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PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br TÓPICO 1 COMPREENSÃO INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Texto para as questões de 1 a 4: Setenta anos, por que não? Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura? [...] Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga. [...] Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa. (LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16) 1. O modo pelo qual o texto é iniciado permite ao leitor concluir tratar-se de: a) uma exposição pessoal de ponto de vista b) uma representação consensual a respeito do tema c) uma comprovação incontestável sobre o assunto d) uma orientação consolidada como norma e) uma explicação sem defesa de ponto de vista 2. No segundo parágrafo do texto a autora sugere que: a) o hábito da leitura indica que a pessoa está envelhecendo b) as pessoas idosas, atualmente, têm mais ânimo que as jovens c) a noção de velhice não se altera independente da época d) os idosos de hoje ocupam-se a ponto de esquecer a família e) as pessoas idosas, atualmente, aproveitam melhor a vida 3. Em “Não precisamos ser tão incrivelmente sérios” (3º§), o vocábulo destacado poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido, por: a) perigosamente b) possivelmente c) controladamente d) exageradamente e) impulsivamente 4. A expressão “Desse ponto de vista,”, empregada no primeiro parágrafo, cumpre um papel coesivo à medida que: a) resgata uma ideia apresentada e progride no seu desenvolvimento b) apresenta uma ideia completamente nova em relação à anterior c) antecipa uma informação que será desenvolvida no texto d) contesta a informação apresentada anteriormente e) ilustra uma ideia que ainda será apresentada Texto para as questões 5, 6 e 7: Ensinamento Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: “Coitado, até essa hora no serviço pesado”. Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo. (Adélia Prado) PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br 5. No texto, percebe-se a presença de mais de um ponto de vista. São eles: a) o do enunciador e o da mãe b) o da mãe e o do pai c) o do leitor e o da mãe d) o do enunciador e o do leitor e) o do enunciador e o do pai 6. Após a leitura atenta do texto, deve-se entender o “Ensinamento”, a que o título faz referência, como a: a) utilização do estudo como possibilidade de diferenciação social b) valorização do trabalho através da dedicação do pai ao “fazer serão" c) importância das atitudes de amor representadas pelo cuidado da mãe com o pai d) irrelevância do trabalho doméstico diante da atividade desenvolvida pelo pai e) obrigatoriedade de observação do cotidiano familiar por parte dos filhos 7. O último verso do texto emprega o pronome “essa” como recurso coesivo. Seu uso pode ser explicado uma vez que: a) antecipa uma ideia que será apresentada b) faz referência a algo próximo ao leitor c) sinaliza uma referência temporal d) resume elementos de uma enumeração e) retoma um termo citado anteriormente Texto para as questões 8 e 9: Carnaval de trazer por casa Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que acabasse com o Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão. [...] Nós éramos todas meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna. Sonhávamos com os cinco dias mais prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e só terminava terça quando as estrelas iam muito altas. Havia o cheiro das bombinhas que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se misturava com o pó do baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o cantor esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os bombos saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético. E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio, com os carros de bois a chiar pelas ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos, mulheres vestidas de bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o mundo estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia. O outro, o que via nas televisões, não era meu. (FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de- trazer-por-casa/?autor=40. Acesso em set. 2016.) 8. A expressão “O outro”, presente no último parágrafo encerra uma oposição que deve ser entendida como: a) juventude e velhice b) televisão e paixão c) organização e desordem d) realidade e fantasia e) rapidez e eternidade 9. O texto expõe memórias coletivas através do olhar de um narrador. Assinale a opção em que se destaca um vocábulo que evidencie essa ideia de coletividade. a) “Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés" b) “Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.” c) “A folia começava sexta-feira e só terminava terça” d) “Que se ressentiam vermelhos de dor.” e) “E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas” Texto para as questões 10 e 11: Meu engraxate É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação. Meu engraxate me deixou. Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada. Então me (1) inquietei, não sei que (2) doenças mortíferas, que (3) mudança pra outras portas se passaram em mim, resolvi perguntar ao menino que(4) trabalhava na outra cadeira. O menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá simpatia alguma. E tímido, o que torna instintivamente a gente muito combinado com o universo no propósito de desgraçar esses desgraçados de nascença. “Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático, me (5) deixando numa perplexidade penosíssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou um dos que ficam fregueses e dão gorjeta. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha de continuar engraxando sapatos toda a vida minha e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom. PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br (ANDRADE, Mário de. Os Filhos da Candinha. São Paulo, Martins, 1963. P. 167.) 10. Assinale a alternativa correta. a) O narrador está desolado por ter perdido contato com o engraxate a quem se ligava por fortes laços afetivos b) A razão da perplexidade do narrador está relacionada ao fato de ele ter perdido os serviços do engraxate c) O narrador deseja encontrar o engraxate para lhe agradecer os serviços que recebera d) O narrador sente inveja do engraxate, já que este agora vende bilhetes de loteria 11. É correto afirmar que: a) num texto, o significado de uma parte depende de sua relação com outras partes: se considerássemos apenas o primeiro parágrafo de forma isolada, a relação entre o narrador e o engraxate seria diferente daquela verificada ao longo da narrativa b) o texto é um tecido, uma estrutura construída de tal modo que as frases podem ter significado autônomo, ou seja, num texto, o sentido de uma frase não tem correlação com as demais frases. Ao longo do texto, confirma-se a desolação do narrador pelo abandono de seu amigo engraxate c) Por trás dessa história inventada, existe um pronunciamento de quem produziu o texto: as pessoas são ingratas por natureza, afinal somos seres humanos d) Para o autor do texto, as relações sociais devem ser movidas pelos interesses recíprocos e a troca de favores 12. Texto I Todo ponto de vista é a vista de um ponto Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. Sendo assim, fica evidente que cada leitor é um coautor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita. (Leonardo Boff. A águia e a galinha. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. p9-10). O texto II explora a questão proposta pelo texto I através de uma situação concreta. Considerando essa relação entre textos, é correto afirmar que: a) a neve, enquanto fenômeno natural, não deveria propiciar percepções distintas, mas gerar um só resultado. b) a mesma experiência produz reações diferentes em função da realidade de quem a vivência. c) a variação de opiniões é algo tipicamente humano e sempre independe da observação da realidade experimentada. d) a diferença de experiência retratada pela charge é resultado da pluralidade de visões do leitor. 13. Leia o texto para responder a questão. Coisas Antigas [...] “Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá- lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual a origem desse carinho. Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram. [...] O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno. [...]” Rubem Braga De acordo com o texto, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br I. O texto discorre sobre um objeto de uso comum que tem resistido às mudanças que ocorrem naturalmente com o tempo. II. O narrador se mostra introspectivo e expressa apatia ao observar que o guarda-chuva se mantém obsoleto nos dias atuais. III. As expressões junco e pinho, que aparecem no último parágrafo, referem-se aos tipos de metais utilizados na fabricação das varetas do guarda- chuva. A)Apenas as afirmativas I e III estão corretas. B)Apenas a afirmativa a II está correta. C)Apenas a afirmativa I está correta. D)Apenas a afirmativa III está correta. 14. Leia com atenção trecho do texto “O que é algoritmo?” de Ana Paula Pereira (TecMundo) para responder à questão a seguir. (adaptado) Nos dias atuais e com a evolução galopante da tecnologia, dificilmente encontramos pessoas que nunca tenham utilizado um computador. Os propósitos podem variar bastante, seja para edição de textos, jogos ou atividades mais complexas. Já é difícil de imaginar nossas vidas sem o uso dessa ferramenta. Nessa atividade tão comum ao nosso cotidiano, você algum dia deve ter parado para pensar como os programas funcionam. Você deve ter feito a si mesmo esta pergunta: como é que o computador faz todas as tarefas exatamente da forma que você pede? A resposta é mais simples do que parece: ele segue as instruções que você passa. Mas, para que ele consiga entender o que você fala, ele precisa de uma linguagem mais específica. Para fazer essa interpretação entre homem e máquina, foram desenvolvidas as linguagens de programação. Para que essa interação seja possível, eles são fundamentais: os algoritmos. Um algoritmo nada mais é do que uma receita que mostra passo a passo os procedimentos necessários para a resolução de uma tarefa, como a receita de um bolo. Ele não responde à pergunta “o que fazer?”, mas sim “como fazer”. Em termos mais técnicos, um algoritmo é uma sequência lógica, finita e definida de instruções que devem ser seguidas para resolver um problema ou executar uma tarefa. Embora você não perceba, utiliza algoritmos de forma intuitiva e automática diariamente quando executa tarefas comuns. Como estas atividades são simples e dispensam ficar pensando nas instruções necessárias para fazê-las, o algoritmo presente nelas acaba passando despercebido. Considerando o texto, os elementos de coesão referencial e a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e dê valoresVerdadeiro (V) ou Falso (F). ( ) No trecho “Nessa atividade tão comum ao nosso cotidiano”, o termo destacado “nessa” é a contração da preposição “em” e do pronome demonstrativo “essa”, que funciona como um recurso anafórico por fazer referência a algo já mencionado no texto. ( ) No trecho “Você deve ter feito a si mesmo esta pergunta”, o termo destacado “esta” funciona como elemento catafórico de coesão, já que se refere a uma expressão enunciada posteriormente a ele no texto. ( ) No trecho “que devem ser seguidas para resolver um problema ou executar uma tarefa.”, a palavra “que” é um pronome relativo que retoma anaforicamente a expressão “sequência lógica”. ( ) No trecho “Para realizar essa interação, eles são fundamentais: os algoritmos.”, o termo destacado “eles” é um pronome pessoal que possui no texto função anafórica, já que tem função de retomar um referente mencionado. ( ) No trecho “nas instruções necessárias para fazê-las” o termo destacado “las” é um pronome pessoal que possui função catafórica, já que se refere a um termo utilizado depois dele no texto. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. A) V, V, V, F, V. B) F, V, V, V, F. C) F, V, F, V, V. D) V, V, F, F, F. 15. Leia o infográfico (Pinimg) para responder à questão. PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br Sobre as informações contidas no infográfico, assinale a alternativa correta. A) O infográfico informa sobre como hábitos cotidianos produzem certos tipos de neurotransmissores e quais são as consequências da liberação destas substâncias em nosso corpo e nossa vida. B) De acordo com o infográfico, a endorfina, produzida pelo consumo de chocolate, é nociva ao nosso organismo e precisa ser evitada. C) A coluna central do infográfico aponta todas as vitaminas que precisamos consumir cotidianamente para cultivar uma vida saudável. D) De acordo com o infográfico, a troca de afetos produz melatonina que é o neurotransmissor que melhora a qualidade de nosso sono. 16. Leia com atenção um trecho de uma reportagem sobre “Mães solo” para responder à questão a seguir. (Adaptado) É muito comum escutarmos por aí as pessoas utilizando a expressão “mãe solteira” para se referir àquelas mulheres que criam sozinhas os seus filhos. E por que não é adequado utilizarmos essa expressão? O termo “mãe solo” surgiu como uma forma de dar enfoque ao compromisso assumido pela mãe em se responsabilizar pelos cuidados da criança por ela gerada ou adotada. Mas é importante entendermos a maternidade como algo muito complexo, que se dá para além do estado civil da mulher. Se o pai não divide a criação com a mãe igualitariamente, 50 a 50% do tempo, ela ainda será considerada uma mãe solo – mesmo que ele coloque seu nome na certidão do filho(a), pague a pensão que deve e veja a criança algumas vezes durante a semana. (...) Infelizmente ainda existe uma cultura que viabiliza esse comportamento masculino de isenção perante a paternidade, mas o contrário parece impensável para as mulheres, que ainda são alvo de críticas, caso não cumpram suas funções maternas de maneira esperada. Segundo dados colhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2005, 10,5 milhões de famílias já eram compostas por mulheres sem cônjuge e com filhos, sendo elas as principais responsáveis pela criação dos mesmos. Nos últimos 10 anos, o número de “mães solo” no Brasil aumentou em mais de um milhão. Ao mesmo tempo, a taxa de fecundidade caiu de 2,38 filhos por mulher para 1,9, em 2010. Esse decréscimo está ligado ao aumento da escolaridade feminina, que teve sua presença intensificada tanto no ensino médio como nas universidades, superando os números masculinos neste mesmo processo. A partir da leitura e interpretação do texto, assinale a alternativa incorreta. A) De acordo com o texto, o termo “mãe solo” faz referência a mulheres que assumiram completamente ou majoritariamente os cuidados e a responsabilidade por seus filhos. B) O termo “mãe solo” não discrimina a maternidade adotiva podendo ser empregado para referir-se tanto a mães de filhos biológicos como de filhos adotivos. C) A diferença de uso das expressões “mãe solteira” e “mãe solo” reside no fato de deslocar a compreensão da maternidade para além do estado civil da mulher. D) O decréscimo do número de “mães solo” no Brasil se deve, entre outros fatores, ao aumento da escolaridade feminina. 17. Leia abaixo este capítulo e responda a questão. Para se vingar de uma, que o havia traído, o rei degolava todas. No crepúsculo se casava, na alvorada enviuvava. Uma atrás da outra, as virgens perdiam a virgindade e a cabeça. Sherazade foi a única que sobreviveu à primeira noite, e depois continuou trocando uma história por cada novo dia de vida. Essas histórias, por ela escutadas, lidas ou imaginadas, a salvavam da decapitação. As dizia em voz baixa, na penumbra do quarto, sem outra luz que a da lua. Dizendo essas histórias sentia prazer, e dava prazer, mas tomava muito cuidado. Às vezes, em pleno relato, sentia que o rei estava examinando seu pescoço. Se o rei se aborrecesse, estava perdida. De medo de morrer nasceu a maestria de narrar. Ref. In: GALEANO, Eduardo. Mulheres. Tradução de Eric Nepomuceno e Sergio Faraco. Porto Alegre, RS: L&PM, 2017. Sobre a interpretação do texto acima, assinale a alternativa incorreta: A) Sherazade se gaba da sua astúcia por escapar do destino trágico das outras virgens que a precederam, por meio de sua habilidosa capacidade de narrar e extrema beleza. B) A história de Sherazade conta que as histórias ouvidas, lidas ou imaginadas por ela foram a real causa dela não ser decapitada pelo rei. C) O rancor do rei foi gerado por ele ter sido traído por uma mulher, e, como resposta, degolava todas as suas esposas depois da primeira noite, com exceção de Sherazade. D) O prazer proporcionado e sentido por Sherazade em suas noites com o rei era suscitado pelas narrativas que ocupavam a madrugada, na penumbra do quarto. PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br GABARITO 1. A 2. E 3. D 4. A 5. A 6. C 7. E 8. D 9. B 10. B 11. A 12. B 13. C 14. C 15. A 16. D 17. A Ainda sobre texto: TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS 1. Leia com atenção um trecho de uma reportagem sobre “Mães solo” para responder à questão a seguir. (Adaptado) De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta. A) O texto é um gênero em que predomina a sequência tipológica injuntiva já que incentiva a compra de contraceptivos que evitariam o aumento do número de mães solo no Brasil. B) A sequência textual predominante no texto acima é a narrativa, pois explora detalhes e informações caracterizando singularmente os raros casos de maternidade solo no Brasil. C) A reportagem pode ser lida como um texto informativo que além de atualizar a nomenclatura sobre maternidade solo, faz uso de dados numéricos que contextualizam a realidade das mães no Brasil. D) O trecho é prioritariamente argumentativo ao defender de modo enfático pontos de vista sobre a necessidade de planejamento familiar para evitar assim que crianças cresçam sem a presença do pai. La Loba (Adaptado) Existe uma velha que vivenum lugar oculto de que todos sabem, mas que poucos já viram. Como nos contos de fadas da Europa oriental, ela parece esperar que cheguem até ali pessoas que se perderam, que estão vagueando ou à procura de algo. Ela é circunspecta, quase sempre cabeluda e invariavelmente gorda, e demonstra especialmente querer evitar a maioria das pessoas. Ela sabe crocitar e cacarejar, apresentando geralmente mais sons animais do que humanos. (...) O único trabalho de La Loba é o de recolher ossos. Sabe- se que ela recolhe e conserva especialmente o que corre o risco de se perder para o mundo. Sua caverna é cheia dos ossos de todos os tipos de criaturas do deserto: o veado, a cascavel, o corvo. Dizem, porém, que sua especialidade reside nos lobos. Ela se arrasta sorrateira e esquadrinha as montanhas (...), leitos secos de rios, à procura de ossos de lobos e, quando consegue reunir um esqueleto inteiro, quando o último osso está no lugar e a bela escultura branca da criatura está disposta à sua frente, ela senta junto ao fogo e pensa na canção que irá cantar. Quando se decide, ela se levanta e aproxima-se da criatura, ergue seus braços sobre o esqueleto e começa a cantar. É aí que os ossos das costelas e das pernas do lobo começam a se forrar de carne, e que a criatura começa a se cobrir de pelos. La Loba canta um pouco mais, e uma proporção maior da criatura ganha vida. Seu rabo forma uma curva para cima, forte e desgrenhado. La Loba canta mais, e a criatura-lobo começa a respirar. E La Loba ainda canta, com tanta intensidade que o chão do deserto estremece, e enquanto canta, o lobo abre os olhos, dá um salto e sai correndo pelo desfiladeiro. Em algum ponto da corrida, quer pela velocidade, por atravessar um rio respingando água, quer pela incidência de um raio de sol ou de luar sobre seu flanco, o lobo de repente é transformado numa mulher que ri e corre livre na direção do horizonte. Por isso, diz-se que, se você estiver perambulando pelo deserto, por volta do pôr-do-sol, e quem sabe esteja um pouco perdido, cansado, sem dúvida você tem sorte, porque La Loba pode simpatizar com você e lhe ensinar algo — algo da alma. (Fonte: ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos. Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. Tradução Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1994, pg. 43-44.) 2. Com base na análise textual da história “La Loba”, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. I. Os dois primeiros parágrafos da história podem ser caracterizados como descritivos pelo fato de o narrador ter como prioridade a caracterização da personagem, marcando, assim, a inexistência de progressão temporal. II. O trecho “Quando se decide, ela se levanta e aproxima-se da criatura, ergue seus braços sobre o esqueleto e começa a cantar. É aí que os ossos das costelas e das pernas do lobo começam a se forrar de carne, e que a criatura começa a se cobrir de pelos”, pode ser caracterizado como narrativo pela existência de uma progressão temporal. PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br III. A história pode ser compreendida como um texto argumentativo visto que defende um mito e conta com a descrição e a narração estratégias argumentativas para sustentar a existência de La Loba. IV. O texto acima apresenta uma unidade de sentido, pois apresenta progressão temporal, encadeamento lógico e centralidade temática, podendo, assim, ser caracterizado como dissertativo. Estão corretas as afirmativas: A) I, II e III apenas. B) I e II apenas. C) III apenas. D) III e IV apenas. 3. Observe o texto. “Código penal é um conjunto formado por leis penais sistemáticas, utilizadas para punir e evitar os delitos criminais cometidos no âmbito social e que infrinjam as normas estabelecidas pela Constituição vigente. O código penal tem como base o Direito Penal (também conhecido por Direito Criminal), responsável por ajudar a garantir o desenvolvimento e crescimento de uma sociedade livre de ações criminais e perversas ao bem comum ou à vida das pessoas.” Baseando-se na tipologia textual, assinale a alternativa correta: A) Trata-se de um texto descritivo, pois apresenta a descrição de algo ou alguém. B) Texto narrativo, que apresenta um depoimento sobre o código penal no Brasil. C) Texto descritivo, onde há uma notória predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas em detrimentos de verbos. D) Texto dissertativo argumentativo, apresenta um padrão do estilo de redação no Brasil. E) Texto expositivo informativo, pois transmite informações sobre determinado tema, com neutralidade. Texto Gravidez por substituição “Carrego seu flho por R$50 mil” Proibida no Brasil, barriga de aluguel movimenta internet com grupos de oferta e procura (Clarissa Pains) “Cedo meu útero por R$30 mil em dinheiro e um carro a partir do ano de 2012.” “Alugo barriga por R$50 mil para terminar de construir minha casa.” “Se você não tiver dinheiro, mas puder me arrumar um emprego, alugo meu útero sem custos.” Ao rolar a página de um grupo público sobre barriga de aluguel na internet, a sensação é de estar vendo uma seção de classifcados. As mulheres informam quanto cobram e quais são suas exigências, e os possíveis contratantes selecionam as que mais se encaixam no perfl que procuram e entram em contato. Os valores costumam variar de R$10 mil a R$50 mil, e muitas “candidatas” se dispõem a viajar para outros estados. Tão explícitas na rede, essas transações comerciais são, no entanto, proibidas no Brasil. Por aqui, só se pode “emprestar” a barriga para parentes de até quarto grau e se não houver dinheiro envolvido, no que é chamado tecnicamente de cessão temporária de útero ou gravidez por substituição. Quem tenta driblar isso, tem, em geral, consciência da proibição, mas alega necessidade fnanceira.[...] O tema não é consenso mesmo entre especialistas em reprodução. Para Maria Cecília, ter uma barriga solidária dentro da família e sem pagar é o ideal por uma questão emocional e de segurança para os pais e o bebê, mas a proibição da transação comercial traz outros problemas. - O vínculo comercial dá, sim, margem a práticas de má- fé. No entanto, é uma faca de dois gumes: quando você proíbe, acham um jeito de fazer de forma clandestina e, portanto, insegura. Proibir não é o melhor caminho, mas isso é uma opinião pessoal – diz ela. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Marcio Coslovsky ressalta que o objetivo da norma é, acima de tudo, impedir que se atente contra a dignidade humana: - A ideia é proteger as pessoas e não explorar a miséria delas. A única ponderação que cabe notar é que tal proibição, de forma geral, é associada à classe social: quem tem dinheiro pode pegar um avião e fechar um contrato de barriga de aluguel, porque vários países permitem. [...] Outra especialista, Claudia Navarro diz, ainda, que uma “inseminação caseira”, feita fora das clínicas especializadas, envolve uma série de perigos. - Há risco grave de infecção. Nas clínicas, o sêmen fca guardado seis meses antes de ser usado, para dar tempo de a janela de incubação dos vírus terminar. Isso nos dá garantia de que a pessoa não tem HIV, por exemplo – diz ela. – E se, além da barriga, a mulher usar seu óvulo, ela será mãe de fato da criança. Pode, no futuro, pedir guarda, pensão. São muitas consequências. (Fonte: Jornal O Globo, 25/02/2018) 4. O texto em análise pertence ao gênero jornalístico e apresenta um potencial informativo. Contribuem para issotodos os elementos linguísticos listados abaixo, EXCETO: PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br A) o emprego da terceira pessoa do discurso. B) predomínio do registro informal como em “rolar” (4º§). C) referência a autoridades na área em questão. D) reprodução de falas por meio das citações. 5. Leia com atenção o poema de Gregório de Matos: Três dúzias de casebres remendados, Seis becos de mentrastos entupidos Quinze soldados rotos e despidos Doze porcos na praça bem criados. Dois conventos, seis frades, três letrados Um juiz com bigodes sem ouvidos Três presos de piolhos carcomidos Por comer dois meirinhos esfaimados. As damas com sapatos de baeta Palmilha de tamanca como frade Saia de chita, cinta de raquete. O feijão que só faz ventosidade Farinha de pipoca, pão de greta De Sergipe Del Rei esta é a cidade. Quanto à tipologia textual usada pelo escritor analise as afirmativas a seguir: I. É uma descrição, por relatar as características de um local. II. É uma dissertação, por analisar e interpretar dados reais sobre a cidade de Sergipe Del Rei. III. É apenas a definição de uma linda cidade aos olhos do poeta. IV. É uma exposição, são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias; explica; avalia; reflete. Estão corretas as afirmativas: A) I e IV, apenas. B) I, apenas. C) III e IV, apenas. D) III apenas. GABARITO 1- C 2- B 3- E 4- B 5- B TÓPICO 2 PRONOME 1. O pronome relativo destacado em “as operações cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos deslizam” (2º§) poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido e adequando-se à norma, por: a) o qual. b) das quais. c) que. d) as quais. e) em que. 2. Considere o fragmento abaixo para responder à questão. “O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo.” O pronome pessoal destacado no trecho faz referência à seguinte palavra: a) homem. b) banquinho. c) balcão. d) botequim. 3. Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado pertence à seguinte classe gramatical: a) substantivo. PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br b) adjetivo. c) pronome. d) advérbio. e) interjeição. 4. Maria chorando ao telefone O telefone toca aqui em casa, atendo, uma voz de mulher estranhíssima pergunta por mim, e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala, ela me diz: é você mesma. O jeito foi eu ficar sendo eu própria. Mas... ela chorava? Ou o quê? Pois a voz era claramente de choro contido. “Porque você escreveu dizendo que não ia mais escrever romances.” “Não se preocupe, meu bem, talvez eu escreva mais uns dois ou três, mas é preciso saber parar. Que é que você já leu de mim?“ “Quase tudo, só falta A cidade sitiada e A legião estrangeira.” “Não chore, venha buscar aqui os dois livros.” “Não vou não, vou comprar.” ”Você está bobeando, eu estou oferecendo de graça dois livros autografados e mais um cafezinho ou um uísque.” [...] (LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999) No trecho “Você está bobeando”, percebe-se que, com o emprego do pronome de tratamento, a autora consegue: a) dirigir-se aos leitores de modo geral. b) fazer referência a um interlocutor específico. c) criar uma intervenção formal no diálogo. d) afastar-se de um projeto de leitor ideal. e) mostrar que não tem intimidade com quem fala. 5. Considerando o emprego do pronome “se” em: “A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos.” (3º§), Nota-se uma ambiguidade oriunda do emprego incomum da forma passiva sintética. Desse modo, NÃO entendendo a construção como passiva, o leitor compreenderia a passagem da seguinte forma: a) A alma tem suas dores, e para que cure a si mesma necessita de projetos e afetos b) A alma tem suas dores, e para que seja curada necessita de projetos e afetos c) A alma tem suas dores, e para que se sinta curada necessita de projetos e afetos d) A alma tem suas dores, e para que a curem necessita de projetos e afetos e) A alma tem suas dores, e para que busque a cura necessita de projetos e afetos 6. Em “Não me falou em amor.” (v.9), o pronome destacado participa da estrutura da oração exercendo a função sintática de: a) sujeito b) objeto direto c) complemento nominal d) objeto indireto e) adjunto adnominal “Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.” 7. No quarto parágrafo, o autor emprega dois pronomes indefinidos em “tudo é possível e nada é passível de ciúme” e, por meio deles: a) constrói uma ambiguidade. b) indica a construção de um paradoxo. c) aponta ideias que não são excludentes. d) sinaliza uma incoerência nos relacionamentos. 8. Considerando a Norma Padrão, em “não se pode dizer que existe uma porta aberta” (4º§), o emprego, em próclise, do pronome oblíquo deve-se: a) a um uso facultativo desse registro. b) à presença de uma palavra atrativa. c) a uma exigência do tempo verbal. d) a uma reprodução do discurso oral. 9. Considere as ocorrências de pronomes oblíquos átonos nos seguintes fragmentos retirados do 5º parágrafo do texto. Em seguida, assinale a alternativa que faz um comentário correto quanto à adequação da colocação desses pronomes em relação à Norma Padrão. I. O grupo moveu-se para tomar lugar” II. “recusou o convite gentil, sentia-se quase um estranho” III. “Despediu-se.” IV. “uma certeza de que nem tudo se perde” a) Apenas I e III estão corretas. b) Todas estão corretas. PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br c) Apenas I e II estão corretas. d) Apenas a III está correta. 10. Facebook deixa você depressivo Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala, está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali, estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo parece mais feliz do que você. Pobrecito... Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também disseram quanto concordavam com expressões como “a vida é justa” ou “muitos dosmeus amigos têm uma vida melhor do que a minha”. Aí então contaram quantos amigos cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas por semana. E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas não conheciam muito bem os contatos do Facebook. A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só alegria - mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias bons e ruins. Eu, hein. (Disponível em: http://superabril.com.br. Acesso em 18/05/16) Ao empregar o pronome “você”, no título do texto, o autor está se referindo: a) aos sociólogos citados b) aos usuários do Facebook c) aos leitores em geral d) apenas a si próprio 11. Das opções abaixo, assinale a única que apresenta corretamente a colocação do pronome. a) Esqueci de te contar que vi ele na rua. b) Nunca pode-se falar mal de quem não conhece-se c) Esta situação se-refere a assuntos empresariais. d) Precisa-se de bons funcionários. 12. Assinale a alternativa que apresenta a correta colocação do pronome. a) O aluno tinha-o deixado na escola. b) Nunca esqueça-se de mim. c) Naquela escola em que formei passei-me bons momentos. d) Você nos emocionou com suas palavras 13. COMUNIDADES - DAS PRIMEIRAS ÀS NOVAS LEITURAS DO CONCEITO (...) Por meio dos autores reunidos por Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade remete ao sentimento de vida em comum fundado nas relações de parentesco e vizinhança, baseado na reciprocidade, norteado por laços afetivos que ligam indivíduos que convivem em um mesmo espaço físico e nele adquirem os recursos básicos para a sua subsistência. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou outro dos atributos. Mas, se pudéssemos identificar um tipo ideal de comunidade, no sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes, esta teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia política e econômica e subordinação do individual ao social. Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros aspectos de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco, interdependências econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o conceito de sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade. Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...) http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83 089 -acesso em 02/05/2016. Com base na leitura do texto, especificamente do trecho citado, indique a alternativa que somente apresenta pronomes. Assinale a alternativa correta. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou outro dos atributos. http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089%20-acesso%20em%2002/05/2016 http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089%20-acesso%20em%2002/05/2016 PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br a) Cada, dos, a b) Cada, outro c) Cada, outro, das d) Cada, dos 14. Assinale a alternativa que indica a colocação correta do pronome. a) Estas atividades são para mim fazer. b) Estes trabalhos chegaram para eu. c) Para eu, a prova estava muito difícil. d) Para mim, a lição deverá demorar um pouco mais. 15. Observe os termos em destaque nos trechos a seguir e sobre eles assinale a única alternativa INCORRETA. levando em consideração aspectos morfológicos e sintáticos: I. “Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice- rei Li-Huang-Pô começou a meditar nos remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral e tirar de sua força armada maior rendimento militar” (4o §) II. “Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que havia aplicado nos seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e vigor marcial.” (5o §) a) A diferença quanto ao número justifica-se pelos distintos referentes: “exército” e “fiéis soldados”, respectivamente. b) Em ambas as ocorrências, o “lhe” é classificado como pronome pessoal do caso oblíquo, atuando como um pronome substantivo c) Sintaticamente, o pronome “lhe” exerce as funções de adjunto adnominal e objeto indireto, respectivamente. d) Sem prejuízo do sentido e sem cometer infrações gramaticais, ambos os pronomes poderiam ser substituídos por “Io” e “los”, respectivamente. 16. Em “Quem nunca usou essas expressões para traduzir uma emoção?“, o pronome em destaque cumpre papel coesivo no texto uma vez que: a) faz referência a uma ideia já apresentada. b) antecipa uma informação ainda não mencionada. c) estabelece uma comparação entre informações distintas. d) aponta para algo que está próximo ao enunciador. 17. No trecho “Tomate previne isso, cebola previne aquilo,”, os pronomes demonstrativos fazem referência: a) a uma ideia mencionada anteriormente. b) ao que está próximo ao leitor. c) a algo impreciso e genérico. d) a um referente específico citado posteriormente. 18. Assinale a alternativa que apresenta o pronome pessoal oblíquo empregado de forma correta. a) Eu o não vi pela manhã. b) Eu não vi o pela manhã. c) Eu não vi ele pela manhã. d) Eu não o vi pela manhã Texto associado 19. Leia o trecho: “pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo”. Assinale a alternativa que apresenta a regra correta que justifica o uso da expressão pronominal em destaque. A) Próclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no pretérito imperfeito. B) Ênclise – uso do pronome após o verbo no infinitivo impessoal regido por preposição. C) Mesóclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no presente do indicativo. D) Próclise – uso do pronome após o verbo em enunciados afirmativos no pretérito perfeito. Texto associado 20. De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. I. As expressões em destaque no trecho a seguir “estar familiarizado com a tecnologia da informação é tão necessário quanto foi no passado” são classificadas como locução conjuntiva e tem sentido comparativo. II. A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e saída de dados que recebemos do ambiente” é classificada como conjunção integrante. III. A expressão destacada no trecho a seguir “Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas” é classificada como pronome relativo. A) Apenas a afirmativa III está correta. B) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. C) Apenas as afirmativasII e III estão corretas. D) Apenas a afirmativa I está correta. Texto associado PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br 21. Dentre as ocorrências do emprego do pronome oblíquo átono abaixo, destacadas do texto, assinale a alternativa incorreta de colocação considerando a Norma Culta. A) “havia donos de automóveis que se gabavam” (1º§). B) “´até o último parafuso’ e depois montá-los” (1º§). C) “os bricoleurs* de vila ou de bairro não se limitavam” (2º§). D) “Ninguém se assusta por não saber o que acontece” (5º§). E) “dando toda a volta, se tornou imprevisível.” (6º§). GABARITO 1. E 2. A 3. C 4. B 5. A 6. D 7. C 8. B 9. B 10. B 11. D 12. D 13. B 14. D 15. D 16. A 17. C 18. D 19. B 20. D 21. E TÓPICO 3 VERBO 1. Afinal: o que é a “morte cerebral”? A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos, falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro, todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo. Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros, para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas. E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da atividade cerebral adequada. Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater. Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do coração. Apesar disto parecer “bom senso”, o conceito de “morte cerebral” e seu adequado diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de conceituar formalmente a “morte cerebral” ou “morte encefálica” tomou impulso quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados possíveis doadores. Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países, mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas características clínicas, que são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, pupilas dilatadas e não responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação nas 24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado: ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...] Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus órgãos doados (caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de vida são, em tese, desnecessárias. (Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de- medico/afnal-o-quee-a-morte-cerebral/ Acesso em: 07/02/17) Em “Aprimoram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção” (1º§), o verbo destacado está flexionado no plural concordando com: a) o sujeito “eles” que se encontra oculto. b) o núcleo do sujeito simples “mecanismos”. c) o sujeito composto “de defesa, de alimentação, de locomoção”. d) o pronome “se” que o acompanha indicando sujeito indeterminado. e) os complementos verbais “de defesa, de alimentação, de locomoção”. 2. Quantos filhos você gostaria de ter? PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: “Será que vou conseguir sustentar um filho?”. Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários. Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a escola? Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários. Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois. (DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106) A forma verbal “gostaria”, presente no primeiro parágrafo, está flexionada no seguinte tempo verbal: a) futuro do pretérito. b) pretérito perfeito. c) pretérito imperfeito. d) futuro do presente. Texto para as questões 3 e 4: O retrato (Ivan Angelo) O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem disse “nada não, obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu. 3. No trecho “O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá- la.”, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte palavra: a) caderneta. b) bolso. c) fotografia. d) homem. 4. Na oração ‘O homem disse “nada não, obrigado”’, o verbo encontra-se flexionado no pretérito perfeito do modo Indicativo. Assinale a opção em que se reescreve a oração com o verbo no tempo presente do Indicativo. a) O homem diz “nada não, obrigado. b) O homem diria “nada não, obrigado. c) O homem dirá “nada não, obrigado. d) O homem dizia “nada não, obrigado. 5. Primeira classe (Moacyr Scliar) Durante anos, o homem teve um sonho:queria viajar de avião na primeira classe. Na classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos. E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando. Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado estava vazio. Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente. Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o. Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-se e foi para a classe PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade. Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”. Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira classe. E sem óbitos durante o voo. A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares, pode causar confusão. O verbo “quis”, presente em “Minha mãe sempre quis viajar” (5º§) é um exemplo típico. Nesse sentido, assinale a alternativa em que se indica INCORRETAMENTE a sua flexão. a) queres – Presente do Indicativo. b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo. c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo. d) queira – Presente do Subjuntivo. e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. 6. Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...] Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça. Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, metido a sensato. Noivo... - Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...] Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança. Acham, sem dúvida, que estou melhorando. - Bom rapaz. Bom rapaz. Como se isso estivesse me interessando... Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi... - Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não conheço chutador mais fno. (ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996) Vocabulário: Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica. Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade de revolução. A locução verbal “venho afinando”, presente no primeiro período do texto, constrói um sentido de ação: a) passada e concluída. b) que ainda será realizada. c) pontual e ocorrida no presente. d) com ideia de continuidade. e) passada que não mais se realiza. 7. Vivendo e... Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude. Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...] (VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001) Utilize o Texto I para responder a questão. PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br Os verbos “sabia” e “Duvido”, no início do texto, apontam para dois momentos distintos na vida do narrador. Tais verbos estão flexionados, respectivamente, no: a) pretérito perfeito e presente. b) pretérito mais-que-perfeito e pretérito perfeito. c) pretérito perfeito e futuro do pretérito. d) pretérito imperfeito e futuro do pretérito. e) pretérito imperfeito e presente. 8. Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte. “Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e assoprando pelo buraquinho, tirava- se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o posicionamento das mãos.” (2º§) Os verbos que se encontram na forma nominal de gerúndio contribuem para a representação de uma ação que sinaliza: a) um processo. b) uma interrupção. c) um passado remoto. d) uma possibilidade. e) uma descontinuidade. 9. O Relacionamento Aberto (Por Gregorio Duvivier) “Todos os relacionamentos fechados se parecem”, diria Tolstói em “Anna Kariênina”. “Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.” Abrir um relacionamento pode se revelar umatarefa mais difícil do que abrir uma embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto, há grandes chances de você se perguntar: “Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse CD. Aliás, ninguém mais ouve CD”. Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras, merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista um forte risco de intoxicação. Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede. O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde que seja por paixão. Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia útil, fecha no final de semana. O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser. Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete. Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar pode ser o Crocs. (Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016.) Em “Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos” (3º§), o modo pelo qual o verbo em destaque está conjugado sugere tratar-se de uma flexão do: a) Presente do Indicativo b) Imperativo afirmativo c) Futuro do Presente do Indicativo d) Presente do Subjuntivo 10. Sonhos Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas você nunca dorme sabendo o que vai sonhar. (Luís Fernando Veríssimo, fragmento) Em “Só que, mesmo que você não saiba”, o verbo em destaque, em função do modo em que se encontra flexionado, apresenta um sentido de: PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br a) ordem b) possibilidade c) certeza d) sugestão 11. O PADEIRO Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: - Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém? Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém... Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. (Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960.) Assinale a alternativa que apresenta o comentário CORRETO sobre o trecho abaixo: “Assim ficara sabendo que não era ninguém..." (4°§) a) “Ninguém" é um advérbio de negação. b) O verbo “ficara" está flexionado no pretérito-mais-que- perfeito do indicativo. c) Seria possível substituir “ninguém" por “alguém" sem mudança de sentido. d) Os dois verbos destacados estão flexionados na primeira pessoa do singular. 12. Também tem de ser verde (Jennifer ann Thomas) A onda sustentável que tomou o planeta nas últimas décadas levantou considerações em torno da fabricação de baterias. A busca pelo aumento da eficiência passou a rivalizar com a batalha por tornar esses dispositivos mais verdes. O caminho seguro é a substituição gradual de fontes sujas de energia, a exemplo do petróleo, pelas renováveis. A energia solar, em especial, foi alavancada ao status de possível solução definitiva para os dois problemas que rondam as baterias: a eficiência e a sustentabilidade. Se toda a radiação que atinge a Terra em um dia, vinda do sol, virasse eletricidade, seria possível sustentara humanidade por 27 anos. Na prática, o que falta hoje para a adoção ampla da alternativa solar é apenas vontade, da indústria e de consumidores, para implantá-la. A startup alemã Changers achou uma boa forma de incentivo. A Changers vende os modelos abastecidos por radiação solar. Seus carregadores, finos e maleáveis, podem ser acoplados a mochilas ou levados dentro de uma bolsa. Após quatro horas carregando no sol, uma dessas baterias absorve energia suficiente para produzir 16 watts-hora, o suficiente para recarregara bateria de um smartphone duas vezes no dia. Um aplicativo, normalmente entregue junto com as baterias da Changers, motiva clientes a ser sustentáveis - e, no processo, mostra as vantagens de adotar essa postura (mesmo que para isso seja preciso pagar um pouco mais caro pelo produto alimentado pelo sol, em comparação com as baterias carregadas com fontes sujas). [...] A fundadora da Changers, Daniela Schiefer, afirma: “Todos adoram falar da necessidade de cuidar da Terra, mas poucos se mexem para isso. Queremos dar um empurrão, dizer ‘vamos começar de algum lugar’ e mostrar quanto é fácil adotar posturas mais conscientes”. (Revista Veja, de 15/04/15 - adaptado) Considere o fragmento abaixo para responder à questão. “Se toda a radiação que atinge a Terra em um dia, vinda do sol, virasse eletricidade, seria possível sustentar a humanidade por 27 anos. ” (1°§) A partir da análise dos verbos destacados e do sentido que eles introduzem na frase em questão, assinale a opção em que se faz um comentário correto. a) O verbo “atinge”, flexionado no Presente do Indicativo, sugere algo que deve ser entendido como verdade. b) A flexão de “virasse” no Modo Subjuntivo indica a certeza de concretização da ação indicada por esse verbo. c) O verbo “seria”, flexionando no Modo Subjuntivo, revela uma ideiade possibilidade quanto ao resultado de uma ação. d) Caso os três verbos estivessem flexionados no mesmo tempo verbal, não haveria qualquer alteração no sentido da frase. 13. No primeiro parágrafo do texto, todos os verbos indicados abaixo se encontram no Modo Indicativo, exceto: a) “foi” b) “acho” PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br c) “tome” d) “tem” 14. Prazeres mútuos (Danuza Leão) É normal, quando você vê uma criança bonita, dizer “mas que linda”, “que olhos lindos”, ou coisas no gênero. Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente quando se trata de uma criança ou até de um cachorrinho, dificilmente fazemos a um adulto. Isso me ocorreu quando outro dia conheci, no meio de várias pessoas, uma moça que tinha cabelos lindos. Apesar da minha admiração, fiquei calada, mas percebi minha dificuldade, que aliás não é só minha, acho que é geral. Por que eu não conseguia elogiar seus cabelos? Fiquei remoendo meus pensamentos (e minha dificuldade), fiz um esforço (que não foi pequeno) e consegui dizer: “que cabelos lindos você tem”. Ela, que estava séria, abriu um grande sorriso, toda feliz, e sem dúvida passou a gostar um pouquinho de mim naquele minuto, mesmo que nunca mais nos vejamos. Fiquei pensando: é preciso se exercitar e dizer coisas boas às pessoas, homens e mulheres, quando elas existem. Não sei a quem faz mais bem, se a quem ouve ou a quem diz; mas por que, por que, essa dificuldade? Será falta de generosidade? Inveja? Inibição? Há quanto tempo ninguém diz que você está linda ou que tem olhos lindos, como ouvia quando criança? Nem mesmo quando um homem está paquerando uma mulher ele costuma fazer um elogio, só alguns, mais tarde, num momento de intimidade e quando é uma bobagem, como “você tem um pezinho lindo”. Mas sentar numa mesa para jantar pela primeira vez, só os dois, e dizer, com naturalidade, “que olhos lindos você tem”, é difícil de acontecer. Notar alguma coisa de errado é fácil; não se diz a ninguém que ele tem o nariz torto, mas, se for alguém que estiver em outra mesa, o comentário é espontâneo e inevitável. Podemos ouvir que a alça do sutiã está aparecendo ou que o rímel escorreu, mas há quanto tempo você não ouve de um homem que tem braços lindos? A não ser que você seja modelo ou miss - e aí é uma obrigação elogiar todas as partes do seu corpo-, os homens não elogiam mais as mulheres, aliás, ninguém elogia ninguém. E é tão bom receber um elogio; o da amiga que diz que você está um arraso já é ótimo, mas, de uma pessoa que você acabou de conhecer e que talvez não veja nunca mais, aquele elogio espontâneo e sincero, é das melhores coisas da vida. Fique atenta; quando chegar a um lugar e conhecer pessoas novas, alguma coisa de alguma delas vai chamar a sua atenção e sua tendência será, como sempre, ficar calada. Pois não fique. Faça um pequeno esforço e diga alguma coisa que você notou e gostou; o quanto a achou simpática, como parece tranquila, como seu anel é lindo, qualquer coisa. Todas as pessoas do mundo têm alguma coisa de bom e bonito, nem que seja a expressão do olhar, e ouvir isso, sobretudo de alguém que nunca se viu, é sempre muito bom. Existe gente que faz disso uma profissão, e passa a vida elogiando os outros, mas não é delas que estamos falando. Só vale se for de verdade, e se você começar a se exercitar nesse jogo e, com sinceridade, elogiar o que merece ser elogiado, irá espalhando alegrias e prazeres por onde passar, que fatalmente reverterão para você mesma, porque a vida costuma ser assim. Apesar de a vida ter me mostrado que nem sempre é assim, continuo acreditando no que aprendi na infância, e isso me faz muito bem. (disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0611200502.htm) O modo subjuntivo pode transportar o leitor para uma realidade hipotética. Assinale a opção que apresenta um trecho em que a autora faça uso desse modo verbal. a) “Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente” (1º parágrafo) b) “Fiquei remoendo meus pensamentos” (2º parágrafo) c) “se for alguém que estiver em outra mesa,” (4º parágrafo) d) “Fique atenta” (6º parágrafo) 15. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas. Se você __________ amanhã, __________ realizar o exame. a) vim – poderá b) vier – poderá c) viesse – pode d) vir – pode Quantos filhos você gostaria de ter? Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: “Será que vou conseguir sustentar um filho?”. Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários. Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a escola? PORTUGUÊS PROFA. GLÍCIA KELLINE www.cursosdoportal.com.br Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários. Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois. (DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106) 16. A forma verbal “gostaria”, presente no primeiro parágrafo, está flexionada no seguinte tempo verbal: a) futuro do pretérito. b) pretérito perfeito. c) pretérito imperfeito. d) futuro do presente. 17. Considere a oração “Hoje vivemos num mundo de caixas-pretas.”(5º§) para responder à questão. O verbo em destaque na oração acima está flexionado no presente do Indicativo. Todavia, sabe-se que ele apresenta essa mesma grafa quando flexionado na primeira pessoa do plural do: A) Pretérito Imperfeito do Indicativo B) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo C) Futuro do Pretérito do Indicativo D) Pretérito Perfeito do Indicativo E) Futuro do Presente do Indicativo 18. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas. I. Mesmo tendo ________________ a conta, o cliente teve a sua assinatura cancelada. II. Até ontem à noite, as mercadorias não tinham ________________. III. Eu deveria ter ____________ o pen drive. A) pagado - chegado - trazido. B) pagado - chego - trazido. C) pago - chego- trago. D) pago - chegado - trago. 19. Observe o emprego dos verbos em: “As percepções serão múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e multiplicarão comentários.” A opção por esse tempo verbal
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