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6 - políticas públicas educacionais

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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO	2
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO	3
UNIDADE 2: A CONCEITUAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DOS TERMOS
...................................................................................................................................6
- O SIGNIFICADO DE POLÍTICA	6
- O significado de Públicas	8
- O significado de Educação	9
- AS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS	11
- O contexto de mudanças das políticas públicas educacionais	15
- A importância do diálogo no processo político educacional	19
- A questão da ideologia no cenário das políticas educacionais	21
- O CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO NEOLIBERALISMO	23
- Gestão Educacional: democrático-participativa	25
- A democracia	26
- A autonomia na escola	27
- O PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO: DO FUNDEF AO FUNDEB	29
- As políticas em relação à: LEI N.º 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996	36
UNIDADE 3: CONSIDERAÇÕES FINAIS	57
REFERÊNCIAS	59
APRESENTAÇÃO
Educador, bem-vindo à Disciplina “POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS”. A partir de agora, você tem em seu poder um material de pesquisa imprescindível para o profissional que está inserido no contexto educacional que presencia mudanças de tantos paradigmas e sistemas políticos.
Este módulo apresenta aos profissionais uma discussão acerca das políticas públicas, reportando a vários períodos de sua história no país em relação às questões educacionais.
Para tanto, foi necessario recorrer ao estudo da origem das palavras com o objetivo de contextualizar o movimento conceitual pela qual tem passado não apenas o léxico , mas a prática a ele relacionada.
Pretende-se refletir sobre as mudanças em Educação como uma atividade que remete para uma transição de paradigmas - de como se ensina e de como se aprende, deparando-se então, com a instituição escolar nas suas funções e estruturas organizacionais, bem como conselhos, colegiados, e sobetudo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases).
Por fim, defende a postura do profissional com o compromisso político, como aquele que conduz e faz do ensino a sua profissão. Existe também uma complexidade quando se aborda a discussão dos principais impactos do Fundef, hoje Fundeb na política pública educacional.
Diante de tanta complexidade e polêmica em relação a esta temática, torna-se necessário uma abordagem sobre os impactos no sistema educativo público e sobre as relações inter-governamentais no Brasil. Pretende-se problematizar as possibilidades e as divergências com a posição oficial do MEC.
Bons estudos!
Profa . Ms. Rosana Cristina Ferreira Silva
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO
A modernização das tecnologias e das organizações privadas ou estatais vem acompanhando o processo de globalização e se dá em diferentes formas, em vários cenários, inclusive no contexto das políticas públicas educacionais.
Nessa nova perspectiva, uma das exigências para os diversos segmentos é a indispensável capacidade de continuarem aprendendo, estudarem e aprimorarem-se continuamente, na tentativa de atenderem às demandas que as organizações – escolares ou não- vêm exigindo (NONAKA, 1997).
Sendo assim, a questão política aparece como um tema que deve ser conhecido e aprofundado, bem como a conceituação de “públicas” que pode ser considerada como um fenômeno sistêmico mundial que permanecem independentemente nas pessoas.
Pode-se dizer que as organizações podem não ter cérebro, mas são dotadas de sistemas cognitivos que elas mesmas desenvolvem e vão sendo impregnadas em sua cultura por meio de procedimentos que são desenvolvidos gradativamente, por ações políticas nos setores governamentais, escolares entre outros (SENGE, 2002).
Sendo assim, faz-se necessário analisar a atuação da política pública atual, no que se diz respeito ao financiamento no setor educacional, pois isso representa também uma oportunidade para poder analisar como está evoluindo a política de descentralização do Estado brasileiro e o caminho das escolas ruma à autonomia.
Pode-se dizer que um dos maiores desafios dos administradores de empresas ou de governos deste milênio é a administração de financiamentos, a gestão de pessoas, fazendo com que elas se identifiquem com o trabalho que estão realizando e como este trabalho pode trazer benefícios e consequências.
Na visão de Senge (2002), é preciso ver as pessoas como recursos a serem usados pela organização no seu diferencial competitivo, as pessoas têm que sentir- se parte da empresa, das organizações e perceberam que precisam continuar aprendendo, pois sabe-se que após o período centralizador do regime militar, o sistema político de financiamento da educação pública no Brasil vem sendo reestruturado.
Neste sentido, as ações governamentais precisam aumentar e garantir os recursos para a educação pública, uma vez que a competitividade e a atual pressão que a globalização e o neoliberalismo exercem sobre as organizações têm exigido delas cada vez mais habilidades diferentes para conseguirem se sobressair no mercado, mas para isso é preciso de investimentos.
As políticas educacionais estão tendo que passar por um processo de reestruturação, tornando-se cada vez mais necessário um constante aprendizado, crescimento, investimento e participação pública para a prevenção e resolução dos problemas detectados no cenário educativo exigindo um forte papel da democracia.
Para tanto, para conseguirem uma reestruturação eficiente na atuação política, torna-se necessário ter que deixar de dar ênfase ao trabalho individualizado, e à ideia de que somente o dirigente é a única fonte de solução para os problemas. Portanto, é preciso admitir que uma organização funciona através da cooperação, união, conhecimento da realidade e o aprendizado contínuo para a solução dos problemas de todos os envolvidos no sistema educacional, escola, professores, especialistas, família, sociedade e sobretudo o aluno.
Neste sentido, Robbins (2003) coloca que com esta mudança de comportamento, é preciso que as empresas organizem seu trabalho de maneira que todos os seus colaboradores se tornem parte dela. Isso significa que eles devem desenvolver suas habilidades para poderem contribuir com o crescimento e o progresso do sistema educacional – devem desenvolver principalmente as habilidades necessárias para a resolução de problemas e tomada de decisão, capacidade para ouvir, dar feedback, resolver conflitos e acabar com o fracasso e evasão escolar.
Durante muito tempo, houve muitas mudanças significativas nos níveis de vinculação de recursos de estados e municípios a serem gastos com desenvolvimento e manutenção do ensino conhecido como MDE - Manutenção e Desenvolvimento do Ensino com o intuito de diminuir os desvios de recursos do setor educacional para outros segmentos.
Assim, muitos processos estaduais e municipais fixaram seus gastos para educação. Isso permitiu um cenário de trabalho dinâmico, exigindo colaboradores
que não se contentam com os erros e buscam novas formas de capacitação para aperfeiçoamento de suas habilidades nas práticas de políticas educacionais.
Um outro ponto relevante que deve ser levado em consideração, é a questão da descentralização do sistema tributário nacional do sistema federativo depois de longos anos de autoritarismo da União.
Entende-se que este processo de descentralização financeira, por um lado surtiu um efeito positivo para uma melhor atuação política e mais participativa. Por outro lado, tem sido apontado como uma problemática, pois a descentralização das competências entre as diferentes instâncias do setor responsável pelas políticas públicas de proteção social sobre os efeitos da política de vinculação do gasto e da oferta de serviços educacionais, passando a ser tratada como uma mercadoria.
A relação da reforma fiscal e da financeira apresentou efeitos imediatos no setor educacional por causa da descentralização deste setor e suas consequências são percebidas de várias maneiras, como por exemplo, na falta de compromisso com a formação de professores, a baixa remuneração, escolas desprovidas de materiais básicos, e muitos outros fatores que serão discutidos no decorrer deste trabalho.
Antes que a política pública educacional seja capaz de tornar-se uma organização que atua e que aprende verdadeiramente, é preciso que esta tenha consciência dos seus significados e da importância que tem diante da escola, das pessoas que a compõem e da sociedade como um todo.
Este texto teórico está estruturado em partes que buscam uma melhor apreensão do assunto. Na primeira parte apresenta a conceituação a partir da etimologia dos principais termos da temática, na segunda, há uma explanação das políticas públicas. A terceira parte trata da aprendizagem, autonomia, gestão e democracia e por último apresenta algumas partes da LDB que necessitam de uma aprendizagem em um processo permanente e contínuo.
UNIDADE 2: A CONCEITUAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DOS TERMOS
Faz-se necessária uma sistematização e levantamento etimológico e teórico entre os diversos significados e origem das palavras que embasam e atuam no sistema político público de educação. É interessante refletir que nem sempre o real sentido da palavra acontece verdadeiramente na prática.
Vale salientar que torna-se imprescindível uma leitura crítica e uma visão de mundo ampliada para compreender a teoria e a prática e as relações em que estão engendradas.
2.1 - O significado de Política
Há de se fazer uma reflexão dos elementos fundamentais que constituem este trabalho, tendo como o primeiro elemento a palavra política. Segundo Chauí (2000), a origem deste vocábulo é grego - ta politika, vinda de polis.
De acordo com esta etimologia, Polis era a Cidade, que por sua vez é entendida como uma comunidade organizada, formada pelos cidadãos – politikos - , isto é, pelos homens nascidos no solo da Cidade, livres e iguais, portadores de dois direitos inquestionáveis:
a isonomia - igualdade perante a lei;
e a isegoria - o direito de expor e discutir em público opiniões sobre ações que a Cidade deve ou não deve realizar.
Como pode-se perceber, o primeiro sentido ta politika refere-se aos negócios públicos dirigidos pelos cidadãos, pessoas comuns como os costumes, leis, erário público, organização da defesa e da guerra, administração dos serviços públicos - abertura de ruas, estradas e portos, construção de templos e fortificações, obras de irrigação, entre outras ações, e das atividades econômicas da Cidade como a moeda, os impostos e tributos, tratados comerciais, e muitos outros tipos de negócio.
A tradução latina de polis é Civitas, ou seja, é a Cidade como ente público e coletivo. Segundo Chauí (2000) a palavra Res publica é a tradução latina para ta
politika, com o sentido de os negócios públicos dirigidos pelo populus romanus, isto é, os patrícios ou cidadãos livres e iguais, nascidos no solo de Roma.
Sendo assim, entende-se portanto que, Polis e civitas correspondem ao vocabulário político moderno o próprio Estado, isto é, o conjunto das instituições públicas - leis, erário público, serviços públicos - e sua administração pelos membros da Cidade.
No tocante à expressão Ta politika e res publica, estas correspondem ao que designa por práticas políticas, referindo-se ao modo de participação no poder, aos conflitos e acordos em tomada de decisões e na definição das leis e de sua aplicação, no reconhecimento dos direitos e das obrigações dos membros da comunidade política e às decisões concernentes ao erário ou fundo público, em outras palavras, trata-se fundamentalmente do poder da participação do povo em tomadas de decisões (CHAUÍ, 2000).
Ainda, segundo o Dicionário Aurélio (1986) tem-se:
Política - s.f. Ciência do governo dos povos. / Direção de um Estado e determinação das formas de sua organização. / Conjunto dos negócios de Estado, maneira de os conduzir. / Fig. Maneira hábil de agir; astúcia; civilidade. // Ciência política, ramo das ciências sociais que trata do governo e da organização dos Estados.
Portanto, pode-se dizer que os gregos e romanos inventaram a política, e que os dicionários trazem o seu sentido, mas isso não significa que antes deles não existiam o poder e a autoridade, mas sim que inventaram o poder e a autoridade políticos propriamente ditos.
Pode-se compreender a origem greco-romana de política através do vocabulário usado em política:
Democracia, Aristocracia, Oligarquia, Tirania, Despotismo, Anarquia, Monarquia
Todas essas são palavras gregas que designam regimes políticos; república, império, poder, cidade, ditadura, senado, povo, sociedade, pacto, consenso são palavras latinas que designam regimes políticos, agentes políticos, formas de ação política e participação.
Entretanto, pode-se usar a palavra política ainda em vários outros sentidos, como “política universitária”, “política da escola”, “política do hospital”, “política da empresa”, “política sindical” entre outras.
Neste sentido, estas expressões não se encontram a referência ao governo nem a profissionais da política (CHAUÍ, 2000), pois “Política universitária” e “política da escola” referem-se à maneira como uma instituição de ensino - pública ou privada
- define sua direção e o modo de participação ou não de professores e estudantes em sua gestão, como modo que os recursos serão empregados, ao currículo, às formas de avaliação dos alunos e professores, ao tipo de pessoa que será recebida como estudante e como docente, à carreira dos docentes, salários, e, se a instituição for privada, ao custo das mensalidades, remuneração de professores e matrículas.
No caso específico do governo e da administração, usa-se “política” para referir a uma atividade que exige formas organizadas de gestão institucional. Em outras situações como gestão e organização de instituições, usa-se “política” para referir ao fato de que organizar e gerir uma instituição envolve questões de poder, em outras palavras política é uma forma de poder.
Deste modo, pode-se concluir que Política diz respeito a tudo quanto envolva relações de poder ou a tudo quanto envolva organização e administração de grupos, participação, povo e gestão.
2.1.1 - O significado de Públicas
Para melhor compreensão desta temática é imprescindível conhecer profundamente a polissemia dos vocábulos. No caso da palavra Pública, pode-se dizer de acordo com o Dicionário etimológico que: "Público: adj. relativo, pertencente ou destinado ao povo, à coletividade”.
Palavra de origem latina publicus, a sua formulação dos conceitos parte da definição do dicionário, isto é, a partir de um critério gramatical, mas não se obtém uma diferença clara entre os termos.
O que se percebe nesse caso é uma preocupação fundada na origem da palavra. Enquanto se enfatiza que público é a ação de propagar, vinculando o substantivo ao verbo, público está mais próximo de tudo que se refere ao povo, à participação, para o povo.
A implementação de Políticas Públicas quer uma disseminação do conhecimento, quer inclusivas com a garantia de acesso a pessoas aos recursos de recuperação da educação, demandam não só o investimento adequado – demandam a existência de pessoal habilitado a lidar com tais ferramentas para que tais ações possam ser concebidas realmente como públicas.
2.1.2 - O significado de Educação
Ao pensar-se em educação é necessário atentar para a relevância do aprendizado individual para a eficiência da formação do conhecimento. A aprendizagem individual e a coletiva precisam estar conectadas à origem da palavra educação.
Este vocábulo vem do latim educare e significa extrair de dentro de si. Em decorrência disso, o alvo da aprendizagem está em proporcionar condições para que o indivíduo extraia o conhecimento de si próprio. (FREIRE, 2004, p.1).
De acordo com Patrícia Freire (2004) a educação, portanto, se constitui como um processo contínuo. Para isso, é necessário observar a estrutura da organização, a cultura organizacional como o conjunto de crenças e valores compartilhados pelos seus membros e a gestão de pessoas existente.
De acordo com Cortella (1999), o verbo Educar trata-se do desenvolvimento do sujeito em todos os seus sentidos e potencialidades por meio da educação, ou seja, trata-se de forma primordial da
sua educação como um todo.
No entendimento científico, a Educação é o conhecimento que apresenta uma perspectiva instituinte, de natureza eminentemente ativa que envolve um sujeito e um objeto, numa interação cooperante – no significado lato da palavra "operar com o outro", que implica uma intenção decorrente de uma necessidade.
Educar corresponde a uma ação que no sentido latino da palavra designa "o imprimir/ assinalar de uma marca", ou seja, causar um determinado impacto que resulta numa modificação que pode assumir diferentes naturezas e intensidades. Para além deste sentido, educar na sua origem latina significa também distinguir (CORTELLA, 1999).
Pode-se considerar que educar corresponde à possibilidade de escolha e de ação, elementos primordiais da formação do indivíduo enquanto cidadão. Este fato confere-lhe o mérito de poder participar.
Primeiramente, cabem à família, os primeiros ensinamentos sobre as relações entre os sujeitos; mas como esta não dispõe de recursos indispensáveis à efetivação do seu direito de educar, então fica aos cuidados do governo a educação de todo cidadão.
Há vários pressupostos inseridos na educação com o intuito de levar aos sujeitos questões fundamentais, como:
Educação Religiosa, Educação da Inteligência, Educação da Afetividade, Educação para a Cidadania,
Educação Vocacional e Profissional, Educação Moral,
Educação Sexual,
Educação Física e de Saúde,
Pode-se afirmar que, a educação é um dos direitos fundamentais do homem, presente no art. 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos feita pela ONU – Órgão das Nações Unidas, defendida na Constituição Federal do Brasil de 1988 e também na LDB.
Neste sentido, a educação deve favorecer a formação de cidadãos ativos e participantes para que possam decidir, agir e participar. Antes, o professor era o único detentor do conhecimento, mas isso vem cedendo lugar à democratização do conhecimento possibilitando a autonomia do sujeito como autor e ator consciente do seu processo de educar-se.
Para Cortella (1999), a Educação é o veículo que transporta o conhecimento para ser produzido e reproduzido, criado e recriado, considerando a instituição escolar como um lócus privilegiado para a atuação política do conhecimento.
A escola, enquanto instituição social, mostra uma sociedade contextualizada, com as suas inclusões e exclusões, ou seja, democratizou-se o acesso à escola, mas não conseguiu garantir a permanência dos sujeitos que nela inseriram-se.
Diante de tal situação, há uma necessidade de mudanças nas Políticas Públicas Educacionais para que as suas práticas sejam verdadeiramente efetivadas em prol de uma sociedade mais justa, humana, inclusiva e solidária.
2.2 - As Políticas Públicas Educacionais
A existente relação entre políticas públicas e administração da educação torna-se clara em vários aspectos, como por exemplo, no aspecto organizacional. O sistema de ensino nacional centraliza-se na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96, as duas legislações se fundamentam na gestão democrática.
Ao longo do tempo, houve um crescimento das atribuições conferidas aos governos, sob a forma do Estado, levou a uma ampliação do campo das atividades políticas, que passaram a abranger questões administrativas e organizacionais, decisões econômicas, serviços sociais e educacionais. Essa ampliação acabou levando a um uso generalizado da palavra política para referir-se a toda modalidade de direção de grupos sociais que envolvam poder, administração, educação e organização, talvez esta seja uma das hipóteses que sustentam a “falta de compromisso” com o setor educacional.
Nos últimos anos, as políticas educacionais têm dado ênfase à administração, à gestão e à qualidade da educação. Isso tem crescido de tal maneira que passa a ser um tema dominante em encontros de educadores.
Muitos desses encontros de Pesquisas Educacionais são realizados em todo país com vários temas como a Avaliação Institucional, Política Educacional, Política do Ensino Superior e Formação de Professores.
Dentre artigos, pesquisas e apresentação de Trabalhos em muitos destes eventos, sempre estão presentes a abordagem sobre as políticas públicas
educacionais, a administração e a gestão como referencial fundamental das discussões, sendo estes entendidos como fatores determinantes da qualidade educacional.
Neste sentido, nota-se que a sociedade organizada em instituições públicas e privadas revelam a relevância da administração como um meio para atingir objetivos e metas, avaliar processos e resultados, ajustar-se às demandas das exigências deste novo milênio.
Sendo assim, acredita-se que a administração, o gerenciamento e a gestão devem ser eficientes e capazes de oferecer às instituições e seus colaboradores um eixo norteador para superar as crises que se instalaram neste novo cenário.
Essas premissas também devem ser aplicas à instituição escolar, pois trata- se de uma organização e torna-se necessário uma administração sistematizada.
A administração eficiente e criativa na educação tem como principal pressuposto a qualidade e melhoria do sistema de ensino e da escola, isso ocorreu na década de 90 quando enfatizaram como objetivo a preparação de cidadãos dignos e competentes através do cenário escolar.
De acordo com Gentili (1996), as políticas públicas e os paradigmas gerenciais evoluíram. Para suprir tal demanda, perceberam a necessidade de ir em busca de soluções para o gerenciamento e a qualidade educacional mediante a parceria com os que fazem a educação acontecer no cotidiano da escola.
Muitas discussões sobre os novos paradigmas de gestores não podem ser confundidos com os novos padrões gerenciais da organização pela escola. Esses padrões possuem flexibilidade e participação dos trabalhadores, porém não garantem o controle absoluto e autonomia do processo e dos resultados.
Deste modo, torna-se indispensável que os educadores se empenhem nas políticas públicas em prol de uma participação efetiva, na reorganização das funções administrativas e na gestão da escola na rede pública, caso contrário ela continuará com uma falsa participação nos processos decisórios.
Sendo assim, a palavra política pública traz, portanto, um significado paradoxal (CHAUÍ, 1999). Pois trata-se de uma atividade específica do governo que é realizada por algum profissional, ou seja, o ser político, e também significa uma ação coletiva, isto é, o movimento estudantil nas ruas, reivindicação de alguma
coisa, feita por membros da sociedade no sentido de coletividade e participação e dirigida aos governos ou ao Estado.
Sendo a política uma profissão entre outras ou é uma ação que todos os indivíduos realizam quando se relacionam com o poder, então onde estão inseridas as manifestações discutidas em eventos educacionais?
Se a política pública se refere às atividades de governo ou a toda ação social que tenha como alvo ou como interlocutor o governo ou o Estado, o que estes estão fazendo com agilidade para mudar o atual cenário de fracasso escolar? Percebe-se que houve um aumento no acesso de estudantes nas Universidades, mas percebe- se também o grande número de alunos evadidos destas instituições, uma vez que o acesso não é garantia de permanência, concretização e conclusão do Ensino Superior.
De acordo com Gentili (1996) a sociedade e a educação não podem ser retiradas da esfera da discussão política e simplesmente voltadas para a manipulação.
A relação que se quer estabelecer entre qualidade e participação no contexto escolar vai muito além da questão da competência dos gestores, de pais, de professores, de alunos e de funcionários; é uma questão de poder e de vontade política.
Acredita-se que essas premissas supracitadas fazem com que muitos educadores se decepcionem com os fatos infelizes e incertos que acontecem no setor educacional e em outros segmentos. Isso faz com que eles não queiram nem ouvir falar em política, recusam-se a participar de atividades sociais que possam ter finalidade ou cunho políticos, afastam-se
de tudo quanto lembre atividades políticas.
Estes mesmos professores, em seu isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois estão deixando que as coisas fiquem como estão e, portanto, que a política existente continue tal qual é. A apatia social é, pois, uma forma passiva de fazer política (CHAUÍ, 1999).
As questões políticas internas e externas à escola, com maior ou menor participação dos professores e da comunidade escolar vivenciam muitos desencontros educacionais, pois estão vendo de forma crescente a redução de gastos e de recursos no desenvolvimento do processo educacional.
Neste caso, a responsabilidade política educacional do Estado fica aquém das expectativas e o pior é que a comunidade aceita tal situação, mesmo reconhecendo a importância da instituição escolar e da práxis docente na preparação dos indivíduos para o exercício da cidadania.
A educação escolar é uma prática política que tem como caráter fundamental preparar o homem com um forte potencial para o trabalho, mas isso só torna-se realidade se os gestores escolares gerirem com mais competência em suas ações, terem mais flexibilidade na sua atuação e agilidade para acompanhar e distinguir entre o conceito teórico e a prática da palavra política e, além de tudo, fazer uma inter-relação dos significados principais do sentido político propriamente dito.
A educação como agente de transformações da sociedade poderá potencializar o desenvolvimento do processo de conscientização da população, abrindo espaços, sendo assim, um instrumento de democratização através da participação (SOUSA, 2005, p. 52).
A política pública na escola refere-se, portanto, à ação dos governantes que detêm a autoridade e o poder para dirigir a coletividade organizada, bem como às ações da coletividade em apoio ou contrárias à autoridade governamental para atuarem em prol da melhoria da educação.
O potencial criativo da tão sonhada autonomia escolar tem sido um palco de discussão e pouco executado. Muitos educadores e planejadores educacionais percebem que o exercício da autonomia pode ser um aliado na busca da qualidade da educação, embora este paradigma ainda não se adentrou nas escolas públicas do país.
Em pleno século XXI, são raros os líderes das instituições escolares que atuam em uma gestão democrático-participativa e autonomia. Deveria ser ao contrário, uma vez que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96.3 estão em conformidade com a gestão democrática, participativa, inclusiva e dá respaldo à autonomia.
Ainda, pode-se deparar com o verbalismo de muitos planejadores da Educação em grandes instâncias. Como dizia Paulo Freire “não passa de blá – blá – blá”, uma vez que muitos destes educadores do planejamento
dos sistemas de ensino discursam sobre a autonomia da escola e na prática se mostram resistentes à autonomia escolar.
Este pode ser considerado um modo desumano, autoritário, violento com que professores e funcionários públicos são tratados, cujo salário é pago por todos os cidadãos através de impostos.
Esta prerrogativa mostra uma visão negativa da política e a maneira como as leis estão redigidas, tornando-se incompreensíveis para a sociedade e exigindo que sejam interpretadas por especialistas, sem a garantia de que as interpretam corretamente, se o fazem em favor do povo trabalhador ou em favor de privilégios escondidos.
É preciso acreditar no potencial dos gestores escolares, incentivar a participação dos professores e de toda comunidade escolar no processo educacional, pois esta é uma das condições fundamentais para uma prática democrática, e para o exercício da cidadania e da autonomia.
Faz-se necessário encarar os desafios que a comunidade escolar enfrenta, é preciso lutar contra os opositores da gestão democrática e da autonomia através da própria política, pois mesmo quando se faz uma guerra civil ou se realiza uma revolução, os motivos e objetivos são a política, isto é, mudanças na forma e no conteúdo do poder.
Mesmo os sonhos de mudança e de emancipação humana contra todas e quaisquer modalidades de autoritarismo, escravidão, violência, exclusão e injustiça são concebidos de poderes ilegítimos, mas não com o significado da própria política.
Muitos são os desafios e obstáculos que minimizam o sonho da participação política, uma vez que esta foi inventada como o modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decide em comum para aprovar ou rejeitar as ações que dizem respeito a todos os seus membros.
Como explicar, então, que seja percebida como algo que não concerne, mas prejudica, não favorece, mas favorece aos interesses de outros? Não resta dúvida, as políticas públicas educacionais estão engatinhando, mas não pode parar.
2.2.1 - O contexto de mudanças das políticas públicas educacionais
A sociedade contemporânea se caracteriza pelos grandes avanços tecno- científicos e pelas mudanças sócio-políticas. Os ideais que imperam essas mudanças são o consumismo exacerbado, o individualismo e a competitividade. Sendo assim, o desenvolvimento do ser humano não pode ficar à margem de tudo isso (SILVA, 2006).
Consequentemente, o homem contemporâneo sofre com as pressões no mundo do trabalho regido pela nova ordem mundial. A cada dia aumentam os casos de estresse, insatisfação, desprazer e frustração, sobretudo com aqueles profissionais que trabalham diretamente com o ser humano. São exigidos desses profissionais tantos conhecimentos técnicos e produtividade em detrimento do conhecimento do próprio ser humano (SILVA, 2006, p. 12).
Neste sentido, o ser humano está vivendo em um tempo de mudanças e transformações aceleradas que têm modificado as relações humanas e a educação não fica de fora.
Este cenário da vida atual da sociedade e dos educadores, de modo especial, vivenciam inúmeras modificações nos sistemas educacionais, nos modos de produção e nas relações de trabalho exigidas pela própria sociedade (GADOTTI, 2000).
Segundo Silva (2006) é mister, portanto, que haja, pari passo a tais mudanças tecno-científicas, o progresso humano. Falar em progresso humano significa falar em propiciar ao homem oportunidades e desenvolvimentos de habilidades necessárias para que ele possa ser sujeito de sua própria história: autor e não inócuo coadjuvante desta.
A escola é uma das principais instituições sociais responsável pela formação dessa cidadania. Logo, é incoerente que o professor, bem como demais profissionais da escola não tenham respaldo para lidar com os conflitos que afloram no próprio local de trabalho, principalmente àqueles que dizem respeito ao desenvolvimento humano (SILVA, 2006, p. 12).
Sendo assim, é preciso radicalizar e fazer valer uma nova formação educacional. Pois há respaldos oficiais como a LDB, os PCN’s, os Relatórios do MEC, Diretrizes Curriculares e muitos outros textos de diferentes representantes da sociedade, tais como cientistas sociais, educadores, políticos e educacionais (CUNHA, 1988).
Muitos destes documentos almejam alcançar os objetivos e metas. É importante ressaltar que houve alguns avanços por parte do governo que vem investindo em programas com a preocupação com o futuro de cidadão, com a formação continuada dos professores.
A formação inicial e continuada dos professores é uma questão muito séria, considerando que é através de sua formação que também está relacionada a questão da identidade dos professores. A instituição escolar é um espaço pelo qual os conhecimentos sistematizados, as relações sociais e outros fatores estão envolvidos, fazendo com que este espaço se transforme em um novo locus de formação de sujeitos reflexivos e conscientes, além de oferecer subsídios para o crescimento do profissional docente, de forma coletiva e colaborativa (SILVA, 2006, p. 29).
Um outro exemplo da preocupação das políticas educacionais pode ser percebida através dos avanços da modalidade de ensino a distância, denominado “Salto para o Futuro”.
Existem também os projetos voltados para a questão da qualidade
do ensino, a título de ilustração pode-se falar do SAEB, ENEM e Provão que fazem parte da política educacional do MEC - Ministério da Educação.
Trata-se de uma reforma educacional que inicia-se a partir do atendimento da Educação Infantil e se estende até a graduação. Vale lembrar que, tais mudanças e a validade da nova LDB, só vieram após a “Conferência Mundial de Educação para Todos” em 1990 com o “Plano Mundial da Educação”, realizado em Jomtien, na Tailândia, convocada pela Unesco, Unicef, PNVD e o Banco Mundial. Houve a participação de vários países, inclusive o Brasil.
Este documento está embasado nos quatro pilares da educação:
Aprender a ser; Aprender a Conviver; Aprender a Fazer; Aprender a Aprender.
Juntamente com outros países, o Brasil assinou a Declaração de Nova Déli que estabelecer as diretrizes para os planos decenais de educação desses países com o intuito de cumprir os compromissos assumidos internacionalmente com diretrizes para o período de 1993 a 2003.
A partir desse documento oficial, originaram-se outros planejamentos, todos articulados com o primeiro, isto é, o Plano Mundial da Educação e de maneira decrescente, começa deste plano e vai até chegar ao plano de aula do professor:
Plano Nacional de Educação - MEC / PCNS; Planejamento de Nível Estadual; Planejamento de Nível Municipal; Planejamento Curricular;
Planejamento Escolar; Projeto Político pedagógico; Planejamento Operacional; Plano de ensino;
Plano de Curso; Plano de Unidade; Plano de Aula.
A aprovação em 1996, da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação que começara em 1988, veio a calhar, uma vez que ela só foi sancionada após a discussão do Plano Mundial da Educação.
Uma discussão que depois é enriquecida pelo Senador Darcy Ribeiro e um dos debates que se seguiram acerca desses textos, resultou a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a Lei nº. 9394/96, de nome Lei Darcy Ribeiro.
Atendendo às propostas da Conferência Mundial de Educação para Todos e ao Plano Decenal, foram criados os PCNs para o Ensino Fundamental – 1ª a 4ª séries e 5ª a 8ª séries e Ensino Médio, o Referencial Curricular para a Educação Infantil e gradativamente, as Diretrizes Curriculares para os diferentes cursos de graduação.
Fundamentados nesses documentos, o governo verifica a qualidade de ensino através de exames nacionais conhecidos como SAEB, ENEM e Provão, em diferentes níveis de escolaridade no país:
SAEB - O Saeb é aplicado a cada dois anos e permite produzir indicadores educacionais de regiões, unidades da Federação e, quando possível, de municípios e escolas do Brasil. As avaliações de Português e Matemática serão para todos os estudantes de 5º e 9º anos do ensino fundamental e de 3ª e 4ª séries do ensino médio e técnico integrado das escolas públicas. Outra novidade para 2019 é a avaliação da educação infantil, que será realizada em caráter de estudo-piloto para uma amostra de creches e pré-escolas públicas.
ENEM - Exame Nacional de Ensino Médio - avalia o desempenho dos alunos de ensino médio e a qualidade de ensino das escolas em que estudam.
Provão - Exame Nacional de Cursos - avalia, através do desempenho de alunos concluintes, as instituições públicas e particulares de ensino superior, podendo, inclusive, reprovar e fechar cursos que apresentem péssimo desempenho em repetidas avaliações.
É preciso ter a convicção que não se fará uma reforma educativa se não se colocar no centro de suas preocupações as questões relativas à identidade, à formação e às condições de trabalho.
A expectativa da sociedade quanto à educação é de uma preparação de alunos cidadãos para a vida e para o mercado de trabalho, para isso os professores não podem ser alienados e pessimistas. Devem e necessitam ser um profissional com espírito transformador, reflexivo e consciente de sua missão (SILVA, 2006, p. 27).
A respeito dos fatores econômico e social diante à profissionalização dos professores, a ação educativa tem como eixo principal o docente. É preciso unir forças nessa perspectiva, com o intuito de construir uma reforma que transcenda as reais e emergentes necessidades em várias instâncias para todas as instituições escolares.
2.2.2 - A importância do diálogo no processo político educacional
Faz-se necessário sistematizar um diálogo, uma negociação, uma cooperação e sobretudo fortalecer o diálogo entre as diversas instâncias governamentais que atuam no sistema político público de educação.
O diálogo é um fenômeno tipicamente humano, uma exigência essencial, pois é através dele, na pronúncia do mundo, que os homens se constituem como homens verdadeiros. Para a sua constituição não basta a presença dos sujeitos, eu e tu, mas requer necessariamente a mediação do mundo. Ele não existe quando o homem não se compromete a pronunciar o mundo na busca conjunta da verdade, mas assume uma atitude depositária, desejando impor ao outro, numa relação vertical, a sua verdade, numa postura mais de conquista que de comunhão (OLIVEIRA, apud SILVA, 2006, p. 28).
Diante da reflexão acima, percebe-se que é preciso fortalecer o diálogo entre aqueles que planejam, executam ou representam a sociedade em um processo de articulação entre os diferentes níveis de ensino das instituições.
Desta forma, pode-se perceber que é necessário aumentar e garantir mais recursos e investimentos para a educação como um todo, não apenas em recursos materiais, e sim em recursos humanos.
Estas atitudes poderiam trazer um impacto no processo de democratização do setor público educacional e contribuir para elevar os níveis de qualidade e efetividade do sistema público de educação, uma vez que há a presença do diálogo para pensarem em propostas de melhoria e não apenas em mudar nomenclaturas de ciclo para série ou vice –versa.
É preciso pensar com urgência uma mudança radical em Educação. Como dizia Paulo Freire, “é preciso radicalizar” onde quer que esteja, onde quer que aconteça o processo de educar-se, independentemente do lócus de atuação.
O ambiente de trabalho do professor pode oferecer condições de formação continuada em um processo dialético, através da reflexão constante do professor e da análise de sua prática na sala de aula. A partir desta análise da realidade do cotidiano escolar, o professor tem condições de redirecionar, melhorar, transformar e aperfeiçoar a sua práxis tornando-se um professor reflexivo e otimizando o processo educacional dos seus alunos (SILVA, 2006, p. 30).
A sala de aula representa o primeiro local para a atividade política da educação, pois esta é uma atividade que remete o sujeito para a mudança de comportamento, de postura e pensamento.
A educação, tendo o diálogo como um instrumento fundamental, é o próprio instrumento político do sujeito, no caso do professor a mudança consolida-se através de como se ensina e de como se aprende, com a instituição escolar, a educação consolida-se em suas funções e estruturas organizacionais, na forma de gerir pensamentos, ideias e propostas.
Se a cada dia, uma nova postura do professor é exigida, entende-se a importância da missão do professor no ato de educar, de ensinar, de conduzir e de alimentar sonhos.
A dimensão política do professor é dinâmica, mobilizadora e complexa, pois ele é o próprio “ser” que conduz, que faz do ensino a sua profissão e que faz da educação um processo político.
Ele é também um sujeito que representa uma posição interativa, participativa e consciente, é um produtor e apropriador de conhecimento, é um semeador de
ensinamentos, que desperta os sonhos em seus alunos e dá a eles o alimentado necessário para o exercício da cidadania, para enfrentar o mercado de trabalho e para ser feliz, ou seja, o professor com o seu compromisso político é o mediador e facilitador fundamental do processo democrático da educação.
Desta forma, ao se referir à aprendizagem, preocupa-se com o processo educacional em várias dimensões que se complementam. Há a educação que diz respeito à interação e à convivência com o outro, há àquela que se relaciona com a disponibilidade emotiva e cognitiva do
sujeito que nasce da necessidade, da curiosidade e do desejo de cada indivíduo e a educação política que retrata o poder de quem detém o conhecimento, de quem sente o sabor do saber.
Como pode-se perceber a tão complexa dimensão da educação como processo político e de diálogo, faz-se necessário recuperar este significado por meio de uma educação voltada para o desenvolvimento pessoal, afetivo e social de todos os sujeitos envolvidos e inseridos no sistema.
É preciso garantir ao cidadão um compromisso de envolvimento de todos em favor de todos. Desta forma, faz sentido falar que a educação é realmente um processo político, que visa o bem comum, o bem coletivo, ou seja, o bem de todos num processo contemplado através do diálogo, da compreensão e da interação de todos.
Segundo Cortella (1999), se é verdade que ninguém ensina ninguém, também é verdade que não se aprende sozinho. É precisamente pela mediação e interação com o outro que o conhecimento é produzido e reproduzido. Neste processo, o conhecimento é a relação na qual intervêm o sujeito e o objeto.
Deste modo, este processo de ação/reflexão/ação, entendido originalmente como a ação de refletir e agir, implica lançar um olhar esperançoso diante de uma realidade que se apresenta em contínua mudança, transformação, solicitando ao sujeito uma constante negociação de significados e sentidos, de ampliação de conhecimentos, de libertação, de autonomia e liberdade.
2.2.3 - A questão da ideologia no cenário das políticas educacionais
A Ideologia e a Educação não podem ser vistas separadamente. Assim, pode- se dizer que a ideologia é a ciência da formação de ideias e Educação, é a arte de
transmitir valores. Unindo estes dois conceitos é possível se chegar a conclusão de que o papel do educador está entre essas duas intenções: formar cidadãos que produzam ideias novas e transmitir a esses mesmos cidadãos os valores básicos da sociedade em que ele se insere para que sua produção encontre caminho para ser aproveitada pelos componentes desta sociedade:
Os seres humanos convivem em sociedade e a aventura da convivência desafia-os a enfrentar e procurar responder a todo momento a pergunta: ‘como agir na relação com os outros?’. Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 3º e 4º ciclos. 1998, p. 49).
Os PCNs são vistos como um desafio, pois possui um sentido ideológico, ético e moral. Não há relação humana destituída desses conceitos. As teorias da educação, como teorias das ciências humanas que são, não se podem desvincular por completo da condição ideológica.
A ideologia refletirá sua função de dominação, de integração e de deformação, não só na prática como também nas teorias da educação que ultrapassa a validade das teorias educacionais ou, mesmo, das técnicas que dispomos. A realidade está irremediavelmente ligada ao projeto existencial do ser humano.
Não há sociedade organizada sem educação. A prática educacional abrange metas educacionais, políticas educacionais e toda a forma de orientação didática. Percebe-se que a realidade é definida socialmente e que as instituições tendem a perdurar, a menos que se tornem problemáticas. Ou seja, ameaçam a realidade social.
Se as instituições perdem sua praticidade, elas continuam não porque funcionam bem, mas porque são tidas como certas. A escola, por exemplo, traz em seu modelo algumas falhas institucionais que comprometem seu funcionamento, mas continua essencialmente a mesma porque a sociedade aprendeu a lidar com suas mazelas e tolerar suas falhas sem pretender criar uma outra identidade institucional para ela.
O Poder – ou quem o detém – está pronto para impor as definições tradicionais da realidade àqueles que estão submetidos à sua autoridade. Esta é a
história da sociedade, pluralista e complexa, que em nome da ordem social determina comportamentos para que se possa viver em harmonia.
Assim está organizada a sociedade. Qualquer processo institucional é derivado da comunicação e esta tende a ser mais complexa se o grupo for mais elaborado. É a história das culturas, das ideologias, das convicções etc.
Se forma a visão de mundo vem sendo percebido e transformado em função da dinâmica emocional e a estrutura cognitiva de um povo. A humanidade se comunica por intermédio de sua cultura e as instituições são a sua salvaguarda.
2.3 - O contexto das Políticas Públicas no neoliberalismo
Sendo assim, o país sobrevive em uma realidade difícil, com um número exagerado presença de excluídos em várias camadas produtivas, consumidoras e De acordo com Silva (2006), as articulações políticas, sociais e econômicas que existem estão imbricadas em uma acelerada produção e disseminação de uma cultura hegemônica.
Segundo Costa apud Silva (2006), há uma conjugação de novas e velhas formas de exercícios de hegemonia cultural e política que gestaram o arsenal discursivo neoliberal que vem grassando como uma onda avassaladora de dimensão planetária, com a pretensão de representar um suposto pluralismo e uma suposta democracia, redentores de uma sociedade que estaria condenada ao desequilíbrio ao se deixar levar por mistificações políticas eivadas de falsas promessas de igualdade.
É o que pode ser percebido no discurso neoliberal ao fazer os docentes acreditarem na melhoria de seu trabalho, ou que eles fazem parte do processo de tomadas de decisões no plano educativo, enquanto que, o discurso, é bem diferente muitos sem acesso à Educação.
O atual cenário histórico-político-social demonstra um quadro de exclusão social muito significativo, percebe-se que há uma má distribuição de riquezas, há um distanciamento muito grande de pobres e ricos.
Esse cenário neoliberal, com normas ditadas pelo Bando Mundial – BM- é incompatível com os interesses econômicos, históricos, culturais e sociais do país, as divergências governamentais, mostram a falta de compromisso com o cidadão,
mostram a falta de possibilidades e subsídios para aqueles que estudam e que não possuem poder aquisitivo necessário para sustentar os gastos com o custeio de sua educação, assim, como falta incentivo para a formação inicial e continuada do professor.
A forma de regulação social do Estado assume um papel de tirania que se caracteriza pela emergência dos Estados-Nação e, com eles, uma intervenção planejada da economia para evitar a fúria da desordem produzida pelo mercado (FRIGOTTO, apud SILVA, 2006).
Segundo Silva (2006), o Estado, para fazer política econômica, detém o total poder e controle das áreas estratégicas como o petróleo, energia, minérios, telecomunicações tornando-se ao mesmo tempo produtor e cobrador progressivo dos impostos do seu próprio produto como forma de manipulação dos cofres públicos, garantindo assim o funcionamento da produção capitalista e do poder hegemônico neoliberal.
Dentro deste quadro de crise imposto pelo sistema, na sua forma mais avançada, está a reprodução da força de trabalho que gera lucros contribuindo, portanto, com os interesses da classe dominante.
Do outro lado, estão os setores da educação, saúde, condições de moradia, lazer, transporte e seguro desemprego, que saem da esfera do mercado que gera lucro e são decididos, dominadamente, pelos poderes públicos, que por sua vez, estão em crise e com ela a tendência de perdas dos direitos sociais e o aumento da exclusão social (FRIGOTTO, apud SILVA, 2006).
A ideologia neoliberal apresenta-se perversa e cruel em todos os contextos, especialmente no contexto educacional, o que pode levá-lo a um colapso, uma vez que este modelo de cultura hegemônica propõe um ajustamento à globalização e à reestruturação produtiva, tratando-se, portanto, de um ajustamento duro e inevitável para os países em desenvolvimento como o Brasil (SILVA, 2006, p. 33).
A concepção neoliberal é por si só a naturalização da exclusão, da violência e da desumanização, que pode ser encontrados em documentos do Banco Mundial.
Diante disso, afirma Paulo Freire (1996): O homem brasileiro é um povo oprimido;
Passa fome, anda mal vestido;
É explorado e tratado como um objeto; É analfabeto;
Vive esmagado por uma estrutura social que o reduz ao silêncio e encontra-se impedido de participar na organização e na gestão da vida social;
Está dominado por um imenso complexo de inferioridade; um dos numerosos mitos cultivados e inculcados pelas elites dirigentes;
É colonizado na sua consciência pelo opressor e seus modelos culturais, o que o transforma num ser duplo, contraditório, dividido; isto é, é ele o opressor ao mesmo tempo; sofrem uma dualidade que se instala na interioridade do seu ser. São eles e ao mesmo tempo são o outro introjetado neles, como consciência opressora.
Dessa maneira, pode-se perceber que se faz urgente fazer uma reflexão sobre o pensamento de Freire, a situação emergente em que se encontram os cidadãos brasileiros que não compõem as camadas sociais dominantes da elite, ou seja, vivem sob o rolo compressor do contexto neoliberal e do capitalismo exacerbado (SILVA, 2006).
A atual conjuntura social do país faz questão de manter esses cidadãos à margem do progresso social, intelectual e cultural. Esta situação caracteriza-se pela falta de uma estrutura das questões fundamentais da vida pública educacional, a política se preconiza na alienação, no adestramento e na ignorância dos excluídos.
2.3.1 - Gestão Educacional: democrático-participativa
A democratização da gestão escolar e a participação coletiva na construção de uma escola moderna estão presentes no Brasil desde a década de 30 a partir do Manifesto dos Pioneiros da Educação de 1932 que enfatizava a autonomia administrativa da escola em vários aspectos como técnicos, administrativos e econômicos.
A autonomia na instituição escolar se relaciona aos movimentos estudantis do final da década de 60 e ao fortalecimento de ações em prol da democratização da administração educacional.
Na década de 80, o ideal de gestão democrática da escola pública continuava sendo tema nas várias conferências educacionais, organizadas através de:
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), Associação Nacional de Políticas e Administração da Educação (Anpae), Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes),
Associação Nacional de Educadores (Ande),
Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed),
União	Nacional	de	Dirigentes	Municipais	de	Educação	(Undime)	e associações de classe.
Muitas das experiências com ênfase na gestão democrática participativa viam iniciativas importantes cada vez mais frequentes que assumiram formas inovadoras. Pois, gestão é a mobilização do talento humano coletivamente organizado, de forma a agregar diversidades e diferenças (SOUSA, 2005). “Pensar em gestão significa eliminar a exclusão.” (Heloísa Luck).
Com a globalização, as instituições escolares passaram a ter papéis elementares na construção de uma educação de qualidade poderá ser:
Um espaço de coesão social;
Um lócus para promover o ser humano elevando sua auto-estima e libertando-o das ideologias escravocratas;
A escola poderá fortalecer a interação dos atores tornando-os ou não capazes de anunciar e denunciar aspectos inerentes ao processo da educação, num ambiente onde diretor, alunos, professores, coordenadores pedagógicos possam se tornar agentes de sua própria história.
Quando estes conseguem se interagir, criam uma sinergia que movem o mundo”. Daí a importância da Gestão numa instituição Escolar e na Educação de centenas de alunos.
2.3.2 - A democracia
A palavra Democracia é de origem grega demo que significa povo + kratos
que significa poder. Neste sentido, o termo diz que é o governo do povo, pelo povo e
para o povo. Assim, a palavra povo passou a denominar os seus representantes no poder com mecanismos eleitorais.
Segundo Puig apud Sousa (2005), a democracia somente se implementa com a prática. Não é possível aprender democracia apenas com aulas expositivas, mas com vivencias democráticas.
A democracia é um processo de lento amadurecimento. O povo se educa e aumenta sua capacidade crítica, inclusive através de decepções e das esperanças tantas vezes frustradas.
A Educação pode ser considerada como a base da justiça, ou seja, igualdade de oportunidades para todos definindo pelos valores reais que cada um sabe desenvolver para o bem comum. Somos todos responsáveis, cada um no âmbito de suas possibilidades, pela realização de estruturas sociais, que permitem a todos os membros de uma comunidade atingir níveis de vida compatíveis com sua dignidade.
2.3.3 - A autonomia na escola
A autonomia da escola é uma conquista que precisa ser continuada. É de suma importância a preparação da escola e de todos os indivíduos que estão inseridos neste contexto para a autonomia necessária em busca da qualidade da educação.
Na instituição escolar, para que a autonomia realmente se faça presente, é imprescindível que haja sensibilização e incentivos para o exercício da autonomia administrativa, pedagógica, financeira e à gestão democrático-participativa têm sido insuficientes.
O desenvolvimento de líderes escolares autônomos não ocorre. Os incentivos políticos e institucionais à participação das comunidades escolar e local têm sido poucos e ineficientes na construção da autonomia escolar.
Sendo assim, a descentralização e a democratização da administração de escolas públicas são perseguidas, mas com poucos resultados significativos e permanentes. Várias políticas e reformas legislativas, federal, estadual e até mesmo municipal têm observado e incorporado a crescente tendência, política e social, à democratização da gestão escolar.
Contudo, a participação na tomada de decisões administrativas, financeiras e pedagógicas não alcançou a maior parte daqueles que vivem e fazem a escola acontecer.
Muitos elementos são capazes de favorecer a prática de uma gestão democrático-participativa. O eixo central desses processos, o indivíduo, não é ouvido com atenção e suas necessidades e objetivos não são nem percebidos. Inserido na organização escolar e no sistema de ensino ainda centralizador
Nesse sentido, as políticas educacionais se restringem a oportunidade de participação do indivíduo apenas à adesão ao que já está definido. Para as políticas públicas educacionais serem implementadas com sucesso, precisam considerar os processos construídos por homens concretos em seus ofícios de viver e sobreviver.. Qualquer ação educativa precisa considerar o indivíduo como eixo central, ou abre- se um imenso espaço ao fracasso.
O exercício da administração participativa, aberta ao diálogo, apresenta vantagens em termos de processos e resultados, pois as pessoas são valorizadas e percebidas como agentes (SOUSA, 2005).
É a partir delas que as coisas acontecem na escola e políticas são implementadas ou guardadas em gavetas e arquivos. Com o foco no indivíduo, a gestão participativa na escola pode trazer benefícios à Nação.
De acordo com Sousa (2005), é preciso ter respeito ao trabalho do professor, ao do gestor escolar e ao das comunidades escolar. É preciso levar tudo isso em consideração para elevar a qualidade educacional, tornando-a compatível com as necessidades dos sujeitos e do contexto.
Deste modo, a questão da qualidade da educação não pode ser meramente técnica, como competência dos gestores, pais, professores, alunos, funcionários.
Parece haver uma relação entre o desejo do Estado em reduzir os gastos e os recursos no desenvolvimento do processo educacional e a adoção dos novos modelos de reorganização administrativa da escola. Com relação ao quadro funcional
É necessário portanto:
Estabelecer um programa de aperfeiçoamento de recursos humanos;
Assegurar e investir na melhoria contínua das condições de trabalho de educadores em todos os sentidos;
Monitorar e acompanhar o cotidiano da escola;
Fazer, constantemente, reunião, por área, com professores, coordenadores e direção, para acompanhar o trabalho desenvolvido;
A presença da direção escolar às reuniões promove a participação de todos os segmentos envolvidos;
Diagnosticar, avaliar e reavaliar o planejamento dos trabalhos pedagógicos;
É preciso promover a inclusão de toda equipe técnica e os professores.
Desafios e compromissos do gestor:
Tipo de gestão para atender às demandas na Educação da sociedade atual Formação e Habilitação
Escolha do gestor Liderança
O Poder do Elogio
Autoridade e não autoritarismo
2.4 - O processo de descentralização: do FUNDEF AO FUNDEB
Esta parte do texto reflete algumas das questões fundamentais das políticas públicas educacionais neste novo cenário. E muitos questionamentos ainda permeiam este setor, deixando muitas duvidas e incertezas em quase todos os sujeitos envolvidos na Educação e na questão dos processos históricos da descentralização.
A tendência de descentralização nem sempre contou com o apoio do poder executivo. No entanto, a lógica do aumento de recursos comandou as reformas políticas educacionais realizadas nas duas últimas décadas no Brasil.
O primeiro período do processo de descentralização educacional pode ser resgatado como a descentralização fiscal para estados e municípios, iniciada na década de 1980. De acordo com Rodriguez (1997) isso aumentou a disponibilidade de recursos governamentais, no caso dos municípios, eles recebem hoje um valor
percentual a mais do total da receita do Estado brasileiro, representando um total significativo.
Como resultado do processo desencadeado pela lei da vinculação, o setor educacional aumentou significativamente a sua disponibilidade de recursos orçamentários. Em contrapartida, o aumento da oferta de serviços educacionais, por parte das instâncias governamentais municipais, foi modesta e totalmente focalizada no ensino pré-escolar, com a anuência dos governos estaduais (RODRIGUEZ, 1997, p. 43).
Para os municípios poderem acompanhar a expansão da oferta no ensino fundamental foi necessário recorrer a fatores contábeis para cumprir as disposições constitucionais de gastos com esta modalidade de educação.
Diante disso, houve muitas formas de desvios dos recursos da educação para outras atividades dos poderes públicos que teve grande repercussão na década de
90. Desde então, a União legitimou-se na intervenção nacional na política pública educacional.
Com o enfrentamento de muitas resistências de governos municipais e governos estaduais, houve a intervenção do governo federal por meio da Emenda Constitucional nº 14/96 e da lei 9324/96, as quais concretizam um novo cenário de coordenação do processo educacional.
Uma outra importante descentralização educacional aconteceu com a implantação do FUNDEF – Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental - 1996/ 2000, que se deu como uma nova distribuição de recursos entre 1988 e 1995 e que foi responsável por uma tensão no sistema educacional.
É relevante dizer que, com esta implantação, os municípios concentravam sua atividade no ensino pré-escolar, em muitos casos instalando sistemas municipais de alta qualidade – com suporte educacional e pedagógico, atendimento em período integral, saúde, alimentação e outros benefícios –, que implicavam um nível de gasto elevado no orçamento das secretarias municipais com objetivo de realizar 25% da receita de impostos (RODRIGUEZ, 1997).
Quando o Fundef foi implantado retirou, portanto, os recursos do ensino pré- escolar para serem alocados privilegiadamente no ensino fundamental, pois as matrículas pré-escolares não são levadas em conta para os repasses dos per capita do Fundo.
Este caráter competitivo entre os diversos níveis de ensino trouxe grandes problemas entre os diferentes níveis de ensino básico, como definido na LDB –Lei de Diretrizes e Bases - lei 9.394/96 (Capítulo II, Seção I a V) e na ideia de um Sistema Nacional de Ensino presente na mesma lei (artigo 8 § 1º). E no que se diz respeito a essa mudança e à questão de recursos financeiros, faz-se necessário fazer uma reflexão sobre o que diz a Lei:
TÍTULO VII DOS RECURSOS FINANCEIROS
Art. 68º. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:
I. receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II. receita de transferências constitucionais e outras transferências;
III. receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;
IV. receita de incentivos fiscais;
V. outros recursos previstos em lei.
Art. 69º. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não será considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receito do governo que a transferir.
§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos mencionadas neste artigo as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária de impostos.
§ 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a receita estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, com base no eventual excesso de arrecadação.
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do exercício financeiro.
§ 5º O repasse das valores referidos neste artigo do caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação, observadas os seguintes prazos:
I. recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia;
II. recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até o trigésimo dia;
III. recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final de cada mês, até o décimo dia do mês subsequente.
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e a responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.
Art. 70º. Considerar-se-á como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se destinam a:
I. remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação;
II. aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino;
III. uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino,
IV. levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
V. realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino;
VI. concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;
VII. amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo;
VIII. aquisição de material didático-escolar e manutenção de programa de transporte escolar.
Art. 71º. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:
I. pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;
II. subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural;
III. formação de quadros especiais para a administração pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos;
IV. programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontoiógica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social;
V. obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar;
VI. pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em atividade alheia a manutenção e desenvolvimento do ensino.
Art.
72º. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que se refere o § 3º do artigo 165 da Constituição Federal.
Art. 73º. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na prestação de contas de recursos públicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal, no art. 60º do Ato das Disposições Transitórias e na legislação concernente. Art. 74º. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade.
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será calculado pela União ao final de cada ano, com validade para o ano subsequente, considerando variações regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino.
Art. 75º. A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão de qualidade do ensino.
§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula de domínio público que inclua a capacidade de atendimento e a medida do esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Município em favor da manutenção e do desenvolvimento do ensino.
§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo será definida pela razão entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatório na manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo ao padrão mínimo de qualidade.
§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º- a União poderá fazer a transferência direta de recursos a cada estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos que efetivamente frequentam a escola.
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10º e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número inferior a sua capacidade de atendimento.
Art. 76º. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior ficará condicionada ao efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras prescrições legais.
Art. 77º. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:
I. comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhum forma ou pretexto;
II. apliquem seus excedentes financeiros em educação;
III. assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades;
IV. prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede local.
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive mediante bolsas de estudo.
Com a Emenda Constitucional Nº 53, aprovada em 06 de dezembro de 2006, foi criado o Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação e tem por objetivo proporcionar a elevação e uma nova distribuição dos investimentos em educação.
Diante disso, esta elevação distribuição devem-se às mudanças relacionadas às fontes financeiras que o formam, ao percentual e ao montante de recursos que o compõem, e ao seu alcance, que estão presentes na Proposta de Emenda
Constitucional que o cria por meio da alteração dos critérios de financiamento que constam do atual Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Fundamental e de Valorização do Magistério.
Neste sentido, as mudanças no Fundeb oferece, este novo Fundo atenderá não só o Ensino Fundamental de 6/7 a 14 anos, como também a Educação Infantil de 0 a 5/6 anos, o Ensino Médio de 15 a 17 anos e a Educação de Jovens e Adultos, esta destinada àqueles que ainda não têm escolarização.
O Fundeb, em vigor até o fim de 2006, investiu e proporcionou a unversalização do atendimento apenas quanto ao Ensino Fundamental nas modalidades regular e especial, ao passo que o Fundeb vai proporcionar a garantia da Educação Básica a todos os brasileiros, da creche ao final do Ensino Médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação em sua infância.
O Fundeb terá vigência de 14 anos, a partir do primeiro ano da sua implantação, que se dará de forma gradual em três anos, quando então o Fundeb estará plenamente implantado, com 20% das receitas de impostos e transferências dos Estados e Municípios (cerca de R$ 51 bilhões) e de uma parcela de complementação da União (cerca de R$ 5,0 bilhões). O universo de beneficiários do Fundeb é da ordem de 48 milhões de alunos da Educação Básica.
Em 1988 foi implantado em todo o país o Fundeb. Desde então Ensino Fundamental tem alcançado um atendimento satisfatório. Os demais segmentos da Educação Básica, entretanto, não dispuseram de um mecanismo de financiamento que assegurasse a elevação do atendimento, de forma sustentada, de modo a propiciar o alcance do nível de inclusão desejado, com qualidade, em toda a Educação Básica.
Uma política pública de financiamento compatível com essa perspectiva tornou-se imprescindível. O Fundeb foi criado para cumprir o objetivo de universalizar o atendimento à educação básica pública com qualidade
2.4.1 - As políticas em relação à: LEI N.º 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional trouxe muitas mudanças significativas e importantes na educação básica do país. Além de ser uma
Lei moderna e inovadora, é preciso ter um entendimento claro que é necessário para compreender, interpretar e aplicar o básico da norma legal.
É de suma importância que educadores e profissionais que têm alguma relação com a educação saibam lidar com estas leis, assim como apropriar-se delas em prol de um ensino com qualidade e para todos. Abaixo, há uma relação de algumas partes prioritárias, como:
TÍTULO I DA EDUCAÇÃO
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio de ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
TÍTULO II DOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII. valorização do profissional da educação escolar;
VIII. gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX. garantia de padrão de qualidade;
X. valorização da experiência extra-escolar;
XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
TÍTULO III DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR
Art. 4º. O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
I. ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II. progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III. atendimento	educacional	especializado	gratuito	aos	educandos	com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV. atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade;
V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII. oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;
VIII. atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;
IX. padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensinoaprendizagem.
Art. 5º. O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério, acionar o Poder Público para exigi-lo.
§ 1º Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de colaboração, e com a assistência da União:
I. recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso;
II. fazer-lhes a chamada pública;
III. zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais.
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade.
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso diferentes níveis de ensino, independentemente da escolarização, anterior.
Art. 6º. É dever dos pais ou responsável efetuar a matrícula dos menores, a partir dos sete anos de idade, no ensino fundamental.
Art. 7º. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I. cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino;
II. autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público;
III. capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituição Federal.
TÍTULO IV DA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL
Art. 8º. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei.
Art. 9º. A União incumbir-se-á de:
I. elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II. organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios;
III. prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;
IV. estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
V. coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI. assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
VII. baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII. assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino;
IX. autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei.
§ 2º Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais.
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito
Federal, desde que mantenham instituições de educação superior.
Art. 10º. Os Estados incumbir-se-ão de:
I. organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino;
II. definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental,
as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
III. elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
IV. autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V. baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI. assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio. Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados e aos Municípios.
Art. 11º. Os Municípios incumbir-se-ão de:
I. organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;
II. exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III. baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
IV. autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V. oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
Parágrafo Único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.
Art. 12º. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as dos seus sistemas de ensino, terão a incumbência de:
I. elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II. administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III. assegurar

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