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Lista de Questões 9 - Direitos Humanos

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Aula IX
		¿Fala-se que não há hierarquia jurídica entre os princípios, embora normalmente haja entre eles uma tensão permanente. É verdade. As normas constitucionais, muitas vezes, parecem conflitantes, antagônicas até. À primeira vista, aparentam inconciliáveis o princípio da liberdade de expressão e o direito à intimidade ou privacidade. E o princípio da função social da propriedade com a norma que diz que as terras públicas não são passíveis de usucapião, como conciliá-los? O que dizer, outrossim, do princípio da livre iniciativa e as possibilidades de monopólio estatal constitucionalmente previstas? Há, sem dúvida, constante tensão entre as normas constitucionais.¿ Qual dos princípios hermenêuticos é o que melhor se ajusta ao texto:
	
	
	Princípio da concordância prática ou harmonização. Parte-se da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento do princípio mencionado decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios;
		A tríade subprincipial da proporcionalidade é composta pelos seguintes subprincípios:
	
	
	adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito
		¿A interpretação é um processo aberto, no qual estão envolvidos os Poderes Estatais, os órgãos públicos, mas também os cidadãos e os grupos sociais¿ (Häberle) O princípio hermenêutico da concordância prática ou harmonização deve ser entendido como
	
	
	aquele que o interprete parte da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios.
		Em seu livro Levando os Direitos a Sério, Ronald Dworkin cita o caso Riggs contra Palmer, em que um jovem matou o próprio avô para ficar com a herança. O Tribunal de Nova Iorque (em 1889) julga o caso considerando que a legislação do local e da época não previa o homicídio como causa de exclusão da sucessão. Para solucionar o caso, o Tribunal aplica o princípio, não legislado, do direito que diz que ninguém pode se beneficiar de sua própria iniquidade ou ilicitude. Assim, o assassino não recebeu sua herança. Com esse exemplo podemos concluir que a jusfilosofia de Ronald Dworkin, dentre outras coisas, pretende
	
	
	argumentar que regras e princípios são normas com características distintas e em certos casos os princípios poderão justificar de forma mais razoável a decisão judicial, pois a tornam também moralmente aceitável.
		Quanto ao Princípio da Concordância Prática podemos dizer que:
	
	
	O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos.
		este princípio proporciona a todos os Estados o direito subjetivo de proteção, em face da UE e dos demais Estados. Assim, o respeito pelas identidades nacionais investe-se como uma obrigação de considerar também este aspecto no processo de ponderação, quando deva a UE decidir sobre situações várias. O enunciado acima se refere a qual princípio?
	
	
	Princípio do Respeito pelas identidades nacionais
		Operação desencadeada pela Polícia Federal quebra o sigilo bancário de uma pessoa suspeita de ¿lavagem de dinheiro¿. Considerando que o sigilo bancário é um corolário do direito fundamental à privacidade, capitulado no art. 5.º, X, da Constituição da República, de 1988, tal quebra de sigilo é juridicamente possível?
	
	
	Sim, desde que haja fundada suspeita de cometimento de algum ilícito e, ainda, desde que seja autorizado por uma autoridade judicial, podendo ser autorizado por CPI¿s. Os direitos fundamentais não se prestam a acobertar transações ilícitas, mas sim a resguardar a intimidade e a vida privada das pessoas.
		O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos de forma a conseguir uma harmonização entre esses bens. Trata-se do princípio:
	
	
	Princípio da Concordância Prática.

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