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Apostila da PM-PB - ConcureirMossoroense

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84 99862.1117
PMPB
BajanBajanBajan
CapitãoCapitão
Júlio CésarJúlio César
Capitão
Júlio César
FhabyoFhabyo
HunterHunter
Fhabyo
Hunter
OliveiraOliveira
JúniorJúnior
Oliveira
Júnior
TiagoTiago
MeloMelo
Tiago
Melo
DanielDaniel
AlmeidaAlmeida
Daniel
Almeida
BennyBenny
GrenneGrenne
Benny
Grenne
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
 
 
 
 
 
 
CONCURSO PM-PB 
 
 
 
 
SÚMARIO 
 
LINGUA PORTUGUESA 1 a 72 
RACIOCÍNIO LÓGICO 73 a 88 
HISTÓRIA DA PARAIBA 89 a 100 
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL 101 a 116 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL 117 a 128 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 128 a 152 
LEGISLAÇÃO POLICIAL MILITAR DA PARAÍBA 152 a 160 
DIREITO PENAL MILITAR 160 a 164 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL 165 a 170 
SOCIOLOGIA 171 a 188 
GEOGRAFIA DA PARAÍBA 189 a 210 
INFORMÁTICA 211 a 275 
 
 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
 
 
 
 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINGUA PORTUGUESA – PROF. OLIVEIRA JÚNIOR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
2 
 
AULA 01 
 
TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS 
 
A produção de textos orais e, posteriormente, de 
textos escritos sempre foi uma marca da socialização 
humana e de sua sedentarização após milênios de 
nomadismo pelos povos primitivos. Assim, o ser 
humano conseguiu desenvolver efetivamente marcas 
culturais que influenciaram o surgimento de 
processos identitários, os quais, por sua vez, 
influenciaram os objetivos de comunicação advindos 
dessa interligação social. Considerando esse 
contexto, os tipos e gêneros textuais existem para o 
provimento de necessidades sociais de comunicação 
entre os indivíduos em suas funções diárias dentro 
da comunidade. 
 Sendo assim, os gêneros discursivos 
correspondem a certos padrões de composição de 
texto determinados pelo contexto em que são 
produzidos, pelo público a que eles se destinam, por 
sua finalidade e por seu contexto de circulação, entre 
outros aspectos. Dependendo do padrão de 
composição, este gênero será classificado dentro de 
uma tipologia textual. 
 Paralelamente, o termo “tipologia textual” é 
usado para, de certo modo, organizar os textos, 
considerando suas características estruturais e 
linguísticas. Embora seja difícil isolar a forma de um 
texto de sua função social, a observação da tipologia 
predominante em cada gênero facilita tanto a 
produção do autor quanto a compreensão do leitor. 
Modernamente, as tipologias também são chamadas 
de sequências discursivas. Quando se faz a indicação 
de que um gênero pertence a uma tipologia, o que 
se está destacando é a predominância de um tipo 
sobre outros dentro de um mesmo texto, pois há 
gêneros mistos, ou seja, podem, ao mesmo tempo, 
apresentar características de mais de uma tipologia. 
 Com a evolução da história, da ciência e da 
tecnologia, os gêneros textuais têm se diversificado 
cada vez mais e não param de se multiplicar, 
portanto, mesmo que fosse possível, seria exaustivo 
enumerar todos, por isso daremos destaque, em 
nosso estudo, aos gêneros e tipologias mais 
cobrados nos vestibulares. 
 Veja exemplos da organização estabelecida 
entre tipologia e gênero textual. 
TIPOLOGIAS (OU 
SEQUÊNCIAS 
DISCURSIVAS) 
Gêneros textuais 
correspondentes 
NARRATIVA 
Crônica – fábula – conto – 
notícia – relato – história em 
quadrinho – roteiro de teatro e 
cinema – novela – romance – 
carta afetiva – memorial – 
resumo – anedota etc. 
ARGUMENTATIVA 
Artigo – editorial – manifesto – 
crônica argumentativa – carta 
opinativa – ensaio – discurso 
político etc. 
EXPOSITIVA Notícia – declaração – 
exposição de motivo etc. 
DESCRITIVA Objetivo, subjetivo (pessoa, 
objeto, paisagem, ambiente e 
cena) 
DIALOGAL* Telefonema – conversa informal 
– conversa com um vendedor – 
entrevista etc. 
INJUNTIVA Receita – guia de cidade – 
manual de montagem – 
horóscopo – verbete – texto 
publicitário – aviso etc. 
 
1. A NARRAÇÃO 
Características: 
 Situa seres e objetos no tempo (história). 
 
Recursos: 
 Verbos de ação, discursos direto, indireto e 
indireto livre. 
 A narrativa deve tentar elucidar os 
acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas 
essenciais: 
O QUÊ? – o(s) fato(s) que determina(n) a história; 
QUEM? – a personagem ou personagens; 
COMO? – o enredo, o modo como se tecem os fatos; 
ONDE? – o lugar ou lugares da ocorrência 
QUANDO? – o momento ou momentos em que se 
passam os fatos; 
POR QUÊ? – a causa do acontecimento. 
Observe como se aplicam no texto de Manuel 
Bandeira esses elementos: 
 
Tragédia brasileira 
 Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de 
idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa: prostituída 
com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança 
empenhada e os dentes em petição de miséria. 
 Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num 
sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, 
manicure... Dava tudo quanto ela queria. 
 Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, 
arranjou logo um namorado. 
 Misael não queria escândalo. Podia dar em Maria 
Elvira uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada 
disso: mudou de casa. Viveram três anos assim. 
 Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, 
Misael mudava de casa. Os amantes moraram no 
Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, 
Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de 
Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no 
Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do 
Mato, Inválidos... 
 Por fim, na Rua da Constituição, Misael, privado 
de sentidos e inteligência , matou-a com seis tiros. A 
polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, 
vestida de organdi azul. 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
3 
 
Manuel Bandeira 
 O quê? Romance conturbado, que resulta em 
crime passional. 
 Quem? Misael e Maria Elvira. 
 Como? O envolvimento inconsequente de um 
homem de 63 anos com uma prostituta. 
 Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários 
outros lugares. 
 Quando? Duração do relacionamento: três anos. 
 Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira. 
 
2. A ARGUMENTAÇÃO 
 Nossa vida é uma constante argumentação. 
Talvez por isso, estejamos a todo momento tentando 
provar nossos pontos, nossos pensamentos, nossas 
vontades. Nosso, nós. A argumentação é justamente 
a tentativa de provar e de estabelecer a defesa de 
uma ideia pessoal, através de fatos, de observações 
do mundo, de condições de razoabilidade lógica, 
milimetricamente concatenados para que se conduza 
o leitor/ouvinte a aceitar tal posição. Em suma, 
argumentar é convencer e persuadir, fazer que o 
outro mude seu pensamento e ações. Para se fazer 
isso, precisa haver uma tese, acreditar nela e 
convencer o leitor a partir da transformação de 
informação em conhecimento. Leiam: 
 Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz 
em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não 
transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. 
Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura 
de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa é uma 
das faces mais perversas de uma sociedade em 
desenvolvimento. Com isso, surge a problemática do 
preconceito religioso que persiste intrinsecamente ligado à 
realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela 
lenta mudança de mentalidade social. 
 É indubitável que a questão constitucional e sua 
aplicação estejam entre as causas do problema. Conforme 
Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo que, por 
meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. 
De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a 
perseguição religiosa rompe essa harmonia; haja vista que, 
embora estejaprevisto na Constituição o princípio da 
isonomia, no qual todos devem ser tratados igualmente, 
muitos cidadãos se utilizam da inferioridade religiosa para 
externar ofensas e excluir socialmente pessoas de religiões 
diferentes. 
 Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a 
principal vítima de discriminação, destacando-se o 
preconceito religioso como o principal impulsionador do 
problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a 
maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha 
de pensamento, observa-se que a preparação do 
preconceito religioso se encaixa na teoria do sociólogo, 
uma vez que se uma criança vive em uma família com esse 
comportamento, tende a adotá-lo também por conta da 
vivência em grupo. Assim, a continuação do pensamento 
da inferioridade religiosa, transmitido de geração a 
geração, funciona como base forte dessa forma de 
preconceito, perpetuando o problema no Brasil. 
 Infere-se, portanto, que a intolerância religiosa é um 
mal para a sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao 
Governo Federal construir delegacias especializadas em 
crimes de ódio contra religião, a fim de atenuar a prática 
do preconceito na sociedade, além de aumentar a pena 
para quem o praticar. Ainda cabe à escola criar palestras 
sobre as religiões e suas histórias, visando a informar 
crianças e jovens sobre as diferenças religiosas no país, 
diminuindo, assim, o preconceito religioso. Ademais, a 
sociedade deve se mobilizar em redes sociais, com o intuito 
de conscientizar a população sobre os males da 
intolerância religiosa. Assim, poder-se-á transformar o 
Brasil em um país desenvolvido socialmente, e criar um 
legado de que Brás Cubas pudesse se orgulhar. 
 Percebe-se que o texto argumentativo se ancora 
em um ponto central e se desenvolve em torno dele: 
a tese. Uma tese/opinião é o coração do texto pois 
todos os argumentos que visam defendê-lo têm duas 
relações diretas com ele, a primeira uma lógica 
interna de tentativa de demonstração que essa tese 
não apenas é real como é coerente, faz sentido. 
 A segunda, externa, condiciona a criação de 
argumentos à realidade do receptor, jogando uma 
partida entre aquilo que necessita-se dizer para 
convencer alguém e aquilo que esse alguém trataria 
como real dentro daquilo que gostaria de ouvir ou 
entenderia como verdade, de acordo com critérios 
sociais, culturais, identitários, etários, etc. 
TESE 
ARGUMENTOS 
CORRESPONDENTES 
O preconceito religioso 
persiste intrinsecamente 
ligado à realidade do 
país, seja pela 
insuficiência de leis, seja 
pela lenta mudança de 
mentalidade social 
– Embora esteja previsto na 
Constituição o princípio da 
isonomia, no qual todos devem 
ser tratados igualmente, muitos 
cidadãos se utilizam da 
inferioridade religiosa para 
externar ofensas e excluir 
socialmente pessoas de 
religiões diferentes. 
 
– A preparação do preconceito 
religioso se encaixa na teoria do 
sociólogo, uma vez que se uma 
criança vive em uma família 
com esse comportamento, 
tende a adotá-lo também por 
conta da vivência em grupo. 
 
– A continuação do 
pensamento da inferioridade 
religiosa, transmitido de 
geração a geração, funciona 
como base forte dessa forma 
de preconceito, perpetuando o 
problema no Brasil. 
 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
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4 
 
3. A EXPOSIÇÃO/DISSERTAÇÃO 
 É a tipologia textual que tem por finalidade o 
desenvolvimento de mais informações, 
conhecimentos ou conteúdos ao leitor, por assim 
dizer. É o conjunto de gêneros textuais marcado 
especialmente pelo ajuntamento de fatos e dados 
sobre um determinado assunto para que o leitor, 
após a conclusão dessa leitura, tenha mais 
conhecimentos sobre aquele tema do que quando 
iniciou sua leitura. 
 A bem da verdade, é muito difícil, num contexto 
de produção textual, que um discurso seja 
integralmente imparcial e sem marcação de 
argumentos, por isso, precisa-se ter em mente que o 
texto dissertativo jamais será 100% dissertativo. 
 Mesmo assim, o autor busca sempre utilizar 
marcas que o distanciem do texto, efetivando a 
impessoalidade característica da dissertação, como 
verbos na terceira (3ª) pessoa — do singular ou do 
plural —, geralmente acompanhados do pronome 
“se”. Há quem use também a primeira (1ª) pessoa 
do plural. Semanticamente, a primeira pessoa do 
plural é mais impessoal do que a primeira pessoa do 
singular. Quando há um esforço da parte do autor 
em se distanciar do assunto abordado, tratando 
objetivamente dos fatos, dizemos que o texto é 
impessoal. Em textos científicos e dissertativos, como 
a dissertação, procura-se sempre escrever com 
impessoalidade, pois essa característica confere 
maior credibilidade ao texto, como se ele contivesse 
verdades universais e indiscutíveis. Vejamos um 
exemplo: 
 “O maior estudo da história sobre a esclerose 
lateral amiotrófica conseguiu descobrir como 
mutações no gene KIF5A estão conectadas a 
sintomas da doença. A pesquisa, que contou com a 
colaboração de dezenas de países, foi publicada 
poucos dias depois da morte do cosmólogo Stephen 
Hawking, o portador mais famoso da doença, que 
viveu com ELA por 56 anos. 
 O gene KIF5A (a sigla complicada quer dizer 
“membro 5A da família das cinesinas”) já tinha sido 
associado a outras duas doenças degenerativas com 
sintomas similares, como enfraquecimento, 
enrijecimento e perda do controle dos músculos. 
 A nova análise sequenciou o DNA de mais de 
125 mil pessoas para comprovar a importância do 
KIF5A no desenvolvimento da doença. 
 Tudo tem a ver com o funcionamento do 
sistema nervoso e uma parte das células nervosas 
chamada axônio. Os axônios são uma espécie de 
cauda do neurônio, conectando-o ao tecido muscular 
ou a outros neurônios, e transmitindo mensagens na 
forma de impulsos elétricos. 
 Outra forma de comunicação entre neurônios e 
o resto do corpo é a transmissão de proteínas entre 
células. E aí entra o KIF5A: em sua forma normal, ele 
produz uma proteína que é transportada via axônio 
de uma célula para outra. 
 Quando esse gene sofre mutações, ele perturba 
a “rodovia” de transporte como um todo, impedindo 
o envio e o recebimento de proteínas essenciais para 
o funcionamento correto do cérebro e da medula 
espinhal. E no meio desse caos logístico, o cérebro 
vai perdendo o controle dos músculos, levando aos 
sintomas característicos da ELA. 
 Mas é importante destacar que os próprios 
autores do estudo admitem que essa 
mutação provavelmente atinge uma minoria das 
pessoas com ELA. 
 “Como assim?”, você deve estar pensando. Para 
quê, então, fazer um estudo desse tamanho e 
descobrir um gene que só afeta um tantinho de 
gente em uma doença que já é rara? 
 A resposta dessa pergunta tem duas partes. 
Primeiro, tudo indica que várias mutações genéticas 
podem estar implicadas quando se fala de esclerose 
lateral amiotrófica. Uma porção de outros genes 
como o KIF5A já foram descobertos, alguns deles 
inclusive graças ao famoso Ice Bucket Challenge. 
 Ou seja: várias alterações genéticas diferentes 
podem culminar numa mesma doença. E é por isso, 
em primeiro lugar, que o KIF5A é importante. 
Quando olhamos para o efeito que versões mutantes 
dele trazem para o sistema nervoso, entendemos 
melhor o mecanismo da ELA. 
 E quando comparamos as consequências dessa 
mutação com as outras já conhecidas, conseguimos 
entender o que elas têm em comum – e descobrir 
um alvo que possa ser atingido com medicação, o 
que leva a tratar todas essas variáveis genéticas de 
uma vez só. 
 Essa é, então, a segunda parte da resposta. A 
mutação KIF5A dá força a uma suspeita antiga dos 
cientistas: que são anormalidades no citoesqueleto 
dos axônios que estão por trás da ELA, seja qual for 
a variação genética responsável por esses defeitos. 
 Isso torna o citoesqueleto um possível alvo para 
novas terapias que possam intervir e, no mínimo, 
reduzir o impacto da doença,que costuma matar de 
2 a 5 anos depois do diagnóstico. “Tratamentos que 
possam potencialmente estabilizar ou consertar o 
citoesqueleto nos dão um alvo para o 
desenvolvimento de novas drogas capazes de tratar 
ELA [nas suas diferentes formas]”, concluem os 
autores da pesquisa, publicada no periódico Neuron”. 
 
4. A DESCRIÇÃO 
 A descrição tem como função produzir uma 
imagem mental que o leitor não vê, permitindo-lhe 
imaginar espaços, paisagens, objetos, seres reais ou 
imaginários, estáticos ou evolutivos e mediante a 
apresentação de aspectos característicos, de 
pormenores. Descrever não é enumerar, mas captar 
traços que sejam capazes de transmitir uma 
impressão autêntica. 
I – Descrição subjetiva: é a descrição pessoal com 
os pormenores, mas com o objetivo de criar uma 
https://super.abril.com.br/tudo-sobre/stephen-hawking/
https://super.abril.com.br/tudo-sobre/stephen-hawking/
https://super.abril.com.br/ciencia/desafio-do-balde-de-gelo-financiou-descoberta-ligada-a-doenca-de-stephen-hawking/
http://www.cell.com/neuron/fulltext/S0896-6273(18)30148-X
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
5 
 
realidade nova, de transmitir emoções, captando a 
essência das coisas e pessoas. 
II – Descrição de lugares: a descrição é feita de 
forma que quem o descreve vê o lugar como se fosse 
uma “máquina fotográfica”, capta as partes 
interessantes, descobre expressões faciais. 
Exemplo de texto - “Cidades Mortas” - Monteiro 
Lobato 
 “Quem dobra o morro da Samambaia, com a 
vista saturada pela verdura monótona, espairece 
na Grota Funda ao dar de chapa com uma sitioca 
pitoresca. E passa levando nos olhos a impressão 
daquela sépia afogada em campo verde: casebre de 
palha, terreirinho de chão limpo, mastro de Santo 
Antonio com os desenhos já escorridos pela chuva e 
a bandeira rota trapejante ao vento. Dois 
mamoeiros no quintal apinhados de frutos; 
canteiros de esporinhas com periquito em redor e 
manjericões entreverados. Um pé de girassol, 
magro e desenxabido, a sopesar no alto a rodela 
cor de canário; laranjeiras semimortas sob o 
toucado da erva-de-passarinho. 
 Nos fundos da casa vê-se o lavadouro, 
descoivarado apenas, num poço onde o corgo 
rebrilha três palmos d´água. Sobre um tabuão 
emborcado a meio, lá está batendo roupa a 
Marianinha Pichorra, mulher de Pedro Pichorra, mãe 
de nove Pichorrinhas. É ali o sítio dos Pichorras e até 
a Grota Funda já é conhecida por Fundão da 
Pichorrada.” 
 Lendo o texto de Monteiro Lobato é possível 
perceber que sua linguagem é bem típica do tempo 
em que viveu e que ele utiliza palavras que não são 
comumente usadas por nós. Aprenda com elas. Você 
sabia que o sobrenome “Pichorra” dado pelo autor à 
família de Grota Funda tem vários significados? 
Não!!!! Veja: 
 Pichorra pode ser: pequeno cântaro de barro 
branco com bico e também estado de lassidão, 
preguiça. Bom, aí vêm novas palavras: cântaro e 
lassidão. Vamos lá, deixe de pichorra e procure o 
significado. 
III – Descrição de cena: É a descrição de uma 
pequena parte de um todo, podendo usar a emoção 
e as idéias. Exemplo de texto - “Menino de Engenho” 
- José Lins do Rego: 
 “Há oito dias que relampeja nas cabeceiras. 
Meu avô ficava de noite por muito tempo a 
espreitar o abrir rápido do relâmpago para os lados 
de cima. E quando se cansava de tanto esperar, 
botava os moleques para isto. 
 Lá um dia, para as cordas das nascentes do 
Paraíba, via-se, quase rente do horizonte, um abrir 
longínquo e espaçado de relâmpago: era inverno na 
certa no alto sertão. As experiências confirmavam 
que com duas semanas de inverno o Paraíba 
apontaria na várzea com a sua primeira cabeça 
d´água. O rio no verão ficava seco de se atravessar 
a pé enxuto. Apenas, aqui e ali, pelo seu leito, 
formavam-se grandes poços, que venciam a 
estiagem. Nestes pequenos açudes se pescava, 
lavavam-se os cavalos, tomava-se banho. Nas 
vazantes plantavam batata-doce e cavavam 
pequenas cacimbas para o abastecimento de gente 
que vinha das caatingas, andando léguas, de pote na 
cabeça. O seu leito de areia branca cobria-se de 
salsas e junco verde-escuro, enquanto pelas margens 
os marizeiros davam uma sombra camarada nos 
meios-dias. Nas grandes secas o povo pobre vivia da 
água salobra e da vazante do Paraíba. O gado 
vinha entreter a sua fome no capim ralo que crescia 
por ali. Com a notícia dos relâmpagos nas cabeceiras, 
entraram a arrancar as batatas e os jerimuns das 
vazantes.” 
 Veja as palavras que José Lins do rego utiliza 
para descrever a cena. Você pode, além de ampliar 
seu vocabulário, descobrir também onde fica o rio 
Paraíba. A geografia também faz parte da produção 
de um texto. 
IV – Descrição física e psicológica das pessoas: 
é a descrição do caráter, dos hábitos, os gostos, o 
temperamento e seus aspectos físicos: altura, peso, 
cor de cabelo, olhos etc. 
Exemplo de textos: 
a) descrição física: “Dom Casmurro” - Machado de 
Assis: 
“José Dias amava os superlativos. Era um modo de 
dar feição monumental às idéias; não as havendo, 
servir a prolongar as frases. Levantou-se para ir 
buscar o gamão, que estava no interior da casa. 
Cosi-me muito à parede, e vi-o passar com as suas 
calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e 
gravata de mola. Foi dos últimos que usaram 
presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. 
Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bem 
esticadas. A gravata de cetim preto, com um arco de 
aço por dentro, imobilizava-lhe o pescoço; era então 
moda. O rodaque de chita, veste caseira e leve, 
parecia nele uma casaca de cerimônia. Era magro, 
chupado, com um princípio de calva; teria seus 55 
anos. Levantou-se com o passo vagaroso do 
costume, não aquele vagar arrastado dos 
preguiçosos, mas de um vagar calculado e deduzido, 
um silogismo completo, a premissa antes da 
conseqüência, a conseqüência antes da conclusão. 
Um dever amaríssimo!” 
b) descrição psicológica: “Angústia” - Graciliano 
Ramos: 
“A minha criada Vitória anda em cinquenta anos, é 
meio surda e possui um papagaio inteiramente 
mudo, que pretende educar assim: 
Currupaco, papaco/ A mulher do macaco/ Ela fia, ela 
cose,/ Ela toma tabaco/ Torrado no caco 
 O papagaio prega na velha o olho redondo. Em 
seguida cerra as pálpebras e baixa a cabeça. Às 
vezes se aborrece da gaiola e bate as asas. A dona 
corre para o quintal e espia a folhagem da 
mangueira: 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
6 
 
- Meu louro, meu louro! Currupaco, papaco. Meu, 
Meu louro! Onde andará o sem-vergonha desse 
papagaio. 
 Só se acomoda depois de percorrer a vizinhança 
e encontrar o fugitivo. Pega então a parolar com ele, 
que não diz nada. Quando se cansa, agarra o jornal e 
lê com atenção os nomes dos navios que chegam e 
dos que saem. Nunca embarcou, sempre viveu em 
Maceió, mas tem o espírito cheio de barcos. Dá-me 
freqüentemente notícias deste gênero: 
- O Pedro II chega amanhã. O Aratimbó vem com 
atraso. Terá havido desastre? 
.............................................................................. 
 
 No princípio do mês, quando se aproxima o 
recebimento do ordenado, excita-se e não larga o 
Diário Oficial. 
- Faltam dois dias, falta um dia, é hoje. 
E faz cálculos que não acabam, cálculos inúteis, 
porque não gasta nada: usa os meus sapatos velhos 
e traz um xale preto amarelento que deve ter dez 
anos. Recolhe a mensalidade e mete-se no fundo do 
quintal, põe-se a esgravatar a terra como se 
plantasse qualquer coisa. Esquece os navios e as 
lições ao papagaio. 
.............................................................................. 
 
 Nem à noite a pobre descansa: levanta-se pela 
madrugada e abre a porta do fundo, cautelosamente. 
Cautela inútil. Como é meio surda pensa que não faz 
barulho, mas arrasta os sapatões com força, e as 
pernas reumáticas atiram-na contra os móveis, às 
escuras,tropeçam nos degraus e cimento quebrado. 
Ausenta-se uma hora. Depois a porta range de novo 
e as pisadas reaparecem. Daí a pouco está a criatura 
resmungando, fazendo contas intermináveis”. 
 Neste texto o vocabulário já é mais acessível, 
mas mesmo assim podemos encontrar sempre algo 
que escapa à nossa compreensão. 
V – Descrição de objetos: é descrever a 
característica única daquele objeto percebido por 
quem o descreve. Exemplo de texto: “Poesia 
Completa e prosa” - Vinicius de Moraes: 
 
VELHA MESA 
 “É uma velha mesa esta sobre a qual bato hoje 
a minha crônica. Pouco mais de um metro por uns 
quarenta centímetros de largura. Móvel digno, com 
duas gavetas laterais, um verniz escuro cobria em 
outros tempos seu jacarandá. Às vezes me dá 
vontade de parar de escrever, descansar minha 
cabeça no seu duro regaço e ficar lembrando a 
infância longínqua. 
 É uma velha querida mesa. Foi lixada para 
parecer mais nova, mas mostra ainda por toda parte 
as rugas que lhe causaram a minha inquietação 
juvenil. O canivete entalhou fundo em sua carne 
fibrosa e ainda é possível distinguir nomes de 
antigas amadas, quase esvanecidos. Lembro-me de 
que aqui à direita ficava o teu nome e louro, ó minha 
namorada de oito anos.” 
VI – Descrição objetiva: é a descrição exata, sem 
emoção, sem rodeios, tendo como foco a 
informação, o esclarecimento, a comunicação. Esse 
tipo de descrição é muito usado em relatórios. 
VII – Descrição de funcionamento: é a descrição 
utilizada em folhetos informativos. Usado em 
instruções para uso de aparelhos eletro-eletrônicos, 
bulas etc. 
 
5. INJUNÇÃO 
 No contexto das novas tecnologias e das 
diversas técnicas necessárias para bem usá-las, os 
textos injuntivos têm-se tornado cada vez mais 
criados, consumidos e trabalhados, especialmente se 
considerarmos a internet e a infinidade de 
possibilidades geradas a partir do seu uso. Mas isso 
não significa que anteriormente não existiam ou 
tinham menor valor os textos injuntivos. 
 O texto injuntivo é marcado pela explanação, 
detalhamento e processamento de métodos e 
técnicas, sequenciais, para efetuar determinada 
ação. Nesse caso, dá-se ao leitor um passo a passo 
para que ele produza sem erros uma técnica que só 
seria feita adequadamente daquela forma. Exemplos 
claros disso são, nos dias atuais, os tutoriais. 
Vejamos exemplo: 
 
Como recuperar fotos apagadas do Google 
Fotos 
 Quando você apaga uma foto, ela fica salva no 
app por 60 dias e depois é excluída definitivamente. 
Ou seja, se você excluiu alguma imagem dentro 
desse período, ainda tem chances de recuperar. Veja 
como! 
1. Entre no aplicativo do Google Fotos (também 
funciona no iPhone!); 
2. Toque no ícone de menu (representado por três 
listras horizontais) no canto superior esquerdo; 
3. Entre na Lixeira; 
4. Procure por fotos apagadas. Quando encontrar a 
que você deseja, segure o dedo sobre ela para 
selecionar. Se você quiser recuperar mais de uma, 
basta selecionar as outras fotos desejadas; 
5. Toque no botão de Restaurar, representado por 
uma seta que fica no canto superior direito; 
6. No canto superior esquerdo, toque no botão 
de Voltar (representado por uma seta); 
7. Pronto! Agora é só procurar pela foto restaurada 
na biblioteca de fotos. 
 
 Caso você não encontre, também existe a opção 
do prazo de 60 dias ter passado ou a foto não estar 
presente no Google Fotos. Se isso acontecer, não 
tem mais como recuperar a foto, a não ser que você 
tenha feito um backup do seu Android. 
 
 
https://tecnoblog.net/216124/fazer-backup-resturar-android/
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
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EXERCÍCIOS 
 
01 – Ano: 2017|Banca: COSEAC|Órgão: UFF|Prova: 
Contador 
 
A IMAGEM NO ESPELHO 
 Aos 20 anos escreveu suas memórias. Daí por 
diante é que começou a viver. Justificava-se: 
 – Se eu deixar para escrever minhas memórias 
quando tiver 70 anos, vou esquecer muita coisa e 
mentir demais. Redigindo-as logo de saída, serão 
mais fiéis e terão a graça das coisas verdes. 
 O que viveu depois disto não foi propriamente o 
que constava do livro, embora ele se esforçasse por 
viver o contado, não recuando nem diante de coisas 
desabonadoras. Mas os fatos nem sempre 
correspondiam ao texto e, para ser franco, direi que 
muitas vezes o contradiziam. 
 Querendo ser honesto, pensou em retificar as 
memórias à proporção que a vida as contrariava. Mas 
isto seria falsificação do que honestamente 
pretendera (ou imaginara) devesse ser a sua vida. 
Ele não tinha fantasiado coisa alguma. Pusera no 
papel o que lhe parecia próprio de acontecer. Se não 
tinha acontecido, era certamente traição da vida, não 
dele. 
 Em paz com a consciência, ignorou a versão do 
real, oposta ao real prefigurado. Seu livro foi adotado 
nos colégios, e todos reconheceram que aquele era o 
único livro de memórias totalmente verdadeiro. Os 
espelhos não mentem. 
(ANDRADE, C. D. de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: J. Olympio, 
1981, p. 23.) 
 
“Aos 20 anos escreveu suas memórias. Daí por 
diante é que começou a viver. Justificava-se: 
– Se eu deixar para escrever minhas memórias 
quando tiver 70 anos, vou esquecer muita coisa e 
mentir demais. Redigindo-as logo de saída, serão 
mais fiéis e terão a graça das coisas verdes”. 
 
A construção dos parágrafos acima configura uma 
estrutura predominantemente: 
a) descritiva, com predomínio de fatos. 
b) enumerativa, com apenas um narrador. 
c) narrativa, com a presença de dois narradores. 
d) comparativa, com predomínio do passado. 
e) dissertativa, com explicitação de acontecimentos. 
 
02 – Ano: 2017 | Banca: IADES | Órgão: Fundação 
Hemocentro de Brasília – DF | Prova: Administrador 
 
Doação de sangue 
 
 Ninguém está livre de precisar de uma 
transfusão de sangue. Ninguém está livre de sofrer 
um acidente, de passar por uma cirurgia ou por um 
procedimento médico em que a transfusão seja 
absolutamente indispensável. 
 Como não existe sangue sintético produzido em 
laboratórios, quem precisa de transfusão tem de 
contar com a boa vontade de doadores, uma vez que 
nada substitui o sangue verdadeiro retirado das veias 
de outro ser humano. 
 Todos sabemos que é importante doar sangue. 
Mas, quando chega a nossa vez, sempre 
encontramos uma desculpa - Hoje está frio ou não 
estou disposto; nesses últimos dias, tenho trabalhado 
muito e ando cansado; será que esse sangue não me 
vai fazer falta... - e vamos adiando a doação que 
poderia salvar a vida de uma pessoa. 
 Sempre é bom repetir que o sangue doado não 
faz a menor falta para o doador. Consequentemente, 
nada justifica que as pessoas deixem de doá-lo. O 
processo é simples, rápido e seguro. 
 Disponível em: <https://drauziovarella.com.br/drauzio/doacao-de-
sangue/>.Acesso em: 23 dez. 2016, com adaptações 
 
a) narração, pois apresenta uma sucessão de ações 
que expressam a reação das pessoas diante da 
necessidade de doar sangue. 
b) dissertação, pois manifesta a opinião do autor a 
respeito da pouca ou nenhuma importância que as 
pessoas dão ao ato de doar sangue, o que justifica o 
fato de elas se recusarem a ser doadoras. 
c) narração, pois tem como foco central relatar o 
modo como as pessoas reagem para não doarem 
sangue, isto é, a forma como elas se esquivam da 
responsabilidade de serem doadoras. 
d) descrição, pois o autor faz apenas um registro 
objetivo e imparcial de um fato para demonstrar ao 
leitor a realidade em que se encontra a doação de 
sangue. 
e) dissertação, pois o autor defende uma opinião a 
partir da qual se pode concluir que reconhecer a 
importância de doar sangue não necessariamente 
garante que tal doação se concretize. 
 
03 – Ano: 2017 | Banca: CESPE | Órgão: PC-GO | 
Prova: Delegado de Polícia 
 
Texto CB1A1AAA 
 A diferença básica entre as polícias civil e militar 
é a essência de suas atividades, pois assim desenhou 
o constituinte original: a Constituiçãoda República 
Federativa do Brasil de 1988 (CF), em seu art. 144, 
atribui à polícia federal e às polícias civis dos estados 
as funções de polícia judiciária — de natureza 
essencialmente investigatória, com vistas à colheita 
de provas e, assim, à viabilização do transcorrer da 
ação penal — e a apuração de infrações penais. 
Enquanto a polícia civil descobre, apura, colhe provas 
de crimes, propiciando a existência do processo 
criminal e a eventual condenação do delinquente, a 
polícia militar, fardada, faz o patrulhamento 
ostensivo, isto é, visível, claro e perceptível pelas 
ruas. Atua de modo preventivo-repressivo, mas não é 
seu mister a investigação de crimes. Da mesma 
forma, não cabe ao delegado de polícia de carreira e 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
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a seus agentes sair pelas ruas ostensivamente em 
patrulhamento. A própria comunidade identifica na 
farda a polícia repressiva; quando ocorre um crime, 
em regra, esta é a primeira a ser chamada. Depois, 
havendo prisão em flagrante, por exemplo, atinge-se 
a fase de persecução penal, e ocorre o ingresso da 
polícia civil, cuja identificação não se dá 
necessariamente pelos trajes usados. Guilherme de 
Souza Nucci. Direitos humanos versus segurança 
pública. 
Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 43 (com adaptações). 
 
O texto CB1A1AAA é predominantemente 
a) injuntivo. 
b) narrativo. 
c) dissertativo. 
d) exortativo. 
e) descritivo. 
 
04 – Ano: 2016 | Banca: SEGPLAN-GO | Órgão: 
SEGPLAN-GO | Prova: Técnico Agrimensor 
 
Leia o texto abaixo. Depois assinale a alternativa que 
apresenta o tipo textual predominante no texto. 
 
 O uso do PET na reciclagem é diverso. Pode-se 
fazer muita coisa com essa matéria-prima, mas um 
dos destinos mais comuns é se transformar em fibra 
de poliéster. 
 PET é o melhor e mais resistente plástico para 
fabricação de garrafas e embalagens. Devido às suas 
características, o PET mostrou ser o recipiente ideal 
para a indústria de bebidas em todo o mundo (as 
famosas garrafas de refrigerantes). 
 Porém, com o aumento do consumo, surgiu um 
grande desafio a ser resolvido: o que fazer com as 
embalagens já utilizadas e descartadas, que poluem 
de forma indiscriminada o nosso planeta? Desde que 
o conceito de reciclagem surgiu, décadas atrás, a 
preservação do meio ambiente tornou-se o seu 
principal objetivo. 
 Nesse sentido, a coleta e a reciclagem da 
embalagem PET têm sido incentivadas cada vez 
mais, permitindo o uso da matéria original para a 
fabricação de diversos produtos. Um dos mais 
interessantes é produção de fibras de poliéster. Essas 
fibras estão sendo largamente utilizadas na indústria 
têxtil e nas confecções. 
Disponível em: http://www.setorreciclagem.com.br 
 
a) Dissertativo 
b) Narrativo 
c) Descritivo 
d) Injuntivo 
e) Expositivo 
 
 
 
 
 
 
05 – Ano: 2016 | Banca: FCC | Órgão: AL-MS | 
Prova: Nível Médio 
Um filme de viagem e de amor 
 
 O filme Viajo porque preciso, volto porque 
te amo, dirigido por Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, 
foi rodado no interior de cinco estados do Nordeste. 
A ideia inicial dos dois cineastas era fazer um 
documentário sobre as feiras do sertão. Entre a 
primeira e a última filmagem houve uma interrupção 
de nove anos, e a montagem final é, de fato, uma 
ficção sobre a viagem e o amor, sem perder uma 
dimensão crítica sobre a sociedade brasileira. O filme 
transcende o registro do mero documento, transmite 
emoções ao espectador e convida-o a refletir sobre a 
região e as pessoas que nela vivem e trabalham. 
 Um dos achados do filme, cuja narração é 
conduzida pela voz de um geólogo, foi relacionar o 
estudo do solo com a desilusão amorosa. Uma 
sondagem no interior da terra árida tem como 
contraponto uma sondagem da alma das 
personagens. Como acontece com os bons romances, 
que se revelam com mais intensidade ao serem 
relidos, esse filme convida o espectador a assisti-lo 
duas vezes. 
(Adaptado de: HATOUM, Milton. Um solitário à espreita. São 
Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 134) 
 
Quanto ao seu gênero, esse texto é 
a) uma crônica imaginosa, na qual o autor expõe um 
roteiro de filme cuja finalidade é promover uma 
viagem simbólica pelas várias faces da cultura 
nordestina. 
b) uma reportagem rotineira, de vez que o autor se 
limita a dar uma notícia objetiva sobre a produção de 
um filme, ressaltando as condições materiais em que 
foi produzido. 
c) uma crônica crítica, pela qual o autor comenta a 
produção de um filme, cujo intento inicial foi 
alterado, e avalia suas qualidades artísticas e 
culturais. 
d) uma reportagem promocional, por meio da qual o 
autor divulga o lançamento de um filme cujo maior 
valor é retratar com fidedignidade aspectos da vida 
sertaneja. 
e) uma crônica informativa, escrita em tom pessoal, 
em que o autor fala da surpresa que lhe 
proporcionou um documentário sobre a diversidade 
das práticas culturais do Nordeste. 
 
06 – Ano: 2016 | Banca: CONSULPLAN | Órgão: 
Prefeitura de Venda Nova do Imigrante – ES | Prova: 
Assistente social 
 
 O coronel, que então morava já na cidade, tinha 
um compadre sitiante que ele estimava muito. 
Quando um filho do compadre Zeferino ficava 
doente, ia para a casa do coronel, ficava morando ali 
até ficar bom, o coronel é que arranjava médico, 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
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remédio, tudo. 
 Quase todos os meses o compadre pobre 
mandava um caixote de ovos para o coronel. Seu 
sítio era retirado umas duas léguas de uma 
estaçãozinha da Leopoldina, e compadre Zeferino 
despachava o caixote de ovos de lá, frete a pagar. 
Sempre escrevia no caixote: CUIDADO É OVOS – e 
cada ovo era enrolado em sua palha de milho com 
todo cuidado para não se quebrar na viagem. Mas, 
que o quê: a maior parte quebrava com os 
solavancos do trem. 
 Os meninos filhos do coronel morriam de rir 
abrindo o caixote de presente do compadre Zeferino; 
a mulher dele abanava a cabeça como quem diz: 
qual...Os meninos, com as mãos lambuzadas de clara 
e gema, iam separando os ovos bons. O coronel, na 
cadeira de balanço, ficava sério; mas, reparando 
bem, a gente via que ele às vezes sorria das risadas 
dos meninos e das bobagens que eles diziam: por 
exemplo, um gritava para o outro – “cuidado, é 
ovos”! 
 Quando os meninos acabavam o serviço, o 
coronel perguntava: 
 – Quantos salvaram? 
 Os meninos diziam. Então ele se voltava para a 
mulher: “Mulher, a quanto está a dúzia de ovos aqui 
no Cachoeiro?” A mulher dizia. Então ele fazia um 
cálculo do frete que pagara, mais do carreto da 
estação até a casa e coçava a cabeça com um ar 
engraçado: 
 – Até que os ovos do compadre Zeferino não 
estão me saindo muito caros desta vez. [...] 
(BRAGA, R. O Compadre Pobre. In. BRAGA, R. 200 crônicas 
escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2013. Fragmento.) 
 
Considerando o modo de organização como o texto 
se apresenta e/ou características linguísticas 
utilizadas, pode-se afirmar que 
a) predominam os verbos de situação e as 
expressões qualificativas em geral. 
b) o predomínio da descrição revela a caracterização 
da composição do ambiente. 
c) através da sequência da enunciação dos fatos 
pode-se reconhecer determinadas ações encadeadas 
temporalmente. 
d) a narrativa apresentada é um recurso 
argumentativo utilizado pelo autor para expor de 
forma explícita seu ponto de vista. 
 
GABARITO 
01 – A 02 – E 03 – C 04 – A 05 – C 06 – C 
 
AULA 02 
 
FIGURAS DE LINGUAGEM 
 
 Criar textos é a arte de repassar ideias. É o que 
temos visto em nossas aulas desde o começo do ano. 
Para isso, precisa-se, na maioria dos casos, buscar 
palavras e sentidos que exprimam e passem ao 
enunciatário da mensagem o conjunto das ideias que 
queremos que ele compreenda e processe. 
 
 Contudo, as palavras, em seu sentido 
dicionarizado, nem sempre conseguem passar a 
completudede sentidos e entendimentos que 
desejamos repassar. Nesse contexto, os falantes 
criam e recriam os usos que fazem da linguagem e 
de sua expressão. 
 Nesse entremeio se configuram as figuras de 
linguagem, elas são um upgrade nos significados e 
sentidos, fazendo com que certas expressões, muitas 
vezes combinadas a contextos, repassem novos 
sentidos, concatenando ideias e deixando o texto 
bem mais fácil de entender detalhes que fugiriam ao 
uso ortodoxo da linguagem sob seu prisma 
dicionarizado. 
 As figuras de linguagem, então, são um recurso 
de expressividade, que buscam, de certa forma, 
renovar o entendimento dos textos e de seu uso 
social cotidiano. Pensando nisso, essas figuras 
podem ser divididas em três grandes grupos: 
 
I – Figuras de palavras 
 Esta subdivisão consiste em, pontualmente, 
desviar uma palavra de seu sentido original 
dicionarizado, buscando renovar ou aprofundar sua 
expressão, assim, as figuras de linguagem 
pertencentes a esta divisão têm modificação 
puramente vocabular. 
 
II – Figuras de construção (ou de sintaxe) 
 Neste caso, a inter-relação gramatical entre as 
palavras, ou seja, o conjunto de mecanismos 
gramaticais que formam frases é modificado de 
forma a modificar a ideia, o estilo ou o foco da 
expressão de um conjunto de palavras que forme 
sentido. 
 
III – Figuras de pensamento 
 Neste caso, uma expressão (conjunto vocabular) 
ou até mesmo a relação semântica (agora não mais 
gramatical) de frases e períodos são encaixadas e 
reencaixadas de forma intencional e lógica para 
repassar outros sentidos e realçar ideias que queiram 
ser repassadas ao leitor. 
 
I – Figuras de Palavras 
 
Comparação: é feita de forma “explícita”, ou seja, 
com uso de conectivo comparativo (como, tal qual, 
igual) 
 Minha irmã é bondosa como um anjo. 
 
 Metáfora: é uma comparação abreviada, 
associação de idéias ou de característica comum 
entre dois seres. Nasce por meio da analogia e da 
similaridade e dispensa os conectivos que aparecem 
na comparação. 
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Com você antes, durante e depois do edital. 
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 Minha irmã é um anjo. 
Metonímia: é a utilização de uma palavra por outra, 
porque mantêm elas uma relação constante ou 
contigüidade de sentido. Eis os principais casos: 
 o autor pela obra: Você já leu Camões? 
 o efeito pela causa: Respeite minhas rugas. 
 o instrumento pela pessoa: Júlio é um bom 
garfo. 
 o continente pelo conteúdo: Ele comeu dois 
pratos. 
 o lugar pelo produto: Ele gosta de um bom 
havana. 
 a parte pelo todo: Não tinha teto aquela 
família. 
 o singular pelo plural: O paulista adora 
trabalhar. 
 o indivíduo pela espécie ou classe: Ele é um 
judas. 
 a matéria pelo objeto: A porcelana chinesa 
é belíssima. 
 a marca pelo produto: pacote de bombril, 
fazer a barba com gilete, mascar um chiclete. 
 
 Catacrese: metáfora tão usada que perdeu seu 
valor de figura e tornou-se cotidiana, não representando 
mais um desvio: céu da boca; cabeça do prego; asa da 
xícara; dente de alho; pé da cadeira. 
 Também se encontra no emprego impróprio por 
esquecimento ou ignorância de origem. Isso ocorre 
pela inexistência de palavras mais apropriadas e dá-
se devido à semelhança da forma ou da função: 
ferradura de prata; embarcar no avião; fazer 
sabatina na sexta-feira; péssima caligrafia; ficou 
de quarentena dois meses; fazer uma novena 
durante esta semana. 
 
 Antonomásia: é uma espécie de apelido que 
se confere aos seres, valorizando algum de seus 
feitos ou atributos. 
Leu a obra do Poeta dos Escravos (Castro Alves). 
O Rei do Futebol fez mais de mil gols (Pelé). 
Você gosta da Terra da Garoa (São Paulo)? 
 
 Sinestesia: é a figura que proporciona a 
mistura de percepções, mistura de sentidos. 
Tinha um olhar gelado. 
 
II – Figuras de Construção 
 
 Por repetição/reuso de termo: 
Aliteração: repetição de fonemas idênticos ou 
semelhantes. 
 Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando. 
(Guimarães Rosa) 
 
Polissíndeto: repetição de conjunções (síndetos). 
Não sorriu, nem feliz ficou, nem quis me ver, nem se 
importou com a partida. 
E resmunga, e chora, e grita, e pula, e berra. 
 
Repetição: é a repetição de palavras com o intuito 
de exprimir a idéia de progressão e intensificação. 
Aquela noite era linda, linda, linda. 
Enquanto tudo isso acontecia, a garota crescia, 
crescia. 
 
Anáfora: é também a repetição de palavras, porém 
no início de frase ou versos. 
Eu quase não saio 
Eu quase não tenho amigo 
Eu quase não consigo 
Ficar na cidade sem viver contrariado (Gilberto Gil) 
 
Anadiplose: consiste em repetir, no início de uma 
oração ou de um verso, a última palavra da oração 
ou verso anterior. 
Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade, 
verdade é, meu senhor, que hei delinqüido, 
delinqüido vos tenho, e ofendido; 
ofendido vos tem minha maldade (Gregório de 
Matos) 
 
Pleonasmo: repetição da mesma idéia com objetivo 
de realce. 
Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal (Fernando Pessoa) 
 
Hipérbato: é a alteração da ordem direta dos 
termos ou das próprias orações. 
Aquela pessoa nunca mais quero ver. 
Da casa saíram as crianças. 
Da igreja estava ele na frente. 
 
 Por desvinculação de termo 
Anacoluto: é a quebra da estrutura normal da frase 
a fim de introduzir nova palavra sem ligação sintática 
com as demais. 
Minha vida, tudo sem importância. 
Eu, eles diziam que a culpa era minha. 
 
 Por omissão de termo 
Assíndeto: ausência da conjunção entre palavras ou 
entre orações de um período. 
Nunca tivemos glória, amores, dinheiro, perdão. 
Vim, vi, venci. 
 
Elipse: É a omissão de palavra ou expressão que 
pode ser facilmente subentendida. 
Requer-se seja intimado. 
Toda a cidade parada por causa do calor. 
 
Zeugma: é um tipo de elipse. Ocorre zeugma 
quando duas orações compartilham o termo omitido, 
isto é, quando o termo omitido é o mesmo que 
aparece na oração anterior. Exemplos: 
 Na terra dele só havia mato; na minha, só prédios. 
Meus primos conheciam todos. Eu, poucos. 
 
Concurseiro Mossoroense. 
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III – Figuras de Pensamento 
 
Antítese: aproximação de idéias de sentidos 
opostos. 
Tinha na alma um herói e um covarde. 
Eufemismo: emprego de palavra ou expressão com 
objetivo de amenizar alguma verdade triste, 
chocante ou desagradável. 
Ele foi desta para melhor. 
 
Paradoxo ou oxímoro: é o emprego de duas idéias 
antagônicas, que se excluem mutuamente, mas que 
aparecem em uma mesma frase. 
“Amor é fogo que arde sem se ver; 
é ferida que dói e não se sente” (Camões) 
"Estou cego e vejo " (Carlos Drummond de Andrade) 
 
Hipérbole: exagero proposital. 
Estou morrendo de alegria. Chorou um rio de 
lágrimas. 
 
Ironia: forma intencional de dizer o contrário do que 
pensamos. 
Ele era fino e educado (comeu como um porco), 
além de ser gentil (nem disse obrigado). 
 
Personificação ou prosopopéia: É dar a vida ao 
seres inanimados ou dar características humanas aos 
animais e objetos. 
A formiga disse que tinha de trabalhar 
A vida ensinou-me a ser humilde. 
 
Silepse: é a concordância que se faz com a idéia, e 
não com a palavra expressa. Há três tipos: 
 de gênero: Vossa Santidade será 
homenageado. 
 de pessoa: Os brasileiros somos massacrados. 
 de número: Havia muita gente na rua, corriam 
desesperadamente. 
 
Apóstrofe: invocação ou interpelação de ouvinte ou 
leitor, seres reais ou imaginários, presentes ou 
ausentes. Também é conhecido como vocativo. 
Ó Deus! Mereço tanto sofrimento? 
Tenha piedade, Senhor, de seus filhos. 
 
Gradação: aumento ou diminuição gradual. 
A paixão crescia, amadurecia, vingava... 
 
01 – Ano: 2017 | Banca: COPESE – UFJF | Órgão: 
UFJF | Prova: Técnico de Tecnologia da Informação 
 
Ler devia ser proibido 
(Guiomar de Gramont*) 
 A pensar a fundo na questão, eu diria que ler 
devia ser proibido. Afinal decontas, ler faz muito mal 
às pessoas: acorda os homens para realidades 
impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o 
mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura 
induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar 
que lhe fora destinado no corpo social. Não me 
deixam mentir os exemplos de Don Quixote e 
Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler 
aventuras de cavalheiros que jamais existiram, 
meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de 
reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha 
a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma 
Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e 
bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e 
amores cortesãos. 
 Ler realmente não faz bem. A criança que lê 
pode se tornar um adulto perigoso, inconformado 
com os problemas do mundo, induzido a crer que 
tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a 
leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o 
homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria 
feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a 
leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade 
quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem 
procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação. 
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do 
prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de 
Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, 
na maior parte dos casos, o que necessita é apenas 
executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que 
dele esperam e nada mais? 
 Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com 
que o homem crie atalhos para caminhos que devem 
necessariamente ser longos. Ler pode gerar a 
invenção. Pode estimular a imaginação de forma a 
levar o ser humano além do que lhe é devido. Além 
disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a 
fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos 
fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. 
Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um 
punhado de pó em movimento. Que há algo a 
descobrir. Há horizontes para além das montanhas, 
há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais 
percebidas. 
 É preciso desconfiar desse pendor para o 
absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades 
cruas. 
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não 
leiam para os seus filhos, podem levá-los a 
desenvolver esse gosto pela aventura e pela 
descoberta que fez do homem um animal diferente. 
Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem 
noção de progresso e civilização, mas tampouco sem 
conhecer guerras, destruição, violência. Professores, 
não contem histórias, podem estimular uma 
curiosidade indesejável em seres que a vida destinou 
para a repetição e para o trabalho duro. 
 Ler pode ser um problema, pode gerar seres 
humanos conscientes demais dos seus direitos 
políticos, em um mundo administrado, onde ser livre 
não passa de uma ficção sem nenhuma 
verossimilhança. Seria impossível controlar e 
organizar a sociedade se todos os seres humanos 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
12 
 
soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a 
articular bem suas demandas, a fincar sua posição no 
mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de 
conquista de sua liberdade. 
 O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez 
mais as pessoas leem por razões utilitárias: para 
compreender formulários, contratos, bulas de 
remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, 
um dos pequenos cancros da civilização 
contemporânea. Bastaria um livro para que todos se 
vissem magicamente transportados para outras 
dimensões, menos incômodas. É esse o tapete 
mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. 
Para o homem que lê, não há fronteiras, não há 
cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo 
do que a leitura? 
 É preciso compreender que ler para se 
enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser 
um privilégio concedido apenas a alguns, jamais 
àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou 
manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da 
alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer 
um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder 
é para poucos. Para obedecer, não é preciso 
enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. 
Para executar ordens, a palavra é inútil. 
 Além disso, a leitura promove a comunicação de 
dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é 
obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e 
público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os 
indivíduos, porque os faz identificar sua história a 
outras histórias. Torna-os capazes de compreender e 
aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser 
proibida. 
 Ler pode tornar o homem perigosamente 
humano. 
Publicado originalmente em: A formação do leitor: pontos de vista. 
Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999. 
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes 
da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) 
 
Atente para as frases a seguir: 
“Sem leitura, ele morreria feliz, ignorante dos 
grilhões que o encerram.” 
“Além disso, o livro estimula os sonhos, a 
imaginação, a fantasia.” 
 
Os enunciados apresentam, respectivamente, os 
seguintes recursos estilísticos: 
a) Eufemismo e metáfora. 
b) Ironia e metonímia. 
c) Metonímia e ironia. 
d) Personificação e metáfora. 
e) Hipérbole e ironia. 
 
02 – Ano: 2017 | Banca: CONSULPLAN | Órgão: TRF 
- 2ª REGIÃO | Prova: Analista Judiciário - Área 
Administrativa 
 
 
Texto para responder à questão. 
 
* Final do romance “Vidas Secas” que narra a 
família de Fabiano, mais uma vez, se retirando 
para algum outro lugar, em virtude da seca: 
 
 Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se 
foi esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno, 
o que parecia difícil a Fabiano, criado solto no mato. 
Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam 
depois para uma cidade, e os meninos frequentariam 
escolas, seriam diferentes deles. Sinhá Vitória 
esquentava-se. Fabiano ria, tinha desejo de esfregar 
as mãos agarradas à boca do saco e à coronha da 
espingarda de pederneira. 
 Não sentia a espingarda, o saco, as pedras 
miúdas que lhe entravam nas alpercatas, o cheiro de 
carniças que empestavam o caminho. As palavras de 
Sinhá Vitória encantavam-no. 
 Iriam para diante, alcançariam uma terra 
desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava 
nessa terra, porque não sabia como ela era nem 
onde era. Repetia docilmente as palavras de Sinhá 
Vitória, as palavras que Sinhá Vitória murmurava 
porque tinha confiança nele. E andavam para o sul, 
metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de 
pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo 
coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, 
acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-
se como Baleia. Que iriam fazer? 
 Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma 
terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. 
E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O 
sertão mandaria para a cidade homens fortes, 
brutos, como Fabiano, Sinhá Vitoria e os dois 
meninos. 
(Vidas Secas, Graciliano Ramos.) 
 
Em “Eles dois velhinhos, acabando-se como 
uns cachorros, inúteis, acabando-se como 
Baleia.” (3°§) a construção apresentada é feita 
empregando-se, como recurso linguístico, 
a) a evidência de oposição estabelecida através de 
uma relação comparativa entre elementos distintos. 
b) uma palavra em sentido figurado, baseando-se em 
uma comparação subentendida entre dois termos. 
c) o exagero do sentido com o objetivo de conferir 
ênfase à informação apresentada, constituindo uma 
variação de metáfora. 
d) uma relação de semelhança entre dois termos 
atribuindo características de um a outro por meio de 
um elemento comparativo explícito. 
 
03 – Ano: 2017 | Banca: IBFC | Órgão: AGERBA | 
Prova: Técnico em Regulação 
 
Primeira classe 
(Moacyr Scliar) 
 Durante anos, o homem teve um sonho: queria 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes,durante e depois do edital. 
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13 
 
viajar de avião na primeira classe. Na classe 
econômica, ele, executivo de uma empresa 
multinacional, era um passageiro habitual; e, quando 
via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, 
quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que 
lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa 
disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida, 
chegou a um cargo de chefa que, entre outras 
coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos. 
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde 
acabara de concluir um importante negócio, para 
Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu 
sonho estava se realizando. Tudo era exatamente 
como ele imaginava: coquetéis de excelente 
quantidade, um jantar que em qualquer lugar seria 
considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o 
lugar a seu lado estava vazio. 
 Ou pelo menos estava no começo do voo. No 
meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que 
o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um 
intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que algo 
anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no 
corredor, chorando e se lamentando. Explicável: a 
passageira a seu lado estava morta. A tripulação 
optara por colocá-la na primeira classe exatamente 
porque, naquela parte do avião, havia menos gente. 
Sua primeira reação foi exigir que removessem o 
cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas, seria 
muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto 
a seu lado horrorizava-o. Não havendo outros lugares 
vagos na primeira classe, só lhe restava uma 
alternativa: levantou-se e foi para a classe 
econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, 
ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade, ele tinha 
recebido, ainda que por acaso, um downgrade. 
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois 
que se experimenta a primeira classe, nada mais 
serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, 
dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os 
parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um 
deles, que se identificou como filho da senhora: 
“Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só 
conseguiu morta graças à sua compreensão. Deus 
lhe recompensará”. 
 Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele 
sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira 
classe. E sem óbitos durante o voo. 
 
No último parágrafo, o trecho “Que tem seu 
lugar garantido no céu” ilustra uma figura de 
linguagem conhecida como: 
a) hipérbole. 
b) personificação. 
c) metonímia. 
d) eufemismo. 
e) comparação. 
 
04 – Ano: 2017 | Banca: IBADE | Órgão: Prefeitura 
de Rio Branco – AC | Prova: Nutricionista 
Texto para responder à questão. 
 
Uma estranha descoberta 
 Lá dentro viu dependurados compridos casacos 
de peles. Lúcia gostava muito do cheiro e do contato 
das peles. Pulou para dentro e se meteu entre os 
casacos, deixando que eles lhe afagassem o rosto. 
Não fechou a porta, naturalmente: sabia muito bem 
que seria uma tolice fechar-se dentro de um guarda-
roupa. Foi avançando cada vez mais e descobriu que 
havia uma segunda fila de casacos pendurada atrás 
da primeira. Ali já estava meio escuro, e ela estendia 
os braços, para não bater com a cara no fundo do 
móvel. Deu mais uns passos, esperando sempre 
tocar no fundo com as pontas dos dedos. Mas nada 
encontrava. 
 “Deve ser um guarda-roupa colossal!”, pensou 
Lúcia, avançando ainda mais. De repente notou que 
estava pisando qualquer coisa que se desfazia 
debaixo de seus pés. Seriam outras bolinhas de 
naftalina? Abaixou-se para examinar com as mãos. 
Em vez de achar o fundo liso e duro do guarda-
roupa, encontrou uma coisa macia e fria, que se 
esfarelava nos dedos. “É muito estranho”, pensou, e 
deu mais um ou dois passos. 
 O que agora lhe roçava o rosto e as mãos não 
eram mais as peles macias, mas algo duro, áspero e 
que espetava. 
 – Ora essa! Parecem ramos de árvores! 
 Só então viu que havia uma luz em frente, não a 
dois palmos do nariz, onde deveria estar o fundo do 
guarda-roupa, mas lá longe. Caía-lhe em cima uma 
coisa leve e macia. Um minuto depois, percebeu que 
estava num bosque, à noite, e que havia neve sob os 
seus pés, enquanto outros flocos tombavam do ar. 
 Sentiu-se um pouco assustada, mas, ao mesmo 
tempo, excitada e cheia de curiosidade. Olhando 
para trás, lá no fundo, por entre os troncos sombrios 
das árvores, viu ainda a porta aberta do guarda-
roupa e também distinguiu a sala vazia de onde 
havia saído. Naturalmente, deixara a porta aberta, 
porque bem sabia que é uma estupidez uma pessoa 
fechar-se num guarda-roupa. Lá longe ainda parecia 
divisar a luz do dia. 
 – Se alguma coisa não correr bem, posso 
perfeitamente voltar. 
 E ela começou a avançar devagar sobre a neve, 
na direção da luz distante. 
 Dez minutos depois, chegou lá e viu que se 
tratava de um lampião. O que estaria fazendo um 
lampião no meio de um bosque? Lúcia pensava no 
que deveria fazer, quando ouviu uns pulinhos ligeiros 
e leves que vinham na sua direção. De repente, à luz 
do lampião, surgiu um tipo muito estranho. 
 Era um pouquinho mais alto do que Lúcia e 
levava uma sombrinha branca. Da cintura para 
cima parecia um homem, mas as pernas eram de 
bode (com pelos pretos e acetinados) e, em vez de 
pés, tinha cascos de bode. Tinha também cauda, 
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mas a princípio Lúcia não notou, pois ela descansava 
elegantemente sobre o braço que segurava a 
sombrinha, para não se arrastar pela neve. 
 Trazia um cachecol vermelho de lã enrolado no 
pescoço. Sua pele também era meio avermelhada. A 
cara era estranha, mas simpática, com uma barbicha 
pontuda e cabelos frisados, de onde lhe saíam dois 
chifres, um de cada lado da testa. Na outra mão 
carregava vários embrulhos de papel pardo. Com 
todos aqueles pacotes e coberto de neve, parecia 
que acabava de fazer suas compras de Natal. 
 Era um fauno. Quando viu Lúcia, ficou tão 
espantado que deixou cair os embrulhos. 
 – Ora bolas! - exclamou o fauno. 
 [...] 
LEWIS, C.S. Uma estranha descoberta.In: As Crônicas de Nárnia 
.Tradução de Paulo Mendes Campos. São Paulo: Martins Fontes, 
2005. p.105-6. Volume único. 
 
Em “Pulou para dentro e se meteu entre os casacos, 
deixando que eles lhe afagassem o rosto.” há uma 
figura de linguagem, denominada: 
a) eufemismo. 
b) hipérbole. 
c) catacrese. 
d) prosopopeia. 
e) metonímia. 
 
05 – Ano: 2017 | Banca: MS CONCURSOS | Órgão: 
Prefeitura de Piraúba – MG | Prova: Agente Fiscal 
 
Figuras de linguagem, também chamadas 
figuras de estilo, são recursos especiais de que 
se vale quem fala ou escreve, para comunicar à 
expressão mais força e colorido, intensidade e 
beleza. Sendo assim, assinale a alternativa 
onde temos uma figura de linguagem chamada 
metáfora: 
a) O rei dos animais foi generoso.(= leão). 
b) As derrotas e as desilusões são amargas. 
c) Foi o que vi com os meus próprios olhos. 
d) Chorou rios de lágrimas. 
 
GABARITO 
01 – B 02 – D 03 – D 04 – D 05 – B 
 
AULA 03 
 
CRASE 
 
 A língua portuguesa é, frente a diversas outras, 
uma língua majoritariamente vocálica. Por isso, é 
normal que duas vogais se encontrem na construção 
de uma palavra ou de um texto. Mas e quando elas 
são iguais. É isso o que acontece com o a 
preposição com o a artigo ou de início de alguns 
pronomes, entre outras situações. A esse fenômeno 
damos o nome de crase. Crase vem do grego 
(crasis) e significa junção, fusão. Esse fenômeno 
gramatical é indicado pelo acento grave (`, virado à 
esquerda). O entendimento do fenômeno é muito 
simples, contudo precisamos ter atenção com suas 
regras de ocorrência e principalmente às exceções. 
Vejamos: 
 
 Regra 1: ocorrerá crase quando o termo 
regente pedir preposição “a” e o termo regido aceitar 
o artigo definido feminino “a”. Vejamos: 
 
Comprei flores à namorada 
Quem compra, compra 
algo a (preposição)alguém 
a (artigo definido 
feminino) namorada. = 
crase!!! 
 
Vamos à praia. 
Quem vai, vai a 
(preposição) algum lugar 
a (artigo definido 
feminino) praia. = 
crase!!! 
 
Bizu!!! – Nos casos acima, perceba que um macete 
muito simples de detectar a obrigatoriedade do 
fenômeno da crase é o de promover a troca do 
termo regido feminino por um masculino correlato. 
Veja: 
– Comprei flores ao namorado 
– Vamos ao mercado 
Aparecendo “ao” (preposição + artigo masculino 
definido), deve ocorrer a crase na situação 
envolvendo o gênero feminino. 
 
 Regra 2: ocorrerá crase se o termo regente 
exige preposição “a” e o termo regido é um pronome 
demonstrativo a, aquele(s), aquela(s), aquilo, 
não importando, neste caso, o gênero do termo 
regido. 
 
Refiro-me 
àquilo de que falei 
ontem 
Quem se refere, refere-se 
a (preposição) algo 
aquilo (pronome 
demonstrativo) 
= crase!!! 
 
Essa casa é semelhante 
à que vimos no outro 
local. 
Quem vai, vai a 
(preposição) algum lugar 
a (pronome 
demonstrativo, 
retoma casa) = 
crase!!! 
 
É interessante pontuar que no uso dos 
demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo é 
possível tanto usar a preposição separada (a aquilo 
de que falei ontem) como a preposição craseada com 
o pronome (vide exemplo). 
 
 Regra 3: ocorrerá crase em locuções 
adverbiais, adjetivas, conjuntivas e prepositivas em 
que o núcleo dessa locução for uma palavra 
feminina. As principais locuções são: 
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 Às pressas 
 À medida que 
 À tarde 
 Às claras 
 Às ocultas 
 À noite 
 À vontade 
 À beça 
 Às avessas 
 À revelia 
 À direita 
 À esquerda 
 À procura 
 À luz 
 À toa 
 À deriva 
 À frente de 
 À proporção que 
 À beira de 
 À semelhança de 
 Às vezes 
 Entre vários outros 
 
 Crase facultativa: a indicação do fenômeno da 
crase será opcional, portanto estilístico, quando 
anteceder os pronomes possessivos minha, tua, 
sua, nossa e vossa (e suas respectivas flexões 
plurais) e quando suceder a preposição até. 
 
A aluna não assistia a/à sua aula atentamente 
Quem se assiste 
(observar), assiste a 
(preposição) algo 
a sua (artigo + pron. 
possessivo) / sua (pron. 
possessivo) 
= crase facultativa!!! 
 
O motorista dirigiu até as/às 10h da noite. 
Preposição até 
a depois de até = crase 
facultativa!!! 
 
 Casos em que NÃO ocorre crase: 
 
– Diante de substantivos 
masculinos 
Escreveu o poema a 
lápis. 
 
Selou o saco a 
vácuo. 
– Diante de verbos 
Estavam a namorar. 
 
O réu nada tem a 
dizer. 
– Diante de pronomes e 
de expressões de 
tratamento (exceto os 
que se referem à mulher: 
senhora, senhorita, 
madame, dona) 
Parabéns a você. 
 
Entreguei flores a 
vossa senhoria. 
 
Parabéns à 
madame. 
 
Entreguei flores à 
senhorita. 
– Diante de numerais 
cardinais 
Chegou a quarenta 
o número de 
resgatados. 
 
Daqui a dois dias 
acontecerá a festa. 
– Entre palavras 
repetidas no adjunto 
adverbial formando 
expressão 
Tiveram uma 
conversa tete a tete. 
 
Competiram palmo 
a palmo 
– Em situações de 
singular + plural 
Não vou a missas. 
 
Não cedo a 
pressões. 
 
 Casos interessantes: 
 Palavra “distância”: Quando a palavra 
“distância” vier especificada, usa-se a crase. Se não 
houver especificação, a crase é invalidada. Vejamos 
Ex. 1: A casa fica à distância de 5km daqui. 
Ex. 2: Foi reconhecido a distância. 
 
 Nomes geográficos: Não há crase, a menos 
que haja modificação por elemento restritivo ou 
qualitativo em relação às cidades. 
Ex. 1: Bem-vindos a Paris 
Ex. 2: Bem-vindos à Paris-Luz 
Ex. 3: Fui a Roma 
Ex. 4: Fui à Roma Antiga 
 
Já no caso dos estados brasileiros, apenas Bahia e 
Paraíba recebem crase: 
 
Ex. 1: Bem-vindos à Bahia. 
Ex. 2: Fui à Paraíba e a Sergipe. 
 
Por fim, em relação a países, alguns aceitam crase e 
outros não. Vejamos a tabelinha didática. 
ACEITAM NÃO ACEITAM 
Fui à Índia* Fui a Portugal 
Fui à Rússia* Fui a Angola 
Fui à Venezuela* Fui a Moçambique 
Fui à Espanha Fui a Israel 
Fui à Holanda Fui a El Salvador 
Fui à Inglaterra Fui a Liechtenstein 
*Casos de crase obrigatória 
 
 Antes de expressões adverbiais 
subentendidas: Usa-se obrigatoriamente crase, se 
a expressão subentendida puder ter núcleo feminino. 
Veja que interessante: 
Ex. 1: Fez um gol à Neymar. (à moda de) 
Ex. 2: Arroz à grega. (à la) 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
 
01 – Ano: 2017 | Banca: Fundação La Salle | Órgão: 
SUSEPE-RS | Prova: Agente Penitenciário (Superior) 
 
 
 
Moradores fixam placas em ruas no RS para 
avisar sobre furtos e assaltos 
 
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47 
48 
49 
Moradores de duas das principais cidades do 
Rio Grande do Sul fixaram placas para 
denunciar o perigo em regiões onde acontecem 
crimes. A iniciativa, registrada em Porto Alegre 
e em Caxias do Sul, na Serra, tem como 
objetivo alertar quem passa por locais onde já 
ocorreram furtos e assaltos. 
Uma placa amarela fixada na parede de um 
prédio na Travessa Cauduro no Bairro Bom Fim, 
Região Central de Porto Alegre, alerta que os 
carros estacionados na região costumam ser 
arrombados. A professora Mariú Jardim 
concorda com o aviso. 
"Quase todos os dias, sempre há assalto. E o 
pior,____mão armada", diz a moradora. 
O DJ Jonathan Trevisan conta que um colega 
teve o carro roubado em frente ao prédio onde 
mora. "O cara estava com a arma no peito dele. 
O outro percebeu que eu estava na janela, 
apontou a arma para mim e me mandou entrar 
e ficar quieto", conta. 
No Centro da capital, a Rua Chaves Barcellos 
também virou alvo dos bandidos, de acordo 
com o relato de quem vive ou trabalha na 
região. "Não____para deixar dinheiro na bolsa, 
celular também, _______ eles sempre estão 
pegando", conta a atendente Natália Cristiane 
dos Santos. 
Escrito à mão em um pedaço de papelão fixado 
em um poste, um pedido deixado por um 
comerciante mostra que a situação chegou ao 
limite: "Prezados ladrões, peço a gentileza de 
respeitar esta rua". 
A Brigada Militar diz que planeja aperfeiçoar o 
uso de um aplicativo de cellular para receber 
informações da comunidade, segundo o 
comandante interino do 9º Batalhão, major 
Macarthur Vilanova. "A comunidade que está no 
terreno, que está vivenciando o dia a dia da sua 
área, do seu bairro, nos informa coisas que a 
polícia às vezes não enxerga, pontos em que os 
delinquentes estão se concentrando, locais mais 
vulneráveis e horários", explica. 
Em Caxias do Sul, na Serra gaúcha, uma placa 
próxima ____ uma das principais universidades 
da cidade diz que lá há um alto índice de 
arrombamento de veículos. O empresário 
Mateus Pasquali conta ter idealizado ____ 
iniciativa após encontrar pelo chão material 
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que, segundo ele acredita, foi furtado dos 
carros estacionados. 
"Já recolhi jaleco de funcionário e de estagiário 
do hospital geral. Muitas vezes, alguma capa de 
câmera fotográfica, porque acho que a câmera 
acabaram furtando. E como isso se repete há 
alguns meses, desde dezembro eu venho 
acompanhando, eu e um funcionário que 
trabalha comigo tomamos a atitude de produzir 
essa placa e colocarmos aí para tentar evitar 
que o pessoal estacione nesse ponto", conta. 
A Brigada Militar pede que as vítimas registrem 
as ocorrências. "Não temos nenhum registro do 
ano passado e até agora, em janeiro de 2017, 
também não temos registro, então é importante 
que as pessoas registrem os furtos e roubos de 
veículos porque ________ disso que a Brigada 
Militar faz seu planejamento", diz osubcomandante do 12° Batalhão da cidade 
gaúcha, major Emerson Ubirajara. 
Disponível em <http://g1.globo.eom/rs/rio-grande-do-
sul/noticia/2017/02/moradores-fixam-placas-em-ruas-no-rs-para-
avisar-sobre-furtose-assaltos.html>. 
 
Considerando o emprego do sinal indicativo de 
crase, assinale a alternativa que preenche, 
correta e respectivamente, as lacunas das 
linhas 15, 45 e 49. 
a) à - à - a 
b) à - a - a 
c) a - à - à 
d) à - à - à 
e) a - a - a 
 
02 – Ano: 2017 | Banca: FUNDEP (Gestão de 
Concursos) | Órgão: UFVJM-MG | Prova: 
Administrador 
 
Releia o trecho a seguir. 
“Somos bons reconhecedores de fisionomias, porque 
essa habilidade foi essencial à sobrevivência.” 
 
Em relação ao uso do acento indicativo de crase 
nesse trecho, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Sinaliza a contração de um artigo e uma 
preposição. 
b) O acento é obrigatório 
c) É regido pelo adjetivo “essencial”. 
d) Indica que o substantivo “sobrevivência” está 
sendo usado em sentido genérico. 
 
03 – Ano: 2017 | Banca: IADES | Órgão: CRF – DF | 
Prova: Assistente Administrativo 
 
 
 
 
 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
17 
 
 
TEXTO 2 
 
Todas as alternativas a seguir apresentam um trecho 
extraído do texto, seguido de uma proposta de nova 
redação. Entretanto, em apenas uma delas, a 
substituição de um fragmento pelo outro seria 
possível, pois preservaria o sentido original e estaria 
em conformidade com as regras prescritas pela 
norma-padrão acerca da colocação pronominal, da 
regência e do uso do sinal indicativo de crase. 
Assinale essa alternativa. 
a) “Faz bem contar com um farmacêutico” / Faz 
bem à qualquer pessoa ter à sua disposição um 
farmacêutico. 
b) “Faz bem contar com um farmacêutico” / Se 
prejudica a si mesmo quem não conta com um 
farmacêutico. 
c) “Ele é um profissional indispensável” / Ele é um 
profissional que não pode-se dispensar. 
d) “(...) no cuidado com a sua saúde” / no cuidado 
que se dispensa a sua saúde. 
e) “(...) e está sempre perto de você” / e sempre 
encontra-se próximo à você. 
 
04 – Ano: 2017 | Banca: FEPESE | Órgão: CIDASC | 
Prova: Auxiliar Operacional 
Leia o excerto abaixo. Ele faz parte da crônica “A 
outra noite” de Rubem Braga. 
 
A outra noite. 
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma 
noite de vento sul e chuva, tanto lá como 
aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um 
amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que 
lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, 
de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a 
cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de 
sonho, alvas, uma paisagem irreal. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) As palavras: “chapéus, ideia, glúten, tábua, papéis 
e leem” não apresentam erro quanto à acentuação 
gráfica. 
b) A crase na expressão “Fui à São Paulo” é optativa, 
assim o autor optou por não usar. 
c) As palavras “lá” e “além” possuem a mesma 
justificativa para receberem acento gráfico. 
d) As nuvens estavam pouco espessas e permitiam 
ao narrador visualizar o céu acima delas. 
e) As palavras “Copacabana, paisagem e enluaradas” 
são proparoxítonas. 
 
05 – Ano: 2017 | Banca: COPESE – UFJF | Órgão: 
UFJF | Prova: Técnico de Tecnologia da Informação 
 
Leia atentamente as frases abaixo: 
I . Fiz um apelo à minha colega de trabalho. 
II . Escrevi um longo e-mail à Lúcia. 
III . Ler faz muito mal às pessoas. 
IV . A leitura induz à loucura. 
Tendo em vista as regras de uso do sinal indicativo 
de crase, marque a alternativa CORRETA: 
a) O uso da crase é obrigatório em todas as frases. 
b) O uso da crase é facultativo em todas as frases. 
c) O uso da crase é facultativo nas frases I e III. 
d) O uso da crase é obrigatório nas frases II e IV. 
e) O uso da crase é facultativo nas frases I e II. 
 
GABARITO 
01 – B 02 – D 03 – D 04 – A 05 – E 
 
AULA 04 
 
DA ORAÇÃO E DO PERÍODO 
 
SINTAXE DA ORAÇÃO 
1. Sujeito e predicado 
Sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do 
predicado e com o qual o verbo concorda. predicado: 
termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito. 
Ex.: As andorinhas voavam em festa. sujeito 
predicado 
 
2. Tipos de sujeito
 
Determinado: o predicado se refere a um termo 
explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode 
ser explicitado.
Ex.: A noite chegou fria.
O sujeito 
determinado pode ser: 
– Simples: tem só um núcleo: Ex.: A caravana 
passa.
 
– Composto: tem mais de um núcleo: Ex.: A água 
e o fogo não coexistem. 
 
Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer 
elemento explícito na frase, nem é possível identificá-
lo pelo contexto.
Ex.: Falaram de você.
 (?) Falou-
se de você. 
 
Concurseiro Mossoroense. 
Com você antes, durante e depois do edital. 
(84) 9.9862-1117 
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Inexistente: o predicado não se refere a elemento 
algum. Ex.: Choverá amanhã.
Ex.: Haverá 
reclamações.
Ex.: Faz quinze dias que vem 
chovendo. 
 

 3. Termos ligados ao verbo 
Objeto direto: completa o sentido do verbo sem 
preposição obrigatória. Ex.: Os pássaros fazem seus 
ninhos. 
 
Objeto indireto: completa o sentido do verbo por 
meio de preposição obrigatória. Ex.: A decisão cabe 
ao diretor. 
 
Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para 
completá-lo, mas para indicar circunstância em que 
ocorre a ação. Ex.: O cortejo seguia pelas ruas. 
 
Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo 
por meio de preposição para indicar quem executou 
a ação. O fogo foi apagado pela água. 
 
4. Termos ligados ao nome
 
Adjunto adnominal: caracteriza o nome a que se 
refere sem a mediação de verbo. Ex.: As fortes 
chuvas de verão estão caindo. 
 
Predicativo: caracteriza o nome a que se refere 
sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito 
e do objeto. Ex.: As ruas dormiam quietas . 
 suj. pred. suj. 
 
Ex.: Os juízes consideram injusto o resultado. 
 pred. obj. obj. dir. 
 
Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a 
um nome para identificá-lo. O aposto é sempre um 
equivalente do nome a que se refere.
Ex.: O tempo, 
inimigo impiedoso, foge apressado. 
 
Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de 
preposição obrigatória e indica o alvo sobre o qual se 
projeta a ação. Ex.: Procederam à remoção das 
pedras. 
 
5. Vocativo 
Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz 
um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite a 
anteposição da interjeição “ó”. Ex.: Amigos, eu os 
convido a sentar. 
 
SINTAXE DO PERÍODO
 
1. Orações subordinadas substantivas 
São aquelas que desempenham a mesma função 
sintática do substantivo. Podem ser: 
a) Subjetiva: exerce a função de sujeito do verbo da 
oração principal. Ex.: É necessário que você 
volte.
Ex.: Conta-se que havia antigamente um rei. 
Ex.: Convém que lutemos. 
 
b) Objetiva direta: exerce a função de objeto direto 
da oração principal. Ex.: Eu desejava que você 
voltasse.
Ex.: O professor deseja que seus alunos 
sejam bem sucedidos nos exames. 
 
c) Objetiva indireta: exerce a função de objeto 
indireto do verbo principal. Ex.: Não gostaram de 
que você viesse.
Ex.: Ansiávamos por que ele 
terminasse a perigosa aventura. 
d) Predicativa: exerce a função de predicativo. Ex.: A 
verdade é que ninguém se omitiu.
Ex.: Os meus 
votos são que triunfes. 
e) Completiva nominal: desempenha a função de 
complemento nominal. Ex.: Não tínhamos dúvida de 
que o resultado seria bom.
Ex.: Carlos fez 
referência a que eu o acompanhasse. 
f) Apositiva: desempenha a função de aposto em 
relação a um nome, geralmente vem depois de dois 
pontos ou, em casos mais raros, de vírgula (ou entre 
vírgulas).
Ex.: Só nos disseram uma coisa: que nos 
afastássemos. Ex.: Aquele grande sonho, que o filho 
volte, continua a acalentar as esperanças da mãe. 
 
2. Orações subordinadas adjetivas 
São aquelas que desempenham função sintática

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