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PROJETO FINAL CATADORES ESPEC GPM

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS 
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA 
MUNICIPAL 
EQUIPE: ANA KARINA, DANIELE TEODORO, JULIANA JUCÁ, 
JOSÉ ALEXANDRE, TICIANA ALEXANDRE 
PROJETO 
AGENTES AMBIENTAIS CATANDO CIDADANIA 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 
 
 A questão do lixo e do tratamento adequado dos resíduos sólidos 
principalmente nas áreas urbanas evidencia-se como um dos grandes problemas da 
sociedade, desde que os efeitos da crise ambiental, provocada pela busca 
incessante do Capital por lucros começaram a surgir. Com efeito, as áreas urbanas 
apresentam sérios problemas ambientais relacionados às formas de descarte 
somado à ineficiência na gestão desses resíduos. 
Essa problemática decorre da aceleração do processo de industrialização e 
da exploração desordenada dos recursos naturais, desencadeados a partir da 
Revolução Industrial, em meados do Século XVIII, bem como a partir da 
consolidação do capitalismo. Tais fatores contribuíram sobremaneira para o 
aumento do processo de urbanização, implicando na migração dos homens do 
campo para as cidades, ocasionando um crescimento populacional desordenado. 
Em face do intenso crescimento que ocorrera, o homem passou a utilizar 
desenfreadamente os recursos da natureza, o que levou a um aumento significativo 
da produção de lixo e a vários impactos ambientais que se intensificaram no século 
XX. Com isso, a sociedade passou a consumir de forma frenética, dentro da lógica 
capitalista, provocando um impulso exagerado do consumo, consequentemente a 
um rápido descarte dos resíduos. 
É oportuno esclarecer que, as transformações ocorridas no mundo dos 
homens, no modo de vida da classe trabalhadora, oriundas da reestruturação 
produtiva do capital, contribuíram bastante para o aumento do desemprego 
estrutural e a formação do exército industrial de reserva, assim como o aumento do 
setor informal da economia, em detrimento do formal. 
Em meio ao processo de precarização das condições de trabalho e da 
redução dos postos de trabalhos, principalmente no setor fabril, há um 
desaparecimento de perspectiva de futuro e uma crescente degradação das 
condições de vida, acentuando o grau de desigualdade, a exemplo dos catadores de 
materiais recicláveis, que vivenciam cotidianamente um processo de precariedade 
do trabalho, carência de direitos sociais, e negação dos direitos humanos por parte 
da sociedade e do poder público. 
Quanto ao número de pessoas que exercem essa atividade, segundo o 
Movimento Nacional Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), há uma estimativa 
de que há cerca de 1 milhão de catadores que atuam no país. Entretanto, segundo o 
IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), há 387.910 mil pessoas que se 
declaram como catador (BRASIL, 2013). 
Ressalta-se a divergência entre os dados apontados, no que se refere à 
quantidade de catadores no Brasil, haja vista que o IPEA realiza pesquisa e utiliza 
dados do Censo que entrevista apenas os catadores de lixo que possuem domicílios 
fixos e que tem esse tipo de trabalho como atividade principal, não contemplando os 
catadores que não possuem casa ou que trabalham também com outras atividades. 
A disparidade no quantitativo revela ainda quão perversa é a realidade de quem 
trabalha com o lixo, pois são invisíveis até diante das pesquisas oficiais. 
O Relatório da ONU para a Sustentabilidade na América Latina e o Caribe de 
2010 (UNEP, 2010), estima que cerca de 170.000 pessoas se ocupem com a 
reciclagem de latas no Brasil (UNEP: 2010: 304). O documento aponta ainda, o país 
como líder no continente em relação à reciclagem de alumínio. 
Segundo pesquisas do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a 
população do Brasil em 2010 foi de 190.755.799 pessoas. Estes brasileiros, por sua 
vez, produziram 60,8 milhões de toneladas de lixo no período acima referido. Ou 
seja, foram produzidas 195 mil toneladas de resíduos diariamente, em todo o 
território nacional, o que torna ainda mais gritante a problemática da gestão de 
resíduos sólidos. 
Ainda sobre a geração de resíduos sólidos, a ABRELPE/2010, apresenta o 
indicador referente à população urbana do Ceará que é de 6.343.990 habitantes 
que, por sua vez produz em média 8.735 toneladas por dia de resíduos sólidos, 
apresentando-se como o segundo maior gerador de resíduos sólidos da Região 
Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia. 
A pesquisa publicada pelo IPEA em 2013, a qual demonstra situação social 
dos catadores de materiais recicláveis do Nordeste, aponta que no Brasil 387.910 
pessoas exercem a atividade de catação de material reciclável e reutilizável como 
atividade remunerada principal. (BRASIL, 2013). Deste total, 116.528 pertencem à 
região Nordeste, o que representa 30,6% do total de catadoras e catadores no 
Brasil. Os estados que concentram maior número de trabalhadores deste segmento, 
com 63% do total, são: Bahia, com 34.107 trabalhadores, Pernambuco, 20,166 e 
Ceará com 18.734. 
A pesquisa sobre Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material 
Reciclável e Reutilizável, publicada em 2013, elaborou uma análise descritiva da 
situação social desses trabalhadores no Brasil, com foco na distribuição geográfica 
pelos estados e regiões. Apresenta uma síntese da caracterização nacional dos 
indicadores, seguida pelo detalhamento e comparação dos dados estaduais em 
cada região, organizados por temas e Políticas Sociais. Foram selecionados temas 
por área de interesse das políticas sociais. 
O estudo revela ainda, a idade média deste segmento, a saber: 38 (trinta e 
oito) anos, estando os homens representados por um total de 70,7%, percentual 
semelhante ao nacional que por sua vez, corresponde a 68,9%. Segundo o 
documento, a predominância do sexo masculino nesta atividade, tem a ver com a 
cultura de que as mulheres devem realizar atividades domésticas, o que faz com 
que estas, não se identifiquem tanto com a atividade de catação. 
Sobre a questão racial, o relatório enfatiza que os negros são maioria entre os 
catadores, já que 78,5% desses trabalhadores na região Nordeste, são negros ou 
pardos. Neste caso, relevante mencionar que, o percentual ultrapassa o indicador 
apontado no Censo Demográfico de 2010, o qual revela que a população de negros 
e negras corresponde a 52% da população brasileira, evidenciando a desigualdade 
racial no Brasil. 
O documento aponta ainda que a renda média nacional, segundo os próprios 
trabalhadores, é de R$ 571,56. Na região nordeste, o valor declarado foi de R$ 
459,34, que por sua vez, apresentou-se como o valor de renda média mais baixo do 
país. Dos trabalhadores entrevistados, 53,8% daqueles que vivem na região 
Nordeste, tem buscado as proteções sociais oferecidas pela Previdência. Entretanto, 
devido à informalidade da atividade que exercem os catadores não sabem se existe 
regularidade nesse processo. 
Sem nenhuma garantia social e muito longe de exercer seus direitos e 
cidadania, os catadores lutam que as políticas públicas, contemplem suas 
necessidades e sua realidade. Bosi (2008, p.113) aponta que “[...] as ocupações 
tidas como ‘informais’ vêm ganhando relevância no mundo do trabalho exatamente 
porque têm sido acionadas como forma de produção preferencial do capital e não 
como escolha exclusiva dos trabalhadores”. 
Devido a estes fatores, a reciclagem e a atividade de catação tem se 
constituído, cada vez mais, como alternativas para o destino do lixo, conferindo aos 
trabalhadores que a exercem, uma maior visibilidade. Ainda assim, esses 
trabalhadores são invisíveis para grande parte da sociedade e submetem-se a 
dominações indiretas e a formas precárias de trabalho, principalmente, nos lixões a 
céu aberto e até mesmo em aterros sanitários em diversas cidades. 
Por conta da ênfase conferida à questão dos resíduos sólidos e, dada a 
necessidade de discutir melhorias nascondições de trabalho dos catadores, a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), surge assim como 
possibilidade de inclusão social desse grupo diante das políticas públicas. 
Tal política prevê que os municípios elaborem um Plano de Gestão Integrada 
de Resíduos Sólidos, que contemple a inserção social de catadores em programas 
de coleta seletiva municipais e estipulou-se um prazo até agosto de 2014, para o 
fechamento dos lixões e constituição de cooperativas, o que desperta, dentre outros 
questionamentos, o interesse em compreender como os sujeitos, ora estudados, 
visualizam as mudanças no seu trabalho e como o poder público vem tratando a 
questão dos resíduos sólidos. 
A crescente preocupação e valorização da “questão ambiental” por parte das 
grandes indústrias nas últimas décadas traz a tona, também, as possibilidades de 
mudanças e perspectivas de melhorias nas relações entre os catadores e a 
sociedade, tendo em vista a trajetória desses trabalhadores ser marcada pela 
precarização da atividade e exclusão do mercado formal de trabalho, questiona-se: 
qual a importância do trabalho na vida dos catadores? Que tipo de inclusão é 
pensada para estes trabalhadores? 
Vale ressaltar que, em se tratando das políticas desenvolvidas no âmbito local 
ou nacional, há que se destacar ainda, que, estas são direcionadas aos catadores 
organizados em associações ou cooperativas, o que deixa de contemplar a maioria 
dos catadores que trabalha individualmente nas ruas ou em lixões e aterros 
sanitários, como é o caso da comunidade Rosalina, onde ainda há a predominância 
de muitos trabalhadores exercendo a catação informalmente. 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL: 
 
Fortalecer o trabalho dos catadores de lixo da comunidade Rosalina, através 
da criação de novos hábitos, visando à melhoria da qualidade de vida, saúde e 
trabalho desses sujeitos, favorecendo também, a implantação de um processo de 
organização social dos mesmos. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
 
 Promover ações educativas de formação e capacitação dos catadores, 
enfatizando temáticas como: relações humanas, coleta seletiva, saúde, 
educação ambiental e segurança do trabalho; 
 Incentivar a criação de novos hábitos e atitudes, no que se refere ao uso dos 
equipamentos de proteção e trabalho; 
 Buscar e estabelecer parcerias com instituições governamentais e não 
governamentais para a realização das ações/ atividades previstas, quais 
sejam: Oficinas, capacitações, palestras, prestações de serviços, visitas e 
reuniões; 
 Estimular a discussão, troca de saberes e relatos de experiências sobre o 
cotidiano vivenciado pelos catadores; 
 Contribuir para o processo de organização dos catadores, realizando 
atividades que colaborem com formação de uma Associação/Cooperativa. 
3. JUSTIFICATIVA E BENEFICIÁRIO FINAL 
 
A Comunidade Rosalina, fica situada em Fortaleza, entre os bairros 
Itaperí, Passaré e Parque Dois Irmãos. É caracterizada por ser uma ocupação 
irregular e desordenada, desprovida de equipamentos sociais, em que a maioria 
das famílias é de baixa renda, sem infraestrutura de saneamento básico, com 
o abastecimento d’água clandestino, em que o acúmulo de águas pluviais e 
os córregos, causam alagamentos em partes das unidades habitacionais, 
que ficam expostas ao desmoronamento. 
A comunidade surgiu há 21 anos após uma ocupação desordenada em 
um terreno abandonado onde residem atualmente cerca de 1.815 famílias, 
totalizando um universo de aproximadamente 6.617 pessoas. 
Os moradores da comunidade convivem com todas as formas de fragilidade 
existentes em decorrência deste processo de ocupação sem planejamento e infra- 
estrutura. Não existem equipamentos sociais, tais como posto de saúde, 
posto policial ou uma área de lazer com praças e parques. Há ocupações 
irregulares, falta de rede de esgoto, abastecimento de água e a maioria das 
pessoas vivem em condições precárias. O ambiente configura-se pelo acúmulo 
de lixo e esgotos a céu aberto. A população convive com todo tipo de 
vulnerabilidade e risco existente. Além do mais convivem com o preconceito por 
serem moradores dessa área. 
Uma pesquisa realizada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza revelou 
que aqueles que se encontram no mercado de trabalho assumem as mais 
diversas profissões e/ou ocupação, dentre elas uma encontrada em grande 
número foi a de catadores de materiais recicláveis, o objeto principal desse projeto. 
Constatou que há na Comunidade Rosalina cerca 153 moradores que têm sua 
renda advinda do trabalho com resíduos sólidos. 
Os catadores vivem na Comunidade Rosalina em péssimas condições 
de vida, apresentando moradias inadequadas, com renda muita baixa 
que não permitem aos catadores suprir todas suas necessidades básicas e 
isso acaba por precarizar e tornar cada vez mais vulnerável a qualidade de vida 
desses catadores. 
Os Catadores de Materiais Recicláveis são responsáveis por grande parte 
do material coletado destinado a reciclagem e embora todas as condições 
subumana em que vivem e trabalham, desprovidos de reconhecimento social, 
eles vêm conseguindo garantir suas condições de sobrevivência por meio 
daquilo que é rejeitado pela sociedade, ao mesmo tempo transformar o meio 
ambiente. 
Representam um grupo social que está à margem da sociedade, mas 
que participam do processo de reprodução do capital através da cadeia 
produtiva de reciclagem, inserindo-se economicamente no mercado capitalista. 
Os catadores fazem parte do contingente de destituídos de padrões mínimos de 
vida e de meios dignos de sobrevivência do nosso país. Para sobreviver, 
trabalham durante muitas horas, momentos que são subtraídos da educação, dos 
cuidados com a saúde, do lazer, de exercício da criatividade e que muitas vezes 
acabam por empurrá-los para alcoolismo e para as drogas de um modo geral. 
Os catadores atualmente encontram–se trabalhando nas ruas das 
grandes cidades de onde retiram sua renda, contudo o trabalho se realiza de forma 
bastante precária, mantendo contato direto com o lixo, a maioria sem 
proteção individual alguma tais como luva, máscara e botas, muitas vezes 
manuseando objetos cortantes e propensos a adquirir diversos tipos de doenças. 
Nessa perspectiva a relação saúde e trabalho exigem um modelo 
de estratégias que pense os indivíduos como que de fato são: sujeitos 
sociais complexos únicos de múltiplas dimensões; biológicas, social e cultural. 
Trata-se de pensar a saúde a partir de uma visão mais pluralista e flexível, 
tendo em vista importar cada vez mais não apenas a duração ou qualidade de 
vida, mas a maneira como ela é vivida, ou seja, a qualidade de vida. 
As alternativas e soluções para o problema da saúde dos catadores 
de materiais recicláveis passam por um conjunto de ações 
integradas que simultaneamente enfrente as dimensões sociais, sanitárias e 
ambientais. 
Portanto, o reconhecimento da importância econômica e ambiental 
dos catadores impõe a necessidade de valorizar a sua profissão. Propondo-se 
através deste projeto que seja promovida a organização sócio profissional desse 
“grupo de catadores” da Comunidade Rosalina a fim de melhorar as 
condições de saúde, trabalho e renda. 
Com o objetivo de contribuir para alterar esta situação e promover a 
inserção social e econômica desses sujeitos, que dada as suas limitações têm 
pouca chance de ingressar no mercado de trabalho, é que se pensou na 
elaboração de um projeto voltado para essa categoria. 
Este projeto com os Catadores de Materiais Recicláveis da Comunidade 
Rosalina pretende desenvolveruma proposta interventiva junto aos catadores 
de material reciclável, através de atividades que possibilitem a participação efetiva 
dos sujeitos envolvidos em todo o processo de inserção social, econômico e 
ambiental, apoiando-os na organização e fortalecimento do seu trabalho, por meio 
de ações de integradas e articuladas que compõem as políticas públicas, tais 
como: Educação, Meio Ambiente, Geração de Trabalho e Renda, entre outras. 
Nesse sentido, a maneira encontrada para possibilitar melhorias na 
qualidade de vida de tais sujeitos passa pela defesa e garantia dos direitos 
sociais, que por sua vez são conquistados de forma coletiva e organizada. 
Essa organização pressupõe a necessidade de práticas que promova tanto a 
cidadania, quanto a valorização da profissão, através da formação de grupos 
representativos em torno de cooperativa, associações e/ou projetos que 
reconheçam esses trabalhadores como agentes ambientais e econômicos. 
 
4. PRINCIPAIS DISPOSITIVOS POLÍTICOS QUE CORROBORAM COM O 
PROJETO 
 
4.1 Ações da Política Municipal de Resíduos Sólidos de Fortaleza 
1. Revisão da Legislação do grande gerador 
2. Implantação de sistema eletrônico de controle de resíduos sólidos 
3. Apreensão de contêineres irregulares 
4. Ciclomonitoramento 
5. Implantação de lixeiras 
6. Fiscal Cidadão 
7. Requalificação de áreas degradadas 
8. Ecopontos da cidade 
9. “Recicla Fortaleza” (Coleta Seletiva) 
10. Projeto “Alô Cidade Limpa” 
11. Implantação de áreas de recebimento de RCC 
12. Projeto “Reciclando Atitudes” 
13. Projeto “Calçadas da Cidade” 
 
4.2 A Política Municipal de Resíduos Sólidos de Fortaleza 
 
Inicialmente cabe destacar que a legislação aplicável vem sendo 
constantemente atualizada, tendo a sua mais relevante atualização ocorrida através 
da Lei Nº 10.340, de 28 de Abril de 2015 que alterou os arts. 1º ao 33 da Lei 8.408, 
de 24 de dezembro de 1999. 
Bem como previsão no Plano diretor de Fortaleza LC 62/2009, no capítulo 
destinado a Política de Saneamento Ambiental que prevê em seu art. 27 inciso III 
que “São diretrizes da política de saneamento ambiental a garantia dos serviços de 
coleta e limpeza urbana, de coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos urbanos 
e incentivo à redução da geração de resíduos sólidos urbanos,de forma adequada 
às necessidades sociais e condições ambientais do Município. 
Da mesma forma prevê o art. 28 que são ações estratégicas da política de 
saneamento ambiental do município, elaborar planos diretores setoriais de 
abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo nas águas pluviais e 
drenagem urbana, limpeza urbana e resíduos sólidos e controle de riscos 
ambientais, visando à universalização dos serviços de saneamento ambiental; 
elaborar um plano de gestão integrada do saneamento ambiental, que estabelecerá 
metas, diretrizes gerais, recursos financeiros da política de saneamento ambiental, 
com base na compatibilização, integração e coordenação dos planos setoriais de 
abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo das águas pluviais, limpeza 
urbana e resíduos sólidos e controle de riscos ambientais; 
Após o arcabouço legal acima citado cabe destacar que a atuação na 
presente matéria são Coordenadas pela Secretaria Municipal de Conservação e 
Serviços Públicos (SCSP), as ações estão planejadas para serem executadas a 
partir deste ano até 2020 e vão ampliar e potencializar as iniciativas de sucesso já 
implantadas e em desenvolvimento. 
Está prevista uma ampliação do sistema de monitoramento para controlar 
todos os tipos de resíduos gerados pela iniciativa privada, somada à revisão da 
legislação sobre os deveres dos grandes geradores quanto à destinação desses 
materiais, ampliação do programa Recicla Fortaleza, utilizando sistema de coleta 
seletiva ponto a ponto e porta a porta, além da implantação de mais 80 Ecopontos e 
mais seis Ecopolos em regiões com perfis distintos. 
Os novos projetos vão ampliar a geração de renda e a inclusão social 
daqueles que atuam no mercado reciclador e diminuir ainda mais a quantidade e o 
volume dos chamados pontos de lixo. O resultado dessas novas iniciativas vai gerar 
uma maior eficiência dos investimentos em saúde pública, potencializada pela 
melhoria urbana e pela sustentabilidade social, econômica e ambiental. 
As propostas serão realizadas em parceria com a Autarquia de Regulação, 
Fiscalização e Controle de Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (ACFor), a 
Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), a Autarquia de Paisagismo e 
Urbanismo de Fortaleza (Urbfor), a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio 
Ambiente (Seuma) e as Secretarias Regionais. 
Com a gestão inovadora adotada durante a atual administração municipal, foi 
implantado um sistema eletrônico monitora a coleta e destinação final dos resíduos 
da construção civil de grandes geradores. A partir de agora, este sistema será 
ampliado e vai monitorar também a coleta de resíduos dos serviços de saúde e os 
não perigosos. 
 
4.3 Mais Ecopontos e ampliação do Recicla Fortaleza 
 
Iniciativa de sucesso, o programa Recicla Fortaleza, que incentiva o 
comportamento sustentável na Cidade por meio da troca de resíduos recicláveis por 
desconto na conta de energia e crédito no Bilhete Único, será ampliado com a 
implantação de mais 80 Ecopontos. Dessa forma, a meta é passar dos atuais 40 
equipamentos disponíveis em todas as Regionais para um total de 120 e alcançar o 
objetivo de que cada bairro tenha, pelo menos, um Ecoponto. Nestes equipamentos, 
a população pode descartar pequenas proporções de entulho, restos de poda, 
móveis e estofados velhos, além de óleo de cozinha e recicláveis, como papelão, 
plásticos, vidros e metais. 
De dezembro de 2015 até hoje, os Ecopontos receberam mais de 18.640 
toneladas de materiais, sendo cerca de 16.203 toneladas de pequenas proporções 
de entulho e cerca de 2.437 toneladas de materiais recicláveis, como plástico, vidro, 
metal, papel e papelão. Já de abril de 2016 até hoje, o programa Recicla Fortaleza 
recebeu um total de 18.662 cadastros de usuários no sistema e gerou um benefício 
total de R$ 357.305,60, distribuídos na conta de energia e em créditos do Bilhete 
Único. 
A destinação de resíduos sólidos nos Ecopontos representa economia para a 
Capital, pois reduz os transtornos e os gastos públicos com mão-de-obra extra para 
limpeza especial. 
 
4.5 Mais Ecopolos e ampliação do E-Carroceiro 
 
Com resultados melhores do que os esperados, o projeto-piloto do Ecopolo 
Leste-Oeste, que oferece o programa E-Carroceiro, bonificando aqueles que 
descartam entulhos, superou as expectativas em apenas seis meses de 
funcionamento. Agora, a meta é implantar mais seis Ecopolos nos bairros 
Messejana e Varjota e no entorno das avenidas Bernardo Manuel, Fernandes 
Távora, Jovita Feitosa e Dom Manuel, que têm áreas com perfis distintos de geração 
e descarte de resíduos sólidos. A expectativa inicial é que, até 2020, Fortaleza conte 
com um total de sete Ecopolos, oferecendo 24 lixeiras subterrâneas e 12 km de 
requalificação urbana, potencializada pelo programa E-Carroceiro e pela fiscalização 
e ciclomonitoramento. 
 
4.6 Coleta seletiva porta a porta 
 
Está em estudo de viabilização um projeto para realizar a coleta seletiva 
porta a porta a partir de demandas solicitadas pela população. A ideia é, 
inicialmente, abranger o Ecopolo Leste-Oeste, os bairros Centro e Dendê, além de 
bairros da Regional II, totalizando 19 Ecopontos e atendendo uma área de 
cobertura que beneficie cerca de 600 mil fortalezenses. 
5. STAKHOLDERS OU ATORES DO PROJETO 
5.1 ATORES EXECUTORES 
 
 Biólogo (2): Palestrante e facilitador das atividades; 
 Assistente Social (2): atuar na elaboração, implementação e supervisão do 
projeto e facilitadores das atividades; 
 Psicólogo: Palestrante e facilitadoresdas atividades; 
 PMF: Prefeitura Municipal de Fortaleza; 
 SEUMA: atuar na área de Educação Ambiental; 
 REGIONAL IV (Distrito de saúde e meio ambiente); 
 SEMACE: atuar na área de educação ambiental; 
 AMC: atuar na área de segurança no trânsito; 
 SDE: atuar na área de Economia Solidária; 
 Casa do Cidadão: Emissão de Documentos; 
 
5.2 ATORES BENEFICIÁRIOS 
 Catadores de Materiais Recicláveis da Comunidade Rosalina; 
 Toda a Comunidade Rosalina de uma forma geral; 
 
6. ESTRUTURA ANALITICA DO PROJETO 
 6.1 METODOLOGIA E ATIVIDADES PROPOSTAS 
Os procedimentos metodológicos aqui propostos buscam realizar trabalho 
socioeducativo como componente necessário à integração social e ao fortalecimento 
dos catadores beneficiadas, como sujeitos de direito, valorizando o protagonismo 
dos mesmos e procurando dar sustentabilidade a sua participação na sociedade. 
As ações propostas pelo presente projeto contemplam capacitações e oficinas 
sobre reciclagem, as quais possibilitarão a obtenção e construção de conhecimentos 
sobre as temáticas relacionadas ao lixo. Será realizada também uma oficina de 
utilização e aproveitamento de alimentos, onde os participantes receberão 
esclarecimentos e incentivos à coleta seletiva de lixo em suas próprias residências, 
bem como de que forma poderão reutilizá-los para sua alimentação e possível 
geração de renda. 
Tais atividades se justificam uma vez que promovem a sensibilização dos 
participantes, ao mesmo tempo em que geram benefícios para o meio ambiente, 
além de fomentar a geração de renda, contribuindo para o enfrentamento de 
possíveis problemas dos beneficiários. 
Objetivando despertar uma consciência crítica sobre a preservação do meio 
ambiente, serão realizados um passeio e uma campanha ecológica com os 
participantes. As atividades se justificam, pois além de proporcionar momentos de 
lazer, poderão despertar uma consciência ecológica no público alvo. 
O projeto contemplará também, a realização de rodas de conversas entre os 
participantes, que se justificam no fato de possibilitar a troca de experiência de cada 
um. Ademais, haverá reuniões enfatizando associativismo e cooperativismo, que 
também esclarecerão sobre seus direitos e deveres. O projeto levará uma palestra 
de auto-estima para os participantes, tendo em vista que estes sujeitos são 
constantemente estigmatizados, sendo, portanto, relevante esclarecer um pouco 
mais sobre seu trabalho, bem como sobre sua importância na sociedade. As 
atividades acima incentivam a formação de cidadãos conscientes e multiplicadores. 
Ao final de cada atividade desenvolvida serão avaliados os seus resultados, 
juntamente com o público participante. Essa atividade se justifica a partir do 
momento em que proporciona abertura dos canais de informação e participação dos 
beneficiários, possibilitando modificações na metodologia do projeto. 
Durante a realização das atividades, afim de que haja maior interação e 
diálogo com os catadores, bem como contatos institucionais, troca de experiências e 
saberes com outros projetos, serão desenvolvidas atividades educativas fazendo 
uma articulação com as ideais socioambientais, para tanto as mesmas serão 
realizadas em 8 etapas: 
 
1º. Conhecimento da realidade: 
 
 Levantamento das expectativas do público-alvo, buscado elementos 
que auxiliarão na realização das ações. 
 Instrumental: visita domiciliares / entrevista com Catadores de Material 
Reciclável 
 
2º. Elaboração do projeto 
 
 Propor intervenção social, contemplando discussões acerca de temas 
específicos (relações humanas, coleta seletiva, saúde, educação 
ambiental e segurança do trabalho), no que se refere ao processo de 
trabalho dos catadores. 
 Buscar local de realização das atividades: Associação de Moradores da 
Comunidade Rosalina. 
 
3º. Mobilização do público-alvo 
 
 Mobilização e divulgação do projeto para os Catadores de Material 
Reciclável da Comunidade Rosalina. 
 Instrumental: Cartazes, material ilustrativo, realização de palestra: “O 
planeta e o papel do Catador de Material Reciclável” (palestra 
motivacional e informativa a cerca da profissão de Catador de Material 
Reciclável. 
4º. Seleção e inscrição do público-alvo. 
 
 Inscrever e selecionar os Catadores de Material Reciclável 
interessados em participar do projeto. 
 Instrumental: Ficha de inscrição 
 
5º. Captação de parcerias. 
 
 Buscar parcerias para contribuir na execução do projeto. 
 Instrumental: Visita institucional, ofício e reunião 
 Possíveis Parceiros: 
 SEUMA: atuar na área de Educação Ambiental 
 REGIONAL IV (Distrito de saúde e meio ambiente) 
 SEMACE: atuar na área de educação ambiental 
 AMC: atuar na área de segurança no trânsito 
 SDE: atuar na área de Economia Solidária 
 Casa do Cidadão: Emissão de Documentos 
 
6º. Contratação de profissionais. 
 
 Biólogo (2): Palestrante e facilitador das atividades 
 Assistente Social (2): atuar na elaboração, implementação e supervisão 
do projeto e facilitadores das atividades. 
 Psicólogo: Palestrante e facilitadores das atividades. 
 
7º. Execução das atividades 
 
 Realização de atividades e educativas, sendo estas divididas em 
quatro eixos temáticos: Relações humanas, Educação ambiental, 
Trabalho e Saúde. 
 
 Relações humanas 
 Palestra sobre autoestima e cidadania 
 Realização de rodas de conversas: História de vida, relações 
familiares, discussões sobre quem é e o que faz o catador de material 
reciclável 
 
 Educação Ambiental 
 
 Oficina de utilização e aproveitamento de alimentos. Realização de 
receitas com alimentos reutilizados. 
 Capacitação contemplando o ciclo: coleta –> seleção–> reciclagem –> 
vendas para melhoria na rentabilidade 
 Oficina educativa tratando temáticas relativas ao manejo com o lixo: 
coleta seletiva, tempo de decomposição, doenças oriundas do trabalho 
e do mau armazenamento do lixo. 
 Campanha Ecológica (Realização de Blitz Ecológica na comunidade). 
 
 Trabalho 
 Prestação de Serviços (aquisição de documentação: RG, CPF e 
certidão de nascimento). 
 Oficina sobre economia solidária. 
 Visita à rede de catadores. 
 Curso sobre associativismo e cooperativismo 
 Visita dos catadores de materiais recicláveis às Instituições, 
Associações e/ou Cooperativas de triagem de recicláveis. 
 Oficina educativa para a segurança dos catadores de material 
reciclável, no trânsito e no trabalho com a distribuição de Equipamento 
de Proteção Individual – EPI’s, bem como a sensibilização dos mesmos 
para a importância do uso destes equipamentos. 
 
 Saúde 
 Palestra sobre saúde/prestação de serviços de saúde (atendimento 
médico, vacinação e aferimento de pressão dentro outros). 
 Oficina sobre noções de higiene e hábitos saudáveis 
 
 
8º. Monitoramento e Avaliação das atividades 
 
Durante toda a execução do projeto, serão realizadas avaliações sistemáticas 
ao final de cada atividade, com a participação efetiva dos beneficiários, inseridos no 
processo dinâmico das ações propostas pelo Projeto. Tais avaliações serão 
realizadas através de exposições verbais a fim de analisar o processo e de propor 
mudanças, quando necessário, para que haja um melhor desempenho do Projeto. 
Serão utilizados instrumentais como: atas, registros fotográficos, entrevistas e 
contatos informais com os beneficiários para que os resultados desses instrumentais 
de trabalho sejam somatizados e contribuam para a avaliação do projeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METAS E INDICADORES 
OBJETIVO META 
INDICADORES DE 
RESULTADOS 
INSTRUMENTOS DE 
VERIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Promover ações 
educativas de formação 
e capacitação dos 
catadores, enfatizando 
temáticas como: 
relações humanas, 
coleta seletiva, saúde, 
educação ambiental e 
segurança do trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realizar 03 
palestras com 
duração de 02 
horascada. 
 
Realizar 01 
capacitação com 
duração de 03 
horas. 
 
Realizar 01 
campanha 
ecológica com 
duração de 02 
horas. 
 
Garantir 75% da 
participação dos 
inscritos em todas 
as ações 
 
Interesse do grupo 
acerca das 
temáticas em 
discussão; 
 
Nível de 
participação na 
reunião; 
 
Número de 
pessoas 
capacitadas e 
qualificadas; 
 
Número de 
inscrições 
realizadas; 
 
Número de 
material ilustrativo 
distribuído; 
 
Número de mudas 
plantadas; 
Participantes 
incentivados a 
serem 
multiplicadores; 
Número de propostas 
temáticas sugeridas 
pelos participantes; 
 
Proposta de temas 
para cursos; 
 
Número de 
questionamentos 
levantados pelo 
grupo; 
 
Controle do estoque 
de material; 
 
Avaliação oral 
Fotos; 
 
Ficha de inscrição: 
 
Lista de presença; 
 
Relatório Social; 
 
 
Incentivar a criação de 
novos hábitos e 
atitudes, no que se 
refere ao uso dos 
equipamentos de 
proteção e trabalho; 
 
Realizar 07 
oficinas com 
duração de 04 
horas cada. 
 
Entregar kits de 
EPIs a todos os 
participantes. 
 
 
 
Número de 
pessoas 
capacitadas nas 
oficinas; 
 
Redução do 
número de 
acidentes 
ocorridos através 
da manipulação do 
lixo 
 
 
. 
Lista de presença; 
Relatório Social; 
Avaliação Oral e 
escrita com 
Catadores. 
 
 
Buscar e estabelecer 
parcerias com 
instituições 
governamentais e não 
governamentais para a 
realização das ações/ 
atividades previstas. 
Realizar 01 
reunião com 
duração de 03 
horas. 
 
 
Número de 
parcerias firmadas 
e integração de 
outras instituições 
ao Projeto; 
 
Relatório Social; 
Pauta da reunião; 
 
 
 
Estimular a discussão, 
troca de saberes e 
relatos de experiências 
sobre o cotidiano 
vivenciado pelos 
catadores; 
 
Realizar 01 roda 
de conversa 
com duração de 
3 horas. 
Grau de integração 
entre beneficiários; 
 
Nível de 
socialização, 
 
Ficha de avaliação; 
Relatório Social; 
Folha de frequência; 
 
Contribuir para o 
processo de 
organização dos 
Realizar 01 
visita à rede de 
catadores com 
Nível de 
socialização do 
grupo; 
Número de 
questionamentos 
realizados pelos 
catadores, realizando 
atividades que 
incentivem a formação 
de uma 
Associação/Cooperativa 
duração de 05 
horas. 
 
Realizar 01 
reunião com 
duração de 3h. 
 
Realizar 
prestação de 
serviços – 
aquisição de RG 
e CPF e certidão 
de nascimento. 
 
 
Nível de interesse 
dos beneficiários; 
 
Elaboração de um 
Estatuto do grupo; 
 
Documentos 
expedidos; 
 
participantes; 
Relatório Social; 
Controle de fichas de 
dados dos 
participantes. 
Folha de frequência; 
 
 
 
7. RECURSO DEMANDADO 
 7.1 A ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CATADORES 
A organização das cooperativas acontece com a associação de um grupo de 
pessoas, no caso os catadores, que tem objetivos comuns, tomam decisões em 
assembleias, e dividem igualmente obrigações e benefícios, e além dos objetivos 
econômicos a cooperativa visa o interesse e o bem comum dos seus cooperados. A 
união dos trabalhadores em grupos organizados é o princípio básico que resulta na 
melhoria das suas condições econômicas e sociais, pois além de aumentar a renda 
melhora a qualidade de vida e todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento 
humano, pois cria postos de trabalho, gera renda, diminui o trabalho infantil, e dessa 
forma garante a inserção econômica e social desses grupos causando um equilíbrio 
econômico. 
Além dessas questões econômicas e sociais o aspecto ambiental também é 
muito importante, pois as cooperativas contribuem decisivamente para a diminuição 
do impacto ambiental causado pelo consumo. 
Dessa forma, partindo da concepção de que os projetos, dentro da esfera 
municipal, competem por insumos limitados, é fundamental além de definir os 
recursos que serão demandados, justificar a necessidade de alocação do mesmo. 
 
 
 
7.2 OS RECURSOS NA EXECUÇÃO DO PROJETO PROPOSTO SE SUBDIVIDEM 
EM HUMANOS, FINANCEIROS, MATERIAIS. 
Pertinente aos recursos humanos inicialmente destacamos a participação de 
Catadores de Material Reciclável interessados em participar do projeto, residentes 
na comunidade Rosalina. Posteriormente será necessária a participação de Biólogo 
(2): Palestrante e facilitador das atividades; Assistente Social (2): atuar na 
elaboração, implementação e supervisão do projeto e facilitadores das atividades e 
Psicólogo: Palestrante e facilitadores das atividades. 
A participação destes profissionais será obtida mediante a realização de 
parcerias, com os órgãos ou entidades as seguir listados: 
v SEUMA: atuar na área de Educação Ambiental 
v REGIONAL IV (Distrito de saúde e meio ambiente) 
v SEMACE: atuar na área de educação ambiental 
v AMC: atuar na área de segurança no trânsito 
v SDE: atuar na área de Economia Solidária 
v Casa do Cidadão: Emissão de Documentos 
Tocante aos recursos materiais será necessário: Papel ofício (lista de 
frequência, convites); material informativo e didático, data-show, alimentação 
(lanche), para o trabalho de reutilização de alimentos serão necessários alimentos 
(batatas, bananas, cenouras e etc.); para as atividades de capacitação, reciclagem e 
melhoria de renda além dos acima citados a utilização de imãs de geladeira, CDS 
velhos e outros produtos. Por fim Sacos de TNT, Canetas piloto (4), 100 mudas de 
planta (campanha troque 05 garrafas PET por uma muda), Tendas, ônibus, trailler, 
almofadas para carimbo. 
Os recursos financeiros serão obtidos das parcerias firmadas, patrocínios e 
apoios, não acarretando ônus financeiro para os colaboradores e participantes. 
De maneira geral, a cadeia de reciclagem pós-consumo inclui catadores 
autônomos que vendem o material coletado para as organizações intermediárias 
que, por sua vez, realizam atividades de prensagem, armazenagem e transporte. As 
cooperativas de catadores vendem os resíduos recicláveis para níveis intermediários 
ou diretamente para uma empresa recicladora, que atua na transformação do 
material e vende para a indústria. Algumas cooperativas vendem diretamente para a 
indústria, o que garante uma melhor remuneração dos seus membros. 
A multiplicação de agentes intermediários pode gerar problemas de 
distribuição desigual do valor gerado na atividade. Por exemplo, quando as 
cooperativas conseguem vender vidro diretamente para as empresas recicladoras o 
preço recebido pode ser 40% a 60% maior do que quando estas vendem para 
intermediários. A venda direta contribui para aumentar os ganhos de escala, 
incentivar a regularização do negócio e estimular atividades que agreguem valor, 
como o pré-processamento. Os acordos diretos entre empresas e cooperativas 
podem, portanto, gerar um aumento significativo da receita dessas últimas 
organizações e uma melhor remuneração de seus membros. 
O Encadeamento Produtivo é uma solução viável para suprir essa lacuna e 
contribuir para ambos os lados: da cooperativa e da grande empresa. Esse tipo de 
parceria pode contemplar não apenas acordo de compra, mas cessão de espaço 
físico para triagem, formação, etc. 
A questão da escala, da regularidade da entrega e da qualidade dos produtos 
comercializados (materiais limpos, prensados e enfardados) pode, no entanto, limitar 
a integração das cooperativas com as grandes indústrias recicladoras, que 
estabelecem geralmente as regras desse processo. Apesar de a concretização 
dessas parcerias depender de arranjos interorganizacionais por vezes complexos, 
considerando-se as particularidades de cada setor e as diferentes realidades das 
empresas e das cooperativas, tal integração tem o potencial de gerar ganhos sociais 
e ambientais consideráveis. 
Como exemplo apresentamos o caso da empresa Belgo Mineira que 
estabeleceu um acordo com a Associação de Catadores de Papel, Papelão e 
Material Reaproveitável de BeloHorizonte. Ela instalou em sua planta uma área 
para triagem, prensagem e enfardamento de seus recicláveis pelos cooperados 
vinculados à associação, que é responsável pela retirada e pela comercialização dos 
recicláveis. Os cooperados são remunerados por meio de acordo comercial. Além da 
disponibilização do espaço e da doação de recicláveis, a Belgo Mineira oferece 
treinamento em segurança do trabalho. (Fonte: Instituto Ethos, 2007). 
 
7.3 ORÇAMENTO 
Como qualquer outro empreendimento solidário, uma cooperativa de 
catadores de materiais recicláveis pode ser entendida como um corpo vivo, com 
dinâmica e lógica de funcionamento próprias. Cada área de trabalho pode ser 
entendida como um órgão que desempenha uma função e que atua interligado a 
todo o corpo. Portanto, para seu bom andamento, todos os outros órgãos precisam 
estar bem. Numa cooperativa de materiais recicláveis, a área de Produção e 
Infraestrutura está relacionada à parte operacional do trabalho. A produção consiste 
na separação dos materiais recicláveis por tipo, processo em que deixam de ser 
produtos descartados para tornarem-se bases ou matérias-primas na indústria da 
reciclagem. 
Esta área é responsável por organizar e estruturar o trabalho dentro da 
cooperativa, adequando o ambiente físico e os equipamentos disponíveis à mão de 
obra, de forma a melhorar a produtividade, aumentar a eficiência de separação dos 
materiais e evitar acidentes. Ela é responsável, portanto, por pensar nos processos, 
desde a chegada do resíduo reciclável à área de descarga até a triagem 
(separação), acondicionamento, prensagem, pesagem e estoque dos materiais, bem 
como o aprimoramento e a divisão de funções dos cooperados. 
A infraestrutura de um galpão de triagem inclui a parte física do local de 
trabalho e todos os equipamentos utilizados na produção. Em geral, um galpão de 
triagem é composto pelas seguintes áreas: 
• recebimento, onde os caminhões descarregam os materiais; 
• triagem, que pode ser realizada em esteiras rolantes ou mesas de 
separação; 
• armazenamento, local no qual se acumulam os bags contendo os materiais 
separados até atingir o o volume necessário para o enfardamento; 
• prensagem, onde estão localizadas as prensas com um espaço mínimo 
adequado para a circulação dos bags e fardos; 
• estoque, na qual os materiais estão prontos para a venda. 
Dessa forma, segue abaixo planilha de orçamento mínimo para o 
desenvolvimento do trabalho: 
 
ITEM QUANTIDADE PREÇO UNIT. (R$) SUBTOTAL (R$) 
Papel A4 05 resmas 9,90 49,50 
Prancheta 03 unid. 15,00 45,00 
Caneta esferográfica 
BIC azul 
03 cx. 25,00 75,00 
Sacos de TNT 100 unid. 0,80 80,00 
Cartolina 15 unid. 0,70 10,50 
Canetas piloto 05 unid. 2,60 13,00 
Almofada para carimbo 03 unid. 4,20 12,60 
Garrafas esqueeze 300 
ml 
100 unid. 2,00 200,00 
Despesas com lanches - - 800,00 
Toalhas de mão 100 unid. 3,00 300,00 
Locação de Datashow - - 150,00 
Contratação de 
transporte - CTC 
- - 200,00 
Contratação de 
psicólogo 
- - 500,00 
Contratação de biólogo - - 500,00 
Contratação da Agencia 
de Capacitação 
Profissional para 
oficina de utilização de 
alimentos 
- - 700,00 
TOTAL (R$) 4.135,60 
 
 
Relações Humanas: 
 
Descrição das Atividades/Ações 
 
Instrumentos/materiais 
Utilizados 
 
Profissionais/parcerias 
Palestra sobre auto-estima e cidadania 
Lista de freqüência 
Convites 
Data-show 
Material didático 
Assistente Social 
Psicólogo 
Lanche 
Realização de rodas de conversas: 
História de vida, relações familiares, 
discussões sobre quem é e o que faz o 
catador de material reciclável. 
Lista de freqüência 
Convites 
Lanche 
Assistente Social 
Psicólogo 
 
Educação Ambiental: 
 
Descrição das Atividades/Ações 
 
Instrumentos/materiais 
Utilizados 
 
Profissionais/parcerias 
Oficina de utilização e aproveitamento 
de alimentos. Realização de receitas 
com alimentos reutilizados. 
Lista de freqüência 
Convites 
Data-show 
Material didático 
Lanche 
Alimentos (batatas, bananas, 
cenouras e etc. 
 
Assistente Social 
Biólogo 
Capacitação contemplando o ciclo: 
coleta –> seleção–> reciclagem –> 
vendas para melhoria na rentabilidade. 
Lista de freqüência 
Convites 
Data-show 
Material didático 
Lanche 
Imã de geladeira 
CDs velhos 
Assistente Social 
Biólogo 
Oficina educativa tratando temáticas 
relativas ao manejo com o lixo: coleta 
seletiva, tempo de decomposição, 
doenças oriundas do trabalho e do mau 
armazenamento do lixo. 
Lista de freqüência 
Convites 
Data-show 
Material didático 
Lanche 
Assistente Social; 
Palestrante da Secretaria de Meio 
Ambiente de Fortaleza 
 
· Campanha Ecológica 
(Realização de Blitz Ecológica na 
comunidade). 
Convites 
Sacos de TNT 
Cartazes ilustrativos 
 
Assistentes Sociais 
 
Canetas piloto (4) 
100 mudas de planta 
(campanha troque 05 
garrafas PET por uma muda) 
Aluguel de Tenda 
 
 
Trabalho: 
 
Descrição das Atividades/Ações 
 
 
Instrumentos/materiais 
Utilizados 
 
 
Profissionais/parcerias 
 
 
Prestação de Serviços (aquisição de 
documentação: RG, CPF e certidão de 
nascimento). 
 
Pranchetas 
Trailer 
Convites 
05 Canetas 
Almofada para carimbo 
Parcerias com Casa do Cidadão e 
Banco do Brasil. 
 
Oficina sobre economia solidária. 
Lista de freqüência 
Convites 
Data-show 
Material didático 
Lanche 
Assistente Social 
Palestrante da Secretaria de 
Desenvolvimento Econômico de 
Fortaleza 
· Oficina educativa para a segurança 
dos catadores de material reciclável, 
no trânsito e no trabalho com a 
distribuição de Equipamento de 
Proteção Individual – EPI’s, bem 
como a sensibilização dos mesmos 
para a importância do uso destes 
equipamentos. 
Lista de freqüência 
Convites 
Data-show 
Material didático 
Lanche 
Parceria Autarquia Municipal de 
Trânsito do Ceará 
Visita à rede de catadores. 
Ônibus 
Convites 
Lanche 
Freqüência 
Contratação de transporte 
Palestra sobre associativismo e 
cooperativismo. 
Lista de freqüência 
Convites 
Data-show 
Apresentação de vídeo 
Material didático 
Lanche 
Assistentes Sociais 
Parceria com Secretaria de 
Desenvolvimento Econômico 
 
Visita dos catadores de materiais 
recicláveis às Instituições, 
Associações e/ou Cooperativas de 
triagem de recicláveis. 
Ônibus 
Convites 
Lanche 
Freqüência 
Contratação de transporte 
 
 Saúde 
 
Descrição das Atividades/Ações 
 
 
Instrumentos/materiais 
Utilizados 
 
 
Profissionais/parcerias 
 
· Palestra sobre saúde e prestação 
de serviços de saúde (atendimento 
médico, vacinação e aferimento de 
pressão dentro outros). 
Lista de freqüência 
Data-show 
Convites 
Material didático 
Lanche 
Assistente Social; 
Médico 
Parceria com o Distrito de Saúde 
(Regional IV) 
Oficina sobre noções de higiene e 
hábitos saudáveis. 
Lista de freqüência 
Convites 
Data-show 
Material didático 
Lanche 
Assistentes Sociais 
 
 
 
 
 
 
8. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 
 
Atividades 
Periodo 
2018 
Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
1.Conhecimento da realidade 
2.Elaboração do projeto 
3.Mobilização do público-alvo 
4.Seleção e inscrição do 
público-alvo. 
 
5.Captação de parcerias. 
6.Contratação de profissionais. 
7.Execução das atividades 
Reunião 
Capacitação 
Palestras 
Oficinas 
Campanha Ecológica 
Visita à rede de catadores 
Viabilização documentos 
Roda de conversa 
8.Monitoramento e Avaliação 
das atividades 
 
Encerramento das Atividades9. RISCOS 
9.1 Legislação: parte dos empreendimentos de catadores de materiais 
recicláveis no Brasil não está formalizada. Entre os motivos que levavam esses 
grupos a não se formalizarem, encontrava-se a legislação, que impunha um número 
mínimo de vinte associados para a formalização da cooperativa (a partir de 2012, 
com a aprovação da nova lei das cooperativas de trabalho, esse número caiu para 
sete associados). 
9.2 Carga tributária: também é apontada como limite, sobretudo pela 
fragilidade desses pequenos empreendimentos em início de operação. Justamente 
os que mais precisam de investimentos perdem oportunidades por falta de 
documentação. 
9.3 Processos de gestão inadequados: mesmo cooperativas formalizadas, 
por inexperiência ou outros motivos, adotam procedimentos informais, desde o 
registro inadequado de suas operações até o cálculo equivocado ou o não 
pagamento de tributos. Nesses casos é evidente que há demandas de assessoria, e 
esta deve ser aliada a uma revisão dos processos de gestão. 
9.4 Conflitos internos: para que o funcionamento de uma cooperativa seja 
eficiente e eficaz, ela deve contar com a participação qualificada de seus membros. 
Ou seja, a distribuição de funções e tarefas tem que potencializar o trabalho coletivo, 
caso contrário as atuações poderão ser marcadas por ações individualistas e fortes 
conflitos de interesses. 
9.5 Falha no cumprimento de metas e resultados: como muitas dessas 
organizações possuem parceiros que financiam seu trabalho na cooperativa e a eles 
devem apresentar metas e resultados, muitas comprometem-se a efetivar processos 
que dependem do grupo; quando não há uma resposta da cooperativa no tempo 
definido com o financiador, assumem a realização de algo que deveria ser feito pela 
cooperativa. 
 
 
 
 
 
10. FORMAS DE CONTROLE E AVALIAÇÃO 
 
Durante toda a execução do projeto, serão realizadas avaliações sistemáticas 
ao final de cada atividade, com a participação efetiva dos beneficiários, inseridos no 
processo dinâmico das ações propostas pelo Projeto. Tais avaliações serão 
realizadas através de exposições verbais a fim de analisar o processo e de propor 
mudanças, quando necessário, para que haja um melhor desempenho do Projeto. 
Serão utilizados instrumentais como: atas, registros fotográficos, entrevistas e 
contatos informais com os beneficiários para que os resultados desses instrumentais 
de trabalho sejam somados e contribuam para a avaliação do projeto. 
 Instrumental técnico: visitas domiciliares para entrevistas de avaliação; 
avaliação oral no final das atividades. 
 
 
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ABREU, M. F. Do lixo à cidadania, estratégias para a ação. Brasília: Edição 
Unicef do Brasil, 2001. 
 
Associação Nacional dos Trabalhadores e Empresas de Autogestão e Participação 
Acionária (Anteag). Autogestão e economia solidária: uma nova metodologia. 3. 
v. São Paulo, 2007. 
 
ARMANI, D. Como elaborar projetos? Guia prático para a elaboração e gestão 
de projetos sociais. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2000. 
 
BAKUNIN, M. A instrução integral. São Paulo: Imaginário, 2003. 
 
BELLEN, H. M. V. Indicadores de sustentabilidade: uma análise comparativa. 
Rio de Janeiro: fgv, 2005. 
 
Minha Empresa Sustentável: 1. Cooperativa de Reciclagem. / Cuiabá, MT: Sebrae, 
2017. 25p.:Il. Color. 1.Reciclagem; 2. Sustentabilidade; 3. Gestão de empresas; 4. 
Pequenos negócios I. Titulo ISBN: 978-85-7361-102-1 CDU: 502.131.1

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