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Exercícios de Português - TEC Concursos

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03/11/2019 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/13690866/imprimir 1/107
Caderno de Questões ( https://tec.ec/s/QvRcQ )
Português
Questão 1: CONSULPLAN - Ana TI (CM BH)/CM BH/Infraestrutura de Sistema/2018
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Capítulo LXVIII / O Vergalho 
 
Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por aquele Valongo fora, logo depois de ver e ajustar a casa. Interrompeu-mas um ajuntamento; era um preto que
vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir; gemia somente estas únicas palavras: — “Não, perdão, meu senhor; meu senhor, perdão! ” Mas o primeiro não
fazia caso, e, a cada súplica, respondia com uma vergalhada nova.
— Toma, diabo! dizia ele; toma mais perdão, bêbado!
— Meu senhor! gemia o outro.
— Cala a boca, besta! replicava o vergalho.
Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada menos que o meu moleque Prudêncio, — o que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me; ele
deteve-se logo e pediu-me a bênção; perguntei-lhe se aquele preto era escravo dele.
— É, sim, nhonhô.
— Fez-te alguma cousa?
— É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.
— Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
— Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado!
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo, Ática, 1990. p. 83.) 
 
Nas palavras “praça” e “bênção” emprega-se o cedilha para indicar o som do fonema /s/. Tal notação foi usada corretamente em todas as palavras do grupo:
 a) punção, louça, ascenção.
 b) açafrão, distenção, paçoca.
 c) estação, miçanga, sentença.
 d) excanção, calabouço, precaução. 
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/621627
Questão 2: CONSULPLAN - Estag (TJ MG)/TJ MG/Serviço Social/2016
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Texto I para responder à questão.
 
Ódio ao Semelhante – Sobre a Militância de Tribunal
 
Ninguém pode negar o conflito como parte fundamental do fenômeno político. Só existe política porque existem diferenças, discordâncias, visões de mundo que se
distanciam, ideologias, lutas por direitos, por hegemonia. Isso quer dizer que no cerne do fenômeno político está a democracia como um desejo de participação que
implica as tenções próprias à diferença que busca um lugar no contexto social. [...]
 
Esse texto não tem por finalidade tratar da importância do conflito ou da crítica, mas analisar um fenômeno que surgiu, e se potencializou, na era das redes sociais: a
“militância de tribunal”. Essa prática é apresentada como manifestação de ativismo político, mas se reduz ao ato de proferir julgamentos, todos de natureza condenatória,
contra seus adiversários e, muitas vezes, em desfavor dos próprios parceiros de projeto político. São típicos julgamentos de excessão, nos quais a figura do acusador e do
julgador se confundem, não existe uma acusação bem delimitada, nem a oportunidade do acusado se defender. Nesses julgamentos, que muito revela do “militante de
tribunal”, os eventuais erros do “acusado”, por um lado, são potencializados, sem qualquer compromisso com a facticidade; por outro, perdem importância para a
hipótese previamente formulada pelo acusador-julgador, a partir de preconceitos, perversões, ressentimentos, inveja e, sobretudo, ódio.
 
Ódio direcionado ao inimigo, aquele com o qual o “acusador-julgador” não se identifica e, por essa razão, nega a possibilidade de dialogar e, o que tem se tornado cada
vez mais frequente, o ódio relacionado ao próximo, aquele que é, ou deveria ser, um aliado nas trincheiras políticas. Ódio que nasce daquilo que Freud chamou de
“narcisismo das pequenas diferenças”. Ódio ao semelhante, aquele que admiramos, do qual somos “parceiros”, ao qual, contudo, dedicamos nosso ódio sempre que ele
não faz exatamente aquilo que deveria – ou o que nós acreditamos que deveria – fazer.
 
Exemplos não faltam. Pense-se na militante feminista que gasta mais tempo a “condenar” outras mulheres, a julgar outros “feminismos”, do que no enfrentamento
concreto à dominação masculina. A Internet está cheia de exemplos de especialistas em julgamento e condenação. A caça por sucesso naquilo que imaginam ser o
“clubinho das feministas” (por muitas que se dizem feministas enquanto realizam o feminismo como uma mera moral) tem algo da antiga caça às bruxas que regozija até
hoje o machismo estrutural. Nunca se verá a “militante de tribunal feminista” em atitude isenta elogiando a postura correta, mas sempre espetacularizando a postura
“errada” daquela que deseja condenar. Muitas constroem seus nomes virtuais, seu capital político, aquilo que imaginam ser um verdadeiro protagonismo feminista, no
meio dessas pequenas guerras e linchamentos virtuais nas quais se consideram vencedoras pela gritaria. Há, infelizmente, feministas que se perdem, esvaziam o
feminismo e servem de espetáculo àqueles que adoram odiar o feminismo. [...] Apoio mesmo, concreto, às grandes lutas do feminismo, isso não, pois não é tão fácil nem
deve dar tanto prazer quanto a condenação no tribunal virtual montado em sua própria casa. [...]
 
(Marcia Tiburi e Rubens Casara. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/01/odio-ao-semelhante-sobre-a-militanciadetribunal/.Publicado dia: 10/01/2016. Adaptado.)
No texto, há três vocábulos que foram grafados, propositadamente, com alguma INCORREÇÃO. São eles:
 a) Regozija / isenta / ativismo.
 b) Hegemonia / cerne / hipótese.
 c) Tenções / excessão / adiversários.
 d) Facticidade / perversões / ressentimentos.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/379861
Questão 3: CONSULPLAN - Arq (CM BH)/CM BH/2018
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
 
O despreparo da geração mais preparada 
 
03/11/2019 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/13690866/imprimir 2/107
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não
sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o
mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que
nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada ___ criar _____ partir da dor.
 Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração
que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo
reconhecesse a sua genialidade.
 Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que
tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se
traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
 Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é
construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não
conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles que: viver é para os insistentes.
 Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso queeste é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje.
Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos
sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem
reciprocidade. 
 Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma
ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi
aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam
assegurar seu lugar no país.
 Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as
dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado
caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
(Eliane Brum. Disponível em: http://www.portalraizes.com/28-2/. Fragmento.)
 
Assim como em “Por que boa parte dessa nova geração é assim?” (5º§) o uso do “por que” está de acordo com a norma padrão da língua em:
 a) A reunião foi suspensa por que?
 b) Esse é o motivo por que me atrasei.
 c) Ninguém conhece o por que de tal decisão. 
 d) Não estarei presente por que já tenho um compromisso. 
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/622383
Questão 4: CONSULPLAN - Red (CM BH)/CM BH/2018
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
 
Come, meu filho 
 
– O mundo parece chato mas eu sei que não é.
 [...]
– Sabe por que parece chato? Porque, sempre que a gente olha, o céu está em cima, nunca está embaixo, nunca está de lado. Eu sei que o mundo é redondo porque
disseram, mas só ia parecer redondo se a gente olhasse e às vezes o céu estivesse lá embaixo. Eu sei que é redondo, mas para mim é chato, mas Ronaldo só sabe que o
mundo é redondo, para ele não parece chato.
– ...
– Porque eu estive em muitos países e vi que nos Estados Unidos o céu também é em cima, por isso o mundo parecia todo reto para mim. Mas Ronaldo nunca saiu do
Brasil e pode pensar que só aqui é que o céu é lá em cima, que nos outros lugares não é chato, que só é chato no Brasil, que nos outros lugares que ele não viu vai
arredondando. Quando dizem para ele, é só acreditar, pra ele nada precisa parecer. Você prefere prato fundo ou prato chato?
– Chat... raso, quer dizer.
– Eu também. No fundo, parece que cabe mais, mas é só para o fundo, no chato cabe para os lados e a gente vê logo tudo o que tem. Pepino não parece inreal?
– Irreal.
– Por que você acha?
– Se diz assim.
– Não, por que é que você também achou que pepino parece inreal? Eu também. A gente olha e vê um pouco do outro lado, é cheio de desenho bem igual, é frio na
boca, faz barulho de um pouco de vidro quando se mastiga. Você não acha que pepino parece inventado? – Parece.
– Onde foi inventado feijão com arroz?
– Aqui.
– Ou no árabe, igual que Pedrinho disse de outra coisa?
– Aqui. 
– Na Sorveteria Gatão o sorvete é bom porque tem gosto igual da cor. Para você carne tem gosto de carne? 
– Às vezes.
– Duvido! Só quero ver: da carne pendurada no açougue?!
– Não.
– E nem da carne que a gente fala. Não tem gosto de quando você diz que carne tem vitamina.
– Não fala tanto, come.
– Mas você está olhando desse jeito para mim, mas não é para eu comer, é porque você está gostando muito de mim, adivinhei ou errei?
– Adivinhou. Come, Paulinho.
– Você só pensa nisso. Eu falei muito para você não pensar só em comida, mas você vai e não esquece. 
(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo, Círculo do livro, 1988. P. 122-124.) 
 
No texto, estão presentes as formas “por que” e “porque”, na indagação “– Sabe por que parece chato?” pode-se afirmar que a forma utilizada é formada por
 a) uma conjunção.
 b) preposição acrescida de pronome relativo.
 c) preposição acrescida de monossílabo tônico.
 d) preposição acrescida de pronome interrogativo. 
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/623736
Questão 5: CONSULPLAN - Sold BM (CBM PA)/CBM PA/2016
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
Texto I para responder à questão.
 
Tempos loucos – Parte 2
 
03/11/2019 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/13690866/imprimir 3/107
Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos levados a consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos
informações, ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do
corpo, a obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse
imperativo.
 
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa inovação tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a
demanda em sociedades consumistas, que é o caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente necessários a partir
de então.
 
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem crítica alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque
almejamos ter mais, por isso trabalhamos mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para
descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra. A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.
 
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a
consumir o que é oferecido; quando um filho pede para o pai levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja
qual for a estética em questão; quando um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais dão, ensinamos que o que consumimos é mais importante do
que o que somos.
 
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam
à adolescência. Há um mercado generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora, queremos e esperamos que eles recusem essa oferta.
Como?!
 
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos mais novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a
avaliar as pessoas pelo que elas aparentam poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo social deles é formado por pares que
consomem coisas semelhantes. Não é a toa que os pequenos furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas.
 
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função. Um carro deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular
deixa de ser um meio de comunicação; ambos passam a significar status, poder de consumo, condição social, entre outras coisas.
 
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do consumo,esses dois conceitos se transformaram completamente e perderam
o seu sentido original. Os jovens hoje acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo. Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das
vezes, determinadas pelo consumo e pela publicidade. Tempos loucos, ou não?
 
(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos – Parte 2. Disponível em: http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006‐10‐01_2006‐10‐15.html. Acesso em: dezembro de 2015.)
“Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam
à adolescência. Há um mercado generoso de oferta de drogas.” (5º§) O verbo haver, utilizado no trecho em destaque, no sentido de existir, também pode ser empregado
em algumas expressões que indicam tempo. Seu emprego está correto em:
 a) Partiriam dali há duas horas.
 b) Tais fatos aconteceram há dez anos.
 c) O projeto terá início daqui há duas semanas.
 d) Daqui há dois meses, assumirá o novo cargo.
 e) Estamos há apenas algumas horas do início do evento.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/379516
Questão 6: CONSULPLAN - Ana TI (CM BH)/CM BH/Infraestrutura de Sistema/2018
Assunto: Acentuação
[...]
Com a vida isolada que vivo, gosto de afastar os olhos de sobre a nossa arena política para ler em minha alma, reduzindo à linguagem harmoniosa e cadente o
pensamento que me vem de improviso, e as ideias que em mim desperta a vista de uma paisagem ou do oceano – o aspecto enfim da natureza. Casar assim o
pensamento com o sentimento – o coração com o entendimento – a ideia com a paixão – colorir tudo isto com a imaginação, fundir tudo isto com a vida e com a
natureza, purificar tudo com o sentimento da religião e da divindade, eis a Poesia – a Poesia grande e santa – a Poesia como eu a compreendo sem a poder definir, como
eu a sinto sem a poder traduzir. 
(DIAS, Gonçalves. In: CANDIDO, Antonio; CASTELLO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira: das origens ao Romantismo. 12. ed. São Paulo: Difel, 1984. v.1, p. 258. Fragmento.) 
 
Sobre a acentuação gráfica das palavras “manganês”, “está” e “lágrimas” assinale a alternativa que apresenta justificativa correta de acordo com a sequência em que
aparecem.
 a) oxítona terminada em –e(s); oxítona terminada em –a(s); proparoxítona.
 b) paroxítona terminada em –e(s); paroxítona terminada em –a(s); proparoxítona.
 c) oxítona terminada em –e(s); oxítona terminada em –a(s); paroxítona terminada em –a(s).
 d) oxítona terminada em –e(s); oxítona terminada em –a(s); proparoxítona terminada em –a(s). 
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/621623
Questão 7: CONSULPLAN - Arq (CM BH)/CM BH/2018
Assunto: Acentuação
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
 
O despreparo da geração mais preparada 
 
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não
sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o
mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que
nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada ___ criar _____ partir da dor.
 Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração
que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo
reconhecesse a sua genialidade.
 Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que
tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se
traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
 Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é
construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não
conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles que: viver é para os insistentes.
03/11/2019 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/cadernos/experimental/13690866/imprimir 4/107
 Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje.
Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos
sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem
reciprocidade. 
 Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma
ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi
aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam
assegurar seu lugar no país.
 Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as
dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado
caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
(Eliane Brum. Disponível em: http://www.portalraizes.com/28-2/. Fragmento.)
 
Assinale a opção que apresenta o grupo de palavras acentuadas de acordo com a mesma regra.
 a) é, colégios. 
 b) há, línguas. 
 c) média, fácil. 
 d) matéria, patrimônio. 
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/622464
Questão 8: CONSULPLAN - Tec Enf (CM BH)/CM BH/2018
Assunto: Acentuação
Leia o texto para responder à questão a seguir. 
 
Quão rara é a Terra? 
 
Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a
chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.
 Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler, que anda buscando planetas
como a Terra mapeando 100 mil estrelas na nossa região cósmica.
 Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus
passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.
 Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu
ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.
 Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que
significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá). Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxiaé em
torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.
 Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e depende das propriedades da vida e, em particular, da história
geológica do planeta.
 Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres
unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de amebas.
 Apenas quando a atmosfera da Terra foi “oxigenada”, e isso devido à “descoberta” da fotossíntese por essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres
multicelulares surgiram.
 Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmosférico sofreu a ação da radiação solar é que se formou a camada de ozônio que
acaba por proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.
 Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa
inclinação de 23,5 graus.
 Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento
caótico e a temperatura variaria de forma aleatória.
 Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das
placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o
nosso planeta especial.
 Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.
(Marcelo Gleiser – Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152-quao-rara-e-a-terra.shtml.)
 
Dos pares de palavras apresentados, em apenas um o uso de acento gráfico não é justificado pela mesma regra. Assinale a alternativa que contém esse par de palavras.
 a) “têm” e “vêm”.
 
 b) “Vênus” e “possível”. 
 c) “constituída” e “superfície”. 
 d) “características” e “trânsito”. 
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/624029
Questão 9: CONSULPLAN - Tec Leg (CM BH)/CM BH/II/2018
Assunto: Acentuação
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
 
Por que Marte perdeu sua água e acabou não ficando parecido com a Terra? 
 
Embora a superfície de Marte seja hoje árida e inóspita, há bilhões de anos provavelmente estava tão coberta de água quanto a Terra.
 O que provocou o desaparecimento deste recurso crucial para o desenvolvimento da vida?
 Uma das teorias vigentes é de que a água sumiu do planeta vermelho quando ele perdeu o campo magnético que o protegia dos ventos solares.
 No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou que a perda do campo magnético não permite explicar o
desaparecimento de toda a água que existia no planeta.
 O resto, segundo a pesquisa, foi absorvido pelas rochas de basalto, que podem reter em seu interior aproximadamente 25% mais água que as pedras do mesmo tipo
na Terra, já que são ricas em óxido de ferro.
 Este processo foi tão intenso que é estimado que a crosta do planeta tenha consumido um oceano de mais de 3 km de profundidade. 
Processo irreversível
 Os pesquisadores da Universidade de Oxford chegaram a essa conclusão após calcular quanta água era possível de eliminar da superfície do planeta pela interação do
líquido com os minerais das rochas.
 O cálculo incluiu também fatores como a temperatura das pedras e a pressão atmosférica. Os resultados mostram que as rochas levaram grande parte da água da
superfície para o interior do planeta.
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 Depois de absorvida, a água não pode ressurgir, porque as rochas basálticas não funcionam exatamente como uma esponja: elas quebram as moléculas, absorvendo
apenas o oxigênio, enquanto o hidrogênio se espalha pelo espaço.
 Essas rochas então se afundaram no manto (camada logo abaixo da superfície, assim como na Terra), deixando o planeta seco, sem a possibilidade de abrigar vida.
Diferenças sutis, mas importantes
 Por que a Terra não passou por um processo parecido?
 Segundo os pesquisadores de um estudo publicado na última edição da revista Nature, “Marte é um planeta muito menor que a Terra, com um perfil de temperatura
diferente e uma quantidade maior de ferro em seu manto”.
 “São diferenças sutis, mas podem ter um efeito significativo, que aumenta com o tempo”, diz o paper.
 Esses fatores permitiram que a superfície de Marte fosse mais reativa à água que a nossa, possibilitando a formação de minerais que absorveram água e se afundaram
para o interior do manto.
 Já na Terra, em seus primeiros anos de formação, as rochas hidratadas tendiam a flutuar até se desidratarem.
(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42445360.)
 
Das alternativas apresentadas, em apenas uma o uso do acento gráfico é aplicado no par por razão distinta, nos demais a regra que justifica um uso também justifica o
outro. Que alternativa é essa?
 a) “há” e “é”. 
 b) “água” e “possível”. 
 c) “após” e “também”. 
 d) “árida” e “inóspita”. 
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Questão 10: CONSULPLAN - ATA (CFESS)/CFESS/2017
Assunto: Acentuação
História de bem-te-vi
Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antiguidade
de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma
árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.
Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e “querejuás todos azuis de cor finíssima...”. Nós esquecemos tudo:
quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura... Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.
E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento
oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria.
O que leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos
vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: “...te-vi! ...te-vi”,
com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras, achei natural que também os passarinhos estivessem
contagiados pelo novo estilo humano.
Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão – como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? – animou-se a uma audácia maior. Não quis
saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: “...vi! ...vi!...” o que me pareceu divertido, nesta era do twist.
O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol – que se não há de pensar de bem-te-vis assim
progressistas, que rompem com o canto da família e mudam o leme dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de
repente e disparam semrazão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.
Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar. E cantava assim: “Bem-bem-bem...te –vi!” Pensei: “É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!...” Depois, o passarinho
mudou. E fez: “Bem-te-te-te...vi!” Tornei a refletir: “Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando...” E o passarinho: “Bem-bem-bem...te-te-te... vi-vi-vi!”
Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos
assuntos, ouviram, pensaram e disseram: “Que engraçado! Um bem-te-vi gago!”
(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...)
(MEIRELES, Cecília. 1901-1964 – Escolha o seu sonho: (crônicas) – 26ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2005.)
 
Acentuar corretamente as palavras faz parte do apreço que se deve ter com a norma culta na redação de um texto. A alternativa que apresenta uma palavra do texto que
é acentuada graficamente por motivo DISTINTO das demais é:
 a) Últimas.
 b) Zoológico.
 c) Agradável.
 d) Ornitólogo.
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Questão 11: CONSULPLAN - Sold BM (CBM PA)/CBM PA/2016
Assunto: Acentuação
Texto para responder à questão.
 
O direito à literatura
 
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais: “Direitos humanos e literatura”. As maneiras de abordá‐lo são muitas,
mas não posso começar a falar sobre o tema específico sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos humanos. [...]
 
[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me
parece a essência do problema, inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço de educação e autoeducação a fim de reconhecermos
sinceramente este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do próximo.
 
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto
é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro
horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. [...]
 
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Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece
corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
 
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura
popular e cultura erudita não deve servir para justificar e manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida em esferas
incomunicáveis, dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura
em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável.
 
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas Cidades, 2004.)
 
Dentre os pares a seguir, assinale a alternativa em que todas as palavras foram acentuadas de acordo com a mesma justificativa para acentuação de palavras da língua
portuguesa.
 a) Há, série.
 b) Nós, próprios.
 c) Iníqua, ninguém.
 d) Próximo, específico.
 e) Também, tendências.
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Questão 12: CONSULPLAN - Prof PB (Venda NI)/Pref VN Imigrante/Língua Portuguesa/2016
Assunto: Acentuação
A lua quadrada de Londres
Eu vinha voltando para casa, dentro da noite de Londres. Uma noite fria, nevoenta, silenciosa – uma noite de Londres. Noite de inverno que começa às quatro horas da
tarde e termina às oito da manhã. Noite de navio perdido em alto-mar, de cemitério, de charneca, de fim de ano, de morro dos ventos uivantes. Noite de vampiros, de
lobisomens, de fantasmas, de assassinos, de Jack, o Estripador. Eu vinha vindo e apressava o passo, querendo chegar depressa, antes que aquela noite tão densa me
dissolvesse para sempre em suas sombras. De espaço a espaço, a luz amarelo-âmbar dos postes pontilhava a rua com seu pequeno foco, como olhos de pantera a
seguir-me os passos na escuridão.
Foi quando a neblina se esgarçou, translúcida, e a lua apareceu.
Uma lua enorme, resplendente, majestosa – e quadrada.
Os meus olhos a fitavam, assombrados, e eu não podia acreditar no que eles viam. Quadrada como uma janelinha aberta no céu. Mas amarela como todas as luas do
mundo, flutuando na noite, plena de luz, solitária e bela.
As luas de Londres... Ah, Jayme Ovalle, Manuel Bandeira! A lua de Londres era quadrada!
Pensei estar sonhando e baixei os olhos humildemente, indigno de merecê-la, tendo bebido mais do que imaginava. Entrei em casa bêbado de lua e fui refugiar-me em
meu quarto, refeito já do estranho delírio, no ambiente cálido e acolhedor do meu tugúrio, cercado de objetos familiares.
Mas foi só chegar à janela, e lá estava ela, dependurada no céu em desafio: uma lua deslumbrante que a neblina não conseguia ofuscar, cubo de luz suspenso no
espaço, de contornos precisos, nítido em seus ângulos retos, a desafiar-me com seu mistério. A lua quadrada de Londres!
Evitei olhá-la outra vez, para não sucumbir ao seu fascínio. Corri as cortinas e fui dormir sob seus eflúvios – enigma imemorial a zombar de todas as astronomias através
dos séculos, da mais remota antiguidade aos nossos dias, e oferecendo unicamente a mim a sua verdadeira face. É possível que um sábio egípcio, há cinco mil anos, do
alto de uma pirâmide, a tenha vislumbrado uma noite e tentado perquirir o seu segredo. É possível que em Babilônia um cortesão de Nabucodonosor se tenha enamorado
perdidamente de uma princesa, na moldura quadrada de seus raios. É possível que na China de Confúcio um mandarim se tenha curvado reverente no jardim, entre
papoulas, sob o império de seu brilho retilíneo. É possível que na África, numa clareira das selvas, um feiticeiro da tribo lhe tenha oferecido em holocausto a carcaça
sangrenta de um antílope. É possível que nos mares gelados do Norte um viking tenha há 12 séculos levantado os olhos sob o elmo de chifres, e contemplado aquela
surpreendente forma geométrica, procurando orientar por ela o seu bergantim. É possível que na Idade Média um alquimista tenha aumentado, sob a influência de sua
radiância quadrangular, o efeito milagroso de um elixir da longa vida. É possível que, no longo dos anos, mais de uma donzela haja estremecido em sonhos ao receber no
corpo a carícia estranhamente angulosa do luar. Mas, nos dias de hoje, somente a mim a lua se oferecia em toda a sua nudez quadrada. Dormi sorrindo, ao pensar que
os astronautas modernos se preparam para ir à Lua em breve – sem ao menos desconfiar que ela não é redonda, mas quadrada como uma janela aberta no cosmo –
verdade celestial que só um noctívago em Londres fora capaz de merecer.
 
Lembro-me de uma história – história que inventei, mas que nem por isso deixa de ser verdadeira. Era um marinheiro dinamarquês, de um cargueiro atracado no porto
do Rio de Janeiro por uma noite apenas. Saíra pela cidade desconhecida, de bar em bar, e vinha voltando solitário e bêbado pela madrugada, quando se deu o milagre:
nas sujas águas do canal do Mangue, viu refletida uma claridade difusa – ergueu os olhos e viu que as nuvens se haviam rasgado no céu, e o Cristo surgira para ele, de
braços abertos, emtodo o seu divino esplendor. Fulminado pela visão, caiu de joelhos e chorou de arrependimento pela vida de pecado e impenitência que levara até
então. De volta à sua terra, converteu-se, tornou-se místico, acabou num convento. E anos mais tarde, depois de uma vida inteira dedicada a Deus, o monge recebe a
visita de um brasileiro. Aquele homem era da cidade em que se dera o milagre da sua conversão.
 
– O que o senhor viu foi a estátua do Corcovado – explicou o carioca.
 
Não diz a história se o religioso deixou de sê-lo, por causa da prosaica revelação. Não diz, porque me eximo de acrescentar que, na realidade, depois de viver tanto
tempo uma crença construída sobre o equívoco, este equívoco passava a ser mesmo um milagre, como tudo mais nesta vida.
 
O milagre da lua quadrada de Londres não me foi desfeito por nenhum londrino descrente do surrealismo astronômico nos céus britânicos. Bastou olhar de manhã pela
janela e pude ver, recortado contra o céu, o gigantesco guindaste no cume de uma construção, e numa das pontas da armação de aço atravessada no ar, junto ao
contrapeso, o quadrado de vidro que à noite se acende. A minha lua quadrada de Londres.
 
Quadrado que talvez simbolize todo um sistema de vida, mais do que anuncia a pequena palavra Laig nele escrita, marca de fabricação do guindaste. De qualquer
maneira, os ingleses ganharam, pelo menos na minha imaginação, o emblema do seu modo de ser, impresso nessa visão de uma noite, que foi a lua quadrada de
Londres.
(SABINO, Fernando, 1923-2004 – As melhores crônicas – 14ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2010. 224 p.)
 
A opção que apresenta um vocábulo do texto acentuado graficamente por razão DISTINTA das demais é:
 a) Sábio.
 b) História.
 c) Radiância.
 d) Construída.
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Questão 13: CONSULPLAN - AJ TRF2/TRF 2/Apoio Especializado/Serviço Social/2017
Assunto: Uso do Hifen
Medo e preconceito
O tema é espinhoso. Todos somos por ele atingidos de uma forma ou de outra, como autores ou como objetos dele. O preconceito nasce do medo, sua raiz cultural,
psíquica, antropológica está nos tempos mais primitivos – por isso é uma postura primitiva –, em que todo diferente era um provável inimigo. Precisávamos atacar antes
que ele nos destruísse. Assim, se de um lado aniquilava, de outro esse medo nos protegia – a perpetuação da espécie era o impulso primeiro. Hoje, quando de trogloditas
passamos a ditos civilizados, o medo se revela no preconceito e continua atacando, mas não para nossa sobrevivência natural; para expressar nossa inferioridade
assustada, vestida de arrogância. Que mata sob muitas formas, em guerras frequentes, por questões de raça, crença e outras, e na agressão a pessoas vitimadas pela
calúnia, injustiça, isolamento e desonra. Às vezes, por um gesto fatal.
Que medo é esse que nos mostra tão destrutivos? Talvez a ideia de que “ele é diferente, pode me ameaçar”, estimulada pela inata maldade do nosso lado de sombra (ele
existe, sim).
Nossa agressividade de animais predadores se oculta sob uma camada de civilização, mas está à espreita – e explode num insulto, na perseguição a um adversário que
enxovalhamos porque não podemos vencê-lo com honra, ou numa bala nada perdida. Nessa guerra ou guerrilha usamos muitas armas: uma delas, poderosa e sutil, é a
palavra. Paradoxais são as palavras, que podem ser carícias ou punhais. Minha profissão lida com elas, que desde sempre me encantam e me assombram: houve um
tempo, recente, em que não podíamos usar a palavra “negro”. Tinha de ser “afrodescendente”, ou cometíamos um crime. Ora, ao mesmo tempo havia uma banda Raça
Negra, congressos de Negritude... e afinal descobrimos que, em lugar de evitar a palavra, podíamos honrá-la. Lembremos que termos usados para agredir também
podem ser expressões de afeto. “Meu nego”, “minha neguinha”, podem chamar uma pessoa amada, ainda que loura. “Gordo”, tanto usado para bullying, frequentemente
é o apelido carinhoso de um amigo, que assim vai assinar bilhetes a pessoas queridas. Ao mesmo tempo, palavras como “judeu, turco, alemão” carregam, mais do que
ignorância, um odioso preconceito.
De momento está em evidência a agressão racial em campos esportivos: “negro”, “macaco” e outros termos, usados como chibata para massacrar alguém, revelam nosso
lado pior, que em outras circunstâncias gostaríamos de disfarçar – a grosseria, e a nossa própria inferioridade. Nesses casos, como em agressões devidas à orientação
sexual, a atitude é crime, e precisamos da lei.
No país da impunidade, necessitamos de punição imediata, severa e radical. Me perdoem os seguidores da ideia de que até na escola devemos eliminar punições do “sem
limites”. Não vale a desculpa habitual de “não foi com má intenção, foi no calor da hora, não deem importância”. Temos de nos importar, sim, e de cuidar da nossa
turma, grupo, comunidade, equipe ou país. Algumas doenças precisam de remédios fortes: preconceito é uma delas.
“Isso não tem jeito mesmo”, me dizem também. Acho que tem. É possível conviver de forma honrada com o diferente: minha família, de imigrantes alemães aqui
chegados há quase 200 anos, hoje inclui italianos, negros, libaneses, portugueses. Não nos ocorreria amar ou respeitar a uns menos do que a outros: somos todos da
velha raça humana. Isso ocorre em incontáveis famílias, grupos, povos. Porque são especiais? Não. Simplesmente entenderam que as diferenças podem enriquecer.
Num país que sofre de tamanhas carências em coisas essenciais, não devíamos ter energia e tempo para perseguir o outro, causando-lhe sofrimento e vexame, por suas
ideias, pela cor de sua pele, formato dos olhos, deuses que venera ou pessoa que ama. Nossa energia precisa se devotar a mudanças importantes que o povo reclama.
Nestes tempos de perseguição, calúnia, impunidade e desculpas tolas, só o rigor da lei pode nos impedir de recair rapidamente na velha selvageria. Mudar é preciso.
(LUFT, Lya. 10 de setembro, 2014 – Revista Veja.)
 
Leia as frases seguintes. Em uma delas há INCORREÇÃO quanto à ortografia das palavras. Assinale-a.
 a) O não preconceito seria bem vindo para que os homens tivessem mais paz no seu dia-a-dia.
 b) O preconceito é arqui-inimigo da paz entre os homens, inquieta os espíritos e promove o desequilíbrio social.
 c) O preconceito é algo tão arraigado no homem que, para alguns, é extremamente penosa a lide com a diversidade.
 d) Medo e preconceito se inter-relacionam desde o surgimento do homem. Urge mudar esse destino a que o homem está fadado.
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Questão 14: CONSULPLAN - ATA (CFESS)/CFESS/2017
Assunto: Fonética (fonemas, dígrafos, encontros consonantais, vocálicos, etc)
História de bem-te-vi
Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antiguidade
de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma
árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.
Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e “querejuás todos azuis de cor finíssima...”. Nós esquecemos tudo:
quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura... Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.
E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento
oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria.
O queleva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos
vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: “...te-vi! ...te-vi”,
com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras, achei natural que também os passarinhos estivessem
contagiados pelo novo estilo humano.
Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão – como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? – animou-se a uma audácia maior. Não quis
saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: “...vi! ...vi!...” o que me pareceu divertido, nesta era do twist.
O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol – que se não há de pensar de bem-te-vis assim
progressistas, que rompem com o canto da família e mudam o leme dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de
repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.
Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar. E cantava assim: “Bem-bem-bem...te –vi!” Pensei: “É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!...” Depois, o passarinho
mudou. E fez: “Bem-te-te-te...vi!” Tornei a refletir: “Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando...” E o passarinho: “Bem-bem-bem...te-te-te... vi-vi-vi!”
Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos
assuntos, ouviram, pensaram e disseram: “Que engraçado! Um bem-te-vi gago!”
(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...)
(MEIRELES, Cecília. 1901-1964 – Escolha o seu sonho: (crônicas) – 26ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2005.)
 
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Assinale a alternativa em que o encontro vocálico está corretamente analisado.
 a) poética – hiato.
 b) mangueira – tritongo.
 c) leitor – ditongo oral crescente.
 d) irreverência – ditongo nasal decrescente.
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Questão 15: CONSULPLAN - Moto (Cascavel)/Pref Cascavel/2016
Assunto: Fonética (fonemas, dígrafos, encontros consonantais, vocálicos, etc)
Gravidez na adolescência
Denomina-se gravidez na adolescência a gestação ocorrida em jovens de até 21 anos que se encontram, portanto, em pleno desenvolvimento dessa fase da vida – a
adolescência. Esse tipo de gravidez em geral não foi planejada nem desejada e acontece em meio a relacionamentos sem estabilidade. No Brasil os números são
alarmantes.
Cabe destacar que a gravidez precoce não é um problema exclusivo das meninas. Não se pode esquecer que embora os rapazes não possuam as condições biológicas
necessárias para engravidar, um filho não é concebido por uma única pessoa. E se é à menina, que cabe a difícil missão de carregar no ventre, o filho, durante toda a
gestação, de enfrentar as dificuldades e dores do parto e de amamentar o rebento após o nascimento, o rapaz não pode se eximir de sua parcela de responsabilidade.
Por isso, quando uma adolescente engravida, não é apenas a sua vida que sofre mudanças. O pai, assim como as famílias de ambos, também passa pelo difícil processo
de adaptação a uma situação imprevista e inesperada.
Essa situação favoreceu o surgimento de uma geração cujos valores éticos e morais encontram-se desgastados. O excesso de informações e liberdade recebida por esses
jovens os levam à banalização de assuntos como o sexo, por exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada de certa falta de limite e responsabilidade é um dos motivos
que favorecem a incidência de gravidez na adolescência.
Outro fator que deve ser ressaltado é o afastamento dos membros da família e a desestruturação familiar. Seja por separação, seja pelo corre-corre do dia a dia, os pais
estão cada vez mais afastados de seus filhos. Isso além de dificultar o diálogo de pais e filhos, dá ao adolescente uma liberdade sem responsabilidade. Ele passa, muitas
vezes, a não ter a quem dar satisfações de sua rotina diária, vindo a procurar os pais ou responsáveis apenas quando o problema já se instalou.
A adolescência já é uma fase complexa da vida. Além dos hormônios, que nessa etapa afloram causando as mais diversas mudanças no adolescente, outros assuntos
preocupam e permeiam as mentes dos jovens: escola, vestibular, profissão etc.
A gravidez, por sua vez, também é uma etapa complexa na vida. Ter um filho requer desejo tanto do pai quanto da mãe, mas não só isso. Atualmente, com problemas
como a instabilidade econômica e a crescente violência, são necessários, além de muita consciência e responsabilidade, um amplo planejamento. Quando isso não
acontece, a iminência de acontecerem problemas é muito grande.
A adolescência é o momento de formação escolar e de preparação para o mundo do trabalho. A ocorrência de uma gravidez nessa fase, portanto, significa o atraso ou
até mesmo a interrupção desses processos. O que pode comprometer o início da carreira ou o desenvolvimento profissional.
(Disponível em: http://www.infoescola.com/sexualidade/gravidez-na-adolescencia/. Acesso em: 22/04/2016. Adaptado.)
 
São palavras transcritas do texto que apresentam encontro consonantal, EXCETO:
 a) Filho.
 b) Gravidez.
 c) Enfrentar.
 d) Problema.
 e) Desestruturação.
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Questão 16: CONSULPLAN - Tec Enf (CM BH)/CM BH/2018
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Leia o texto para responder à questão a seguir. 
 
Quão rara é a Terra? 
 
Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a
chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.
 Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler, que anda buscando planetas
como a Terra mapeando 100 mil estrelas na nossa região cósmica.
 Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus
passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.
 Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu
ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.
 Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que
significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá). Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia é em
torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.
 Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e depende das propriedades da vida e, em particular, da história
geológica do planeta.
 Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres
unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de amebas.
 Apenas quando a atmosfera da Terra foi “oxigenada”, e isso devido à “descoberta” da fotossíntese por essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres
multicelulares surgiram.
 Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênioatmosférico sofreu a ação da radiação solar é que se formou a camada de ozônio que
acaba por proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.
 Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa
inclinação de 23,5 graus.
 Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento
caótico e a temperatura variaria de forma aleatória.
 Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das
placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o
nosso planeta especial.
 Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.
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(Marcelo Gleiser – Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152-quao-rara-e-a-terra.shtml.)
 
Releia o trecho a seguir: “Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito [...].” (3º§). Em relação à formação da palavra
destacada, ela é formada por um processo de
 a) derivação sufixal.
 b) derivação prefixal. 
 c) derivação parassintética.
 d) composição por aglutinação. 
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Questão 17: CONSULPLAN - Tec Leg (CM BH)/CM BH/II/2018
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
 
Por que Marte perdeu sua água e acabou não ficando parecido com a Terra? 
 
Embora a superfície de Marte seja hoje árida e inóspita, há bilhões de anos provavelmente estava tão coberta de água quanto a Terra.
 O que provocou o desaparecimento deste recurso crucial para o desenvolvimento da vida?
 Uma das teorias vigentes é de que a água sumiu do planeta vermelho quando ele perdeu o campo magnético que o protegia dos ventos solares.
 No entanto, um estudo recente feito por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou que a perda do campo magnético não permite explicar o
desaparecimento de toda a água que existia no planeta.
 O resto, segundo a pesquisa, foi absorvido pelas rochas de basalto, que podem reter em seu interior aproximadamente 25% mais água que as pedras do mesmo tipo
na Terra, já que são ricas em óxido de ferro.
 Este processo foi tão intenso que é estimado que a crosta do planeta tenha consumido um oceano de mais de 3 km de profundidade. 
Processo irreversível
 Os pesquisadores da Universidade de Oxford chegaram a essa conclusão após calcular quanta água era possível de eliminar da superfície do planeta pela interação do
líquido com os minerais das rochas.
 O cálculo incluiu também fatores como a temperatura das pedras e a pressão atmosférica. Os resultados mostram que as rochas levaram grande parte da água da
superfície para o interior do planeta.
 Depois de absorvida, a água não pode ressurgir, porque as rochas basálticas não funcionam exatamente como uma esponja: elas quebram as moléculas, absorvendo
apenas o oxigênio, enquanto o hidrogênio se espalha pelo espaço.
 Essas rochas então se afundaram no manto (camada logo abaixo da superfície, assim como na Terra), deixando o planeta seco, sem a possibilidade de abrigar vida.
Diferenças sutis, mas importantes
 Por que a Terra não passou por um processo parecido?
 Segundo os pesquisadores de um estudo publicado na última edição da revista Nature, “Marte é um planeta muito menor que a Terra, com um perfil de temperatura
diferente e uma quantidade maior de ferro em seu manto”.
 “São diferenças sutis, mas podem ter um efeito significativo, que aumenta com o tempo”, diz o paper.
 Esses fatores permitiram que a superfície de Marte fosse mais reativa à água que a nossa, possibilitando a formação de minerais que absorveram água e se afundaram
para o interior do manto.
 Já na Terra, em seus primeiros anos de formação, as rochas hidratadas tendiam a flutuar até se desidratarem.
(Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42445360.)
 
Assinale a alternativa cujo conteúdo apresente a correlação correta entre a palavra e o processo que tenha lhe formado.
 a) “intenso” – derivação regressiva.
 b) “embora” – composição por aglutinação.
 c) “atmosférica” – derivação parassintética.
 d) “desaparecimento” – composição por justaposição. 
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Questão 18: CONSULPLAN - ATA (CFESS)/CFESS/2017
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
História de bem-te-vi
Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antiguidade
de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma
árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.
Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e “querejuás todos azuis de cor finíssima...”. Nós esquecemos tudo:
quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura... Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.
E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento
oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria.
O que leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos
vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: “...te-vi! ...te-vi”,
com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras, achei natural que também os passarinhos estivessem
contagiados pelo novo estilo humano.
Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão – como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? – animou-se a uma audácia maior. Não quis
saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: “...vi! ...vi!...” o que me pareceu divertido, nesta era do twist.
O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol – que se não há de pensar de bem-te-vis assim
progressistas, que rompem com o canto da família e mudam o leme dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de
repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.
Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar. E cantava assim: “Bem-bem-bem...te –vi!” Pensei: “É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!...” Depois, o passarinho
mudou. E fez: “Bem-te-te-te...vi!” Tornei a refletir: “Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando...” E o passarinho: “Bem-bem-bem...te-te-te... vi-vi-vi!”
Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos
assuntos, ouviram, pensaram e disseram: “Que engraçado! Um bem-te-vi gago!”
(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...)
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(MEIRELES, Cecília. 1901-1964 – Escolha o seu sonho: (crônicas) – 26ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2005.)
 
A alternativa cujas palavras, retiradas do texto, mostram o mesmo tipo de processo de formação é:
 a) folhagem – elegante
 b) passarinho – invisível
 c) gagueira – mangueira
 d) irreverência – caprichoso
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Questão 19: CONSULPLAN - TJ TRF2/TRF 2/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Internet e as novas mídias: contribuições para a
proteção do meio ambiente no ciberespaço
A sociedade passou por profundas transformações em que a realidade socioeconômica modificou-se com rapidez junto ao desenvolvimento incessante das economias de
massas. Os mecanismos de produção desenvolveram-se de tal forma a adequarem-se às necessidades e vontades humanas. Contudo, o homem não mediu as possíveis
consequências que tal desenvolvimento pudesse causar de modo a provocar o desequilíbrio ao meio ambiente e a própria ameaça à vida humana.
Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é questionada, sendo centro de tomada de decisões, diante da grave problemática que ameaça romper com o
equilíbrio ecológico do Planeta. E não apenas nos tradicionais meios de comunicação, tais como jornais impressos, rádio, televisão, revistas, dentre outros, como também
nos espaços virtuais de interatividade, por meio das novas mídias, as quais representam novos meios de comunicação, tem-se o debate sobre a problemática ambiental.
O capitalismo foi reestruturado e a partir das transformações científicas e tecnológicas deu-se origem a um novo estabelecimento social, em que por meio de redes e da
cultura da virtualidade, configura-se a chamada sociedade informacional, na qual a comunicação e a informação constituem-se ferramentas essenciais da Era Digital.
As novas mídias, por meio da utilização da Internet, estão sendo consideradas como novos instrumentos de proteção do meio ambiente, na medida em que proporcionam
a expansão da informação ambiental, de práticas sustentáveis, de reivindicações e ensejo de decisões em prol do meio ambiente.
No ciberespaço, devido à conectividade em tempo real, é possível promover debates de inúmeras questões como a construção da hidrelétrica de Belo Monte, o Novo
Código Florestal, Barra Grande, dentre outras, as quais ensejam por tomada de decisões políticas, jurídicas e sociais. [...]
Vislumbra-se que a Internet é um meio que aproxima pessoas e distâncias, sendo utilizada por um número ilimitado de pessoas, a custo razoável e em tempo real. De
fato, a Internet proporciona benefícios, pois, além de promover a circulação de informações, a curto espaço de tempo, muitos debates virtuais produzem manifestações
sociais. Assim sendo, tem-se a democratização das informações através dos espaços virtuais, como blogs, websites, redes sociais, jornais virtuais, sites especializados,
sites oficiais, dentre outros, de modo a expandir conhecimentos, promover discussões e, por vezes, influenciando nas tomadas de decisões dos governantes e na
proliferação de movimentos sociais. Desse modo, os cidadãos acabam participando e exercendo a cidadania de forma democrática no ciberespaço. [...]
 
Faz-se necessária a execução de ações concretas em prol do meio ambiente, com adaptação e intermédio do novo padrão de democracia participativa fomentado pelas
novas mídias, a fim de enfrentar a gestão dos riscos ambientais, dentre outras questões socioambientais. Ainda, são necessárias discussões aprofundadas sobre a
complexidade ambiental, agregando a interdisciplinaridade para escolhas sustentáveis e na difusão do conhecimento. E, embora haja inúmeros desafios a percorrer com a
utilização das tecnologias de comunicação e informação (novas TIC’s), entende-se que a atuação das novas mídias é de suma importância, pois possibilita a expansão da
informação, a práxis ambiental, o debate e as aspirações dos cidadãos, contribuindo, dessa forma, para a proteção do meio ambiente.
(SILVA NUNES, Denise. Internet e as novas mídias: contribuições para a proteção do meio ambiente no ciberespaço. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 115, ago. 2013. Disponível em:
http://ambito - juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13051& revista_caderno=17. Acesso em: jan. 2017. Adaptado.)
 
Acerca dos elementos linguísticos empregados em “Os mecanismos de produção desenvolveram-se de tal forma a adequarem-se às necessidades e vontades humanas.” ,
assinale o comentário cujas informações estão corretas de acordo com a norma padrão da língua.
 a) A forma verbal “adequarem” é responsável pela exigência da preposição “a” que lhe antecede e que lhe sucede.
 b) A ausência de preposição diante do complemento “vontades humanas” demonstra que tal termo não mantém uma relação com o elemento regente.
 c) A regência da forma verbal “adequarem” inclui os termos coordenados “necessidades” e “vontades humanas”.
 d) A forma verbal “desenvolveram” constitui termo regente exigindo o emprego da preposição “de” e “a” conforme pode ser indicado no período em análise.
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Questão 20: CONSULPLAN - Sold BM (CBM PA)/CBM PA/2016
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Texto para responder à questão.
 
O direito à literatura
 
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais: “Direitos humanos e literatura”. As maneiras de abordá‐lo são muitas,
mas não posso começar a falar sobre o tema específico sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos humanos. [...]
 
[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me
parece a essência do problema, inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço de educação e autoeducação a fim de reconhecermos
sinceramente este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do próximo.
 
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto
é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro
horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. [...]
 
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece
corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
 
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura
popular e cultura erudita não deve servir para justificar e manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida em esferas
incomunicáveis, dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura
em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável.
 
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas Cidades, 2004.)
 
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“[...] indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do problema, inclusive no plano estritamente individual, [...]” (2º§)
Quanto às palavras destacadas, pode‐se afirmarque
 a) apenas em “individual”, o prefixo visto indica “privação”.
 b) são exemplos iguais quanto ao processo de formação de palavras.
 c) há um contraste quanto ao significado dos prefixos que as compõem.
 d) sua formação contém o mesmo prefixo cujo significado indica negação.
 e) apenas “indispensável” contém o prefixo também visto em “indelicado”.
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Questão 21: CONSULPLAN - ATA (CFESS)/CFESS/2017
Assunto: Adjetivo
História de bem-te-vi
Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antiguidade
de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma
árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.
Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e “querejuás todos azuis de cor finíssima...”. Nós esquecemos tudo:
quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura... Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.
E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento
oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria.
O que leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos
vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: “...te-vi! ...te-vi”,
com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras, achei natural que também os passarinhos estivessem
contagiados pelo novo estilo humano.
Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão – como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? – animou-se a uma audácia maior. Não quis
saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: “...vi! ...vi!...” o que me pareceu divertido, nesta era do twist.
O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol – que se não há de pensar de bem-te-vis assim
progressistas, que rompem com o canto da família e mudam o leme dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de
repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.
Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar. E cantava assim: “Bem-bem-bem...te –vi!” Pensei: “É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!...” Depois, o passarinho
mudou. E fez: “Bem-te-te-te...vi!” Tornei a refletir: “Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando...” E o passarinho: “Bem-bem-bem...te-te-te... vi-vi-vi!”
Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos
assuntos, ouviram, pensaram e disseram: “Que engraçado! Um bem-te-vi gago!”
(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...)
(MEIRELES, Cecília. 1901-1964 – Escolha o seu sonho: (crônicas) – 26ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2005.)
 
Das frases a seguir, apenas uma apresenta adjetivo no superlativo absoluto sintético. Assinale-a.
 a) O bem-te-vi é tão grande quanto o sabiá.
 b) O bem-te-vi é o maior pássaro dessa mangueira.
 c) “… querejuás todos azuis de cor finíssima…”
 d) “… andam muito rebeldes e novidadeiras,…”
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Questão 22: CONSULPLAN - Sold BM (CBM PA)/CBM PA/2016
Assunto: Adjetivo
Texto I para responder à questão.
 
Tempos loucos – Parte 2
 
Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos levados a consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos
informações, ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do
corpo, a obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse
imperativo.
 
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa inovação tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a
demanda em sociedades consumistas, que é o caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente necessários a partir
de então.
 
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem crítica alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque
almejamos ter mais, por isso trabalhamos mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para
descansar de uma atividade, nos ocupamos com outra. A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.
 
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a
consumir o que é oferecido; quando um filho pede para o pai levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja
qual for a estética em questão; quando um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais dão, ensinamos que o que consumimos é mais importante do
que o que somos.
 
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam
à adolescência. Há um mercado generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora, queremos e esperamos que eles recusem essa oferta.
Como?!
 
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos mais novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a
avaliar as pessoas pelo que elas aparentam poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo social deles é formado por pares que
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consomem coisas semelhantes. Não é a toa que os pequenos furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas.
 
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função. Um carro deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular
deixa de ser um meio de comunicação; ambos passam a significar status, poder de consumo, condição social, entre outras coisas.
 
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do consumo, esses dois conceitos se transformaram completamente e perderam
o seu sentido original. Os jovens hoje acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo. Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das
vezes, determinadas pelo consumo e pela publicidade. Tempos loucos, ou não?
 
(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos – Parte 2. Disponível em: http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006‐10‐01_2006‐10‐15.html. Acesso em: dezembro de 2015.)
“No 5º§ do texto lido, há dois vocábulos sublinhados. Em relação a tais termos, pode‐se afirmar que são responsáveis por ___________________ e pertencem à classe
de palavras de ____________________.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
 a) julgamentos / adjetivos
 b) argumentos / advérbios
 c) exemplos / substantivos

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