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Fascículo 02



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Objetivos
• Entender o contexto histórico da participação democrática. 
• Compreender a influência dessa participação na busca de soluções para as questões 
ambientais e identificar mecanismos que legitimem a participação da sociedade civil 
organizada. 
• Conhecer experiências exitosas de participação popular.
Introdução
Vamos iniciar o estudo da mobilização social em torno das questões ambientais, citando o artigo 
225 da Constituição brasileira de 1988. 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (CF, art. 225).
O texto ressalta a importância da participação popular para a preservação da qualidade de vida 
ligada diretamente ao meio ambiente equilibrado. Esse preceito nos remete às sociedades primitivas 
sedentárias, as quais tinham a necessidade de gerenciar os recursos naturais disponíveis, tais como a 
água, a fauna e flora, com o intuito da sobrevivência dos grupos pós-nomadismo.
O sedentarismo foi o fator primordial para o desenvolvimento de técnicas agropecuárias e a 
formação das cidades. A adoção deste modelo modificou a relação de subsistência do ser humano 
com a natureza, na medida em que se tornou necessário uma ação extrativista. A fixação do homem 
a terra criou a propriedade privada e também a necessidade de armazenar as sobras, pois este 
precisava estar preparado para ter o que comer nas entressafras. 
A história da relação do homem com o ambiente pode ser descrita como uma luta de dominação do 
primeiro sobre o segundo, uma epopeia em que o homem, graças à racionalidade e ao 
conhecimento, consegue pouco a pouco estabelecer uma relação de separação e dominação. O 
marco mais significativo desta luta acontece nos primórdios da Idade Moderna (século XVI), 
quando o homem passa a ver a natureza como algo externo a sua existência, cujos fatos e 
fenômenos precisavam ser entendidos e explorados em seu próprio proveito. A natureza precisava 
gerar riqueza para atender todas as necessidades humanas!. 
No século XX dá os primeiros sinais de alerta sobre o resultado das ações predatórias e de 
dominação do homem sobre a natureza e é nesse contexto que nascem os movimentos 
ambientalistas da modernidade. O conceito de sustentabilidade surge diante do crescimento 
vertiginoso do consumo e dos danos causados ao meio ambiente. 
No mundo inteiro, podem ser observados diversos casos de iniciativa popular para a defesa dos 
mais variados ecossistemas, os quais podem ter a área de abrangência de um bairro ou mesmo de 
um país inteiro. A movimentação em torno do aquecimento global e da acessibilidade à água é 
mundial. São pessoas unidas diante de um mesmo objetivo, organizadas em associações de classe, 
organizações não governamentais, sindicatos, universidades. Ou mesmo apenas o cidadão comum, 
sabedor dos seus direitos, tendo ao seu lado uma administração pública que utilize conceitos 
participativos na sua gestão. 
Reflexão
Caro leitor
Uma das maiores preocupações da atualidade é, sem dúvida, o que vai acontecer com nosso planeta 
em decorrência das intervenções humanas na natureza durante os últimos séculos. Como vocês 
leram no texto anterior, no início do processo civilizatório, homem e natureza viviam numa relação 
harmoniosa, não havendo distanciamento entre eles, ou seja, o homem se sentia parte da natureza e 
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agia como tal.
A partir do século XVI, se observa uma mudança de mentalidade radical, o homem passa a ver a 
natureza com algo que deve ser explorada para satisfazer suas necessidades e acumular riquezas. A 
visão antropocêntrica passa a dominar a relação homem-natureza e os processos de exploração dos 
recursos naturais adquirem dimensões globais.
O início do século XX é marcado pelos primeiros sinais de alerta sobre as ações predatórias 
provocadas pelo homem na natureza e as consequências que já começam a aparecer. Começa a se 
desenhar uma nova visão da relação homem-natureza e surgem os primeiros movimentos 
ambientalistas modernos. 
A participação popular na busca de soluções 
Grécia e Roma dividem, no mundo ocidental, o posto de berço da democracia, sendo essa palavra 
oriunda do grego demos, que significa povo, e kratia, que quer dizer governo ou poder. 
Assim, democracia é o governo do povo. Em Roma, as votações (restritas a apenas a alguns 
cidadãos, excluindo-se mulheres, escravos e estrangeiros) a respeito dos mais diversos assuntos 
eram rotineiras – desde a decisão a respeito de terras até o banimento de indivíduos da sociedade. 
Saltando desse contexto para o atual, podemos observar que, ainda na Itália, pelos idos da década de 
1960, época de grande inquietação cultural no mundo, surgiram diversos movimentos, um deles 
chamado de “Clube de Roma”, composto por trinta pessoas de dez países. Esse grupo era formado 
por cientistas, educadores, economistas, humanistas, industriais e funcionários públicos de nível 
nacional e internacional. Eles se reuniram para discutir os dilemas atuais e futuros da humanidade, 
incluindo a questão ambiental. Seus argumentos contrapunha-se aos dos mauthusianos, defensores 
da teoria de Mauthus publicada em 1798, que dizia que o ritmo de crescimento populacional seria 
mais acelerado que o ritmo de crescimento da produção de alimentos (progressão 
geométrica versus progressão aritmética). 
Essa teoria previa também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada seriam 
esgotadas, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto, 
a população mundial ainda continuaria crescendo, o que geraria um colapso populacional e 
ambiental. Um grupo defendia teorias extremas a respeito da preservação dos recursos naturais, e 
outro acreditava que mesmo que o homem consumisse todos os recursos advindos do planeta, seria 
possível compensar essa devastação através da tecnologia. 
No Brasil e no mundo
Como o Direito é reflexo das atividades e conflitos humanos, surgiu a necessidade de leis que 
tratassem da natureza. O Brasil foi um dos primeiros países a estabelecer uma legislação ambiental. 
Em 1965, a Lei Nº 4.771 estabeleceu o Código Florestal Brasileiro que considerou como áreas de 
preservação permanente, as florestas e outras formas de vegetação situadas ao longo dos rios ou de 
qualquer curso d'água de acordo com as faixas estabelecidas na mesma lei. 
Na década de 1970, mais precisamente em 1972, em Estocolmo, na Suécia, foi realizado o primeiro 
grande debate mundial a respeito do tema, que contou com a participação de mais de 170 países 
discutindo o futuro do planeta. Na ocasião foi estabelecido o dia 5 de junho como o dia mundial do 
meio ambiente. Cinco anos depois, na Conferência de Tbilisi, foram discutidas as estratégias para 
que a educação ambiental fosse utilizada na preservação do meio ambiente. 
A educação ambiental promove processos que contribuem para que cada indivíduo e a coletividade 
construam valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a 
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e 
sua sustentabilidade. A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação 
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do 
processo educativo, em caráter formal e não formal. 
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No Brasil, essas experiências serviram para a elaboração da Lei Nº. 6.938/81, que regulamentou a 
Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). A referida legislação foi concluída e publicada em 
31/08/1981, fundamentadaà época de sua origem, nos dispositivos constitucionais da Carta 
Outorgada de 1969, em seu art. 8º, XVII, letras c, h, e i, que conferiam à União a competência para 
legislar sobre a defesa e proteção da saúde, florestas e águas. 
Tais proteções foram ampliadas pela Constituição de 1988, nos arts. 22, IV (águas, energia, 
informática, telecomunicações e radiodifusão); 24, VI (florestas, caça, pesca, fauna, conservação da 
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição) 
e VIII (responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
estético, histórico, turístico e paisagístico). 
A PNMA tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à 
vida, visando assegurar, no País, condições de desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da 
segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana, atendendo-se a diversos princípios. 
Dentre os princípios listados na PNMA está à promoção da educação ambiental a todos os níveis do 
ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitála para a participação ativa na 
defesa do meio ambiente. O meio ambiente mereceu da constituinte um tratamento especial, 
consubstanciado no artigo 225 da Constituição Federal Brasileira, proclamada em 1988. 
Os debates sobre a sustentabilidade ambiental no mundo foram retomados na década de 1990, com 
a realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Meio Ambiente, no Rio 
de Janeiro, no ano de 1992, e chamada de ECO-92. Deixou como legado os princípios da Agenda 
21, uma carta de compromisso que pode ser aplicada tanto por organizações públicas quanto 
privadas e que tem como objetivo o desenvolvimento sustentável, pautado no respeito ao próximo e 
ao meio ambiente. 
O Programa Nacional de Educação (PRONEA) instituído, Lei Nº. 9.795, de 27 de abril de 1999 
definiu princípios básicos, destacando-se o enfoque democrático e participativo, a concepção de 
ambiente em sua totalidade e a garantia de continuidade e permanência do processo educativo. 
Segundo seu art. 1º, entende-se por educação ambiental, in verbis:
"os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade."
A Educação Ambiental coloca-se como importante instrumento de socialização das pesquisas e 
atividades de conservação da biodiversidade realizadas na região e de revisão de atividades efetivas 
ou potencialmente poluidoras. Esse conhecimento adquirido possibilita a atuação da sociedade 
como agente ambiental e de mobilização, sendo assim, capaz de avaliar e as implicações dos 
impactos gerados pelas ações antrópicas. O PRONEA determina ainda, a elaboração de programas 
de educação ambiental para os entes federados (Estados, Municípios e Distrito Federal) atendendo 
as especificidades de cada região. Nesta perspectiva, a mobilização social apresenta-se como uma 
ferramenta de participação democrática da sociedade civil na elaboração das políticas públicas de 
meio ambiente. 
Reflexão 
As sociedades humanas se organizam de várias formas, mas sem dúvida, os regimes democráticos 
são os que possibilitam maior participação da população no exercício do poder e nas decisões do 
Estado. Desde a democracia grega até os dias atuais, o voto ainda representa um instrumento 
fundamental para os regimes democráticos, que respeita a vontade da maioria. Os movimentos 
ambientalistas sempre se apoiaram no pleno exercício da democracia e na vontade soberana dos 
eleitores. Tanto que uma das vertentes mais relevantes desses movimentos é a Educação Ambiental, 
uma vez que uma população informada e esclarecida sobre as causas e efeitos dos problemas, é 
capaz de decidir com mais clareza e exercer maior pressão sobre os governantes. Os movimentos 
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ambientalistas se preocuparam em criar marcos legais e para isso mobilizaram estudiosos, 
interessados e políticos em eventos internacionais para que se conseguisse definir princípios e 
prioridades no que tange a política sobre o meio ambiente. O Brasil também participa deste 
movimento e desde os anos 1980 vem elaborando e aperfeiçoando sua legislação ambiental. 
Mecanismos que legitimam a participação da sociedade civil organizada 
O Estado de Direito é marcado pelo respeito a democracia e aos direitos fundamentais. Apesar do 
poder do Estado ser uno, também é caracterizado pela separação de poderes em executivo, 
legislativo e judiciário, adotada na maioria dos estados ocidentais modernos. Essa separação 
funciona como um sistema de freios e contrapesos, onde cada poder controla e limita o outro. Num 
Estado de Direito, cidadãos e poder público estão submetidos ao respeito às leis em vigor. 
Teorizado por Locke e Montesquieu, o Estado Liberal de Direito é marcado pela garantia dos 
direitos e liberdades individuais. Fomentada pela efervescência de movimentos sociais, surge a 
adoção do Estado Social de Direito que, além de garantir os direitos de propriedade, também 
compreende a população como cliente da administração pública, materializando direitos teorizados 
no Estado Liberal. 
O primeiro artigo da Constituição Federal de 1988 afirma que a República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito, considerada a terceira forma de Estado, pois agrega elementos das 
formas anteriores: liberal e social. Tem como pilares a democracia e os direitos fundamentais: a 
soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa e o pluralismo político. 
Em seguida, dispõe que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição. Quando prevê a participação democrática, em 
todos os atos decisivos do Poder Público, a Constituição de 1988 traz o diferencial de um estado 
democrático de direito, onde todos, inclusive as próprias autoridades do poder público são e estão 
submetidas ao controle social e respeito ao arcabouço legal do País. 
No Brasil, os Poderes da União - Legislativo, o Executivo e o Judiciário - são independentes e 
harmônicos entre si e tem como objetivos fundamentais: 
• Construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
• Garantir o desenvolvimento nacional. 
• Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. 
• Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação. Os preceitos listados buscam ainda a garantia das liberdades 
civis e dos direitos humanos o que consiste na observância dos direitos fundamentais, 
citados no art. 5º da CF/88, onde se destaca o inciso LXXIII:
"qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência."
O art. 6º da Constituição Federal de 1988 define que são direitos sociais da população brasileira a 
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da lei. 
Com o advento do Estado Democrático de Direito, consolidado pela Constituição Federal, o Brasil 
passou contar com mecanismos de controle social que são instrumentos de participação democrática 
na administraçãopública e tem como objetivo solucionar problemas sociais, além de contribuir para 
na elaboração e execução de políticas públicas para o País. 
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O direito ao meio ambiente é difuso, ou seja é amplo e indivisível, onde há uma indeterminação dos 
sujeitos, a satisfação de um é a de todos, como por exemplo, respirar ar puro. Esse direito foi 
materailizado pela Política Nacional de Meio Ambiente, Lei Nº 6938/81 e pela lei que criou a Ação 
Civil Pública - Lei N° 7.347/85. O quadro a seguir apresenta os principais instrumentos 
constitucionais, que estão à disposição do cidadão e da coletividade brasileira para proteção do 
meio ambiente:
Instrumentos constitucionais a disposição do cidadão
• Ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo: CF/88, artigos 102, inciso
I,alínea a; 103; 125, § 2º. 
• Mandado Segurança Coletivo: CF/88, artigo 5º, LXX. 
• Mandado de Injunção: segundo o disposto no artigo 5º, LXXI da CF/88 conceder-se-á 
mandado
de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania. 
• Ação Civil Pública: é o instrumento processual adequado para reprimir ou impedir danos ao
meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, 
turístico e
paisagístico e por infrações da ordem econômica (art. 1º), protegendo, assim, os interesses
difusos da sociedade. 
• Ação Popular : a Constituição Federal de 1988 assegura ao cidadão
brasileiro a possibilidade de "anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que 
o
Estado participe (ofendendo) a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural (...)" (art. 5º, inciso LXXIII).
Participar da formulação e execução das políticas ambientais é um direito da sociedade civil. Essas 
intervenções devem ser discutidas pelas populações atingidas pela ação do poder público, pois essa 
participação é fundamental para a preservação dos bens ambientais brasileiros, e pode ocorrer por 
intermédio do Poder Judiciário. 
O controle social é um instrumento democrático de participação na gestão pública para a resolução 
de problemas socais através da descentralização do Estado e do amparo legal e constitucional, 
fomentando assim a atuação de grupos de pessoas na resolução de problemas sociais. Quanto mais 
participativa e preparada está a sociedade brasileira para a reparação de conflitos, mais rápida 
apresenta-se a resolução desses problemas através de mecanismos de resolução de seus próprios 
conflitos, imposição de metas e objetivos ao poder público. 
Um exemplo desses mecanismos é o Orçamento Participativo (OP) da gestão municipal, onde 
população e governo compartilham a responsabilidade de planejar, todos os anos, como serão 
investidos os recursos da cidade. São realizadas plenárias por toda a cidade, onde são eleitos 
delegados e propostas que farão parte do orçamento do ano seguinte. Fazer Orçamento Participativo 
é governar a cidade contemplando o olhar do cidadão. O OP tem como objetivo garantir a 
participação de todos e construir uma gestão compartilhada, possibilitando que os recursos públicos 
sejam empregados de maneira eficiente e no que realmente importa para a comunidade. 
Outro mecanismo legítimo de participação democrática são os conselhos deliberativos e/ou 
consultivos. Nesses fóruns, governos e sociedade civil têm assento, em geral de maneira paritária, e 
lá elaboram, discutem, votam e decidem a destinação de recursos públicos, além da aprovação de 
projetos sociais. 
No Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM) de Fortaleza presidido pela Secretaria 
Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (SEMAM), são deliberados projetos que 
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interfiram no meio ambiente, no âmbito do município. Durante a exposição sobre a construção dos 
empreendimentos privados ou públicos, os conselheiros podem sugerir medidas mitigadoras, ou 
seja, que minimizem os impactos ambientais potenciais da obra. Dependendo dos impactos 
previstos, há também casos em que os projetos são vetados pelo conselho.
Reflexão
A Constituição brasileira de 1988, também conhecida por "Constituição Cidadã", assegura um 
conjunto de mecanismos que permitem aos brasileiros, seja no âmbito individual ou coletivo 
acionar o Estado para defesa de seus direitos, inclusive no que se refere ao meio ambiente. São eles: 
Ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, Mandado Segurança Coletivo, 
Mandado de Injunção, Ação Civil Pública e Ação Popular. Recentemente, a Lei da Ficha Limpa foi 
criada em decorrência de um movimento de diversas entidades da sociedade civil, que coletaram 
assinaturas da população e entraram com uma Ação Popular contra a candidatura de pessoas 
condenadas pela Justiça ou que renunciaram a seus mandatos para escapar de punições. É o cidadão 
fazendo valer os seus direitos!
Experiências exitosas de participação popular
A Educação Ambiental em Fortaleza tem maior destaque nos anos 1980. No entanto, é na década de 
1970, mais precisamente no ano de 1976, que suas raízes são firmadas. É no movimento ecológico 
que a educação ambiental encontra terreno fértil para desenvolver-se em outros espaços.
Foi nessa época que a Sociedade Cearense de Defesa da Cultura e do Meio Ambiente, (SOCEMA), 
composta por um grupo de professores e alunos da Universidade Federal do Ceará, cumpriu, com a 
sua criação, o papel de catalisadora das preocupações ambientais que moveram um pequeno mas 
expressivo segmento social da cidade. 
A SOCEMA desenvolveu uma luta ambientalista em defesa da cidade, do seu patrimônio natural e 
histórico, realizando entrevistas com técnicos, ouvindo a opinião de especialistas, promovendo 
abaixo-assinados, produzindo matérias para a imprensa, rádio e televisão, além de manifestações 
públicas e debates. Essas eram as principais práticas desenvolvidas para mobilizar a opinião pública 
da cidade. 
Foi assim na campanha contra o uso de um herbicida, o glifosate, utilizado para matar as ervas 
daninhas que cresciam nas calçadas de Fortaleza. Os participantes do movimento assinaram um 
documento discordando da capinação química, alertando a população para os riscos tanto para o 
ecossistema como para a saúde pública. Após muitas idas e vindas, a Secretaria de Limpeza Pública 
não se convenceu da medida e tentou convencer a todos de que o herbicida não trazia nenhum risco. 
A SOCEMA insistiu no argumento de que os efeitos acumulativos do DDT se prolongam por 20 
anos nas cadeias alimentares e podem causar impactos sérios ao meio ambiente mesmo depois desse 
período. 
A imprensa local acompanhou de perto o desfecho do caso. Quando o embate ganhou as páginas do 
jornal O Estado de São Paulo, surgiu um efeito interessante: a multinacional, desgastada pela 
campanha, resolveu só utilizar o seu produto com a aprovação da SOCEMA, que obteve então sua 
primeira grande vitória.
Muitas vitórias e algumas derrotas
Coincidentemente, à época em que se anunciava o programa de capinação química, o Instituto dos 
Arquitetos do Brasil departamento do Ceará (IAB-CE) protestava contra a proposta de derrubada 
dos coqueiros da Avenida Beira Mar, em virtude da construção do interceptor oceânico. 
A SOCEMA então se uniu ao IAB contra a derrubada do coqueiral da Volta da Jurema, um 
verdadeiro patrimônio paisagístico e turístico da cidade. Para alegria dos ambientalistas e da 
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população em geral, o desenho foi modificado e os coqueiros foram salvos. A SOCEMA também 
realizou várias campanhas em defesa do meio ambiente. Algumas com a colaboração de 
profissionais de criação publicitária, engajados na luta ecológica. Uma delasé contra a poluição do 
litoral pelo piche, que culminou com várias pessoas enchendo sacos com material coletado nas 
praias. Três desses sacos foram remetidos com uma carta denunciando o fato às autoridades 
competentes. A campanha "Piche enche o saco" suscitou várias discussões, mas infelizmente não 
resolveu o problema do piche nas praias de Fortaleza. A perda da luta contra o aterro do mangue do 
Rio Cocó, o qual cedeu lugar para a construção do Shopping Center Iguatemi também foi um 
grande golpe para os movimentos ambientalistas da época. Ainda no fim da década de 1970, o 
Banco do Nordeste (BNB) iniciou o processo para construção de sua sede administrativa em uma 
área de 20 hectares no entorno do Rio Cocó, antes destinada pela Prefeitura para dar lugar a uma 
unidade de conservação ambiental. Entre a desistência do BNB e a assinatura do Decreto que 
determinava a criação efetiva do Parque do Cocó, além de uma Área de Proteção Ambiental (APA), 
no entorno do manguezal, em 1986, foram oito anos de luta. Certamente um embate memorável que 
contribuiu efetivamente para um amplo reconhecimento público de entidades ambientalistas, tal 
como o Movimento SOS Cocó, transformando-se em grande marco do movimento ecológico 
cearense.
A luta das ruas ganha papel de destaque
É no seio do movimento ambientalista que nasceu o Partido Verde e outras organizações de natureza 
ecológica. O Partido Verde do Ceará, em seus anos iniciais, teve grande proximidade com algumas 
escolas de Fortaleza, desenvolvendo cursos e ministrando palestras. 
Nos últimos anos da década de 1980, a mídia começou a enfocar questões relacionadas ao meio 
ambiente com maior frequência e razoável profundidade. Fortaleza saiu na frente com a publicação, 
pelo jornal O POVO, do curso Ecologia da Universidade Aberta do Nordeste, promovido pela 
Fundação Demócrito Rocha. 
O movimento ambientalista no Ceará assumiu uma nova estratégia de ação, buscando o diálogo no 
espaço institucional. Contribuiu para o debate que culminou com a criação do Conselho Estadual do 
Meio Ambiente (COEMA), no dia 28 de dezembro de 1987 (Lei Nº. 11.411), órgão colegiado que 
integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e tem por finalidade assessorar o Poder 
Executivo em assuntos de política de proteção ambiental. 
Diversos segmentos da sociedade cearense fazem parte desse Conselho, como órgãos que atuam na 
área de meio ambiente, planejamento, educação, entidades de classe, universidades e organizações 
não governamentais. Compete ao COEMA deliberar sobre as políticas públicas ambientais e julgar 
os licenciamentos ambientais realizados pela Superintendência Estadual de Meio Ambiente 
(SEMACE). É também papel do COEMA estimular a realização de campanhas educativas, 
mobilizar e educar a sociedade no tocante aos grandes desafios ambientais do Estado.
Ainda na década de 1980, se encontram iniciativas que buscam compatibilizar conservação 
ambiental e obtenção de renda para comunidades carentes. É o caso da Associação Pequeno Mundo, 
criada em 1987 pelas Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição que, sensibilizadas com a 
realidade do povo mais carente dos bairros Padre Andrade e Jardim Iracema, organizaram a 
associação que hoje atende especialmente crianças e adolescentes de 7 a 16 anos, de ambos os 
sexos, em situação de risco. A formação profissional é desenvolvida através de oficinas de 
aproveitamento de materiais descartáveis (garrafas PET), que são transformados em resistentes 
vassouras ecológicas, além da promoção de cursos de bijuterias e bordados. 
No início da década de 1990, a proximidade da realização da Conferência Mundial pelo Meio 
Ambiente constituiu-se em fator mobilizador das associações ambientalistas cearenses, as quais 
organizaram um fórum da sociedade civil para discutir os principais temas da ECO 92. É importante 
ressaltar que esse contexto histórico é bastante profícuo para a criação de organizações que guardam 
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íntima relação com a questão ambiental e que também tem uma atuação específica no meio urbano. 
Neste sentido, algumas experiências ganharam corpo, como é o caso do Centro de Estudos, 
Articulação e Referência sobre Assentamentos Humanos (CEARAH Periferia) que trabalha as 
relações de gênero e a economia popular. Tem como um dos seus principais objetivos contribuir 
para o desenvolvimento de ações que promovam a sustentabilidade ambiental. Atua prioritariamente 
na geração de renda e capacitação de lideranças comunitárias, visando a melhoria das condições de 
vida nos espaços urbanos de Fortaleza e Região Metropolitana, sem perder de vista a educação 
ambiental como fator de promoção social tanto do indivíduo e quanto da comunidade. 
É no espaço da Universidade, ainda na primeira metade da década de 1990, que se organizou a 
Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (AQUASIS). Essa entidade teve 
sua semente plantada pelo Grupo de Estudo de Cetáceos do Ceará (GECC) que congregou 
estudantes e professores dos cursos de Ciências Biológicas e Engenharia de Pesca. Atuante desde 
1992 na pesquisa e conservação de mamíferos marinhos, a AQUASIS, a partir de 1994, iniciou um 
trabalho mais amplo na área de educação ambiental, prioritariamente relacionado com a 
conservação da biodiversidade. Tem se destacado pelo trabalho com espécies criticamente 
ameaçadas de extinção no estado do Ceará, como o soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni), 
o periquito cara-suja (Pyrrhura griseipectus) e o guariba da caatinga (Alouatta ululata). 
Ainda no início da década de 1990, foi criado o Núcleo de Educação Ambiental (NEA), da Gerência 
Regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 
O NEA do Ceará mantém ações de educação ambiental com foco nas atividades desenvolvidas pelo 
IBAMA, enquanto órgão executor da Política Nacional de Meio Ambiente, no que se refere ao 
monitoramento, ordenamento pesqueiro e à preservação da biodiversidade. Trabalha com todos os 
atores sociais envolvidos na problemática ambiental, com especial atenção para àqueles em situação 
socioambiental mais vulnerável. 
Através do NEA, o IBAMA mantém um diálogo com a sociedade civil e os movimentos sociais, 
disponibilizando espaços para produção e aquisição de conhecimentos e habilidades que possam 
contribuir para a redução dos problemas socioambientais do Ceará. O núcleo também contribui para 
a formação dos Conselhos Consultivos, que auxiliam na gestão das Unidades de Conservação 
Federais existentes no Estado.
Reflexão 
A cidade de Fortaleza tem uma longa história de movimentos ambientalistas e a sociedade pode 
contabilizar ao longo deste período vitórias e derrotas. Importante destacar que qualquer problema 
ambiental afeta a todos os moradores de uma cidade, e que a união de todos é fundamental para a 
luta de preservação e conservação do ambiente. O movimento ambientalista atuou em várias 
iniciativas, enfrentando e questionando o Poder Público sobre medidas adotadas; outras vezes 
cobrando atitudes que ajudassem a sanar problemas ambientais já existentes. Com isso, a cidade 
conseguiu ser protegida de algumas medidas claramente agressivas ao ambiente.
Educação ambiental na sala de aula
No espaço da escola, as atividades de educação ambiental em Fortaleza começaram a se esboçar 
ainda na década de 1980. Ações pontuais, geralmente associadas ao calendário escolar, passaram a 
ser desenvolvidas com maior frequência a partir de iniciativas articuladas entre as secretarias de 
educação locais. Assim, a educação ambiental, à época restrita às datas comemorativas, como Dia 
do Meio Ambiente e Semana Anual das Árvores, vai gradativamente penetrando no projeto 
pedagógico da escola. 
No ano de 2003, foi realizada em Fortaleza a primeiraConferência Infanto-Juvenil de Meio 
Ambiente, que culminou na escolha de delegados, entre os alunos participantes, os quais passaram a 
trabalhar diretamente nas escolas, provendo a multiplicação dos conhecimentos, tendo como 
orientador o lema "Jovem educa jovem". A II Conferência Infanto - Juvenil aconteceu em 2005 e a 
terceira em 2008. Ações como coletivos jovens, desenvolvimento de projetos sistemáticos nas 
escolas, com auxílio do Programa de Desenvolvimento da Escola (PDE), a formação e a 
manutenção de agentes ambientais mirins têm contribuído para melhorar a qualidade da educação 
ambiental vivenciada nas escolas de Fortaleza. 
Atualmente, grande parte das escolas de Fortaleza já conta com as COM-VIDA, propostas pelos 
participantes da I Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. A COM-VIDA, é uma nova 
forma de organização que floresce na escola e se baseia na participação de estudantes, professores, 
funcionários, diretores e pessoas da comunidade. Quem organiza a COM-VIDA é o delegado ou a 
delegada e seu suplente da Conferência de Meio Ambiente na Escola, com o apoio de professores. 
O principal papel da COM-VIDA é contribuir para um dia-a-dia participativo, democrático, 
animado e saudável na escola, promovendo o intercâmbio entre a escola e a comunidade, trazendo a 
Educação Ambiental para outros espaços educativos da sociedade.
Uma teia ambiental
É importante reconhecer que a mídia, a igreja, o agravo dos problemas ambientais mundiais, 
principalmente o desmatamento da Amazônia, também contribuíram para verdejar as propostas 
curriculares. As Campanhas da Fraternidade promovidas pela Conferência Nacional dos Bispos do 
Brasil (CNBB) fazendo apelos ecológicos aos fiéis, além de programas de televisão como o Globo 
Ecologia, são exemplos notórios dessa influência. Ressalte-se que as aulas de Ciências Físicas e 
Biológicas e as de Estudos Sociais, pela própria natureza do conteúdo, se constituíam em grandes 
oportunidades para construir nos alunos uma nova ideia, voltada para a conservação do meio 
ambiente.
Durante a década de 1990, ações de educação ambiental continuam sendo estimuladas tanto pelo 
governo municipal como estadual. No entanto, essas ações ocorrem de maneira fragmentada e sem 
dar conta das demandas nem das necessidades das escolas do município, tampouco do estado.
Ainda no início dessa década, o Laboratório de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade 
Federal do Ceará desenvolveu ações de Educação Ambiental Marinha em sua sede. Em 1993, parte 
desse projeto passou a funcionar no Parque Adahil Barreto. Esse trabalho foi o embrião de um 
programa de longa duração, o Parque Vivo, que teve início em 1993 e promoveu educação 
ambiental através de cursos, elaboração de materiais pedagógicos, oficinas em áreas de risco da 
cidade, manutenção do Museu do Mangue, de campanhas educativas e da comemoração de datas do 
calendário ecológico.
O Parque Vivo, um programa de Educação Ambiental da Coordenadoria de Desenvolvimento 
Regional da UFC, buscou a promoção da cidadania ecológica com ação primordial junto à rede 
pública de ensino. Possuía articulação com a Prefeitura de Fortaleza e com entidades ambientalistas 
do Ceará, realizando ações sistemáticas e pioneiras em educação ambiental.
Concomitante com a criação do Projeto Parque Vivo, um grupo de engenheiros de pesca, 
agrônomos e sociólogos se articularam para criar o Instituto Terramar. A primeira ação pública que 
deu visibilidade ao Terramar foi a viagem-protesto batizada de "SOS Sobrevivência", e que tinha 
como objetivo denunciar a pesca predatória, a especulação imobiliária e a ausência de políticas 
públicas sustentáveis para o setor da pesca artesanal. Essa viagem foi inspirada na grande aventura 
dos pescadores Manuel Jacaré, Jerônimo e Zé Tatá, que nos anos 1940 viajaram de jangada de 
Fortaleza ao Rio de Janeiro.
Ao longo dos últimos 15 anos, a Terramar tem trabalhado com cinco programas: Educação, Cultura 
e Cidadania; Gestão Costeira; Desenvolvimento e Tecnologias; Gênero e Cidadania; 
Desenvolvimento Institucional. Há também vários projetos que buscam a melhoria da qualidade de 
vida das populações costeiras e litorâneas do Estado do Ceará. No campo da educação ambiental, 
vem desenvolvendo campanhas diversas: "Caravana em Defesa da Lagosta"; dirigida a pescadores e 
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consumidores, alertando contra os riscos da pesca predatória da lagosta; a "Caravana Amar o Mar é 
Semear", sobre o cultivo de algas no litoral de Trairi; e a caravana ambiental "O Manguezal é Nosso 
Patrimônio", que tem como objetivo divulgar a importância desse ecossistema, trabalhando, 
sobretudo, com as escolas, além de populações indígenas e colônias de pescadores.
Ainda em 1997, é criado o Instituto Terrazul, com a finalidade de assessorar organizações 
governamentais e não governamentais no campo do Planejamento Urbano e Ambiental, além de 
capacitar os movimentos socioambientais para intervir de forma qualificada na gestão da cidade. 
Alguns de seus objetivos são promover projetos de educação ambiental e participar de ações e 
campanhas em defesa do meio ambiente, da biodiversidade e das populações locais, buscando a 
construção de uma sociedade sustentável. O Terrazul tem incentivado a articulação entre iniciativas 
de educação ambiental com o objetivo de construir redes de cooperação entre as entidades 
promotoras dessas ações.
Ainda nessa época, em 1998, surgiu o Grupo de Interesse Ambiental (GIA), constituído como 
Organização Não-Governamental (ONG) e em 2001, como Organização da Sociedade Civil de 
Interesse Público (OSCIP). O GIA tem como objetivo principal a luta pela preservação e 
conservação do meio ambiente, através de educação socioambiental. Atualmente desenvolve o 
projeto "Girino", que atende crianças com idades de cinco a nove anos e pré-adolescentes de 10 a 
12 anos, através da educação ambiental, nos bairros e o "Criança Ecológica", no Genibaú, através 
do Centro de Cidadania, Cultura e Interesse Ambiental (CIA).
A Associação Caatinga foi criada em Fortaleza no ano de 1998, mas com atuação em todo o Ceará, 
especialmente no município de Crateús onde mantém a Reserva de Patrimônio Particular Natural 
Serra das Almas. A missão principal dessa entidade é conservar a biodiversidade da catinga, e, para 
tanto, desenvolve trabalhos no sentido de conscientizar as populações locais sobre a importância da 
preservação desse bioma.
A Associação Amigos da Sabiaguaba (AMIS), fundada em 2003, promoveu em 2005 o movimento 
"Salve Sabiaguaba", reivindicando a criação da APA e do Parque Natural das Dunas da Sabiaguaba. 
Desde 2004, a AMIS atua na realização de oficinas de Educação Ambiental e de campanhas de 
limpeza do manguezal do Rio Cocó, ações que contam com a participação efetiva de escolas 
municipais.
Em uma dessas ocasiões, foram coletadas 1.500 assinaturas, dentre pais, professores, alunos e a 
comunidade em geral, em prol da criação de uma Unidade de Conservação (UC) no ecossistema 
existente na foz do Rio Cocó, situada na Praia de Sabiaguaba. Em 20 de fevereiro de 2006, a 
Prefeitura Municipal de Fortaleza criou e implementou na área duas Unidades de Conservação: o 
Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba, pelo decreto Nº 11.986, e a Área de Proteção 
Ambiental de Sabiaguaba, pelo decreto Nº 11.987.
A Universidade Estadual do Ceará (UECE) também contribui para a capacitação dos educadores 
ambientais de Fortaleza, através de cursos de especialização em Educação Ambiental e da 
manutenção de alguns projetos nessa linha, de iniciativa da própria comunidade estudantil, a 
exemplo do Projeto Ecológico Cultural Orientadores Ambientais (PECOA).
O Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (CONPAM), instituído pelo Decreto Nº 
28.642/07 foicriado com o objetivo de inserir, na estrutura administrativa do Estado, políticas 
ambientais integradas, voltadas à defesa e preservação do meio ambiente.
No tocante a gestão da cidade, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano 
(SEMAM) define, em março de 2003, a Coordenadoria de Políticas Ambientais (CPA), como um 
setor de atuação programática, de acordo com o decreto Nº 11.377, que regulamenta as atividades 
da SEMAM. Compete a esta Coordenadoria exercer as atividades de elaboração e coordenação de 
políticas e planejamento ambiental para a cidade.
A equipe de educação ambiental da SEMAM tem por atribuição desenvolver a política municipal de 
educação ambiental tanto no âmbito administrativo, atendendo aos órgãos da própria Prefeitura de 
Fortaleza, quanto com ações direcionadas para a população em geral, em suas diversas regiões e 
bairros, de acordo com as demandas da sociedade.
Reflexão
As iniciativas de educação ambiental têm grande relevância, uma vez que forma as novas gerações, 
alertando-as sobre compromissos e responsabilidades quanto a preservação da vida na Terra. A 
mobilização de todos os interessados nas questões ambientais em organizações governamentais ou 
não-governamentais ajuda na construção de uma verdadeira teia de conversação ambiental. Você 
deve investigar se na sua cidade existe uma ou mais instituições que trabalham com questões 
ambientais. O ideal é que estas entidades se agrupem para compartilhar interesses, fortalecer o 
movimento ambientalista e ampliar a mobilização. Só assim, os governantes ficarão mais atentos às 
suas demandas.
Conclusão
São as pessoas que motivam a criação de leis e até de órgãos. Pautadas na reivindicação do direito 
coletivo, utilizando a mídia e a pena da lei, mobilizando, convencendo e enfrentando forças 
contrárias, essas pessoas fazem o trabalho hercúleo que, dividido entre muitos, é factível. Quando 
pais e mães educam os seus filhos para amar e respeitar a natureza, contribuem para o crescimento 
de uma nova consciência ecológica, incorporada aos hábitos do cotidiano.
Quando consumidores escolhem comprar produtos com certificação socioambiental, eles interferem 
no mercado, forçando os produtores a atender a essa parcela da população que prefere pagar um 
pouco mais pela garantia do respeito ao meio ambiente. Quando eleitores votam em candidatos que 
apresentam soluções concretas para questões ambientais, eles ajudam a construir políticas públicas. 
Isso é democracia.
Síntese do Fascículo
A história da intervenção humana sobre o planeta, embora tenha sempre existido, se acentua a partir 
do século XVI com os avanços científicos e tecnológicos e a emergência da Primeira Revolução 
Industrial.
O início do século XX é marcado pelos primeiros sinais de alerta sobre o resultado das ações 
predatórias e de dominação do homem sobre a natureza e é nesse contexto que nascem os 
movimentos ambientalistas da modernidade. O conceito de sustentabilidade surge diante do 
crescimento vertiginoso do consumo e dos danos causados ao meio ambiente.
O texto também chama a atenção para a necessária compreensão acerca da influência da 
participação popular na busca de soluções para as questões ambientais. Esse processo só floresce 
em sociedades democráticas, uma vez que estas possibilitam a criação de mecanismos legais que 
asseguram direitos individuais e coletivos.
No Brasil, a carta constitucional de 1988 assegura que os cidadãos ou a coletividade pode entrar 
com Ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, Mandado Segurança Coletivo, 
Mandado de Injunção, Ação Civil Pública e Ação Popular para defender seus direitos, inclusive no 
que se refere a questões ambientais.
O fascículo relata um conjunto de Experiências exitosas de participação popular na cidade de 
Fortaleza e de como ela vem desenvolvendo programas de Educação e Mobilização Ambiental. Ao 
longo da trajetória, contabiliza vitórias e derrotas, mas o saldo final é bastante positivo, acima de 
tudo, pelo sucesso das iniciativas de educação ambiental.
Para saber mais
Algumas informações sobre órgãos que podem ser acionadas na defesa do meio ambiente no 
município e no estado: 
• SEMAM - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano
Endereço: Rua Antônio Augusto, 1571 – Bairro Aldeota, CEP 60.110-370 – Fortaleza/CE - 
Brasil Telefone: (85)3452.6900 - Fax: (85)3253.3911 Site: www.fortaleza.ce.gov.b/semam 
Meta: Valorizar e proteger os recursos naturais, formulando políticas públicas a partir da 
ética do cuidado. Orientar a ocupação de territórios considerando fatores ambientais e 
visando à solução de conflitos. Manter a função social e ecológica de áreas verdes e do 
entorno urbano dos mananciais da cidade. Garantir a eficácia dos sistemas de Serviços 
Urbanos para a melhoria da qualidade de vida da população.
• SEMACE
Rua Jaime Benévolo 1400 - Bairro de Fátima, CEP 60.050-081-Fortaleza/CE - Brasil Site: 
www.semace.ce.gov.br A SEMACE integra o Sistema Nacional de Meio Ambiente na 
qualidade de órgão Seccional do Estado do Ceará, competindo-lhe especialmente: Executar 
a Política Estadual de Controle Ambiental do Ceará, dando cumprimento às normas 
estaduais e federais de proteção, controle e utilização racional dos recursos ambientais e 
fiscalizando a sua execução; Administrar o licenciamento de atividades poluidoras do Estado 
do Ceará; Desenvolver programas educativos que concorram para melhorar a compreensão 
social dos programas ambientais.
• CONPAM - Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente
Rua Osvaldo Cruz, 2366 – Bairro Dionísio Torres, CEP 60.125-151 – Fortaleza/CE - Brasil 
Telefones: (85) 3101.1234 /1235/1236/1237 Fax: (85) 3101.1233 Site: 
www.conpam.ce.gov.br Missão: Promover a defesa do meio ambiente bem como formular, 
planejar e coordenar a Política Ambiental do Estado, de forma participativa e integrada em 
todos os níveis de governo e sociedade, com vistas a garantir um meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, economicamente viável e socialmente justo, para a presente e 
as futuras gerações. Promover a articulação interinstitucional nos âmbitos federal, estadual e 
municipal e estabelecer mecanismos de participação da sociedade civil. 
• IBAMA/CE
Rua Visconde do Rio Branco, Nº 3.900 – Bairro de Fátima, CEP: 60.055-172 - Fortaleza/CE 
- Brasil Fone: (85) 3272.1600 O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis (IBAMA) é uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica de 
direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio 
Ambiente, conforme art. 2º da Lei Nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Tem como 
principais atribuições exercer o poder de polícia ambiental; executar ações das políticas 
nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais, relativas ao licenciamento 
ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à 
fiscalização, monitoramento e controle ambiental; e executar as ações supletivas de 
competência da União de conformidade com a legislação ambiental vigente. 
• Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio 
Rua Visconde do Rio Branco, Nº 3.900 – Bairro de Fátima, CEP: 60.055-172 - Fortaleza/CE 
– Brasil Fone: (85) 3272.1600 É uma autarquia brasileira, vinculada ao Ministério do Meio 
Ambiente, integrando o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). Foi criado pela 
lei N° 11.516, de 28 de agosto de 2007. É responsável pela administração das unidades de 
conservação federais, além de fomentar e executar programas de pesquisa, proteção e 
conservação da biodiversidade em todo o Brasil. Surgiu de um desmembramento do 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (IBAMA), 
anteriormente responsável por tais atribuições. O Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade é o mais novo órgão ambiental do governo brasileiro. A sua principal missão 
institucional é administrar as unidades de conservação (UCs) federais, que são áreas de 
importante valor ecológico.
Outras entidades não-governamentais, além das citadas:
1. Sociedade Cearense de Defesa da Cultura e do Meio Ambiente (Socema) 
2. Movimento S.O.S. Cocó 
3. Fórum da Sociedade Civil Cearense sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
4. Movimento SOS Lagoa da Maraponga 
5. Movimento Proparque (do Parque Ecológico Rio Branco) 
6. Movimento Pró-Parque Lagoa de Itaperaoba 
7. Movimento Pró-Parque Rachel de Queiroz 
8. Movimento Pró-Parque Sargento Hermínio 
9. Movimento Lagoa de Mondubim 
10.Movimento Lagoa do Papicu 
11.Movimento pelo Parque Guararapes 
12.Movimento pelo Pulmão Verde do Siqueira 
13.Movimento Enclave de Cerrado da Cidade dos Funcionários 
14.Movimento pela APA e pelo Parque da Sabiaguaba 
15.Movimento do Açude Osmani, no Mondubim 
16.Associação Riacho Maceió, Papicu 
17.Associação Amigos do Bairro Dunas 
18.Lagoa do Urubu (bairro Álvaro Weyne)
Ajude a Salvar o Planeta
• Seja coerente: Economize energia, água, prefira equipamentos que não prejudiquem a 
camada de ozônio, reutilize materiais, recicle o lixo caseiro, use menos o carro, ande mais a 
pé, evite produtos de origem animal. 
• Passe a sua vida a limpo: Reveja seu estilo de vida. Pense num padrão condizente com o 
mundo sustentável.
Exercícios
1. Descreva como surgiram os primeiros movimentos ambientalistas. 
2. Por que a participação popular é tão importante para os movimentos ambientais? 
3. Que mecanismos jurídicos a população brasileira dispõe para defender seus interesses? 
Como ela deve aciona-los? 
4. No seu entendimento, qual o movimento ambiental mais importante que ocorreu em 
Fortaleza? 
5. O que você acha da inclusão da Educação Ambiental no currículo escolar?
Autora
Maria Edilene Silva Oliveira pedagoga, especialista em educação ambiental pela UECE. 
Servidora pública municipal é chefe da Equipe de Planejamento Ambiental/Coordenadoria de 
Políticas Ambientais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (SEMAM). 
Conselheira Municipal de Saúde, também compõe as equipes de coordenação do Conselho 
Municipal de Meio Ambiente (COMAM) e do Fórum da Agenda 21 de Fortaleza. É representante 
da SEMAM na Comissão de Participação Popular da Prefeitura de Fortaleza, responsável pelo 
Orçamento Participativo, além de coordenar o Selo Verde Fortaleza.
Propriedade privada
Na concepção de Will Durant, o homem deu três passos que o levaram à civilização: a fala, a 
agricultura e a escrita. Para ele, o fato de o comunismo aparecer no começo das civilizações talvez 
se deva ao fato de que ele floresce mais nos tempos de carestia, quando o perigo comum da fome 
funde o indivíduo no grupo. Se a abundância sobrevém e o perigo é afastado, a coesão social 
afrouxa e aumenta o individualismo; o comunismo acaba onde o luxo começa. Ainda segundo 
Durant, o sonho do comunismo subsiste em todas as sociedades modernas como uma recordação 
racial de vida mais simples e mais igualitária; e aonde a desigualdade ou a insegurança chegam aos 
extremos, os homens aceitam o retorno a uma condição já conhecida no passado – lembrando-se da 
igualdade que nela reinava, mas esquecidos da pobreza que a afligia. 
Banimento de indivíduos
A contagem dos votos era feita usando-se ostras, abundantes na região, o que iria originar o termo 
ostracismo, que significa estar à parte de um processo, à sua revelia.
Mauthus
Teoria de Mauthus. Thomas Mauthus (1766 – 1834), inglês é considerado o pai da demografia. 
Propôs a Teoria Populacional Malthusiana a partir de observações de que o crescimento 
populacional entre 1650 e 1850, dobrou em decorrência do aumento da produção de alimentos, das 
melhorias das condições de vida nas cidades, do aperfeiçoamento do combate as doenças, das 
melhorias no saneamento básico. Para ele, os benefícios obtidos com a Revolução Industrial 
produziram uma diminuição na taxa de mortalidade e ampliaram o crescimento natural. A ideia de 
Mauthus era que o crescimento populacional afetaria a de recursos alimentícios para a população 
gerando como consequência a fome.
Carta outorgada de 1969
Carta outorgada de 1969. A Constituição de 1967 procurou institucionalizar e tornar legal a ditadura 
militar, aumentando a influência do Poder Executivo sobre o Legislativo e Judiciário, criando desta 
forma, uma hierarquia constitucional, centralizadora. As emendas constitucionais que eram 
atribuições do Poder Legislativo, com o aval do Poder Executivo e Judiciário, passaram a ser 
iniciativas únicas e exclusivas dos que exerciam o Poder Executivo, ficando os demais poderes 
relevados à meros espectadores das aprovações dos pacotes, como seriam posteriormente 
denominadas as emendas e legislações baixadas pelo Presidente da República. A Constituição de 
1967 recebeu em 1969 nova redação por uma emenda decretada pelos "Ministros militares no 
exercício da Presidência da República". É considerada por especialistas, em que pese ser 
formalmente uma emenda à constituição de 1967, uma nova Constituição (outorgada).
executivo, legislativo e judiciário
A Teoria da Separação dos Poderes ou da Tripartição dos Poderes do Estado é a teoria de ciência 
política desenvolvida por Montesquieu no livro O Espírito das Leis (1748), que visou moderar o 
Poder do Estado dividindo-o em funções, e dando competências a órgãos diferentes do Estado.
Ação Popular
Ação Popular. Ação popular é o meio processual a que tem direito qualquer cidadão que deseje 
questionar judicamente a validade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Esta previsto na 
Constituição brasileira de 1988, no inciso LXXIII do art.5º "qualquer cidadão é parte legítima para 
propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência".
DDT
O DDT (sigla de Dicloro-Difenil-Tricloroetano) é o primeiro pesticida moderno, tendo sido 
largamente usado após a Segunda Guerra Mundial para o combate aos mosquitos causadores da 
malária e do tifo. Trata-se de um inseticida barato e altamente eficiente em curto prazo, mas que em 
longo prazo tem efeitos prejudiciais à saúde humana. o DDT pode ocasionar câncer e interferir na 
vida animal, causando, por exemplo, o aumento de mortalidade entre os pássaros. Fonte: Wikipedia.
piche
O descarte de substâncias oleosas é considerado um Crime Ambiental, de acordo com a Lei Federal 
N° 9.605 de 12/02/1998 - Art. 54. Este assunto também é tratado na Lei Federal N° 9.966 de 
28/04/2000 - que dispõe sobre a poluição das águas por substâncias químicas e oleosas, nos Art. 15 
ao 21; e no Decreto Federal N° 4.136 de 20/02/2002 - que dispõe sobre infrações às regras de 
prevenção, controle e fiscalização da poluição das águas por lançamento de substâncias químicas e 
oleosas, nas Subseções V a IX.
Fortaleza ao Rio de Janeiro
Em 1942, Orson Welles veio ao Brasil para filmar o mito inacabado "It's All True – É tudo 
verdade". O documentário revela a passagem de Welles pelo Ceará e o seu encontro com o pescador 
Jacaré, o qual em companhia de outros jangadeiros de Fortaleza foi de jangada até o Rio de Janeiro 
reivindicar ao então presidente Getúlio Vargas os direitos trabalhistas de sua classe).
	Objetivos
	Introdução
	Reflexão
	A participação popular na busca de soluçõesNo Brasil e no mundo
	Reflexão 
	Mecanismos que legitimam a participação da sociedade civil organizada 
	Reflexão
	Experiências exitosas de participação popular
	Muitas vitórias e algumas derrotas
	A luta das ruas ganha papel de destaque
	Reflexão 
	Educação ambiental na sala de aula
	Uma teia ambiental
	Reflexão
	Conclusão
	Síntese do Fascículo
	Para saber mais
	Outras entidades não-governamentais, além das citadas:
	Ajude a Salvar o Planeta
	Exercícios
	Autora
	Propriedade privada
	Banimento de indivíduos
	Mauthus
	Carta outorgada de 1969
	executivo, legislativo e judiciário
	Ação Popular
	DDT
	piche
	Fortaleza ao Rio de Janeiro