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Princípios administrativos

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DIREITO ADMINISTRATIVO i 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
CONCEITO: 
 “É o ramo do direito público que trata de princípios e regras que disciplinam a função administrativa e que abrange órgãos, agentes e atividades desempenhadas na consecução do interesse público” (NOHARA Irene Patrícia, Direito Administrativo, 2.ª ed., São Paulo, Atlas, 2012, p. 6). 
	“Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado” (MEIRELLES, Hely Lopes, O Direito Administrativo Brasileiro, 29ª ed., São Paulo, Malheiros Editora, 2004).
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
No Estado Democrático de Direito, a função administrativa é exercida pelo Estado ou seus delegados, subjacentemente à ordem constitucional e legal, sob o regime jurídico de direito público, com vistas a alcançar os fins colimados pela ordem jurídica. 
De uma forma abrangente, a Administração pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime jurídico de direito público. Em regra, no entanto, as relações jurídicas da Administração estão submetidas a regime jurídico administrativo, de direito público, que coloca a Administração numa posição privilegiada, de superioridade em relação aos particulares, estabelecendo assim uma relação vertical.
A função administrativa é marcada pela conjugação de dois princípios caracterizadores do regime jurídico administrativo, quais sejam: o princípio da supremacia do interesse público e o princípio da indisponibilidade do interesse público.
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Regime Jurídico Administrativo: conjunto de normas jurídicas de direito público, que instituem prerrogativas públicas e sujeições para a Administração Pública, baseado na supremacia e na indisponibilidade do interesse público. 
Postulados do Regime Regime Jurídico Administrativo: 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO EM RELAÇÃO AO INTERESSE PARTICULAR
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
Trata-se do primado do interesse público. Isto não significa supremacia do interesse do administrador, mas sim supremacia do interesse público geral em relação aos interesses dos particulares. Trata-se da superioridade de tratamento a ser dada aos interesses da coletividade, pressuposto de uma ordem social estável, em que todos e cada um possam sentir-se garantidos e resguardados.
A supremacia do interesse público está presente tanto no momento da elaboração da lei como no momento da sua execução em concreto pela Administração Pública. Ela inspira o legislador e vincula a autoridade administrativa em toda a sua atuação. 
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
A indisponibilidade significa que os interesses pertencentes à coletividade não se colocam sob a livre disposição de quem quer que seja, inclusive do administrador. Trata-se de interesses em relação aos quais incumbe apenas curá-los, no sentido de cuidar de tais interesses.
Frise-se que os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes. Portanto, cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade, que por sua vez se constitui na verdadeira titular dos direitos e dos interesses públicos. 
Reflexos da indisponibilidade: primazia do princípio da legalidade, busca de realização de objetivos voltados para os fins públicos, continuidade do serviço público, princípio da publicidade, e, por fim, a inalienabilidade dos bens e direitos concernentes a interesses públicos.
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
Art. 37, CF/88: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”…   
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
LEGALIDADE: nasceu com o Estado de Direito e constitui uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais. Isto porque a lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece também os limites da atuação administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade. 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
IMPESSOALIDADE: exigir impessoalidade da Administração tanto pode significar um atributo a ser observado em relação aos administrados como à própria administração. 
Em relação aos administrados, significa que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento. 
Em relação à Administração, o princípio da impessoalidade significa que os atos e provimentos administrativos são imputáveis não aos funcionários que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da Admnistração Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato – art. 37, parágrafo 1.º, CF/88: “1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
Para que o agente publico venha a sofrer as sanções cabíveis pelo desvio de finalidade da publicidade conferida do §1º do art. 37 da CF, deve ficar caracterizado a promoção pessoal à custa do erário publico. Neste sentido: 
	APELAÇÃO CÍVEL - ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - PRELIMINAR DE NULIDADE - AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA E CITAÇÃO - PREJUÍZO - NÃO CARACTERIZAÇÃO - NULIDADE - INOCORRÊNCIA - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - SÍTIO OFICIAL DO MUNICÍPIO - PROMOÇÃO PESSOAL - NÃO CONFIGURAÇÃO - MÁ-FÉ NÃO VERIFICADA - CARÁTER MERAMENTE INFORMATIVO - AUSÊNCIA DE PREJUÍZO AO ERÁRIO - INTELIGÊNCIA DO DISPOSTO NO ART. 37 , § 1º , DA CF/88 - SENTENÇA CONFIRMADA. - A proibição da publicação de nomes e imagens não é generalizada; os símbolos, slogans, nomes ou imagens utilizados pelo administrador público na publicidade dos atos, programas, obras, serviços ou campanhas, somente caracteriza violação da norma constitucional quando evidente a intenção de se auto promover às custas do erário público. (2013. MG. Relator Barros Levenhagen. AC 10051090288203001 MG).
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INSERÇÃO DO NOME DO SERVIDOR PÚBLICO NA PUBLICIDADE OFICIAL DA AUTARQUIA ESTADUAL. CALENDÁRIO COM CARÁTER EDUCACIONAL E INFORMATIVO. PROMOÇÃO PESSOAL NÃO CARACTERIZADA. INOCORRÊNCIA DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CONHECIMENTO E IMPROVIMENTO DO RECURSO. PRECEDENTES. - Ausente a prova de má-fé, bem como de proveito próprio do agente público e não configurada qualquer das hipóteses legais de publicidade autopromocional, inviável a alegação da suposta improbidade administrativa.  (2011. Rio Grande do Norte. Relator Des. João Rebouças. AC 97007 RN 2011.009700-7).
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
Caso a administração deseje promover a publicação de seus atos administrativos por meio do erário publico, será perfeitamente possível desde que respeitado o caráter educativo, informativo ou de orientação social do ato. Neste sentido: 
Ação Civil Pública. Improbidade administrativa. Publicidade pessoal custeada com dinheiro do erário municipal. Fotos do prefeito inseridas em reportagem comemorativa de aniversário da cidade, com referência a obras públicas realizadas. A promoção de realizações governamentais, não proibida, embora deva ser impessoal, contém, em si mesma, a promoção pessoal do administrador público. Por isso, o fato de o Administrador aparecer fotografado, com outras pessoas, no ato de inauguração da obra, não comporta, só por isso, tipificação de improbidade administrativa e a exigência de ressarcimento ao erário municipal. Ação improcedente. Condenação do "Estado" ou o Ministério Público no pagamento de honorários de advogado em verbas de sucumbência. Inadmissibilidade.Inaplicabilidade do art. 20 do CPC. A regra é a da isenção absoluta de ônus para as partes, nos termos do art. 18 da Lei 7347/85. Recurso provido em parte. (TJSP,Apelação Cível nº.: 82.293.5/4-00, Rel.: Des. José Santana, DJ: 16/11/1999)
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
MORALIDADE: a imoralidade administrativa surgiu e se desenvolveu ligada à ideia de desvio de poder, pois se entendia que em ambas às hipóteses a Administração Pública se utiliza de meios lícitos para atingir finalidades irregulares. A imoralidade estaria na intenção do agente. 
Ainda que, no desvio de poder, o vício esteja na consciência ou na intenção de quem pratica o ato, a matéria passou a inserir-se no próprio conceito de legalidade administrativa. 
Será então que se pode identificar o princípio da legalidade com o da moralidade administrativa?
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
No caso do direito brasileiro não. 
O art. 37, caput, CF/88 menciona como princípios autônomos o da legalidade e o da moralidade. Assim sendo, sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa. 
É evidente que, a partir do momento em que o desvio de poder foi considerado ato ilegal e não apenas imoral, a moralidade administrativa teve o seu campo reduzido; o que não impede, diante do direito positivo brasileiro, o reconhecimento de sua existência como princípio autônomo. 
Embora não se identifique com a legalidade, a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos porque acarreta a invalidade do ato, que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
PUBLICIDADE: exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei. 
Existem na própria CF/88, em seu art. 5.º, outros preceitos que confirmam ou restringem o princípio da publicidade (incisos LX, XXXIII, XIV, LXXII, XXXIV). 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
EFICIÊNCIA: corresponde ao dever da boa administração. 
Pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições para lograr os melhores resultados; 
E em relação o modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público. 
Princípios Especiais da Administração
Art. 2.º da Lei n° 9.784 de 29 de janeiro de 1999 (Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal): a “Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência”.
Princípio da Finalidade
Princípio da finalidade: a norma ou ato administrativo devem ser interpretados e aplicados da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se destina. 
	TJMG 10 287.12. 005329-6/001 
	Relator(a):  Des.(a) Caetano Levi Lopes
	Comarca: Guaxupé
	Órgão julgador: 2.ª Câmara Cível
	Data do julgamento: 06/12/2016 Data de publicação: 15/12/2016
	Ementa: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. REVESTIMENTO DE BENS PÚBLICOS COM AS CORES ALUSIVAS AO PARTIDO E À COLIGAÇÃO POLÍTICA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO. FINALIDADE DE PROMOÇÃO PESSOAL EVIDENCIADA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE. CONDUTA ÍMPROBA CARACTERIZADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. A Constituição da República estabelece que a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens caracterizam a promoção pessoal de autoridades ou funcionários públicos. 2. A utilização de verbas públicas pelo agente com a finalidade de se autopromover caracteriza improbidade administrativa porque desvirtua a finalidade da publicidade. 3. Evidenciado o intuito de promover-se pessoalmente ao realizar a pintura de bens públicos nas cores que marcaram a sua campanha eleitoral, e com recursos do erário, resta caracterizada a conduta ímproba do gestor público. 4. Apelação cível conhecida e não provida, mantida a sentença que acolheu a pretensão inicial.
Princípio da Motivação
Princípio da Motivação: em um Estado Democrático de Direito, em que o povo é o soberano titular do poder, o Estado, ao atender aos anseios da população deve realizar atos administrativos motivados, ou seja, fundamentados. De fato, o mínimo que a sociedade deve exigir da Administração é que esta indique quais as razões que justificam a tomada de decisões.
Da mesma forma, a motivação é forma de garantir a possibilidade de controle judicial da legalidade dos atos administrativos.
Como a Administração atua em nome do interesse publico, tem o dever de dar transparência à prática dos atos administrativos, de modo que a falta de motivação impede que se saiba qual a razão que justificou determinado ato.
Por esta razão, a Lei nº 9.784/99 elenca em seu art. 2º a motivação como princípio que rege o processo administrativo federal, indicando, no inciso VII do parágrafo único, que o administrador deve fornecer: “indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão”. A seguir, o art. 50 do mesmo diploma legal faz um elenco de casos em que os atos devem ser obrigatoriamente motivados.
Princípio da Motivação
Lei nº 9.784/99
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.
Princípio da Motivação
	TJCE 0042694-67.2017.8.06.0091    
	Assunto: Remessa Necessária / Concurso Público / Edital
	Relator(a): PAULO AIRTON ALBUQUERQUE FILHO
	Comarca: Iguatu
	Órgão julgador: 1ª Câmara Direito Público
	Data do julgamento: 09/03/2020Data de publicação: 09/03/2020
	Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. REMESSA OBRIGATÓRIA. SERVIDORA PÚBLICA. REMOÇÃO EX OFFICIO. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO, EVITANDO QUE O ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO SE CONVOLE EM ARBITRÁRIO. NULIDADE. - A Administração Pública detém a prerrogativa de organizar o serviço público, todavia, os seus atos devem ser pautados pela observância aos princípios previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal. - No caso concreto, o impetrante é enfermeiro concursado em vaga exclusiva para o Programa de Saúde da Família e exerce as suas funções junto às comunidades atendidas pelo mencionado programa, não podendo ser deslocado para exercício funcional em outro local que não seja destinado ao PSF. - A alegada remoção a pedido do servidor não ficouprovada, inexistindo motivação na portaria que alterou a sua lotação, fato este que evidencia o arbítrio da autoridade impetrada, que não se justifica ante a vigência dos princípios contidos no art. 37 da CF/1988. - O interesse público na relotação não ficou evidenciado, violando-se os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência na Administração Pública. SENTENÇA CONFIRMADA. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a Primeira Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, à unanimidade, em conhecer da remessa necessária, todavia, para negar-lhe provimento, confirmando a sentença, nos termos do voto do eminente Relator. 
TJCE 
Princípios da 
Razoabilidade e da Proporcionalidade
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade: Os dois princípios se aplicam na limitação do poder discricionário. 
Exemplo: a discricionariedade ocorre quando a lei deixa uma margem de decisão para o agente público aplicá-la ao caso concreto. 
A Lei 8.112/90 (dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais) apresenta, entre as penalidades aplicáveis aos servidores públicos, a advertência, a suspensão e a demissão. No caso concreto, caberá à autoridade responsável decidir qual das penalidades será cabível. Isso é a discricionariedade. Contudo, ela não pode ser exercida de forma ilimitada.
Princípios da 
Razoabilidade e da Proporcionalidade
O Princípio da razoabilidade impõe que, ao atuar dentro da discrição administrativa, o agente público deve obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas. Dessa forma, ao fugir desse limite de aceitabilidade, os atos serão ilegítimos e, por conseguinte, serão passíveis de invalidação jurisdicional. 
A proporcionalidade (ou da vedação de excessos), por outro lado, exige o equilíbrio entre os meios que a Administração utiliza e os fins que ela deseja alcançar, segundo os padrões comuns da sociedade, analisando cada caso concreto. Considera, portanto, que as competências administrativas só podem ser exercidas validamente na extensão e intensidade do que seja realmente necessário para alcançar a finalidade do interesse público ao qual se destina. Em outras palavras, o princípio da proporcionalidade tem por objeto o controle do excesso de poder, pois nenhum cidadão pode sofrer restrições de sua liberdade além do que seja indispensável para o alcance do interesse público.
Princípios da 
Razoabilidade e da Proporcionalidade
A proporcionalidade, aplicada no direito administrativo, traz a idéia de que os atos da Administração só serão válidos se forem executados em “extensão e intensidade proporcionais” àquilo que seja realmente necessário para o atingimento do interesse público. Notadamente quando se trata de atos administrativos restritivos de direitos, a Administração deve adotar providências adequadas aos fins pretendidos, necessárias e não gravosas para os objetivos pretendidos. 
Nesse sentido, o princípio da proporcionalidade está elencado como princípio no art. 2º, parágrafo único, inciso VI da Lei nº 9.784/99 (que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal): “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.”
Princípios da 
Razoabilidade e da Proporcionalidade
O princípio da proporcionalidade está igualmente implícito na cláusula do devido processo legal, inscrita no inciso LIV do art. 5º da CF/88, conforme assentada jurisprudência do STF: “Cumpre enfatizar, neste ponto, que a cláusula do devido processo legal – objeto de expressa proclamação pelo art. 5º, LIV, da Constituição, e que traduz um dos fundamentos dogmáticos do princípio da proporcionalidade – deve ser entendida, na abrangência de sua noção conceitual, não só sob o aspecto meramente formal, que impõe restrições de caráter ritual à atuação do Poder Público (procedural due process of law), mas, sobretudo, em sua dimensão material (substantive due process of law), que atua como decisivo obstáculo à edição de atos normativos revestidos de conteúdo arbitrário ou irrazoável. A essência do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislação ou de regulamentação que se revele opressiva ou destituída do necessário coeficiente de razoabilidade.” (SS 1320, Min. Celso de Mello, DJ de14.4.1999).
Por tal razão, a proporcionalidade é mecanismo para contenção da imperatividade e da auto-executoriedade dos poderes estatais.
Princípios Especiais da Administração
Princípio da Segurança Jurídica
Princípio da Segurança Jurídica: deve ser visto como um dos pilares do Estado de Direito. De fato, é de se esperar que um Estado que se autodenomina Estado Democrático de Direito coíba ao máximo toda forma de arbítrio estatal, de forma que as condutas estatais possam ser previsíveis e perfeitamente identificáveis as suas conseqüências. A concepção de uma sociedade juridicamente organizada requer como premissa o reconhecimento da segurança jurídica como um valor supremo. 
A noção fundamental de segurança jurídica alia-se à idéia de previsibilidade, regularidade e estabilidade das relações jurídicas, sobretudo quando se está a considerar as relações jurídicas de natureza pública, onde há participação direta do Estado no exercício de sua potestade administrativa. 
Princípio da Segurança Jurídica
O princípio da segurança jurídica traz em si dois lados, a saber: 
o lado objetivo, que releva a perspectiva de certeza, indicando o conhecimento seguro das normas e atividades jurídicas. É representado pela irretroatividade das normas e a proteção dos atos constituídos ante as alterações supervenientes da legislação. A prescrição e a decadência, por exemplo, são fatos jurídicos através dos quais a ordem jurídica confere destaque ao princípio da estabilidade das relações jurídicas, ou, como se tem denominado, ao princípio da segurança jurídica. 
o lado subjetivo tem a ver com a perspectiva de estabilidade, mediante a qual se difunde a ideia de consolidação das ações administrativas e se oferece a criação de novos mecanismos de defesa por parte do administrado, como o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, de uso mais constante no direito privado. É representado pelo princípio da proteção da confiança, segundo o qual a estabilidade das relações jurídicas está ligada à preservação das expectativas legítimas surgidas no seio da sociedade, em relação à legitimidade dos atos emanados da Administração. 
Princípio da Confiança
No direito brasileiro não há previsão expressa do princípio da confiança, porém ele se encontra implicitamente no nosso ordenamento jurídico, configurando-se na faceta subjetiva do princípio da segurança jurídica. 
O princípio da proteção da confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros. 
O princípio se justifica pelo fato de ser comum, na esfera administrativa, haver mudança de interpretação de determinadas normas legais, com a consequente mudança de orientação, em caráter normativo, afetando situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior. Essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porem gera insegurança jurídica, pois os interessados nunca sabem quando a sua situação será passível de constestação pela própria Administração Pública. Daí a regra que veda a aplicação retroativa. 
Contudo, o princípio tem que ser aplicado com cautela, para não levar ao absurdo de impedir a Administração de anular atos praticados com inobservância da lei. Nesses casos, não se trata de mudança da interpretação, mas de ilegalidade, estasim a ser declarada retroativamente, já que atos ilegais não geram direitos. 
Princípio da Confiança
É certo que a jurisprudência aponta alguns casos em que foram convalidadas situações jurídicas ilegítimas, justificando-se a conversão pela “teoria do fato consumado”, isto é, em certas situações seria melhor convalidar o fato do que suprimi-lo da ordem jurídica, hipótese em que o transtorno seria de tal modo expressivo que chegaria ao extremo de ofender o princípio da estabilidade das relações jurídicas. 
Registre-se a propósito que, o STF, invocando a Lei 9.784/99 (que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal) já convalidou ato adminstrativo de transposição de carreira em favor de servidor, porquanto, embora calcado em lei supostamente inconstitucional, já consolidara a situação jurídica do destinatário e, desse modo, merecia proteção “em homenagem ao princípio da segurança jurídica”. 
Obs.: Súmula Vinculante 43/STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
Princípio da Confiança
Artigo 54 da Lei 9.784/99:  ”O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.
Como se pode observar, a norma conjuga os aspectos de tempo e boa-fé, mas se dirige essencialmente a estabilizar relações jurídicas pela convalidação de atos administrativos inquinados de vício de legalidade. Decorre, portanto, da citada norma, a clara intenção de sobrelevar o princípio da proteção à confiança, de modo que, após cinco anos e desde que tenha havido boa-fé, fica limitado o poder de autotutela administrativa e, em consequência, não poderá mais a Administração suprimir efeitos favoráveis que o ato produziu para seu destinatário. 
Princípios Especiais da Administração
Princípios da Tutela e Autotutela:
Tutela é o poder de controle dos atos das entidades da Administração Indireta pelos órgãos centrais da Administração Direta. O poder de tutela sempre foi denominado de supervisão ministerial e abrange o controle finalístico dos atos da Administração Indireta. 
Já o princípio da autotutela administrativa representa que a Administração Pública tem o poder-dever de controlar seus próprios atos, revendo-os e anulando-os quando houverem sido praticados com alguma ilegalidade. Dessa forma, a autotutela funda-se no princípio da legalidade administrativa: se a Administração Pública só pode agir dentro da legalidade, é de se considerar que os atos administrativos eivados de ilegalidade devem ser revistos e anulados, sob pena de afronta ao ordenamento jurídico.
Assim sendo, a autotutela abrange o poder de anular, convalidar e, ainda, o poder de revogar atos administrativos. 
A autotutela está expressa no art. 53 da Lei nº 9.784/99 (“A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”) , assim como na Súmula nº 473/STF (“A administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
Princípios Especiais da Administração
Princípio da economicidade: vem expressamente previsto no art. 70 da CF/88 e representa, em síntese, na promoção de resultados esperados com o menor custo possível. É a união da qualidade, celeridade e menor custo na prestação do serviço ou no trato com os bens públicos.
Princípio da insindicabilidade do mérito administrativo: Quando a Administração Pública, no caso concreto, tiver de decidir acerca da conveniência ou da oportunidade da prática de determinado ato administrativo, neste juízo do administrador, restará consubstanciado o mérito administrativo. Neste sentido, o mérito administrativo é um elemento integrante da atividade administrativa discricionária que se configura num juízo valorativo do administrador público, acerca do caso concreto, buscando escolher a melhor solução possível à situação posta, na intenção de satisfazer a finalidade imposta pela norma. Exemplo: num juízo de conveniência e oportunidade, a Administração concedeu uma autorização para determinada pessoa realizar um casamento na praia. Se o Estado fosse processado por ter dado a autorização, não poderia o juiz (Judiciário), discutir o mérito da autorização, apenas eventuais vícios de forma ou inconstitucionalidade. Isso porque o mérito administrativo é insindicável, ou seja, não se poder discutir judicialmente o mérito administrativo do ato.

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