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Tarefa Aberta 2 - Resposta 1

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Resposta 1 
 
A alta do PIB de 0,6% no terceiro trimestre foi uma boa surpresa. 
O avanço de 0,6% da economia brasileira no terceiro trimestre, é um número 
acima do esperado pelo mercado, aponta para uma trajetória de recuperação 
da atividade econômica, mas o país ainda está longe de um crescimento 
sustentável. 
De acordo com Armando Castelar, tem sido tão difícil o Brasil se 
recuperar da recessão, por causa de quatro hipóteses, não excludentes entre 
si, são em geral citadas por diferentes analistas para responder a essa 
questão. 
A primeira seria o azar, que fez com que o Brasil sofresse vários 
choques negativos nos últimos três anos. Como por exemplo, a delação da 
JBS, que abortou a reforma da Previdência em 2017 e descarrilou muito da 
agenda legislativa do governo Temer; a greve dos caminhoneiros e as eleições 
de 2018; o acidente de Brumadinho e o resultado eleitoral na Argentina este 
ano. Isso sem falar da guerra comercial e tecnológica entre os EUA e a China, 
que derrubou o crescimento do comércio internacional e do investimento 
corporativo, jogando a indústria de transformação global em contração. 
Já a segunda, uma gestão inadequada da política macroeconômica. 
Como o aumento do gasto público até a economia se recuperar; por exemplo, 
retomando obras públicas paradas. 
O terceiro é o forte aumento da incerteza, que teria começado com a 
própria recessão, avançado com o impeachment, subido com a disputa eleitoral 
e se estabilizado em patamar elevado com a falta de coordenação política 
entre Executivo e Congresso. Pois o processo de reformas, ainda que benéfico 
a médio prazo, é também uma fonte de incerteza enquanto está em discussão. 
Por ultimo, há os que defendem que os avanços dos últimos anos, 
apesar de importantes e necessários, foram insuficientes para criar um 
ambiente econômico em que o setor privado possa florescer e se interessar por 
investir na escala que o país precisa. 
Sendo assim, quem dá maior ênfase à primeira e a segunda hipóteses 
está mais otimista quanto ao desempenho da economia nos próximos anos. 
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/12/03/economia/1575369338_271431.html
Pois, o PIB brasileiro poderia crescer em torno de 2,5% a 3% por alguns anos, 
mesmo sem novas reformas, sendo puxado basicamente pela expansão da 
demanda privada doméstico, que seria alavancada pelos juros baixos e uma 
menor incerteza quanto à sustentabilidade da dívida pública. 
Já os mais alinhados com as outras duas explicações estão mais 
pessimistas. Pois, de um lado, a incerteza não deve diminuir muito. Isso, pois a 
economia mundial está em desaceleração, não há sinal de trégua em relação 
aos protestos em outros países da América Latina, e fora dela (Irã, por 
exemplo), e a guerra comercial dá sinais de que pode se expandir, e não 
retroceder, em 2020. De outro, pois o governo tem conseguido avançar bem 
menos nas reformas microeconômicas do que fez em relação à Previdência. E 
essas podem ficar mais difíceis após o primeiro ano de governo. 
Por fim, as perspectivas de crescimento para o Brasil já vinham caindo 
sistematicamente nas últimas semanas, o movimento tende a se acelerar daqui 
por diante devido aos impactos do novo coronavírus que já chegou a São 
Paulo. 
Sendo assim, será um problema e tanto para o governo, pois pode 
abortar a incipiente recuperação do mercado de trabalho e dificultar o processo 
de combate à pobreza. O país ainda ostenta quase 12 milhões de 
desempregados e cerca de 3,5 milhões de famílias estão na fila de espera do 
Bolsa Família por total falta de renda.

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