Buscar

Caso Concreto 4_PENAL3_PRONTO

Prévia do material em texto

NOME: JULIA MAGALHAES JERONYMO KNEIPP 
MATRÍCULA: 201802209621 
 
DIREITO PENAL III 
Caso Concreto 4 
No dia 13 de outubro de 2016, no decorrer de determinada reunião social, 
acontecida em Copacabana, TONICO, com o nítido propósito de ofender, 
afirmou a diversos amigos que ABRAVANEL, também presente à conversa, 
havia, dois meses antes, tentado covardemente o suicídio, em face de banal 
discussão familiar. Indignado, por não ser o fato verdadeiro, receoso das 
consequências que poderiam advir de tal afirmação no meio social e sentindo-
se moralmente ofendido, ABRAVANEL contratou os serviços profissionais de 
advogado estabelecido nesta Comarca, que, tempestivamente, ofereceu 
QUEIXA CRIME contra TONICO, dando-o como incurso nos artigos 138 e 139, 
na forma do artigo 70, todos do Código Penal. 
PERGUNTA-SE: A capitulação dada pelo advogado do querelante está 
correta? Justifique a sua resposta. 
Resposta: a luz do exposto é possível concluir que Tonico teve sim o dolo de 
macular a honra (atribuir-lhe fato desonroso) de Abravanel, na frente de seus 
colegas cometendo o crime de difamação previsto no artigo 139 do CP, tendo 
em vista que este delito se consuma quando qualquer pessoa toma 
conhecimento de tal fato. Observa-se ainda que mesmo que fosse verdade a 
afirmação de Tonico, ainda sim em nada seria fundada, pois tentar suicídio não 
é um ato tipificado como crime pelo nosso ordenamento jurídico, restando 
impossível a ocorrência do crime de calúnia (Art.138 CP). O único crime 
cometido por TONICO foi o de difamação (Art.139 CP que não necessariamente 
que o fato em questão seja mentira). A luz do exposto é possível concluir-se que 
a capitulação dada pelo advogado do querelante está incorreta, tendo em vista 
que só houve apenas 1 infração penal, afastando então a ocorrência do concurso 
formal perfeito (Art.70 CP), 
Segundo Aníbal Bruno é oportuno salientar que “[...] incide nas penas cominadas 
ao crime de difamação quem ‘difama alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua 
reputação’. O fato imputado deve como cediço, ser determinado, tendo em vista 
que, se impreciso ou abstrato, não se cogita da ocorrência de difamação, mas 
possivelmente da injúria. Neste ponto, insta frisar os aspectos pelos quais se 
distingue a presente figura do delito antecedente. Em primeiro a imputação, não 
necessariamente deve ser falsa, é preciso apenas que possa ser tomada como 
verdadeira, porque as imputações absolutamente desarrazoadas e carentes de 
qualquer credibilidade não logram configurar o crime em comento. Ainda 
segundo Aníbal, a falsidade do alegado não é elementar da difamação, como o 
é na calúnia”. 
(Código Penal Comentado, doutrina e jurisprudência, 2º edição/2019) 
EMENTA: o animus difamandi conduz, nesta fase, ao recebimento da queixa-
crime. a) a imunidade parlamentar material cobra, para sua incidência no 
momento do recebimento da denúncia, a constatação, primo ictu occuli, do liame 
direto entre o fato apontado como crime contra a honra e o exercício do mandato 
parlamentar, pelo ofensor. a liberdade de opinião e manifestação do 
parlamentar, ratione muneris, impõe contornos à imunidade material, nos limites 
estritamente necessários à defesa do mandato contra o arbítrio, à luz do princípio 
republicano que norteia a cf. a imunidade parlamentar material, estabelecida 
para fins de proteção republicana ao livre exercício do mandato, não confere aos 
parlamentares o direito de empregar expediente fraudulento, artificioso ou 
ardiloso, voltado a alterar a verdade da informação, com o fim de desqualificar 
ou imputar fato desonroso à reputação de terceiros. consectariamente, 
cuidando-se de manifestação veiculada por meio de ampla divulgação (rede 
social), destituída, ao menos numa análise prelibatória, de relação intrínseca 
com o livre exercício da função parlamentar, deve ser afastada a incidência da 
imunidade prevista no art. 53 da cf. 
[pet 5.705, rel. min. luiz fux, j. 5-9-2017, 1ª t, dje de 13-10-2017.] 
 
0010169-17.2018.8.19.0000 - PETIÇÃO - CRIMINAL 
 
Des(a). LUIZ ZVEITER - Julgamento: 13/08/2018 - OE - SECRETARIA DO 
TRIBUNAL PLENO E ORGAO ESPECIAL 
 
PETIÇÃO CRIMINAL. QUEIXA-CRIME OFERTADA CONTRA OS 
QUERELADOS IMPUTANDO-LHES PRÁTICA DOS CRIMES DE 
CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA, PREVISTOS NOS ARTIGOS 138, §1º, 
139, 140 C/C ARTIGO 141, INCISO III, NA FORMA DO ARTIGO 70, TODOS 
DO CÓDIGO PENAL. DELITOS CONTRA A HONRA ATRIBUÍDOS À JUÍZA 
DE DIREITO, SEU PAI E UM FUNCIONÁRIO DO CONDOMÍNIO, 
SUPOSTAMENTE PRATICADOS NA AÇÃO PENAL A QUE RESPONDE O 
QUERELANTE, PELA PRÁTICA DOS CRIMES DE INJÚRIA E AMEAÇA, 
PERANTE O JUIZADO ESPECIAL ADJUNTO CRIMINAL DA COMARCA DE 
TERESÓPOLIS. PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL QUE MERECE 
PRONTA REJEIÇÃO. QUEIXA-CRIME QUE DESCREVEU 
SUFICIENTEMENTE OS FATOS IMPUTADOS AOS QUERELADOS, COM AS 
CONDUTAS DE CADA UM DELES, OBSERVANDO OS DITAMES DO 
ARTIGO 41, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, POSSIBILITANDO O 
PLENO CONHECIMENTO DA ACUSAÇÃO E O EXERCÍCIO DA AMPLA 
DEFESA. PLEITO DE SUSPENSÃO DO PROCESSO QUE DEVE SER 
IGUALMENTE REFUTADO, POR INOCORRÊNCIA DAS HIPÓTESES DE 
SOBRESTAMENTO DO FEITO PREVISTAS NOS ARTIGOS 92 E 93 DO 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NO MÉRITO, HÁ QUE SER 
RECONHECIDA A DECADÊNCIA DO DIREITO AUTORAL. NOS TERMOS 
DOS ARTIGOS 103 DO CÓDIGO PENAL E 38 DO CÓDIGO DE PROCESSO 
PENAL, VIA DE REGRA, O PRAZO PARA OFERECIMENTO DA QUEIXA É 
DE 06 (SEIS) MESES, CONTADOS A PARTIR DO MOMENTO EM QUE A 
VÍTIMA VIER A SABER QUEM É O AUTOR DO CRIME. IN CASU, RESTOU 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13792615
EVIDENCIADO QUE O QUERELANTE, RÉU NO PROCESSO-CRIME QUE 
MOTIVOU A PRESENTE QUEIXA, CONSTITUIU PATRONO E ANEXOU 
PROCURAÇÃO NAQUELES AUTOS EM 22.2.2017, MANIFESTANDO, 
ASSIM, PLENO CONHECIMENTO DO TEOR DO PROCESSO E DAS 
ACUSAÇÕES QUE NELE CONSTAVAM. CONSIDERANDO QUE A CIÊNCIA 
INEQUÍVOCA DAS ACUSAÇÕES QUE O QUERELANTE REPUTA 
INVERÍDICAS E OFENSIVAS OCORREU EM 22.2.2017, E QUE A QUEIXA-
CRIME SOMENTE FOI APRESENTADA EM 15.12.2017, OU SEJA, APÓS O 
PRAZO DE SEIS MESES PREVISTO EM LEI PARA O SEU OFERECIMENTO, 
OUTRO CAMINHO NÃO RESTA A ESTA CORTE, SENÃO RECONHECER A 
DECADÊNCIA DO DIREITO DO AUTOR DE EXERCER A AÇÃO PENAL, A 
JUSTIFICAR A REJEIÇÃO DA QUEIXA-CRIME POR AUSÊNCIA DE UMA 
DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO, QUAL SEJA, O INTERESSE PROCESSUAL. 
PRECEDENTES DESTA CORTE E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
REJEIÇÃO DA QUEIXA-CRIME, NOS TERMOS DO ARTIGO 395, INCISO II, 
DO CÓDIGO PENAL. 
 
QUESTÕES OBJETIVAS 
1) O delito de difamação (CP, art. 139): 
a) não admite tentativa. 
b) é crime formal. 
c) protege a honra subjetiva. 
d) não precisa que a imputação seja falsa. 
 
2) PEDRO imputou a JOÃO, de maneira falsa, que este “escreve jogo do bicho” todos os 
dias na praça do bairro em que residem. PEDRO, com sua conduta, in thesis, cometeu o 
crime de: 
a) Calúnia 
b) Difamação 
c) Injúria 
d) Denunciação Caluniosa

Continue navegando