Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Filosofia Cristá Aula 13 por Olavo de Cawalho coleção História Essencial da Filosofia por Olavo de Carvalho Coleçáo História Esscncial da Filosoiia Acompanhà esLa publicacào um DvD. nâo podc s.r vcndido separadamenle. Inpressô nô Brâsil. agosto de 2006 Copyright o 2005 by OLaro de Caryalho rolo olavo de Carvalho Dditor Edson Manoel de Oh,eiia Filho Monique Schenleh e Dasmar Rizzolo Dagui Desisn lereza Ma.ia Lonrenlo Pcrcira Os diruitos âulomis dessa edieâo perlencen à E Realizaçócs Ednora, Livraria e Distribuido.a Ltda CEP: 0.1010 970 Sáo Paulo SP Tcl.Iâx: ( 11) 5572 s36l Ernâil, eadlerealizâcoes.com br www.ocalizâcoes com br Reservados todos osdireltos deia db,a prôibidâ todae qualqucrrcproduçâodestaediçaontr qúalqrermeio ou loirna scja claeLelrônica.u úeúni.i,lbló.ópi! 8Íavaçáo ou qualquerrnclo -UFF-- Filosofia Cristá Aula 13 por Olavo de Carvalho coleçáo História Essencial da Filosofia ú @!5 2006 Coleçâo Histó11a Essenciâl da Filosofia Filosofia CÍistá - Aula 13 por Olavo de Carvalho Como náo acÍecliio muho no ensino puramente expositivo de filo- solia - simplesmcnte expor uma doutdna tâl cono ela está nos livros quc a apresentam, est,aziando portânto seu problematismo. quc é uma cêracteústicà de toda filosofia , adoto sempte o método de discuiir ao máximo e tentar de algum moclo arguneniar. iustificar as filosofiâs na medidado possível. O inconvenicnte disso é que a gcnte acaba àsvezes se concentrando muito em âlgumâs e pcrdendovários detalhes queváo licanalo pelo caminho. esquecendovários autores. sendo depois obrigâdo a voltar um pouco atrás. É exâtamente isso que vou fazer hojc: Íarei um reirospecto dâ filosofia cristá, pelo mcnos até chegar a Santo Anselmo, de modo a costurar os váriospedaços. Naaulapassada,nósnosâproiundamosiÍemendamente nâ qüestâo da individuaçáo de Duns Scot scm dúvida. umâ questáo import.miíssima , nlas com isso deixanros de lâdo vários passos impor tantes da história. cntào hoje vânos voltar un pouco atrás' Eu náo sei se csse conccito de "filosolia mcdievâ]" está muito cefto' porque exjste umâ continuidade da filosofiâ cristA, dcsde os primeiros pâdres até pelo menos Sâo Boaventura. É com a entrada dos escritos de Aristóteles (que eram desconhecidos. porque até entáo se conhecia apenâs umâ palle, a outrâ retorna através dos árabes) e só â pallir daí que. com Sânto Albeío Magno e Sanro Tomás de Àquino. já em pleno século XIIL a coisa loma um.l dircEâo nova e diferente. Posso estar eüado, mas veio umâ perfeitâ continuidade da filosoíia cristã dcsale a Patríst;câ âté pelo menos as vésperâs da chegada dos escritos aristotélicos. Ness€ sentido, o conceito de "filosolia mcdieval'' pcdc uln pouco dc súbstãnciâ. Adenrais. tcnDs aindr o prohlcma d! qrc..luürl. os sa rlos cm que I rtivida.lc lilos(-)lica ticou praLic:Lrrrcr- tc cnr suspcnso no Ocidcntc. hâvltt iriÚnsa disctrssao t'rn Bizâncio. e cssa lilosr)l'i bizantinâ lanrbó.r rnâis trrdc vai Lccúndar lodo o nrutrlo isliirico xtrâ\tsl:la Pérsia É clrião dilícil ou lrrpossivcl. ou arÉ'irrconvc nicnic, diviLli la cnr pcrioLlos 1i rrais lticil di!idi l.r c!n ccltas lirllngerrs de pcrisânrcnio. que torrl i úrnr às vezcs |rl)r cinrâ dâs cras c, p€lo L cnos i!Íclcctualmcnle. rs dcscâractcriza.r únr pouco, aprgalr unr pouco as lronlcirxs clrirc clas. O c ha lnad o pcrío.k) dâ PatrÍslica, por crclrrplo, qtre iria nió o sactrloV cuLrinr evl.l.Itcrlrcntc cm Sanlo Agostinho. nlrs corrtiruarti h.Llendo Lr.ra li,,hâscrr âgosljnia,,r (nr vcrdâde. c\iíc ata hojc). da qLrâl llrllâ dâs cxprrssacs rrâiorcs ó S.Lo llorvcrÍLLra, um conl.nrporânco.lc Surio 1i)rnís düA.lnino Sc havirullr agostinisnro. enllo cmâ prÚpijr P.ltrísiica qucl:lc ocúo nrodo colllinuâva viva rLli.lcrrtft). ^ (lilcrcnça cntrc r I'airiíioâ c â l1(olislicr scú rrai§ clc ordcnr iI)l{lgica do quc tilos(llioâ. C(rncça.ros.t lalâr dc Íllcoiásricâ x parijr do lnonrcnto .r. quc c\istc um rrsirn) organiza.lo. . r prcoctrpaçao.lc e\porsistcnrâtioânrcnler.l( rina crislri c{trircçâ n t(ifrar lorrrra rrn,:lois garcros Iit(ríilos bcrn câraolcrisllcos Unr gtncro suoos chânrâdos /irros ttt:s(fite ças Surllr,Çí é.1conclusaú dc trira.ljscrssao. porlanlo. aqriLo qLr! rln dmitidoconroc{mclnsaovrilidarseria.cniiio.aloirlulrÇato!tlli.la dâ dirulrina E\islcnr vár)as lirlos dt sunen\.us ah borados l:llr ra r it 1o.:lâ a ldirrlc N1ódiâ. scn(lo nrr d(,s nrâis lanrcs{,s (, dc Pcdro Lonrb.Irdo. quc s.n,irl.r clc basc farr mrLitâs discrssacs. O scgun(lo Sarrcro litcrl]trio sro âs§ü,r,s.arcspcilod s(tuaisiácrpli!uci ^PrrtirdonronrcnLl)crlrqü(. se tcnr csscs dols 8ancrcs (aracterilados li|ros dt: t? tetlçí|s c stt ltLt , a aÍ quc sr lala dc Escolislila N{as isrlr ni]o qlrcr dizcr qLrc hàjr rrnâ dilcrcnçâ substanllvr rlc corÍcúdo lilos(')lico !nirc o perir)do prrrlstico princi!alircnic Ailostinho c o pcrnxlo cscolislico, sobrcitr.lo qurtdo sc lrata dc Sr]o Boaventuia. qlre ó strn dú!ida urnâ scsunda cdiç'o dc Ncssc pcrio.:lo chlmado p'rtús(ico'' c sei que n'ro ó unra 'lis tlnqáo lilosólicâ, nras tilológica . existe ÚmtL Srandc dilcrcnçí crrtic J.,r. r r,l.rl.rrrrti..,;,..'.',':, 1"'.,r\r:'J l.'rrr J.'lJ" -' 'nrt ' i'r _ tarncnte na discussão Llis rclaçÕcs cni|e o cri!riâni\Ino c a tilosofia Os pa.lrcs grcgos preleriânr cnlatizar unla c')nrinui'ladc do mundo gregr) pâia o clistrio. no §cntido qtrc rn'Lis lnr" dirá Clcrncnlc de \tL-'.r.t.'.r...., r"",.t",r... Jr'J," ;, q .\., " r''rorf l.'tr\( rr "u lia PatrÍsllcâlali a sobrclütlocol lcrtuliano,'\rnóblo Minucio Fóli\ c oulms Ínnará Lrnra (llrcçào lrâncâürcntc anlag')nicu à lllosolia' qlr! clrcgâ a scr considcm.liL por Nlinutio Félix a "nitc ile tnlâs as hercsias ' É u,na discussio irternâ dos Padrcs Isto é s(l pârâ Llâr Lrrna i.lcia Lle conro Lrsta crença 'le que c\isli'r um pensantcrrio crislão nronolitico aió a Rcnâsccnça ' cLrlllrrn dc alnranaquc. a Lrnr.rtrobaSenr sêtr 1âmanhr tlrÍrve mais 'liscuss'ro' houve rlrLrilo rn is antâgonisrlos ltr 'lo qLIc cntrc os enciclopcdis- tâs, por e\cnrplo Os cnciclopc'listâs do sécúlo XVlll cslrvânr roclos nrtlito nrâis clrl acordo sobÍc p(nrto§ ltrrldamcnrâis 'lo qtrc os pa.lrcs.lâ lgrciâ Uortr qLrcsi'lo conro csta: 'Quâl ':a posiÇtto que tonlarnlrs conr rclâçaro à Acadenria â Plattro e â r\rist')lclcs'? ' llá ai posiçocs opostas .le 180', qLrc vào sc11'lo clabortr'lâs tttó .tuc sc chcgâ IIrais (,rr ntcDos, coln Clcrncnle c ()rígines' a ümà csfócie dc sírrtcse. O nrâis !urioso clerrtro (iâ I']atrisiicr latirrr ' q cj cortr sur prcl)ctr paçâl) c\tr€mâ clc c!iiâr a ronlaminaÇáo (iâ hcrcsia ela nr'sma :Lcaba pr{xluTi tlo llcrcsiâs. O horR, tLos hcróiicos nào thc prcsciva de scr unr dclcs. e!úaro â pro(cqâo.lo l'lsl)írilo S'rnlo nrlo !cnr rrcccssârirnrcrrle pâra rqlrelcs qLrc satr) miris zelosos na orlo':loxlâ' \rÉ sc quc leilnlirrro .l\'1inücio t-ólir cstâlar pcdcilrnrcnrc (lc 'rcortio ni§so: qu' todas as heresias nâ§celrl rla tiLosoiiâ que n'rdadoque n iilosoliâ digatem a'nars ,,,i"r." itp"",i"ti", L) qlre importava cr'r a tradiqtto '"t;,:'':;;.; t";úadi;ào âí? É rác, pcrccbcr qlre' no sóclrro rI'j:. , " ,,,.""- "0".: "t,.11::l:::ili.1,'l;1. {rd,, unr stnlrJu bLnr Jiter(ni( dÔ que let'L o( ;",;." , ,,:,::" ' ':r 'jn' J ' J' 'ilun ;; l , , r,' u,J' "r'|'r 'r' ^ 'ru'l 'ru' rrn\-'r' r n' ","r",,, ar",.t t'**' "m vista emâirânsmissáo dirclâdo rcslcrnunho ,* "tli,,4" *'"'" *qLIcccr quc os quatro [van'lclhos qucalgrela ..,.--.L.r,. u,,ru rcr., <' Jr,irr;r'\â' n'-q" rr"'r jÔ'r'' r('''rr"r nj'' '1,:ll:, .;,,,,;.:;.,.,' nn':r" rnr Jr \'^' s'r'" ''" ' -''n ','::,1,,:, ;,":':'';\:rqu('u r :'n'' r"n"''"';1"'n'""'''L ;l:i;il;;,;;.'.i"""rnLr nhos A conriabilicracre desscs tcstemLrnhos ' " :il:i§il::i.,, "uirâ vcz. o cris,ia ismo t'*' ' '*:-11::.:: "u." u:/., u,n:r Ll"urrini JU'''urJ 'r u- "rr" r" ' í;'ri"n' rrr^' LJ b'r :1."-;",;,.",",,, "nJ,c.:" ff ' n'I''["11''r' 1,,,,,:,j; " , "',n.,",".""*" n1Lru u 'pÍ$'" bcún' ." .,:;: l.;",.. .". " .n,. Jc \ô -u \' '',"ô ,', ''' ( :' " c "u' 'n ""lH,:;;;:;-.." "' iúeirarnenlc or tu : ";::Ti:::"," ". surscm cnr,Lo, pü L,m rado, "l.lliill'l'l ,*_"0_ " " "**,*.r!,,.a.1 {nqu' I r"rru 'lu-';' ''ru ,..n"1'.1,6. ,. ,",,i.. " * duu,.:,, , o,, : : : ,. , ., ,r u ,, L,ô l ,.,. n" J. ,. i 'ru1 : r" c "t ;" ' i" ll:l , "". r. i,, d :,,... n J' rnn3 'r"' J'"c -- " '11 ",,". ,:;.,1",- ,,: ','.,',','","" D'''rar''l' 1-' r Jí'A U'''"''i.'..,,,","..r,. ". 0. ".,,.,"., (.,.,o,r,.n .,,( r/. :,:";, ;..";",.""" "." ,sDirrlúai\ \t alJstrrs\cnr p('r L'uitJ\ p'(§L' ,,;": .,, ";',. - "ru'in"JJorL *p-.'r'r 1'ur'""r'- rrJ:rJ' ' ",1:i: :'.:;:",;jj",'-." .',",ú']' n"' r'nu "l'3 pu'' "' ,i;;:; .', ,e., '.. "'" :t,';l:,:;,'i:::l'i'".::,: ,'r'u,,1,.'n'"""u1:d''JÔ "t"' -.*l"t',,,,O" o.,J.J;'-'r"'-'rrr" u:"'tr'"'Ú\ul-.,,",.,,, :nr.i...,r(u \ilô -lri"'r"':1:.,,;". " (,,.\,r,,un, u Lânsmissao da cxpcriênc"'''''t "llll.lll, ,".,",nunho sâh,â, cl,ra. c a intcrc5s'r nruit' t nrais ü' qtrt I rli'L:ussro' t .,1:,:,".;" ", '" '';, ""t"'""'"J(r"''r ''í"'a rJr .",."."" ," '"'- -' 'l: ::;"1';::1,:l',:.,.1i:l:" .,.,r,u-rr. ';r"('''""'' -" ] : ," ',re,,,,iJnô ur".,, "reu,r', u' q''' t''" "nt 'qunrtus 3 Íil"sÔlr ;, l^,,:,;,l' nJU''Ír Jr'rrJ"-r,ràf .urruí' rrru'u'i"'""'Ô1rra ll PróPriâ discussà(] LosÓirca t I ," "r"."""."'"' "* 'â(o' E um lâto náo se exptt i:t:.::::]3,::; ," "'j"l ;: :;:""i..,,,,-,., -, "*,., ltt:':- l:,:' :.,,.-:::,",^; .,..". *", "',""it,1:'" l:'1,;," (uc surrrlrld. 'rçir! '"-'' r-' 0hlcr o serltido dolri.rin l ;rrrrr1,' I rL'' q" rr' 'intu'lr"l' du lrr'"': ^.. - ",. ,::,:: I ;";; i,'''''""''*'-'''."n"'r* " rPÍur':' :::,;";"il,;;, ",, ..o Lrrsente ass;m ^ cxp*n'",u:l::"::i:: crâ ocserdvc,. ii'!q" "-" ' - ciam as obieçõcs, os .rd turnâvâ m.ris imporianle à nrcdi'lâ quc ttPârc- ,'J::il"'il;"";i;; da própria árca cristá s"i'^l *'1"::::l:, rr cloutrina ânticristái Náo se csqücçâm dc que hcrcs;â não é quâlqu( base.ta discusstto"""t".in,. "," t*'" cvidentc â esses prirneiros padres qu€ muiias ,..r,. a',.r",-" "b r"i"''r'lu"''"" ir'''r'r"'-;'rr""1'L r-rtra :1,,:, ,', 1.".,.,",,,"nJ '"'ru1 rJ'un'""': l'j:i"l: ,,";;;;; ',.'"'ia, é r'ecessarro qLrc sci, urna dollirinà cnsta' ^1un.Lr Qr/a,r/o o senhot laLa "dauü'ifio'. nesse t1lan1c ta ela s(paú t?oLolia e Íibsalia au ..'l) Não ncssa época neln se pensava nisso Essa,:listinqáo scrá leita mlrito mais tai.lc Qucrdizcr, sctinha a cxposiçrio raclonal e sisrc mát ica do quc seriâ o contcúdo c cle qu.Lis seriarr âs scrÍcr1ças do Elangclho... Po(uco EvâDgclholenluma pàr(e rr âl.|.rt it/r c. cvid cntcDrcn le, conlérr cle naneira ora e\plíciiâ. ora implícitâ um coniunt(, dc âlirmaçÕcs sobre â rcalidadc. sobrc o Univerv,. nÍrt€ â consiituiqáo clo Cosnros sobrc o scntido da vidu hrrnrânâ. etc. Conro so uDrâ paúe pequenadessâs scntcnçn§ cslÍ c\pliciir, ó prcciso csprcmer o resio parâ c)iplicit las. e aí ó qÍc sc obtón a doul|ina Adounin.L jrl venr dâ.rrá1isc. do colncnttirioc daexposiçáo dos Evân- gclhos I,lla narocslá propriamcntc ncles i-lstá ncles dc mrncirâ sintótica. às !czcs sob Iornra dc íigLrrâs.le lnrgriagenr. dc mctáforas, hipéibolcs. de sinrilcs. colnprraqócs. rnâlogiâs, ctc E unl (llscurso |ruóllco. rcâlmcnlc. É um discurso nnÍrârivo. porlanto. poaiico [nião, para csprcnter issr) c diz.r: Es1â narrativ.L lransli)nfadâ crn.:lorLtrina cliz que . '. issl) nno ó 1ã.i1. nao sc obLóllr.k) dix parx a foltc. i\§ obras.lc Shakcspcarc, por exc.rplo, ii!cranr dcs(lc Lrnra inlrrprúlàç1io psicânâliticâ até urna intcrprctaçaxr rnârxisl.L, lnlerpr.tacao cstrLrturalistâ. clc. l-las pecxs dc Shâl(espeÀre Mo sro obrâs rcvcladas, t,o lanr, c!idcnicrrcoic. a rique 7â de scnlidos do Evanselho Se u'rr sirnplcs obra litcráiia p{rdc dar ronr'i p.r'"f'i' i,, 'gr ,.,ru(.^r .\r,r. ,...,i,.rp(r .'r., rrr.i,,. a intcrprettLçro dos Eva|gclhosl l']odia dai e deu In.snrol O quc csscs apologislas laliros condclrâ!âm nrlo err urnt.l()nirirra. csta ou aquela. nras à pr(')priâ discussrb. ^ ênfase eü colocâda nâ tra diçào. qlrc signilica crâtânrcntc â iransnrllslo do icsrcnrrnho. E ven.l) .rs coisas conr cssâ disl rnci:r.lc dczoiio scculos. poderros, por um lado, t)roictar sobre eles rossrs próprias catcgorias (le pensarncnto vcndL) conro Lrnr conlnrio dc tloLrtrinâs o que ci.r rra vcrtludc u coflr't)Irto l0 enlre r cxperiÉn.iâ tliva. a lrâ.liçaro. e tL cliscnssão doulrinâI. E pod€mos. por outro lado. nos âpiov€itar iuslarrrentc dcsla.lisiânciâ e. lcrldo conl olhos dc qucm nro é pâriidário dc nma colsa ncm da outra. pcrceher a cotâ dc razi{, quc os dois lâdos tinham no caso l'o(uc cra necessário obter urna dout la d âí, claro. t': isso sc iornav.r câda ve, n râis ncccssir l.) ( , r i/." Ju . rJ ltrc\ J-\I r.r','rli| rr. 'i ' Nào llrha cscâpatóÍia. Sc Lr suielto tiravtL u ra conclusâo cornple tanrentc cstapalúrdiâ dos li'ângclhos e corrcçavlL a cnsinar aquilo como se li)ssc doutrina dâ Igreja, elâ rinh.L que.lizcr: "},sla ó minh.L dolrlrina" on "Eslà rrão ó". Por orim lâ.b. os qLLc se opunhâm a isso ianrbórr estavârn ccrtos. Dois â perspectiva naLo era a de ter raz o no câmpo clà discussro, mâs iustamenic cle evilá'1â pâr.r evltar a perlur b.Lç,o das alnras Elcs achê!âr qtrc.rs Pêssoas deveriam sc preocupâr rrâis cnr recebcr o teslelrunho do qu€ cm disculir' As dlras coisas sào verdadciras Nao sc trâia tambónr du um rcrmo nré.lio, propria.reirtc, ras dc unrâ lcnsáo insolú!cl. No lin.lo. csse problcmâ de exposiçtlo racionâlou de absorçío da c\pcriôncia 1râdicional exiíc âla hojc Acho quc a Ltor corllilo cstrlr tural à cor.liçao hLrnr.rnâ. o sci hLrnrâno é lodo Icito (le polâridâdc§ é plrxil.lo para um lal:kr, puvLlk) pârâ o ouiro, c cnlic essas pola dndcs clc tcnr quc achrr Ima combinâçlo quc facà sentido.lenrro dc §trrs clrcunsiânciâs. deniro dc su sitrLâ(:Lo. Ncnhlrrlr.los lados podiâ. cniiio. lcnccr c§sâ discussáo Nao podcncll) lcncer aparcccm ali Clcnrcnlc c Orígcncs: Clcnrcntc.Linda no séclrlo II, nr passâcenr para o llL r Origcncs lá no sóculo Ill. csboçando umâ lcn tariva de sÍrtcsc. nrts urna sÍntese tânrbóm prol)lclnátic.. quc na vcrdade DrLis e prcssa essa tL'lrstio do qnc â resolve (csiou me prc\alccendo âqui dc uma cmnologia d(, livru de Nljchclc Federico Sciaccâ. para garantir que não !âmos PUlrr uns llulorcsJ. \riúh!l. r,ul., .. s('1,\aaÀ rrn,,n,,lí /rlnÍrii, saLt l'rL k, r]tl rrr Nlonr.1,tr, re68 I Depois de Clemcnte e Origenes. oteffeno cstava pron lo pâra ler su r- gir de 1ãro umâ gmnde tilosoiiâ que lossc capaz dc integrar €ssas várias crigéncias, e é justamentc o que aparcce coff Sanio Agosrinho Sanio Agostinho ó. ao nicsmo tempo, herdciro e rcpresentante cla tradição Ele é Lün lorn1ulâdor doutrtnat absotut.rmcnte tãntáÍico. c ó uln terrí vcl polemista t;Lnto peruntc os criticos. os adveÍsários.lo cristianismo. quânto perantc os heróriclrs Tudo o quc aparecc lfagmcntado em seus anlecessorcs nclc estl,L junto l\-âo custa lcnbrar scLr ponto essencial. quc é justamenle a ônlase que ele cot.rca na quesrâo da consciência individual. qlrc iambém vêi se arrastar até hoje. ( ..) )á mcncionamos a imporrânciâ da questão da inrliviciualidade pam a lonnulaçáo das ieoriâs sobre o toralitarisrro, aqucla cliscussão toala sobre o }leiclcgger. a HannaArcndl. eic. Vocés vacm que csta questâo ainda csiá presente. Na verdâdc. se pegarenessc peÍíodo dâ filosoia cri§rà vocês veráo quc ludo o que se cliscuiiu dcpois iá estava lá, etieqüenremcnle lblmulactL) dcÍr.rncirânrelhorc nraisint€ligívcl Eu me írc|no.caclavezmâis,,rverno pcríodo.la filGolia moderna. â pafir sobretudo de [,laquiavel c Hobbes, uma queda, uff clecltuio. unla queda dc nívet absollrtamcnle 1ànráíjca. ou, como diria Schcliing, urna icgrcssno a unl nível pueril. da qual natu_ ,rln cI ( , prôpri, s. t,et,ir,, ., ! \ _rà . er.r ; zao. poi. elc é juíàDrente a tentarivâ dc recuperâr uin nivct cle .liscussAo próprio Conr SantoAgosiinho, enião, queestá na passâgem do século IV parâ o século V náosóaparecc an tecipâd amente a teoria do cogiio caúesiano. comoesta aparecc colocacla de uma nraneira Ínuito nrâis consislentc c muiio menos nrecánica. P()is o que vai ca.âcterizar o método c.rrtcs ianL) ó justanrenle suâ lineâridade lógica. Nâo vejo tensão dialóticr dentro do pensamcnto de Descarics e é ncsie sentido que acho que ele é un) pouco pueril. pois é muito lãcjl sc isolar dâs condiÇóes existenciais. rlas conlradiçÕes da cxisténcia, e tazcr unl raciocÍnio lógico. pâdindo de l2 c'ertâs prcmissas, mêdiânte um procedinrenro puramentenreio-ânalítico . Dreio descritlvo. como ele làz Santo Agostinho, quando cstuda essê n€sma questão do arr, lcva taffbóm todo o conjunto das coniradiqões cxjstenciais hLrnrânas, e está conscienle delâs cm câda nlonr€nio Quardo descobrc, por exernplo, o que ]nâis iarde Lr próprio Dcscaúes vâi descobrir que é a prcscnqâ d.L consciência individual a si mesma, lsto ó. "cu sei que exisio' , el€ nlto coloca essâ consciência de unrâ maneira unívocâ,lincar e abstrala, corro Descartcs. que 1àrá do ".o{,ito eryo sum" ("pcnso. logo eristo') o lirn damcnto axiornático dc todâ a uiência. Sânto Agostinho, ao contrúrlo, perccbe que csiâ presenqa do ego a si mesmo é prcblcDíúica. Elc percebe, prnnciro. que elâ náo é uma consciência pcrfcitâ. . lstt) scrá n1âjs lârde uma crítica leitâ ao própriLr cÂÍi€sianismo. Dcpois dc Dcscartes. hoLrve séculosdediscussâo conlra cssc primado do ego. Estâ .lis.rrssa() se estendcu aié o século XX. mas nâ vedàdc náo se erun ciou duranie toda essa polêlnica uln só argurn€nto. pclo nlenos válido. que não cstivcsse e Sânto Agostinho e tâlnbém se eDUrrciou muita bobagem. Santo Agosiirtho percebe quc o ego de lato cstá presertc â si nlesnro, mas não esiá peÍleitamente preserrtc, pclo seguinler "Eu sci que souj sci que exislo, mas. em primeiro lugar. nilo sei por quc cxisio. Om, as râzóes. os lundamenlos da minha exislênciâ tôm que estur enr nrirn, porque. se eu eslivessc separado dessc fundâmenlo, niio poderia exisrir mais. Ériste entâo algo em inim quc é eu nles o c quc desco nheEo por conplcto". F.r",Jíc\r.roo.t.,:rsr r.,r ,u c u r:r pr, \cnco. . u r,1 I 'cn'ir. ao rnesmo iempo. É uma clariclade c ó umâ obsclrridadc E náo é sinr- plesrnen te âquclc "circulo de 1u minosidâd e absolutâ' qu€ Dcscadcs. por nrem absiraçâo, alirmacomo o hürdânlento dctodos os conhccinrcntos. .À presenÇa do cgo a si mesno náo pod€ ser o furdamenio de lodos os conheclmcntos. pois o próprio ego náo lcl1l scu ltrrdrnrento cm si ll mcsmo; o próprio ego ná0 é úa sa sui. não tbi elc que se iníêurou, q0e se criou, q0e se pôs aqui. Entáo esrc ego, esta consciôn cia humâna. tenr um caráter in trinsecamente p.oblemático. É dcsre carátc I problcnráiico que Santo Agostinho cxirairá sua doutrira do tcmpo como torma cxis tcncial, quc é própriâ dâ alma enl conlúste con a Etcrnidêdc. que é própriade Dcus, e quc Boécio deiinia como â posse plena e sjnultânea de todos os seus momentos Sânto ^gosii lo percebe que ;r âlma náo sc possui inieiramenie a cada monrento. só se posslri por pâ(es. por capÍtulos, ou por secçõcs, havendo porianto ulna espócie de dislensão, uln desdobramenio. Esse desdobramento é jlrstamente o qrre será para elc o lempo. O tempo é a fo.ma cxistencial própria da allna, enquanto a Etcrnictade ó â torma própÍia de DeLrs. Mais ainda: €le tirará daí outras conclusoes. sobrelu do conceÍnentcs à Ilosofia dê história. Sân1o Agosiinho ó o priDleiro lilósoJo quc se preocüpârá corn o probtema do senrido da existênciâ histórica hunrana rontâda como um coni0nio. No entanto, clrlocanclo para si mesmo cssa qlrcstão. elc não a rcsolve tal qual uma síntesc hcgeliana, que dá unl:r explicaçào dc ânicmáo rte todo o nrovirncnto histórico. tjle não iemâ menorprctensâo de lazer isso, porqu€ sabe que osentidod€ umentc éâquiloque pordeliniçáo. está colocâdo paraalém dest€ enie, pelo nenos tomado na sua cordiçâo e\istenciât imecliâra. Por €remplo, se o suieiro escnve um livro. qual é o senrido dessc livro? Onde está o sentido? Seu sentkto só sc perlàz quândo algüém o lê, mesmo que seja o scu próprio autor ou a suâ mãe. lsso q0er dizer que o sentido náo está propriamenre no livro, quc é uDra marÍiz quc permitc o sulgimento. a revelaçáo do scnlido qüândo elc é lido. Náo há nenhunl jeito de se embütir no livtu o scniido dcle nesmo, assim cono nào há nenhurn jeito de se enbutir numa pal.lirura ffusicâl o solll dclâ mesmâ: compra sea paditura c â patiturâ se tocâ a si própria lsto ráo épossivel O sentido da vida e o sentido da história rêm que esrâr colocados, entâo, 1,1 scgu n.lo Aeosiinh o, para alénl dessa própria h islória, situado iusrâmcnie Io plano das linalidades últimas ou do luízo Final. Ele aindâ lará uma obsclvaEão absolutamente central, que depois será esquecida olr ignomda por todas as lilosolias da hisióÍia - dc tipL) Hcgel. Colnic, Marx. elc. É que o sentido da história é urn senlido pcs- soal Isto ó. n€nhum scr humano vh,c para assistir à história intcira; a iodo mon1enlo os seres hlrmanos estaLo saindo do campo hisiódco para penelrar no campo da Etcrnidade. lsto significa quc, sc â históriâ tcm Lrm scntido de coniunto que só podc ser realizâdo no tenlpo, cntâo €là só terá sentido para quen vcm depLris. E essc exêtâmentc o problema principal dc Hegel Ele ó o primeiro - c, aliás. o último â percebcr o s€ntido giobal da histórial Todos os que vierânl antes nao sabiarn o que cstava.r fâzcndo ali. Hegcl ó que veio e cxplicoul É fácil perceber quc, tào logo sc cnuncia isto, vô-se que a i€sc iá é impossí,el em si mesma. Qucr dizer qlre houve um sentido da hi§ióÍia que permaneceu ignomdo para lodos c apareceu nriraculosâmenie para Hegcl. ou para Auguste Conte, ou para Ilarl Marl? Quândo o suieito começa a cnunciar isto, iá sc deve dizer: "Pode pararl Isto ó absolula mentc auiocontraditório, porquc significa que, para iodos aquelcs que vicram antes e quc náo peÍcebcrâm, a história não teve sentido algun . osentidodâhistórialoi rcscIvâdlr.então, miraculosamente,paravocê? Mas acontece qLIc você não saiu da históri,t, âinda está dentro dcla, o tcmpo aindâ eÍá contiru ando | . . Entao vâi vir um ou tÍo, e para ele você será sómais unl dos qüc náo sabianr o scntidoda história, porque âgorâ qucm sabe é elc. e assin por diante". Tudo isio é Lrma bestcira fora do comum. é rma làltâ de habilidade iilosófica Só uma tremcnda ialla de ILLbilidade é que permite esse lipo dc aboto lilosóficol Noiembe]n queofilósolo quc cometeesses cqui\'ocos, eleos comete porque, na hora de raciocinar sobÍ€ a história, faz abstração de süas pÍóprias condiçÕes cxisrenciais. Ele nào eíá elaborando unla filosolia dahistória quesiNâ pâra clc mcsmo cnqü anlo ser vivente epersonâgem histórico. Eslá se colocando iora da hiÍória conro se fosse Lrm deus. ou um obscrvadorj ou ürn especlâdor de cin€ma que vê todo o filmc sc deseniolar e chega à conclusáo: 'Ah. eniáo é isrol". Orê, esta posiqâo quc um Hcgel adoiâ, ou Augu!ie Comte. ou Karl Malx, cstâ posiçáo é I . .,ir.. L ndo.\i. c P^rq .. n .JFiru ( r(rln <nr! ,.n nd\ n,ài\ .'rn quc eÍá ali e que náo pode âpreendcr o scntido global d a h iÍória pelo sim ples lãto de quc csta aindâ náo teÍnriiou e de que ele a cstá vivcndo. Ora. estâcontradiçào cntrc a visâo do iodo e aposiçào exisrenciâldo lilósoloco ioapenàsnais un1peNonagcm, crn SannrAgoíinhoissoestá nào apenas colocadô, conm renr!ido lsto significa qlre uln homcnl no séc!lo IV tiúa entendido mclhor a dinâDricâ dâ históriÂhumanado que todos os que vieÍam depois, üesmo depois da constitrição danioderna ciência histórica. Elc cnrende que há uma contradiqâo entrc a i.lóia dc um sentido global realizado no tenpo c o Íàto dc que os seres huln nos vào cntrando e saindo da hislóriâ. isto é. vãomorlcndo. Pcrcebe qüe. s€ existe unl sentido da hisróriâ, ,rsie iem que estar iLrstâmente no cncaixc c na contradiqáo, na lens,ro entrc esses dois clcffcntos. tsto signilica quco scnlido da históri.r se perlãz em caclavida huma- na nL,luízo FinâI. Em cada uffâ dclas, e não aperias para uln conjunio absrrâro chamado n'hunranidade . doqual um lilósoli iipo Arguste Comteou Hegci scria opoda-voz. Oü sejâ, nilo há um sentidoda história parâ a "humanidade", só há parâ o inl:lividuo. E o indivÍduo pertãz esse scrtido iüslânrente ao Drorrer Quando elc morrc c ó iulgâdo por seus alos, a história humana intcira ó julgadâ âli. E\islen1, entào. bilhôes € bilhóes de sentidos da hiÍória. todos clcs harmônicos. pois no rundl) só Dcus sabc â chave de tüdo isso, e não há nenhuDr scniido global da históriâ. sentido Lrnificâdo. a sc rcalizâr no tempo O sentido da hislórin sc re.Lliza acnna dâ hiÍória, râqüllo que podcmos chamar dc rretâisróriâ ou Fllernidade Esta é uma visão táo mais fina e iáo nais cienlílica do que tudo o que vcio depois que não há icnnos de comparaçáo, e a afctaçAo de supcrioridade corn qlre os iilósolos da hisiória váo se voltar sobrc esse livro de Santo Agoslinho' A .iriade de Deus.l é cxalamcnte o làlsLr sentinento de superioridade do burro que nao cntendc o inleligeDle. EIic Voegelin inlerpretará justancnte esta idéia do sentido global clâ hisróriâ que é a icléia cle Hege!, ctc como Üm clemento básico do tipo de lalso pensamenlo gnósÍico, qLle será a hase d€ todâs as ideolo_ giâs revolucionáriâs, totaiilárias. modcrnas' Scvocê conhecc o sentido da bistória, você, por assim dizeÍ, fechou o esqucma é o Íuico que porle dar o tlcsenlace. Essc desenlace tomariâ ieoricamente a fonnà de uma súbita mutaEáo do mundo hisiórico sensível €ntào acordarenos irânsliguraclos, êcordaremos num rnundo transligurado, que podc ser o mundo do nazismo, do sociâlismo... Tudo licará difercnte ou' como diz Àntônio Gramsci. tudo será nlais belo Santo Agostinho iá compreendc que nada ticará mais belo, c:rceto na Etcrniclâde. e que aqüi a histódà vai simplcsmentc continuando com loclâs âs suas coniradiqõcs, sem que ninguém saibâ exatamente o fi . E ele sabe quc csse fluxo de acontecimenios temporâis tomado em si mesmo. de moalo isolado. náo ie c n,Lo pode ter senlido âlgunl' pois o sentido cle cada cnte está pâra além d€lc' e o scnticb dâ hiÍória tanbém es1á parâ a]ónl dâ história. A idéiâ de u sentido imanente da hi5lorilrcnlruo\rritoin'-nen.cJ.urnri\rÔ umr \'/ i rfr' su Ô livro. o seniido está güardado dcntro dcle e lrunca vai sair dali !:ssâ é un1â idóia iotaln1entc alucinâtóriai IA]üna: Esse esqüema de pensalnento de qLrc a llistótia teu una la\? mtttt.t ut\a at"tatl\ico' t clAn:a \et;a itnttlt'u f t"o ou' o sefihot esÍá quercndo dizet que é wfia coisa tipo utliliciosa' dilafias asslr,?l is,ii.lcos|rrlro.r "ia,a" /. D.xr PllrópoLn/RJ t7 Cerlar]rcntel É essa divisao emlãses, quc teoricamcnie cu lminêriam en1 nosso própÍiotcmpo, que tcmos uma visãodo todo que nos pemrite iirar a conclusào Íinal da históriâ e dc cefto modo transfigurá Ia' Santo Agostinho sâbe que es sê trun suguraç,ro só eriiste na passâgen dotempo pâma Etemidâdc uma trânsliguração no tempo náo ieln scntido, porque o tempo náo pára. Vocô nào pode alcançar um ourro palâmâr histórico no quâl tudo paÍou, âgora se iransfiglrrcu e 'iudo licou mais belo" a irlóiâ de quevocêvaidespetar evâiest.rr iudo diterenrc. Estaidéia está no lundo de tocias as teodÀs r€volucionárias: hâverá uma mutaEào, um "sâlto quâlitativo', cono diriâ Mao Tsé-Iung, c tudo licará dilêÍeric' Nâda vai ficar diler€nte. porque, se ficar difcrentc, no dia leguintc vai estaÍ mais dileÍentc ainda, e assin por diante Isso nào vai acabaÍ iáo ürdo, ninguém sabe ondc terminâ a listóriai Esi€ é um dos axiomas básicos dâ vida huÍranar nilrguóm sabe quando terlnina a história' ÍAl}na: Naa poden cotldicianar esse dia.l Náo podem iecharl Podem lcch num esquenâ metâfísico. mas o quc é nletaiísico? Suprâ-histórico. Porque isso independc dâ histí)riâ' é aquilo que é colocado para cinu dâ história, entáo isso é possivel e racional. laz sentido. Por excmplo. vocô sabe que, nâo jmporta o qüc âconteç na história, dois mais .lois váo continuar dândo quârro Nâo sabemos quando a história vâi terDirraf, mas s.thernos que cla iamais Íâá dois mais dois dar cinco Esse esquema metafísico náo dá então o .ônteúdo € o seniido da históriâ. mas seus limites. EriÍe o esqucma rnetafísico que lirnita Llrasticanlente o coniunlo dc possibilidades hisió- ricas. e uma dessas limitaçôes nrerâlisicâs é jusiamente que a históriâ náo po.lc conier dentro de si mcsmâ Lr seu próprio fim. lslo é uma lei nctafísica. é ulna ntoldurâ nciâlisica da históda. Hajâ o qüc houver, o fim e o sentido dâ hisiória está pârâ alénr dela. náo podc estar contido 1ii l\l'rna: É lais ou me os Lafio um Íilfie: quando tocê quet ÍaLot àa (...), não quet dí.et que nào aai aco lecet lais l1ada l Exaiamentc. QLreÍ dizer que acabou somente o íilne, agora vânros p a cêsâ, saímos dcste plano. então ( ..) â colsa coniinüa' l\lünz: E a té há a qu eles pe.^otla,e ns que podetiafi ÍazeÍ u n ÍiLnle co tifiuacão.) CIârol Isto queÍ dizer qLte €sse tipo dc filosoliâ (Hegel. Comte, etc') tinha uma estrutura nitidamenle âlucinalória, pois o indivíduo sai inaginariamenic de deniro do plano existcn'iâl e el' mesno assisle' dcntro do tcmpo, a iransÍiguraçáo do iempo, lazendo de conta que está lbra. Isso é tudo loucuÍal É a mesma coisa que eu escrcver um Livro e nie colocar tão bem dcntro dele que Pêssc a eriislir sonente nele: não cristo mais aqui fora. só esiou ali dcntro Ninglrén pode lazer isto' mesmo porquc, se o sujcito o lizcsse. o livro acabaria naquelc n1esnlo rnomenio. Eu lne pus dentro do livro. pus o ponto linal: "Bonl. acabei o livro". Agora, pergunio eu. quenr vai pôr o ponto linal. sc já eÍou todo lá dentro? Esse tipo.lc pensarrcnto tem uma eslruturaconro aquelà do EscheÍ, cm que a mâo se rlcscnha a si mesma É un.t coisa que se pode realizarno plâno imagináriLr, no plano das 'possibilidades inpossí'eis " mas não existencialmente, não no te po real. Isto signilica que Santo Agosrinho. quando ele pensava, cra o próprio Agostinho, não unr pel:Sonagem inventâdo de filósofo que elc concebeu parâ assistÍ ij história do mundo dc canârote c dizeÍ onde elâ tcrminâva. Ou seja, Sanlo Agostinho náo linha a tal da pardlaxe que clescrcvi. Paralaxe. recordando, ó o deslocamento entre o eiro da consiruçào teórica e o eixo d.t consciêncja existencial do lilósofo' ( ") l\l,rno: Nessa crílica que tocê loz.- Se a Bíblia é una ReÜelação' coÍto é qüe eLa fica diatlte do que üocê disse (. ) sobre a lessoa eslat contida (1e ío (1e úfi Liüro. coma se litesse alingido uma iLumínaç,ia) absoLüla?l Em primciro lugar. a Bíblia náo é umâ doutrinâ; em segundo, náo é Lrma fjlosofiâ; em terceiro, a Bíbliâ é â píópria Voz desse plano suprateÍrestre. Entáo não tem como lãzcr uma compâração de urur coisa com a outra, assim conlo náo se poderia fazer uma compaÍaçáo entre os pdncípios da aritmélicâ elemen taÍ e isto que eÍâmos dizcndo. Os princípios d€ âritmótica clcmcntar tiveEm certamente que ser des cobcrtos unl dia, mas nào Ioi no dia eni que o slrjeilo os descobÍiu que eles passâram â entrar em vigor Dois majs dois já dâvam quatro antes de vocé ier pcrccbido quc dâvâm quatro. e váo continuar dando quatro ctcrnamcntc, e quando este mundo nào existir nitis, esle UniveÍso náo existir mais, váo continuar dando quatrc do nresmojeiro. Isto sc rcl'ere x molJu,r n,rt.lr\i.â dâ h,'rori.. c nao a h 'toria m.rma. [AlLtno: Cofio (...) descobtiu, iúentau...) l:...ujerro r"o in' *nrnu LI larir ca Ib guo. porq -e tia(n|, ' ret dizcr tâmbém descobrir, e dai o terno "inventar" terlr ulnâ conotaçáo aDlbígua. NIas, evidentenrenie. ningué inventou quc dois mais dois clão qlraiÍo. Na hora err que o sulcito dcscobriu, cle descobrtu que já esiâvam dândo q uatro làzia tempo, e qlre ele era simplesmente o últino â sabe! colno o nârido enganado. Isto significa que a filosolla da história dc Sanlo Agosiinho tem mâis t!ndamento racional c cicntífico do que qualquer uma que veio depois e se há algo que yale a penapara o hiÍoriador lcvar em corta é isto. Mâs fica dilícil. Se o hisioriador qucr rcduzir a conteúdo dâ própriâ ciên ciâ histórica, historicizara própria noldura metâlísica da história. âí (ornplirr du d-r.nr,inu..l.,,',vu,,ôd,..n ^dôf.chc- i prcc.o entender qüe os elenr€ntos dc doutrina rcvelada, da douirinâ netôii sica, claro quc sâo descobertos e lbrmulados historicamenie, nias eles 20 não têm ncnhum... Ou eles sáo inválidos. são 1Âlsos. ou. se tên1 algumê rcâlidadc. essa rcalidade em si mcsma não é históricâ. Dito de outro modo: Santo Agostinhlr dcscobriu que não existe hisióriâ sem metaistóri.L, e que â idóia, Por cxemplo' do Antônio Gra' msci. do hisloricisno absoluio . se o suieiio enunciou "historicismo absoluto", você tem que mandêr ele para câsâ: Agora vai para uasâ, moleque, €stucla tualo ale novLr. pois o que você acabou de dizer é um'] esilrpidcz loÍa do comum". Se é historicismo, nào podc ser absolulo' a náo ser que se possa revogar os pÍincipios dâ âriimóti.â elemenlar c' no liln das conlas. se possa revogar o pÍóprio passado Porque o fato de que o passâdo venr antes do prcsentc. e e't"nÍes dÔ luturo' não é histórico. É umê estrutürâ imanente à história Diga-me Lrma época em que não loi assim A ânterioÍidade do passâdo c ê contingência dL) llúuro sào cÍiaÇões históricas? Uma criação cultural? Houve alguna época em quc não funcionâva âssim, cm que o iiiuro vinha antes? Não hôrrve No entanio. â anterioridâdc do pâssado é um dos pressupostos da ciência histórica. Bastâ islo pâr entcnder quc náo pode havcr his toÍicismo âbsoluio. Todo historicismo é neccssarlâIncnte relâtivo, Pois ó alenrarcado por Lrmà nroldura mctal'ísicâ que ele náo podetransccnder de ancirâ algurna. Parâ lranscender cssâ mÔl'lllr' nrctrfisica seria preciso que cle iranscendessc a própriâ antcrioriLladc do passa'lo e a contingênciâ do lutlrro Pâra Santo Agostinho.ludo isto em o óbvio do óbvio' Quandovocê vê, quâtorze séculos depois, Hcgel sc atrapalhâfrI) 'Ôm essas coisas' como l(arl Marx e Augusie Contte. você diz: 'Algo se perdeu no meio Nós ccrtamentc emburrccernosl Algo aconteceu" ÍÃl1ino (..) aluci au meio ]nunclo.l Alucinou meio nrundo. E pior: é qLre quanto mais bu o o slrieilo lica. n1ais sc acha inteligcnte, porque complica o modo de expof zt adquire leÍramentas d1â1éticas mais elegântes, que servcm para sc cngânâr mclhor.. lAtLtna: Ai nãa há una di itlização di llistót'ia? Alasta se qualquet pla o que a transcenda, e a história li«r diüitlizada. potque eLa é a gallcle (..).) Se vocô tirâr o pressuposto rcligioso, ainda assnn a idéia do histo- ricisno âbsoluto é âbsurda em si, plrrque, se ele é absoluto. se tlrdo o qüe exisie é histórico, enião a estruiurâ do tcnpo dcvc scr histórica tambóm. Ela é apenas uma criaçáo cL tural: algum dia algun sujeito inventou que o passado vinha anles. . Mâs, sendoumâ criação cultural, nós podcnros invcntar, cntão o futuro vcm antcs. lAlL]na: L lenlatafi ísso. ão é? ApaFdram os pe$onagetls da TentaranI Eo jeito: vL,cê mucta o passaclo de rnodo que . O lâ1o de que, quando o ienpo passa, suavisão.lo pâssâdo tambónr muda. isso nào qLrcr dizer que o futlrru reiro ge sobre o passado: retroage sobre sua visro do passado, mas náo sobre o passado mesmo. Para rcâgir sobre o passado precisâria rcâgir biologicamcntc, isio é, precisaria tu/crrcnJ..ercr ralrren ea\ tE\\uJ\ u qu( rilu ( - r,(rmi, .oi.i Por exemplo: Ínudei minha interyreração dâ hisiória de Napolcão. Ah. isro é iffpodantíssimo para mim. mas nâo posso làzcr Napoleào renâs- cer e viver a coisê à llrz da iniepretaçáo que fiz dcle postcriormente. Enlão. qüando o sujeiio confundc sua intcrprctação dos fatos com os tãros mcsmos. aí não podcmos ncm dar a desculpa de que ele é loucl, ele é sinplesmcnte burro. lAlrna: Aí ! camo o Íilm. Íle licqno Túnel do tenlpo.l í.ol'úúel clo lefiN. é o Liemirudat da Íuluto. . lA]ullor Ássim. é simpleslnente inlantil' nào é? Quet dizer" 't cirmça egocê trica que calllunde deseio com rcdlidade l Infantill Puerill A filosofiâ de Hegel. dc ÀLrguste Comie, de Karl Mâf)r é püeril É uma imaginaçáo puerii exposta con insirumentos dialélicos. sem o mínimo de discernimento filosófico que deveria ser exjgido de um homcnl.dulto lAlnno: E o itlÍeressanÍe é a hábita que se Íem' |fiie e|fi dia de pegar esse cot*lnto íJe pseud.oPzn íssas que ditos "iilósoÍos" ( ' ) ' "\tacê pu t ton p n tdi\ pt, t1i \\a' P nu t tu bol ha' t nr, M, d t\'a Da t race 1 o t t:rilicar a caisa e a pessoa rcspa de: "Naa- é üm oÜa porcldígn1ai" ) Mâs qualquer um poal€ ser um novo paradigmal Saddan Hussein cra un novo paradigma, até que deixou de scrl ÍA1i.tlo: Acho Ele aí exísle ü1ht1,. Paru Üocê dízet que aLgutnLt ittéia seia prcLe(Lente ()Lt não lem duas caisas l ')'OqueasPessoas ía?en é caftat o segullda laLot e se concetllrut tla ptimeito) au seia' sobet se ela lem coetê.ttcia interttal e te ..) Não, espcrâ ail Todos elcs argümentam cm lermos cle vali'iade cxter naitoalos elcsdizcm qu€ aquiloqueestão expondo corrcsponde à ordenr dos latos ellernos. Porcxenrpb, n rrrontanhadc conhccinenros hisióricos qüe Hegel c Nlarx têm é rcâlmentc imprcssionante O que litlha não é isto. não ó a tãliâ de relcrênciâ a unr mundo e{ierno E que estc nundo crterno ó\,islo imâginariâmcnic. e rrão desdc o eiro cxistencial em que o suicito eÍá. Você nâo podc acusálo de iàlta de rclerência exteÍna Existc â reltrência e{tcrn.r É o ponto de visla clo observador que ó lalso olr sej.r, âquele munclo que ele csiá ei(pondo náo é o que ele rcâlnenic vê' é o que vcria sc tmse quem ele está fingindo ser Poriânto' sao obr s dc ticção, consiruíclasâ partirdc um personagem inaginário dc ulnnarra doÍ imagnrário. O suieilo qLre escrcre as obrâs dc l(arl Marx é üm lqrl 23 Millx literário. que só é aquilo na hora dc cscreveÍ e nao coincide com â experiênciâ existcnciâl dele Não coincidc. ncrr poderia coiiciciir É por isso que digo quc, de ioclas elas. quase toclas as obrâs lilosó ficâs a pâriir de X,Iâqüiavel Nlaquiavcl, Hobbes. Locke. Hurne, Kânt, Hegel. K.rrl Marx. etc. - tên eslrutura liccional. O que eíou dizendo aqui ó cientiiicaDlerlie dernonstrável. Náo é sequer uma icsc filosófica. (urt rr.cc'.nrÍi.â uU.ii, podÊ,cf,n\iri.,.,ju.r.nanrcà paflrr da distinçAo enire os Quatro DiscLrrsos. [Alrro: itlas enlão o pa to Íocal seia a rcLaçAa tLa suieíto con eLe nlesmo? (.. ) l:: da esttutu l?l Nâo, porquedaivocêorcduziriaa 0m problema psicológico d aqlr ele inclivÍduo, c náoé. NAo possodizerquc todos esses sâo loucos. Se lbssc lsso, seriam malucos. rnas nAo. é uma confusáo de gêneros... Àgora entrou nâ flodê o Ietmo etnbedtled: "Os repórteres cstão e,",óedded ras üopâs:r. Então es(â conlusào cstá etnbedtled en1 toda â cultura: â falla de distinçáo cntre o qlre é unl discurso cientíiico e o que é unr discLrrso ficcional lAlw.lo: Caí na ptlruLare . l A parâlâxe nào é um problemâ indniduâl da consciência deste sujeito, é uma confusão que entrou cm toda a cultura. Eles não sabcnr mais clistinguir o quc é uma lese cientifica do qLr€ é üm ronancel E â filosolia, durânte esses quatro séculos. constitlri-sc basicamenle desta Nallralmente, nâo tcÍn um só deles que rcconheçâ que aquilo é um discurso ficcional Hegei, IGrl Marx e Conlre pretendem cstâr iâzendo üm discurso táo cicniilico qlranto o cla fisica. ÀÍâs, não. cientiiico era o dc Sanio Agostinhol Aquilo coÍre.sponde a dâdos obscr!ados, observa dos c comprováveis E com prová\,cl € m piri(am ente. por c\cmplo, qu€ o 21 passâdo é anierior ao prcsente e ao Iuturo. e isto 1àz partc da cstruúm do próprio tempo. â qual cstá subentendida enl toctâ e qualqner narm- tiva histórica o! Iilosolia dâ história Podanto, a lilosolià da história. para dizer algo sobre o scntido dcst.r, tcm que passar para un outro plâno, que já..1o pode mâis scr o dâ história, nlas o dâ Eternidade ou lsto é estritâmcnte cieniílico, e nãopode nâo serassim. Quâlquer história querer embutir o scntido dcntro cla própria história 1ãrá quc cssc scntido só p.rsse a existir dcpois dc uma dâiâ tal- cle modo que. cuüosamcntc, o s€n1ido daqlrjlo que se passolr no sóculo III só cstará no séclrlo XXII. ou no XXIII, ou no XXIVsendo totalmente ignorado no séclrlo lll. E as pessoâs quc morrcrâÍn ali inlelizmente morl€ranl scm sabcr parâ que. o que signilicâ... )Alllno: Há alqu s cafipos do canhecimento que descattam ú pd r0lt!re? P)t exempLo, a Íísica...l Eu não sei. tsso aÍ ó muito complicado Acho que, curiosamcntc. o quc âcontecer no século X IX e ).X l'oi que, cnquânto esse fenôme rod parâlane sc cxpânditr pnrâ cleniro cla filosoiia, que sc tornava liccional, as obras de iicção cDtravâm col)ro corretivos disio. o ienlpo iodo. A ficÇão do século x1x c XX ó uma critica dâ filosoliâ. {^lLtna: Dostoieüshil Doíoi€vskil Nosso,Uâchado dc Assis com o horrenr do "hlrma nitisDlo", o Brás Cubas. Os cscritores de licçALr saben Í.rzer distinçáo cntre Iilosoliâ e ficçáo por quô? Porquc cl€s escrevenr Íicçáo. r\4âs os filósolos náo. pois escreven licçào seni saber quc ó ticqão. Entáo esses dois campos... Inaginem a multkláo de dados que live que juniar parâ Iazer essa comparaEãol E se pergurtasscr "Tcm pamlaxe na lisjca? na bidogia?'. Isso complicou o negóciol Se você qLriscr cstudar esse as sunio cstá cm âbcrto. lnâs !,ri lcvar !in le anos parâ iechar isto e poder pro!.u que siln ou quc nào. c couro ó qoc lbi. Prccisârlâ €screver loda a histótir, rêpâssar locla ê hislória dâ ciênciâ risica c das inllnôncias cultLrâis âli. É claro que, por exenplo. na fisica dc Dcscartcs havia urn lortissinro clcmcnto dc pârâla\e nâ medida enr que elâ crâ Lrma dedução tirada dos principios filosólicos quc clc hâvia colocado. Por isro.rcsnn), o livrc ro qual Descartes expa)e sua concepçtlo cicntiíicâ. quc clc charrâ Do iúunda. clc pt6ptÁ (lcclâm quê é Lrrr obra cie licçao. Apresentâ a como uma obrâ dc ficçâo. mas. ao rrcsmo iclnpo, cle âcredira quc â.tuilo ,: i. .ir f,, ,', \e \, ,1u( ,- i .urrlrr . ru e rr ,;rr. " r,,n.. i, r F pr(iprio Dcscârtcs É couro sc por crer pio. o cxpor ll lêoria cla Rela li!icLLde. Allreú Einstein o fizcssc numa pcçâ dc tcâtm. ou num pocr â. c â dr.clâmssc conro obm.lc ticção. r.as. ào nresnro tempo. pretcn.lcrldo â cientilicâmcntc váliclâ crn iodos os scus pàssos usta uonlustLo cstara. cntao. quâsc conscicntc cm Dcscârtcs. Nlâs a clârí) que rrnr) cslala corscirnlc rnr'l'honras Ilobbcs. ntlo cst.rva conscior lc enr Da!i.l Humc. ntio cstâvâ conscicntc cnr Imrrânucl Ituni, c àssiin |ordit'ntc alu scla. eslc ú um pcitu(lo de obsclr rccirncnro dâ intcligancia. Não ó possívcl. se vocô rcrcrlita rà hisl(lria.lo lluminisnro. qlre lenha ha\'ido Lrnr iloresoimcnto inâuclito dâ intcligôncia .:lcpois da Rcnâsccnqâ, rnais.Iirrda ro ll riinis.ro. e dcpois você chega no sóculo XX c va os lrutos dc tudo isso, conr âs socicda.lcs rrài$ absurcl s c iiiaciolrtlls quc ií cxjlliranr ao lolrgo (lc tocl.r .r histarria humana. uor rnodicÍlrio pcflna- rcnlc, c ro liü â iotal corillsao cognilivir c.roial qlrc sc a|ossolr da hurnanidadcl Nrio ó possivclL Sc â gcnrc rivcssc licado 1áo lrlcligenle tLssinr no século XVlll. nào csiaríânros laro burrcs no srtculo XXI loi cniáo âi.tuc conrccci r c\rlrinrr a hipí)lese cr,rlr'árla Filei: "Espcrâ âi. c sc o clüc acontcccu loi o conirÍrio Ií)i uüa pcrdà? l\1uiLr ScnLr ha!ia insinurdo lsto. nr.Ls sclnprc por râz(-)(s doutrinâis quc nadâ pro!âva.r Por exemplo, sc pcgârmos toda â críiicâ que um ltcné GLrénon ou Bcrdiâcllhzern a(, próprio l leidegger,lazcnr à modcrnldâde aquiL) tudo que clcs dizcn náo provâ nadâ. Aié qu ndo esth ccrto, dá a inr- prcssáo dc que estí certo p0r.qlrc o sujeito pcrccbcu alguna coisa nras ele nâo tern rcâlmcntc a crp{)sicÍlo do ( xl, do quc âcontcccu, qual loi c\âlarrente o proccsso, c ó isso âi quc tenlei dcscobrir E pâra isro que a ecntc làz cssâ conparaçlo enúe os aulorcs dâ xlcrnidi.le c os anti,ros. cnlrc os ântisos c os r cdic!âis Quândo vejo Sanlo Àsostjnho. nào vcio parâlâ\es.. O próp oPlatáo. /\ristótelcs. os cstóicos, os neoplalô11icos, Jv1aimônidcs. ncssâ itenr€ ioda ntnr vejo paraLL\ealglrma QLLândo câdâ L,rr desse! suiciros lalâ. elc cÍá crpondo âs coisas desde o que é suâ pcssoa concrctâ co r unra yisal) corcreta quc tcln da rcalkiade nâ qu.'l ele re.Llmentc vivc. Naro criâ urr pcrsonâgcm para irltLr em norne dclc Não crisie essa inrpostaçtLo cla ,",, ( J,,,.,c,,,. ouc., l.,,,,,, i, ul r. lu tir..i,. Quando Dosioicvski, por c\cn,pl{). €stá escrevendo r dizcndo: 'Ah, conheci FLrlano dc l}rl'. cle ntio conheccu nâda. estíi invcnlando quc conhcccú O llarr dor é in.Lginário lalnbórr. o qn. ó ahsolutanrente cssencial à obrâ dc ficçáo. O rarrador nao podc corrcs- pondcr à pcssoâ real do ronrancistâ. clc tcrn qrc lugir dcle. pois teln qlrc !rrher coisâs quc o rornancisir nao srbc Alessan.lro [4ânzoni. no sóculo XIX. es1Í escrevendo umâ hist(iria quc sc pâssa rr) sécu10 XVt. e é unr ralTador Naú só os pcrsonltgcDs siio licticios, o nâr'râdor iar.bé]n li L, rarracir por assinr clizcr. o cxposiior dr lilosofia dc Santo Agosrilrho. a r) pr.(lprio Sanl o Agosllnho. N{as o nârradort o crpositor de Descartes prrâ âdiârtc, ou dc NÍâ.tuialel pai .Ldiantc. iá nào são clcs rrcsrlros. é rrlruénr que sabc ou quclingcquc sâbe algo que eles não podcriam sabcr. c tluc iitnorâ cois:1s quc elcs sabem peúcitancntc bcm l{)de se provar. orttlo. por ânálisc csiftitural qre !.rch uma dcssâs obrâs ó ficcn al lruginenr fl grtLvidadc disto, considcrx.lo rrrrrit escala.le civilizaçao. 2,- que irnplica.iue ioda a cultrrâ n)odcrna sc bâscia numa confusaro cntrc Iicção c ciônciâ. D.pois dc Sânro ^gostinho ter âlcançado eslr irltLrra. erisle ê.r sc- guida u'r ccrio obscnrcciffcrio cm razão da situaqão crtcrna. N,to se vê discOuk» imcdiatos dc Sânto^gostinho. porqucexistea deconrposição do lmpéfio l(L)m.Lno. existenr Âs invêsacs b.'nbârà§, unrll inlinkladc d. Suerrrs. re!oluÇoes, o desnirnrbrân]crlio da socicdadc cm fcudos inde pcndcntcs. Elcs nrio crarn nâclâ mais .lo quc propilcd.Ldes par(icuiarcs totrLlnrcnle scpârtLdas un S.las oulras Qunnd(, chcgâ o sóculo VIIL ií se 1c]lr a collsriiuiqão do Ínpório dc Carlos llâgno, qLre laz umtL pri nrcnâ tcntâiiva de educâráLr sislemállciL da sociedirdc Ii nesse pcrôrlo erlre o sécub \i enr quc r)corre â r.oíe de SaIlo Agosrinho. c o sócnlo VIII podânio. saro irôs sóculos clisrc LLrn cslorço nnmstruoso.le conscrvar os tcrtos. organiTt,r-los c criâr rLlglrnr sistema cle ensino pelo nreros prrra l'irs Lle trrrnrlêrçuo Se ( úisc|crn icr idólado qucco cnsino ncssc pcríodo, podcm sc rcporrar xo livro dc Santo lsidoro .lc Sevilha (hafrado.,ls ctittolo{.uts.1 lissas /:/;rro1o.qií,s saLo unrrr cnclclopédla. no sfnli.lo xrurl, Ir) . uâl ludo sc nistum: hat â1i dados dcsdc gcologia J. rirt,,l..rr', Lu.*rrrd,,p,.. l,,ri. r p,lr rru.i.:,.., I rrr'e r,.'Jr üixórdia. mas estl]r ludo lá dcntr0, de alglr.r nro.ll, Ncssc pcríodo cxislc, cnrio. ialio â rclliaiiva dc rcrcr os conhcc:- mcnros. rlc lrrântôJos parâ quc nâo sc pcrdcsseln de uma gcraçao paiir â outra. ctllno alguns estbrqos monumenlâis de bottr or.lHr, c(mro laz, p(» !xer.plo. o rrópiio ttr)úcio (tu(] é o srjeiLo quc, pâdindo do cstudo clc unra patc dâs obrâs dc r\ristótclcs. cstabdecr uma ccila eslnrtura (lc cnsino birstanlc racional l,lo grande passr) que se lai .lllr aí a iusta- rlleni. qriarrdo depois dc u rna sóric.:lc conrrcvórsias c prcirlcmas, Carlos IIagno conscglr. sc Iâzcr nonrear imperador drlcndo o consenlincrrlo. . lcgilirracilo (ia lgrejr. e conc(ir urrr orlnr ciclo ci!ilizucnnrâl sc bor .tuc o Inrpario dü Cârlos l\4âgno tarrbónr dura pouco tclllpo. mas a ' ' l' '' ". ; l ]N Drârcâ ficou. [ntre outros projctos do golcrno dc Ctulos Magno. hâviâ o da allâbctizâÇão universal loi a prinreira vez quc alguóm no nrundL) pcnínr em ensinar todos â lei , e cssc proicio loi dâdo â uff nronge inglôs chânrado Alcuino, quc cntáo (,.gàfiza. pcla priilcira lcz. nünr c{nrjunio opcranrc, o sistema das ârtcs Iiheiais. (luc iúoínâirI]ente já cstâvam rí circulando dcsde a Crécia. Dcpois d€ u século dc frânco progresso do cnsinoj surge dc novo à trossibiljdaclc dc urra eslreculaçáo lilosófica r.ais séria. c cla !eü ius tamcntL. Ir) século IX corr Johânres Scorus Erigcnâ (,,erigenâ,, porquc a irlândôsi "Erin ' quer dizcr lrlândâ e erígcnâ ó âquclc qLre é oiirinriüo dr Irlt'nda). Erigcnâ rcnla, enLâo. criar unrâ cosrnologia parccida conr nqucla.lo li,r?er.lc Platáo. rnas iác.r ternnrscriíá.,s I-l em bL,ra clc scjâ Lrm crandc gônio. tanlo da fil$ofiâ qrarrlo da tcologia. o rnalcrial.lc quc dispunha crâ rclativa rerrle pcqucno. cntão asnr(ese acaba làlhànlloum pouco dos dois la.los, tânto do lilosóllco qlranio do iêológico. Erigcnii tcnia clar uma cxplicrçlio .lo conjunto dâ nâturczrL exis- icnle lomândo Dcus corro ponlo dc pârii.la e ponto dc chcgâdâ. com suâ 1ànxrsa.listjnç:io cnlrc: pri rciro. a 4tuteza que ao i cria.l.t t ts que Lri.t. qüe é o próprio Dcus enqurnto criador; s€gun.lo..r ])dt|rc t que é (tiada c cril/. c nÍ clc coloca o próprio Vcrbo Divino (isso !âi dàr unr problcnra lcol(igico. pois conro ó quc se vai dizer quc o Verbo Divino ó criado? ItoUVc nruiltl r(,rlro\,érsia, c clc dl, que nâo quis dizcr bcnr is$ ..)r k\ccilo, a aturcza quc é (riadã e âo uíu. qLLc é iodâ a natureza scnsívcl. incluindo nós: c, pt:rÍ lin. d atut.cza ttue .ia é Lriada e nao crra. qoc ó o próprio llelrs corsiderâdo en . úanlo rciomo c consulraçao de 10l:1âs as coisas. ou seja, a Elcrridacle ird, onrrd. rr. rrr. r .lutú,,\o.'^ rul,J',u.tund .(,rcepçáo scm dLlviLIa grandiosa, quc nroslra todo o cicb dc c açin c rcdcnçaro nâo só do scr lrunrafo, mas dc rodi natLrreza, dc tír.lo o Isto. no século IX, ó alqo terrjlicarrie. porquc esse suieiro nào linhâ rcn1comque rdiscutiracoisa [ntâo imâginoque, nâópoca, âs pessoâs prestarân] atcnçào eur certos dctâlhcs. sÚ Iârâ \'crcm se aquilo cstava dc acordo corr a douirina da lgreja ou náo, que cra o ponto de rrrâior interesse nâqucie monrentír. E. cvidentemenic. acharam que o ncgóoil) crâ hcrótico nlto idâlrncnic, só enr alguns ponios N.rver.larlc. o potcnclal lj bsóll co dc Erígen a não loi cx plorado dirci«r alé hojc, mas acho q c, ltoic, com os conhccimentos quc a gcnte lem sobrc a origenr dâ vida, e conr as úhilrâs disclrssócs sobrc a n.Llurêza da vida biológica (se cla é ü,na coisa especiLicârrcntc dilcre,rte da cris iôncjâ inorgânicâ ou sc a unla espécic dc corrlinui.lâdc ou p.rss.Lgenr de ní,el), com csses conhecimcntos na nráo scria intcressan I íss imo voltar â Erígena. Urr conhccido DleLI, ünr biólogo lirncôs chân1âdt) Antoine Danchin. tcll1 a leoria dc quc â mâtérià ó u|ra só quc existc unra perÍcita conlinuidade da nrâtéri.L e!1r 1o.los os nn'cis, havcndo unla ditcrcnça de lorrâ. E urn ncgócio ürcio aristotéllco A diltrcnça enlre a quínrica oryánica c â inorgâniü náo é uma dilercnça dc n,riureza, ó âpclrâs cstrulural: os r csnros elclnenlos sáo aranjàdos dc uma oL't'a maneira alü scjâ, ofcnónreno qrc chârlamos vida naoématerialmcntc Ji.(r.r.rr., ra.,. uI^trr . oit,.i.,,, f.iL .ô. ., ._riI r. .pruf , tc buscar a origenr dos scres vilos rros próprios rnirrerâis. Não lei se ó tLssin precisaria estudâr rnüiio mais. e alérn .lisso a odgem da vida naro é propritlmcnte o .reu râmo. N{as seri nruito interessrnie làzcr à luz dcssas teorias. uolâ rcleitura do ]]ríecna. Por rclta dir mesnra ópoca. surgc urna discussáo que vai âlravcssêr o§ icurpo§ e que chcgará na verdacle àré nós. quc é o môso problemn dos urTzre,§rh Na época, rollo rrrundo llle\e um pouco ncste problema dc nrâncira qLre n o podcmos associir lo a ur tilósolo ou â outm Todo§ eles csiâo intercssâdos nisto. e se rprc alguém l()lrrà alguma poslçlto. tanto l)urs Scol como Sanro [onrás dc r\qulnr). Sâo Boâvcnltrr.t Todos el"'s :11) taln âlgo a dizer sobrc isso O problemâ se fl,rmula assirn csscs con- ccilos ünivcrsais quc rcfletcm essências gerais. clcs rcllctcm algo que cristc cfctivamentc ou sio apenas no cs quc dâmos a cntidâdes m.is inr r.enos pârccidâs parâ consesuir asrupá los nurnà idcntidadc quc ln)ssârros rcconheccr? Sabemos qLre exislenr. por excrnplo. os lcôcs Mas a espécie "leao ', !nr que sentido clâ cxistc? Quc os leôes conrc singularidades cxisicm. hour. você não precisa ser corIli.lo for um dclcs para sâber qu€ exislem. Nlas a espécie "leão' rcrn âlguma subsistência neialisica o! é aperras unra dcnominâçáo gcral quc dâmos a eslâ coleção de indivíduos châ- Sul3cm, e tãí), cvidcntcrrcntc, três possibilida.les cle resposta A prinrcira ó: só cxistcn os ifflividlros, os conceitos gerâis cxistcm só r.i mcnte humân.it a nrente é que xilupâ cssas cârâctcrÍsticas comuns e .rir osconccitos gcrais. A scgundn rcsposttL. quc é oposla. dizr âesfécic .ristc clttjvâmcntc. âs essônciâs Scrais exiíem rrctafisicânrcntci os romes que damos a elils rellcl.Ir urnâ rcâlidadc. A tcrccira possibilida dc ó: csscs conccitos gcrais sào rcâlnrcnlc criâqoes da nrenle. rrâs clcs cllcicn algo qlre c\isle Ia re:rli.hdc. orrhom |áo cxista com â mcsma vrlidâLle {nr c(nn â.,es,,ra l,Ícnsidrdc. otl coln a mcsnra reâlidade dos cllcssingularcs ouscjâ.ascspacicscrlsleln. nrassauuniaexisiênciadc 'scgun.lo gr.Llr"; tnn lcro singulrrcrlsrcclcri!âmcnic. c acspócic'lcáo" sr; c\iste em Lunçao delc c conro unra cspécic dc pâno de lundo. A quantidadc dc tinta qrLc sc clcrranrou para elaboiai esta qrestio é tao grande. e as soluçóes sâ() ião âbsoluiamcntc ilcniâis c cngcnhosas. (trc lcl!o qLre rlruiias dclas ecabaram tâmbaln sc irnpregnândo no scnso c(,rnum, dc modo quc. hojc. qutLn.lo a sente lenta ellborâr e!ta ques1lto. veio que exisle IreIos dilicul.ladc do quc parcciâ havcr nâquclc tcnrpo t',,r cxcrrplo, sc lhcs digo quc os Ica)cs têrn râbo, cstou falando dos leóes .ooro cspóoic, Inas é claro quc a espécie "le.Ld'enquanlo 1al náo lenr :i rabo. Por ouiro lâdo. se lhes digo que o arsênico mata otl que o vinho embebeda, cstou qucrcndodiTer queumâ quântidade pequcna dcvinho tomacla isolâda e singularmcntc cmbebeda, e qüe náo é preciso beber todo o virho cxistente ou ioda à espécie -vinho" para ficàr bôbâdo Ora, aconiccc o scguirter quando digo que o arsênico mata, qucro direr que unla got.L de arsênico mata, assim conro dez toneladas de ar- sônico tâflbém nralarianl. Náo há urnâ djttrcnçâ subsiâniiya. O slrjeiio náo pode morrcr mais só polque iomou mais arsênico. Ele vai rnoflcr th.olJ 1 r(nr. Ll( nr. \ J muflcr J.,, \c/.. uL qui 1/( rc,/r\ uu ||rur rl "mais profrndâmenle', porque tomou mais arsônico. Isso queÍ diTer que às propriedâdcs dc urirâgora de arsênico s.Loerêtâmente as mcsmas do aÍsênico lomâdo como cspócic, c â propriedade moriíler de todo o arsônico é a propriedâde lnoúÍierâ dc uma pcqucnâ quântidade. Nlas se digo quc os lcóes têrn râbo, isso náo quer dizcr quc todos os leóes t€nham o nresmo riLboi câdâ um dclcs tcm unl mbo diLererte. e 'râbos" tambóm são uma espécie. Bntilo, o quc estou qucrcndo direr? n)dos os leôes tômacspócic "râbo'? Não. elesiém unl rabosingular, que pcrtenc€ à espécie "rabo", coDro cles pcrtcnccm à cspócie 'leão' . Orâ, cssâs observaçoe! sáo fáceis dc vocô rcconhecer, e ião logo as rcconhccc vocô p{rrcebe que â questáo dos univcrsais náo pode ter uma soluçâo Lmívoca válida para todos os entes e para todas as cspócies de enles. pojs as espécics tambónr sáo lrieraÍquizadas de mâncira difcrcnte. Por exenplo, se digo -todas as gotas dc âlsênico", estou lãlando de entidadcs perfeitamente idênticas, câractcrizâdâs pclas mcsffâs propriedades. qlre só sáô disthtâs espaclalmente se separarmos gota por goia. e que jultas. distintas ou mistürâdâs elas têm exatamente a mesma propriedade. Mas e se eu disser "todos os brasilciros"? Ora, as propriedâdes qLrctcm unr brasileirc são idêntica! às de outro brasilciÍo? PÍelendo nio ser tào burro ouanto o nosso minjstro da Educaçáol 1Z Posso ató estâr engunado elc podc pensâr que bun! sou eu -, lras lcjo que tenho propriedadcs que ele nao lem, e €le tcrr outras que eu nao lenho. Dle âssina un1 decrelo e dá emprcgo para quenl ele quiser c o Estado paga. J,r eu, se mandâr o Estado pagar. ele não vâi pagar nada. Se eu dcr enWêgo para todos vocês, é lmüdc. Isto signil]ca que âs pro p edâ.lcs náo sâo as mesmas, nós sócoincidinos eln algumas delâs, cm ôriras não Flniao. o rnivcrsal "arsênico"e o universal "brasilciro" nào poLlcm ser discutidos exâtamenle no rrcs|ro plâno. Perguntar se esscs univcrsais existen ern si ou sc são âpenas Irolnes é urnâ pcrgunta que tcrá qlre ser clilêrencia.la cm um e e]n outro Éclaroqucquemdescobriu lsso não fui cu, isio foj surgindo no curso das próprias discussocs. É tácil você perceber tambórn que. enrbom irrdo isso icnha sido táo marêvilhosamentc claborado durân le esse perÍodo, para cteitos da evolu çáo posterior dâ cu ltura ocidenlâló como sc nâo tivesse sido. porque a capaci- dade de osujejlo distinguit primcirc. enl.eo u n h,crsal abstrato e osirgular concrelo e, segundo. entre divcrsas cârlrâdâs ou niveis de unit'ersals collr gmdaçocs criisienciais diÍercnics. csta capacidâ.le parece qLl€ desâparcccu ao longo dos iempos. c a propcnsa{) a conlundir ó câcla vcz maior Por excmplo. quan.lo l(arl Màrx diz quc o verdadeiro suieiio da his- klria, sujcito âgente dâ história, nào s,ro os in.ljvíduos, mas a classe, cle csiá íazcndo cxatânrcntc iÍo. QLrsndo clc diz quc a burguesia lonrou o poder.. ora, dizer que a burgucsiâ i(nrrou o poder é a meslnâ coisa que dizcr que a espécie leão abanou os rabos. é e\alanentc a mcsma coisal Un1a classe nâo po.lc iomâr o podcr de nrâncira alguma. O que pode âcontcccr é que âlguns indiútluos, ott ltupas especl/lros, totnaram o podcr. Nenr se pode dizcrquc o lonraüm e r nonrcdâ ciasse, pois corrro a que você podcriâ reunir lod a clâssc burgucsa e eleger se!s rcprc- scniantcs pârâ qlre eles iornâsscm o poder em seu nonrcl Isto nunca aoonteceu, evidentcmcnie. No neio claqüelâ confusào da ltevduçao francesa, como é que vlrcé ia corrscguÍ rcunir todâ a burguesia? I-lm scgurdo llicar qüftndo a ial da burgucsi.r lomâ o poder e vocô pcrlunla: NÍas. esperaj qúantos burgLrcses havjâ entre os nolos gn vcrrân1es? ' (b Gueses rro scnlido dc câpii.rtisras: qua ios capiratisias havia entrc os novos governantcs?), a rcsposta ér ,.praiicânrcnle nc nhLiin O quc havia crâllr illicleciuais..rlrr militârcs. eram padrcs l)ri:lo. aié hoje nrc pergunto o que o s iciio qlrjs dizcr qlrando iãlou que "a burguesia tomou o podcr', e que a nova sociedadc que surgc "cstá sob o donrinn) da bul3resia',. Como é essc donínjo de classe? Ilsse dor nrio é consciente dcliberado. ou ó iolabncntc inconscicnictl Para rcsoh,cr esltL qucÍáo. seia prcciso desnrcmbú t.L cour todâs essas distincocs escoláslicas Sar urüa nrcntc trclIrda ncstc iifo de.listinção a câpaz dc rna(ar csta chlrâda. QLrândo vernos inrlrreras discussaes quc surgem .lcpois por cxcmplo, hii unr li!tu do Si.lncv Hook. um filósoti anre crno quc primciro loi conlunistx e depois anriconnrnisra. que sc châmà O nrrúl na hislórí.l.1 Ele tcnta sâbcl qual ó o p pel clo i .livnhro na hisi(iijâ /\o colo(tlr cstc problenrâ. pL'lo simplcs lÀto dc cotocir to elc pârccc csl r inclo contra Lrma r(xla quc dil que a histórià é lejrâ pclâs massas, ou pelas clâsscsj ou por sIicitos impcssoais. ^ sirrplcs cxjstôncia L]e umâ discussâo sobre quâl ú o papcl do individlro. cta .tâsse sociat. do gnrpo, da nâção cic., o que ó isto? I:ta discuss,ro dos uni\,€rsajs clc no!o. i.lênticâ. s(i qlrc cmprecndi.lâ scrir aqul]ic rig.n e aquciâ tileza cscoláíicrL poriâIto. cmprccn.ljdâ frcquerlemcntc cl)nr a (onfusao cnl|c csprtcies conro o arsênico ou o leão. O sinrplcs 1à1o de os inrlivíduos quc ie Inrrcm lressas djscussoe5 frio pcrcL,Lrcrcm quc se trâtâ ainda da discussao dos unii,ersiris. apcnas x|licada â Lrll setor cspccjal, jri Drosirl' qlrc algo se perdcu no canrjnho Qucr l:lizer cstávâIros üdo rn) cÀilrinho dlr constiiuir uIr coDjLLnto dc crilóri.rs cicntílicos paru .lisoutir iodas cssas coisas. llras. intelizmcntc, qurn.lo os carrarâdâs csiilvânr disculindo csscs concejtos ctes não ll',,,1,,1 (inhanr ainda dados hlslíiriros sulicicoics. E. quando apârcccram os dados históricos. cs.lucccraln os conccitos . nrdo é.lilÍcil, nào é? Quando os camarâdas tor.Lnr tic.udo rliados por esta discussao cerla llos uni!€rsais, snrgc dc novo o vclho tcma da prioridadc dtL rrâ.:liçáo sobrc a discussão dialótica. Surse com um sLlieito cha.rado Pcdro Damiáo, c ralnbénr com o larroso sio BernârÍlo. [.lcs sê oporao â qurlquer(iiscussáo.1:sse ilpo, dLcndo'Vocôs csrão todos âbrindo as portâs parâ o llclnônio. Essas disclrssôes só v,to levá los para o lnlcnro t) quc interessa é n.Lo cítuecer aquilo quc nos loi transmitido pclos friÍ!eiros lesrêrrunhos rla pÍcsc|ça dc Cristo' Tambóm ncstc câso. é absollrt.Llnerte nelessarrio dizer que r)s dois tam razaLo. pojs. se você esqüêce êsse testcrrunho, cnião vâi csqucccr o conreço da su:L dlscussâo. \'ocÔ ncm sabc rtais por quc cstá discutxrdo. llür scgLLndo lugar. tanrbóm ftu srhc enr que ponto d.L hisl(irix locê orir.L. pois estri viven.lo uri ciclo hisi(-)rico.LUc a todirho dctcnninaclo por esle lalo crisrão. Alór dis$. ü)ca nâo podc jogârtodas as discussôcs dilllóticâs no liro. N{uito bcm. crisliafisnro. sintl Nlas como é qlre vanros c\plicíristoilqriil IquâióoscnridodorLlrinalclcrivodocristianislno? o quc o crisriâlrisnro clctivânicntc âfirma'' Sc você ficâr apcnas cl,m o lcstcurunho. sc rirâr conclusanis pcr lcilanicnte her élicirs. isso nalr lârá a nicnor.ijlererça. pois. al'inrl dc conr s, o tcstclntlnho, o Evangclho no (tual locô esiá bascâdo ó Ír Drcsnro. Enrâo. aparc(c dc novo cssâ tcnsáLr cnlrc o crisrianisrno connr lato c surL trirdlrçrio doutrinal, conr loclas a! discussôes dinlélicas (lai dcco.rcrlcs A €sta âliura. apârccc urr suicito absohrtamcnle rnaravilhL,so. que é Sxnro Ansclnlo, quc já nrcncionanros. Sanb Anselrrro é o lndivi.luo que cnLrncia â clnnradà 'p|o!a ollir)lligica da L'ristartciâ dc Dcus' , a q al sc iormula âssim: sc Dcus ó conccbnlo como uü ser inlinito e perlcilo. cntáo EIc tcln que exisiir llecessariarienle. porque, se e\isiisse âpenâs como conceilo. llle r:ro §eria ill llll ilo nern pcrttito. N{nitos sóculos mais tardc. Kant objctará a este argumento, dizendo que Sanio Ansclmo eslá conlundindo o conceito corn a coisa conccituada. Kant dirá en rão: "Essc Dcus dc quc vocô csiá lãlan.lo, você pârte de Lrm conceilo hipoiérico .1€ Lrln ser iniinito e perfeilo; hipoleticaÍ.eni€, o scr assinr conccitnâdo cdigc suâ própria cxisiôncia. mâs só hipoieticamelrte ' ^cho que o ârgumento de ]tuni nào é viLlido. por u nroiivo muito simples Uma ve7 eu nre pergunlel o qre eft un iuízo auÍo eaidenÍe c procurei a defuiqâo elll tudo quânlo é lugâr Só o vi delinldo pcla certezâ subjetivâr juízo aulo evidenie é aquele qlre suscita rma cren- ça iffcdiâtameirte. Orâ, mas susciiâr automalicâmenic ulna crença nào qucr dizer que o juízo seja verdâdejro, pois juízos lalsos tambóm podenr. acidenlâlnenre, srscitâr t]nrâ crcnÇal Essa dcfiniçáo de juÍzo auto-cvidcnrc não mc parccia. cntão. ruda evidente. Ao contrário. elâ me pârecia b.Lstarte lalha. ELLralübórr buscavâportodaparicumadcfiniçâodâprópriaevidên cia. c vi que o primeiro sujeito que relncxeu isto a lundo loi Edmund I ILrsseil. rnas úmbénr nele não hâviâ ü'na deliniÇão suficicnte do juizo auio-cvidenie. NãLr achci a defnriçáo, mas descobri uma prop.icdadc lógica de ro.lo juizo.LLrto evidente: é aclu€le quc náo podc tcr rlnla contmditóriâ unnocâ isto ó. sc vocô tcm um juízo âuto evidente e cnLrncia suâ negàção, esta será sempre aDbígua. terá semprc dois scr- ri. - P',' c.e rt , r. leJÊ^ou,'c t.t^uo4,tpo!úa rrui.rrui. cvidcntc ó quc csrou aqui c agora. Nós sempre estâDos aqui e âgorâ. vocô sempre está onde es tá noDrolllenio en que está Sev.,cêdisscr "Eu não cstou aqni c âgorâ", isso qucr dizer o.quê'l Que você eslá ellr olrilo lugâr, olr qlre você n,Lo é esse que estl.L lâlando? A lrase é estâ: "Eu náo e!tou aqui eagora' Vocêvêque€siamesrra frasctcrr rcccssarianrenre os dois scntidos, quc sâo complctanlcntc diltrentes. Par.L lornar isto aindamÂis claro. vamos pegar o famoso otcmplor '-A = A . [sie é um iuíro considcrado ârto-cvidcrtc. Se digo 'i{, A', conr s§o quero dizer o quê? Que o pdnr€iro A ó dcsigual a si l1lcsrno, ou que o primeiro A ó difcrcntc dc unl outroA,que chamâreDros de Are Ar? Se rligo '4,]\ , estolr querendo dizer que AL é dilerente de Ar, ou que AL é (lilerenle de A':? A expressão A = A' teff um scntido unÍvoco: que o ^c igual a si mesnro e você enten.le que â duplicjdade aí usada é apenas uma .luplicidâde de sigro, que o seglrrrdo signo A sc rcfcrc ao mcsmo obiero do prinrciro sii+o A. Nlas sc cscrcvo i\ r ^', já náo sei mais se a uüa dilerença de signo ou uma dllerença de objeto. A cxprcssáo 'A I ,{' nlro e\pliciia por si ffesma o scu scntido, cla tcm um sentido duplo. \ircô podc tcstar isto com todas as sentenEas âulo evidentes Não vai A ncgaÇão do auto-cvidcnic ó sempre ambigua Entáo, todo o nossl) problema é saber se a âíirmaEão de Santo Anselrno é ou náo umâ scn- lençà iiLrto evidente e se. dito isio, vâlc a crítica dc Itant de que ela é hipotótjca. ^ qlrestào se t'ornulariâ assinr: po.le Lrm juizo aulo e!idenie scr âpenas hjpoléljco? Ou Ll juílo âuto'cvidcntc ó carcgórico c tenr v lidâde absolutâ, on clc é somcntc hipoiótico, só ten1 vdlidâde dentro dc certas hipóieses. Ànalisando aqLrcslio conr certos deiâlhes, verilico quc a ifipossíve1 uff itlízo âuio-cvidcntc scr hipotótico, pois, se assnn tbr, náo a ruto-cvidcnrc Se ele lor hipolético. é necessário que o seu contrárlo, {r scu contraditório, possa ser concebiclo corno iguâlm,rnte \,álido. \'ocô lcnr uffâ hipótcsc dc quc sirr c umâ hipótcse de qlre naLo; se uln juizo é rLUto'cviderlte, ele náopode ser hipotélico, ele só pode ser categórico, ele ri]o pode sequer ser pensado corno hipotóiico. Entáo, ncstc caso. a critica dc tílt]i de que ê prova de Santo Ansclmo só é válida hipoleticamente vâl para o brejo Resla saber então, se a scntcnça "um scr infinito rcm r,,J.,. "' F r 1.r.n.... onÍ.arr^. raô oudr \ r i rc\''rrrr( tui. i.ru ( n,r ilnpcúeiçaro' é unr juíz.r âuio evidenle ou não Ficâ estâ llçáo de câsa par:L vocês: peguer ââlirmâtiva dc SântoÁnsclmo e tentem invertê-la t'.,r. \cr... un.. Brcr,r, brrr un ".u rrr..(lir.riJ unrruLi t7 li\\)ia ^ ttuesl.ao qüe üeja rrcssa prc?a é que a prcbLenla nãa é alinar: "DeLts é etlslente au tkio". () ptobLeiud é alonnt que Deus ? inlinito. e aí (..) até está íamulada de uma na eiru hípotíltica: "Se I)eüs é itlli ih. e lao se segue que existe". tsot , se o caso é esse (...). ) Nào. não -Ser infiniio' e "Deus", essâ é a própriâ deliniç.r,. lAull./1r., Ha.t t .w4u, 'taut,t ttut,..l t'.u,tt , 'nt'' diíícil de ptutut, a\t seí.1...1 Nao. o Deus a que ele eíá se relerindo é o Dnls cristáol Elc qücr sabcr sc csic Dcus... lsto !oca podc qucsrionar, â existência do inlinito. Lr..d"b.. ..u N(r.r( ir. rin.i..lui li iru,l<.,i.,,(r., puder Assinr: _a) i.liniLo e\isre necessâria relrie' Inveria c tcnic obtcr a coriradilória urívoca. Náo tcm Vocô topa com o scgflinie: "O inlinito náo existc necessariamen te '. lsso quer djzer que ele só e\isie contin- geniernellle, ou quc ncccssâriârrenie ele náo e\istc? I{lunr\: Nao, a prcbLetnd aaéaer:ísLênci&doitlli ila, é set inÍiniÍa. Não é eÍistit a túinito, é set a i lbtiÍo.l Nãol Tira Dcus da iosadâ. vamos dividir por partcs. Ncsla discus saro. I,eus já cstá delini(lo conro o ;nl'inito desde o início. não é isso quc €siá serdo qn€stionâdo. Sc tor lininr, náo ó Dcus, isto parccc bastantc óbvio. Sc o Criador dc todâs r1s coisâs ó liniio. clc tcm um limiie, erltilo ele nào pL,de ser fundânento absotuto de si mesnro. lsso é clarc. n.io é? Somcntc o quc ó írliniio podc scr fundamcnro âbsoluto dc si mcsnlo. ou r.,..r'i. Lrr.. \ .. ri" r . püJ I d. rür p,d - urir .r,.f,.rl,rrrj..rrJ dado ntL própria l'onnLrlaçao clo problerua laqa urnâ negaliva uní!ocâ dâ cxisranciâ do irlinito. Não dá. Tcnic tambóm invcrtcr. tcnre obter â negâliva da prova dc Santo ^nscimo e vejâ se obtém ulnâ negaiiva -lE LAIUnâr ÀÍas tkt l1oú efi que üacê ?stá dizenda "é inlíúita" e globtl do o "exisle". nAa é?l Mâs é isso quc Santo Anse|ro está dizendo. Signilica o sc.euiotcl SântoAnsclmoestáerpof do eln termos 1ógicos um contcúdo queé auto evidentc e, portanto, intLriti!o. Ue n,ro esú têzendo ulll râciocinio ióitlco. está apcnas .lando unrâ lormulacão lógica a um conheclmento intuitir,o, qucó ae)iistôn.ia necessh a d o iníir ito {j m, sc você brra eí:i e\press.Ll) luli.JJ, ur Ion.ci r.In1urô.\iJ,.r. fu rin. i'rr ||\,, c^rn se ela lotse apenas un1 r-aciocínio lógico, làzcIdo rbstrirç,o cla inluição. locô cÍá lcndo esle raciocínio eiatanrenlc por aquilo que el€ não é. ou seja, cslá tâzendo ulnâ lcitrLra ficciolrâ1. L o que lez IQnt. O própno l(ant lcr tnrra leilurâ hipotética: 'Supondo+c qüc eÍe raciocinio pudesse scr oblido por r cios pürârnenle ibrnrais. d€scontando-sc â auro-cvidência c, portanio. a intuitividadc dos conccitos âli cnrlnrtidos ele seria apcnas unr juízo hipotélico' . Nlas acontccc quc nrio podc scr llnr juízo hipoté1ico. porquc ó âuto-§,idenle Portanlo. elc rào po(lc scr analisado dâ mancim conlo lGnr o analisa Isso qrcr dlTcr quc iL prova de Sanio -,\nscllno ó !álidâ parâ que a entende, e é inválida parâ qucrn |ão a cr!1ende lAltJna Pais aí àote 1esse pnhLetna. tlda é? De assacíara i littito a um set Esse um set é un ente Íanbtttnl CotLto é due é issal lsb n ütrc ta rcfite dilícil.l Nãol Você sâbc quc. o quc qucr quc sciâ Deus. Ille é o inliniio, nâo lcrn liÍiiie em nenhunr sentido. não só qrâniliaiivo, r.as trnrbénr qralitativo . I iniio signilicar aquilo nlórn do qual nad.L podc scr con- cehido. Por deiiniçào. Dcus ó isio. Vocô làlar "Dcus' ou 'inlinito" a r mesmâ cois.i Nllo é que você lcm dc conccbcr Dcus conro inlinilo Se você concebô-lo como finito, não é Deus. é olrlrn coisa. Istlr l(ânt rcrrr Lliscule, porqlre não |'az scniido discniir isto aí. O quc !o!ê est, (liscutindo ó a exislência do Ser intinito. lAlurlàr n rssa (otrstatctçào desse inli ilo iá é una cot\taltl:ào itltLtitil)a, é absü'açào ..?l Nao. é um conhecimcnto. A cxisrôncia do inilnito é unr dos primcircs princípios, coiro o princípio de idcntidâdc. A rcall.lâ.le.lo inlirito é o que eslá prcssuposto crr tudo qLrc você pensa. l^luna: Àrri.r á rno f. ) e?ide tc a tenpo Íodo, couto a üincípia r1e Ntio, o tcrrpo lodo nào, clarol NÍas ncm o princíplo dc l.leriti.làde é cviclentc o tcmpo todo, pois quàndo você.liz -o tcrrpo tülo" cstar queren.lo dizcr "parâ um srLicito'. Orâ. â nriior evi.lénciâ qLre e\isic ,u,\ c,.dp:, d.n,^. t,.r.,l(,1 i,.,i ,. , , ir,r.n, q.. r",......, dertes e. âliás. ncrr srio lcr.]âdcir0r poclenr nos clar Llnra trcmcnda irnpressão de certcza. O quc tcntci âÍ ioi iustâmente tir.r cssc problcma de evidônciada alçada psicolíjgicâ. pois o juizo âuto-cvid cntc náo pode ser ieconhecido apcnâs pclo cltiio qüe ele exerce nâ cabeçâ dc ial ou quâl lLrlanol llle lenr quc ler Lrma propricdadc irrríISeca (,u vári.Ls) que pcrmiia rcconhccô-lo crn todos os câsos Unra dcl.Ls ó csia clc rcff uma propriedade lógica, que é a dc nâo icr urra colllradiiória univoca. ,á os juí,os que nao s,to cvidcntcs, qlrc sáo cmpíricos, todos têm contrâditóriâ unívocâ. Se você diz, por exemplo: 'O gato cslá ern cinra da mesa, ou -O gato não cstá ellr ci )r da Inesr'r. '() gato nao cíá cnr cirra Lla mesa, nào tcrir ncnhuma anrbigriidâdc O! a questâo do Paslcur: 'Exisre gerâÇ o espontâneâ ' ou 'Nâo cxistc ilc, ração csponlinea" Náo ienl ambiguidadc alguffa nisto, porque é Lrma qucstáo cnrpírica. Aqoil(, quc é enrpírico é conlirnrâdo ou ncgado pclâ experiênciâ, já aquilo quc ó âuio eviderrie independe da cxpcriônciai qualquer que seja .L cxpcriência â coisâ tcrá que ser assinr, como dois mâis dois sáo quârro. +0 f,\llrnor [rds c sc 4s ressaas /a] L1n1 lã pa n a q uestão can o ã li]' n çdo e as duds negações possíreis deLo'? A ncfaçào de u t juí.a aulo eí)idenÍe é una contraditórío. é ambíeua. (...) ll se a q esti.nún1e la qu? elc coloca c rnl )t t7s ttâs opçoes' QuaL dessas é (. .)')l \.ô ..,,, , ar.r:r.r rr.Jd..irr ,',u I |r ,rr,. .u.tu, csiou lazc|do lá c)tâninci o juizo aulo evidenle e süas duâs ncgâçÕcs possiveis, e esiou reconhecendo srâ auio-cvidôncia pclo làto clc quc ele Ião podc tcr uma contraditóriâ uní\,ocaltú logo você loriiulou a contraditória. elâ já ten1 dojs senlidos [u não esiou discuiirtlo âs negaçaes. só esloLr diTendo que o hLo dc ráo rcr contrâditóriâ unívoca prc!a quc ó um jnízo auio-cvidcntc. Esta c Lrniê c.Lraclcrísticx do jlrízo auto-c\]idcntc. DaÍ se levênl.r r qulsiao Prirn.iio: a provâ dc Sânio /\rlseln1o é aLrlo c!idellte? Scgundo unr jLLÍzo âuio'cvidcnte. náo po dendo ler contraditória uni\rcca. podc s.r uln juízo hipolalico? li a [Aluno: Nro estou e]tt(tldtfirLo t utlo bcn pat qtrc ?sla é u]1ta propticdade do juíza aüla etidenl. I:t;|,.t.1litl r1ção.- h» que c'? l-- ) S?n set peLa e:{petiêncid... qunscquLLtnpnic núúe.l Pâra caplicar a cstrutLrrâ lógica.lc por quc ó assirrr. issl) levariâ lrorlls, tcria qucdesdobrar pe.laço porpcdaç{r l\'1as, s(i paft abrcviarâ hisiúia. ,J.L lenre l'', q. r.lr:rd...,r \u. rr.,1.,, lAl'rt1o: Ata pacebo t|üe, fazetldo drias 1c lt1ti.,as.. ] \bcô qücr.lizcr o quô? \'trê dizcr 'um quadrado nao tcnr (lúail.() lados . qucr dizcr que "nenhlrnr quadradr) lem quatl1) Iâdos' ou quc ''csta figurâ n,to é un qu;rclrado"l'o cnunciâdo por si náo diz is$. \l)cê DrecisaÍiâ erplicâr o quc quis dizcr Flniáo, csse desdobiarn(nto cntrc o quc você disse e o que quis dizer ó câracrcrístico da ncgaqÍ) +t lAlüno: Erisre una lotma de nasnt íssa? (...)l {\ c\i{c' \4a. r.rl n. n.L ndJ (1r'ú quc \jJ ,i.'(*rriu . lAlrnà: Sabrctuda un iuízoaltta eaitlente, ele éa púpioset? Quero dizer, o caso de utn iuí2o aulo eúide le, o ser ( ..)?l Não, o juí7o é simplesrnente üma colsa qüe dizemos. No caso. para SantoAnsclmo. â cxprcssáodo juízoquc ele 1ãz sobre Delrs é expressáo direta dl.] próprio Ser de Deus lAj|lna: Nàa a netn utna ptaz)a. isso é só unl iuízo. yocê dizet que \ \'eu4tjut.a ttaapú,noftoto f tttnn i\]n ttd ' p u,lro pLJn t un iuizo aub-e\idetlte.l É uma prova, snn: I,orque â auto-evidência aí só é lnoslracla d pos leliori Vamos dizer que este juízo, "Deüs eriste", náo é auto'cvidcntc por si, vocô prccisa prová-Io... O que é uma provâ? Prova é evidência indireta. A prova torna uln.L.Lfi.nativa que náo é evidenie, à prilr€im visra. evidenle à segunda viía. lAlllní\: Mas ao lefi ufl rcrcioci io Lógíco.l Claro que teml O raciocínio Iógico csiá aí colocâdo parâ mostrar a .vid.-cia Jo quc nao ItJ-e. ia F\ ide re 1 frin ei J \i..u l(\,rrm(rr( isto que é ulna prova. lAlr1na: ELe só lak o mesma coisa com ouÍra palaüra; efi í)ez de ÍaLat'é", eLe lala "etisLe". .) Toda prova lâz isto. Uma provâ lógica, uma prova geomét ca, não ó nada mais do que â explicitaçâo de um conteúdo que já estava d.rdo inicialnrente nos teÍmos, masque não se iinhapcrccbido. Ncstc scniido, todas as provâs são tautológicas E o que significà a têutologia nesse caso'? Nâo signitica você dizer a mesn1â coisâ dlras vezes, n1as diTer sâbcr o.luc qucr dizcr c, na scgundâ, iá sabcndo. Isto signilica que haviâ uma evidênciâ âli, hêvia ulll dado, uma verdâde, que er.L evidenle em si nlas rao era evidente para Dós. Ou seja. nao era cvi.lcntc à prirncira visia. cmborâ para um sujeito mais inteligentc, ou pêra o próprio Deus. Íosse alriomaticamente evidente. Na verdade, se você pegâr todâ â geomelriâ d€ Euclides qlrândo clc dclnonstm as propricdadcs dos triânglrlos, dos qlradrados, ctc , ele só está lazeDdo isso As propriedades já esiao (odas lá. evidenies no prinreirc irrstantc, mas cvidcntcs cm si, náo cvidcntcs para nós. O quc é uma prova? Uma prova é exatamcnlc mosirar uma evidênciâ que já estava lá, nras Iáo estava visívcl no primeim instanre. Todâ provâ é isto aqui, sc for prova lógicai provâ cnrpírica ó outrâ coisa, ó scmprc só probabilísticê. lAlrtlo Ela é ecessátía. para set utna ezrídôtLtia primáría. pottir da sinpl.es pelcepçao?) Nãol Será percepçáo se Ior â1go rclcrcrÍe âos dados dos senlidos, mas os prineiros princípios, quc sâo o lirnd mento das provês que você lará mais tarde com dados dos sclliklos, esses não podenr por sua vez dcpcndcr dc dados dos scntidos. sc vocô lbr partir pâm o empirismo radicâl, tipo o do lohn LL,cke: "Você nasce com a cabeça toiallnenre vazia e daívai agruparrclo os dados sernelhantes aié cÍiâÍ as câtcgorias lógicas '... Mâs, sc cstá vazio, como ó quc você sabc o quc é semelhança? Àté o sujeito chegar a descobrir o que é semelhânça ele já estaria com s5 anos. c dâí clc iâ comcçâr a agrupar: 'Ah, esse gâio se parece com âquelc gâto, essâ bola se pârece com âquela boia"... Então, se consegue comparar du.rs coisas. é porque a estrulurâ lógica da scmclhanqa clc já traz consigo, clc ó capaz dc pcrccbcr scmclhanÇas. ^liás, até unl gâto, umatêri.rruga sào cêpâz€s de perceber semelhanças o qlle prcva qLre essa estrüiuÍâ da sernelhança náo depende. por suâ +l vcr, dâ cxpcriênciâ, nras, ao conirário. iá !cm embuti.la enr nossa próprja constitlrição, nlesmo.luc scja â constitlriçao lísicâ, ponco impLrrta Alrno: l)eea do esstl alitntaçàa d.o Sanla ^nsel n. para cla set rálkla. para eLu set Trexladeia. en ulEtln nlonlenÍo tL)ca tot que lc't utlt co lalo expcrie ri.!l cotn Dc s, que setia a ptusenqa de Ctisb na Tena, dl[a assini. ao é? It. tua a ttatruliz]a seti.L tt ptoi)a. - NaLol llsLa provâ scria pcrlcitamenle válidâ para ,\ stótcles. quc nunca viu ncnhum Cristo l\lút'. l'hLao qual i etotottlcnte u prc|la (. .)')l A prova é âuio-cvidcnle enl si rresüa, porianto. náo po.le depcndcr cl€ cnhtlm dadocmpírico. \otc bcm. considero qLI e essa p rova dc SantL) r\nsclmo é o graidc .li!isor de rigu.rs e.r roda a tristarria. é o centro da hislóiiâ hLrmânâ. É a coisa lnais irrpodantc que alglrém diss. nâ civili- zaçáo ocidcntal E ó curioso que. scndo tàLr auto evi(lenle para llns, ela scja tiio obscurac ii(, duvidosa paraoutros. O.tLre óquc dctcrminâ estir ditciençâ? R)rquc SantoArschno viu unrâcvidôncia lao prlmatriac l(ant .lissc quc cm apen.rs tnr juíro hipoiótico? É óLrvj(, qüc rr cstá fàlando dc umâ coisâ e o ouiro csiá falândo dc ouli:t Pâm Sânto ^nselmo, ist.) é unra pr(^,a no scutido cslri(o d. "prova', ou seia. uma €vidcnciâçáo illdirctâ. Uma vcz dada â provâ, o quc não ern evidenrc id11ou-se cli dcntc. cntlo você pcrccb. quc o iLrízo no lundo cra tautolirgico e qrc vo!ê csiara dizcnd0 unra coisa rro óbvia como A = À . Sânto ^nscloro lal loda csta prova segurc dc qLlc csiá trabâlhando no plano das evidôncils. I(ânt coloca cssà cvidônciâ cntre parên1cscs. colno se não tossc cvi.lêncirr. lissc só umâ ârticulaçio l(jgica, só umâ .Í \a Lri.Lr. t{.{,.,"..cr \. l J,.,(.tr u,..,r, " tti..' n.tu* i .. d,l r, (,,.rr'q.. .r tl.i .. .1. "l.r.1,.,cttr. t,-,,5..L, es(rnlurâ nrrnrâI. Llu scjtL. l(anr pcgâ cssâ prova dc Sanlo Ansclmo c tr iraia como sc losse âpcnas 0ma cstrlLtura lonnal. A8ora, pcrgunto eu. âquiloqucé auto evlclenie sc considcra.to apenâs conro cstrutlrra lorilal scrá outra coisn complctartcnte .lilerente. c não rüna alrto evidênciâ? Ou seiâ. o quc o ltunllaT é dizer o scgui e 'Se não considcrârmos esstr âu to-cvidên cia com o :ruio-cvidônciâ. cl.L será somcntc unra Provr, e dâí scrá sonlentc hipotéticâ". Só ienl ulri pd)lcma: por qlre consi.lcrá'lâ rssim? PoÍ qrc l:Lz isto? ll s(i porquc quis. l\4as vejrnn)s sc isto pode ser sorncntc umiL provu ou sc ó tlmâ âuto cvidência. Eniáo tcnlos o crilérk) da conúadilóiiâ Lrní\,oca: sc náo iissc aunr-cvidcntc. poLleria ier nrna c0ntradiiória unívoca. !Alun.Lr ^b caso de "Dsr./s existe" l O aryut ettta erisl.e. Você pode dizet : " Deu s n ão exi sle' Porq LE roc, cslá 1.. ). 1 AÍ, sinl. porÍlue você está colocando conro irlormâção cmpÍrira. corrú rLm juizo ernpirico. NÍas o quc você qucr cllzcr col]l "Dcus"? Enr prlmeiro lugar o Scr lnlinitol Nâo irllercssâ o rcstnntc do qLre ê teologia diz sobrc DeLrs, por dciiniç,Lo é o Ser irlinilo Enltn).4 s(') vI)cê iÍ)car cxatamente como em álgebra. Vocô dcsdobra Lrnr conccilo único cnl seus (L'nrponcn- tes. Ilrr lcz dc "Dcus". você trocâ por "Scr inlirito" O Ser inliriro nào pode tcr csta limilaçao gra!íssilnâ chânrâda *irexislênciâ". I(antdiz:'Islos€rcÍtrcsonrcnlcaoconccitodoScrinfinilo . tiulhc di-!ro: Ah, isto
Compartilhar