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Medicamentos utilizados na maternidade Comumente utilizados durante a gestação são os antieméticos (fármaco para evitar emese), antiácidos (fármaco para a neutralização parcial do ácido clorídrico gástrico e à inibição da enzima proteolítica, pepsina), anti-histamínicos ( fármaco inibidos da ação histamínica), analgésicos (fármaco que reduz a percepção de dor), antimicrobianos (fármaco que mata ou inibe o desenvolvimento de micro-organismos), ansiolíticos (fármacos utilizados para diminuir a ansiedade e a tensão), soníferos (fármacos que induzem o sono), e diuréticos (fármacos que aumentam o volume e grau de fluxo urinário). Porém neste trabalho só iremos estudar as drogas: Metergim, Ocitocina e Sulfato de Magnésio. · Metergim · Como age: Contendo uma substância ativa a metilergometrina, utiliza um componente estimulador uterino, ele basicamente age causando contrações uterinas. · Indicado para: Tratar a involução incompleta do útero( útero dilatado devido ao muco, sangue e restos de tecido que não podem ser eliminados), loquiometria (retenção dos lóquios no útero) e sangramento pós-parto; para o controle ativo do terceiro estágio do trabalho de parto (promovendo a separação da placenta e reduzir sangramentos); e também para melhorar a contração uterina e controlar o sangramento que ocorre durante e após a terceira etapa do trabalho de parto, em associação com a cesariana ou no pós-aborto. · Contra indicado: · Caso paciente tenha hipersensibilidade conhecida a metilergometrina, a alcaloides do ergot ou a qualquer outro componente da formulação; · Se a paciente estiver gravida1; · Se a paciente estiver no primeiro ou segundo estágio do trabalho de parto (antes do aparecimento do ombro anterior); · Caso a paciente tenha hipertensão grave; · Caso a paciente tiver uma condição conhecida como pré-eclâmpsia ou eclampsia (caracterizada pela pressão alta, edema, presença de proteína na urina e convulsões); · Se a paciente tiver uma doença oclusiva (incluindo a cardiopatia coronária); · Se a paciente estiver com uma infecção (por exemplo, febre puerperal) 1 Como visto em “Indicado para” este medicamento é específico para um estágio da fase de parto. · Ocitocina · Como age e quais as indicações: · Pré-parto · Indução de partos por razões médicas, por exemplo, em casos de gestação pós-termo, ruptura prematura das membranas, pré-eclâmpsia; · Estímulo das contrações em casos selecionados de inércia uterina; · Podendo também ser indicado nos estágios iniciais da gravidez como terapia auxiliar do abortamento incompleto, inevitável ou retiro. · Pós-parto · Durante a operação cesariana, depois da retirada da criança; · Prevenção e tratamento da atonia uterina e hemorragia pós-parto. · Spray nasal · Estimula a secreção de leite em mulheres com dificuldades de amamentar ou extrair o leite; · Prevenção e tratamento do ingurgitamento lácteo e prevenção de mastite. · Contra indicações · Desproporção céfalo-pélvica significativa; · Má apresentação fetal; · Placenta previa e vasos prévios; · Deslocamento prematuro da placenta; · Apresentação ou prolapso do cordão umbilical; · Distensão uterina excessiva ou diminuição da resistência uterina à ruptura, por exemplo, em gestações múltiplas; · Poli-hidrâmnios; · Grande multiparidade; · Presença de cicatriz uterina resultante de intervenções cirúrgicas, incluindo de operações cesarianas clássicas. Este medicamento não deve ser administrado dentro de 6 horas após a administração de prostaglandinas vaginais. · Sulfato de Magnésio · Como age: Tem efeito depressor sobre o sistema nervoso central, bloqueando transmissão neuromuscular controlando assim as convulsões, também repõe o magnésio. · Indicado para: Convulsão na toxemia gravídica (eclampsia e pré-eclâmpsia); Hipomagnesemia. Pré-Natal de Baixo Risco Quando a paciente encontrar-se grávida, este será um dos principais motivos para o conjunto de consultas ou visitas programadas com um médico de família e comunidade e sua equipe de saúde que define o pré-natal, tendo como objetivo o acompanhamento da gestação e a obtenção de uma adequada preparação para o parto e o puerpério (período que decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores), devendo acompanhar, educar, orientar, rastrear possíveis situações de riscos e tratar intercorrências que possam interferir no bem-estar do bebê, da gestante e de sua família correspondem a ações prioritárias de um adequado acompanhamento pré-natal. Devendo começar precocemente, em torno da 10ª semana gestacional, garantindo assim, um maior número de ações da promoção e prevenção permitindo a identificação precoce de gestações em situações maior risco e a elaboração de um plano de acompanhamento individualizado. · Exames requeridos · Hemograma, tipagem sanguínea e o fator Rh Coombs indireto (exame que determina o Rh sanguíneo do bebê, já que caso não seja o mesmo que o da mãe, o corpo da mesma pode criar anticorpos contra este fator Rh diferenciado, podendo expulsar o bebê ou causar problemas como a doença eritroblastose fetal) caso o Rh negativo; · Glicemia em jejum; · Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL; · Teste rápido para HIV; · Toxoplasmose (doença parasitaria) IgM e IgG (IgM e IgG negativos, gestantes suscetíveis/ IgG positivo e IgM negativo, gestante imune); · Sorologia para hepatite B; · Urocultura + sumário de urina; · Ultrassonografia (normalmente realizado entre a 11ª e 14ª semana ou 20ª ou 24ª semana de gravidez, podendo se ver o feto ainda por inteiro dentro do útero e com maior facilidade do que nas semanas posteriores, mostrando com detalhes todos os órgãos internos do bebê); · Exame citopatológico de colo de útero (teste realizado para detectar alterações nas células do colo do útero que possam predizer a presença a lesões precursoras do câncer ou do próprio câncer), somente por indicação clínica; · Exame de secreção vaginal, somente com indicação clínica; · Exame parasitológico de fezes, somente por indicação clínica; · Consultas · Primeiras 12 semanas · Identificar mulheres que podem precisar de cuidados adicionais e traçar planos de cuidados individualizados; · Definir a idade gestacional (IG) e a data provável do parto (DPP); · Determinar fatores de risco para pré-eclâmpsia e diabetes gestacional; instituir profilaxia para pré-eclâmpsia e planejar rastreio para diabetes de acordo com a discussão nos tópicos específicos; · Medir altura, peso e calcular o índice de massa corporal, aconselhar sobre o ganho de peso recomendado de acordo com o IMC da primeira consulta; · Aferir pressão arterial; · Oferecer e solicitar, conforme decisão da paciente, exames laboratoriais para verificar grupo sanguíneo e fator Rh (solicitando Coombs indireto se Rh negativo), rastrear anemia (hemograma), vírus da hepatite B (HBsAg), HIV, sífilis (VDRL) e bacteriúria assintomática (urocultura); · Perguntar se a gestação foi planejada e sobre aceitação; · Perguntar sobre qualquer historia pregressa ou atual de doença mental severa e tratamento psiquiátrico; · Perguntar sobre o humor para identificar possível depressão; · Perguntar sobre a ocupação da gestação para identificar riscos potenciais; · Cadastrar a gestante no SISPRENATAL; · 16 – 20 semanas · Avaliar, discutir e registrar os resultados dos exames complementares, instituir conduta adequada diante de resultados alterados; · Aferir pressão arterial, peso e auscultar BCF (Batimento Cardíaco Fetal); · Medir altura uterina e registrar no gráfico de acompanhamento. · 20 – 24 semanas · Aferir pressão arterial, peso e auscultar BCF; · Medir altura uterina e registrar no gráfico de acompanhamento; · 24 – 28 semanas · Aferir pressão arterial, peso e auscultar BCF; · Oferecer e solicitar exame de coombs indireto para gestantes Rh negativas, a não ser que o pai biológico seja sabidamente Rh negativo. Repetindo de 4 em 4 semanas até o parto; · Oferecer rastreamento para diabetes gestacional (DMG), seja pela glicemia de jejum para todas as gestantes ou peloteste de tolerância à glicose para aquelas com fatores de risco detectados; · Medir altura uterina e registrar no gráfico de acompanhamento. · 28 – 32 semanas · Oferecer e solicitar, conforme decisão da paciente, exames laboratoriais para rastrear anemia (hemograma), HIV e sífilis (VDRL), bem como EAS. Caso a gestante não tenha sido vacinada para hepatite B ate o momento, deve-se solicitar HBsAg. · Aferir pressão arterial, peso e auscultar BCF; · Medir altura uterina e registrar no gráfico de acompanhamento; · Agendar a visita na maternidade de referência. · 32 – 34 semanas · Avaliar, discutir e registrar os resultados dos exames complementares solicitados, instituindo conduta adequada diante de resultados alterados; · Aferir pressão, peso e auscultar BCF; · Medir altura uterina e registrar no gráfico de acompanhamento; · Fornecer informações especificas sobre a preparação do parto, reconhecimento do trabalho de parto ativo e preparação para lidar com a dor. · 34 – 36 semanas · Aferir pressão arterial, peso e auscultar BCF; · Medir altura uterina e registrar no gráfico de acompanhamento; · Verificar a posição fetal e registrar no cartão da gestante; Fornecer informações especificas sobre: · Amamentação, incluindo técnicas e boas práticas, como a importância do aleitamento na primeira hora de vida, do alojamento conjunto e da amamentação exclusiva ate os 6 meses do bebê; · Cuidados com o bebê, imunização e realização do teste do pezinho, preferencialmente até o quinto dia de vida; · Autocuidado pós-natal, com atenção para sintomas de depressão puerperal e “baby blues”. · 36, 37, 38, 39 – 40 semanas · A frequência das consultas pode ser ajustada considerando-se o risco gestacional, não sendo recomendado ultrapassar 15 dias de intervalo; · Aferir pressão arterial, peso e auscultar BCF; · Medir altura uterina e registrar no gráfico de acompanhamento; · Verificar a posição fetal e registrar no cartão da gestante · 40 – 41 semanas · Aferir pressão artéria, peso e auscultar BCF; · Medir altura uterina e registrar no gráfico de acompanhamento; · Oferecer exame vaginal para realização de descolamento de membranas e discutir manejo da gestação prolongada; · Ao completar 41 semanas, encaminhar gestante para maternidade de referência para avaliar da indução de parto/terminalidade da gestação. · Acompanhamento no puerpério · A equipe da APS deve realizar uma visita domiciliar na primeira semana após a alta hospitalar; · A consulta puerperal deve ser realizada ate o 20º dia após o parto, e a quantidade de contatos deve ser individualizada de acordo com o risco da puérpera e as necessidades; · Oferecer orientações e suporte efetivo para o aleitamento materno exclusivo, salvo em casos de contraindicações; · Orientar sobre retorno da atividade sexual (não existe prazo definido, porem recomenda-se aguardar 2 a 3 semanas após o parto), retorno da fertilidade e instituir as medidas contraceptivas pertinentes. Orientar que mulheres que amamentam costumam apresentar atrofia vaginal, o que pode dificultar a relação sexual. Caso isto ocorra, pode ser usado lubrificante; · Questionar sobre perdas sanguíneas, aferir pressão arterial e frequência cardíaca, realizar exame das mamas e da episiotomia ou ferida operatória, quando presentes. O restante do exame físico deve ser orientado pelas queixas; · Atentar para os sinais de alerta, que demudam encaminhamento para o atendimento na maternidade de referência: hipertensão arterial grave ou acompanhada de sintomas premonitórios de eclampsia; perde sanguínea aumentada ou acompanhada de se sinais de acometimento sistêmico; sinais de trombose venosa profunda ou tromboembolismo pulmonar; febre persistente por 4 a 6 horas, ou acompanhada por calafrios, dor abdominal, subinvolução uterina ou sangramento aumentado. · Solicitar exames complementares somente quando indicado para situações clínicas especiais como seguimento de anemia e diabetes gestacional, por exemplo Referencias: Medicamentos utilizados na Maternidade https://www.medicinanet.com.br/conteudos/medicamentos-injetaveis/3556/sulfato_de_magnesio.htm https://consultaremedios.com.br/ocitocina/bula https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipn%C3%B3tico https://pt.wikipedia.org/wiki/Diur%C3%A9tico https://pt.wikipedia.org/wiki/Diur%C3%A9tico https://consultaremedios.com.br/methergin/bula?__cf_chl_jschl_tk__=372c157d9813a389d8eb861813eda6bcd17079e7-1599775840-0-AXAiXmfTm8zzT-rplTD1gDWgBEI-ZhLbydMe7_6rDPPeEGqCZQ0R58j6H8iAiauu7zPuWXvtlvXxfjO6Flms6DkNkHaQCNVrRvlT4I9X8OcYt0G3cxpjADLEDZgYuy9V1LeAGdPg69o9dQ05wK8Qu3OZzkImSdXEQqD0UbExHucqzTSPzFoYOjTykoWOIF4j0rlB4fg-BvpDpa7vZsFBnWRrh6p-TaUxYfs6nc_KfsrB2GA5S9Dqv7wv5KyW6jYkq_faXA6mzOiTu2raz8Y6wCUjA3GZz-u3Vl8kuHRBNXiQ-uhSHvRsigP1yzXh50W3UVfQ4TznVSyKspiJoIvxNS6ciqlSVLXverf2AgB19f4n https://pt.wikipedia.org/wiki/Anti%C3%A1cido#:~:text=Anti%C3%A1cidos%20s%C3%A3o%20medicamentos%20auto%2Dprescritos,inibi%C3%A7%C3%A3o%20da%20enzima%20proteol%C3%ADtica%2C%20pepsina. https://pt.wikipedia.org/wiki/Anti-histam%C3%ADnico https://pt.wikipedia.org/wiki/Analg%C3%A9sico https://pt.wikipedia.org/wiki/Ansiol%C3%ADtico https://pt.wikipedia.org/wiki/Antiem%C3%A9tico#:~:text=Antiem%C3%A9ticos%20s%C3%A3o%20f%C3%A1rmacos%20para%20evitar,como%20v%C3%B4mitos%20decorrentes%20da%20radioterapia. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/f%C3%A1rmacos-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/f%C3%A1rmacos-na-gesta%C3%A7%C3%A3o#:~:text=Os%20f%C3%A1rmacos%20mais%20comumente%20utilizados,e%20drogas%20recreacionais%20e%20il%C3%ADcitas. 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