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Direito Ambiental - Definições, Espécies do meio, Formas de Proteção ao patrimonio cultural e Analise do art. 225 CF.

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Direito ambiental
Ecobiose: interação dos seres vivos com o ambiente
Alelobiose: relacionamento dos seres vivos entre si. Quando o relacionamento é entre indivíduos da mesma espécie denominamos de cenobiose. Quando é entre indivíduos de especie diferente denominamos aloibiose.
Habitat: local onde a espécie pode ser encontrada.
Nicho ecologico: função que a espécie desempenha em seu habitat. É a profissão. O Nicho informa do que se alimenta, como reproduz, etc. Ex: o Leão atua como predador devorando zebras.
Princípio de Gause: Diz respeito ao processo de competição inter específica que acontece quando duas espécies diferentes habitam um mesmo ambiente e tem nichos muito semelhantes. Assim duas espécies não podem ocupar um mesmo nicho por muito tempo, uma delas irá sempre prevalecer pois é mais adaptada àquele habitat.
Biótopo: Área física na qual determinada comunidade vive. Ex: habitat das piranhas é água doce.
Ecótono: zona de transição entre duas comunidades ou ecossistemas. Nessas áreas encontra-se muitos nichos e muitas espécies. 
Ipso-facto: é o artefato típico que caracteriza a espécie. Ex: colmeia – abelha
Meio ambiente: é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biologica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Preservação: visa à integridade. O termo se refere a intocabilidade. A preservação se faz necessária quando há risco de perda da biodiversidade.
Conservação: significa proteção de recursos naturais, com utilização racional, garantindo sua sustentabilidade e existência para gerações futuras.
Recursos naturais: são bens da natureza que estão à disposição do homem e que são usandos para sua sobrevivência, bem-estar e conforto. Os recursos renováveis são aqueles repostos de forma espontânea pela natureza, como a energia do sol, água, ar. Os não renováveis são aqueles que quando extraídos ou utilizados por um período determinado de tempo, não se regeram naturalmente, como o petróleo. 
O solo é um recurso potencialmente renovável- necessita de cuidados para que mantenha a fertilidade.
Dinâmica interna e externa: são fatores de mudança de relevo. Os internos são vindos da ação de dentro das camadas da terra e os externos são oriundos de fatores como chuva, ventos e rios.
Internos: tectanismo, vulcanismo e abalos sísmicos. 
Externos: gelo, água, vento.
Acessões naturais: Aquisição originária da propriedade, algo novo que afeta ao seu redor. Pertence ao dono tudo o que a esta acrescer por efeitos da natureza. Ex: formação de ilha.
Aluvião: ocorre quando se forma acréscimos ou sedimentações de forma imperceptível, lenta e gradual por depósitos e aterros naturais ao longo das margens correntes ou pelo desvio das águas. Este acréscimo pertence aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. 
Avulsão: Incorporação violenta que normalmente decorre do deslocamento de área de um imóvel a outro. Também ocorre quando por força da natural e violenta, um porção de terra se deslocar de um prédio e se juntas a outro. O dono do prédio acrescido adquirirá a propriedade do acréscimo se indenizar o dono do prédio que perdeu a porção de terra ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Abandono de alveo (leito do rio): ocorre quando o leito do rio muda de direção em função da corrente, pertencendo a nova porção aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem quem tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do alveo.
Espécie de meio:
Meio ambiente natural: 225, CF – formados por todos os elementos da natureza, não dependem da interação humana para existir. Água, terra, fauna, flora.
Meio ambiente artificial: 182, CF- elementos criados pelo ser humano na interação com a natureza. Construção de avenidas, praças. 
Meio ambiente do trabalho: 200, CF – local onde o ser humano desenvolve sua atividade com segurança e dignidade.
Meio ambiente cultural: 216,CF – elementos criados ou utilizados pelo homem. Possuem calor histórico e cultural. Igrejas,danças. 
Formas de proteção ao patrimônio cultural:
Tombamento: procedimento administrativo por meio do qual o Poder Público sujeita alguns bens a restrições pois a proteção e conservação são de interesse da coletividade. A restrição é parcial. Protege bem materiais (igreja, centro histórico). Em regra não gera direito a indenização, no entanto, se demonstrado prejuízo do proprietário, haverá obrigação de indenizar.
Registro: instrumento de proteção de bens culturais imateriais. Significa a identificação e produção de conhecimento sobre o bem. (Siriri, cururu, comidas tradicionais).
Inventário: relacionar os bens que existem no local. Quantidade peças do museu.
Vigilância: poder de polícia. Câmera de vigilância, guardas.
Desapropriação: meio radical e coativo do estado. A opção pela desapropriação deve ocorrer quando o uso de outros instrumentos para a proteção do bem se mostrar dificultosa. Em regra o particular será indenizado.
Análise do artigo 225:
Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações. 
Meio ambiente ecologicamente equilibrado é a norma matriz. É o bem jurídico imaterial de constitui o objeto de direito que trata a CF. É a conservação de todas as formas de vida. Qualquer dano ao meio ambiente agride o equilíbrio ecológico, e assim, uma eventual reparação deve ter em conta a recuperação desse mesmo equilíbrio. 
Norma de efetivação ( de garantia) da norma matriz esta no parágrafo primeiro do art 225 e seus incisos.
Norma de situação específica- paragrafos segundo ao sexto – 225, CF
Todos tem direito... – engloba nacionais e estrangeiros que moram ou estejam de passagem no País. 
Bem de uso comum do povo- não é a mesma classificação do direito administrativo e civil. É o tipo de bem cuja titularidade pertence ao povo.
A responsabilidade por danos praticados ao meio ambiente não é exclusiva do Estado, mas atribui-se a qualquer um que praticar os atos lesivos. (Responsabilidade civil objetiva).
Não se permite a desafetação.
Macrobem: meio ambiente como um todo, equilíbrio ecológico, indivisível, indispensável, incorpóreo e imaterial. Equilíbrio ecológico. 
Microbem: elementos ambientais considerados de forma isolada, como fauna, flora, água. Pode ser apropriado 
Impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defender ou preservar.
O Poder público não é dono, é tão somente o gestor. Impõe-se a todos num caráter eminentemente solidário e participativo.
Biocentrismo- o meio ambiente e seus elementos possuem uma importância fundada em sua própria existência. A natureza é o grande referencial. O homem é mero detalhe.
Antropocentrismo: o Homem é o ser mais importante da natureza, e deverá cuidar dos demais seres apenas quando lhe for útil. 
Atualmente evoluímos para o antropocentrismo alargado – direitos ambientas junto ao homem.
Ecocentrismo: trata-se de uma linha politica de filosofia ecologica que apresenta um sistema de valores centrados Na natureza. (Bioticos e abioticos) Todas as formas de vida são importantes.
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;             
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos,sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;                 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;             
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.             
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.               
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.

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