
advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório 
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe 
notificações e intimações, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer: 
 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA ou LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
de ...., que se encontra aproximadamente .... dias recolhido em um cubículo da Delegacia do 
....º Distrito Policial da Comarca de ...., à disposição da Justiça, pelos motivos de fato e de 
direito aduzidos. 
 
1. Com o procedimento investigatório elaborado pela autoridade policial, ficou evidenciado 
que .... não participou do crime que vitimou ...., pois a polícia prendeu ...., deixando-o várias 
horas na Delegacia, liberando-o mais tarde e com a prisão preventiva decretada por Vossa 
Excelência os policiais do Distrito em questão passaram a procurar .... e esse sabendo dos 
fatos, achou por bem se apresentar na Delegacia de Polícia em questão, antes que fosse 
novamente preso, conforme está evidenciado no inquérito policial a informação da 
apresentação de .... 
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2. MM. Juiz, com o interrogatório de ...., no dia .... de .... de ...., perante Vossa Excelência, 
ficou evidenciado, que ...., fora assassinado por .... e não por .... 
 
3. Nessas condições, Douto Julgador, não resta dúvida de que o crime de homicídio foi 
praticado por ...., aliás esse, contou com detalhes como assassinou .... Dizendo mais, que ...., 
não teve nenhuma participação no delito. 
 
4. Assim MM. Juiz, cabe-nos reiterar no que diz respeito à revogação da prisão preventiva 
de ...., pois trata-se de um jovem trabalhador, honesto, que não têm antecedentes criminais 
conforme já ficou evidenciado nas certidões carreadas aos autos. 
 
Nessas condições, Douto Julgador, esperamos de Vossa Excelência e mesmo do Ilustre 
Representante do Ministério Público se necessário for, a mais abalizada apreciação do caso 
em questão, por ser de inteira Justiça! 
 
Requer ainda, à juntada aos respectivos autos, a declaração devidamente assinada por ...., 
onde diz que ...., é marceneiro e trabalha na firma da pessoa citada. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Apelaçao Criminal 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
..... - ESTADO DO ..... 
 
 
 
 
 
 
AUTOS Nº ..... 
 
FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., 
portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado 
(a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) 
advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório 
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe 
notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em epígrafe, à presença de 
Vossa Excelência, interpor 
 
APELAÇÃO CRIMINAL 
 
contra a r. sentença de fls ....., nos termos que a seguir passa a aduzir, requerendo, para tanto, 
que o recurso seja recebido no duplo efeito, determinando-se a sua remessa ao Egrégio 
Tribunal de Justiça do Estado de ...., para que dela conheça e profira nova decisão. 
 
Junta comprovação de pagamento de custas recursais. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO .... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORIGEM: Autos sob n.º .... - ....ª Vara Criminal da Comarca de .... 
Apelante: .... 
Apelado: .... 
 
 
 
Colenda Câmara Criminal 
Eméritos julgadores 
 
 
 
 
FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., 
portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado 
(a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) 
advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório 
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe 
notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em epígrafe, à presença de 
Vossa Excelência, apresentar 
 
 
 
 
 
 
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RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
na seguinte forma que passa a aduzir: 
 
O apelante não se conformando com a r. sentença de fls. ...., que o condenou a .... anos de 
reclusão e .... dias-multa para cumprimento em regime fechado, vem nesta oportunidade 
requerer a reforma da r. sentença. 
 
O apelante foi denunciado pelo representante do Ministério Público, como incurso nas 
sanções do artigo 157, § 3º da Lei Penal, porque teria no dia .... de .... de ...., juntamente com 
" ......... " e mediante ameaça com arma de ...., deram voz de assalto à vítima e tendo essa 
reagido, o acusado teria atirado na vítima, causando-lhe a morte. 
 
Ao ser ouvido às fls. .... verso, na fase inquisitorial, assumiu a autoria, porém em Juízo, 
declarou que tal confissão foi obtida mediante coação física. 
 
Em Juízo, sem temor algum, livre de qualquer coação, negou a autoria, dizendo que 
confessou na polícia, mediante coação física; que não sabe porque .... o acusou e que soube 
que ...., outro elemento morador da vila, teria assumido a autoria do crime. 
 
Vencida a instrução criminal, acreditamos, que não restou provada a autoria. 
 
Das testemunhas ouvidas, nenhuma mencionou o crime. 
 
A esposa da vítima, ouvida às fls. .... dos presentes autos, declarou que: 
 
"Não pode afirmar que tenha sido o réu o autor do crime mas afirma que ele estava naquela 
esquina;... 
 
Que a princípio a declarante cuidava que o autor do crime tivesse sido um seu sobrinho;... 
 
Naquela mesma noite, vizinhos comentavam que só podia ser o '....' o autor;..." 
 
...., ouvido às fls. .... verso, declarou que: 
 
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"Não presenciou os fatos; lembra-se que na noite dos fatos, não se recordando a hora, viu 
nas proximidades da linha do trem, o acusado mais uns rapazes,inclusive ...., com uma 
bicicleta;... 
 
Que lembra-se que .... minutos após mais ou menos, ter visto o acusado na linha do trem, 
apareceu a polícia, e todos inclusive o acusado, saíram correndo e o depoente ouviu um 
disparo, o que fez com que o depoente também corresse; que não sabe quem foi que efetuou 
o disparo; 
 
Que não viu se .... estivesse com uma arma;..." 
 
As testemunhas arroladas pela Defesa e ouvidas às fls. .... e .... verso, foram unânimes em 
afirmar que o apelante trabalhou na .... vendendo .... durante a .... toda, que desciam na .... à 
.... e voltavam na .... de ....; que não falharam nenhum .... 
 
Portanto, Excelência, não existe no presente caderno penal, elementos probatórios 
suficientes e robustos, que induzam a certeza de ter o acusado efetivamente participado do 
delito em questão, a amparar um decreto condenatório. Sendo assim, impõe-se a Absolvição, 
com fulcro no artigo 386, inciso VI do Código de Processo Penal. 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, e por tudo que dos autos constam, a Defesa requer a Vossa Excelência, a 
reforma total da r. sentença "a quo", para que seja o apelante Absolvido. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
 
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4. Denúncia Crime 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
....., ESTADO DO ..... 
 
 
 
 
 
 
 
O Representante do Ministério Público, infra-assinado, em exercício neste Juízo por 
designação da Egrégia Procuradoria Geral de Justiça, no uso de suas atribuições legais e 
com base no incluso inquérito policial registrado sob nº ...../...., vem, respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência, oferecer 
 
 
DENÚNCIA 
 
em face de 
 
 ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e 
do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro 
....., Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
 
I- DOS FATOS 
 
O denunciado, no dia ....... do mês ......., cerca das ....... horas, acompanhado de duas pessoas, 
atacou, em sua residência, na rua ......, n.º ........ e sua mulher ................. e, sob ameaça de 
arma de fogo, subtraiu dinheiro, jóias e objetos de valor descritos no laudo de fls. .. 
 
Como a primeira vítima, sem poder sequer esboçar defesa, já despojada de seus bens, 
gritasse por socorro, o denunciado, com o revólver que portava, desferiu-lhe violentos 
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golpes na cabeça, os quais foram a causa eficiente de sua morte, como consta do auto de 
exame de necropsia de fls. ....... 
 
 
II- DO DIREITO 
 
O latrocínio é a forma mais grave dos crimes contra a propriedade. A penalidade, é a do 
assassinato, forma mais grave do homicídio. 
 
A característica do latrocínio é a morte. Matar para roubar ou roubar matando, é a figura do 
crime. 
 
O denunciado tem maus antecedentes (fl. .......); o crime é considerado hediondo (Lei n.º 
8.072, de 25.07.1990, art. 1º). 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Assim agindo, incorreu o denunciado no tipo penal descrito no artigo 157, §3º (2ª parte), do 
Código Penal, razão pela qual se oferece a presente denúncia, que requer seja recebida, 
citando-se..... para se ver processar, observando-se o procedimento do artigo 394 e seguintes 
do Código de Processo Penal, notificando-se os adiante arrolados para serem ouvidos em 
Juízo. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Promotor] 
 
 
 
 
 
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Rol de testemunhas 
 
1) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ..., 
Cidade ..., Estado... . 
2) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ..., 
Cidade ..., Estado... . 
3) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ..., 
Cidade ..., Estado... . 
4) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ..., 
Cidade ..., Estado... . 
5) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ..., 
Cidade ..., Estado... . 
6) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ..., 
Cidade ..., Estado... . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. Pedido de Liberdade Provisória 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ..... - 
ESTADO DO ..... 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOS Nº ..... 
 
 
 
 
 
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e 
do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro 
....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante 
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº 
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem, mui 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer 
 
PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
DOS FATOS 
 
O crime imputado ao Requerente é passível da aplicação da Lei 9.099/95, no seu artigo 89, 
com a suspensão condicional do processo, já que preenchidos todos requisitos objetivos e 
subjetivos para sua aplicação. 
 
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"A suspensão condicional do processo constitui direito público subjetivo do réu quando 
presentes os requisitos legais e, havendo requerimento do acusado no sentido de sua 
concessão, caberá ao Juízo competente, com observância do contraditório, aferir sua 
admissibilidade, independentemente da concordância do Parquet" (TACRIM-SP. - 14a C. - 
Ap. 1.033.901/2 - Rel. Oldemar Azevedo - j. 28.01.97 - RJTacrim 35/235). 
 
Além da 9.099/95, o caso em tela é passível da aplicação da Lei 9.714/98, aplicando-se em 
caso de eventual condenação, pena restritiva de direito em substituição a falida pena 
restritiva de liberdade. 
 
Apenas para efeito de raciocínio, mesmo que não fosse aplicada a Lei 9.099/95 ou a Lei 
9.714/98, ainda assim pela previsibilidade do quantum de pena a ser aplicada neste caso, 
poderia o Requerente cumprir a pena em regime aberto, conforme inteligência do artigo 33, 
§ 2º "c" do Código Penal já que presentes os pressupostos subjetivos, explicitados no artigo 
59 do Código Penal. 
 
Destarte, salta aos olhos a injustiça e o constrangimento que sofre o Requerente. Ainda sob a 
égide do princípio da presunção de inocência, está preso em regime fechado, pena aplicada 
apenas a criminosos de alta periculosidade, e mesmo que fosse eventualmente condenado 
pelo crime que é acusado, livrar-se-ia solto, já que o sistema processual penal prevê para o 
caso várias opções supracitadas à pena privativa de liberdade. 
 
Ou seja, encontra-se preso enquanto inocente e seria posto em liberdade no caso de uma 
sentença condenatória, traduzindo-se em ululante incoerência sua mantença no cárcere. 
 
O Requerente nega as imputações que sofre no momento, necessitandode sua liberdade para 
provar sua total inocência no episódio. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
Trata-se de requerente sem antecedentes criminais, primário, nunca se relacionando com 
nenhum tipo de ocorrência policial. Diante de todos essas considerações e ainda, 
devidamente instruído este pedido com documentos autenticados do Requerente, eventual 
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discordância do douto representante do Ministério Público corroboraria uma injustiça, 
paradoxo dos que, como ele, promovem a justiça. 
 
Impossível a decretação de prisão preventiva de réu primário, que não ostenta antecedentes 
criminais, possui residência fixa, perpetrou crime desprovido de gravidade em concreto e 
está sujeito a receber, ao final, apenação compatível com regime carcerário brando, pois a 
prisão processual é medida excepcional, aplicável apenas quando evidente a periculosidade 
social do agente e presentes as circunstâncias do art. 312 do CPP. (TACRIM-SP. - 13a C. - 
HC 3-1;622 - Rel. Roberto Mortari - j. 4.3.97). 
 
Compromete-se a comparecer a todos os atos processuais. 
 
Segue colacionado, jurisprudência onde verifica-se a concessão de Liberdade Provisória até 
para crimes considerados de grave potencial ofensivo, diante da falta dos requisitos para a 
prisão preventiva. 
 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL - Liberdade provisória - Denegação a preso em flagrante 
por roubo, primário e de bons antecedentes - Indivíduo com residência fixa, exercendo 
função lícita - Hipótese em que não cabe a prisão preventiva - "Habeas corpus" concedido - 
Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP - Ement.) RT 575/398 
 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL - Liberdade provisória - Despacho que a denega a preso 
em flagrante - Falta de fundamentação - Nulidade - Recurso de "habeas corpus" provido - 
Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (STF) RT 557/402 
 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL - Pedido de arbitramento de fiança não examinado pelo 
juiz - Delito que entretanto, a admite - Acusado primário e de bons antecedentes - "Habeas 
corpus" concedido (TJMS - Ement.) RT 576/436 
 
"HABEAS CORPUS" - Concessão - Liberdade provisória concedida a preso em flagrante 
por crime de roubo - Hipótese em que não se faz mister a prisão preventiva - Menor com 
residência fixa, profissão definida, primário e com bons antecedentes - Voto vencido - 
Inteligência dos arts. 310, parágrafo único, e 312 do CPP (TACrimSP - Ement.) RT 565/343 
 
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LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício concedido a preso em flagrante por delito de 
roubo - Manutenção - Requisitos da prisão cautelar ausentes na espécie - Inteligência dos 
arts. 310 e 312 do CPP, com a redação da Lei 6.416/77 (TACrimSP - Ement.) RT 557/350 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício denegado a réu acusado de homicídio, primário, 
com profissão e residência fixas - Inadmissibilidade - Constrangimento ilegal configurado - 
Irrelevância do fato de exercer ele atividade policial - "Habeas corpus" concedido - 
Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP RT 573/343 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício negado a acusado de estupro tentado, primário e 
de bons antecedentes, com profissão definida e residência fixa - Constrangimento ilegal 
caracterizado - Réu que responde a processo por crime de igual natureza - Irrelevância - 
Hipótese em que não cabe, entretanto, a prisão preventiva - "Habeas corpus" concedido - 
Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP RT 565/287 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício negado a acusado pronunciado por duplo 
homicídio - Periculosidade inferida da gravidade do delito - Inadmissibilidade - Bons 
antecedentes, primariedade, emprego e residência fixos demonstrados - Constrangimento 
ilegal caracterizado - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 408, § 2º, do CPP RT 
568/255 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício negado a preso em flagrante por delito de roubo - 
Hipótese em que não ocorre qualquer das circunstâncias referidas no art. 312 do CPP - 
Constrangimento ilegal caracterizado - Concessão de "habeas corpus" - Inteligência dos 310, 
parágrafo único, e 594 do CPP (TACrimSP) RT 565/317. 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício negado a réu primário e sem antecedentes 
criminais - Indivíduo preso em flagrante por atentado violento ao pudor praticado contra 
criança - Hipótese em que não se faz necessária, entretanto, a prisão preventiva - 
Constrangimento ilegal caracterizado - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 310, 
parágrafo único, do CPP e da Lei 6.416/77 (Ement.) RT 564/329 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão - Indiciado primário e de bons antecedentes - 
Admissibilidade - Hipótese em que não cabe a prisão preventiva - Inteligência do art. 310, 
parágrafo único, do CPP e da Lei 6.416/77 (STF) RT 561/410 
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LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão - Inexistência nos autos de elementos que 
convençam da necessidade da manutenção da prisão preventiva - Inteligência do art. 310, 
parágrafo único, do CPP (TJSC) RT 560/359 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a preso em flagrante - Acusado primário, de bons 
antecedentes, com residência fixa e aposentado por invalidez - Circunstâncias que impedem 
a prisão preventiva - "Periculum in mora" inexistente na espécie - Distinção, outrossim, 
entre prisão-captura e prisão-custódia - "Habeas corpus" deferido - Inteligência dos arts. 
310, parágrafo único, e 312 do CPP (TACrimSP) RT 576/378 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a preso em flagrante por crime de roubo - 
Hipótese em que não se faz mister a prisão preventiva - Menor com residência fixa, 
profissão definida, primário e com bons antecedentes - "Habeas corpus" concedido - Voto 
vencido - Inteligência dos arts. 310, parágrafo único, e 312 do CPP (TACrimSP - Ement.) 
RT 565/343 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a preso em flagrante por crime de roubo - 
Hipótese que não comporta prisão preventiva - Detenção do indicado que não se mostra 
necessária para assegurar a aplicação da lei penal, para a conveniência da instrução criminal 
ou para garantir a ordem pública - Indivíduo com residência fixa e profissão definida - 
"Habeas corpus" deferido - Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP - 
Ement.) RT 559/359 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a preso em flagrante por grave delito - Acusado 
primário, possuidor de bons antecedentes, casado e com atividade profissional lícita - 
Hipótese que não autoriza a prisão preventiva - "Habeas corpus" concedido -- Inteligência 
dos arts. 310, parágrafo único, e 312 do CPP (TACrimSP) RT 562/329. 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a réu preso em flagrante por homicídio - 
Hipótese em que desnecessária era a prisão preventiva - Indivíduo idoso, de bons 
antecedentes e com residência fixa no distrito da culpa - Decisão mantida - Inteligência do 
art. 310, parágrafo único, do CPP, com a redação da Lei 6.416/77 (Ement.) RT 575/366 
 
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LIBERDADE PROVISÓRIA - Denegação a acusado de delitos punidos com detenção - 
Inadmissibilidade - Hipótese que não comporta a prisão preventiva - Direito ao benefício - 
Constrangimento ilegal caracterizado - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 310, 
parágrafo único, do CPP (TACrimSP) RT 568/293 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Denegação a homicida - Réu primário e de bons 
antecedentes - Inadmissibilidade - Irrelevância do fato de existir prova da materialidade do 
crime e indícios suficientes da autoria - Hipótese em que descabe a prisão preventiva - 
Constrangimento ilegal configurado - "Habeas corpus"concedido - Inteligência do art. 310, 
parágrafo único, do CPP (Ement.) RT 572/326 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Denegação a preso em flagrante por roubo, primário e de 
bons antecedentes - Constrangimento ilegal configurado - Indivíduo com residência fixa, 
exercendo função lícita - Hipótese em que não cabe a prisão preventiva - "Habeas corpus" 
concedido - Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP - Ement.) RT 
575/398 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Denegação a preso em flagrante sob pretexto de ser o auto 
formalmente perfeito e estarem cumpridos os prazos legais - Inadmissibilidade - Hipótese 
em que não se faz necessária a prisão preventiva - Constrangimento ilegal caracterizado - 
"Habeas corpus" deferido - Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP) 
RT 559/334 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Direito de recorrer em liberdade da sentença condenatória - 
Acusado que nesse estado se encontrava anteriormente à sua prolação - Primariedade 
reconhecida na decisão e pena fixada no mínimo legal - Inquérito policial contra aquele - 
Irrelevância - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 594 do CPP e da Lei 
5.941/73 (TACrimSP - Ement.) RT 574/377 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA - Direito de recorrer em liberdade negado a condenado por 
crime de roubo a cinco anos e quatro meses de reclusão - Primariedade e bons antecedentes, 
entretanto, reconhecidos na sentença - Constrangimento ilegal caracterizado - "Habeas 
corpus" concedido - Declaração de voto - Inteligência do art. 594 do CPP (TACrimSP) RT 
577/358 
 
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LIBERDADE PROVISÓRIA - Direito de recorrer em liberdade negado a condenado por 
estelionato - Indivíduo primário e de bons antecedentes - Periculosidade não demonstrada - 
Constrangimento ilegal - Concessão de "habeas corpus" - Inteligência do art. 594 do CPP e 
da Lei 5.941/73 (TACrimSP - Ement.) RT 568/314 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE - Crime de roubo - Liberdade provisória - Concessão - 
Hipótese que não comporta prisão preventiva - Detenção do indiciado que não se mostra 
necessária para assegurar a aplicação da lei penal, para a conveniência da instrução criminal 
ou para garantir a ordem pública - Indivíduo com residência fixa e profissão definida - 
"Habeas corpus deferido" - Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP - 
Ement.) RT 559/359 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE - Indiciado primário e de bons antecedentes - Hipótese em que 
não cabe a prisão preventiva - Concessão de liberdade provisória - Admissibilidade - 
Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP e da Lei 6.416/77 (STF) RT 561/410 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE - Liberdade provisória denegada a preso em flagrante sob 
pretexto de ser o auto formalmente perfeito e estarem cumpridos os prazos legais - 
Inadmissibilidade - Hipótese em que não se faz necessária a prisão preventiva - 
Constrangimento ilegal caracterizado - "Habeas corpus" deferido - Inteligência do art. 310, 
parágrafo único, do CPP (TACrimSP) RT 559/334 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE - Roubo - Benefício da liberdade provisória negado ao preso - 
Hipótese em que não ocorre qualquer das circunstâncias referidas no art. 312 do CPP - 
Constrangimento ilegal caracterizado - Concessão de "habeas corpus" - Inteligência dos arts. 
310, parágrafo único, e 594 do CPP (TACrimSP) RT 565/317. 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE - Roubo - Requisitos da prisão cautelar ausentes na espécie - 
Liberdade provisória concedida - Inteligência dos arts. 310 e 312 do CPP, com a redação da 
Lei 6.416/77 (TACrimSP - Ement.) RT 557/350 
 
 
 
 
 
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III- DOS PEDIDOS 
 
Isto posto, é a presente para, respeitosamente, requerer a Vossa Excelência, depois de 
ouvido o douto membro do Ministério Público, que se digne a conceder os benefícios da 
liberdade provisória vinculada, mandando expedir a seu favor o competente e necessário 
alvará de soltura, perfazendo-se assim, mais uma vez, obra de intrépida, imparcial e serena 
Justiça. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. Recurso Especial 
 
EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO ESTADO DO .... 
 
 
 
 
Autos n.º .... 
 
FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., 
portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado 
(a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) 
advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório 
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe 
notificações e intimações, vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos 
autos da Apelação Criminal em epígrafe, com fundamento no art. 105, III, alíneas "a" e "c" 
da Constituição Federal c/c arts. 26 e ss. da Lei nº 8.038/90 e art. 225 do RISTJ, interpor 
 
RECURSO ESPECIAL 
 
por não se conformar com o v. Acórdão de fls. ...., o qual nega vigência ao artigo 44 do 
Código Penal, com redação alterada pela Lei 9.714/98. 
 
Requer que após o processamento regular do Recurso, dê-se vistas à Procuradoria Geral de 
Justiça e, após o devido Juízo de admissibilidade, admitido, com a subseqüente remessa dos 
autos ao Colendo Superior Tribunal de Justiça, para a devida apreciação, na conformidade 
das razões em anexo. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
29 
 
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EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação originária : autos nº ..... 
Recorrente: ..... 
Recorrido: ..... 
 
 
 
Colenda Turma 
Nobres Julgadores 
 
 
 
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e 
do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro 
....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante 
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº 
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem, mui 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos autos da Apelação Criminal nº ......., 
com fundamento no art. 105, III, alíneas "a" e "c" da Constituição Federal c/c arts. 26 e ss. 
da Lei nº 8.038/90 e art. 225 do RISTJ, apresentar 
 
 
 
 
 
 
 
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RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL 
 
 
I- PRELIMINARMENTE 
 
DA TEMPESTIVIDADE E ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL 
 
O recorrente foi intimado do v. acórdão em 23.02.2000 - quarta-feira -, encerrando-se o 
prazo legal no dia 09 de março corrente, data em que protocolizada tempestivamente, a 
irresignação. O recurso especial impugna pronunciamento de Corte local proferido em 
última instância, do qual não cabe mais recurso ordinário, e porquanto unânime o 
desprovimento da apelação, descabe Embargos Infringentes e de nulidade. 
 
O presente Recurso fundamenta-se no artigo 105, alíneas "a" e "c" da Constituição Federal. 
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal não só deixou de aplicar a Lei 9.714/98 que alterouo artigo 44 do Código Penal, como também, através da sua Primeira Turma Criminal, 
divergiu da interpretação jurisprudencial dada pela Sexta Turma do Colendo Superior 
Tribunal de Justiça. O tema em debate ventila questão estritamente jurídica e 
exaustivamente prequestionada a tempo e modo. 
 
 
II- DOS FATOS 
 
Na ....ª Vara de Entorpecentes e Contravenções Penais do .............., o peticionário foi 
denunciado pelo Douto Órgão do Ministério Público como incurso nas sanções do artigo 12, 
"caput" da Lei 6.368/76 por ter sido preso em flagrante em poder de frascos de lança-
perfume. 
 
O processo teve tramitação rápida e, não obstante assumir os fatos que lhe foram imputados, 
alegando dependência física e psíquica da maconha, o recorrente foi condenado a uma pena 
de 03 (três) anos de reclusão e 50 (cinqüenta) dias-multa. 
 
Nas razões de apelação o recorrente argüiu, em preliminar, a nulidade do processo por 
incompetência do Juízo Estadual, sustentando tratar-se, a comercialização de lança-perfume, 
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de delito de contrabando e não de substância entorpecente. Requereu a redução da pena pelo 
reconhecimento da causa de diminuição da pena - art. 19, parágrafo único, da Lei 6368/76. 
 
Pleiteou a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, de acordo 
com o artigo 44 e incisos do Código Penal, com nova redação dada pela Lei 9.714/98 - Lei 
das Penas Alternativas. 
 
 
III- DO DIREITO 
 
O Tribunal de Justiça do ..............., através da sua ........... Turma Criminal, negou, à 
unanimidade, provimento ao apelo, mantendo as penas fixadas na Instância a quo, cuja 
ementa a seguir transcreve, verbis: 
 
"PENAL E PROCESSUAL PENAL - TRÁFICO DE DROGA - PRELIMINAR DE 
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO - REJEIÇÃO - SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA 
DE LIBERDADE PELA RESTRITIVA DE DIREITOS - CRIME HEDIONDO - 
IMPOSSIBILIDADE - MANUTENÇÃO DA PENA "- 
 
O cloreto de etila, conhecido como "lança-perfume", está elencado pela Secretaria de 
Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde como substância entorpecente. 
 
Portanto ao ser apreendido na residência e no veículo utilizado pelo recorrente, há incidência 
no tipo do art. 12 da Lei 6368/76 e não no delito de contrabando. A competência para o 
processo e julgamento é da justiça estadual, já que se divisa, em tese, tráfico interno de 
entorpecentes. - 
 
"Estando o delito praticado pelo acusado relacionado no rol dos crimes hediondos, em cuja 
lei se preceitua que o regime de cumprimento da reprimenda será o integralmente fechado, 
não há que se falar em penas alternativas. - Não restando demonstrado no exame 
toxicológico a semi-imputabilidade do réu, descabe a redução penalógica. - Recurso 
improvido. Unânime." (grifo nosso) 
 
Convém desde já tornar inequívoca a situação de que o recorrente preenche os requisitos 
objetivos e subjetivos da substituição da pena, haja vista que o Juízo monocrático, ao 
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proferir a sentença condenatória, nos termos do artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei 8.072/90 - Lei 
dos Crimes Hediondos -, reconheceu que o recorrente "pelas suas condições pessoais e pela 
sua não periculosidade, faz jus ao direito de apelar, caso queira, da presente sentença, em 
liberdade." 
 
O Juízo monocrático constatou o baixo grau de culpabilidade, os bons antecedentes, a 
conduta social digna de crédito e a personalidade não voltada ao crime do recorrente, bem 
como os motivos e as circunstâncias do crime concedendo o benefício de apelar em 
liberdade. 
 
Ressalte-se, por oportuno, que, à época do crime o recorrente tinha menos de 21 anos, e não 
era, nem é, reincidente em qualquer outro crime, bem como não praticou o crime em questão 
mediante violência ou grave ameaça. Atualmente, encontra-se em liberdade, com emprego e 
profissão definida. Em grau de apelação, os Magistrados da Instância Recursal, também 
reconheceram que "o pleito de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva 
de direitos, conforme permissivo do art. 44 do CP, ampliado pela Lei 9714/98, tem amparo, 
em tese, nas condições objetivas e subjetivas ostentadas pelo recorrente". 
 
Não obstante isso, o acórdão recorrido, permissa venia confundindo regime da pena na fase 
executiva com substituição da pena antes de sua execução, entenderam que "no caso em 
apreciação, todavia, não obstante sejam de todo favoráveis ao réu as condições objetivas e 
subjetivas, não há que se cogitar em sanção substitutiva, cumprindo-se considerar a 
gravidade fática do comportamento do acusado, considerado hediondo, não se podendo 
minimizar a potencialidade lesiva de sua conduta. 
Assim dá-se pelo prevalecimento da lei especial que expressamente alude ao regime 
integralmente fechado de cumprimento de pena corporal, contrapondo-se e tornando 
inaplicável qualquer apenamento alternativo na espécie". 
 
NEGATIVA DE VIGÊNCIA À LEI Nº 9.714/98. O v. aresto, data maxima venia, deixou de 
aplicar a Lei 9.714, de 25 de novembro de 1998, que alterou o dispositivo do artigo 44 do 
Código Penal, que prevê a conversão da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, 
quando se impunha, senão vejamos: Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e 
substituem as privativas de liberdade, quando: I - aplicada pena privativa de liberdade não 
superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa 
ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II - o réu não for reincidente 
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em crime doloso; III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade 
do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição 
seja suficiente. 
 
§ 1º (VETADO) 
 
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por 
uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face 
de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se 
tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 
 
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de 
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, 
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 
 
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, "podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva anterior." 
 
Todavia tal entendimento do Eg. Tribunal de Justiça do ........... entra em aberto conflito com 
a doutrina a respeito da matéria. O próprio Relator do aresto recorrido, Desembargador 
........................, em seu voto, trouxe à colação a lúcida lição de Damásio de Jesus e Luiz 
Flávio Gomes, autor de Penas e Medidas Alternativas à Prisão (Ed. RT, 1ª ed., 1999), o qual, 
discorrendo sobre a aplicabilidade das penas alternativas aos crimes hediondos, assim 
assevera: 
 
"Não resta a menor dúvida de que em tese, pela pena aplicada, cabe a substituição da pena 
de prisão nos denominados crimes hediondos, tal como é o caso, por exemplo, do delito de 
tráfico de drogas, falsificação de alimentos, tentativa de falsificação de remédios, etc. (...) 
Dizer, no entanto, que,pela pena aplicada (concreta), haja possibilidade de substituição não 
significa que o juiz deva procedê-la em todos os casos: além do requisito objetivo da pena 
(que não pode ser superior a quatro anos), urge o exame criterioso dos demais requisitos 
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legais (subjetivos). (...) O "regime" fechado determinado pela lei dos crimes hediondos 
somente é válido para a fase de execução da pena de prisão. Se o juiz entende que a pena 
imposta deve ser substituída por outra sanção alternativa, não se chega à execução da pena 
de prisão (isto é, não se chega à sua fase executiva). Logo, não é o caso de se aplicar a regra 
do "regime" fechado. Só se pode falar em "regime" na fase de execução da pena de prisão." 
(pág. 111/113) 
 
E prossegue em seu voto, citando o mesmo autor (Boletim do IBCCrim, n. 83, p. 8): "Por 
força do art. 12 do CP, as regras gerais do Código aplicam-se às leis especiais, salvo quando 
essas dispõem de modo contrário. 
 
Nem a Lei de Tóxicos, nem a Lei dos Crimes Hediondos proíbe expressamente as penas 
substitutivas. Não existe nenhuma disposição em sentido contrário. Logo, são aplicáveis as 
regras gerais do CP."O enfoque doutrinário transcrito é, sem dúvidas, o correto. Em se 
tratando de norma penal, a interpretação de seu texto é obrigatoriamente restritiva". 
 
É um princípio hermenêutico por demais conhecido. 
 
Dada a natureza das sações do direito penal, que atingem predominantemente a liberdade 
humana (penas de prisão), e sendo a liberdade um bem inviolável segundo o caput, do artigo 
5º, da Constituição Federal, a sua privação ou restrição só se justificam excepcionalmente 
para a salvaguarda de valores de interesse fundamental ao convívio social. 
 
Daí deriva a necessidade de limitar a intervenção penal. É, pois, o princípio da novatio legis 
in mellius da incidência da lei nova mais favorável ao sujeito, que, por oposição lógica, nos 
leva ao princípio da obrigatoriedade da interpretação restritiva da norma penal agravadora da 
situação do sujeito. Consectário dessa premissa é, portanto, na presente espécie, a exigência 
de interpretação restritiva do texto da Lei 8.072/90, que equiparou, aos crimes considerados 
hediondos, o tráfico de entorpecentes. 
 
E se na Lei dos Crimes Hediondos consta, numerus clausus, o rol dos benefícios aos quais 
estão impedidos de obter e não fazem jus os condenados pela prática de crimes hediondos e 
os a estes assemelhados (tortura, tráfico de entorpecentes e terrorismo), é evidente que o 
legislador pretendeu restringir somente aqueles benefícios, e não todos indiscriminadamente. 
 
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Prevê o artigo 2º, da Lei nº 8.072/90, restringindo numerus clausus somente os seguintes 
benefícios: "Art. 2º. Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I. anistia, graça e indulto; II. 
fiança e liberdade provisória. § 1º. A pena por crime previsto neste artigo será cumprida 
integralmente em regime fechado. 
 
"Nesse sentido é o entendimento do grande clássico da ciência penal brasileira, o saudoso 
Nelson Hungria. E desse Eminente criminalista colacionamos a seguinte lição": 
 
"O que vale dizer: a lei penal deve ser interpretada restritivamente quando prejudicial ao réu, 
e extensivamente no caso contrário. Mas, insista-se: quando resulta inútil qualquer processo 
de interpretação do texto legal. Somente in re dubia se justifica ou se impõe a inteligência da 
lei no sentido mais favorável ao réu, segundo antiga advertência: in dubia benigniorem 
interpretario nem sequi non munus, justum est quam tutius". (in Comentário ao Código 
Penal, vol. 1, Tomo 1, 6a. Edição, pág. 94) 
 
É certo, pois, que face a lição dos Mestres referidos se impõe a interpretação restritivas das 
palavras contidas na Lei nº 8.072/90, verificando-se não resultar qualquer conflito com a 
conversão da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, prevista no art. 44 do CP, 
com redação nova dada pela Lei nº 9.714/98. 
 
Enfatize-se que o presente apelo especial objetiva o saber se a Lei nº 9.714/98 - Lei das 
Penas Alternativas - se aplica ou não ao crime de tráfico de entorpecentes que, equiparado 
aos crimes hediondos, impede a concessão de alguns benefícios - anistia, graça, indulto, 
fiança e liberdade provisória e progressão em regime prisional. É uma quaestio juris. 
Destarte, postula-se o recebimento do presente Recurso Especial porque claramente 
configurada a hipótese legal da alínea "a", do inciso III, do artigo 105, da Constituição 
Federal. 
 
O recorrente foi condenado à uma pena de 03 (três) anos de reclusão e 50 (cinqüenta) dias-
multa por tráfico de lança-perfume. Na manutenção da fixação da pena - no mínimo legal -, 
o Desembargador Relator ................. assim a fundamentou: 
 
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"A dosimetria da pena está correta e foi fixada no mínimo legal, não havendo como reduzir-
se aquém do mínimo a reprimenda, nem mesmo substituir por outra restritiva de direito pois 
os crimes considerados hediondos ficam de fora de qualquer benefício legal. 
 
"Por sua vez, o Desembargador Relator ............., negou a substituição das penas aos 
seguintes argumentos: 
 
"no caso em apreciação, todavia, não obstante sejam de todo favoráveis ao réu as condições 
objetivas e subjetivas, não há que se cogitar em sanção substitutiva, cumprindo-se considerar 
a gravidade fática do comportamento do acusado, considerado hediondo, não se podendo 
minimizar a potencialidade lesiva de sua conduta. 
Assim dá-se pelo prevalecimento da lei especial que expressamente alude ao regime 
integralmente fechado de cumprimento de pena corporal, contrapondo-se e tornando 
inaplicável qualquer apenamento alternativo na espécie". (grifos nossos)Para demonstração 
do dissídio jurisprudencial colacionas dois Arestos da Colenda Sexta Turma do Superior 
Tribunal de Justiça, ambos relatados pelo Ministro Vicente Leal, relativos a Habeas Corpus 
nº 10.04 e o Recurso Especial nº 60.046 que desde já, requer suas juntadas, conforme docs. 
em anexo. 
 
As ementas dos Arestos relatados pelo Ministro Vicente Leal, respectivamente, dizem: 
 
"PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CONDENAÇÃO. PENA PRIVATIVA DE 
LIBERDADE. PRETENSÃO DE SUBSTITUIÇÃO POR PENA ALTERNATIVA. LEI Nº 
9.714/98. INCIDÊNCIA. HABEAS-CORPUS. - A lei nº 9.714/98, que deu nova redação 
aos artigos 43 a 47 do Código Penal, introduziu entre nós o sistema de substituição de pena 
privativa de liberdade por penas restritivas de direitos, e por ser mais benigna, tem aplicação 
retroativa, nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Estatuto Penal, e do art. 5º, XL, da 
Constituição. 
 
- Embora inexistente o direito subjetivo à substituição da pena privativa de liberdade por 
outra restritiva de direitos, é de rigor que a recusa à concessão do benefício seja sobejamente 
fundamentada, com exame das condições objetivas e subjetivas que indiquem a 
impropriedade do deferimento. - Habeas-corpus concedido." (STJ, HC 10.049/RO, Sexta 
Turma, DJ 06.12.99) "CONSTITUCIONAL. PENAL. EXECUÇÃO PENAL. REGIME 
PRISIONAL. PROGRESSÃO DE REGIME. CRIMES HEDIONDOS. LEI Nº 8.072/90, 
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ART. 1º, § 2º. LEI Nº 9.455/97, ART. 1º, § 7º. LEX MITIOR. INCIDÊNCIA. PENA 
ALTERNATIVA. LEI Nº 9.714/98. - 
 
É dogma fundamental em Direito Penal a incidência retroativa da lex mitior, encontrando-se 
hoje entronizado em nossa Carta Magna, ao dispor que a "a lei penal não retroagirá, salvo 
para beneficiar o réu" (art. 5º, XL)- 
 
Embora inexistente o direito subjetivo à substituição da pena privativa de liberdade por outra 
restritiva de direitos, é de rigor que a recusa à concessão do benefício seja sobejamente 
fundamentada, com exame das condições objetivas e subjetivas que indiquem a 
impropriedade do deferimento. - Habeas-corpus concedido, de ofício. - Recurso especial 
prejudicado". (STJ, REsp 60.046/SP, Sexta Turma, DJ 06.09.99) 
 
E no corpo dos Acórdãos paradigmas, respectivamente, se sustenta: "... No caso, o paciente 
foi condenado a quatro anos de reclusão, por tráfico de entorpecentes, enquadrando-se, 
portanto, na hipótese do art. 43, do Código Penal, com a nova redação que lhe conferiu a Lei 
nº 9.714/98. É certo que inexiste o direito subjetivo do réu à substituição da pena privativa 
de liberdade por restritiva de direitos". 
 
Todavia, é de rigor que a recusa à concessão do benefício seja sobejamente fundamentada, 
com exame das condições objetivas e subjetivas que indiquem a impropriedade do 
deferimento do pedido..." "... Todavia, a questão perde relevânciaà luz do novo modelo 
introduzida pela Lei no. 9.714/98, pois é de rigor o exame da possibilidade de substituição 
da pena detentiva por quaisquer das penas restritivas de direito. Impõ-se a observância do 
art. 44, do Código Penal, na redação que lhe foi conferida pela citada Lei nº 9.714/98. 
 
Tal diploma, por ser norma mais benigna, deve incidir sobre os fatos pretéritos, alcançando 
os processos em qualquer fase ou grau de jurisdição, inclusive após o trânsito em julgado da 
sentença condenatória. 
 
Embora não seja o réu titular do direito subjetivo de obter substituição da pena privativa de 
liberdade por outra restritiva de direitos, é de rigor o exame das condições objetivas que a 
concessão ou não do benefício legal. 
 
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E na hipótese de recusa, deve o Juiz decidir de modo fundamentado. No caso, encontram-se 
presentes as condições objetivas para a ocncessão do benefício, devendo as condições 
subjetivas serem apreciadas pelo Juiz de Primeiro Grau..."Em ambos os casos os acusados 
foram condenados pela prática do crime de tráfico de entorpecentes, cujas penas não 
excederam os quatro anos". 
 
Outrossim, se atendem as exigências regimentais, com relação aos referidos acórdãos. 
Noticia-se que as ementas dos acórdãos paradigmas invocados da Sexta Turma, foram 
publicadas no Diário da Justiça da União, de 06.09.99 e 06.12.99, respectivamente, 
juntando, neste momento xerox de seus inteiros teores. Destarte, por se tratar de matéria 
prequestionada e por estar devidamente evidenciada e demonstrada a divergência 
jurisprudencial, e por satisfeitas as demais exigências regimentais se impõe a admissão do 
presente recurso especial, com fundamento na alínea "c", do inciso III, do artigo 105, da 
Constituição Federal. 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Em face do exposto, provada a negativa de vigência da legislação federal - Lei 9.714/98 -, e 
do dissídio interpretativo com os acórdãos paradigmas, requer o recorrente haja por bem 
receber e dar seguimento ao presente RECURSO ESPECIAL, fundado no artigo 105, inciso 
III, alíneas "a" e "c" da Constituição Federal. Postula-se, outrossim, que a Colenda Turma do 
Superior Tribunal de Justiça conheça e dê provimento ao presente Recurso Especial para 
que, reformando o acórdão recorrido, admita a aplicação da Lei nº 9.714/98 - Lei da Penas 
Alternativas - conceda o benefício da substituição da pena privativa de liberdade pela 
restritiva de direitos no crime de tráfico praticado pelo recorrente. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
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7. Inquérito Policial 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
..... - ESTADO DO ..... 
 
 
 
 
 
 
 
Flagrante: .... 
 
Indiciada: ...... 
 
Art. 33, "caput" da Lei 11.343/06 
 
Os autos desse inquérito policial retratam o pior no âmbito da justiça criminal, o mais 
repugnante e odioso comportamento que não pode encontrar espaço dentro de um Estado 
Democrático de Direito, qual seja: o famigerado flagrante forjado. 
 
Doravante, terei cautela e desconfiança diante de todos os pedidos de busca e apreensão 
fruto, não de investigação, mas sim de denúncia anônima. Denúncia anônima não é para que 
a polícia, sem uma investigação confirmatória, adentre, protegida com o manto da justiça, na 
residência de pessoas e faça busca e apreensão. Na verdade, a busca e apreensão, por se 
tratar de medida cautelar, deve ser realizada dentro dos estritos limites do art. 243 do CPP, 
in verbis: 
 
Art. 243. O mandado de busca deverá: 
 
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome 
do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que 
terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; 
 
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; 
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III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir (sem grifos no 
original). 
 
Pois bem. O que se fez? Iludiram a justiça que, em sua boa fé e visando a amparar a ação da 
polícia, expediu o referido mandado para que, alguém, satisfizesse seus interesses pessoais 
de vingança, ódio e rancor contra a Sra. Lucrecia que, agora, tem a pecha de traficante nessa 
cidade. 
 
Nenhum traficante, mesmo que neófito, deixaria na varanda de sua casa, do lado de fora, 
226 g. de maconha. O próprio cheiro da referida substância denunciaria seu proprietário. E o 
mais curioso: a polícia foi direto na varanda apreender a droga, ou seja, a denúncia anônima 
não poderia ser mais precisa, embora anônima. Parece que partiu de quem conhecia bem a 
casa da indiciada. 
 
Cidade pequena tem uma boa característica: todos se conhecem e sabem dos defeitos e 
virtudes um do outro, e, no caso em tela, a Sra.......... é pessoa conhecida da cidade e todas 
sabem que com entorpecentes ela nunca mexeu. 
 
Não podemos fechar os olhos para uma realidade: a indiciada foi vítima de um flagrante 
forjado. E quem vai reparar o mal que ela sofreu? O Estado? Não. Sabemos que todos irão 
tirar as costas da responsabilidade, porém a análise dos autos vai nos permitir chegar a uma 
conclusão. A investigação não pode parar, pois afinal de contas a materialidade é 
indiscutível e cristalina. Alguém, que ainda não sabemos quem, colocou a maconha na 
residência da indiciada e, no mínimo, se não tivermos também um crime de abuso de 
autoridade, teremos um crime de tráfico de entorpecentes. Razão pela qual, deve esta 
investigação prosseguir. 
 
Vamos a análise dos autos. 
 
1º. Uma denúncia anônima, sem confirmação de sua veracidade, autorizou a polícia a 
requerer pela expedição de mandado de busca e apreensão na residência da indiciada. 
Mandado expedido e cumprido e a droga localizada. 
 
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2º. Surge uma controvérsia: um automóvel marca ...... que se encontrava em poder da 
indiciada. O automóvel foi comprado pela indiciada no dia .... de ...... de ..... do senhor ........ 
(cf. fls. 39) e, curiosa e intrigantemente, o mesmo senhor ....... vendeu, posteriormente, para 
o ex-companheiro da indiciada, senhor ..........., o mesmo automóvel (cf. fls. 41) na data de 
...... 
 
Como pode um automóvel ser vendido duas vezes pelo mesmo proprietário sem que o bem 
tenha voltado para suas mãos? 
 
3º. Com quem está o automóvel? Com o ex-companheiroda indiciada (........). Como ele 
conseguiu ficar com o automóvel? Com a ajuda da polícia. Veja que no dia ...... ele deu uma 
procuração para ..... (fls. 43) que é filho de ........ (fls. 45) que, por sua vez, esta é irmã de 
....... que é quem mora com o ex-companheiro da indiciada (Sr. .......), segundo informações 
oficiosas. No mesmo dia......... a polícia apreendeu o automóvel (fls. 35) e no dia posterior 
(......), a polícia entregou o automóvel ao Sr. ........ (fls. 36). Tudo "a Jato", de forma 
eficiente. E o pior: a indiciada dirigia o referido automóvel sem habilitação, porém não foi 
autuada em flagrante delito. Por que? 
Porque a intenção não era o exercício legítimo da função policial de atividade judiciária, 
mas sim satisfazer os interesses pessoais do ex-companheiro da indiciada que queria ficar 
com o automóvel que, segundo consta dos autos, pertencia a ela (indiciada). Ou seja, a 
esfera criminal (delegacia de polícia) serviu como um grande escritório de advocacia privada 
para defender os interesses patrimoniais do casal, mas em favor do ex-companheiro, Sr. 
.......que, inclusive, registre-se: é irmão de um dos melhores comandantes que o ..... de ....... 
já teve: Cel. .......... a quem credito uma das maiores gestões à frente daquele Batalhão, 
homem de conduta ilibada com o qual tive excelente relacionamento profissional, enquanto 
a frente do X BPM. 
 
4º. Há uma fita entregue neste juízo e encaminhada ao MP para comprovação de ameaças de 
morte não só a indiciada ......., mas como também a um jovem de nome ......... que, dizem, 
seria namorado da indiciada. Na fita há, inicialmente, três vozes: uma que, em tese, seria da 
indiciada ........ que, inclusive, foi quem juntou a fita a esses autos, e a outra seria, em tese, 
do seu ex-companheiro, Sr. ............... Há uma terceira voz que seria de um amigo do Sr. ..... 
que não foi identificada. Curiosa e independentemente de perícia técnica que deve ser feita, 
a voz imputada ao Sr. ......... faz menção a retirar da indiciada seu automóvel, sua casa e tudo 
o mais que possui que, se for verdade, configura crime de ameaça corroborando a história da 
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apreensão do automóvel, porém uma pergunta fica no ar: será que foi com a conivência da 
polícia? 
 
Se foi, os autos desse inquérito correm o risco de não ter uma apuração isenta e cristalina. 
Motivo pelo qual, diante dos últimos entendimentos jurisprudenciais, deve tal investigação 
ser feita pelo Ministério Público. 
 
Veja-se a propósito entendimento do STJ, in verbis: 
MP. PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO. POLICIAIS. 
 
A Turma denegou a ordem de habeas corpus com o entendimento de que, em se tratando de 
procedimento com o fito de apurar fatos reputados delituosos e cuja autoria é atribuída a 
integrante da organização policial, cuja atividade é controlada externamente pelo Ministério 
Público, em tese não existirá antinomia para que o Parquet promova a investigação. 
Ressalte-se que, mesmo no caso de eventual irregularidade por invasão das atribuições da 
Polícia Judiciária pelo Ministério Público, ainda assim em nada estaria afetada a ação penal 
porque objeto de apuração de delito cometido por agente de autoridade policial. Precedentes 
citados do STF: RHC 66.428-PR, DJ 2/9/1988, e RE 205.473-9-AL, DJ 19/3/1999. RHC 
10.947-SP, Rel. Min. Fernando Gonçalves, julgado em 19/2/2002 (sem grifos no original). 
Súmula 234 do STJ 
 
Ementa 
A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta 
o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia (sem grifos no original). 
 
Diante do exposto, requer o Ministério Público: 
 
a) Remessa da fita, em anexo, à perícia técnica do Instituto Criminalística .......... do ........... e 
não de .......... para transcrição da mesma e exame de comprovação de voz devendo a 
indiciada, Sra. .........., ser chamada para dizer a quem pertencem às vozes contidas na 
mesma, porém deverá fazê-lo no gabinete desta Promotoria de Justiça e não na unidade 
policial, e, se quiser, acompanhada de advogado ou do Defensor Público em exercício neste 
juízo, razão pela qual requeiro que a mesma seja intimada, no endereço situado na rua 10, 
CASA 20, a comparecer no dia ....... de ........l próximo vindouro, às ........ h. 
 
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b) Oitiva do Senhor ........... devendo o mesmo ser intimado na rua......., casa......, bairro 
........, nesta comarca, para comparecer nesta Promotoria de Justiça no dia ..... de ....... 
próximo vindouro, às ..... h. para prestar declarações nos autos desse inquérito policial. 
 
c) Oitiva do Senhor ......... residente à rua .... nº ....... para comparecer nesta Promotoria de 
Justiça no dia...... de ..... próximo vindouro às ....... h. para prestar declarações nos autos 
desse inquérito policial. 
 
d) Oitiva, nesse gabinete, do ........., lotado no ........, e residente em um imóvel no andar de 
cima ao da indiciada (rua 10), porém deverá ser requisitada sua apresentação ao Comandante 
do ........ para aqui comparecer no dia .... de .....l do corrente ano às ....... h. para prestar 
declarações nos autos desse inquérito policial. 
 
e) Ofício ao ICCE solicitando imediata remessa do laudo definitivo da substância 
entorpecente a este juízo e juntada aos autos. 
 
f) Ofício ao Delegado titular da ..... DP a fim de que informe qual a razão pela qual deixou 
de lavrar o flagrante em relação à ausência de habilitação da indiciada quando da apreensão 
do automóvel de fls. 35 e 36 que, inclusive, deverão ser enviadas (as fls. 35 e 36) à aquela 
autoridade policial. 
 
g) Ofício ao comandante do DPO local comunicando-lhe que todo e qualquer pedido de 
busca e apreensão deverá ser lastreado em investigação preliminar que corrobore a 
famigerada denúncia anônima, sob pena de inviabilizarmos o direito constitucional da 
inviolabilidade do domicílio (Art. 5º, XI). Denúncia anônima não pode autorizar, por si só, 
uma investida no domicílio alheio sem que haja comprovação do que se informou. Do 
contrário, de nada valeria a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio, pois 
haveria sempre uma denúncia anônima para lastrear o abuso que foi o que foi feito nesses 
autos. 
 
f) ARQUIVAMENTO SUBJETIVO dos autos desse inquérito com relação a indiciada ........, 
porém a continuidade das investigações com relação ao fato, em tese, denominado tráfico de 
entorpecentes, pois não há a menor dúvida quanto a materialidade do mesmo, bem como, 
aos crimes de falsificação e estelionato que por ventura tenham sido praticados na compra e 
venda do referido automóvel, tudo em conformidade com o art. 28 do CPP. 
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desse modo deve a indiciada ter seu nome retirado dos livros e registros desse juízo, do IFP 
e da delegacia de polícia que deverá ser informada do arquivamento subjetivo dos autos, 
porém o prosseguimento das investigações quanto aos fatos mencionados. 
 
Requeiro ainda ciência à indiciada e aos seus patronos desse arquivamento, se deferido, para 
adoção das medidas e providências que entenderem cabíveis. 
 
Por último, requerer que esses autos não saiam desse juízo para a delegacia de policia, até 
que fique tudo apurado como deve ser com total transparência, devendo tramitar entre 
Ministério Público e o juízo, ressaltando, desde já, que nenhuma medida de restrição aos 
direitos e garantias individuais será adotada sem autorização judicial, e, muito menos, 
cerceados os direitos dos advogados de terem acesso a esses autos como lhes autoriza o 
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
Investigação criminal direta pelo Ministério Público

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