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1 
 
 
Elementos do Direito Penal 
 
 
 
Aula 02 
 
 
 
 
 
Romulo Quenehen 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO 
“Tempus regit actum” 
A expressão “Tempus regit actum” é uma expressão latina usada em 
direito que identifica o princípio da irretroatividade. O réu deverá ser julgado em 
atenção à lei em vigor no momento do delito. Há exceção, como é o caso da 
retroatividade benéfica, no qual o réu deverá ser beneficiado. Exemplo: O réu é 
condenado por determinado crime; anos mais tarde, a lei muda e o ato antes 
considerado criminoso deixa de sê-lo. 
Princípios Norteadores 
Os dois princípios norteadores da aplicação da lei penal no tempo são: 
a) Princípio da legalidade, previsto no artigo 5º, XXXIX, da 
Constituição Federal, e artigo 1º do Código Penal; e o 
b) Princípio da irretroatividade prejudicial ou da retroatividade 
benéfica, previsto no artigo 5º, XL, da Constituição Federal, e artigo 2º do Código 
Penal. 
O Princípio da legalidade é conhecido também como “carta magna do 
direito penal”, porque constitui garantia definitiva contra o poder repressivo do 
Estado. É desse princípio a frase “nullum crimen, nulla poena sine lege anterior”, 
que significa que a ação punitiva do Estado deve respeitar estritamente as 
disposições das leis penais que antecedem a ação criminal. Não há crime sem 
lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. 
No Princípio da retroatividade benéfica, a lei penal não retroagirá, salvo 
para beneficiar o réu. 
 
 
 
 
 
 3 
Conflitos de Leis Penais no Tempo 
A regra geral é a da aplicação da lei vigente quando da prática da conduta 
“tempus regit actum”. As exceções podem ocorrer em cinco situações possíveis: 
a) Abolitio criminis: A lei posterior extingue o crime. Exemplo: o 
adultério deixou de ser considerado crime, a lei posterior beneficia o criminoso. 
b) Novatio legis in mellius: A lei posterior é benéfica à sanção ou à 
forma de seu cumprimento (lex mitior). Exemplo: A lei posterior reduz a pena da 
lei anterior; nesse caso, a lei posterior beneficia o criminoso. 
c) Novatio legis in pejus: A lei posterior é prejudicial. A lei posterior se 
mostra mais rígida em comparação com a lei anterior (lex gravior). Exemplo: É o 
caso da lei que aumenta a pena, nesse caso, não se pode aplicar a lei posterior 
em desfavor do preso. 
d) Novatio legis incriminadora: A lei posterior criminaliza determinada 
conduta que antes não era considerada crime. A lei cria uma nova figura penal. 
e) A lei posterior contém alguns preceitos mais rígidos e outros mais 
brandos. 
Tempo do Crime (art. 4º do CP) 
Aduz o artigo 4º do Código Penal que o crime será considerado praticado 
no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
Exemplo: A atira em B que morre três dias depois. 
Sobre o tempo do crime, há três teorias: 
a) Da atividade: O crime será considerado no momento da ação; é a 
teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro. 
b) Do resultado: O crime será considerado no momento que ocorrer o 
resultado da ação. 
c) Teoria mista ou da ubiquidade: Adota as duas teorias anteriores ao 
mesmo tempo. 
 
 
 4 
É importante não confundir “tempo do crime” com “consumação do crime”. 
O inciso I do artigo 14 do Código Penal esclarece que o crime é considerado 
consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. 
O crime tentado, indicado no inciso II do mesmo artigo, informa que o 
crime é tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente. 
 
Lugar do Crime (art. 6º do CP) 
Art.6º, CP: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação 
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
 
A teoria adotada pelo Código Penal é a da “ubiquidade ou mista”, que 
reúne a teoria da atividade e a do resultado. Será considerado lugar do crime, o 
local onde foi cometida a ação e também onde ocorreu o resultado. 
A teoria da ubiquidade não se aplica nos casos de crimes: 
a) conexos (relacionados entre si); 
b) plurilocais (quando conduta e o resultado ocorrem em comarcas 
diversas; nesse caso, a competência será determinada pelo resultado e, no caso 
de crimes dolosos, pela teoria da atividade); 
c) de infrações penais de menor potencial ofensivo (teoria da 
atividade); 
d) falimentares (foro em que for decretada a falência); 
e) de atos infracionais (crimes ou contravenções praticadas por 
crianças e adolescentes, caso em que será considerada competente a 
autoridade do lugar da ação ou da omissão). 
Em síntese, a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro para o lugar 
do crime é o da “ubiquidade” e o do tempo do crime é o da “atividade”. 
 
 
 5 
Lei Penal no Espaço 
O campo de validade da lei penal é determinado de acordo com os 
princípios da territorialidade e extraterritorialidade. 
 
Territorialidade (art. 5º do CP) 
Aplica-se a lei brasileira ao crime praticado no território nacional 
independente da nacionalidade do autor e da vítima do delito. 
Art. 5º: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e 
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a 
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as 
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente 
ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-
se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
 
Extraterritorialidade (art. 7º do CP) 
O artigo 7º do Código Penal indica os casos em que as leis brasileiras se 
aplicam a fatos praticados fora do território nacional. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
 
 
 6 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam 
julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda 
que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a 
pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não 
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro 
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no 
parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
 
 
 
 
 
 7 
Teoria Adotada no Código Penal Brasileiro (Regras e Exceções) 
Como regra, o código penal adotou o princípio daterritorialidade, no 
entanto, como há exceções, adotou-se o conceito de “territorialidade temperada 
ou mitigada”. 
As exceções são o princípio da personalidade ou da nacionalidade, do 
domicílio, da defesa real ou da proteção, da justiça universal e da representação. 
Inter criminis 
É a etapa percorrida pelo agente para a prática de uma infração penal. Se 
divide em duas fases: 
 Fase interna: cogitação do crime 
 Fase externa: preparação, execução e consumação 
A fase da cogitação ainda está na mente do agente, é neste momento que 
se forma a ideia. Por se tratar de mera ideia, não pode ser alcançada pelo direito 
penal. Não é punível e não existe crime. 
A fase da preparação corresponde aos atos indispensáveis para a prática 
da infração penal. A preparação, assim como a cogitação, geralmente não se 
pune, já que ainda não se iniciou a realização do núcleo do tipo penal. Mas há 
exceções, descritas no próprio código penal, como por exemplo: fabricar 
explosivos ou gás tóxico. 
A fase da execução é aquela em que se inicia a agressão ao bem jurídico, 
por meio da realização do núcleo do tipo penal. Nesta fase já há incidência do 
Direito Penal. 
A consumação ocorre quando nele se reúnem todos os elementos de sua 
definição legal. No homicídio, em que a conduta é “matar alguém”, a 
consumação ocorre com a morte da vítima. 
 
 
 8 
Caso não se consuma a fase da execução por situação alheia à vontade 
do agente (impedido pela polícia), ou não se verifica o resultado (erra o tiro) será 
configurada a conduta como tentativa. 
 
Referências 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. v. 1. 21 
ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
GRECO, Rogério. Curso de direito penal. v. I. 18 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 
2016.

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