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www.portaleducacao.com.br 1 PROF: RAQUEL TINOCO Treinamento Funcional | Portal Educação SECRETARIA ESCOLAR www.portaleducacao.com.br www.portaleducacao.com.br 2 Treinamento Funcional | Portal Educação Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográfi cas. www.portaleducacao.com.br SECRETARIA ESCOLAR SUMÁRIO MÓDULO I 1 BREVE HISTÓRICO EDUCACIONAL BRASILEIRO 2 A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA - O SEU PAPEL SOCIAL E A MISSÃO DOS QUE NELA ATUAM 3 A EVOLUÇÃO DA ESCOLA E DE SEUS DEPARTAMENTOS NO MUNDO GLOBALIZADO 3.1 AS ESCOLAS BRASILEIRAS EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO 4 A SECRETARIA ESCOLAR 4.1 A SECRETARIA NO CONTEXTO INSTITUCIONAL 4.2 SECRETARIA COMO ELO ENTRE COMUNIDADE E SABER 4.3 OBJETIVOS DE UMA SECRETARIA ESCOLAR - SUAS FUNÇÕES 4.4 DEVERES DA SECRETARIA ESCOLAR 4.5 EQUIPE E HIERARQUIA ESCOLAR 5 UMA PROFISSÃO REGULAMENTADA 5.1 O PROFISSIONAL E SEU PERFIL 6 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E ESTRUTURA DO ENSINO BRASILEIRO 6.1 EDUCAÇÃO BÁSICA 6.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 6.3 ENSINO SUPERIOR 7 LDB 7.1 HIERARQUIA DAS LEIS 7.2 ATRIBUIÇÕES DO MEC 8 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 9 DIRETORIAS REGIONAIS DE ENSINO MÓDULO II 10 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO 11 DOCUMENTOS OFICIAIS DA ESCOLA E DA GESTÃO ESCOLAR 11.1 DEFINIÇÕES DE ALGUNS DOCUMENTOS 11.1.1 Projeto Pedagógico 11.1.2 Regimento Escolar 11.1.3 Plano de Ação 11.1.5 Proposta Pedagógica 12 MODALIDADES DE PLANOS DE ENSINO 12.1 PLANO DE AULA 12.2 PLANO DE UNIDADE 12.3 PLANO DE CURSO 13 ORIENTAÇÕES SOBRE CALENDÁRIO ESCOLAR 14 REGISTROS E ATOS ESCOLARES 15 A VIDA ESCOLAR DO ALUNO: SUA IMPORTÂNCIA 15.1 PROCEDIMENTOS PARA REGISTRO 15.2 FOCO NA ORGANIZAÇÃO 15.3 REQUERIMENTO DE MATRÍCULA 15.4 DIÁRIO DE CLASSE 15.5 LIVRO DE REGISTROS E ATAS DE CONSELHOS 15.6 ATA DE ELIMINAÇÃO DE DOCUMENTOS 15.7 CADERNO DE OCORRÊNCIAS 15.8 ATESTADO MÉDICO 16 DOCUMENTOS EXPEDIDOS PELA SECRETARIA ESCOLAR 16.1 DECLARAÇÃO 16.2 EXPEDIÇÃO E REGISTRO DE DIPLOMAS E/OU CERTIFICADOS 16.3 REQUERIMENTO DE MATRÍCULA 16.4 HISTÓRICO ESCOLAR 16.5 TRANSFERÊNCIA MÓDULO III 17 CONTEXTUALIZANDO: O IMPORTANTE ATO DA MATRÍCULA 17.1 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NAS MATRÍCULAS 18 UMA ERA TECNOLÓGICA 19 REGISTROS FÍSICOS E ELETRÔNICOS 19.1 INDICAÇÕES DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE INFORMAÇÕES EM DOCUMENTOS DIGITAIS 20 SISTEMA DE ARQUIVO 20.1 IMPORTÂNCIA DOS ARQUIVOS PARA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR 20.2 ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO ESCOLAR 20.3 FORMAS DE ARQUIVAR DOCUMENTOS - TÉCNICAS DE PADRONIZAÇÃO PARA ARQUIVAR DOCUMENTOS 21 ARQUIVO 21.1 TIPOS DE ARQUIVO 21.2 FORMAS DE ARQUIVAR DOCUMENTOS - TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO 21.3 CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE DE ARQUIVAMENTO - ESTRUTURA MÓDULO IV 22 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO 22.1 ORGANIZAÇÃO DA MESA 22.2 MANUTENÇÃO DA ORDEM 22.3 LIMPEZA DO ESPAÇO 22.4 EVITANDO DESPERDÍCIO - SUSTENTABILIDADE 23 O ATENDIMENTO NA SECRETARIA ESCOLAR 23.1 PRINCÍPIOS DE UM BOM ATENDIMENTO 23.2 POSTURAS PROFISSIONAIS 24 A COMUNICAÇÃO E O SEU PROCESSO 24.1 PARA TRANSMISSÃO 24.2 PARA RECEPÇÃO 25 COMUNICAÇÃO - VERBAL E CORPORAL 26 ETIQUETA E NETIQUETA 26.1 ETIQUETA 26.2 NETIQUETA 27 ATENDIMENTO TELEFÔNICO 27.1 TIPOS DE ATENDIMENTO - CLIENTES INTERNOS E EXTERNOS 28 O APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL 28.1 NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO 29 A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM GRUPO 29.1 CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS 30 FOCO NO OBJETIVO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MÓDULO I 1 BREVE HISTÓRICO EDUCACIONAL BRASILEIRO Figura 1 Nas pesquisas sobre os primórdios da educação no Brasil, constata-se que, na época da colonização do nosso país, Portugal passa aos jesuítas a incumbência da gestão da educação. Nesse período já existia uma forma de administrar a escola pautada em uma rigorosa hierarquia e foi dessa forma que a direção das escolas foi caminhando no período que veio logo após. No Império ainda havia a predominância de uma forma de construir a escola sob perspectivas de imposições intransigentes. Ao longo do tempo, esses modelos foram evoluindo. Em 1930, no governo de Getúlio Vargas, foi criado o Ministério da Educação e Saúde, mas apenas 30% da população em idade escolar estavam nas escolas. A ideia mais geral e abrangente de escola pública no Brasil surgiu com o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova que lançaram o Manifesto dos Pioneiros. A escola laica com gratuidade, obrigatoriedade e coeducação são alguns dos tantos princípios que esse Manifesto estabelece sobre a escola unificada. O Manifesto prescrevia a inovação para o progresso da educação. O Manifesto revolucionou o plano educacional brasileiro. Foi um grito de guerra contra o passado educacional do país, propondo uma nova política de educação e uma escola democrática. A ditadura do estado novo fez com que a execução do Manifesto fosse adiada até a década de 60, quando foi retomada a luta pela escola pública. No período de 1946 até 1964, houve um grande avanço na política educacional brasileira, que abarca o ensino na zona rural e à classe trabalhadora, desencadeando amplas defensorias da escola pública, no entanto, os resultados alcançados não correspondiam às expectativas da sociedade. No período de 1965 até 1970, de cada mil alunos matriculados no Ensino Fundamental, apenas 101 alcançavam a 8ª série. A partir do golpe de 1964, o país passou por uma centralização administrativa, o que mudou o direcionamento e a condução do trabalho pedagógico e discente nos diferentes níveis de ensino do sistema público. A melhor forma de educação era a instrução programada que tinha objetivos de conteúdo e de comportamento para os estudantes, particularmente no Ensino Médio, em que só se podia trabalhar com questões fechadas, as quais o aluno não podia transcender. O aluno tinha uma pergunta com uma série de respostas estabelecidas das quais não poderia escapar: uma delas era correta e não se cabia questionamentos da realidade. A resistência à ditadura gerou movimentos de luta democrática. A década de 80 reflete essas ações, o que resulta no retorno ao estado democrático e em seguida a instalação da constituinte. Os diferentes setores da sociedade se organizam para garantir o direito de influenciar no processo de mudanças que ficam mais fortes no país. Várias associações científicas, professores, forças sindicais e de outra natureza reuniram forças em defesa dos princípios da escola para garantir que essa fosse ao mesmo tempo plural, aberta, igualitária e democrática. As lutas pela gestão democrática da educação acompanham o ritmo do país. O momento era de manifestações com a grande afirmação dos direitos e da democratização. A democratização das escolas necessita de uma autonomia destas, mas vinculadas à política geral do estado para que as Instituições de Ensino não percam seu sentido de público, de atendimento a todos o que não pode acontecer em razão de uma privatização interna das escolas. Se estas são públicas, são de todos, e todos devem participar. Escola autônoma é aquela que estabelece suas regras e normas para sua existência e funcionamento, podendo levar em conta sua realidade. Com essa conquista, as Unidades Escolares estabelecem diretrizes para canalizar as forças vindas de diversos setores: Governo, administração escolar, alunos e pais. Essa é uma bandeira levantada no fórum nacional em defesa da escola pública em 1987. Esse fórum continuou mobilizado em função da LDB. A luta ainda continua! O sonho dos Pioneiros é um sonho ainda inconcluso. A escolaé uma agência dinamizadora, facilitadora de democratização, deve formar o cidadão para a vida, deve emancipar as pessoas. É instituição nuclear de cidadania dentro da sociedade e tem papel fundamental e imprescindível na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos. A gestão democrática é recorrente de uma série de lutas. É uma vitória, pois por meio desse instrumento a escola começa a desenhar seus traços de democracia e autonomia. Segundo Paulo Freire (1996), ensinar exige comprometimento. É ter compromisso com o posicionamento político e pedagógico da escola. É saber que não é possível exercer a atividade do magistério como se nada ocorresse. Educar também é pensar politicamente, afinal o espaço pedagógico é um contexto para ser constantemente "lido", "escrito" e "reescrito". Nesse sentido, quanto mais a ideologia dominante insinua a neutralidade da educação, a prática pedagógica não pode passar despercebida dos alunos na classe e na escola, na comunidade e na sociedade, pois esta é política. A passagem dos indivíduos pela escola não pode ser omissa, pois desvela aos alunos sua capacidade de analisar, de comparar, de avaliar, de decidir, de optar, de romper. É revelada ao discente sua capacidade de fazer justiça e de não falhar à verdade. Nas últimas décadas, a educação no Brasil tem transposto períodos reflexivos que culminam numa ideia: a educação precisa mudar. O tema mesmo recorrente continua atual. Não é mais uma questão de opção ou de postura dos profissionais da educação, mas trata-se de uma exigência da sociedade, que cada vez mais prega a mudança da educação para que esta seja de qualidade e igualitária. Em todo o mundo estão sendo implantadas reformas educacionais para adequar o sistema de ensino às mudanças econômicas e sociais. A sociedade contemporânea tem como paradigma norteador o pragmatismo e o utilitarismo. Gradativamente, o estatuto do saber vem sofrendo frequentes variações nas últimas décadas. As instituições escolares vêm sendo pressionadas a repensar no seu papel diante das transformações aceleradas que caracterizam o processo de integração e reestruturação capitalista mundial. Isso acontece porque os avanços tecnológicos e científicos, as mudanças no mundo do conhecimento afetam diretamente a sociedade em suas necessidades, atingindo a escola que deve atender a solicitações dessa primeira, a organização do trabalho e o perfil dos trabalhadores, repercutindo na qualificação profissional e na gestão educacional. Compreender para onde se encaminha a escola é um processo de transformação contínua que requer diversas competências e habilidades dentro do novo contexto educacional. Pedro Demo (1998) afirma que a qualidade é genuinamente, um atributo humano, e o que representa melhor a marca humana é o desenvolvimento humano. Vive-se a era da globalização. Os paradigmas mantenedores da sociedade estão em constante mudança. A volubilidade do cosmos e os impactos causados pela mídia são os grandes apelos da pós-modernidade. Na atualidade, assistimos a um crescimento contínuo da conscientização dos indivíduos sobre seus direitos. Também é notório que em algumas ramificações da sociedade tem aumentado a preocupação em preparar o cidadão para a busca do bem comum. Tanto que, com passar dos anos a educação institucional passou a ser tanto um direito como um dever dos cidadãos brasileiros. A Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 205 diz: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Em resposta a esta exigência, as instituições de ensino têm abarcado momentos de ponderação. Em todo tempo são colocados em questionamento o papel e a função da escola, em relação ao que a sociedade espera que esta desenvolva na formação integral do indivíduo, para que este viva com propriedade a cidadania. Essas afirmações validam uma prática política e pedagógica para modernizar a gestão da educação. Recebemos uma herança pesada em relação à gestão escolar. Nossa história é arraigada a um sistema autoritário e centralizador. Não é fácil mudar hábitos enraizados... Muitas pessoas não sabem ou não querem ter autonomia. Às vezes, é mais fácil e mais cômodo um sistema em que alguém manda e outro obedece. Se algo não der certo, a culpa é sempre do outro. Todavia, esse é um processo de dependência que inibe o crescimento e o amadurecimento das pessoas e das instituições. Está na hora de favorecer o amadurecimento de nossa escola e de modernizar a gestão da escola. Para ser gestor da educação hoje não basta ser alguém com eficiência em sala de aula. O gestor precisa ter uma cultura geral que inclui conhecimentos legais, jurídicos, cognitivos e pedagógicos. É preciso saber administrar, ter o respeito e o respaldo da comunidade que ele dirige, tem que saber ouvir e saber falar o que é necessário, na hora certa, e também contar com uma base de dados. Nos quais lhe dê confiança ao elaborar seu planejamento, para o mesmo poder ser construído não só para o agora, mas como uma proposta a ser executada em médio e longo prazo. Na visão contemporânea, a legislação vigente que ampara e norteia as práticas educativas no Brasil rumo à educação de qualidade e igualitária, encontram-se diretrizes que pontuam um sistema de gestão com qualidade na Educação: é a gestão democrática participava de processos. Esse sistema é caracterizado por ações solidárias, democráticas, éticas e empreendedoras. Um sistema educacional que define sua missão se apoia em determinados valores. Que traça seus objetivos estratégicos, que serão perseguidos por meio de programas e ações específicas, sabendo aonde quer chegar. Para tanto, é preciso muito trabalho, dedicação, conhecimento, respeito à diversidade e pluralidade de ideias. É um grande desafio porque requer liderar, com competência um processo de construção coletiva. Nos anos 60, John Kennedy, presidente dos Estados Unidos, disse que os americanos não deveriam perguntar o que seu país poderia fazer por eles, mas o que eles poderiam fazer por seu país. Cerca de 30 anos depois, Gabriela Garcia Marquez repete a ideia em relação ao século XXI, quando diz "não espere nada do século XXI. É o século XXI que espera tudo de você". Nessa linha de pensamento, talvez uma boa pergunta para cada um se fazer nessa reflexão seja "o que eu posso fazer pela minha escola?" A opção por um trabalho de qualidade e de ampliação da equidade na educação coloca em evidência a complexidade e a relevância da gestão de sistemas educacionais, ao mesmo tempo em que incita a reflexão a respeito do perfil desejável dos gestores ou dirigentes de sistemas educacionais. Assinale o período em que houve um grande avanço na política educacional brasileira, que envolve o ensino na zona rural e à classe trabalhadora, desencadeando amplas defensorias da escola pública: Período de 1942 até 1970. Período de 1946 até 1964. Período de 1944 até 1971. Período de 1943 até 1980. Período de 1940 até 1960. 2 A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA - O SEU PAPEL SOCIAL E A MISSÃO DOS QUE NELA ATUAM O direito da criança e do adolescente à educação gera consequentemente ao Estado o dever de ofertar a Educação para todas as crianças e adolescentes, seja no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio e aos pais o dever de matricular e zelar pela frequência dos filhos na escola. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, em seu artigo primeiro: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. De talmodo, a educação não está restrita à sala de aula, mas ao contexto social do aluno. Porém, quando se refere à formação para a convivência humana e para o trabalho se contradiz, isso porque a formação para a convivência humana reforça o consenso social, pelo qual não há luta de classes em que o objetivo é manter a ordem e o progresso da nação somente àqueles que possuem ascensão social. Ao referir-se à formação para o trabalho, por conseguinte refere-se à formação para a exploração do trabalho e à manutenção da elitização. A escola deve possibilitar o desenvolvimento da consciência humana. Para Piaget (1990), a consciência é o desenvolvimento cognitivo fragmentado em estágios de maturação do indivíduo, em que o conhecimento é fruto da relação sujeito/objeto que evolui para um pensamento cada vez mais lógico. Vygotsky, representante da teoria histórico-cultural, defende a ontogênese que considera a consciência como produção histórica, aspecto esquecido nas demais teorias. Para explicar o desenvolvimento cognitivo, Vygotsky relaciona-o com o contexto social, histórico e cultural do indivíduo em que ao ser negado ao homem a possibilidade de desenvolver instrumentos de pensamento, nega-se o desenvolvimento da consciência humana. Assim, compreende-se que para que a escola possa cumprir sua função de possibilitar o desenvolvimento da consciência humana deve amparar-se em teorias baseadas no materialismo histórico, transmitindo os conteúdos historicamente produzidos pela humanidade. Para isso, a função social da escola se amplia a fim de converter-se em centro privilegiado de educação, cidadania e cultura. A escola, enquanto instituição ética e socializadora, consiste em um dos principais meios para a formação crítica e cidadã. Para o exercício dessa missão a escola precisa garantir a realização de atividades que têm relação com todos os aspectos que abrangem sua tarefa maior: a qualidade em educação. Tendo como objetivo o processo de ensino e aprendizagem e a realização de atividades que não possuem uma relação direta com o processo educativo, porém concorrem para torná-lo efetivo, propiciando as condições básicas para que ele se alcance. Assim, podemos citar algumas: Ter autonomia, determinando e construindo seu próprio caminho pedagógico; Apresentar instrumentos de compreensão da realidade local, em que a escola pondere a realidade na qual está inserida, promovendo a identidade cultural do aluno; Sugerir planejamento adequado com ações articuladas aos objetivos, assim como programas de avaliação de desempenho; Ter um currículo contextualizado, que seja organizado e que garanta as aprendizagens fundamentais instituídas para o país, porém que se identifique com o contexto local; Solicitar a inclusão e a participação dos educandos em relações sociais distintas e cada vez mais amplas; Instigar o exercício da cidadania; Instituir a ação educativa compartilhada com a comunidade local, ultrapassando os muros da escola; Estimular o professor a adotar sua condição de pesquisador, dentre tantas outras. Além das inúmeras funções da escola, compete ao governo investir em políticas educacionais de qualidade, garantindo infraestrutura de funcionamento, condições adequadas de trabalho, salário justo, programas de capacitação e a adoção de uma gestão participativa e democrática. Desse modo, é direito e dever de todas as partes sociais, que procuram e acreditam em uma sociedade democrática, determinar o cumprimento e realização das funções primordiais da educação garantidas em lei. Sendo importante a participação nas decisões referentes às direções e diretrizes e à organização. O trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, realizado a partir da participação contígua e integrada dos membros de todos os segmentos da comunidade escolar. Consequentemente, afirmar que sua gestão implica a atuação participativa representa uma redundância de reforço a essa importante dimensão da gestão escolar. Desse modo, o envolvimento de todos os que fazem parte, direta ou indiretamente, do processo educacional, no estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, na proposição, implementação, monitoramento e avaliação de planos de ação, visando os melhores resultados do processo educacional, é imprescindível para o sucesso da gestão escolar participativa. A realidade brasileira, intricada e desigual, não deve aceitar que a formação de educadores seja compreendida como um processo unidimensional e simples. A grande disparidade cultural característica de nosso país, as peculiaridades regionais e as especificidades das populações e grupos atendidos pela escola expõem o imperativo de que se estabeleçam distintas formas, para desenvolver a qualidade da educação oferecida. A LDB 9394/96, em seu artigo 61, estabelece: A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Como princípios básicos e orientação à construção da escola integradora, conforme o texto da Declaração de Salamanca (1994): Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e [...] a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos; Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhes são próprios; Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades; As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas comuns que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades; As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos, além disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a eficiência e, certamente, a relação custo-benefício de todo o sistema educativo (BRASIL, 1997, p. 10). 3 A EVOLUÇÃO DA ESCOLA E DE SEUS DEPARTAMENTOS NO MUNDO GLOBALIZADO 3.1 AS ESCOLAS BRASILEIRAS EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO A transformação das escolas para prover uma Educação para todos implica em torná-las capazes de oferecer ensino de qualidade aos seus alunos, atendendo às peculiaridades de cada um, reagindo à diversidade com medidas que dizem respeito tanto a sua organização pedagógica como administrativa. Uma análise mais profunda dos resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), teste no qual os estudantes brasileiros ficaram em último lugar entre 32 países analisados, mostra que os problemas da educação brasileira são maiores do que se imaginava. Figura 2 Em quase todos os aspectos de nossa vida cotidiana, uma minoria da população brasileira consegue viver com padrões de primeiro mundo, enquanto uma imensa maioria vive com um padrão ainda muito grande de pobreza. O que mostra que algo muito errado parece estar acontecendo com a educação aqui. Essa minoria que possui melhores condições de vida estuda na rede particular de ensino, cabendo à maioria sem condição, a rede pública. O problema agora não está na repetência, na escola pública ou na qualidade oferecida para a maioria dos jovens. A escola fundamental pública brasileira vive um momento de perda de identidade cultural e pedagógica. Os valores, a ética profissional e o respeitoao compromisso perderam espaço para a busca por dinheiro. Os profissionais estressados em razão de tantas exigências para se manter no mercado e sem ter como custear seu aprimoramento, e as empresas que fazem muita exigência, mas, oferecem salários baixos. O magistério é a classe trabalhadora, que foi mais desvalorizada nos últimos trinta anos, o que faz dela, também, a mais desinteressada em virtude das circunstâncias em que foi colocada. A ampliação desordenada de suas tarefas, bem como as recentes políticas oficiais, tais como: programas bolsa-escola, novos critérios de progressão escolar, inclusão no currículo de temas ligados à saúde, à ética e à cultura, parece delinear uma realidade em que as necessidades sociais integradas hoje, no sistema de educação assumem posição primordial no cotidiano escolar. Vivemos em um contexto de significativas transformações no mundo do trabalho e da produção. São transformações de toda ordem, originadas pelo incremento das relações sociais capitalistas traduzidas neste final de século pelo expressivo avanço tecnológico e pela globalização do capital e do trabalho. Essas transformações societárias redimensionam o papel da educação e da escola. Essas agências passam a ser lembradas como um dos elos de socialização dos conhecimentos técnico-científicos, historicamente produzidos por meio do desenvolvimento de habilidades, capacidades e competências sociais requeridas em sintonia com o setor produtivo. A partir dos anos 90, ocorre a consolidação de um processo de reforma da gestão, centrado na minimização do papel do Estado no tocante às políticas públicas. Na área educacional vivenciam-se, em toda a América Latina, mudanças no papel social da educação e da escola, por meio de um conjunto de medidas que reformam o panorama da educação básica e superior. O Brasil, nesse período, intensifica ações políticas e reformas educacionais em sintonia com a orientação de organismos internacionais, cuja tradução mais efetiva é expressa pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº. 9394/96), que se destaca dentre as alterações efetivadas na política educacional, nos planos legal e institucional. A LDB sintonizada às premissas neoliberais, e consubstanciada a uma sucessão de decretos que a antecedem, redireciona o paradigma da educação e da escola no Brasil enfatizando a trinômia produtividade, eficiência e qualidade total. Essas orientações ao redirecionar as formas de gestão, os padrões de financiamento, a estrutura curricular e formas de profissionalização, a estruturação dos níveis de ensino em educação básica e educação superior, possibilitam o estabelecimento de mecanismos de descentralização (ainda que ressignificada como desconcentração e/ou desobrigação) e, paradoxalmente, a novas formas de centralização e controle por parte do poder central. Por outro lado, a lei destaca o princípio da gestão democrática, a implantação efetiva, portanto, só se implementará se a gestão dos processos for participativa, ou seja, se houver participação ativa de todos os atores e instituições intervenientes nos processos de gestão. A Constituição da República Federativa brasileira é a "Carta Magna" pela qual é assegurada aos cidadãos: O exercício de seus direitos e deveres individuais; a garantia das liberdades fundamentais; e a normalização do papel do Estado por meio da separação jurídica e orgânica entre os três poderes que o consistem: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. A Constituição Brasileira promulgada em 1988 traz em seu bojo um conjunto de princípios fundamentais à cidadania. Dentre estes, cabe ressaltar os capítulos referentes aos direitos sociais: a garantia do acesso ao ensino obrigatório e gratuito (direito público subjetivo), a gestão democrática do ensino público, a vinculação Constitucional de recursos à Educação (União, 18%, Estados e Municípios, 25%), dentre outros. Por outro lado, alguns retrocessos se mantiveram no texto constitucional. No âmbito dos direitos sociais, particularmente da Educação, o embate se processou basicamente entre duas frentes: os defensores do ensino público os defensores do ensino privado (e suas várias acepções). Os primeiros sofreram algumas derrotas, à medida que não se conseguiu instituir a exclusividade de verbas públicas para o ensino público, pois a Constituição de 1988 garantiu o repasse de recursos públicos às escolas comunitárias confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos (art. 213). A constituição, dada a sua natureza, é constituída por princípios orgânicos, cujas exigências e parâmetros são objetos de leis ordinárias cujo caráter é o de garantir a regulamentação desta. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional formulada logo após a promulgação da Constituição é uma delas. 4 A SECRETARIA ESCOLAR Figura 3 A situação do secretário escolar pode ser abrangida como antes e depois do início da LDB em 1997. Os profissionais com formação anterior a lei recebiam seus certificados de habilitação ao exercício da atividade das instituições que proporcionavam o curso, todavia, após a recente aprovação da Deliberação nº 16, em complemento às 20 áreas do ensino técnico profissionalizante, estabelecidas pela LDB, definiu-se que para o exercício da função de secretário escolar é necessário o diploma do curso de técnico em secretaria escolar. O secretário escolar é um profissional essencial para o estabelecimento de ensino. Suas atribuições compreendem atividades essenciais como: indicar aos gestores (diretores) decisões a serem adotadas; receber a comunidade; analisar os documentos do estudante e averiguar se há irregularidades; estabelecer ação conjunta com a orientação pedagógica, etc. No que se alude à formação acadêmica, é habilitado para o exercício da função quem obtém o diploma de curso técnico em secretaria escolar, de licenciatura plena em Pedagogia (qualquer área) ou de pós-graduação latu sensu de 360 horas em universidade credenciada. A secretaria da escola é o início da entrada da comunidade escolar, sendo a secretaria o órgão administrativo encarregado da execução de todos os trabalhos relativos à escrituração, expedição, tramitação, guarda e arquivamento de documentos e correspondências do estabelecimento de ensino, concernentes à vida escolar dos alunos e à situação funcional dos servidores; o Secretário de Escola é o responsável por planejar, coordenar e executar as ações da secretaria da escola, respondendo por suas imputações de modo a assegurar o mais perfeito e regular desenvolvimento dos trabalhos administrativos, dentro dos prazos estabelecidos. 4.1 A SECRETARIA NO CONTEXTO INSTITUCIONAL O secretário escolar na qualidade de profissional que trabalha diretamente com a clientela da escola precisa evidenciar uma série de qualidades pessoais e profissionais como iniciativa, dinamismo, segurança, estabilidade emocional, bom senso, cooperação, honestidade, respeito, discrição, organização, liderança, atenção, cortesia, responsabilidade e humanização. Essas qualidades são imprescindíveis, pois em sua rotina de trabalho esse profissional relaciona-se com diretores, professores, orientadores pedagógicos, alunos e seus pais, pessoal administrativo e comunidade. Assim, é importante abandonar algumas atitudes negativas, como a soberba, a passividade, a morosidade ou o desinteresse. De tal modo, às atribuições gerais e adequadas do secretário escolar, destacam-se, principalmente: conhecer o regimento escolar e a proposta pedagógica, observar a legislação aplicável a cada situação e evitar problemas, corrigir desvios e oferecer soluções. Além dessas, há obrigações diárias que compreendem a atividade desse profissional: a escrituração e o registro escolar; a atualização do arquivo escolar; a participação no planejamento geral do colégio;manter articulação com setores técnico-pedagógicos; a preservação da segurança da documentação; o assessoramento à direção da escola. A tarefa essencial do secretário escolar consiste em efetuar, adequadamente, os registros do aluno desde seu ingresso na instituição de ensino. Todo o controle de prazos acadêmicos deve estar sob o controle desse profissional, que manterá atualizados os registros de frequência e avaliação no arquivo escolar. Informações concernentes às ementas das disciplinas, aos planos de curso e às informações acadêmicas e curriculares dos professores ficam arquivadas e acreditadas aos cuidados do secretário escolar. Em caso de conservação desses dados armazenados de forma digital, é necessário ter atenção para a sua constante recuperação (“backup”) e o controle do acesso às alterações. Todas as ações administrativas executadas na escola, por diretores, secretários ou inspetores, precisarão estar validamente embasadas. Qualquer orientação a solicitações de informação deve ter um fundamento que atenda à norma adotada, sendo inaceitável o “achismo”. É necessário destacar que a legislação de ensino em vigor reforça a autonomia das escolas, responsáveis pela elaboração de seus regimentos escolares. Competirá aos estabelecimentos de ensino definir as regras de funcionamento de sua atividade pedagógica, estando apropriadas à legislação vigente (o regimento somente poderá ser alterado no ano letivo seguinte). 4.2 SECRETARIA COMO ELO ENTRE COMUNIDADE E SABER Como a secretaria atua nas unidades escolares, o Secretário Escolar desenvolve suas atividades enfrentando grandes desafios, pois, na escola, além das suas responsabilidades, ele interage com muitas pessoas, como os professores, os alunos e seus pais, os demais profissionais e fornecedores, as autoridades e as pessoas da comunidade em geral. Todo o trabalho efetivado com competência é apreendido na eficiência e eficácia dos seus resultados. No serviço administrativo de uma instituição, é imprescindível que a organização do trabalho seja o destaque. Instituições de ensino no Brasil querem públicas ou particulares, exigem a atuação de secretários competentes. Nesse sentido, percebe-se que sua postura ética é necessária, compreendendo muitas frações sociais, devendo visar uma boa capacitação profissional. 4.3 OBJETIVOS DE UMA SECRETARIA ESCOLAR - SUAS FUNÇÕES O Secretário ou Secretária Escolar tem por responsabilidade organizar, sistematizar, registrar e documentar todos os fenômenos que se processam no domínio da unidade escolar, tornando transitável seu funcionamento administrativo e afiançando sua legalidade e a validade de seus atos. Elevar a importância que tem a documentação em qualquer atividade humana organizada pode ser algo desnecessário. Ressaltamos a seriedade que existe nos documentos que nos são concedidos e dessa forma o valor há nos registros e anotações feitos pela Secretaria de uma unidade escolar. Os documentos emitidos adquirem um caráter de testemunho, de prova, que acompanhará o aluno e influenciará sua vida de forma expressiva. Há, ainda, outro aspecto da documentação: o registro das atividades didático-pedagógicas desenvolvidas pela unidade escolar com todas as suas implicações. Uma unidade escolar passa por constantes modificações, e as etapas dessas transformações devem ser retratadas em benefício de seu próprio crescimento e desenvolvimento, já que a reflexão ordenada sobre o passado é indispensável para o replanejamento que objetiva o aperfeiçoamento. Assim, destaca-se a importância expressiva da função do Secretário ou Secretária Escolar em todo o processo escolar. Função a qual deve pautar-se em: Estética da sensibilidade (trabalho bem feito e respeito pelo outro); Política da igualdade (valorizar o próprio trabalho e o trabalho dos outros); Ética da identidade (defesa do valor da competência, do mérito, da capacidade, contra os favoritismos de qualquer espécie, e da importância da recompensa pelo trabalho bem feito que inclua o respeito, o reconhecimento e a remuneração condigna) da atividade profissional em questão. A ética da identidade abrange a estética da sensibilidade e a política da igualdade que, reunidas, proporcionam ao trabalhador “saber ser”, “saber fazer”, “saber conviver”, que recobrem dimensões práticas, técnicas e científicas adquiridas por intermédio de cursos, treinamentos, capacitações e/ou por meio das experiências profissionais. Além disso, incluem traços de personalidade e caráter que definem comportamentos nas relações sociais de trabalho, como: capacidade de iniciativa, comunicação, disponibilidade para inovações e mudanças, assimilação de novos valores de qualidade, produtividade, competitividade, saber trabalhar em equipe, ser capaz de decidir problemas e desempenhar trabalhos novos e diversificados. Os constantes progressos tecnológicos acabam mudando tanto o perfil do profissional quanto a metodologia do trabalho. Atualmente, o profissional da Secretaria Escolar deve estar preparado para a utilização das novas tecnologias da informação e da comunicação. Sobre escola autônoma é correto afirmar, EXCETO: É aquela que estabelece suas regras e normas para sua existência e funcionamento. Estabelece suas regras podendo levar em conta sua realidade. Escola dependente em que suas regras somente são advindas do governo. São escolas que constituem suas normas para sua existência e funcionamento. É aquela que estabelece suas regras e normas para sua existência e funcionamento, levando em conta sua realidade. 4.4 DEVERES DA SECRETARIA ESCOLAR Sobrepuja-se a assinatura da Direção; Preparar relatórios, atas, termos de abertura e encerramento de livros e quadros estatísticos; Divulgar, no prazo estabelecido, os resultados bimestrais das avaliações realizadas; Entregar aos professores os Diários de Classe devidamente preenchidos, no que lhe compete; Proibir a presença de pessoas estranhas na Secretaria Escolar, a não ser que haja autorização da Direção; Divulgar e subscrever, por ordem da Direção, instruções, editais e todos os documentos escolares; Secretariar solenidades e outros eventos que forem promovidos pela unidade escolar, quando necessário; Nutrir atualizadas as pastas individuais dos servidores e alunos da unidade escolar; Oferecer esclarecimentos quando solicitado; Atender aos corpos Docente, Discente e Técnico-Administrativo, oferecendo informações e esclarecimentos relativos à escrituração escolar e à legislação do ensino; Acatar as solicitações do Assessor Técnico Escolar na sua tarefa de inspeção escolar; Participar de reuniões e treinamentos, quando convocado; Informar processos, quando solicitado, pelos órgãos competentes; acompanhar as reuniões dos Conselhos de Classe, registrando os resultados finais; Assinar, junto com o Diretor, a documentação escolar dos alunos; Responsabilizar-se pela autenticidade da documentação escolar expedida. 4.5 EQUIPE E HIERARQUIA ESCOLAR A concepção democrático-participativa auxilia na compreensão de objetivos sociopolíticos e pedagógicos da escola pela equipe escolar. Fundamenta-se na relação orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe, garantindo-se a gestão participativa, porém, também a gestão da participação. Procura objetividade nas questões da organização e gestão, por meio do recolhimento de informações reais, sem prejuízo da importância dos significados subjetivos e culturais. Contudo, uma vez tomadas as decisões coletivamente, defende-se que cada membro da equipe admita sua parte no trabalho, acolhendo-se uma efetiva coordenação do trabalho e o acompanhamento e avaliação sistêmica da operacionalização das decisões adotadas. Essa posição, em razão de seucompromisso com a formação científica e desenvolvimento mental dos alunos, por meio do processo de ensino e aprendizagem, solicita da equipe administrativa uma adequada qualificação e competência profissional. Compete elucidar, afinal, que essas percepções concebem modos de gestão em suas descrições gerais. Elas permitem fazer análises da estrutura e da dinâmica organizativas de uma escola, porém dificilmente se apresentam de forma pura em situações concretas. Peculiaridades de uma concepção podem ser encontradas em outra, ainda que sempre seja possível identificar, nas escolas, uma atitude mais dominante. Pode ocorrer, também, que a direção ou a equipe escolar escolham por determinada concepção e, na prática, acabem reproduzindo formas de organização e gestão mais convencionais, geralmente do tipo burocrático. A acuidade da gestão educacional de sistemas de ensino e escolas tem sido destacada há anos na pesquisa educacional, tendo sido, inclusive, antecipada nas propostas pedagógicas de esquerda. É evidente que a autonomia fortalece as escolas, aguça o espírito de equipe, envolvendo os professores e demais educadores na responsabilidade em assumir um papel na configuração da organização do trabalho escolar não apenas na sala de aula, porém na escola como um todo. Trata-se de um processo que se identifica bem com a reivindicação de participação conjunta de pais, professores, alunos, nos processos de tomada de decisão e corresponsabilização pelas ações de ensino e aprendizagem. A concepção burocrática, em sua versão mais conservadora, baseia-se na hierarquia de cargos, prescrição detalhada de funções e tarefas, mediante normas e procedimentos administrativos, tendo em vista a clareza do trabalho e a eficiência dos serviços escolares. A versão mais recente é conhecida como modelo de gestão da qualidade total, com utilização mais forte de métodos e práticas de gestão da administração empresarial. Percebe-se que escola democrática não pode ter seu sentido centrado, em primeira instância, nem na ideia de que tendo autonomia se preserva a liberdade das pessoas para tomarem decisões (visão liberal), nem na ideia de que democratizar a escola é democratizar as relações entre as pessoas (trabalho coletivo, relações solidárias, eliminação das hierarquias, eleições para os cargos, direção colegiada etc.). Escola democrática é um lugar de interações sociais que permitem a todos os alunos oportunidades semelhantes de escolarização formal, aprendizagem real e desenvolvimento cognitivo. Essa é a melhor contribuição social do sistema de ensino para a redução de desigualdades sociais, para o que a democratização das relações é um meio. Essa compreensão conjetura que a escola tente modos de convivência emancipadores, participativos, solidários, isto é, outro modo de convivência humana. Contudo, isso não a exime de seus objetivos socioculturais e institucionais de fornecer configurações de estruturação e de organização que assegurem êxito à consecução desses objetivos (o ensino e a aprendizagem). 5 UMA PROFISSÃO REGULAMENTADA Embora a profissão de secretariado seja antiga e no Brasil ter sido regulamentada pela Lei 7.377 de 07/07/1989, assinada pelo então Presidente da República José Sarney, nos últimos anos é que tem surgido maior número de cursos para qualificar esse profissional. Fica explícito aqui que o trabalho do secretário escolar não é somente burocrático e formal, vai mais além, pois abrange pessoas nos seus processos. Os profissionais do secretariado escolar, em geral, são investidos em cargos públicos, após algum tipo de experiência anterior comprovada. Entretanto, por meio da Lei 11.091/2005, que estrutura o plano de carreira para os cargos de técnico administrativo em Educação, no âmbito das instituições federais de ensino, ligadas ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), existe a definição com os requisitos necessários para o ingresso em cargo público. LEI No 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985. Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Secretário, e dá outras Providências. Art. 1º - O exercício da profissão de Secretário é regulado pela presente Lei. Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado: I - Secretário-Executivo o profissional diplomado no Brasil por Curso Superior de Secretariado, reconhecido na forma da lei, ou diplomado no exterior por curso superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado no Brasil, na forma da lei; II - Técnico em Secretariado o profissional portador de certificado de conclusão de curso de Secretariado, em nível de 2º grau. Art. 3º - Fica assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contem, pelo menos, 5 (cinco) anos ininterruptos, ou 10 (dez) intercalados, de exercício em atividades próprias de secretaria, na data de início de vigência desta lei, e sejam portadores de diplomas ou certificados de alguma graduação de nível superior ou de nível médio. Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo: I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria; II - assistência e assessoramento direto a executivos; III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas; IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro; V - interpretação e sintetização de textos e documentos; VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em idioma estrangeiro; VII - versão e tradução em idioma estrangeiro para atender às necessidades de comunicação da empresa; VIII - registro e distribuição de expedientes e outras tarefas correlatas; IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento à chefia; X - conhecimentos protocolares. Art. 5º - São atribuições do Técnico em Secretariado: I - organização e manutenção dos arquivos de secretaria; II - classificação, registro e distribuição da correspondência; III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma estrangeiro; IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos, informações e atendimento telefônico. Art. 6º - O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante a apresentação de documento comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do Art. 2º desta lei e da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS. Parágrafo único. No caso dos profissionais incluídos no art. 3º desta lei, a prova de atuação será feita por meio das anotações da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou por qualquer outro meio permitido em Direito. Art. 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 30 de setembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República. JOSÉ SARNEY Almir Pazzianotto 5.1 O PROFISSIONAL E SEU PERFIL O(A) Secretário(a) Escolar, como profissional de Gestão Administrativa, deve ordenar as diversas atividades do trabalho da Secretaria Escolar, organizar o ambiente e administrar coerente e conjuntamente os aspectos administrativos, econômicos e de relações humanas, empregando de forma adequada e segura recursos materiais e humanos colocados a sua disposição, com as seguintes competências administrativas: Distinguir os fundamentos, os objetivos, a estrutura, a organização e o funcionamento da Secretaria Escolar e da unidade escolar; Avaliar e organizar informações, estruturando-as de forma a suprir as necessidades da unidade escolar e demais órgãos da Secretaria de Estado de Educação; Elaborar manuais e rotinas de trabalho, deliberando os métodos particulares de execução a serem aplicados; Organizar organogramas e funcionogramas, tendo em vista as incumbências da função e os limites de responsabilidades; Preparar plano de distribuição de trabalho, acompanhar a qualidade da execução e observar prazos; Organizar serviços específicos a serem executados; Organizar formalmente publicações de editais e outros informes para divulgação; Identificar a importância e as formas de organizar as atividades de arquivamento; elaborar instruções disciplinadoras sobre o sistema de arquivo, particularizando acesso, guarda e destruição; Qualificar documentos em conformidade com a origem da operação; Organizar e manter arquivo de documentos; Dimensionar e organizar espaços físicos, instalações e equipamentos destinados à Secretaria Escolar; Interpretar exigências e formalidades da legislação educacional; Acompanhar documentalmente o processo de matrícula e avaliação; Utilizar aplicativos de informática; Diagnosticar necessidades de programas de capacitação, reciclagem, treinamento e desenvolvimento de pessoal administrativo; Receber, classificar, registrar, distribuir, acompanhar, multiplicar documentos (livros técnicos, legislação, boletins, informativos e manuais); Elaborar relatórios e encaminhá-los aos responsáveis; Interagir com os demais órgãos da unidade escolar e da Secretaria de Estado de Educação; Elaborar relatórios sobre os resultados envolvendo avaliação de novas tecnologias administrativas. As responsabilidades do Secretário Escolar incidem sobre a unidade escolar como um todo: Grupo Técnico Pedagógico; Corpo Docente; Grupo de Apoio Operacional e Corpo Discente. Qualidades a serem consideradas na ação administrativa do Secretário: capacidade de liderança; capacidade de articulação; capacidade de decisão e capacidade de delegação de responsabilidades. O profissional como líder deve ser: executivo(a); motivador(a); avaliador(a); controlador(a); coordenador(a); mediador(a) e orientador(a). Como é a pessoa responsável pela gestão da Secretaria Escolar, tendo por responsabilidade a escrituração e expedição de documentos escolares, autenticando-os pela aposição de sua assinatura, bem como a guarda e inviolabilidade dos arquivos escolares pelo registro de todos os atos escolares, a ética profissional no trato de todo esse trabalho administrativo é importantíssima. O padrão ético-profissional é definido a partir da compreensão de pessoa e sociedade. A ética profissional evidencia: Importância e valores; Compromissos e postura ética; Relação pessoa x sociedade; Caráter moral do ato profissional; Concepção de pessoa x sociedade; Falar sobre ética é falar sobre responsabilidade, deveres e condutas inerentes à profissão; Ética é estar de acordo com os padrões de sua profissão: Ter responsabilidade; Regra moral que todo o profissional deve ter; Compromisso de vida e com a vida. 6 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E ESTRUTURA DO ENSINO BRASILEIRO Legislação Básica; Legislação Federal; Lei n. 9.394/96; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, alterada pelas Leis Nºs 9.475/97; 9.536/97; 10.237/01; 10.639/03; 10.793/03 e 11.114/05; Lei nº 10.172/01 Plano Nacional de Educação; Parecer CNE/CEB Nº05/97; Proposta de regulamentação da Lei Nº9394/96; Parecer CNE/CEB; Nº 12/97 Esclarece dúvidas sobre a Lei Nº9394/96; Lei Nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente; Legislação Estadual; Decreto, Decretos-leis e Leis Federais; Decreto e Leis Estaduais; Legislação - Educação Infantil; Legislação - Ensino Fundamental; Legislação - Ensino Médio; Legislação - Educação para Jovens e Adultos; Legislação - Educação Profissional; Legislação - Educação Escolar Indígena; Legislação - Educação Especial; Legislação - Educação Básica do Campo. 6.1 EDUCAÇÃO BÁSICA Figura 4 Compreende: Educação Infantil – creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 a 5 anos). É gratuita, mas não obrigatória. É de competência dos municípios. Ensino Fundamental – anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 6º ao 9º ano). É obrigatório e gratuito. A LDB estabelece que, gradativamente, os municípios serão os responsáveis por todo o ensino fundamental. Na prática os municípios estão atendendo aos anos iniciais e os Estados os anos finais. Ensino Médio – O antigo 2º grau (do 1º ao 3º ano). É de responsabilidade dos Estados. Pode ser técnico profissionalizante ou não. 6.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL A rede federal de educação profissional, científica e tecnológica foi componente de considerável desenvolvimento no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula Da Silva. As redes estaduais contaram com o Programa Brasil Profissionalizado, criado em 2007, que possibilita a modernização e a expansão das redes públicas de ensino médio, integradas à educação profissional. Além da ampliação e modernização da rede existente, a maioria dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) transpôs a serem Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifets), instituições de educação básica, superior e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializadas na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino (presencial e a distância), com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos. De tal modo, a rede federal evidencia um grande crescimento e desenvolvimento, desde 1990. Razão disso é a criação dos Institutos e da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, os quais abrem amplas possibilidades de solidificação de um projeto para essa modalidade da Educação que supere a sua exclusiva subordinação às demandas do mercado, responsável por relegar, ao segundo plano, as necessidades de qualificação e escolarização das populações excluídas, capitais imprescindíveis ao seu melhor posicionamento no mundo social e no processo de consolidação democrática. 6.3 ENSINO SUPERIOR É de competência da União, podendo ser oferecido por Estados e Municípios, desde que esses já tenham atendido aos níveis pelos quais são responsáveis em sua totalidade. É responsabilidade da União autorizar e fiscalizar as instituições privadas de ensino superior. A educação brasileira tem ainda outras modalidades de educação, que perpassam todos os níveis da educação nacional. São elas: Educação Especial – Acolhe aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino. Educação a distância – Atende aos estudantes em tempos e espaços distintos, com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação. Educação Profissional e Tecnológica – Tende a preparar os estudantes a exercerem atividades produtivas, atualizar e aperfeiçoar conhecimentos tecnológicos e científicos. Educação de Jovens e Adultos – Atende às pessoas que não tiveram acesso à educação na idade apropriada. Educação Indígena – Atende às comunidades indígenas, de forma a respeitar a cultura e língua materna de cada tribo. 7 LDB Logo após a promulgação da Constituição de 1988, vários setores da sociedade civil se mobilizaram em prol da formulação da LDB. Por meio do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública um membro do Legislativo, o ex- Deputado Otávio Elísio, apresentou à Comissão de Educação, Cultura e Desportos o primeiro projeto de lei de diretrizes e bases da educação nacional antecipando-se ao Executivo. A despeito dos impasses na comissão de educação, a tramitação do projeto se efetivou. Os sucessivos entraves tornaram o seu andamento lento, resultante de difíceis e complexas negociações, fruto da configuraçãoheterogênea do Congresso Nacional. Nesta caminhada, a LDB é aprovada em dezembro de 1996, sendo, ela própria, a expressão dos embates processados entre as diferentes forças políticas representadas no Congresso Nacional. A Lei nº. 9394/96 contemplou algumas reivindicações de setores organizados da sociedade civil, particularmente, algumas bandeiras do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, tais como: Concepção de educação: concepção ampla, entendendo a educação para além da educação escolar (escolarização); Fins da educação: educação como instrumento para o exercício da cidadania; Educação como direito de todos e dever do Estado: "garantia" da universalização do ensino básico (educação infantil, básica e média); Gratuidade do ensino público em todos os níveis; Articulação entre os sistemas de ensino da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios; Instituição do Conselho Nacional de Educação e do Fórum Nacional de Educação, garantindo a representação de setores organizados da sociedade civil; Gestão democrática nas instituições públicas; Gestão Democrática na LDB. 7.1 HIERARQUIA DAS LEIS Figura 5 Em todos os Estados, as leis proporcionam uma hierarquia (uma ordem de importância), na qual as de menor grau devem obedecer as de maior grau. A hierarquia trata-se, portanto de uma escala de valor, à semelhança de um triângulo (pirâmide de Hans Kelsen). Caso aceita a seguinte classificação,ela não se opõe a eventuais divergências doutrinárias: Direito brasileiro; Constituição Federal; Emenda Constitucional; Tratados internacionais sobre Direitos Humanos aprovados pelo Poder Legislativo nos mesmos moldes das Emendas Constitucionais (3/5 dos votos, em dois turnos de votação em ambas as casas legislativas); Demais tratados internacionais, de acordo com o entendimento emanado do Supremo Tribunal Federal, estas normas, das quais o Estado Brasileiro seja signatário, possuem natureza "supralegal", ou seja, estão em patamar intermediário entre a Constituição da República e as demais leis, e seu trâmite para aprovação e consequente integração do ordenamento jurídico brasileiro é o mesmo das leis ordinárias. Lei complementar; Lei ordinária; Medida provisória; Lei delegada; Decreto legislativo; Resolução; Decreto; Portaria. FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei>. Acesso em: 06 out. 2012. 7.2 ATRIBUIÇÕES DO MEC As atribuições do Conselho são normativas, deliberativas e de assessoramento ao Ministro de Estado da Educação, no desempenho das funções e atribuições do poder público federal em matéria de educação, cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional de educação, zelar pela qualidade do ensino e pelo cumprimento da legislação educacional e assegurar a participação da sociedade no aprimoramento da educação brasileira. Compete ao Conselho e às Câmaras exercerem as atribuições conferidas pela Lei 9.131/95, emitindo pareceres e decidindo privativa e autonomamente sobre os assuntos que lhe são pertinentes, cabendo, no caso de decisões das Câmaras, recurso ao Conselho Pleno. FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14303%3Acne- atribuicoes&catid=323%3Aorgaos-vinculados&Itemid=754>. Acesso em: 10 out. 2012. 8 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA A Secretaria de Educação Básica zela pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação comum indispensável ao exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. São dois os principais documentos norteadores da educação básica regidos, naturalmente, pela Constituição da República Federativa do Brasil: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 10.172/2001. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14303%3Acne-atribuicoes&catid=323%3Aorgaos-vinculados&Itemid=754 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14303%3Acne-atribuicoes&catid=323%3Aorgaos-vinculados&Itemid=754 9 DIRETORIAS REGIONAIS DE ENSINO É o órgão que faz a ponte entre as escolas e as determinações da Secretaria Estadual de Educação. As Diretorias Regionais (antigamente chamadas de Delegacias de Ensino)1: Coordenam e supervisionam as atividades realizadas nas escolas estaduais; Supervisionam, prestam assistência e fiscalizam as condições de funcionamento das escolas municipais e particulares (de ensino infantil ao médio, inclusive ensino supletivo); Asseguram que os serviços de assistência ao aluno estão funcionando; Tratam de assuntos relacionados aos professores (habilitação, transferência, etc.). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, em seu Art. 1º afirma que: A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A educação compreende os processos que se desenvolvem na vida familiar, nas instituições de ensino e organizações da sociedade. A educação abrange os processos que se desenvolvem na vida familiar e convivência humana. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana e no trabalho. A educação abrange os processos que se desenvolvem nas instituições de ensino. 1 FONTE: Disponível em: <http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=209:diretorias- regionais-de-ensino&catid=1:educacao&Itemid=2>. Acesso em: 12 out. 2012. MÓDULO II 10 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO Apenas para fins de esclarecimentos e pesquisas, seguem alguns exemplos que podem orientar a escolha na concepção de educação. No século XVII, Comênius desenvolveu ideias avançadas sobre a Educação, defendeu que todos têm direitos naturais à felicidade eterna com Deus. O homem ao realizar os desígnios da natureza das coisas, suas observações e fenômenos, desenvolve os órgãos do sentido para que registrem as informações na mente do aluno, não ensinando nada que a criança não possa compreender. Embora Comênius partisse da observação e da experiência sensorial, mantinha-se o caráter transmissor como método único e simultâneo a todos. Jean Jacques Rousseau propôs uma concepção baseada na necessidade e interesse instantâneo da criança. O contato da criança com o mundo que a rodeia é que irá despertá-la, pois o homem é bom em seu estado natural. O educador deveria afastar da criança os vícios da sociedade, permitindo abrir-se espontaneamente, o que lhe é inato. Henrique Pestalozzi deu grande importância ao ensino como meio de educação e desenvolvimento das capacidades humanas. Deu ênfase ao método intuitivo, analisando objetos e fenômenos da natureza. O alemão Johan Friedrich Herbart exerceu influência na prática docente conservadora, defendendo que o fim da educação é a moralidade, o professor é o arquiteto da mente na qual deveria trazer à atenção do aluno àqueles que desejam que a dominem. Os defensores de Herbart argumentam sobre a exigência da compreensão dos assuntos estudados, e não memorizá-los. As ideias de pensadores que formaram o pensamento pedagógico europeu demarcaram as concepções pedagógicas da atualidade. A Pedagogia Libertadora está centrada na discussão de temas sociais em que o professor e os alunos agem em conjunto. Essa escola defendida por Paulo Freire sustenta uma concepção dialética em que oeducador e o educando aprendem juntos em uma relação dinâmica, na qual a prática é orientada pela teoria em um processo constante de troca de ideias entre professor e aluno. Demerval Saviani defende que no âmbito da política educacional e no recinto do interior da escola, na verdade, nós combatemos duas posições que eram de regra convencionalmente traduzidas em termos do novo e do velho, da Pedagogia Nova e Pedagogia Tradicional. Essa Pedagogia Tradicional se afunda em uma concepção fisiológica essencialista, ao passo que a Pedagogia Nova se funda em uma concepção filosófica que privilegie a existência sobre a essência. José Carlos Libâneo defende a pedagogia crítica e social, buscando uma síntese para superar os traços da Pedagogia Tradicional e Nova, postulando para o ensino a tarefa de propiciar aos alunos o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades. Mediante a transmissão e assimilação ativa dos conteúdos escolares, proferindo, em um único processo, adquirir noções sistematizadas e as qualidades individuais dos alunos. Para a Pedagogia Crítico-social dos conteúdos, a escola tem a função social-política, que defende os conteúdos e conhecimentos sistematizados para serem confrontados com as experiências culturais. Busca levar o educando a assumir sua condição de agente ativo de transformação social. Ela também toma partido dos interesses da maioria da sociedade, atribuindo à instrução e ao ensino o papel de proporcionar aos alunos o domínio de conteúdos, de raciocínio científico, para formarem uma consciência crítica diante das realidades sociais. Assim, são necessárias reflexões intensas. Analisar com minúcia e coerência qual é a concepção de educação, quais teorias que embasarão a práxis educativa da Instituição de Ensino, a qual será defendida e argumentada no Projeto Político Pedagógico. 11 DOCUMENTOS OFICIAIS DA ESCOLA E DA GESTÃO ESCOLAR Para apurar os procedimentos administrativos da secretaria e da gestão escolar, é fundamental o bom uso de impressos como planilhas, formulários, projetos, regimento interno e ofícios de obras que ajudam a organizar as informações. 11.1 DEFINIÇÕES DE ALGUNS DOCUMENTOS 11.1.1 Projeto Pedagógico O termo Proposta Pedagógica foi introduzido pela LDB 9394/96 sugerindo o princípio da autonomia e constituindo que a edificação da proposta é uma tarefa coletiva na qual devem colaborar representantes da comunidade escolar. Incluindo-se nela o segmento familiar, respeitadas as diretrizes e normas do sistema de ensino, artigos 13 e 14, Incisos I e II e Artigo 15. O Projeto Pedagógico - PP traz a compreensão pedagógica que orientará a ação educativa da escola. Ele determinará os rumos, a intenção e os processos que a escola utilizará para alcançar suas metas. O PP é um projeto político de gestão de longo prazo. Assim, para promover o acompanhamento da execução das metas e dos objetivos propostos, estenderá aos Planos de Ação (PA). Para garantir legitimidade, participam da elaboração do PP representantes de todas as partes da escola. 11.1.2 Regimento Escolar O Regimento Escolar (RE) é a lei maior da escola. Representa um pacto educativo que se firma entre escola e família, devendo, por conseguinte, ser do conhecimento de toda a comunidade escolar. É na verdade o Código de Ética que orientará as relações dentro da escola. Constituem este documento: a estrutura organizacional da instituição, regime escolar, regime didático, normas de convivência social, aí incluídos os direitos, deveres e as penalidades. O Regimento é um documento aberto que pode ser reformulado quando necessário. O Regimento Escolar conjeturará o PP. Para garantir legitimidade, tomam parte da elaboração do RE representantes de todos os segmentos da escola. 11.1.3 Plano de Ação O Plano de Ação (PA) é o instrumento de planejamento que viabilizará a execução do Projeto Político Pedagógico ano a ano. Nesse sentido, o PA indicará os objetivos e metas a serem alcançados pela escola no ano. Como instrumento de planejamento, viabilizará o acompanhamento e a avaliação da execução do Projeto Pedagógico, permitindo as adaptações necessárias. O PA é um projeto operacional. Nomeará as metas a atingir a cada ano, por isso, deverá ser elaborado com a participação de todos – professores e demais educadores que fazem a escola. 11.1.4 Calendário Escolar É o cronograma composto de todas as atividades escolares, até mesmo, extraclasses a serem desenvolvidas no transcorrer do ano letivo, tais como: aulas, excursões, festividades, datas comemorativas, conselhos de classe, feriados, planejamento, aulas programadas, capacitação, entre outros. O calendário antecipa, inclusive, os períodos de férias. É comum organizarmos o ano letivo de acordo com o ano civil. O calendário escolar é praticamente igual entre os estados, todavia a LDB institui somente que o ano letivo terá duração mínima de 200 dias e 800 horas-aula. O calendário escolar para a educação profissional, nas formas concomitantes e subsequentes, permite a flexibilidade do calendário, sendo obrigatório somente o cumprimento da carga horária estabelecida para a respectiva área. 11.1.5 Proposta Pedagógica Figura 6 FONTE: Disponível em: <http://www.piaget.g12.br/colegio-piaget/proposta-pedagogica/>. Acesso em: 10 out. 2012. A proposta pedagógica é um processo e precisa sempre estar sendo revisto e reescrito. O importante é trabalharmos estes conteúdos de forma integrada, pois esses assuntos não são neutros e temos que respeitar as diferenças de ideias, de opiniões. A experiência curricular não resulta somente do que temos considerado tradicionalmente como conhecimento: o domínio de informações e o desenvolvimento do raciocínio. A criança desenvolve atitudes de pensar, porém também diferentes modos de sentir, de se expressar, de agir com criatividade, de se movimentar. Na Educação Infantil, tudo isso é conhecimento escolar. Tudo faz parte da experiência curricular. Serão apresentadas algumas das qualidades da produção do documento. No início da proposta pedagógica é feita uma apresentação da realidade. Exemplos de perguntas que podem ser realizadas para termos o conhecimento da realidade. Quem são as pessoas que vão participar da discussão e elaboração da proposta? Quais são os seus objetivos? Para quem é esta proposta? Ou seja, quem são as crianças e os adultos envolvidos? A proposta pode ser criticada e alterada? Qual o diagnóstico a respeito da situação de educação destas crianças? Quais são os principais problemas detectados? E que sugestões para superá-los serão apresentadas? Além disso, deve-se refletir sobre os fundamentos teóricos das propostas. É importante que toda a equipe que esteja envolvida com o trabalho defina e explicite quais são os fundamentos teóricos que irão sustentar a proposta educacional da instituição. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 em seus textos estabelece que in verbis: Artigo 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I – elaborar e executar sua proposta pedagógica; VI – informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. Na sequência, os artigos 13 e 14 determinam: Artigo 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino. Artigo 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participaçãodos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola. Diante do exposto, compreende-se a Proposta Pedagógica como sendo o resumo dos princípios e primazias estabelecidas pela equipe escolar a partir dos desígnios educacionais e da definição dos resultados desejados. É toda uma visão dos princípios de trabalho da escola, em conformidade com a educação nacional. Elemento de princípios democráticos que envolvem temas concernentes à organização da escola como um sistema social, estabelecendo diretrizes sobre currículos, conteúdo programático planejamento administrativo, pedagógico e avaliação. Orienta-se pelo princípio de democratização de ensino, sendo elaborada por toda a comunidade escolar; tendo em vista preparar alunos-cidadãos unidos à comunidade. A proposta pedagógica deve ser organizada a partir das informações conseguidas junto à comunidade (variáveis exógenas, ou seja, exteriores à escola) e junto à própria escola (variáveis endógenas, ou seja, informações internas) a serem municiadas por todos os que trabalham e convivem no ambiente escolar - alunos, professores, direção, pais e todos os funcionários. A respeito da Pedagogia Libertadora é correto afirmar: Busca levar o educando a assumir sua condição de agente ativo de transformação social. A escola tem a função sociopolítica, onde defende os conteúdos e conhecimentos sistematizados para serem confrontados com as experiências culturais. Se afunda em uma concepção fisiológica essencialista. Postula para o ensino a tarefa de propiciar aos alunos o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades. Está centrada na discussão de temas sociais em que o professor e os alunos agem em conjunto. 12 MODALIDADES DE PLANOS DE ENSINO Em nível da instituição escolar o planejamento se refere a um processo que pode ser focalizado a partir dos ângulos administrativo e técnico- pedagógico, e cujos objetivos unem-se para conseguir melhores serviços educacionais ao alcance de toda população em idade escolar, dentro dos meios materiais e dos recursos humanos disponíveis. Diante de todo o sistema educacional, pode-se considerar o planejamento como um processo de tomada de decisões que envolvem três fases específicas, mas inter-relacionadas. E são elas: a fase de preparação, a fase de desenvolvimento e a fase de aperfeiçoamento do planejamento. A fase de preparação é aquela em que o professor realiza um cuidadoso estudo das características dos seus alunos, buscando determinar, nos limites da possibilidade, suas condições e pré-requisitos. Em outras palavras, podemos dizer que o professor procura determinar a realidade imediata dos alunos coletando dados sobre suas capacidades, habilidades desenvolvidas no lar ou na escola, interesses e necessidades, pois é preciso conhecer aquilo que eles podem fazer, o que eles sabem fazer e o que gostam de fazer, para estimar o que cada um precisará e será capaz de aprender. A preocupação básica do professor é utilizar um meio adequado à sistematização e racionalização das ações que empreenderá para satisfação das necessidades de seus alunos, explicitadas em termos de propósitos do processo ensino-aprendizagem. O Ministério da Educação, junto com seus órgãos na escala federal, estadual e municipal, é responsável pela estruturação e funcionamento do sistema educacional. O planejamento de ensino é desenvolvido basicamente a partir da ação do professor, por isso ele tem a aptidão de definir os objetivos a serem alcançados, desde seu programa de trabalho até eventuais e necessárias mudanças de rumo. Contudo, o professor tem que analisar o objetivo a ser alcançado, conteúdo da matéria, estratégias de ensino e de avaliação e, agir de forma a obter um retorno de seus alunos no sentido de redirecionar sua matéria. O plano de ação é um meio seguro para o êxito do processo de ensino- aprendizagem, porque, anulando a improvisação e o jogo do acaso, conduz ao máximo aproveitamento do tempo disponível, variável que tanto preocupa e angustia os professores, desde as primeiras séries do ensino fundamental até às últimas séries do ensino médio. Sendo um roteiro sistematizado das atividades docentes e discentes, pode o plano tomar várias formas envolvendo distintos graus de abrangência ou amplitude. Distinguindo dessa forma, como fundamentais para uma segura orientação da aprendizagem, três tipos de planos da ação docente ou plano de ensino: Plano de curso; Plano de unidade ou unidade de ensino; e Plano de aula. Esses três tipos de planos de ensino se constituem, na realidade, em momentos da ação de planejar, que ocorrem numa sucessão de causa e efeito. O critério principal e diferenciador de cada momento é a progressiva especificação dos objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e modalidades de avaliação, à medida que se aproxima o instante da aplicação na sala de aula. Um plano de ensino bem feito permite a execução das tarefas do professor e dos alunos de maneira sistemática, com um sentido ordenador e estruturado, endereçando a ação, com firmeza, na conquista dos resultados previstos, bem como facilitando a comunicação entre todos os elementos engajados no processo educativo. 12.1 PLANO DE AULA Etimologicamente, a palavra aula vem do grego “aulé”, por meio do latim aula, pátio. A equivalente sala em que se leciona denota a acepção grego-latina, pátio, ou grande saguão no interior de algumas casas. Se analisarmos a equivalente sala em que se leciona, poderá ser verificado que lecionar é ministrar lições, ou seja, prestar uma informação sob a forma de preleção. Nesse sentido, a sala de aula é o lugar onde o professor desempenha o papel de maior relevância. Entretanto, sabe-se que a sala de aula não deve ser o lugar onde o professor fala e os alunos ouvem passivamente. Ela é considerada atualmente como um organismo social no qual interagem forças, movimentos, sistemas de ideias e sistemas de valores. Reconhecendo desta maneira, que além dos puramente cognitivos, há uma pletora de fatores que afetam a aprendizagem na sala de aula, que é o ponto de encontro de tendências, hábitos, ciências, ideias individualizadas e de uma cultura e estrutura social mais ampla. Consistindo em um ponto de encontro de elementos que interagem, a capacidade de antecipar, de prognosticar os comportamentos do outro e de atuar de acordo com as necessidades e interesses de um e outro deve ser uma constante. Assim, a interação professor e aluno na sala de aula ressalta o papel do professor não mais como ministrador de lições, mas como antecipador dos comportamentos esperados do aluno, que se tornam reais pelas condições de aprendizagem que são oferecidas, a partir de uma previsão inteligente, deliberadamente organizada e registrada sob a forma de um plano de aula. O plano de aula é um instrumento de trabalho que especifica os comportamentos esperados do aluno e os meios, conteúdos, procedimentos e recursos que serão utilizados para sua realização, buscando sistematizar todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que professor e aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem. Dessa maneira, ressalta a íntima relação de subordinação e coerência que deve existir entre um e outros. Dito de outra forma, isto significa que os objetivos traçados no plano de curso, de forma ampla e em termos gerais, envolvem os mesmos comportamentos em nível do plano de aula, mas só que nesse momento, em termos de desempenhos visíveis, observáveis, avaliáveis, enquanto se realizam. Ao elaborar seu plano de aula, o professor deve ter como critérios: Adequação dos estímulos; Especificação operacional; Estrutura flexível; Ordenação. O plano de aula deve prever estímulos adequados ao nível dos alunos a fim de despertar os motivos destes, e criaruma atmosfera de comunicação entre professor e aluno que favoreça a execução do trabalho em classe. Deve prever, nos limites do possível, sobre bases metodológicas ativas, as eventualidades e as derivações prováveis que somente o plano em marcha pode constatar, isto é, o plano de aula não deve apresentar uma estrutura rígida que impeça a participação do aluno, como agente que é de sua própria aprendizagem. Ele deve ter um sentido de ordenação do conteúdo de ensino- aprendizagem, de tal maneira que se evitem hiatos no seu desenvolvimento. Caracteriza-se pela descrição específica, em termos operacionais, do objetivo pretendido para cada aula e dos meios necessários para seu alcance. Em sua estrutura, deve ser um todo integrado, de tal maneira que as diferentes partes se intercomplementem, formando um conjunto harmônico e executável. Portanto, é no plano de aula que se nota, mais claramente, a relação estreita que guardam entre si objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e avaliações. O êxito na execução do plano de aula depende, em grande parte, da habilidade do professor ao estabelecer esse relacionamento com adequação. Mesmo prevendo detalhadamente os diferentes elementos para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, o plano de aula não pode ser considerado como algo que deva ser cumprido rigidamente. Ao contrário, o professor deve se afastar do plano sempre que necessidades e interesses dos alunos justifiquem tal afastamento. No entanto, um afastamento contínuo e sistemático deve preocupá-lo. Significa que algo não foi levado em consideração no momento de planejar. O plano de aula, como o plano de unidade, ao ser elaborado, deve seguir as fases naturais do processo de aprendizagem. Constará, portanto, de três etapas que se realizam dentro de uma mesma linha metódica de ensino- aprendizagem e, de nenhum modo, sujeitas a divisões que parcelam ou quebram a continuidade desejável do plano em ação. Essas etapas são: A apresentação que representa uma base que demonstra preparar uma nova atividade. Este é o momento em que o professor prepara a classe para a realização das experiências de aprendizagem. O desenvolvimento é o momento da análise, em que o professor orienta a aprendizagem do aluno. O desenvolvimento pode compreender o estudo de um texto, a solução de um problema, a discussão de um assunto relevante. A integração envolve a realização da síntese final. É o momento em que o professor verifica o resultado obtido pelos alunos, na realização das atividades propostas na etapa de desenvolvimento. 12.2 PLANO DE UNIDADE O plano de unidade, ou unidade de ensino, é uma previsão mais específica e analítica do trabalho a ser desenvolvido durante um determinado período/tempo. Este plano procura reunir, num todo organizado mais específico, temas ou conteúdos listados, que se inter-relacionem e se complementem, compondo um conjunto mais facilmente compreensível, em razão de sua significação. Um bom plano de unidade, ao ser elaborado, deve levar em consideração o nível psicológico do aluno, deve se desenvolver ao redor de um tema ou foco centralizador que seja adequado à maturidade e ao interesse do grupo de alunos. Deve ser considerado também o sentido em si mesmo; o plano de unidade deve conter sentido em si mesmo pela propriedade de seus objetivos, validade e utilidade de seus conteúdos e significado das experiências de aprendizagem. Portanto, o sentido dentro da sequência é importante, pois o plano de unidade deve guardar uma linha de relacionamento com as aprendizagens anteriores, ao mesmo tempo em que oferece elementos para aprendizagens posteriores. O plano deve ser elaborado, sempre que possível, com a participação dos alunos, que apresentarão sugestões que poderão ser desenvolvidas e recursos que poderão ser utilizados para o alcance dos objetivos. Como consequência, os objetivos pretendidos pelo professor deverão ser do conhecimento do aluno – mais do que isso, deverá ser aceito por eles. O aluno deve perceber cada objetivo como seu objetivo para que de fato se engaje no processo ensino-aprendizagem. Contudo, este planejamento tem como caráter, estabelecer o maior número possível de correlações entre vários campos do conhecimento, de tal sorte que, ao se obter a unidade na pluralidade, se permita ao aluno a possibilidade de manejar intelectualmente o conteúdo, em termos de integração das informações e aprendizagens. O plano deve apresentar uma estrutura total, uma ideia de todo organizada. Tal ideia supõe uma estreita vinculação entre objetivos, meios e avaliação que ao se inter-relacionarem e complementarem oportunizarão uma sequência de aprendizagens significativas e integradas. Uma das principais características deste plano é o relacionamento que os objetivos e meios empregados para seu alcance mantêm com o foco ou tema central da unidade. A escolha do tema, foco ou assunto central é a primeira tarefa no desenvolvimento da unidade. Essa disposição não deve conceber uma atitude caprichosa do professor, mas, pelas consequências que envolvem, deve ser uma decisão racional e cuidadosamente tomada. A seleção do tema pelo professor e pelos alunos deve ter base nas necessidades e interesses imediatos. A proeminência é o teor ou grau de motivação que possa provocar, e um dos segredos é a vinculação com a realidade do aluno. As atividades daí decorrentes manterão o educando engajado ao processo de aprender. Esta modalidade de eleição do tema ou foco central da unidade tem seus méritos; entretanto, nas mãos de professores inexperientes pode resultar em repetições ou em seleção de assuntos insignificantes. O desenvolvimento de um plano de unidade ou unidade de ensino não implica fechamento à realização de outras atividades. Isso se torna bastante claro se atentarmos para o fato de que determinadas áreas do conteúdo, pelas características que lhe são peculiares, não podem nele ser integradas. O professor, então trabalhará esses conteúdos paralelamente à execução do plano de unidade, tendo o cuidado de não forçar um relacionamento com o tema central, o que o torna, quase sempre, impróprio e inoperante. Por isso, este plano envolve três momentos: A visualização do todo, da unidade total, ainda de forma imprecisa, indiscriminada, mais ou menos nebulosa, mas contendo potencialmente vários enfoques; A análise do todo em seus elementos integrantes, em busca da descoberta das relações existentes entre os mesmos; À volta ao todo, por meio da compreensão das relações existentes entre os elementos que o compõem. As atividades para introduzir os estudantes na unidade e estabelecer uma conexão com suas experiências oferecem ao professor a oportunidade de verificar o que eles sabem fazer, que habilidades possuem e como apreciam os fatos, para determinar o que devem aprender. Com o propósito de despertar o interesse do aluno e criar uma atitude de engajamento e compromisso, o professor pode falar acerca dos conteúdos que serão estudados, se relacionando com as experiências anteriores da classe e conferindo um sentido prospectivo em termos da validade e utilidade dos mesmos. O professor pode utilizar material ilustrativo, como artigos de jornais ou revistas, objetos históricos, referentes às dimensões do tema da unidade. O estudante pode dar sugestões sobre a inclusão de tópicos ou problemas cujo estudo seja importante. Na fase de apresentação da unidade, o aluno entra em contato, de modo global, com o tema ou assunto central a ser desenvolvido. A qualidade e o sucesso desta etapa se manifestam no engajamento e compromisso do aluno ante os objetivos propostos. Na fase de desenvolvimento da unidade, vimos que a ênfase recai no estudo das partes que compõem o todo, isto é, no estudo do tema central que é dividido em subtópicos,ou subtemas, ou subunidades. Esses não devem ser estudados como partes independentes, dissociadas, isoladas. Constituindo elementos de um todo, o aluno deve ver a relação do trabalho que está realizando em cada subunidade ou subtema com a unidade inteira, pois demasiada individualização pode levar à perda da ideia do todo. Na fase de integração, como o próprio nome diz, há uma volta à totalização. O aluno se envolve num processo de trabalhar com elementos, partes, combinando-os para que constituam uma configuração ou estrutura não claramente percebida antes. O professor pode prever atividades como a organização de resumos que contenham as generalizações feitas pelos alunos, solução de problemas que exijam a aplicação dessas generalizações a uma situação nova, e dentro de um novo contexto, dramatizações com textos organizados pelos alunos, exposições de materiais constituídos pelos alunos com o propósito de reunir as generalizações aprendidas, apresentação de relatório oral que sintetize os aspectos mais importantes da unidade. O professor pode prever a avaliação dos objetivos pretendidos. Para isso, incluirá em seu plano de unidade a especificação dos instrumentos que utilizará, como, por exemplo, prova objetiva, prova de dissertação, fichas de registro das atividades grupais, preenchidas pelos alunos, autoavaliação do aluno, registro de observações feitas pelo professor. Enfim, a seleção do instrumento de avaliação dependerá sempre do domínio ao qual pertence o objetivo que se quer avaliar. 12.3 PLANO DE CURSO Em todas as situações que a vida nos apresenta, observamos sempre uma interdependência entre os fatores que as compõem. Nada se dá isoladamente. Nada sobrevive isoladamente. Há entre o meio circundante e as pessoas, e entre estas mesmas, uma cadeia de aproximação e dependência tal que, se partido um elo, dificilmente não se alterará o todo em sua estrutura orgânica. É inquestionável a aproximação e dependência que existe entre os fatores que compõem a estrutura educacional. Analisar tal conjuntura não é nosso objetivo. Entretanto, ao elaborar seu plano, deve levar em conta, senão materialmente a preparação do seu curso de ensino. Um conhecimento completo da linha filosófica que orienta a escola, a compreensão dos fundamentos e dos processos enunciados no plano, as características da clientela para a qual se destina o curso, são alguns dos fatores que influem diretamente na elaboração de um plano de curso, pois este só se justifica pela contribuição que possa trazer às necessidades educativas dos alunos, como indivíduos e como componentes de um organismo social. O plano de curso é um instrumento de trabalho, amplo, genérico, sintético, que serve de marco de referência às operações de ensino- aprendizagem que se desencadearão durante o curso, derivadas dos fins a serem alcançados. Representando, assim, o trabalho de previsão de um ano letivo para as atividades de uma determinada disciplina, incluindo sua dependência com os anos anteriores e posteriores, e sua coordenação com outras disciplinas afins ou não, tendo em vista tornar o ensino mais eficiente, mais orgânico e com sentido de continuidade. Ele deve manter uma íntima correlação com o plano curricular, de modo a assegurar coerência nas ações da escola, se mantendo como um todo integrado, baseando-se no conhecimento da realidade que envolve o aluno, para que expresse, em cada objetivo e nos meios especificados para seu alcance, um sentido de adequação às capacidades e possibilidades dos aprendizes. Exercendo uma função integradora entre todos os elementos humanos engajados no processo ensino-aprendizagem, permitirá aos supervisores escolares, aos diretores, aos professores e aos alunos a visão total dos esforços. Como consequência, suas ações numa mesma direção de conjunto. No plano de curso, a previsão dos conteúdos deve enfatizar a dependência do novo conhecimento a ser adquirido, com os conhecimentos já aprendidos, isto é, toda experiência nova deve se relacionar e se integrar com as experiências prévias dos alunos. O professor, ao realizar esta previsão, deve buscar selecionar os pontos fundamentais e as informações consideradas valiosas para o alcance dos objetivos, organizando em sequências de aprendizagem. A organização sequencial dos conteúdos implica relacionamento dos temas selecionados. Esta deve ser feita com base em critérios lógicos atendendo às necessidades do conteúdo, e em critérios psicológicos que traduzem o sentido que o conteúdo tem para o aluno, favorecendo o processo de aprendizagem. O professor, em seu plano, deve prever os recursos de ensino. Adotando tal medida, antecipará a constatação da disponibilidade de recursos existentes na escola. Sendo que na falta, providenciará o material necessário. Muitas escolas dispõem de recursos modernos como: gravador, projetor de slides, retroprojetor, datashow, etc. É necessário que se conheça o manejo desses aparelhos para evitar a perda de tempo e os embaraços na utilização. Se a escola não dispuser desse tipo de material, o professor poderá confeccionar materiais mais simples como, por exemplo: cartazes, álbum seriado, fichas, textos mimeografados, etc., ou lançará mão dos recursos de que a comunidade dispõe. Os objetivos para este plano devem ser formulados em termos gerais, descrevendo comportamentos que se esperam dos alunos ao final do curso. Ao formulá-lo, o professor deve levar em conta os objetivos do currículo, as características da disciplina e as características dos alunos. Contudo, o professor indicará em seu plano de curso, os instrumentos que utilizará e a forma de comunicação dos resultados. Dependendo do sistema de avaliação em vigor na escola, regulamentando no regimento da mesma, o professor poderá adotar graus ou conceitos para especificar o nível de alcance dos objetivos. As formas de apresentação do plano de curso podem ser variadas, não existe a priori, um modelo único. Alicerçado nas linhas catedráticas de ação da escola, isto é, no planejamento curricular, surge, em nível mais específico, o planejamento de ensino. Esta é a tradução, em termos mais próximos e concretos, da ação que ficou configurada em nível de escola. Indica as atividades direcionais, metódicas e sistematizadas que serão empreendidas pelo professor junto a seus alunos, uma busca de propósitos definidos. O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complicação para atender, em classe, a seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino- aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades. Nesse caso, o planejamento envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como meios necessários para alcançá-los. A responsabilidade do educador é imensa, pois grande parte da eficácia de seu ensino depende da organização, coerência e flexibilidade de seu planejamento. Às vezes, o plano é elaborado somente por um professor; outras vezes, no entanto, vários professores compartilham a responsabilidade de sua elaboração. Neste último caso, temos o planejamento de ensino cooperativo. Este, por sua natureza, resulta de uma atividade de grupo, na qual os professores congregam esforços para juntos estabelecerem linhas comuns de ação, com vistas a resultados semelhantes e bastante válidos para a clientela atendida. Planejando, executando e avaliando juntos, esses professores desenvolvem habilidades necessárias à vida em comum com os colegas. Isso proporciona, entre outros aspectos, crescimento profissional, ajustamento às mudanças, exercício da autodisciplina, responsabilidade e união em nível de decisões conjuntas. Consequentemente,o processo de tomada de decisões bem informadas visa à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino- aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior produtividade. Por maior que seja a complexidade que envolva a organização da escola, é indispensável ter sempre bem presente que a interação entre professor e aluno é o suporte estrutural, cuja dinâmica concretiza o fenômeno educativo. Portanto, o planejamento de ensino deve ser alicerçado neste pressuposto básico. O professor, ao planejar o trabalho, deve estar familiarizado com o que pode colocar em prática, de maneira que possa selecionar o que é melhor, adaptando tudo isto às necessidades e interesses de seus alunos. Na maioria das situações, o professor dependerá de seus próprios recursos para elaborarem seus planos de trabalho. Por isso, deverá estar bem informado dos requisitos técnicos para que possa planejar, independentemente, sem dificuldades. Ainda temos a considerar que as condições de trabalho diferem de escola para escola, tendo sempre que adaptar seus projetos às circunstâncias e exigências do meio. Considerando que o ensino é o guia das situações de aprendizagem e que ajuda os estudantes a alcançarem os resultados desejados, a ação de planejá-lo é predominantemente importante para aumentar a eficiência da ação a ser desencadeada no âmbito escolar. O professor, durante o período letivo (ano ou semestre), pode organizar três tipos de planos de ensino. Por ordem de abrangência vai delinear, globalmente, toda a ação a ser empreendida – plano de curso. Disciplinar parte da ação pretendida no plano global, plano de unidade. Especificar as realizações diárias para a concretização dos planos anteriores – planos de aula. Pelo significativo apoio que o planejamento empresta à atividade do professor e alunos, é considerada etapa obrigatória de todo o trabalho docente. Com isso, o planejamento tende a prevenir as hesitações do professor, oferecendo maior segurança para se atingir os objetivos previstos, bem como na verificação da qualidade e quantidade do ensino que está sendo orientado pelo educador e pela escola. Na esfera educacional, o processo de planejamento ocorre em diversos níveis, segundo a grandeza da ação que se tem em vista realizar. O planejamento educacional é o mais amplo, geral e abrangente; prevê a estruturação e o funcionamento da totalidade do sistema educacional e determina as diretrizes da política nacional de educação. Por conseguinte, o plano está intimamente relacionado às prioridades assentadas no planejamento educacional. Sua função é traduzir, em termos mais próximos e concretos, as linhas catedráticas de ações delineadas no planejamento imediatamente superior, por meio de seus objetivos e metas. Constitui o esquema normativo que serve de base para definir e particularizar a linha de ação proposta pela escola. Permite a inter-relação entre escola e a comunidade. O planejamento de ensino parte sempre de pontos referenciais estabelecidos; em essência, neste tipo de planejamento encontram-se diversas dimensões: Filosófica, que explicita os objetivos da escola; Psicológica, que indica a fase de desenvolvimento do aluno, suas possibilidades e interesses; Social, que expressa as características do contexto socioeconômico e cultural do aluno e suas exigências. Assim, chegamos ao nível mais elementar e próximo da ação educativa. É por meio dele que, em relação ao aluno, prevemos mudanças comportamentais e aprendizagem de elementos básicos. Propomos aprendizagens a partir de experiências anteriores e de suas reais possibilidades. Estimulamos a integração das diversas áreas de estudo. O planejamento tem níveis distintos de abrangência; no entanto, cada nível tem bem definido e delimitado o seu universo. Sabemos que um nível particulariza um ou vários aspectos delineados no nível antecedente, especificando com maior precisão as decisões tomadas em relação a determinados eventos da ação educativa. O planejamento de ensino, por si só, não constitui uma fórmula mágica para resolver todos os problemas. O esforço do professor, aliado a um adequado planejamento de ensino, promove uma atmosfera de trabalho que se pode chamar de metódica, em que é viável reconhecer as diferentes situações e enfrentar com maior segurança circunstâncias extraordinárias. Os professores, para efetivarem com propriedade seu trabalho, necessitam realizar uma previsão básica da ação a ser empreendida. Isto os levará a refletir sobre seu ensino e, numa constante busca de aprimoramento, atingir estágios mais significativos, em que o entusiasmo pelo seu trabalho será um dos mais alentadores incentivos. É no desafio de sua tarefa que encontrará estímulo para seguir atuando junto ao grupo de alunos. Para que o professor possa planejar adequadamente sua tarefa e atender às necessidades do aluno, deve levar em consideração o conhecimento da realidade. Este conhecimento constitui o pré-requisito para o planejamento de ensino. Antes de formular objetivos e estabelecer a estratégia para o desenvolvimento de sua ação junto aos alunos, é essencial que o professor efetue um balanço sistemático das características, condições e problemas da realidade em que vai atuar. Essa tarefa envolve aspectos bem definidos: o aluno, o professor e o meio. Estes aspectos, por sua vez, são compostos de inúmeras variáveis, muitas das quais, pela sua complexidade, são difíceis de definir. Mas para que um plano de ensino se torne um instrumento válido na orientação da atividade docente é indispensável que o professor, ao elaborá-lo, tenha bem presente à realidade imediata. Isto se prende, principalmente, ao fato de que é neste ambiente que o aluno tem que viver e agir. Ao iniciar um planejamento devem-se considerar as reais possibilidades do seu grupo de alunos, a fim de melhor orientar suas realizações e sua integração à comunidade; a realidade de cada aluno em particular, objetivando oferecer condições para o desenvolvimento harmônico de cada um, satisfazendo exigências e necessidades biopsicossociais; os pontos de referência comuns, envolvendo o ambiente escolar e o ambiente comunitário; suas próprias condições, não só como pessoa, mas como profissional responsável pela orientação adequada do trabalho escolar. Em suma, a averiguação dos fatores básicos de influência, a coleta de dados, a utilização de fontes de referência, a constatação de fatos relevantes, permitem ao professor dispor de todas as informações significativas sobre a realidade, não só em termos de necessidades, mas, também, em termos de aspirações. O levantamento de dados e fatos importantes de uma realidade, que possam ser interpretados, constitui a sondagem. O professor, em geral faz a sondagem para constatar o que o aluno conhece a respeito do conteúdo programático. É a sondagem mais usual, no entanto, ela é parcial em relação à realidade do aluno. Não exclui a sondagem dos outros fatores. O plano de ensino é um instrumento de trabalho que disciplina os esforços de professores e alunos, no sentido de racionalizar as atividades de ensino e aprendizagem. Todo planejamento de ensino, como processo de tomada de decisões, se concretiza num plano definido de ação que constitui um roteiro seguro para conduzir progressivamente os alunos aos resultados desejados. Segundo autores, o plano é um instrumento de trabalho de cada professor. O seu valor principal reside precisamente na elaboração pessoal de quem irá executá-lo. O professor concretizando suas decisões, num plano bem definido e coerente, terá sempre à mão o roteiro seguro da marcha a seguir e das providências a tomar no seu devido tempo, relacionando todos os pormenores de sua atuação com os objetivos traçados. O plano é apenas um roteiro, um instrumentode referência e, como tal, é abreviado, esquemático, sem colorido e aparentemente sem vida. Compete ao professor que o confeccionou dar-lhe vida, relevo e colorido no ato de sua execução, impregnando sua personalidade dinâmica, sua vibração e seu entusiasmo, se enriquecendo com sua habilidade e expressão. 13 ORIENTAÇÕES SOBRE CALENDÁRIO ESCOLAR O calendário escolar distingue-se como um documento oficial da instituição educacional com o desígnio de situar as atividades e as ações a serem desenvolvidas no decorrer do ano letivo, observando-se o que dispõem o §2º do artigo 23 da Lei nº 9394/96 – LDB, in verbis: Art. 23, §2º - O Calendário Escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta lei. Toda e qualquer programação, constante na Proposta Pedagógica da instituição educacional, com frequência obrigatória de alunos e efetiva orientação dos professores, será incluída no total de dias letivos e nas horas de trabalho escolar efetivo. Para a preparação do Calendário Escolar, a instituição educacional deverá observar a legislação vigente, as normas do seu Regimento Escolar, o instituído na Proposta Pedagógica, as perspectivas da comunidade, além de algumas informações, como: Cabeçalho; Estrutura do calendário; Legenda; Feriados previstos para o ano letivo; Recessos; Duração do ano ou semestre letivo. Importante! • Caso sejam proporcionadas distintas modalidades e etapas de ensino, cujos dados não concordarem com os fixados no calendário, a instituição deverá elaborar calendários específicos para cada modalidade ou etapa; • em caso de qualquer alteração no Calendário Escolar, durante o ano letivo, a instituição deverá: 1º obter aprovação pela comunidade escolar (pais, alunos, professores), via comunicado escrito ou reunião entre os interessados; 2º enviar ofício à Cosine, para análise das alterações propostas. Lembrando que conforme Lei Federal Nº. 10.639, de 9/1/2003, o dia 20 de novembro deverá constar no Calendário Escolar como Dia Nacional da Consciência Negra e ser incluída no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática: História e Cultura Afro-Brasileira, podendo ser, a critério da instituição educacional, ponto facultativo, desde que respeitados os 200 dias letivos. Assinale a alternativa que corresponde ao Regimento Escolar: Traz a compreensão pedagógica que orientará a ação educativa da escola. Ele determinará os rumos, a intenção e os processos que a escola utilizará para alcançar suas metas. É a lei maior da escola. Representa um pacto educativo que se firma entre escola e família, devendo, por conseguinte, ser do conhecimento de toda a comunidade escolar. É o instrumento de planejamento que viabilizará a execução de determinado projeto. É o cronograma composto de todas as atividades escolares, até mesmo extraclasses, a serem desenvolvidas no transcorrer do ano letivo. É um mecanismo de gestão e de escrituração escolar que segue e controla o desenvolvimento da ação do professor. 14 REGISTROS E ATOS ESCOLARES Os registros conformam-se na escrituração escolar, em que é realizado o registro metódico dos fatos e dados relativos à vida escolar do aluno e da unidade escolar, com o desígnio de assegurar, em qualquer época, a verificação: da identidade de cada aluno; da regularidade de seus estudos; da autenticidade de sua vida escolar; do funcionamento da escola. À instituição escolar cabe estabelecer a escrituração escolar para atender, imediatamente, às solicitações de informações e esclarecimentos. A organização da vida escolar faz-se por meio de um contíguo de normas que tendem a garantir o acesso, a permanência e a progressão nos estudos, bem como a regularidade da vida escolar do aluno, compreendendo os seguintes documentos: Requerimento de Matrícula; Diário de Classe; Mapa Colecionador de Canhotos; Atas de Resultados Finais; Histórico Escolar; Transferência; Portaria; Declaração. A respeito dos atos escolares – para efeitos de registros, comunicação de resultados e arquivamento – são escriturados em livros e fichas padronizados, ressalvando-se, no que competirem os regimentos e disposições legais aplicáveis, podendo ainda ser usados os recursos tecnológicos ou análogos. 15 A VIDA ESCOLAR DO ALUNO: SUA IMPORTÂNCIA Todos sabem a importância dos documentos que nos são concedidos, nesse sentido a secretaria escolar responsabiliza-se pelos registros e anotações dos alunos. Esses documentos admitem um caráter de testemunho, de prova, que acompanhará o aluno e influenciará sua vida de forma significativa. Nos registros dos alunos devem constar: Identidade de cada aluno; A regularidade de seus estudos; A autenticidade de sua vida escolar; O funcionamento da escola. 15.1 PROCEDIMENTOS PARA REGISTRO Por ser um procedimento relativo ao arquivamento escolar, tendo caráter documental é importante que toda a unidade escolar tenha um arquivo bem instalado, organizado e atualizado, de maneira a proporcionar informações aos seus usuários, com rapidez e prontidão. Nesse sentido, as instituições de ensino podem contar com a velocidade da informação, o que permite a simplificação dos registros e o arquivamento dos documentos necessários e urgentes. Todavia, é importante lembrar que os documentos somente constituem arquivo quando são guardados em condições adequadas de segurança. 15.2 FOCO NA ORGANIZAÇÃO A apresentação e organização dos documentos considerados arquivos deve mostrar-se classificados e ordenados de modo a possibilitar rapidamente a sua localização e consulta, observando: facilidade na busca de documentos; simplificação na manipulação; acessibilidade para qualquer pessoa; economia de tempo e espaço; resistência ao uso constante; capacidade de extensão; disposição lógica; acomodação que permita limpeza e conservação; segurança; resistência à ação do tempo, que assevere a invulnerabilidade dos documentos. 15.3 REQUERIMENTO DE MATRÍCULA Distingue-se pelo documento formal que vincula o aluno a uma unidade escolar, deve ser preparado pela unidade escolar, tendo informações de identificação do aluno, endereço residencial, curso, série, turno, turma, ano letivo, cor, raça, data, assinatura do responsável legal, deferimento da Direção e espaço para observação. Por sua importância, o requerimento não pode ser preenchido somente pelo próprio aluno ou responsável legal, porém com acompanhamento, assistência, conferência das informações, documentos e assinaturas por funcionários experientes ou treinados da Secretaria Escolar. A matrícula só pode ser deferida pelo(a) Diretor(a) quando for constatado que os documentos do aluno estão completos, conforme a legislação vigente, assumindo a responsabilidade sobre qualquer irregularidade na documentação apresentada pelo aluno ou responsável legal. De tal modo, não deve conter rasuras, espaços em branco ou aplicação de corretivos. 15.4 DIÁRIO DE CLASSE O Diário de Classe é um instrumento de gestão e de escrituração escolar que acompanha e controla o desenvolvimento da ação do professor. Alista todos os alunos matriculados por série, ciclo ou etapa, turno e turma, registra o rendimento escolar, frequência, conteúdos programáticos, dias letivos, feriados e carga horária. Em hipótese alguma, o Diário de Classe poderá ser retirado da escola e levado para outros locais. É um documento de registro e deve ter sua autenticidade resguardada devendo, ser portado, exclusivamente, pelos professores ou pelo secretário escolar. Ao final de cada aula ministrada, o professor a registrará e acrescentará sua assinatura. Emnenhuma hipótese, o professor registrará nome de aluno no diário de classe. Essa é uma prerrogativa exclusiva do secretário escolar. As atribuições relativas ao preenchimento de dados obrigatórios no Diário de Classe são exclusivamente de dois profissionais – do professor e do secretário. Cada um fará as anotações e os lançamentos sob sua responsabilidade, não interferindo no campo do outro. Cabe à Secretaria Escolar prover ao professor o Diário de Classe com a Relação Nominal dos Alunos, conforme a cópia da Certidão de Nascimento ou Casamento, de forma legível e sem rasuras e só a ela cabe adicionar o nome dos alunos matriculados no decorrer do ano letivo e as observações referentes a transferência, cancelamento, remanejamento, classificação, especificando o amparo legal, bem como anular os espaços destinados à frequência dos mesmos. Cabe à Direção verificar e vistar, bimestralmente, os Diários de Classe e não consentir a sua retirada da unidade escolar, pois os mesmos devem estar sempre à disposição da Secretaria Escolar para as informações necessárias, mantidos em local apropriado, que assevere sua inviolabilidade. Necessita-se evitar qualquer tipo de rasuras. Caso haja precisão, as rasuras devem ser devidamente observadas e assinadas por quem as realizou. 15.5 LIVRO DE REGISTROS E ATAS DE CONSELHOS Ata de Resultados Finais: é o documento que registra o resultado final de todos os alunos matriculados no decorrer do ano letivo. Ata de Resultados Finais: o que deverá conter: Nome da instituição, dia, mês e ano da conclusão da série ou etapa. Forma de organização do ensino (série, ciclo, turma e turno). Níveis e modalidades. Nome dos alunos por extenso, organizados em ordem alfabética, exatamente igual ao registrado no diário de classe que por sua vez deve estar conforme a certidão de nascimento ou casamento. Apontamento de disciplinas. Resultado final (aprovados, reprovados, afastados por transferência e abandono). Assinaturas do diretor e do secretário escolar. A Ata Descritiva: caracteriza-se por uma forma própria de ser elaborada. Para que considere todos os aspectos importantes e necessários, observe as seguintes orientações. Registra, de forma exata e sistemática, as ocorrências e decisões tomadas nas assembleias, reuniões ou sessões realizadas por comissões, conselhos, congregações corporações ou outras entidades semelhantes. No termo de abertura do livro de Atas, deve constar o nome da instituição de ensino, conforme ato de criação, o nome do Estado, do Município onde está situado, data e ano, as ocorrências, decisões e encaminhamentos e ao final, a assinatura do secretário e do diretor da instituição de ensino e de todos os presentes. Por ser de valor formal, a Ata deve ser lavrada de tal maneira que seja inviável introduzir modificações posteriores. Não se fazem parágrafos ou se deixam espaços entre as palavras. A Ata é lançada em livro próprio devidamente autenticado, cujas páginas são rubricadas e numeradas. Existem tipos de Atas que, por se referirem a rotinas e procedimentos padronizados, são lançadas em formulário com lacunas a serem preenchidas. Nesse tipo de Ata, é imprescindível prevenir qualquer tipo de fraude, preenchendo os eventuais espaços em branco com traços ou outros sinais convencionais. Nesse caso, também se registra o número da página e rubrica-se cada folha. Na Ata não se aceitam rasuras para ressalvar erro constatado durante a redação, usa-se a palavra “DIGO”, depois da palavra errada, repetindo-se a palavra ou expressão de forma correta (ex.: aos doze dias do mês de setembro, digo, do mês de outubro ...). Ao ser constatado erro ou omissão após a redação, usa-se a expressão “EM TEMPO”, que é escrito após o texto da Ata, seguindo- se a emenda ou acréscimo: (ex.: em tempo onde se lê “abono”, leia-se “abandono”). A Ata deve ser escrita por um secretário efetivo do órgão ou, na falta desse, por um secretário ad hoc, isto é, eventual, designado na ocasião. A Ata é um registro fiel dos fatos ocorridos em determinado evento e sua linguagem deve ser simples, clara, precisa e concisa. 15.6 ATA DE ELIMINAÇÃO DE DOCUMENTOS É um procedimento peculiar à rotina escolar que objetiva a racionalização do espaço físico. Após análise, uma comissão poderá decidir pela eliminação de documentos escolares nos seguintes casos: Tenham sido dispensados por lei e/ou normas específicas; Tenham perdido a validade em virtude do tempo decorrido; Constituam duplicidade, ressalvada a existência dos documentos de registro individual do aluno e de documentos de registro coletivo; Tenham se tornado dispensáveis, vencidos os prazos de guarda estabelecidos; Tenham sido reconstituídos. A ficha individual do aluno deve ser eliminada após a transcrição de dados para o histórico escolar, exceto aquelas cujos dados não podem ser transcritos. A eliminação de documentos escolares deve ser realizada de modo a assegurar sua total descaracterização, mediante processo indicado pela comissão constituída para este fim. A comissão de eliminação de documentos escolares deve registrar em ata própria a especificação dos documentos eliminados, indicação de livros nos quais constam registros referentes aos documentos eliminados, se for o caso, e, ainda, constar a data e assinatura de seus membros. A ata de eliminação de documentos escolares deve ser lavrada, observando as informações mínimas relacionadas: Número de ordem: sequência numérica; Relação dos documentos eliminados; Especificação quantos aos documentos; Etapa, nível e modalidade de ensino referentes aos documentos que estão sendo eliminados; Ciclo/ano/série/semestre/segmento/período ou módulo, quando se referir aos documentos da educação de jovens e adultos e módulo da educação profissional; Semestre e ano letivo correspondente aos documentos que estão sendo eliminados; Observações pertinentes; Cidade/estado e data; Assinaturas e nomes dos componentes da comissão de eliminação de documentos. 15.7 CADERNO DE OCORRÊNCIAS Nele é importante registrar os fatos e as visitas de cunho administrativo e pedagógico, considerados relevantes e/atípicos na rotina escolar. Além disso, determinadas escolas registram atos mais graves de indisciplina, os quais diferem com os demais registros, podendo ser registrados fatos que descrevem brincadeiras, pouco estudo, uso de telefone celular em sala de aula, namoros, etc. Em meio aos registros, podem ser encontrados aqueles que se referem especificamente à agressão física e verbal ao professor ou ao colega. 15.8 ATESTADO MÉDICO É um documento emitido por um profissional médico que protege o afastamento temporário do aluno das atividades escolares durante o ano letivo, afiançando-lhe atendimento educacional diferenciado. O atestado médico justifica as faltas, entretanto, não abona as mesmas, todavia as faltas registradas no período do atestado não serão computadas para reprovação/retenção. De tal modo, assim que a Secretaria Escolar recebê-lo deverá comunicar de imediato aos professores para que procedam as atividades domiciliares. 16 DOCUMENTOS EXPEDIDOS PELA SECRETARIA ESCOLAR 16.1 DECLARAÇÃO É o instrumento em que se afirma a existência ou inexistência de um estado, direito ou fato. Estrutura: Título; Texto; Finalidade; Local e data; Assinatura sobre carimbo. A Escrituração Escolar é o mecanismo que garante a realização do processo pedagógico. A escola deve emitir tantas vias dos documentos escolares quantas forem requeridas pelo aluno ou responsável legal, isentas de qualquer taxa. 16.2 EXPEDIÇÃO E REGISTRO DE DIPLOMAS E/OU CERTIFICADOS A expedição e o registro de diplomas e/ou certificados são atos de responsabilidade exclusiva das instituiçõeseducacionais. Os documentos escolares de conclusão de cursos/estudos efetuados pelos alunos, com os direitos que deles transcorrem, são: Diploma: emitido quando da habilitação da educação profissional técnica de nível médio, que confere direito ao exercício de uma profissão. Certificado: expedido quando da conclusão do Ensino Médio, de capacitação, de aperfeiçoamento, de especialização, de atualização profissional e outros de caráter geral. Certificação Parcial: expedida quando da conclusão de componente curricular ou do conjunto de componentes, em caráter obrigatório, no caso dos exames supletivos, e em caráter optativo na educação profissional. As instituições educacionais devem ter rígido controle da expedição desses documentos. Na elaboração dos instrumentos devem constar as especificações abaixo, quando for o caso, e observada a legislação vigente. Fazer parte o nome do aluno(a), o número do RG e a sigla da Unidade da Federação que o expediu; o nome do curso concluído ou a série, caso o aluno não seja concluinte de curso. Completar o nome do Município em que está localizado o Estabelecimento de Ensino e a data de expedição do Histórico Escolar. No campo para assinaturas do(a) Secretário(a) e Diretor(a), registrar o nome, ato de designação, número/ano e a data de publicação em Diário Oficial do Estado. 16.3 REQUERIMENTO DE MATRÍCULA É o documento formal que vincula o aluno a uma unidade escolar, devendo ser elaborado pela unidade escolar, contendo dados de identificação do aluno, endereço residencial, curso, série, turno, turma, ano letivo, cor, raça, data, assinatura do responsável legal, deferimento da Direção e espaço para observação. O Requerimento de Matrícula, por sua natureza, é de tal responsabilidade que não pode ser preenchido simplesmente pelo próprio aluno ou responsável legal, porém com acompanhamento, assistência, conferência de dados, documentos e assinaturas por funcionários experientes ou treinados da Secretaria Escolar. A matrícula só pode ser deferida pelo(a) Diretor(a) quando for constatado que os documentos do aluno estão completos, conforme a legislação vigente, assumindo a responsabilidade sobre qualquer irregularidade na documentação exibida pelo aluno ou responsável legal. O Requerimento de Matrícula não deve conter rasuras, espaços em branco ou aplicação de corretivos. 16.4 HISTÓRICO ESCOLAR É o documento que registra a vida escolar do aluno. Deve ser preenchido em duas vias, devidamente datado e assinado pelo Secretário Escolar e Diretor da unidade escolar, com seus respectivos carimbos, sendo uma via entregue ao aluno e a outra arquivada em sua pasta. No cabeçalho, além dos dados da unidade escolar, como nome e número do ato legal de Autorização de Funcionamento, devem constar os dados do aluno e a última série cursada por ele. O registro das notas deve ser de acordo com o dos canhotos ou das Atas de Resultados Finais. O registro da carga horária deve ser de acordo com a estabelecida na Matriz Curricular aprovada e operacionalizada. O Histórico Escolar não deve conter rasuras, espaços em branco ou aplicação de corretivos. Todos os esclarecimentos sobre a vida escolar do aluno necessitam ser apostilados no verso do Histórico Escolar, contendo data e assinatura do Secretário Escolar e do Diretor, com seus respectivos carimbos. 16.5 TRANSFERÊNCIA É o acesso do educando de uma para outra unidade escolar, até mesmo de país estrangeiro, com base na equivalência e aproveitamento de estudos. Para a expedição das transferências, serão utilizados formulários próprios. No anverso do formulário deve-se registrar: Cabeçalho - dados de identificação da unidade escolar, dados de identificação do aluno, situação escolar do aluno no ano letivo concluído ou no ano em curso. Organização vida escolar do aluno, em conformidade com o regime cursado, registrando, também, a carga horária, o resultado obtido, o nome da unidade escolar, a cidade e Estado em que a mesma está localizada, o ano, o local e a data de expedição do documento, com assinatura dos responsáveis pela sua expedição Aponte as características da Ata Descritiva: É o documento que registra o resultado final de todos os alunos matriculados no decorrer do ano letivo. É um mecanismo de gestão e de escrituração escolar que segue e controla o desenvolvimento da ação do professor. Caracteriza-se por uma forma própria de ser elaborada. Para que considere todos os aspectos importantes e necessários, observe as seguintes orientações. Registra, de forma exata e sistemática, as ocorrências e decisões tomadas nas assembleias, reuniões ou sessões realizadas por comissões, conselhos, congregações corporações ou outras entidades semelhantes. Registra os fatos e as visitas de cunho administrativo e pedagógico, considerados relevantes e/atípicos na rotina escolar. É o instrumento em que se afirma a existência ou inexistência de um estado, direito ou fato. MÓDULO III 17 CONTEXTUALIZANDO: O IMPORTANTE ATO DA MATRÍCULA Na sua escola, qual o destino dado àquelas duas ou três folhas de papel que os pais preenchem no início do ano letivo ao efetuar a matrícula do filho? Elas simplesmente são arquivadas conforme mandam as normas burocráticas? Ou, antes disso, a equipe gestora as utiliza para conhecer melhor seu público e embasar o planejamento? 17.1 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NAS MATRÍCULAS Os aspectos são os elementos que se conhecem por meio das condições socioeconômicas e culturais dos estudantes, fica mais fácil tomar decisões administrativas, elaborar ações pedagógicas, organizar eventos e estreitar a parceria com a comunidade e as famílias. Na elaboração ou revisão do projeto político-pedagógico (PPP), é indispensável levar em consideração os dados coletados na matrícula. Essa é uma maneira de garantir que os alunos tenham, de fato, seus direitos atendidos. Para facilitar a análise das informações, elas precisam ser sistematizadas. Isso significa organizá-las por temas e transformá-las em gráficos e tabelas. Assim, fica mais fácil fazer a leitura quantitativa e qualitativa das necessidades dos alunos ao tomar decisões. Um exemplo: quando os dados referentes à questão "Como o aluno vai para a escola?" forem tabulados e cruzados com os de "Distância percorrida", eles mostrarão a porcentagem de estudantes que gastam muito tempo no trajeto casa-escola. O que é possível fazer com isso? Perceber se é preciso oferecer um lanche aos que chegam com fome ou cansados e pensar nas primeiras atividades do dia - mais agitadas ou mais relaxantes, conforme o caso. Ou, ainda, para organizar as reuniões de pais - se são viáveis à noite e se terão adesão das famílias que moram longe2. 18 UMA ERA TECNOLÓGICA Figura 7 A humanidade sempre produziu conhecimentos, todavia hoje com um expressivo diferencial, o acesso e a rapidez da transmissão dessas informações acontecem em tempo real. O avanço tecnológico imposto pelo mercado capitalista e as transformações sociais ocorridas em virtude dessas tecnologias e das rápidas transformações do mercado e da sociedade certamente forçaram mudanças no modo de vida da população. Essas mudanças também atingiram os sistemas de ensino, que buscam por inovações e novas formas de trabalhar as necessidades educacionais e 2 FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/informacoes- preciosas-fichas-matricula-alunos-610997.shtml>. Acesso em: 10 out. 2012. administrativas que não podem ser satisfeitas somente por sistemas tradicionais. De tal modo, a secretaria escolar deve utilizar nas rotinas administrativas não só os registros físicos, como também os eletrônicospara a agilidade de seus processos. 19 REGISTROS FÍSICOS E ELETRÔNICOS Arquivos eletrônicos são documentos produzidos sob forma de registros eletrônicos, por um organismo público ou privado no exercício de suas atividades. Documento eletrônico é todo registro que tem como meio físico um suporte eletrônico. De acordo com a Lei 11.419/2006, é importante observar que, para a total eficácia probatória do documento, é preciso que ele possua a capacidade de armazenar informações de forma que impeça ou permita detectar eliminação ou adulteração de conteúdo. 19.1 INDICAÇÕES DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE INFORMAÇÕES EM DOCUMENTOS DIGITAIS Aconselha-se: Imprimir os documentos gerados em meio eletrônico, que contenham informações importantes para e sobre a unidade e mantê-los em arquivo. Documentos armazenados somente em meio eletrônico devem possuir uma cópia para facilitar o acesso aos documentos em caso de alguma eventualidade. Evitar deixar cópias digitais em dispositivos de armazenagem próximos a campos magnéticos. Em razão da fragilidade do suporte e a obsolescência tecnológica, procure migrar as informações de um suporte menos atualizado para um suporte mais atualizado. Por exemplo: fitas de vídeo para DVD, fitas cassete para CD. Ter cuidado no manejo dos dispositivos que armazenam documentos digitais, para não comprometer a integridade das informações ali registradas. 20 SISTEMA DE ARQUIVO É o conjunto sistemático dos papéis que documentam e comprovam o registro sistemático dos fatos relativos à vida escolar individual de cada aluno e coletiva do estabelecimento de ensino 20.1 IMPORTÂNCIA DOS ARQUIVOS PARA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR Uma das condições para que a escola trabalhe de forma eficiente é manter a escrituração escolar e arquivos atualizados e organizados, assegurando a conservação dos mesmos, bem como possibilitar a qualquer momento a verificação da vida escolar do aluno e dos profissionais da educação e da própria instituição. 20.2 ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO ESCOLAR Inicialmente, deve-se saber que arquivo escolar pode ser organizado como: ativo, passivo (vivo ou morto), ou ainda, único (AEU). Ao arquivo ativo (vivo) pertencerão todas as pastas de assentamentos individuais e todos os documentos que se referirem a alunos matriculados, a funcionários e a professores em atividades na unidade escolar. Ao arquivo passivo (morto) competirão todas as pastas de assentamentos individuais e todos os documentos de ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários da unidade escolar. O arquivo escolar único (AEU) é organizado sem a distribuição de acordo com o curso e a organização curricular a que pertence (curso, série, módulo, etapa, etc.). Sua organização é por ordem alfabética utilizando o último sobrenome. Deve ser constituído um fichário (manual ou informatizado) com fichas nas quais conste um código indicando a parte do arquivo (gaveta, prateleira ou outros) em que está arquivado o prontuário do aluno, o nome do mesmo, outras informações que achar necessárias. A mesma organização pode ser utilizada no arquivamento dos documentos dos corpos docente e administrativo. Assim sendo, sempre que se elaborar um documento ou organizar um arquivo, deverá haver a preocupação de verificar se os que vierem em futuro remoto entenderão e saberão perfeitamente o que se escriturou e qual o seu adequado funcionamento. Nenhum documento pode ser retirado dos Arquivos Escolares sem a prévia autorização escrita do Diretor. O arquivo corrente, também chamado de administrativo, é aquele composto por documentos que fazem parte das rotinas administrativas, jurídicas e funcionais da instituição (considerados de primeira idade) e que estão intimamente ligados aos objetivos pelos quais foram gerados. Quando os documentos ultrapassam os prazos de validade, mas ainda podem ser consultados pelo produtor, são encaminhados a um arquivo intermediário (segunda idade), em que será feita uma avaliação com o auxílio de uma tabela de temporalidade, para determinar seu destino: guarda ou eliminação. Assim, os documentos considerados de valor histórico, cultural e probatório, serão encaminhados para o arquivo permanente, também chamado de histórico (terceira idade); os demais serão descartados. É importante que as três fases de "vida" dos documentos descritas acima sejam tratadas de maneira ordenada, normalizada e integrada, para realizar a passagem de um arquivo a outro e a eliminação de documentos de acordo com os procedimentos adequados. É muito importante cuidar dos documentos desde o momento de sua origem e gestão. Separação por espécies e tipos documentais. Nosso primeiro contato com o acervo pode nos apresentar uma documentação organizada de acordo com as necessidades administrativas da escola. Nesse caso, mantenha essa organização até você conhecer sua lógica. Uma organização preexistente pode ser um importante caminho para se entender o contexto de produção da documentação. Por isso, recomenda-se proceder ao mapeamento, identificando e registrando os conjuntos documentais e sua localização no arquivo. Mesmo que posteriormente você decida organizar o acervo segundo outros critérios, você poderá recuperar as informações sobre seu estado original por meio dos registros feitos. Por outro lado, você pode se deparar com uma grande quantidade de documentos totalmente misturados, guardados sem nenhuma ordem em caixas de papelão, em sacos de lixo ou até mesmo amontoados em grandes pilhas. Nesse caso, procure confrontá-los e agrupá-los de acordo com a espécie documental à qual pertencem. Mas... olhando para um documento, como saber a que espécie ele pertence? A espécie se define pela natureza das informações e sua disposição nos documentos. Assim, como espécies documentais, podemos citar: convites, atestados, certidões, boletins, relatórios, etc. Logo, você irá identificar e agrupar separadamente os convites, os atestados, as certidões, e assim por diante. A seguir, você irá fazer uma segunda separação, desta vez por tipos. Tomemos como exemplo a espécie documental "convites": se nos deparamos com muitos convites, devemos analisá-los quanto à sua função. Após observá-los atentamente, iremos reparar que, embora todos sejam convites, uns podem ser convites de formatura; outros, de casamento; e outros, ainda, convites de aniversário. Logo, estaremos separando os convites de acordo com a função para a qual eles foram elaborados: formatura, casamento ou aniversário. O mesmo processo pode ser feito em relação aos atestados, aos relatórios e aos demais documentos do arquivo. Assim, você terá os documentos agrupados segundo a espécie e a função. Percebe como agora se torna mais fácil identificar a massa documental que compõe seu acervo? 1) Em relação aos documentos considerados permanentes, quais sejam, os de valor histórico, probatório e informativo, eles devem ser definitivamente preservados, como: Prontuário de alunos (requerimentos de matrícula, documentos pessoais de identificação, atestados e requerimentos de dispensa da prática de Educação Física, atestados e requerimentos de exercícios domiciliares, atestados e requerimentos referentes à aluna gestante, comunicados de advertência e/ou suspensão, declarações de transferência, históricos escolares recebidos e emitidos, procedimentos de adaptação, classificação, reclassificação, etc.). Prontuário de docentes, de equipe técnico-pedagógica, de funcionários (documentos pessoais de identificação, currículo, documentos que comprovem a formação - certificado de conclusão, histórico escolar e diploma); Atas dos resultados finais de avaliação; Livros de termos de visita; Publicações no Diário Oficial sobre a escola; Livros de atas de: matrícula, classificação, reclassificação,ocorrências com alunos, equivalência de estudos, registro de certificados expedidos, conselhos de classe/série/ano; Regimentos, planos de cursos e planos escolares aprovados; Processos diversos e procedimentos de reconsideração/recurso; Quadros curriculares (matrizes/grades) de todos os cursos e de todos os anos; Livros/registros de controle de frequência de docentes e funcionários; Legislações federal e estadual referentes aos cursos e níveis que a escola oferece. 2) As correspondências devem serem preservadas por um prazo de quatro anos, incluindo-se ofícios, cartas, requerimentos, moções ou votos e abaixo-assinados. 3) Circular, aviso, comunicado, memorando, comunicação interna: o prazo de guarda é de dois anos. Legislação federal: Lei nº 5433/96 e DECRETO nº 1.799/96 – trata da microfilmagem de documentos; Lei nº 8159/91 e DECRETO nº 4.073/2002 – relativos à Política Nacional de Arquivos Públicos Privados; RESOLUÇÃO CONARQ nº 7/1997 – estabelece procedimentos para eliminação de documentos; RESOLUÇÃO nº 14, de 24 de outubro de 2001 - Código de Classificação de Documentos de Arquivo para a Administração Pública - Tabela Básica de Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo. Assinale a opção que NÃO corresponde ao arquivo ativo (vivo): Pertencerão todas as pastas de assentamentos individuais e todos os documentos que se referirem a alunos matriculados, a funcionários e a professores em atividades na unidade escolar. São os documentos que se referirem a alunos matriculados e aos professores. Competirão todas as pastas de assentamentos individuais e todos os documentos de ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários da unidade escolar. É organizado sem a distribuição de acordo com o curso e a organização curricular a que pertence (curso, série, módulo, etapa, etc.). Sua organização é por ordem alfabética utilizando o último sobrenome. São os documentos que se referem apenas aos professores e funcionários da unidade escolar. 20.3 FORMAS DE ARQUIVAR DOCUMENTOS - TÉCNICAS DE PADRONIZAÇÃO PARA ARQUIVAR DOCUMENTOS Figura 8 O padrão estabelecido para arquivar quaisquer documentos torna-se uma técnica fundamental para o profissional de secretariado, visto que este profissional é intermediador de muitos processos, alimentados pela informação que incidem dos documentos. A tecnologia oferece atualmente excelentes soluções para organizar grandes volumes de documentos dos mais variados tipos. O armazenamento de informações consiste em organizar sistematicamente os dados e informações para que estes possam ser consultados de forma eficaz e, ainda, fiquem disponíveis para consultas posteriores, de acordo com a necessidade. Porém, a solução para organizar a informação nem sempre é uma tarefa fácil, exigindo extrema organização e, acima de tudo, deve ser uma tarefa diária para não acumular muitos documentos e deixá-los fora do lugar correto. Quanto mais cresce o volume de documentos, mais informação se perde nos arquivos e na memória dos computadores. Gerenciar as informações é fundamental, pois são todos os dados coletados, organizados e ordenados aos quais são atribuídos significado e contexto. Um arquivo eficiente depende das formas de comunicação utilizadas na empresa e registradas por meio dos documentos guardados para acesso dos vários níveis departamentais da empresa. O profissional secretário é responsável pela manutenção de vários arquivos nas empresas. Isso o torna próximo e conhecedor das informações contidas nos arquivos, bem como dos métodos de organização aplicados aos mesmos. Os bancos de dados (realizados em computadores) e os arquivos tradicionais integram uma vasta lista de técnicas utilizadas para dar suporte ao armazenamento de informações. Atualmente, os bancos de dados são recursos que garantem até mesmo a competitividade, na medida em que eles personalizam as relações cliente/empresa. Para este tipo de arquivamento se deve considerar a fragilidade dos registros da informação que podem ser destruídos por incêndio ou enchentes, como o papel, assim como pelos efeitos magnéticos e radiações, o que exige cuidados especiais na atualização dos backups. Para Robredo (2010), descendo a um nível de ideias mais pragmático e imediato, podemos apresentar algumas pistas sobre as etapas a completar para se chegar ao domínio da informação. A identificação e análise do conteúdo informacional dos documentos ou, de forma mais genérica e precisa, dos suportes da informação e do conhecimento registrados. A organização física e a preservação segura da memória documental original. A organização lógica dos dados, da informação e do conhecimento identificados na primeira etapa. A conversão ou codificação desses dados, informações e conhecimentos de forma a permitir seu processamento informático avançado e seu armazenamento digital organizado e seguro, assim como a geração e contínua atualização de bancos de dados e conhecimentos. A utilização de motores de busca avançados suscetíveis de converter as questões e pedidos de informação dos usuários em uma linguagem codificada compatível com a linguagem de codificação utilizada na etapa precedente. A identificação dos documentos que contêm os dados, informações e conhecimentos pertinentes às questões e solicitações formuladas. A localização imediata desses documentos e o acesso e consulta aos mesmos, seja esta física mediante extração do acervo onde foram armazenados, ou virtuais por meio de uma cópia digitalizada devidamente autenticada e certificada. De tal modo, é necessária a análise criteriosa e objetiva do conteúdo dos documentos para identificar os ponteiros ou pontos de acesso que serão utilizados pelas instituições para recuperar e localizar as informações específicas. 21 ARQUIVO A Associação de Arquivistas Brasileiros adota a seguinte definição: “Arquivo é o conjunto de documentos que, independentemente da natureza ou do suporte, são reunidos por acumulação ao longo das atividades de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas”. Assim, o conjunto de atas de reuniões da Diretoria, de projetos de pesquisa e de relatórios de atividades, mais os conjuntos de prontuários médicos, de boletins de notas, de fotografias, entre outros, constituem-se o Arquivo de uma Unidade, por exemplo, e devem naturalmente refletir as suas atividades. 21.1 TIPOS DE ARQUIVO ARQUIVO CORRENTE: é o arquivo dinâmico, em que são guardados os documentos escolares do ano/série/semestre em curso e de uso frequente. ARQUIVO PERMANENTE: é o arquivo em que são guardados os documentos escolares de uso esporádico, os quais, em razão de seu valor probatório e informativo, deverão ser guardados. Seguem alguns dos processos do arquivo corrente: Organizar a documentação dos alunos, guardando-a em pastas individuais; Identificar as pastas individuais com o nome, curso, ano/série, número de ordem, módulo, etapa/modalidade, turma e turno do aluno; Organizar as pastas dos alunos por curso, ano/série, número de ordem, etapa/modalidade, turma e turno; Arquivar as pastas individuais em ordem alfabética, ou pelo número de chamada, ou de acordo com o sistema adotado pela instituição educacional; Arquivar, após o fechamento do ano letivo, as fichas individuais do aluno e de transferência ou os relatórios individuais dos alunos nas concernentes pastas individuais; Remanejar, no início do ano letivo, as pastas individuais dos alunos que permaneceram na instituição educacional, após a definição do ano/série, módulo, etapa/modalidade, turma e turno em que eles estudarão. Documentos obrigatórios nas pastas individuais dos alunos no arquivo corrente: Ficha de matrícula escolar; Históricoescolar com o qual o aluno se matriculou: Ficha individual do aluno e de transferência ou relatório individual do aluno; De aluno recebido por transferência no decorrer do ano letivo; De aluno que teve sua matrícula renovada, documento de identificação (cópia): carteira de identidade (para maiores de 16 anos), ou certidão de nascimento ou de casamento, e/ou carteira de estrangeiro; Atestados e laudos médicos, quando for o caso; Outros documentos proeminentes. O arquivo permanente precisa conter toda a documentação do arquivo corrente, após a devida seleção, adicionada da ficha individual do aluno e de transferência ou do relatório individual do aluno e da cópia do histórico escolar dos alunos transferidos para outra instituição educacional, bem como da cópia do diploma ou do certificado, quando for o caso. 21.2 FORMAS DE ARQUIVAR DOCUMENTOS - TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO Figura 9 Toda unidade escolar deve ter um arquivo bem instalado, organizado e atualizado, de forma a oferecer informações aos seus usuários, com rapidez e presteza. A unidade escolar deve ter um arquivo ágil e moderno, um arquivo exemplar, informatizado, se possível. As tarefas da Secretaria Escolar têm, essencialmente, um caráter de registro de documentação, entretanto vivemos agora o tempo da velocidade da informação, assim a racionalização e a simplificação dos registros e arquivamento de documentos escolares são necessárias e urgentes. Do contrário, a unidade escolar estará expondo seu nome a justificadas críticas. O responsável direto por tudo isto é o (a) Secretário (a) Escolar. A respeito das técnicas de arquivamento, elementos básicos de arquivamento são a classificação e a codificação. Inicialmente, precisa-se considerar o que será arquivado, de forma a beneficiar o maior resultado e eficiência do trabalho e a organização interna de uma instituição de ensino. Como enfatizado anteriormente todo arquivo tem seu tempo de existência, em razão da necessidade de manipulação, utilização, consulta, etc. Após esse tempo, deve ser destruído ou incluído no arquivo morto, que por sua vez incide em um local onde são guardados os documentos que ainda não estejam sendo utilizados no momento, mas podem ser úteis no futuro. Os métodos de classificação, normalmente usados em sistemas de pastas suspensas ou dentro de pastas (tipo A-Z, com fichário etc.) e caixas, principalmente quando há vários documentos ou papéis, são: Método alfabético: normalmente usado em ordem crescente (de A até Z), é útil pela facilidade de organização de localização de documentos. Arquivamento por assunto: ainda utiliza-se a ordem alfabética, contudo sem colocar nomes de pessoas ou de documentos, mas sim assuntos referentes a essas pessoas e documentos. Método numérico: em vez de usar letras, como no método anterior, usam-se números, geralmente em ordem crescente também. É mais útil em documentos como relatórios paginados e outros documentos em que há numeração de código ou páginas. Método eletrônico: programas ou sistemas informatizados geralmente não usam papéis e podem usar as formas de classificação acima comentadas. Porém, é sempre importante o sistema conter campos de busca de dados e opção de cópia de segurança (backup) ou de impressão, a fim de impedir a perda de dados ou arquivos. 21.3 CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE DE ARQUIVAMENTO - ESTRUTURA Algumas medidas de conservação, as quais visam preservar os documentos e em consequência as informações geradas pelas unidades necessárias ao cumprimento de suas atribuições devem ser observadas durante a produção, trâmite e arquivamento corrente e intermediário. Recomenda-se: Não dobrar o papel; Não expor documentos à luz solar; Não rabiscar os documentos; Evitar o uso de fita adesiva; Evitar utilizar materiais oxidantes como: (clipes metálicos, grampos), em razão das marcas irreversíveis que causam no documento, e também os elásticos que podem danificar os documentos; Não perfurar os documentos desnecessariamente; Manter as mãos sempre limpas; Não comer e beber próximo a documentos; Não use saliva para passar páginas de documentos; Tomar cuidado ao transportar documentos; Não apoiar os cotovelos sobre os documentos. Além dessas recomendações, para que o arquivo possa desempenhar suficientemente as suas funções é necessária uma estrutura básica, podendo ser composta dos seguintes elementos: Recursos Humanos; Instalações Físicas; Recursos Materiais. Marque o processo que NÃO corresponde ao arquivo corrente: Organizar a documentação dos alunos, guardando-a em pastas individuais. Identificar as pastas individuais com o nome, curso, ano/série, número de ordem, módulo, etapa/modalidade, turma e turno do aluno. Organizar as pastas dos alunos por curso, ano/série, número de ordem, etapa/modalidade, turma e turno. Arquivar as pastas individuais em ordem alfabética, ou pelo número de chamada, ou de acordo com o sistema adotado pela instituição educacional. Arquivar, após a abertura do ano letivo, as fichas individuais do aluno e de transferência ou os relatórios individuais dos alunos nas concernentes pastas individuais. MÓDULO IV 22 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO Para a boa execução de suas atividades cotidianas, o secretário escolar deve: Organizar os arquivos com racionalidade, garantindo a segurança, a facilidade de acesso e o sigilo profissional. Ter atualizadas as coleções de leis, pareceres, decretos, regulamentos e resoluções, bem como as instruções - circulares, portarias, avisos e despachos que digam respeito às atividades da escola. Conservar o regimento da escola em local de fácil acesso a toda a comunidade escolar. Oferecer visibilidade às concepções pedagógicas, às normas e às diretrizes da escola. Deve-se atender com atenção e educação os alunos, professores e pais, em assuntos relacionados com a documentação escolar e outras informações pertinentes. Além disso, deve-se elaborar o cronograma das atividades da secretaria, torná-lo público e assegurar a racionalização do trabalho e sua execução. Ter sob sua guarda e sua responsabilidade livros, documentos, materiais e equipamentos da secretaria. Gerenciar os processos de matrícula e de transferência dos alunos. Elaborar a comunicação externa. Examinar e prestar esclarecimentos aos órgãos do sistema de ensino, quando necessário. Elaborar instrumentos de controle de gestão que contribuam para a melhoria e eficiência dos serviços de escrituração escolar. Anotar e tratar dados estatísticos, analisando-os e interpretando-os em tabelas e gráficos. Preparar, respeitando os prazos estabelecidos, os processos de legalização da escola. Informar e preencher o censo escolar, zelando pela fidedignidade das informações e pelo cumprimento do prazo estabelecido. Elaborar o relatório anual de atividades da instituição. Receber, conferir, armazenar e distribuir material permanente e de consumo. Lavrar atas de resultados finais e de outros processos de avaliação. Para oferecer os serviços com qualidade, há de se capacitar os responsáveis pelo setor, tornando-os capazes e corresponsáveis para realizar registros na documentação geral da escola e do aluno, de forma legível, sem rasuras, falsificações e incorreções, assegurando assim a confiabilidade dos documentos. Analisam-se rasuras: riscos ou curetagens sobre a escrita ou sobre os dados de escrituração escolar. Consideram-se incorreções: desacordo entre nomes, datas e locais lançados nos documentos escolares, abreviação de nomes e lançamento de frequência e notas equivocadas. Consideram-se falsificações: adulteração de dados escolares. Importante! Transcrição fiel do documento original- Documento legível sem rasuras e incorreções. Espaços não preenchidos dos documentos escolares devem ser encerrados com um traço para evitar falsificações. Espaços destinados às observações - devem ser registradas as informações mais significativas, não previstas no formulário. Documentos oficiais da escola serão assinados pelo diretor e secretário habilitados para a função, com os respectivos carimbos. Responsabilidade e competência na assinatura do documento escolar. Manter cópia do documento expedido. Manter livro de controle para entrega de documentos. Documentos pessoais originais não devem ser retidos na escola. Para funcionar, as escolas devem ter seus cursos autorizados, ou credenciados. Sem a regularização, o trabalho escolar fica sem legalidade e os documentos escolares sem valor. 22.1 ORGANIZAÇÃO DA MESA Figura 10 Há momentos em que a quantidade de coisas acumuladas na mesa de trabalho começa a incomodar, causando estresse e transtornos. Uma vez que pode ocorrer de não conseguirmos encontrar algo que precisamos imediatamente, de tal modo perdemos tempo e produtividade. Com todo o tempo perdido na procura de algo específico seria possível organizar a bagunça. Assim, é importante entender que a bagunça é um problema. Seguem algumas dicas1... Estabeleça um critério Organização exige um processo predeterminado. O jeito mais fácil de começar é separar aquilo que não vai mais ficar na sua mesa: os materiais que vão para o lixo, para doação ou que serão mudados de lugar (voltam para o arquivo do escritório ou ficarão na sua casa). Os objetos que ficam também precisam ser categorizados. Materiais usados com frequência, por exemplo, devem ter fácil acesso. Outros objetos podem ser guardados nas gavetas. Lembre-se de categorizar e nomear cada gaveta. A primeira gaveta pode, por exemplo, servir para materiais de papelaria (canetas, borrachas, grampeador etc.). A segunda, para pastas com documentos categorizados e assim por diante. A divisão clara de funções para cada espaço na sua mesa serve para que você saiba exatamente onde encontrar (e guardar) cada coisa, além de manter a mesa organizada por mais tempo. Esqueça os post-its Fáceis, sempre à mão e perigosamente viciantes, os post-its podem ser uma armadilha para a organização, muitas vezes, enganam com a ilusão de praticidade, todavia podem lotar as mesas e monitores com os papéis grudentos. Acostume-se a se livrar das coisas O problema não é a mesa estar repleta de papéis e projetos. O problema é ela estar cheia de materiais de projetos antigos (que devem ser arquivados) ou de projetos futuros (que devem estar em uma gaveta específica). 22.2 MANUTENÇÃO DA ORDEM A melhor forma de manter a ordem é organizar os papéis e documentos, classificando por assuntos. Deve-se manter a mesa com a menor quantidade de papéis possível, colocando as coisas no lugar. Utilize uma gaveta, a qual pode servir de suporte para que você coloque todos os trabalhos que precisam ser cumpridos. Organizando dessa maneira, você saberá onde os objetos estão. 22.3 LIMPEZA DO ESPAÇO Confira se cada objeto que está em sua mesa de trabalho tem utilidade e descarte tudo aquilo que não pertence ao trabalho. Outra dica é deixar afastados os arquivos, livros ou revistas que você não consulta há meses. Entretanto, o bom senso prevalece quanto aos objetos pessoais, que, muitas vezes, podem ser importantes para a motivação profissional. 22.4 EVITANDO DESPERDÍCIO – SUSTENTABILIDADE As últimas décadas têm sido um período de reflexão em nível internacional sobre o meio ambiente. “Se quisermos progredir não devemos repetir a história, contudo fazer uma nova história. Devemos ser a transformação que nós queremos do mundo”. Estas sábias palavras de Mahatma Gandhi nos fazem refletir sobre nosso atual estilo de vida e a forte necessidade de mudanças. Novas oportunidades de trabalho vêm surgindo para o profissional preocupado com seu treinamento e desenvolvimento contínuo e sua nova responsabilidade na sociedade, enquanto se fecha o caminho para os profissionais cumpridores de ordens, passivos, mero executores. Figura 11 Mesmo com todo o empenho de alguns, o conceito de sustentabilidade e a preocupação com o meio ambiente parece pouco compreendido. Se por um lado a maior parte das pessoas ignora condutas simples que poderiam gerar consideráveis melhoras, por outro as próprias organizações estão demorando muito a compreender o grau de importância da mesma, inclusive, como diferencial competitivo. Os profissionais de secretariado, que estão mais próximos aos centros decisórios das instituições, admitem a importância da responsabilidade social incorporadas aos mercados, onde é valorizada hoje a transparência com os funcionários, mídia, setores não governamentais, meio ambiente e também com as comunidades com que operam. Ao secretariar e conhecer os negócios que gerarão lucros para as instituições, é importante pesquisar e ter dados, tendo uma ação politicamente ecológica, para assim “convencer”, “dialogar”, “palpitar” para que a instituição seja socialmente responsável. Entre os vários exemplos que demonstram a direção para um mundo mais sustentável, em que prevaleça um estilo de vida focado na preservação da vida humana e do ecossistema, a reciclagem é um meio de iniciar o “fazer acontecer” a visão mais concisa de responsabilidade ambiental. Embalagens de alimentos, caixas de leite longa-vida, garrafas plásticas, latinhas de refrigerante, restos de comida, baterias de celular e jornais velhos. No final do dia, tudo o que é descartado, de tudo que é jogado diariamente no lixo, pelo menos 35% poderiam ser reciclados ou reutilizados, e outros 35% poderiam se transformar em adubo orgânico. Muitos materiais podem ser reaproveitados ou reciclados, diminuindo, assim, as enormes montanhas formadas nos lixões da cidade e, consequentemente, a degradação do meio ambiente. Para ser mais eficiente a reciclagem, os resíduos não podem estar misturados, nem sujos. Do papel devem-se retirar os grampos, fitas adesivas, plásticos e outros. Das embalagens de vidro, plástico ou metal devem-se retirar os rótulos, tampas, gargalos ou rolhas, e lavá-las. Devem espalmar-se as embalagens (compactar). Além disso, é importante definir que destino o material reciclável tomará depois de selecionado, é outra atitude imprescindível. Em geral, eles podem ser doados ou comercializados. Seja qual for a decisão, o mais sensato é procurar conhecer bem o mercado de recicláveis. SAIBA MAIS... Toda embalagem reciclável, antes de ser jogada no lixo seletivo, deve ser lavada para não atrair insetos, nem ficar com cheiro forte, enquanto estiver armazenada no prédio; Para tirar o grosso da sujeira das embalagens aproveite a água servida da pia da cozinha. Isso também é comportamento ecológico, porque a água é um recurso cada vez mais escasso; A compra de lixeiras especiais é dispensável, pelo menos no momento inicial; Os restos de alimentos também podem ser reciclados. Com poucos recursos é possível transformá-los em adubo; Não jogue as baterias de celular no lixo comum. As empresas produtoras já estão se responsabilizando pelo recolhimento; As pilhas usadas, embora tenham substâncias tóxicas, infelizmente ainda não têm um destino adequado. Por enquanto, têm de ser jogadas no lixo comum. Evite acumulá-las para não haver contaminação; Não separe o lixo sem ter planejado primeiro para onde mandar. A respeito da eficiência da reciclagem, os resíduos não podem estar misturados, nem sujos, assinale o procedimentoINCORRETO: Do papel devem-se retirar os grampos, fitas adesivas, plásticos e outros. Das embalagens de vidro, plástico ou metal devem-se retirar os rótulos, tampas, gargalos ou rolhas, e lavá-las. Devem deixar as embalagens intactas sem espalmar ou amassá-las. Toda embalagem reciclável, antes de ser jogada no lixo seletivo, deve ser lavada para não atrair insetos, nem ficar com cheiro forte, enquanto estiver armazenada no prédio. Para tirar o grosso da sujeira das embalagens aproveite a água servida da pia da cozinha. Isso também é comportamento ecológico, porque a água é um recurso cada vez mais escasso. 23 O ATENDIMENTO NA SECRETARIA ESCOLAR O atendimento com qualidade forma respostas de qualidade dos clientes. Uma vez bem atendidos, os pais e alunos vão aprendendo a colaborar para a manutenção desse ambiente saudável de respeito, cortesia e organização, sentem-se motivados a participar da escola e, assim, contentes em fazer parte de uma instituição em que as pessoas são ouvidas, respeitadas e bem orientadas. O bom atendimento acrescenta um valor precioso ao serviço oferecido às pessoas porque as relações eficazes com as pessoas que atendemos, incorporadas à qualidade, fortalecem a opinião pública adepta à instituição. Uma vez que nossa finalidade escolar é preparar para a vida, o atendimento deve também estar cultivado à vida, às nossas origens, cultura e teorias contemporâneas. 23.1 PRINCÍPIOS DE UM BOM ATENDIMENTO Os princípios de atendimento, os quais são dispensados às pessoas, estão relacionados à postura do funcionário em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir com os alunos, pais, professores, etc. Assim sendo, está ligado às condições individuais. De tal modo, é necessário estabelecer nas políticas das instituições, o treinamento, a definição de um padrão de atendimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento, como forma de avançar satisfatoriamente as relações entre a comunidade escolar em geral. 23.2 POSTURAS PROFISSIONAIS Figura 12 Atuar corretamente, hoje, não é só uma questão de consciência. É um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira longa e respeitada. Essa prática está relacionada aos comportamentos humanos, já que o profissional de Secretariado precisa ter uma postura adequada para conviver na organização. A competência humana é pessoal, cada um tem sua própria personalidade. E atualmente, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Assim, a ética deve ser incorporada e entendida como um conjunto de princípios básicos que visa a disciplinar e regular o costume, a moral e a conduta das pessoas. Analisar a ética no mundo atual, inserida em todas as instituições que compõem a sociedade, se tornou um dos assuntos mais urgentes, visto que essa exerce fundamental importância para o equilíbrio da sociedade e para a manutenção de relacionamentos interpessoais. Cada cidadão deve ter ações e atitudes éticas na sua atividade profissional, pois cada indivíduo é responsável por contribuir positivamente para a construção de uma sociedade dentro dos princípios éticos. Para orientar os profissionais a agir dentro da ética existe um conjunto de deveres e regras a que chamamos de ética profissional, que é regido por um código de ética da profissão. Nesse sentido, analisar a profissão de Secretariado dentro desse mesmo cenário, também se torna importante. De acordo com Medeiros e Hernandes (1999), pode-se definir ética profissional como o conjunto de princípios que regem a conduta funcional dentro da profissão. Alguns destes princípios aparecem praticamente em todas as profissões, como: Honestidade no trabalho; Lealdade para com a organização; Formação de uma consciência profissional; Execução do trabalho nos mais alto nível de rendimento; Respeito à dignidade da pessoa humana; Segredo profissional; Discrição no exercício da profissão; Prestação de contas ao superior imediato; Observação das normas administrativas da organização; Tratamento cortês e respeitoso a superiores, colegas e subordinados hierárquicos; Apoio a esforços para aperfeiçoamento da profissão. Consideram-se faltas contra a dignidade do trabalho: Utilizar informação e influências obtidas na posição para conseguir vantagens pessoais; Ter conduta egoísta na transmissão de experiências e conhecimentos; Não prestar ajuda aos companheiros; Fazer publicações indecorosas e inexatas. Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. É ser altruísta, é estar tranquilo com a consciência pessoal. É também agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade. O profissional Secretário ocupa posição de assessoria dentro de uma instituição e, consequentemente, está em contato permanente com todo tipo de informação empresarial. O mesmo exerce uma função delicada, tendo acesso a informações sigilosas, às vezes, lidando com um número grande de pessoas, cada uma com personalidades e temperamentos diferentes. Assim sendo, o profissional deve ter sólidos princípios éticos, pois está exposto, a todo o momento, a situações que o levam a cometer deslizes éticos em função de eventuais pressões internas e externas inerentes ao seu mundo de trabalho. No contexto das profissões também não é diferente. Os profissionais, muitas vezes, agem para obterem lucros, status e se esquecem do caráter social e ético de suas profissões. Assumir total responsabilidade por tudo que faz e sentir-se responsável pelas ações coletivas são traços que marcam a nova conduta. Ética nas relações de trabalho prevê uma relação saudável entre capital e trabalho. Envolve um compartilhar coletivo pelo sucesso e pelos erros. Pressupõe um participar holístico e uma realização pessoal e profissional. Dentro dessa concepção, cada indivíduo, durante as experiências de sua vida, passa por um processo de autoconhecimento, imprescindível para que esse possa saber quais são suas necessidades, suas tendências e inclinações. Assim, o homem passa a dirigir sua conduta, a fim de alcançar suas necessidades pessoais. Somente com esse processo o homem atinge a sua felicidade. Há profissionais que dizem que ética é estar de acordo com os padrões de uma profissão, de um grupo ou empresa. No entanto, a existência de um Código de Ética e as promessas de cumprimento deste Código não representa necessariamente uma tomada de consciência, quer seja profissional, grupal ou mesmo empresarial. 24 A COMUNICAÇÃO E O SEU PROCESSO Figura 13 A comunicação é frequentemente definida como a troca de informações entre um transmissor e um receptor, e a inferência (percepção) do significado entre os indivíduos envolvidos. O processo de comunicação ocorre quando o emissor (ou codificador) emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou decodificador), por um canal (ou meio). O receptor interpretará a mensagem que pode ter chegado até ele com algum tipo de barreira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o feedback ou resposta, completando o processo de comunicação. A palavra comunicar vem do latim comunicare com significado de pôr em comum. É a forma que encontramos para expressar nossos sentimentos, ideias e ações. Para que se estabeleça o processo de comunicação é necessária a existência de elementos básicos. Toda comunicação humana tem uma fonte: uma pessoa ou um grupo de pessoas com um objetivo. Estabelecida uma origem, com ideias, necessidades, intenções, informações e um objetivo a comunicar, torna-se necessário o segundo elemento. O objetivo da fonte tem de ser expresso em forma de mensagem. Na comunicação humana, a mensagempode ser transmitida por meio de símbolos, tais como palavras, escritas, desenhos e assim por diante, ou a troca de comportamentos, tais como gestos, constato visual, linguagem corporal e outros atos não verbais. Em muitos casos estão presentes os dois, tanto os símbolos quanto os comportamentos. A chave é o entendimento desses símbolos e comportamentos. Os objetivos da fonte são traduzidos em um código por meio do terceiro elemento, o codificador, responsável por pegar as ideias da fonte e pô-las num código, exprimindo o objetivo da fonte em forma de mensagem. Na comunicação de pessoa para pessoa, a função codificadora é executada pelas habilidades motoras da fonte, seu mecanismo vocal (que produz a palavra oral, gritos, notas musicais etc.), o sistema muscular da mão (que produz a palavra escrita, desenhos etc.), os sistemas musculares de outras partes do corpo (que produzem os gestos da face e dos braços, a postura etc.). Quando falamos sobre situações de comunicação mais complexas, é comum separarmos a fonte do codificador. Por exemplo, podemos considerar um gerente de vendas como fonte e os vendedores como codificadores, pessoas que produzem mensagens para o consumidor, traduzindo as intenções ou objetivos do gerente. O quarto elemento é o canal. O canal é o intermediário, o condutor de mensagens. A escolha dos canais é muitas vezes fator importante para a eficácia da comunicação. O quinto elemento é o recebedor, o alvo da comunicação. Se falarmos, alguém deve ouvir, quando escrevemos, alguém deve ler. Para haver comunicação, deve haver alguém na outra ponta do canal. Temos agora todos os elementos da comunicação, exceto um. Assim como a fonte precisa do codificador para traduzir seu objetivo em forma de mensagens, para expressar seu objetivo em um código, o receptor precisa do decodificador para decifrar a mensagem e pô-la em forma que possa usar. Para a comunicação atingir os objetivos, devemos considerar alguns cuidados; com eles diminuímos o risco de estabelecer ruídos ou barreiras à comunicação. 24.1 PARA TRANSMISSÃO Seja o mais objetivo possível. Tenha paciência. Fale pausadamente. Observe o ritmo do outro e siga-o; Estude primeiro o que vai falar. Vigie para ter um objetivo claro. Procure adaptar sua linguagem a da pessoa. Não use palavras difíceis, gírias ou palavras típicas de regiões que possam prejudicar a comunicação. Observe a linguagem verbal e a não verbal. Os gestos, as expressões faciais, a postura, são fundamentais para nós. 24.2 PARA RECEPÇÃO Esteja sempre presente na situação, não "voe", não se distraia. Não pense na resposta antes do outro terminar a mensagem. Escute, reflita e depois exponha o seu ponto de vista. Anote pontos básicos se necessário. Evite expressar não verbalmente cansaço, desinteresse ou falta de atenção. Respeite as colocações do outro. Mesmo que discorde, mostre que aceita o pensamento dele. Não somos donos da verdade. 25 COMUNICAÇÃO - VERBAL E CORPORAL A escola institui uma organização de processos humanos que exige o bom uso da linguagem verbal e não verbal, entre educadores, pais e alunos. Essas formas de comunicação podem contribuir efetivamente para enfrentamento e superação de conflitos e dilemas educacionais. No cotidiano escolar é necessário evitar equívocos, saber como os fatos e as interferências acontecem; ter os devidos cuidados no atendimento telefônico: cordialidade, clareza e informações atualizadas; ter cuidado com nossa postura de ternura e firmeza na fala e nas interferências, bem como o zelo com nossa apresentação pessoal. Por mais que educadores, alunos e pais em diferentes instâncias reajam a um encaminhamento mais firme quanto ao cumprimento de regras e orientações internas, é importante passar pelos conflitos e pelo atendimento de clientes considerados difíceis, que de outra forma esperam que a escola se posicione e aja conforme os princípios que escolheu como norteadores de sua ação pedagógica. 26 ETIQUETA E NETIQUETA Figura 14 26.1 ETIQUETA Conceitua-se etiqueta como um conjunto de normas e procedimentos, características da boa educação, polidez, cortesia e hospitalidade no relacionamento entre pessoas ou grupos por ocasião de solenidades, eventos sociais ou mesmo no cotidiano. As normas e procedimentos, polidez, hospitalidade no relacionamento entre pessoas ou grupos por ocasião de solenidade, eventos sociais ou mesmo no cotidiano são características da boa educação. Constitui-se também no conjunto harmonioso de boas maneiras, bons costumes (cultura), atitudes, gestos (linguagem do corpo), fisionomia, traje, palavras e voz com o objetivo de melhorar a facilitar as relações humanas. Em diferentes áreas, para a abordagem da etiqueta profissional, é preciso ter uma visão filosófica das relações dentro da empresa, desta com outras e com o consumidor. Em um mundo altamente competitivo, a população de uma empresa deve constituir-se de pessoas bem educadas. Não somente os executivos que ocupam elevados cargos, mas também os funcionários mais simples – igualmente importantes – precisam desenvolver o trato agradável que propicia o bom desempenho da organização em níveis interno e externo. A análise da cultura de uma empresa\instituição, a natureza dos negócios a que se propõe o produto que vende, o tipo de profissionais que nela atuam e seu público determinam o perfil de seus funcionários no que refere à aparência. Na própria informalidade, que impera em muitas empresas mais recentes, a hierarquia e a autoridade devem ser respeitadas. Fundamental na adoção dos critérios para as relações no trabalho é o bom senso, aliado às boas maneiras que preservam a liberdade pessoal. Para o(a) profissional(a), na conquista de metas de um planejamento de trabalho, o tempo é um fator preponderante; e saber aproveitá-lo, equilibrando não só os compromissos profissionais com a vida familiar e o lazer contribuem para um desempenho profissional sem estresse. Na comunicação e delegação das funções implícitas na profissão, as boas maneiras ajudam muito, propiciando que o relacionamento flua melhor entre chefes e liderados. Em uma empresa de prestação de serviços, a cordialidade com os clientes apenas será exercida se ela tornar-se um hábito, pois aquele que em casa é mal educado dificilmente mantém boas maneiras no ambiente profissional. Hoje, boas maneiras não são foco apenas de diplomatas apegados a protocolo nem de socialites que só desejam estar em evidência nas colunas sociais. As grandes corporações são as maiores clientes das consultorias de etiqueta profissional. Os profissionais que nela atuam, na maioria das vezes, são portadores de diplomas de MBA e de universidades estrangeiras, possuidores de elevado conhecimento técnico, mas encontram enormes dificuldades quando saem da frente de seus computadores e precisam relacionar-se com o mundo. Ficam claros os erros que comentem, e estes se tornam visíveis na aparência pessoal, nos modos, na forma de dar apertos de mãos, nas trocas de cartões de visita, na conduta em elevadores e nas mesas de restaurantes, sem falar durante o uso do celular. As pessoas, por não dominarem a etiqueta profissional, na maioria das vezes, não se dão conta das gafes que cometem, mas estas denunciam sua falta de traquejo e refinamento, fatores que prejudicam sua carreira e complicam a imagem da empresa onde trabalham. O mundo de hoje é dos positivos, daqueles que fazem, dos proativos, dos que têm vontade de aprender e tornarem-se mais e melhores. Essas pessoas certamente não dispensarão a etiqueta como poderosa aliada em sua trajetória rumo ao sucesso. Na dinâmica do mundo dos negócios, a etiqueta integra-se ao exercício da ética profissional que deveestar presente em todos os níveis e funções. É o que explica sua inclusão nos treinamentos de pessoal e o êxito dos livros sobre etiqueta profissional nas estantes das livrarias, lado a lado com os títulos sobre economia e administração de empresas. As palavras ética e etiqueta são derivadas do grego ethos, que significa comportamento. Sua diferença encontra-se no nível de ação. A ética refere-se à conduta do ponto de vista do bem e do mal, tratando dos atos morais por meio de manifestações da consciência. Ela é o referencial para o indivíduo agir corretamente em relação a si mesmo e ao próximo. A segurança, o equilíbrio emocional e a lealdade deverão ser fatores que apoiem as ações de todas as pessoas em todos os minutos de seu trabalho. As primeiras ações éticas estruturam-se no homem desde o berço e enriquecem-se a cada dia que passa no ato de conviver com outras pessoas. De qualquer forma, a ética profissional é indispensável, pois na ação humana o pensar, o fazer e o agir estão interligados. O primeiro tem relação com a reflexão; o segundo, com a eficiência e a competência; e o terceiro, com sua conduta profissional, com suas atitudes no desempenho da função. O compromisso ou a responsabilidade de qualquer profissional pode ser o resultado de seu processo de amadurecimento como ser responsável e consciente de seus deveres e obrigações como pessoa. É importante que esse compromisso ético faça parte da maneira de o profissional agir e pensar, para que suas ações estejam em conformidade com aquilo que as pessoas e a sociedade esperam de quem exerce atividades com o público. E a etiqueta, por sua vez, refere-se principalmente ao protocolo e cerimonial a ser seguido em eventos sociais e profissionais, com a participação de autoridades, muitas vezes ocupando lugares de destaque e de pessoas comuns, participando de uma cerimônia ou outros acontecimentos sociais e profissionais. Também é empregada no nosso dia a dia em toda e qualquer situação. Descuidar, então, do asseio pessoal é ferir com as condutas de boas maneiras e falta de consideração devida ao próximo. Ter etiqueta e boas maneiras significa praticar a cortesia. De acordo com Medeiros e Hernandes (1999), pode-se definir ética profissional como o conjunto de princípios que regem a conduta funcional dentro da profissão. Alguns destes princípios aparecem praticamente em todas as profissões, EXCETO: Formação de uma consciência profissional. Execução do trabalho no mais alto nível de rendimento. Respeito à dignidade da pessoa humana. Segredo profissional. Indiscrição no exercício da profissão. 26.2 NETIQUETA Figura 15 A Netiqueta define todo o tipo de comportamento de um usuário dentro da Internet, nomeadamente na comunicação virtual, e, por conseguinte, também, dentro de uma rede de Internet Relay Chat (IRC). Para sermos bem recebidos no ambiente virtual em que desejamos circular, convém respeitar os seguintes itens3: Não gritar (gritar é escrever em maiúsculas, usando o CAPS LOCK). Respeitar para ser respeitado. Tratar os outros como gostamos que nos tratem. Ficar um tempo a observar a conversa do(s) canais, caso seja um newbie nas salas de Chat, IRC e afins. Usar os Smiles ou Emoticons para evitar mal-entendidos. Evitar, nos canais, comentários sobre sexo, religião e política, a menos que estes sejam os assuntos em discussão. Evitar também escrever em caixa alta, a não ser que pretenda ressaltar as suas palavras ou opiniões. Não expulsar alguém da conversa, por inconveniência, (com exceção dos crackers...). Usar a força das ideias lembrando-se que ser democrata é dar a palavra a quem tem opiniões divergentes das nossas. 3 FONTE: Disponível em: <http://comunicacaovirtual.no.sapo.pt/netiqueta.htm>. Acesso em: 20 out. 2012. Não responder de forma grosseira, mesmo que usem de grosseria conosco. Enfim, pessoas inteligentes privilegiam os argumentos contra a falta deles. Porém, quando a pessoa não merecer a nossa atenção por falta de modos, devemos simplesmente ignorá-la ou colocá-la na "Ignore List". Apesar de estarmos em um ambiente virtual, não somos obrigados a suportar má educação ou grosseria. Devemos nos lembrar de que o e-mail é um meio rápido de trocar mensagens, em que brevidade e objetividade são fundamentais. Para tal é bom não enviarmos ficheiros em anexo sem autorização prévia do destinatário. Devemos ainda certificar-se de que eles não serão nem demorados para se receber, nem complicados para se visualizar, isto é, que não requeiram um aplicativo de uso pouco disseminado. Mais importante ainda: No caso de enviar algum aplicativo do tipo executável (.exe) ou gerado por editores de texto, tipo word e excel, é conveniente verificar se esse arquivo está livre de vírus e afins. No caso de dúvida ou se não puder testar o arquivo com um antivírus atualizado, é melhor não enviar. 27 ATENDIMENTO TELEFÔNICO Para apresentar uma comunicação eficiente, seja nos modelos presencial, telefônico ou virtual é imprescindível explorar os elementos que facilitam comunicação: Disposição para ouvir; Linguagem comum; Conhecimentos comuns; Interesses comuns ou compreendidos; Valores comuns ou compreendidos. Evitar três problemas comuns: Participantes não estão falando; Participantes não estão ouvindo; Ruídos internos e externos. Uma falha que compromete o trabalho cotidiano realizado pelo secretariado relaciona-se ao atendimento telefônico, que é importante no relacionamento com o cliente e faz parte da imagem da empresa. Por essa razão, é necessário que o profissional tenha em mente que trabalhar em uma determinada empresa/instituição solicita “vestir a camisa”, expressão esta bastante comum, que se refere ao fato de o profissional representar a instituição, procurando atender ao cliente da melhor forma possível. 27.1 TIPOS DE ATENDIMENTO - CLIENTES INTERNOS E EXTERNOS A atenção das organizações não está somente voltada para a produção. A qualidade do serviço não atinge somente produtos, mas sim as relações com os clientes. Essa relação de parceria irá manter a organização competitiva no ramo. Maiores ganhos serão obtidos quando as necessidades dos clientes, internos e externos, forem atendidas. O profissional de Secretariado que está inserido nesse processo é componente fundamental, precisa conhecer os objetivos da organização, missão de cada departamento para desenvolver esta atividade com eficácia, tanto em relação ao cliente interno quanto aos clientes externos da organização. Quanto aos clientes internos, a postura do profissional de secretariado deve ser de facilitador e intermediador das ações para a realização de atividades. O profissional de Secretaria Escolar tem a responsabilidade de assessorar e dar suporte para a equipe com quem trabalha. O atendimento não é só a comunicação e recepção, mas sim a execução de atividades com eficácia. Para garantir a eficácia e o resultado, o profissional deve identificar as expectativas e as necessidades da equipe, analisar a viabilidade de execução, executar as atividades, garantindo a satisfação do solicitante. Já os clientes externos são todos aqueles que têm algum relacionamento com a organização, mas não fazem parte do contexto organizacional. Os clientes externos merecem um tratamento formal, pois são profissionais que têm o mesmo objetivo dos clientes internos, porém interesses diferenciados. 28 O APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL A alma de uma empresa/instituição é formada por pessoas, ideias e objetivos claros e definidos. Para que os indivíduos possam buscar seus objetivos pessoais e profissionais é fundamental que todos tenham boas capacidadesde relacionamento. A empresa espera que o profissional seja ético, honesto, que tenha espírito de equipe. Não podemos, de maneira alguma, achar que “altamente qualificado” significa apenas o domínio dos conhecimentos técnicos ligados à sua profissão. Nesse contexto, observa-se que o trabalhador deverá buscar qualificação por meio de cursos e palestras, mantendo-se atualizado. 28.1 NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO É notório que estudo e aperfeiçoamento contínuos são fundamentais, porém de forma organizada e, principalmente, planejada. O foco deve estar na aplicação dos conhecimentos adquiridos, jamais no conhecimento por si só. Nunca se esqueça dos seguintes princípios básicos: definição de prioridades e foco na aplicação dos conhecimentos. Tudo leva a um caminho que exige atualização constante e rápida para atender às necessidades das empresas. Uma exigência cada vez mais invariável do mercado atual é a busca de profissionais realmente competentes, atualizados e preparados para atuar nas organizações. Porém, só estar qualificado não basta, é necessário oportunidades para demonstrar suas habilidades. Um novo setor está surgindo, constituído por uma elite de empreendedores, cientistas, técnicos, programadores de computador, profissionais, educadores e consultores. Percebe-se que o surgimento de vagas nas áreas citadas acima está cada vez maior, por isso tornou-se tão importante o conhecimento neste século. Porém, é necessário ter conhecimento em diversas áreas para se buscar um novo emprego ou manter-se no mesmo. O que se percebeu, durante o tempo da evolução, é que um grupo distinto de profissionais irá atuar em diversos setores do conhecimento neste século. Aquele profissional que trabalhava exclusivamente fechado na sala de processamento de dados, sem um contato mais direto com o restante da empresa, apenas realizando tarefas estritamente técnicas, não existe mais. Hoje a empresa quer um profissional completo, ou seja, um ser humano completo. Sendo assim, o profissional de secretariado sentiu necessidade de reavaliar suas técnicas, começando a partir daí uma busca constante à qualificação. Pode-se observar, ainda, que a busca acelerada por novos equipamentos, por tecnologias, está abrindo espaço para as pessoas exercerem suas capacidades de criar e demonstrar suas habilidades. O diploma de um curso superior já foi garantia de emprego, até meados da década de 70; hoje não é mais. Pensar que após o término da faculdade se está livre do estudo é simplesmente decretar a morte da carreira profissional. Hoje, precisamos estar sempre estudando, sempre nos atualizando. Muitas vezes, ficamos assustados com a rapidez com que as mudanças acontecem. Já não basta mais sermos especialistas em uma única área: Engenharia, Administração, Educação, Direito, etc. Precisamos “entender do negócio”, isto é, conhecer todos os aspectos relacionados com o ramo da empresa onde trabalhamos, senão, como poderemos aplicar nossos conhecimentos em benefício da empresa, ou em outras palavras: gerar resultados. Nesse contexto, observa-se que o trabalhador deverá buscar qualificação, por meio de cursos e palestras, mantendo-se atualizado. Porém, só estar qualificado não basta, precisa-se de oportunidades para demonstrar suas habilidades. A constante busca por profissionais qualificados é uma realidade atual e cabe ao profissional, de qualquer área, estar preparado e consciente de sua atuação, caso contrário estará automaticamente fora das exigências do mercado de trabalho. 29 A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM GRUPO O comportamento humano é complexo e multidimensional. Essa complexidade reside, principalmente, no grande número de variáveis envolvidas que afetam o comportamento. Essas variáveis podem ser de cunho individual, envolvendo: características inatas, as experiências adquiridas ao longo da vida; bem como podem ser de cunho ambiental, abrangendo todos os possíveis eventos extrínsecos ao indivíduo, tais como grupo social e cultura. Figura 16 O trabalho em grupo é importante para expandir as relações sociais e promover o autoconhecimento, pois só pode ser obtido com a ajuda dos outros por meio de feedback. Se o indivíduo tem percepção mais acurada de si, então pode, também, ter percepção acurada da situação interpessoal. De tal modo, o comportamento das pessoas nos grupos é algo mais do que a soma dos comportamentos de cada uma delas. Os grupos diferem um do outro, sendo que cada grupo apresenta características que são marcantes de acordo com sua atuação e possuem uma personalidade própria, a qual se denomina de sintalidade. Ela reflete os valores aprendidos pelos indivíduos que compõem o grupo. Quando estão em grupo, os indivíduos agem de maneiras diferentes de quando estão sozinhos. 29.1 CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS a. Grupos Formais – são aqueles definidos pela estrutura da organização, com atribuições de trabalho que estabelecem tarefas. O comportamento de seus membros é estipulado e dirigido em função das metas organizacionais, a saber: De Comando: são grupos determinados pelo organograma da organização. Em geral incluem um gerente e os colaboradores que se reportam diretamente a ele. Ex.: O diretor de um hospital e os seus médicos principais formam a mesa administrativa, ou seja, um grupo de comando das atividades da organização. De Tarefa: são grupos definidos pela organização e formados por pessoas que se juntam para executar tarefas específicas. Contudo, não se limitam à área de seu superior hierárquico imediato e podem ultrapassar as relações de comando. b. Grupos Informais – são alianças que não são nem estruturadas formalmente nem determinadas pela organização. São formações naturais dentro do ambiente de trabalho, que surgem em resposta à necessidade de contato social, como: De Interesse: são grupos de pessoas que se juntam para alcançar um objetivo comum que atenda aos seus interesses pessoais ou similares. De Amizade: são grupos de pessoas que ultrapassam o ambiente de trabalho para manter relacionamentos sociais. Nas organizações, a interação das pessoas acontece em dois níveis distintos, porém concomitantes e interdependentes: o nível da tarefa e o nível socioemocional. O nível da tarefa compreende atividades visíveis, observáveis, acordadas, tanto nos grupos formais de trabalho quanto nos grupos informais. Já o nível socioemocional é o responsável por sensações e sentimentos variados já existentes ou gerados pela própria convivência no grupo. O nível socioemocional é responsável pela manutenção do grupo, por seu crescimento, amadurecimento e pela satisfação de cada participante. Os níveis de tarefa e socioemocional representam conjuntos de forças presentes e atuantes na situação interpessoal e grupal, e que exercem permanente influência recíproca. Salientamos que comportamento humano individual não serve de base para se extrair conhecimentos e conclusões sobre a atuação do grupo, pois, como já vimos anteriormente, as pessoas em grupo agem de forma diferente, o que faz com que o grupo assuma uma configuração própria que influi nos sentimentos e ações de cada um e desenvolve o seu próprio processo. 30 FOCO NO OBJETIVO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL A necessidade e importância da compreensão do comportamento organizacional são assim evidenciadas para uma adequação das exigências com atividades e tarefas, organização e equipe. Não é nas universidades que se aprende as funções de educador ou de gestor de pessoas, é absolutamente fundamental gostar de pessoas, amá-las, respeitá-las, estar motivado em contribuir para a realização e felicidade delas. O profissional em secretariado, dentro de suas inúmeras atribuições, traz consigo características fundamentais para o ensino, como: saber ouvir, perceber ambientes,comunicar-se adequadamente com diferentes pessoas, transferir conhecimentos, mas principalmente ser profissional independentemente da situação vivida. Esse profissional deve ser passível de compreender que educar é construir. É induzir à reflexão, ao pensar. É relacionar o processo educativo com a cultura, destacando os valores mais profundos do homem. O profissional educador pode transformar as pessoas por meio do seu próprio comportamento, uma vez que os seres humanos aprendem (e muito) por imitação; processos de comunicação; tomada de decisão; solução de problemas, e, por extensão, pode influenciar as atitudes e comportamentos de todos os integrantes da organização. Portanto, visualizar a educação como um momento do processo de humanização é projetar no ato de educar toda perspectiva com relação à formação de um profissional mais humano, digno, preocupado e focado com o que o circunda na instituição em que atua. De tal modo, é de fundamental importância cultivar a educação como mola propulsora do desenvolvimento da consciência crítica e das potencialidades humanas e cultivar o trabalho não como produtor de alienação, mas sim como fonte de prazer e de significação para o homem. De um modo geral, a habilidade de gerar aprendizagens eficazes de outras pessoas, ou seja, ensinar, também depende do hábito de aprender de uma forma organizada. Assim, do ponto de vista do secretário no papel de educador, esse aprendizado mais cognitivo poderá ser gerado deliberadamente com mais facilidade se resgatar no aprendiz suas referências e conhecimentos anteriores, para que possa apresentar-lhe o novo de maneira que se adapte naturalmente a seu modelo ou concepção do mundo realidade. Para a comunicação atingir os objetivos, diminuindo o risco de estabelecer ruídos ou barreiras à comunicação devemos considerar alguns cuidados para transmissão, EXCETO: Seja o mais objetivo possível. Tenha paciência, mas fale rapidamente sem preocupar-se com o ritmo do outro. Estude primeiro o que vai falar. Cuide para ter um objetivo claro. Procure adaptar sua linguagem a da pessoa. Não use palavras difíceis, gírias ou palavras típicas de regiões que possam prejudicar a comunicação. Observe a linguagem verbal e a não verbal. Os gestos, as expressões faciais e a postura são fundamentais para nós. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA. 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