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www.portaleducacao.com.br 1
PROF: RAQUEL TINOCO Treinamento Funcional | Portal Educação 
SECRETARIA
ESCOLAR 
www.portaleducacao.com.br
www.portaleducacao.com.br 2
Treinamento Funcional | Portal Educação 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográfi cas.
www.portaleducacao.com.br
SECRETARIA
ESCOLAR 
 
 
SUMÁRIO 
 
MÓDULO I 
1 BREVE HISTÓRICO EDUCACIONAL BRASILEIRO 
2 A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA - O SEU PAPEL SOCIAL E A MISSÃO DOS 
QUE NELA ATUAM 
3 A EVOLUÇÃO DA ESCOLA E DE SEUS DEPARTAMENTOS NO MUNDO 
GLOBALIZADO 
3.1 AS ESCOLAS BRASILEIRAS EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO 
4 A SECRETARIA ESCOLAR 
4.1 A SECRETARIA NO CONTEXTO INSTITUCIONAL 
4.2 SECRETARIA COMO ELO ENTRE COMUNIDADE E SABER 
4.3 OBJETIVOS DE UMA SECRETARIA ESCOLAR - SUAS FUNÇÕES 
4.4 DEVERES DA SECRETARIA ESCOLAR 
4.5 EQUIPE E HIERARQUIA ESCOLAR 
5 UMA PROFISSÃO REGULAMENTADA 
5.1 O PROFISSIONAL E SEU PERFIL 
6 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E ESTRUTURA DO ENSINO BRASILEIRO 
6.1 EDUCAÇÃO BÁSICA 
6.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
6.3 ENSINO SUPERIOR 
7 LDB 
7.1 HIERARQUIA DAS LEIS 
7.2 ATRIBUIÇÕES DO MEC 
8 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
 
9 DIRETORIAS REGIONAIS DE ENSINO 
MÓDULO II 
10 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO 
11 DOCUMENTOS OFICIAIS DA ESCOLA E DA GESTÃO ESCOLAR 
11.1 DEFINIÇÕES DE ALGUNS DOCUMENTOS 
11.1.1 Projeto Pedagógico 
11.1.2 Regimento Escolar 
11.1.3 Plano de Ação 
11.1.5 Proposta Pedagógica 
12 MODALIDADES DE PLANOS DE ENSINO 
12.1 PLANO DE AULA 
12.2 PLANO DE UNIDADE 
12.3 PLANO DE CURSO 
13 ORIENTAÇÕES SOBRE CALENDÁRIO ESCOLAR 
14 REGISTROS E ATOS ESCOLARES 
15 A VIDA ESCOLAR DO ALUNO: SUA IMPORTÂNCIA 
15.1 PROCEDIMENTOS PARA REGISTRO 
15.2 FOCO NA ORGANIZAÇÃO 
15.3 REQUERIMENTO DE MATRÍCULA 
15.4 DIÁRIO DE CLASSE 
15.5 LIVRO DE REGISTROS E ATAS DE CONSELHOS 
15.6 ATA DE ELIMINAÇÃO DE DOCUMENTOS 
15.7 CADERNO DE OCORRÊNCIAS 
15.8 ATESTADO MÉDICO 
 
 
16 DOCUMENTOS EXPEDIDOS PELA SECRETARIA ESCOLAR 
16.1 DECLARAÇÃO 
16.2 EXPEDIÇÃO E REGISTRO DE DIPLOMAS E/OU CERTIFICADOS 
16.3 REQUERIMENTO DE MATRÍCULA 
16.4 HISTÓRICO ESCOLAR 
16.5 TRANSFERÊNCIA 
MÓDULO III 
17 CONTEXTUALIZANDO: O IMPORTANTE ATO DA MATRÍCULA 
17.1 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NAS MATRÍCULAS 
18 UMA ERA TECNOLÓGICA 
19 REGISTROS FÍSICOS E ELETRÔNICOS 
19.1 INDICAÇÕES DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE 
INFORMAÇÕES EM DOCUMENTOS DIGITAIS 
20 SISTEMA DE ARQUIVO 
20.1 IMPORTÂNCIA DOS ARQUIVOS PARA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR 
20.2 ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO ESCOLAR 
20.3 FORMAS DE ARQUIVAR DOCUMENTOS - TÉCNICAS DE 
PADRONIZAÇÃO PARA ARQUIVAR DOCUMENTOS 
21 ARQUIVO 
21.1 TIPOS DE ARQUIVO 
21.2 FORMAS DE ARQUIVAR DOCUMENTOS - TÉCNICAS DE 
ARQUIVAMENTO 
21.3 CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE DE ARQUIVAMENTO - ESTRUTURA 
MÓDULO IV 
22 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO 
 
 
22.1 ORGANIZAÇÃO DA MESA 
22.2 MANUTENÇÃO DA ORDEM 
22.3 LIMPEZA DO ESPAÇO 
22.4 EVITANDO DESPERDÍCIO - SUSTENTABILIDADE 
23 O ATENDIMENTO NA SECRETARIA ESCOLAR 
23.1 PRINCÍPIOS DE UM BOM ATENDIMENTO 
23.2 POSTURAS PROFISSIONAIS 
24 A COMUNICAÇÃO E O SEU PROCESSO 
24.1 PARA TRANSMISSÃO 
24.2 PARA RECEPÇÃO 
25 COMUNICAÇÃO - VERBAL E CORPORAL 
26 ETIQUETA E NETIQUETA 
26.1 ETIQUETA 
26.2 NETIQUETA 
27 ATENDIMENTO TELEFÔNICO 
27.1 TIPOS DE ATENDIMENTO - CLIENTES INTERNOS E EXTERNOS 
28 O APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL 
28.1 NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO 
29 A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM GRUPO 
29.1 CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS 
30 FOCO NO OBJETIVO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
1 BREVE HISTÓRICO EDUCACIONAL BRASILEIRO 
 
Figura 1 
 
 
Nas pesquisas sobre os primórdios da educação no Brasil, constata-se 
que, na época da colonização do nosso país, Portugal passa aos jesuítas a 
incumbência da gestão da educação. Nesse período já existia uma forma de 
administrar a escola pautada em uma rigorosa hierarquia e foi dessa forma que 
a direção das escolas foi caminhando no período que veio logo após. No Império 
ainda havia a predominância de uma forma de construir a escola sob 
perspectivas de imposições intransigentes. Ao longo do tempo, esses modelos 
foram evoluindo. 
Em 1930, no governo de Getúlio Vargas, foi criado o Ministério da 
Educação e Saúde, mas apenas 30% da população em idade escolar estavam 
nas escolas. A ideia mais geral e abrangente de escola pública no Brasil surgiu 
com o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova que lançaram o Manifesto dos 
Pioneiros. A escola laica com gratuidade, obrigatoriedade e coeducação são 
 
 
alguns dos tantos princípios que esse Manifesto estabelece sobre a escola 
unificada. O Manifesto prescrevia a inovação para o progresso da educação. 
O Manifesto revolucionou o plano educacional brasileiro. Foi um grito de 
guerra contra o passado educacional do país, propondo uma nova política de 
educação e uma escola democrática. A ditadura do estado novo fez com que a 
execução do Manifesto fosse adiada até a década de 60, quando foi retomada a 
luta pela escola pública. 
No período de 1946 até 1964, houve um grande avanço na política 
educacional brasileira, que abarca o ensino na zona rural e à classe 
trabalhadora, desencadeando amplas defensorias da escola pública, no entanto, 
os resultados alcançados não correspondiam às expectativas da sociedade. No 
período de 1965 até 1970, de cada mil alunos matriculados no Ensino 
Fundamental, apenas 101 alcançavam a 8ª série. 
A partir do golpe de 1964, o país passou por uma centralização 
administrativa, o que mudou o direcionamento e a condução do trabalho 
pedagógico e discente nos diferentes níveis de ensino do sistema público. A 
melhor forma de educação era a instrução programada que tinha objetivos de 
conteúdo e de comportamento para os estudantes, particularmente no Ensino 
Médio, em que só se podia trabalhar com questões fechadas, as quais o aluno 
não podia transcender. O aluno tinha uma pergunta com uma série de respostas 
estabelecidas das quais não poderia escapar: uma delas era correta e não se 
cabia questionamentos da realidade. 
A resistência à ditadura gerou movimentos de luta democrática. A 
década de 80 reflete essas ações, o que resulta no retorno ao estado 
democrático e em seguida a instalação da constituinte. Os diferentes setores da 
sociedade se organizam para garantir o direito de influenciar no processo de 
mudanças que ficam mais fortes no país. 
Várias associações científicas, professores, forças sindicais e de outra 
natureza reuniram forças em defesa dos princípios da escola para garantir que 
essa fosse ao mesmo tempo plural, aberta, igualitária e democrática. 
 
 
As lutas pela gestão democrática da educação acompanham o ritmo do 
país. O momento era de manifestações com a grande afirmação dos direitos e 
da democratização. 
A democratização das escolas necessita de uma autonomia destas, mas 
vinculadas à política geral do estado para que as Instituições de Ensino não 
percam seu sentido de público, de atendimento a todos o que não pode 
acontecer em razão de uma privatização interna das escolas. Se estas são 
públicas, são de todos, e todos devem participar. 
Escola autônoma é aquela que estabelece suas regras e normas para 
sua existência e funcionamento, podendo levar em conta sua realidade. Com 
essa conquista, as Unidades Escolares estabelecem diretrizes para canalizar as 
forças vindas de diversos setores: Governo, administração escolar, alunos e 
pais. Essa é uma bandeira levantada no fórum nacional em defesa da escola 
pública em 1987. Esse fórum continuou mobilizado em função da LDB. 
A luta ainda continua! O sonho dos Pioneiros é um sonho ainda 
inconcluso. A escolaé uma agência dinamizadora, facilitadora de 
democratização, deve formar o cidadão para a vida, deve emancipar as pessoas. 
É instituição nuclear de cidadania dentro da sociedade e tem papel fundamental 
e imprescindível na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos. 
A gestão democrática é recorrente de uma série de lutas. É uma vitória, 
pois por meio desse instrumento a escola começa a desenhar seus traços de 
democracia e autonomia. Segundo Paulo Freire (1996), ensinar exige 
comprometimento. 
É ter compromisso com o posicionamento político e pedagógico da 
escola. É saber que não é possível exercer a atividade do magistério como se 
nada ocorresse. Educar também é pensar politicamente, afinal o espaço 
pedagógico é um contexto para ser constantemente "lido", "escrito" e "reescrito". 
Nesse sentido, quanto mais a ideologia dominante insinua a neutralidade 
da educação, a prática pedagógica não pode passar despercebida dos alunos 
na classe e na escola, na comunidade e na sociedade, pois esta é política. 
 
 
A passagem dos indivíduos pela escola não pode ser omissa, pois 
desvela aos alunos sua capacidade de analisar, de comparar, de avaliar, de 
decidir, de optar, de romper. É revelada ao discente sua capacidade de fazer 
justiça e de não falhar à verdade. 
Nas últimas décadas, a educação no Brasil tem transposto períodos 
reflexivos que culminam numa ideia: a educação precisa mudar. O tema mesmo 
recorrente continua atual. Não é mais uma questão de opção ou de postura dos 
profissionais da educação, mas trata-se de uma exigência da sociedade, que 
cada vez mais prega a mudança da educação para que esta seja de qualidade 
e igualitária. Em todo o mundo estão sendo implantadas reformas educacionais 
para adequar o sistema de ensino às mudanças econômicas e sociais. 
A sociedade contemporânea tem como paradigma norteador o 
pragmatismo e o utilitarismo. Gradativamente, o estatuto do saber vem sofrendo 
frequentes variações nas últimas décadas. As instituições escolares vêm sendo 
pressionadas a repensar no seu papel diante das transformações aceleradas 
que caracterizam o processo de integração e reestruturação capitalista mundial. 
Isso acontece porque os avanços tecnológicos e científicos, as mudanças no 
mundo do conhecimento afetam diretamente a sociedade em suas 
necessidades, atingindo a escola que deve atender a solicitações dessa 
primeira, a organização do trabalho e o perfil dos trabalhadores, repercutindo na 
qualificação profissional e na gestão educacional. Compreender para onde se 
encaminha a escola é um processo de transformação contínua que requer 
diversas competências e habilidades dentro do novo contexto educacional. 
Pedro Demo (1998) afirma que a qualidade é genuinamente, um atributo 
humano, e o que representa melhor a marca humana é o desenvolvimento 
humano. Vive-se a era da globalização. Os paradigmas mantenedores da 
sociedade estão em constante mudança. A volubilidade do cosmos e os 
impactos causados pela mídia são os grandes apelos da pós-modernidade. Na 
atualidade, assistimos a um crescimento contínuo da conscientização dos 
indivíduos sobre seus direitos. Também é notório que em algumas ramificações 
da sociedade tem aumentado a preocupação em preparar o cidadão para a 
 
 
busca do bem comum. Tanto que, com passar dos anos a educação institucional 
passou a ser tanto um direito como um dever dos cidadãos brasileiros. 
A Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 205 diz: 
 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o 
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
 
Em resposta a esta exigência, as instituições de ensino têm abarcado 
momentos de ponderação. Em todo tempo são colocados em questionamento o 
papel e a função da escola, em relação ao que a sociedade espera que esta 
desenvolva na formação integral do indivíduo, para que este viva com 
propriedade a cidadania. 
Essas afirmações validam uma prática política e pedagógica para 
modernizar a gestão da educação. Recebemos uma herança pesada em relação 
à gestão escolar. Nossa história é arraigada a um sistema autoritário e 
centralizador. Não é fácil mudar hábitos enraizados... Muitas pessoas não sabem 
ou não querem ter autonomia. Às vezes, é mais fácil e mais cômodo um sistema 
em que alguém manda e outro obedece. Se algo não der certo, a culpa é sempre 
do outro. Todavia, esse é um processo de dependência que inibe o crescimento 
e o amadurecimento das pessoas e das instituições. Está na hora de favorecer 
o amadurecimento de nossa escola e de modernizar a gestão da escola. 
Para ser gestor da educação hoje não basta ser alguém com eficiência 
em sala de aula. O gestor precisa ter uma cultura geral que inclui conhecimentos 
legais, jurídicos, cognitivos e pedagógicos. É preciso saber administrar, ter o 
respeito e o respaldo da comunidade que ele dirige, tem que saber ouvir e saber 
falar o que é necessário, na hora certa, e também contar com uma base de 
dados. Nos quais lhe dê confiança ao elaborar seu planejamento, para o mesmo 
poder ser construído não só para o agora, mas como uma proposta a ser 
executada em médio e longo prazo. 
Na visão contemporânea, a legislação vigente que ampara e norteia as 
práticas educativas no Brasil rumo à educação de qualidade e igualitária, 
 
 
encontram-se diretrizes que pontuam um sistema de gestão com qualidade na 
Educação: é a gestão democrática participava de processos. Esse sistema é 
caracterizado por ações solidárias, democráticas, éticas e empreendedoras. Um 
sistema educacional que define sua missão se apoia em determinados valores. 
Que traça seus objetivos estratégicos, que serão perseguidos por meio de 
programas e ações específicas, sabendo aonde quer chegar. 
Para tanto, é preciso muito trabalho, dedicação, conhecimento, respeito 
à diversidade e pluralidade de ideias. É um grande desafio porque requer liderar, 
com competência um processo de construção coletiva. 
Nos anos 60, John Kennedy, presidente dos Estados Unidos, disse que 
os americanos não deveriam perguntar o que seu país poderia fazer por eles, 
mas o que eles poderiam fazer por seu país. Cerca de 30 anos depois, Gabriela 
Garcia Marquez repete a ideia em relação ao século XXI, quando diz "não espere 
nada do século XXI. É o século XXI que espera tudo de você". Nessa linha de 
pensamento, talvez uma boa pergunta para cada um se fazer nessa reflexão 
seja "o que eu posso fazer pela minha escola?" 
A opção por um trabalho de qualidade e de ampliação da equidade na 
educação coloca em evidência a complexidade e a relevância da gestão de 
sistemas educacionais, ao mesmo tempo em que incita a reflexão a respeito do 
perfil desejável dos gestores ou dirigentes de sistemas educacionais. 
 
Assinale o período em que houve um grande avanço na política educacional brasileira, que 
envolve o ensino na zona rural e à classe trabalhadora, desencadeando amplas defensorias da 
escola pública: 
Período de 1942 até 1970. 
Período de 1946 até 1964. 
Período de 1944 até 1971. 
Período de 1943 até 1980. 
Período de 1940 até 1960. 
 
 
 
 
2 A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA - O SEU PAPEL SOCIAL E A MISSÃO DOS 
QUE NELA ATUAM 
 
O direito da criança e do adolescente à educação gera 
consequentemente ao Estado o dever de ofertar a Educação para todas as 
crianças e adolescentes, seja no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio e aos 
pais o dever de matricular e zelar pela frequência dos filhos na escola. 
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, em 
seu artigo primeiro: “A educação abrange os processos formativos que se 
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas 
instituições de ensino e organizações da sociedade civil e nas manifestações 
culturais”. 
De talmodo, a educação não está restrita à sala de aula, mas ao 
contexto social do aluno. Porém, quando se refere à formação para a convivência 
humana e para o trabalho se contradiz, isso porque a formação para a 
convivência humana reforça o consenso social, pelo qual não há luta de classes 
em que o objetivo é manter a ordem e o progresso da nação somente àqueles 
que possuem ascensão social. Ao referir-se à formação para o trabalho, por 
conseguinte refere-se à formação para a exploração do trabalho e à manutenção 
da elitização. 
A escola deve possibilitar o desenvolvimento da consciência humana. 
Para Piaget (1990), a consciência é o desenvolvimento cognitivo fragmentado 
em estágios de maturação do indivíduo, em que o conhecimento é fruto da 
relação sujeito/objeto que evolui para um pensamento cada vez mais lógico. 
Vygotsky, representante da teoria histórico-cultural, defende a 
ontogênese que considera a consciência como produção histórica, aspecto 
esquecido nas demais teorias. Para explicar o desenvolvimento cognitivo, 
Vygotsky relaciona-o com o contexto social, histórico e cultural do indivíduo em 
que ao ser negado ao homem a possibilidade de desenvolver instrumentos de 
pensamento, nega-se o desenvolvimento da consciência humana. 
 
 
Assim, compreende-se que para que a escola possa cumprir sua função 
de possibilitar o desenvolvimento da consciência humana deve amparar-se em 
teorias baseadas no materialismo histórico, transmitindo os conteúdos 
historicamente produzidos pela humanidade. 
Para isso, a função social da escola se amplia a fim de converter-se em 
centro privilegiado de educação, cidadania e cultura. A escola, enquanto 
instituição ética e socializadora, consiste em um dos principais meios para a 
formação crítica e cidadã. Para o exercício dessa missão a escola precisa 
garantir a realização de atividades que têm relação com todos os aspectos que 
abrangem sua tarefa maior: a qualidade em educação. Tendo como objetivo o 
processo de ensino e aprendizagem e a realização de atividades que não 
possuem uma relação direta com o processo educativo, porém concorrem para 
torná-lo efetivo, propiciando as condições básicas para que ele se alcance. 
Assim, podemos citar algumas: 
 
 Ter autonomia, determinando e construindo seu próprio caminho 
pedagógico; 
 Apresentar instrumentos de compreensão da realidade local, em que 
a escola pondere a realidade na qual está inserida, promovendo a 
identidade cultural do aluno; 
 Sugerir planejamento adequado com ações articuladas aos objetivos, 
assim como programas de avaliação de desempenho; 
 Ter um currículo contextualizado, que seja organizado e que garanta 
as aprendizagens fundamentais instituídas para o país, porém que se 
identifique com o contexto local; 
 Solicitar a inclusão e a participação dos educandos em relações 
sociais distintas e cada vez mais amplas; 
 Instigar o exercício da cidadania; 
 Instituir a ação educativa compartilhada com a comunidade local, 
ultrapassando os muros da escola; 
 Estimular o professor a adotar sua condição de pesquisador, dentre 
tantas outras. 
 
 
 
Além das inúmeras funções da escola, compete ao governo investir em 
políticas educacionais de qualidade, garantindo infraestrutura de funcionamento, 
condições adequadas de trabalho, salário justo, programas de capacitação e a 
adoção de uma gestão participativa e democrática. 
Desse modo, é direito e dever de todas as partes sociais, que procuram 
e acreditam em uma sociedade democrática, determinar o cumprimento e 
realização das funções primordiais da educação garantidas em lei. Sendo 
importante a participação nas decisões referentes às direções e diretrizes e à 
organização. 
O trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, realizado a partir da 
participação contígua e integrada dos membros de todos os segmentos da 
comunidade escolar. Consequentemente, afirmar que sua gestão implica a 
atuação participativa representa uma redundância de reforço a essa importante 
dimensão da gestão escolar. Desse modo, o envolvimento de todos os que 
fazem parte, direta ou indiretamente, do processo educacional, no 
estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, 
na proposição, implementação, monitoramento e avaliação de planos de ação, 
visando os melhores resultados do processo educacional, é imprescindível para 
o sucesso da gestão escolar participativa. 
A realidade brasileira, intricada e desigual, não deve aceitar que a 
formação de educadores seja compreendida como um processo unidimensional 
e simples. A grande disparidade cultural característica de nosso país, as 
peculiaridades regionais e as especificidades das populações e grupos 
atendidos pela escola expõem o imperativo de que se estabeleçam distintas 
formas, para desenvolver a qualidade da educação oferecida. A LDB 9394/96, 
em seu artigo 61, estabelece: 
 
A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos 
objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às 
características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá 
como fundamentos: 
I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a 
capacitação em serviço; 
 
 
II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em 
instituições de ensino e outras atividades. 
 
Como princípios básicos e orientação à construção da escola 
integradora, conforme o texto da Declaração de Salamanca (1994): 
Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à 
educação e [...] a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter 
um nível aceitável de conhecimentos; 
Cada criança tem características, interesses, capacidades e 
necessidades de aprendizagem que lhes são próprios; 
Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas 
aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes 
características e necessidades; 
As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso 
às escolas comuns que deverão integrá-las numa pedagogia 
centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades; 
As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o 
meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar 
comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar 
educação para todos, além disso, proporcionam uma educação efetiva 
à maioria das crianças e melhoram a eficiência e, certamente, a relação 
custo-benefício de todo o sistema educativo (BRASIL, 1997, p. 10). 
 
 
3 A EVOLUÇÃO DA ESCOLA E DE SEUS DEPARTAMENTOS NO MUNDO 
GLOBALIZADO 
 
3.1 AS ESCOLAS BRASILEIRAS EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO 
 
A transformação das escolas para prover uma Educação para todos 
implica em torná-las capazes de oferecer ensino de qualidade aos seus alunos, 
atendendo às peculiaridades de cada um, reagindo à diversidade com medidas 
que dizem respeito tanto a sua organização pedagógica como administrativa. 
Uma análise mais profunda dos resultados do Pisa (Programa 
Internacional de Avaliação de Alunos), teste no qual os estudantes brasileiros 
 
 
ficaram em último lugar entre 32 países analisados, mostra que os problemas da 
educação brasileira são maiores do que se imaginava. 
 
Figura 2 
 
 
Em quase todos os aspectos de nossa vida cotidiana, uma minoria da 
população brasileira consegue viver com padrões de primeiro mundo, enquanto 
uma imensa maioria vive com um padrão ainda muito grande de pobreza. O que 
mostra que algo muito errado parece estar acontecendo com a educação aqui. 
Essa minoria que possui melhores condições de vida estuda na rede particular 
de ensino, cabendo à maioria sem condição, a rede pública. O problema agora 
não está na repetência, na escola pública ou na qualidade oferecida para a 
maioria dos jovens. 
A escola fundamental pública brasileira vive um momento de perda de 
identidade cultural e pedagógica. Os valores, a ética profissional e o respeitoao 
compromisso perderam espaço para a busca por dinheiro. Os profissionais 
estressados em razão de tantas exigências para se manter no mercado e sem 
ter como custear seu aprimoramento, e as empresas que fazem muita exigência, 
mas, oferecem salários baixos. O magistério é a classe trabalhadora, que foi 
mais desvalorizada nos últimos trinta anos, o que faz dela, também, a mais 
desinteressada em virtude das circunstâncias em que foi colocada. 
 
 
A ampliação desordenada de suas tarefas, bem como as recentes 
políticas oficiais, tais como: programas bolsa-escola, novos critérios de 
progressão escolar, inclusão no currículo de temas ligados à saúde, à ética e à 
cultura, parece delinear uma realidade em que as necessidades sociais 
integradas hoje, no sistema de educação assumem posição primordial no 
cotidiano escolar. 
Vivemos em um contexto de significativas transformações no mundo do 
trabalho e da produção. São transformações de toda ordem, originadas pelo 
incremento das relações sociais capitalistas traduzidas neste final de século pelo 
expressivo avanço tecnológico e pela globalização do capital e do trabalho. 
Essas transformações societárias redimensionam o papel da educação e da 
escola. 
Essas agências passam a ser lembradas como um dos elos de 
socialização dos conhecimentos técnico-científicos, historicamente produzidos 
por meio do desenvolvimento de habilidades, capacidades e competências 
sociais requeridas em sintonia com o setor produtivo. 
A partir dos anos 90, ocorre a consolidação de um processo de reforma 
da gestão, centrado na minimização do papel do Estado no tocante às políticas 
públicas. Na área educacional vivenciam-se, em toda a América Latina, 
mudanças no papel social da educação e da escola, por meio de um conjunto de 
medidas que reformam o panorama da educação básica e superior. O Brasil, 
nesse período, intensifica ações políticas e reformas educacionais em sintonia 
com a orientação de organismos internacionais, cuja tradução mais efetiva é 
expressa pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº. 9394/96), 
que se destaca dentre as alterações efetivadas na política educacional, nos 
planos legal e institucional. 
A LDB sintonizada às premissas neoliberais, e consubstanciada a uma 
sucessão de decretos que a antecedem, redireciona o paradigma da educação 
e da escola no Brasil enfatizando a trinômia produtividade, eficiência e qualidade 
total. Essas orientações ao redirecionar as formas de gestão, os padrões de 
financiamento, a estrutura curricular e formas de profissionalização, a 
estruturação dos níveis de ensino em educação básica e educação superior, 
 
 
possibilitam o estabelecimento de mecanismos de descentralização (ainda que 
ressignificada como desconcentração e/ou desobrigação) e, paradoxalmente, a 
novas formas de centralização e controle por parte do poder central. Por outro 
lado, a lei destaca o princípio da gestão democrática, a implantação efetiva, 
portanto, só se implementará se a gestão dos processos for participativa, ou seja, 
se houver participação ativa de todos os atores e instituições intervenientes nos 
processos de gestão. 
A Constituição da República Federativa brasileira é a "Carta Magna" pela 
qual é assegurada aos cidadãos: O exercício de seus direitos e deveres 
individuais; a garantia das liberdades fundamentais; e a normalização do papel 
do Estado por meio da separação jurídica e orgânica entre os três poderes que 
o consistem: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. 
A Constituição Brasileira promulgada em 1988 traz em seu bojo um 
conjunto de princípios fundamentais à cidadania. Dentre estes, cabe ressaltar os 
capítulos referentes aos direitos sociais: a garantia do acesso ao ensino 
obrigatório e gratuito (direito público subjetivo), a gestão democrática do ensino 
público, a vinculação Constitucional de recursos à Educação (União, 18%, 
Estados e Municípios, 25%), dentre outros. 
Por outro lado, alguns retrocessos se mantiveram no texto 
constitucional. No âmbito dos direitos sociais, particularmente da Educação, o 
embate se processou basicamente entre duas frentes: os defensores do ensino 
público os defensores do ensino privado (e suas várias acepções). Os primeiros 
sofreram algumas derrotas, à medida que não se conseguiu instituir a 
exclusividade de verbas públicas para o ensino público, pois a Constituição de 
1988 garantiu o repasse de recursos públicos às escolas comunitárias 
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos (art. 213). 
A constituição, dada a sua natureza, é constituída por princípios 
orgânicos, cujas exigências e parâmetros são objetos de leis ordinárias cujo 
caráter é o de garantir a regulamentação desta. A Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional formulada logo após a promulgação da Constituição é uma 
delas. 
 
 
 
4 A SECRETARIA ESCOLAR 
 
 Figura 3 
 
A situação do secretário escolar pode ser abrangida como antes e depois 
do início da LDB em 1997. Os profissionais com formação anterior a lei recebiam 
seus certificados de habilitação ao exercício da atividade das instituições que 
proporcionavam o curso, todavia, após a recente aprovação da Deliberação nº 
16, em complemento às 20 áreas do ensino técnico profissionalizante, 
estabelecidas pela LDB, definiu-se que para o exercício da função de secretário 
escolar é necessário o diploma do curso de técnico em secretaria escolar. 
O secretário escolar é um profissional essencial para o estabelecimento 
de ensino. Suas atribuições compreendem atividades essenciais como: indicar 
aos gestores (diretores) decisões a serem adotadas; receber a comunidade; 
analisar os documentos do estudante e averiguar se há irregularidades; 
estabelecer ação conjunta com a orientação pedagógica, etc. No que se alude à 
formação acadêmica, é habilitado para o exercício da função quem obtém o 
diploma de curso técnico em secretaria escolar, de licenciatura plena em 
Pedagogia (qualquer área) ou de pós-graduação latu sensu de 360 horas em 
universidade credenciada. 
A secretaria da escola é o início da entrada da comunidade escolar, 
sendo a secretaria o órgão administrativo encarregado da execução de todos os 
 
 
trabalhos relativos à escrituração, expedição, tramitação, guarda e arquivamento 
de documentos e correspondências do estabelecimento de ensino, concernentes 
à vida escolar dos alunos e à situação funcional dos servidores; o Secretário de 
Escola é o responsável por planejar, coordenar e executar as ações da secretaria 
da escola, respondendo por suas imputações de modo a assegurar o mais 
perfeito e regular desenvolvimento dos trabalhos administrativos, dentro dos 
prazos estabelecidos. 
 
4.1 A SECRETARIA NO CONTEXTO INSTITUCIONAL 
 
O secretário escolar na qualidade de profissional que trabalha 
diretamente com a clientela da escola precisa evidenciar uma série de 
qualidades pessoais e profissionais como iniciativa, dinamismo, segurança, 
estabilidade emocional, bom senso, cooperação, honestidade, respeito, 
discrição, organização, liderança, atenção, cortesia, responsabilidade e 
humanização. Essas qualidades são imprescindíveis, pois em sua rotina de 
trabalho esse profissional relaciona-se com diretores, professores, orientadores 
pedagógicos, alunos e seus pais, pessoal administrativo e comunidade. Assim, 
é importante abandonar algumas atitudes negativas, como a soberba, a 
passividade, a morosidade ou o desinteresse. 
De tal modo, às atribuições gerais e adequadas do secretário escolar, 
destacam-se, principalmente: conhecer o regimento escolar e a proposta 
pedagógica, observar a legislação aplicável a cada situação e evitar problemas, 
corrigir desvios e oferecer soluções. 
Além dessas, há obrigações diárias que compreendem a atividade desse 
profissional: a escrituração e o registro escolar; a atualização do arquivo escolar; 
a participação no planejamento geral do colégio;manter articulação com setores 
técnico-pedagógicos; a preservação da segurança da documentação; o 
assessoramento à direção da escola. 
A tarefa essencial do secretário escolar consiste em efetuar, 
adequadamente, os registros do aluno desde seu ingresso na instituição de 
 
 
ensino. Todo o controle de prazos acadêmicos deve estar sob o controle desse 
profissional, que manterá atualizados os registros de frequência e avaliação no 
arquivo escolar. Informações concernentes às ementas das disciplinas, aos 
planos de curso e às informações acadêmicas e curriculares dos professores 
ficam arquivadas e acreditadas aos cuidados do secretário escolar. Em caso de 
conservação desses dados armazenados de forma digital, é necessário ter 
atenção para a sua constante recuperação (“backup”) e o controle do acesso às 
alterações. 
Todas as ações administrativas executadas na escola, por diretores, 
secretários ou inspetores, precisarão estar validamente embasadas. Qualquer 
orientação a solicitações de informação deve ter um fundamento que atenda à 
norma adotada, sendo inaceitável o “achismo”. É necessário destacar que a 
legislação de ensino em vigor reforça a autonomia das escolas, responsáveis 
pela elaboração de seus regimentos escolares. 
Competirá aos estabelecimentos de ensino definir as regras de 
funcionamento de sua atividade pedagógica, estando apropriadas à legislação 
vigente (o regimento somente poderá ser alterado no ano letivo seguinte). 
 
4.2 SECRETARIA COMO ELO ENTRE COMUNIDADE E SABER 
 
Como a secretaria atua nas unidades escolares, o Secretário Escolar 
desenvolve suas atividades enfrentando grandes desafios, pois, na escola, além 
das suas responsabilidades, ele interage com muitas pessoas, como os 
professores, os alunos e seus pais, os demais profissionais e fornecedores, as 
autoridades e as pessoas da comunidade em geral. 
Todo o trabalho efetivado com competência é apreendido na eficiência 
e eficácia dos seus resultados. No serviço administrativo de uma instituição, é 
imprescindível que a organização do trabalho seja o destaque. Instituições de 
ensino no Brasil querem públicas ou particulares, exigem a atuação de 
secretários competentes. 
 
 
Nesse sentido, percebe-se que sua postura ética é necessária, 
compreendendo muitas frações sociais, devendo visar uma boa capacitação 
profissional. 
 
4.3 OBJETIVOS DE UMA SECRETARIA ESCOLAR - SUAS FUNÇÕES 
 
O Secretário ou Secretária Escolar tem por responsabilidade organizar, 
sistematizar, registrar e documentar todos os fenômenos que se processam no 
domínio da unidade escolar, tornando transitável seu funcionamento 
administrativo e afiançando sua legalidade e a validade de seus atos. 
Elevar a importância que tem a documentação em qualquer atividade 
humana organizada pode ser algo desnecessário. Ressaltamos a seriedade que 
existe nos documentos que nos são concedidos e dessa forma o valor há nos 
registros e anotações feitos pela Secretaria de uma unidade escolar. Os 
documentos emitidos adquirem um caráter de testemunho, de prova, que 
acompanhará o aluno e influenciará sua vida de forma expressiva. 
Há, ainda, outro aspecto da documentação: o registro das atividades 
didático-pedagógicas desenvolvidas pela unidade escolar com todas as suas 
implicações. Uma unidade escolar passa por constantes modificações, e as 
etapas dessas transformações devem ser retratadas em benefício de seu próprio 
crescimento e desenvolvimento, já que a reflexão ordenada sobre o passado é 
indispensável para o replanejamento que objetiva o aperfeiçoamento. 
Assim, destaca-se a importância expressiva da função do Secretário ou 
Secretária Escolar em todo o processo escolar. Função a qual deve pautar-se 
em: 
 Estética da sensibilidade (trabalho bem feito e respeito pelo outro); 
 Política da igualdade (valorizar o próprio trabalho e o trabalho dos 
outros); 
 Ética da identidade (defesa do valor da competência, do mérito, da 
capacidade, contra os favoritismos de qualquer espécie, e da 
 
 
importância da recompensa pelo trabalho bem feito que inclua o 
respeito, o reconhecimento e a remuneração condigna) da atividade 
profissional em questão. 
A ética da identidade abrange a estética da sensibilidade e a política da 
igualdade que, reunidas, proporcionam ao trabalhador “saber ser”, “saber fazer”, 
“saber conviver”, que recobrem dimensões práticas, técnicas e científicas 
adquiridas por intermédio de cursos, treinamentos, capacitações e/ou por meio 
das experiências profissionais. Além disso, incluem traços de personalidade e 
caráter que definem comportamentos nas relações sociais de trabalho, como: 
capacidade de iniciativa, comunicação, disponibilidade para inovações e 
mudanças, assimilação de novos valores de qualidade, produtividade, 
competitividade, saber trabalhar em equipe, ser capaz de decidir problemas e 
desempenhar trabalhos novos e diversificados. 
Os constantes progressos tecnológicos acabam mudando tanto o perfil 
do profissional quanto a metodologia do trabalho. Atualmente, o profissional da 
Secretaria Escolar deve estar preparado para a utilização das novas tecnologias 
da informação e da comunicação. 
 
Sobre escola autônoma é correto afirmar, EXCETO: 
É aquela que estabelece suas regras e normas para sua existência e funcionamento. 
Estabelece suas regras podendo levar em conta sua realidade. 
Escola dependente em que suas regras somente são advindas do governo. 
São escolas que constituem suas normas para sua existência e funcionamento. 
É aquela que estabelece suas regras e normas para sua existência e funcionamento, levando 
em conta sua realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
4.4 DEVERES DA SECRETARIA ESCOLAR 
 
 Sobrepuja-se a assinatura da Direção; 
 Preparar relatórios, atas, termos de abertura e encerramento de livros 
e quadros estatísticos; 
 Divulgar, no prazo estabelecido, os resultados bimestrais das 
avaliações realizadas; 
 Entregar aos professores os Diários de Classe devidamente 
preenchidos, no que lhe compete; 
 Proibir a presença de pessoas estranhas na Secretaria Escolar, a não 
ser que haja autorização da Direção; 
 Divulgar e subscrever, por ordem da Direção, instruções, editais e 
todos os documentos escolares; 
 Secretariar solenidades e outros eventos que forem promovidos pela 
unidade escolar, quando necessário; 
 Nutrir atualizadas as pastas individuais dos servidores e alunos da 
unidade escolar; 
 Oferecer esclarecimentos quando solicitado; 
 Atender aos corpos Docente, Discente e Técnico-Administrativo, 
oferecendo informações e esclarecimentos relativos à escrituração 
escolar e à legislação do ensino; 
 Acatar as solicitações do Assessor Técnico Escolar na sua tarefa de 
inspeção escolar; 
 Participar de reuniões e treinamentos, quando convocado; 
 Informar processos, quando solicitado, pelos órgãos competentes; 
acompanhar as reuniões dos Conselhos de Classe, registrando os 
resultados finais; 
 Assinar, junto com o Diretor, a documentação escolar dos alunos; 
 Responsabilizar-se pela autenticidade da documentação escolar 
expedida. 
 
 
 
 
4.5 EQUIPE E HIERARQUIA ESCOLAR 
 
A concepção democrático-participativa auxilia na compreensão de 
objetivos sociopolíticos e pedagógicos da escola pela equipe escolar. 
Fundamenta-se na relação orgânica entre a direção e a participação dos 
membros da equipe, garantindo-se a gestão participativa, porém, também a 
gestão da participação. Procura objetividade nas questões da organização e 
gestão, por meio do recolhimento de informações reais, sem prejuízo da 
importância dos significados subjetivos e culturais. 
Contudo, uma vez tomadas as decisões coletivamente, defende-se que 
cada membro da equipe admita sua parte no trabalho, acolhendo-se uma efetiva 
coordenação do trabalho e o acompanhamento e avaliação sistêmica da 
operacionalização das decisões adotadas. Essa posição, em razão de seucompromisso com a formação científica e desenvolvimento mental dos alunos, 
por meio do processo de ensino e aprendizagem, solicita da equipe 
administrativa uma adequada qualificação e competência profissional. 
Compete elucidar, afinal, que essas percepções concebem modos de 
gestão em suas descrições gerais. Elas permitem fazer análises da estrutura e 
da dinâmica organizativas de uma escola, porém dificilmente se apresentam de 
forma pura em situações concretas. Peculiaridades de uma concepção podem 
ser encontradas em outra, ainda que sempre seja possível identificar, nas 
escolas, uma atitude mais dominante. Pode ocorrer, também, que a direção ou 
a equipe escolar escolham por determinada concepção e, na prática, acabem 
reproduzindo formas de organização e gestão mais convencionais, geralmente 
do tipo burocrático. 
A acuidade da gestão educacional de sistemas de ensino e escolas tem 
sido destacada há anos na pesquisa educacional, tendo sido, inclusive, 
antecipada nas propostas pedagógicas de esquerda. É evidente que a 
autonomia fortalece as escolas, aguça o espírito de equipe, envolvendo os 
professores e demais educadores na responsabilidade em assumir um papel na 
configuração da organização do trabalho escolar não apenas na sala de aula, 
porém na escola como um todo. Trata-se de um processo que se identifica bem 
com a reivindicação de participação conjunta de pais, professores, alunos, nos 
 
 
processos de tomada de decisão e corresponsabilização pelas ações de ensino 
e aprendizagem. 
A concepção burocrática, em sua versão mais conservadora, baseia-se 
na hierarquia de cargos, prescrição detalhada de funções e tarefas, mediante 
normas e procedimentos administrativos, tendo em vista a clareza do trabalho e 
a eficiência dos serviços escolares. A versão mais recente é conhecida como 
modelo de gestão da qualidade total, com utilização mais forte de métodos e 
práticas de gestão da administração empresarial. 
Percebe-se que escola democrática não pode ter seu sentido centrado, 
em primeira instância, nem na ideia de que tendo autonomia se preserva a 
liberdade das pessoas para tomarem decisões (visão liberal), nem na ideia de 
que democratizar a escola é democratizar as relações entre as pessoas (trabalho 
coletivo, relações solidárias, eliminação das hierarquias, eleições para os 
cargos, direção colegiada etc.). Escola democrática é um lugar de interações 
sociais que permitem a todos os alunos oportunidades semelhantes de 
escolarização formal, aprendizagem real e desenvolvimento cognitivo. Essa é a 
melhor contribuição social do sistema de ensino para a redução de 
desigualdades sociais, para o que a democratização das relações é um meio. 
Essa compreensão conjetura que a escola tente modos de convivência 
emancipadores, participativos, solidários, isto é, outro modo de convivência 
humana. Contudo, isso não a exime de seus objetivos socioculturais e 
institucionais de fornecer configurações de estruturação e de organização que 
assegurem êxito à consecução desses objetivos (o ensino e a aprendizagem). 
 
5 UMA PROFISSÃO REGULAMENTADA 
 
Embora a profissão de secretariado seja antiga e no Brasil ter sido 
regulamentada pela Lei 7.377 de 07/07/1989, assinada pelo então Presidente 
da República José Sarney, nos últimos anos é que tem surgido maior número de 
cursos para qualificar esse profissional. 
Fica explícito aqui que o trabalho do secretário escolar não é somente 
burocrático e formal, vai mais além, pois abrange pessoas nos seus processos. 
 
 
Os profissionais do secretariado escolar, em geral, são investidos em 
cargos públicos, após algum tipo de experiência anterior comprovada. 
Entretanto, por meio da Lei 11.091/2005, que estrutura o plano de carreira para 
os cargos de técnico administrativo em Educação, no âmbito das instituições 
federais de ensino, ligadas ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), existe a 
definição com os requisitos necessários para o ingresso em cargo público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI No 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985. 
Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Secretário, e dá outras Providências. 
Art. 1º - O exercício da profissão de Secretário é regulado pela presente Lei. 
Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado: 
 
I - Secretário-Executivo o profissional diplomado no Brasil por Curso Superior de Secretariado, 
reconhecido na forma da lei, ou diplomado no exterior por curso superior de Secretariado, cujo 
diploma seja revalidado no Brasil, na forma da lei; 
II - Técnico em Secretariado o profissional portador de certificado de conclusão de curso de 
Secretariado, em nível de 2º grau. 
 
Art. 3º - Fica assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos 
termos do artigo anterior, contem, pelo menos, 5 (cinco) anos ininterruptos, ou 10 (dez) 
intercalados, de exercício em atividades próprias de secretaria, na data de início de vigência 
desta lei, e sejam portadores de diplomas ou certificados de alguma graduação de nível superior 
ou de nível médio. 
Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo: 
 
I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria; 
II - assistência e assessoramento direto a executivos; 
III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas; 
IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro; 
V - interpretação e sintetização de textos e documentos; 
VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em 
idioma estrangeiro; 
VII - versão e tradução em idioma estrangeiro para atender às necessidades de comunicação da 
empresa; 
VIII - registro e distribuição de expedientes e outras tarefas correlatas; 
IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento à 
chefia; 
X - conhecimentos protocolares. 
 
Art. 5º - São atribuições do Técnico em Secretariado: 
 
I - organização e manutenção dos arquivos de secretaria; 
II - classificação, registro e distribuição da correspondência; 
 
 
III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma 
estrangeiro; 
IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos, 
informações e atendimento telefônico. 
 
Art. 6º - O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na Delegacia Regional do 
Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante a apresentação de documento 
comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do Art. 2º desta lei e da 
Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS. 
 
Parágrafo único. No caso dos profissionais incluídos no art. 3º desta lei, a prova de atuação será 
feita por meio das anotações da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou por qualquer outro 
meio permitido em Direito. 
 
Art. 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Brasília, 30 de setembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República. 
JOSÉ SARNEY 
Almir Pazzianotto 
 
5.1 O PROFISSIONAL E SEU PERFIL 
 
O(A) Secretário(a) Escolar, como profissional de Gestão Administrativa, 
deve ordenar as diversas atividades do trabalho da Secretaria Escolar, organizar 
o ambiente e administrar coerente e conjuntamente os aspectos administrativos, 
econômicos e de relações humanas, empregando de forma adequada e segura 
recursos materiais e humanos colocados a sua disposição, com as seguintes 
competências administrativas: 
 
 Distinguir os fundamentos, os objetivos, a estrutura, a organização e 
o funcionamento da Secretaria Escolar e da unidade escolar; 
 Avaliar e organizar informações, estruturando-as de forma a suprir 
as necessidades da unidade escolar e demais órgãos da Secretaria 
de Estado de Educação; Elaborar manuais e rotinas de trabalho, deliberando os métodos 
particulares de execução a serem aplicados; 
 Organizar organogramas e funcionogramas, tendo em vista as 
incumbências da função e os limites de responsabilidades; 
 Preparar plano de distribuição de trabalho, acompanhar a qualidade 
da execução e observar prazos; 
 Organizar serviços específicos a serem executados; 
 Organizar formalmente publicações de editais e outros informes para 
divulgação; 
 Identificar a importância e as formas de organizar as atividades de 
arquivamento; elaborar instruções disciplinadoras sobre o sistema 
de arquivo, particularizando acesso, guarda e destruição; 
 Qualificar documentos em conformidade com a origem da operação; 
 Organizar e manter arquivo de documentos; 
 Dimensionar e organizar espaços físicos, instalações e 
equipamentos destinados à Secretaria Escolar; 
 Interpretar exigências e formalidades da legislação educacional; 
 Acompanhar documentalmente o processo de matrícula e avaliação; 
 Utilizar aplicativos de informática; 
 Diagnosticar necessidades de programas de capacitação, 
reciclagem, treinamento e desenvolvimento de pessoal 
administrativo; 
 Receber, classificar, registrar, distribuir, acompanhar, multiplicar 
documentos (livros técnicos, legislação, boletins, informativos e 
manuais); 
 Elaborar relatórios e encaminhá-los aos responsáveis; 
 Interagir com os demais órgãos da unidade escolar e da Secretaria 
de Estado de Educação; 
 Elaborar relatórios sobre os resultados envolvendo avaliação de 
novas tecnologias administrativas. 
 
 
 
As responsabilidades do Secretário Escolar incidem sobre a unidade 
escolar como um todo: Grupo Técnico Pedagógico; Corpo Docente; Grupo de 
Apoio Operacional e Corpo Discente. 
Qualidades a serem consideradas na ação administrativa do 
Secretário: capacidade de liderança; capacidade de articulação; capacidade de 
decisão e capacidade de delegação de responsabilidades. 
O profissional como líder deve ser: executivo(a); motivador(a); 
avaliador(a); controlador(a); coordenador(a); mediador(a) e orientador(a). 
Como é a pessoa responsável pela gestão da Secretaria Escolar, tendo 
por responsabilidade a escrituração e expedição de documentos escolares, 
autenticando-os pela aposição de sua assinatura, bem como a guarda e 
inviolabilidade dos arquivos escolares pelo registro de todos os atos escolares, 
a ética profissional no trato de todo esse trabalho administrativo é 
importantíssima. 
O padrão ético-profissional é definido a partir da compreensão de pessoa 
e sociedade. 
A ética profissional evidencia: 
 
 Importância e valores; 
 Compromissos e postura ética; 
 Relação pessoa x sociedade; 
 Caráter moral do ato profissional; 
 Concepção de pessoa x sociedade; 
 Falar sobre ética é falar sobre responsabilidade, deveres e condutas 
inerentes à profissão; 
 Ética é estar de acordo com os padrões de sua profissão: 
 Ter responsabilidade; 
 Regra moral que todo o profissional deve ter; 
 Compromisso de vida e com a vida. 
 
 
 
 
 
6 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E ESTRUTURA DO ENSINO BRASILEIRO 
 
 Legislação Básica; 
 Legislação Federal; 
 Lei n. 9.394/96; 
 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, alterada pelas Leis 
Nºs 9.475/97; 9.536/97; 10.237/01; 10.639/03; 10.793/03 e 
11.114/05; 
 Lei nº 10.172/01 Plano Nacional de Educação; 
 Parecer CNE/CEB Nº05/97; 
 Proposta de regulamentação da Lei Nº9394/96; 
 Parecer CNE/CEB; 
 Nº 12/97 Esclarece dúvidas sobre a Lei Nº9394/96; 
 Lei Nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente; 
 Legislação Estadual; 
 Decreto, Decretos-leis e Leis Federais; 
 Decreto e Leis Estaduais; 
 Legislação - Educação Infantil; 
 Legislação - Ensino Fundamental; 
 Legislação - Ensino Médio; 
 Legislação - Educação para Jovens e Adultos; 
 Legislação - Educação Profissional; 
 Legislação - Educação Escolar Indígena; 
 Legislação - Educação Especial; 
 Legislação - Educação Básica do Campo. 
 
 
 
 
6.1 EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
Figura 4 
 
 
Compreende: 
 Educação Infantil – creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 a 5 
anos). É gratuita, mas não obrigatória. É de competência dos 
municípios. 
 Ensino Fundamental – anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 
6º ao 9º ano). É obrigatório e gratuito. A LDB estabelece que, 
gradativamente, os municípios serão os responsáveis por todo o 
ensino fundamental. Na prática os municípios estão atendendo aos 
anos iniciais e os Estados os anos finais. 
 Ensino Médio – O antigo 2º grau (do 1º ao 3º ano). É de 
responsabilidade dos Estados. Pode ser técnico profissionalizante ou 
não. 
 
 
 
 
 
 
6.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 
 
A rede federal de educação profissional, científica e tecnológica foi 
componente de considerável desenvolvimento no segundo mandato do 
presidente Luiz Inácio Lula Da Silva. As redes estaduais contaram com o 
Programa Brasil Profissionalizado, criado em 2007, que possibilita a 
modernização e a expansão das redes públicas de ensino médio, integradas à 
educação profissional. 
Além da ampliação e modernização da rede existente, a maioria dos 
Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) transpôs a serem Institutos 
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifets), instituições de educação 
básica, superior e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializadas na 
oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de 
ensino (presencial e a distância), com base na conjugação de conhecimentos 
técnicos e tecnológicos. 
De tal modo, a rede federal evidencia um grande crescimento e 
desenvolvimento, desde 1990. Razão disso é a criação dos Institutos e da Rede 
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, os quais abrem 
amplas possibilidades de solidificação de um projeto para essa modalidade da 
Educação que supere a sua exclusiva subordinação às demandas do mercado, 
responsável por relegar, ao segundo plano, as necessidades de qualificação e 
escolarização das populações excluídas, capitais imprescindíveis ao seu melhor 
posicionamento no mundo social e no processo de consolidação democrática. 
 
6.3 ENSINO SUPERIOR 
 
É de competência da União, podendo ser oferecido por Estados e 
Municípios, desde que esses já tenham atendido aos níveis pelos quais são 
responsáveis em sua totalidade. É responsabilidade da União autorizar e 
fiscalizar as instituições privadas de ensino superior. 
 
 
A educação brasileira tem ainda outras modalidades de educação, que 
perpassam todos os níveis da educação nacional. São elas: 
 
 Educação Especial – Acolhe aos educandos com necessidades 
especiais, preferencialmente na rede regular de ensino. 
 Educação a distância – Atende aos estudantes em tempos e 
espaços distintos, com a utilização de meios e tecnologias de 
informação e comunicação. 
 Educação Profissional e Tecnológica – Tende a preparar os 
estudantes a exercerem atividades produtivas, atualizar e aperfeiçoar 
conhecimentos tecnológicos e científicos. 
 Educação de Jovens e Adultos – Atende às pessoas que não 
tiveram acesso à educação na idade apropriada. 
 Educação Indígena – Atende às comunidades indígenas, de forma a 
respeitar a cultura e língua materna de cada tribo. 
 
7 LDB 
Logo após a promulgação da Constituição de 1988, vários setores da 
sociedade civil se mobilizaram em prol da formulação da LDB. Por meio do 
Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública um membro do Legislativo, o ex-
Deputado Otávio Elísio, apresentou à Comissão de Educação, Cultura e 
Desportos o primeiro projeto de lei de diretrizes e bases da educação nacional 
antecipando-se ao Executivo. 
A despeito dos impasses na comissão de educação, a tramitação do 
projeto se efetivou. Os sucessivos entraves tornaram o seu andamento lento, 
resultante de difíceis e complexas negociações, fruto da configuraçãoheterogênea do Congresso Nacional. 
Nesta caminhada, a LDB é aprovada em dezembro de 1996, sendo, ela 
própria, a expressão dos embates processados entre as diferentes forças 
políticas representadas no Congresso Nacional. A Lei nº. 9394/96 contemplou 
algumas reivindicações de setores organizados da sociedade civil, 
 
 
particularmente, algumas bandeiras do Fórum Nacional em Defesa da Escola 
Pública, tais como: 
 
 Concepção de educação: concepção ampla, entendendo a educação 
para além da educação escolar (escolarização); 
 Fins da educação: educação como instrumento para o exercício da 
cidadania; 
 Educação como direito de todos e dever do Estado: "garantia" da 
universalização do ensino básico (educação infantil, básica e média); 
 Gratuidade do ensino público em todos os níveis; 
 Articulação entre os sistemas de ensino da União, dos Estados, Distrito 
Federal e dos Municípios; 
 Instituição do Conselho Nacional de Educação e do Fórum Nacional de 
Educação, garantindo a representação de setores organizados da 
sociedade civil; 
 Gestão democrática nas instituições públicas; 
 Gestão Democrática na LDB. 
 
7.1 HIERARQUIA DAS LEIS 
Figura 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em todos os Estados, as leis proporcionam uma hierarquia (uma ordem de 
importância), na qual as de menor grau devem obedecer as de maior grau. A hierarquia trata-se, 
portanto de uma escala de valor, à semelhança de um triângulo (pirâmide de Hans Kelsen). 
Caso aceita a seguinte classificação,ela não se opõe a eventuais divergências doutrinárias: 
 
 Direito brasileiro; 
 Constituição Federal; 
 Emenda Constitucional; 
 Tratados internacionais sobre Direitos Humanos aprovados pelo Poder Legislativo nos 
mesmos moldes das Emendas Constitucionais (3/5 dos votos, em dois turnos de votação em 
ambas as casas legislativas); 
 Demais tratados internacionais, de acordo com o entendimento emanado do Supremo 
Tribunal Federal, estas normas, das quais o Estado Brasileiro seja signatário, possuem 
natureza "supralegal", ou seja, estão em patamar intermediário entre a Constituição da 
República e as demais leis, e seu trâmite para aprovação e consequente integração do 
ordenamento jurídico brasileiro é o mesmo das leis ordinárias. 
 Lei complementar; 
 Lei ordinária; 
 Medida provisória; 
 Lei delegada; 
 Decreto legislativo; 
 Resolução; 
 Decreto; 
 Portaria. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei>. Acesso em: 06 out. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
7.2 ATRIBUIÇÕES DO MEC 
 
As atribuições do Conselho são normativas, deliberativas e de assessoramento ao 
Ministro de Estado da Educação, no desempenho das funções e atribuições do poder público 
federal em matéria de educação, cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional de educação, 
zelar pela qualidade do ensino e pelo cumprimento da legislação educacional e assegurar a 
participação da sociedade no aprimoramento da educação brasileira. 
Compete ao Conselho e às Câmaras exercerem as atribuições conferidas pela Lei 
9.131/95, emitindo pareceres e decidindo privativa e autonomamente sobre os assuntos que lhe 
são pertinentes, cabendo, no caso de decisões das Câmaras, recurso ao Conselho Pleno. 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14303%3Acne-
atribuicoes&catid=323%3Aorgaos-vinculados&Itemid=754>. Acesso em: 10 out. 2012. 
 
 
8 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
A Secretaria de Educação Básica zela pela educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio. A educação básica é o caminho para assegurar a 
todos os brasileiros a formação comum indispensável ao exercício da cidadania 
e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. 
São dois os principais documentos norteadores da educação básica regidos, 
naturalmente, pela Constituição da República Federativa do Brasil: 
 
 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996; 
 Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 10.172/2001. 
 
 
 
 
 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14303%3Acne-atribuicoes&catid=323%3Aorgaos-vinculados&Itemid=754
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14303%3Acne-atribuicoes&catid=323%3Aorgaos-vinculados&Itemid=754
 
 
 
9 DIRETORIAS REGIONAIS DE ENSINO 
 
É o órgão que faz a ponte entre as escolas e as determinações da 
Secretaria Estadual de Educação. As Diretorias Regionais (antigamente 
chamadas de Delegacias de Ensino)1: 
 Coordenam e supervisionam as atividades realizadas nas escolas 
estaduais; 
 Supervisionam, prestam assistência e fiscalizam as condições de 
funcionamento das escolas municipais e particulares (de ensino 
infantil ao médio, inclusive ensino supletivo); 
 Asseguram que os serviços de assistência ao aluno estão 
funcionando; 
 Tratam de assuntos relacionados aos professores (habilitação, 
transferência, etc.). 
 
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, em seu Art. 1º 
afirma que: 
 A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e 
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 
 A educação compreende os processos que se desenvolvem na vida familiar, 
nas instituições de ensino e organizações da sociedade. 
 A educação abrange os processos que se desenvolvem na vida familiar e 
convivência humana. 
 A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana e no trabalho. 
 A educação abrange os processos que se desenvolvem nas instituições de 
ensino. 
 
 
1 FONTE: Disponível em: 
<http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=209:diretorias-
regionais-de-ensino&catid=1:educacao&Itemid=2>. Acesso em: 12 out. 2012. 
 
 
 
MÓDULO II 
 
10 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO 
 
Apenas para fins de esclarecimentos e pesquisas, seguem alguns 
exemplos que podem orientar a escolha na concepção de educação. 
No século XVII, Comênius desenvolveu ideias avançadas sobre a 
Educação, defendeu que todos têm direitos naturais à felicidade eterna com 
Deus. O homem ao realizar os desígnios da natureza das coisas, suas 
observações e fenômenos, desenvolve os órgãos do sentido para que registrem 
as informações na mente do aluno, não ensinando nada que a criança não possa 
compreender. 
Embora Comênius partisse da observação e da experiência sensorial, 
mantinha-se o caráter transmissor como método único e simultâneo a todos. 
Jean Jacques Rousseau propôs uma concepção baseada na 
necessidade e interesse instantâneo da criança. O contato da criança com o 
mundo que a rodeia é que irá despertá-la, pois o homem é bom em seu estado 
natural. O educador deveria afastar da criança os vícios da sociedade, 
permitindo abrir-se espontaneamente, o que lhe é inato. 
Henrique Pestalozzi deu grande importância ao ensino como meio de 
educação e desenvolvimento das capacidades humanas. Deu ênfase ao método 
intuitivo, analisando objetos e fenômenos da natureza. 
O alemão Johan Friedrich Herbart exerceu influência na prática docente 
conservadora, defendendo que o fim da educação é a moralidade, o professor é 
o arquiteto da mente na qual deveria trazer à atenção do aluno àqueles que 
desejam que a dominem. 
Os defensores de Herbart argumentam sobre a exigência da 
compreensão dos assuntos estudados, e não memorizá-los. 
As ideias de pensadores que formaram o pensamento pedagógico 
europeu demarcaram as concepções pedagógicas da atualidade. 
 
 
A Pedagogia Libertadora está centrada na discussão de temas sociais 
em que o professor e os alunos agem em conjunto. Essa escola defendida por 
Paulo Freire sustenta uma concepção dialética em que oeducador e o educando 
aprendem juntos em uma relação dinâmica, na qual a prática é orientada pela 
teoria em um processo constante de troca de ideias entre professor e aluno. 
Demerval Saviani defende que no âmbito da política educacional e no 
recinto do interior da escola, na verdade, nós combatemos duas posições que 
eram de regra convencionalmente traduzidas em termos do novo e do velho, da 
Pedagogia Nova e Pedagogia Tradicional. Essa Pedagogia Tradicional se 
afunda em uma concepção fisiológica essencialista, ao passo que a Pedagogia 
Nova se funda em uma concepção filosófica que privilegie a existência sobre a 
essência. 
José Carlos Libâneo defende a pedagogia crítica e social, buscando uma 
síntese para superar os traços da Pedagogia Tradicional e Nova, postulando 
para o ensino a tarefa de propiciar aos alunos o desenvolvimento de suas 
capacidades e habilidades. Mediante a transmissão e assimilação ativa dos 
conteúdos escolares, proferindo, em um único processo, adquirir noções 
sistematizadas e as qualidades individuais dos alunos. 
Para a Pedagogia Crítico-social dos conteúdos, a escola tem a função 
social-política, que defende os conteúdos e conhecimentos sistematizados para 
serem confrontados com as experiências culturais. Busca levar o educando a 
assumir sua condição de agente ativo de transformação social. Ela também toma 
partido dos interesses da maioria da sociedade, atribuindo à instrução e ao 
ensino o papel de proporcionar aos alunos o domínio de conteúdos, de raciocínio 
científico, para formarem uma consciência crítica diante das realidades sociais. 
Assim, são necessárias reflexões intensas. Analisar com minúcia e 
coerência qual é a concepção de educação, quais teorias que embasarão a 
práxis educativa da Instituição de Ensino, a qual será defendida e argumentada 
no Projeto Político Pedagógico. 
 
 
 
 
 
11 DOCUMENTOS OFICIAIS DA ESCOLA E DA GESTÃO ESCOLAR 
 
Para apurar os procedimentos administrativos da secretaria e da gestão 
escolar, é fundamental o bom uso de impressos como planilhas, formulários, 
projetos, regimento interno e ofícios de obras que ajudam a organizar as 
informações. 
 
11.1 DEFINIÇÕES DE ALGUNS DOCUMENTOS 
 
11.1.1 Projeto Pedagógico 
O termo Proposta Pedagógica foi introduzido pela LDB 9394/96 
sugerindo o princípio da autonomia e constituindo que a edificação da proposta 
é uma tarefa coletiva na qual devem colaborar representantes da comunidade 
escolar. Incluindo-se nela o segmento familiar, respeitadas as diretrizes e 
normas do sistema de ensino, artigos 13 e 14, Incisos I e II e Artigo 15. O Projeto 
Pedagógico - PP traz a compreensão pedagógica que orientará a ação educativa 
da escola. Ele determinará os rumos, a intenção e os processos que a escola 
utilizará para alcançar suas metas. O PP é um projeto político de gestão de longo 
prazo. 
Assim, para promover o acompanhamento da execução das metas e dos 
objetivos propostos, estenderá aos Planos de Ação (PA). Para garantir 
legitimidade, participam da elaboração do PP representantes de todas as partes 
da escola. 
 
11.1.2 Regimento Escolar 
O Regimento Escolar (RE) é a lei maior da escola. Representa um pacto 
educativo que se firma entre escola e família, devendo, por conseguinte, ser do 
 
 
conhecimento de toda a comunidade escolar. É na verdade o Código de Ética 
que orientará as relações dentro da escola. 
Constituem este documento: a estrutura organizacional da instituição, 
regime escolar, regime didático, normas de convivência social, aí incluídos os 
direitos, deveres e as penalidades. O Regimento é um documento aberto que 
pode ser reformulado quando necessário. O Regimento Escolar conjeturará o 
PP. Para garantir legitimidade, tomam parte da elaboração do RE representantes 
de todos os segmentos da escola. 
 
11.1.3 Plano de Ação 
 
O Plano de Ação (PA) é o instrumento de planejamento que viabilizará 
a execução do Projeto Político Pedagógico ano a ano. Nesse sentido, o PA 
indicará os objetivos e metas a serem alcançados pela escola no ano. Como 
instrumento de planejamento, viabilizará o acompanhamento e a avaliação da 
execução do Projeto Pedagógico, permitindo as adaptações necessárias. O PA 
é um projeto operacional. Nomeará as metas a atingir a cada ano, por isso, 
deverá ser elaborado com a participação de todos – professores e demais 
educadores que fazem a escola. 
 
11.1.4 Calendário Escolar 
 
É o cronograma composto de todas as atividades escolares, até mesmo, 
extraclasses a serem desenvolvidas no transcorrer do ano letivo, tais como: 
aulas, excursões, festividades, datas comemorativas, conselhos de classe, 
feriados, planejamento, aulas programadas, capacitação, entre outros. O 
calendário antecipa, inclusive, os períodos de férias. 
É comum organizarmos o ano letivo de acordo com o ano civil. O 
calendário escolar é praticamente igual entre os estados, todavia a LDB institui 
somente que o ano letivo terá duração mínima de 200 dias e 800 horas-aula. 
 
 
O calendário escolar para a educação profissional, nas formas 
concomitantes e subsequentes, permite a flexibilidade do calendário, sendo 
obrigatório somente o cumprimento da carga horária estabelecida para a 
respectiva área. 
 
11.1.5 Proposta Pedagógica 
 
Figura 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.piaget.g12.br/colegio-piaget/proposta-pedagogica/>. 
Acesso em: 10 out. 2012. 
 
A proposta pedagógica é um processo e precisa sempre estar sendo 
revisto e reescrito. O importante é trabalharmos estes conteúdos de forma 
integrada, pois esses assuntos não são neutros e temos que respeitar as 
diferenças de ideias, de opiniões. A experiência curricular não resulta somente 
do que temos considerado tradicionalmente como conhecimento: o domínio de 
informações e o desenvolvimento do raciocínio. A criança desenvolve atitudes 
de pensar, porém também diferentes modos de sentir, de se expressar, de agir 
com criatividade, de se movimentar. Na Educação Infantil, tudo isso é 
conhecimento escolar. Tudo faz parte da experiência curricular. 
 
 
Serão apresentadas algumas das qualidades da produção do 
documento. No início da proposta pedagógica é feita uma apresentação da 
realidade. Exemplos de perguntas que podem ser realizadas para termos o 
conhecimento da realidade. 
 
 Quem são as pessoas que vão participar da discussão e elaboração 
da proposta? 
 Quais são os seus objetivos? 
 Para quem é esta proposta? Ou seja, quem são as crianças e os 
adultos envolvidos? 
 A proposta pode ser criticada e alterada? 
 Qual o diagnóstico a respeito da situação de educação destas 
crianças? 
 Quais são os principais problemas detectados? E que sugestões para 
superá-los serão apresentadas? 
 
Além disso, deve-se refletir sobre os fundamentos teóricos das 
propostas. É importante que toda a equipe que esteja envolvida com o trabalho 
defina e explicite quais são os fundamentos teóricos que irão sustentar a 
proposta educacional da instituição. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 em seus 
textos estabelece que in verbis: 
 
Artigo 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas 
comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: 
I – elaborar e executar sua proposta pedagógica; 
VI – informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento 
dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. 
 
Na sequência, os artigos 13 e 14 determinam: 
 
Artigo 13. Os docentes incumbir-se-ão de: 
I – participar da elaboração da proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino; 
II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta 
pedagógica do estabelecimento de ensino. 
 
 
Artigo 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão 
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as 
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I – participaçãodos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola. 
 
Diante do exposto, compreende-se a Proposta Pedagógica como sendo 
o resumo dos princípios e primazias estabelecidas pela equipe escolar a partir 
dos desígnios educacionais e da definição dos resultados desejados. É toda uma 
visão dos princípios de trabalho da escola, em conformidade com a educação 
nacional. 
Elemento de princípios democráticos que envolvem temas concernentes 
à organização da escola como um sistema social, estabelecendo diretrizes sobre 
currículos, conteúdo programático planejamento administrativo, pedagógico e 
avaliação. 
Orienta-se pelo princípio de democratização de ensino, sendo elaborada 
por toda a comunidade escolar; tendo em vista preparar alunos-cidadãos unidos 
à comunidade. 
A proposta pedagógica deve ser organizada a partir das informações 
conseguidas junto à comunidade (variáveis exógenas, ou seja, exteriores à 
escola) e junto à própria escola (variáveis endógenas, ou seja, informações 
internas) a serem municiadas por todos os que trabalham e convivem no 
ambiente escolar - alunos, professores, direção, pais e todos os funcionários. 
 
A respeito da Pedagogia Libertadora é correto afirmar: 
Busca levar o educando a assumir sua condição de agente ativo de transformação social. 
A escola tem a função sociopolítica, onde defende os conteúdos e conhecimentos 
sistematizados para serem confrontados com as experiências culturais. 
Se afunda em uma concepção fisiológica essencialista. 
Postula para o ensino a tarefa de propiciar aos alunos o desenvolvimento de suas capacidades 
e habilidades. 
Está centrada na discussão de temas sociais em que o professor e os alunos agem em 
conjunto. 
 
 
 
12 MODALIDADES DE PLANOS DE ENSINO 
 
Em nível da instituição escolar o planejamento se refere a um processo 
que pode ser focalizado a partir dos ângulos administrativo e técnico-
pedagógico, e cujos objetivos unem-se para conseguir melhores serviços 
educacionais ao alcance de toda população em idade escolar, dentro dos meios 
materiais e dos recursos humanos disponíveis. 
Diante de todo o sistema educacional, pode-se considerar o 
planejamento como um processo de tomada de decisões que envolvem três 
fases específicas, mas inter-relacionadas. E são elas: a fase de preparação, a 
fase de desenvolvimento e a fase de aperfeiçoamento do planejamento. 
A fase de preparação é aquela em que o professor realiza um cuidadoso 
estudo das características dos seus alunos, buscando determinar, nos limites da 
possibilidade, suas condições e pré-requisitos. Em outras palavras, podemos 
dizer que o professor procura determinar a realidade imediata dos alunos 
coletando dados sobre suas capacidades, habilidades desenvolvidas no lar ou 
na escola, interesses e necessidades, pois é preciso conhecer aquilo que eles 
podem fazer, o que eles sabem fazer e o que gostam de fazer, para estimar o 
que cada um precisará e será capaz de aprender. 
A preocupação básica do professor é utilizar um meio adequado à 
sistematização e racionalização das ações que empreenderá para satisfação 
das necessidades de seus alunos, explicitadas em termos de propósitos do 
processo ensino-aprendizagem. O Ministério da Educação, junto com seus 
órgãos na escala federal, estadual e municipal, é responsável pela estruturação 
e funcionamento do sistema educacional. 
O planejamento de ensino é desenvolvido basicamente a partir da ação 
do professor, por isso ele tem a aptidão de definir os objetivos a serem 
alcançados, desde seu programa de trabalho até eventuais e necessárias 
mudanças de rumo. Contudo, o professor tem que analisar o objetivo a ser 
alcançado, conteúdo da matéria, estratégias de ensino e de avaliação e, agir de 
forma a obter um retorno de seus alunos no sentido de redirecionar sua matéria. 
 
 
O plano de ação é um meio seguro para o êxito do processo de ensino-
aprendizagem, porque, anulando a improvisação e o jogo do acaso, conduz ao 
máximo aproveitamento do tempo disponível, variável que tanto preocupa e 
angustia os professores, desde as primeiras séries do ensino fundamental até 
às últimas séries do ensino médio. Sendo um roteiro sistematizado das 
atividades docentes e discentes, pode o plano tomar várias formas envolvendo 
distintos graus de abrangência ou amplitude. 
Distinguindo dessa forma, como fundamentais para uma segura 
orientação da aprendizagem, três tipos de planos da ação docente ou plano de 
ensino: 
 Plano de curso; 
 Plano de unidade ou unidade de ensino; e 
 Plano de aula. 
 
Esses três tipos de planos de ensino se constituem, na realidade, em 
momentos da ação de planejar, que ocorrem numa sucessão de causa e efeito. 
O critério principal e diferenciador de cada momento é a progressiva 
especificação dos objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e modalidades 
de avaliação, à medida que se aproxima o instante da aplicação na sala de aula. 
Um plano de ensino bem feito permite a execução das tarefas do 
professor e dos alunos de maneira sistemática, com um sentido ordenador e 
estruturado, endereçando a ação, com firmeza, na conquista dos resultados 
previstos, bem como facilitando a comunicação entre todos os elementos 
engajados no processo educativo. 
 
12.1 PLANO DE AULA 
Etimologicamente, a palavra aula vem do grego “aulé”, por meio do latim 
aula, pátio. A equivalente sala em que se leciona denota a acepção grego-latina, 
pátio, ou grande saguão no interior de algumas casas. Se analisarmos a 
equivalente sala em que se leciona, poderá ser verificado que lecionar é ministrar 
lições, ou seja, prestar uma informação sob a forma de preleção. 
 
 
Nesse sentido, a sala de aula é o lugar onde o professor desempenha o 
papel de maior relevância. Entretanto, sabe-se que a sala de aula não deve ser 
o lugar onde o professor fala e os alunos ouvem passivamente. Ela é 
considerada atualmente como um organismo social no qual interagem forças, 
movimentos, sistemas de ideias e sistemas de valores. Reconhecendo desta 
maneira, que além dos puramente cognitivos, há uma pletora de fatores que 
afetam a aprendizagem na sala de aula, que é o ponto de encontro de 
tendências, hábitos, ciências, ideias individualizadas e de uma cultura e estrutura 
social mais ampla. Consistindo em um ponto de encontro de elementos que 
interagem, a capacidade de antecipar, de prognosticar os comportamentos do 
outro e de atuar de acordo com as necessidades e interesses de um e outro deve 
ser uma constante. 
Assim, a interação professor e aluno na sala de aula ressalta o papel do 
professor não mais como ministrador de lições, mas como antecipador dos 
comportamentos esperados do aluno, que se tornam reais pelas condições de 
aprendizagem que são oferecidas, a partir de uma previsão inteligente, 
deliberadamente organizada e registrada sob a forma de um plano de aula. 
O plano de aula é um instrumento de trabalho que especifica os 
comportamentos esperados do aluno e os meios, conteúdos, procedimentos e 
recursos que serão utilizados para sua realização, buscando sistematizar todas 
as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que professor e 
aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem. 
Dessa maneira, ressalta a íntima relação de subordinação e coerência 
que deve existir entre um e outros. Dito de outra forma, isto significa que os 
objetivos traçados no plano de curso, de forma ampla e em termos gerais, 
envolvem os mesmos comportamentos em nível do plano de aula, mas só que 
nesse momento, em termos de desempenhos visíveis, observáveis, avaliáveis, 
enquanto se realizam. 
Ao elaborar seu plano de aula, o professor deve ter como critérios: 
 Adequação dos estímulos; 
 Especificação operacional; 
 Estrutura flexível; 
 
 
 Ordenação. 
 
O plano de aula deve prever estímulos adequados ao nível dos alunos a 
fim de despertar os motivos destes, e criaruma atmosfera de comunicação entre 
professor e aluno que favoreça a execução do trabalho em classe. Deve prever, 
nos limites do possível, sobre bases metodológicas ativas, as eventualidades e 
as derivações prováveis que somente o plano em marcha pode constatar, isto é, 
o plano de aula não deve apresentar uma estrutura rígida que impeça a 
participação do aluno, como agente que é de sua própria aprendizagem. 
Ele deve ter um sentido de ordenação do conteúdo de ensino-
aprendizagem, de tal maneira que se evitem hiatos no seu desenvolvimento. 
Caracteriza-se pela descrição específica, em termos operacionais, do objetivo 
pretendido para cada aula e dos meios necessários para seu alcance. Em sua 
estrutura, deve ser um todo integrado, de tal maneira que as diferentes partes 
se intercomplementem, formando um conjunto harmônico e executável. 
Portanto, é no plano de aula que se nota, mais claramente, a relação estreita 
que guardam entre si objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e 
avaliações. O êxito na execução do plano de aula depende, em grande parte, da 
habilidade do professor ao estabelecer esse relacionamento com adequação. 
Mesmo prevendo detalhadamente os diferentes elementos para o 
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, o plano de aula não pode 
ser considerado como algo que deva ser cumprido rigidamente. Ao contrário, o 
professor deve se afastar do plano sempre que necessidades e interesses dos 
alunos justifiquem tal afastamento. No entanto, um afastamento contínuo e 
sistemático deve preocupá-lo. Significa que algo não foi levado em consideração 
no momento de planejar. 
O plano de aula, como o plano de unidade, ao ser elaborado, deve seguir 
as fases naturais do processo de aprendizagem. Constará, portanto, de três 
etapas que se realizam dentro de uma mesma linha metódica de ensino-
aprendizagem e, de nenhum modo, sujeitas a divisões que parcelam ou quebram 
a continuidade desejável do plano em ação. 
 
 
 
Essas etapas são: 
 A apresentação que representa uma base que demonstra preparar 
uma nova atividade. Este é o momento em que o professor prepara a 
classe para a realização das experiências de aprendizagem. 
 O desenvolvimento é o momento da análise, em que o professor 
orienta a aprendizagem do aluno. O desenvolvimento pode 
compreender o estudo de um texto, a solução de um problema, a 
discussão de um assunto relevante. 
 A integração envolve a realização da síntese final. É o momento em 
que o professor verifica o resultado obtido pelos alunos, na realização 
das atividades propostas na etapa de desenvolvimento. 
 
12.2 PLANO DE UNIDADE 
 
O plano de unidade, ou unidade de ensino, é uma previsão mais 
específica e analítica do trabalho a ser desenvolvido durante um determinado 
período/tempo. Este plano procura reunir, num todo organizado mais específico, 
temas ou conteúdos listados, que se inter-relacionem e se complementem, 
compondo um conjunto mais facilmente compreensível, em razão de sua 
significação. 
Um bom plano de unidade, ao ser elaborado, deve levar em 
consideração o nível psicológico do aluno, deve se desenvolver ao redor de um 
tema ou foco centralizador que seja adequado à maturidade e ao interesse do 
grupo de alunos. 
Deve ser considerado também o sentido em si mesmo; o plano de 
unidade deve conter sentido em si mesmo pela propriedade de seus objetivos, 
validade e utilidade de seus conteúdos e significado das experiências de 
aprendizagem. Portanto, o sentido dentro da sequência é importante, pois o 
plano de unidade deve guardar uma linha de relacionamento com as 
aprendizagens anteriores, ao mesmo tempo em que oferece elementos para 
aprendizagens posteriores. 
 
 
O plano deve ser elaborado, sempre que possível, com a participação 
dos alunos, que apresentarão sugestões que poderão ser desenvolvidas e 
recursos que poderão ser utilizados para o alcance dos objetivos. Como 
consequência, os objetivos pretendidos pelo professor deverão ser do 
conhecimento do aluno – mais do que isso, deverá ser aceito por eles. O aluno 
deve perceber cada objetivo como seu objetivo para que de fato se engaje no 
processo ensino-aprendizagem. 
Contudo, este planejamento tem como caráter, estabelecer o maior 
número possível de correlações entre vários campos do conhecimento, de tal 
sorte que, ao se obter a unidade na pluralidade, se permita ao aluno a 
possibilidade de manejar intelectualmente o conteúdo, em termos de integração 
das informações e aprendizagens. O plano deve apresentar uma estrutura total, 
uma ideia de todo organizada. Tal ideia supõe uma estreita vinculação entre 
objetivos, meios e avaliação que ao se inter-relacionarem e complementarem 
oportunizarão uma sequência de aprendizagens significativas e integradas. 
Uma das principais características deste plano é o relacionamento que 
os objetivos e meios empregados para seu alcance mantêm com o foco ou tema 
central da unidade. A escolha do tema, foco ou assunto central é a primeira tarefa 
no desenvolvimento da unidade. Essa disposição não deve conceber uma 
atitude caprichosa do professor, mas, pelas consequências que envolvem, deve 
ser uma decisão racional e cuidadosamente tomada. 
A seleção do tema pelo professor e pelos alunos deve ter base nas 
necessidades e interesses imediatos. A proeminência é o teor ou grau de 
motivação que possa provocar, e um dos segredos é a vinculação com a 
realidade do aluno. As atividades daí decorrentes manterão o educando 
engajado ao processo de aprender. Esta modalidade de eleição do tema ou foco 
central da unidade tem seus méritos; entretanto, nas mãos de professores 
inexperientes pode resultar em repetições ou em seleção de assuntos 
insignificantes. 
O desenvolvimento de um plano de unidade ou unidade de ensino não 
implica fechamento à realização de outras atividades. Isso se torna bastante 
claro se atentarmos para o fato de que determinadas áreas do conteúdo, pelas 
 
 
características que lhe são peculiares, não podem nele ser integradas. O 
professor, então trabalhará esses conteúdos paralelamente à execução do plano 
de unidade, tendo o cuidado de não forçar um relacionamento com o tema 
central, o que o torna, quase sempre, impróprio e inoperante. Por isso, este plano 
envolve três momentos: 
 A visualização do todo, da unidade total, ainda de forma imprecisa, 
indiscriminada, mais ou menos nebulosa, mas contendo 
potencialmente vários enfoques; 
 A análise do todo em seus elementos integrantes, em busca da 
descoberta das relações existentes entre os mesmos; 
 À volta ao todo, por meio da compreensão das relações existentes 
entre os elementos que o compõem. 
 
As atividades para introduzir os estudantes na unidade e estabelecer 
uma conexão com suas experiências oferecem ao professor a oportunidade de 
verificar o que eles sabem fazer, que habilidades possuem e como apreciam os 
fatos, para determinar o que devem aprender. 
Com o propósito de despertar o interesse do aluno e criar uma atitude 
de engajamento e compromisso, o professor pode falar acerca dos conteúdos 
que serão estudados, se relacionando com as experiências anteriores da classe 
e conferindo um sentido prospectivo em termos da validade e utilidade dos 
mesmos. 
O professor pode utilizar material ilustrativo, como artigos de jornais ou 
revistas, objetos históricos, referentes às dimensões do tema da unidade. O 
estudante pode dar sugestões sobre a inclusão de tópicos ou problemas cujo 
estudo seja importante. 
Na fase de apresentação da unidade, o aluno entra em contato, de modo 
global, com o tema ou assunto central a ser desenvolvido. A qualidade e o 
sucesso desta etapa se manifestam no engajamento e compromisso do aluno 
ante os objetivos propostos. 
 
 
Na fase de desenvolvimento da unidade, vimos que a ênfase recai no 
estudo das partes que compõem o todo, isto é, no estudo do tema central que é 
dividido em subtópicos,ou subtemas, ou subunidades. Esses não devem ser 
estudados como partes independentes, dissociadas, isoladas. Constituindo 
elementos de um todo, o aluno deve ver a relação do trabalho que está 
realizando em cada subunidade ou subtema com a unidade inteira, pois 
demasiada individualização pode levar à perda da ideia do todo. 
Na fase de integração, como o próprio nome diz, há uma volta à 
totalização. O aluno se envolve num processo de trabalhar com elementos, 
partes, combinando-os para que constituam uma configuração ou estrutura não 
claramente percebida antes. 
O professor pode prever atividades como a organização de resumos que 
contenham as generalizações feitas pelos alunos, solução de problemas que 
exijam a aplicação dessas generalizações a uma situação nova, e dentro de um 
novo contexto, dramatizações com textos organizados pelos alunos, exposições 
de materiais constituídos pelos alunos com o propósito de reunir as 
generalizações aprendidas, apresentação de relatório oral que sintetize os 
aspectos mais importantes da unidade. 
O professor pode prever a avaliação dos objetivos pretendidos. Para 
isso, incluirá em seu plano de unidade a especificação dos instrumentos que 
utilizará, como, por exemplo, prova objetiva, prova de dissertação, fichas de 
registro das atividades grupais, preenchidas pelos alunos, autoavaliação do 
aluno, registro de observações feitas pelo professor. Enfim, a seleção do 
instrumento de avaliação dependerá sempre do domínio ao qual pertence o 
objetivo que se quer avaliar. 
 
12.3 PLANO DE CURSO 
Em todas as situações que a vida nos apresenta, observamos sempre 
uma interdependência entre os fatores que as compõem. Nada se dá 
isoladamente. Nada sobrevive isoladamente. Há entre o meio circundante e as 
pessoas, e entre estas mesmas, uma cadeia de aproximação e dependência tal 
 
 
que, se partido um elo, dificilmente não se alterará o todo em sua estrutura 
orgânica. 
É inquestionável a aproximação e dependência que existe entre os 
fatores que compõem a estrutura educacional. Analisar tal conjuntura não é 
nosso objetivo. Entretanto, ao elaborar seu plano, deve levar em conta, senão 
materialmente a preparação do seu curso de ensino. Um conhecimento completo 
da linha filosófica que orienta a escola, a compreensão dos fundamentos e dos 
processos enunciados no plano, as características da clientela para a qual se 
destina o curso, são alguns dos fatores que influem diretamente na elaboração 
de um plano de curso, pois este só se justifica pela contribuição que possa trazer 
às necessidades educativas dos alunos, como indivíduos e como componentes 
de um organismo social. 
O plano de curso é um instrumento de trabalho, amplo, genérico, 
sintético, que serve de marco de referência às operações de ensino-
aprendizagem que se desencadearão durante o curso, derivadas dos fins a 
serem alcançados. Representando, assim, o trabalho de previsão de um ano 
letivo para as atividades de uma determinada disciplina, incluindo sua 
dependência com os anos anteriores e posteriores, e sua coordenação com 
outras disciplinas afins ou não, tendo em vista tornar o ensino mais eficiente, 
mais orgânico e com sentido de continuidade. 
Ele deve manter uma íntima correlação com o plano curricular, de modo 
a assegurar coerência nas ações da escola, se mantendo como um todo 
integrado, baseando-se no conhecimento da realidade que envolve o aluno, para 
que expresse, em cada objetivo e nos meios especificados para seu alcance, um 
sentido de adequação às capacidades e possibilidades dos aprendizes. 
Exercendo uma função integradora entre todos os elementos humanos 
engajados no processo ensino-aprendizagem, permitirá aos supervisores 
escolares, aos diretores, aos professores e aos alunos a visão total dos esforços. 
Como consequência, suas ações numa mesma direção de conjunto. 
No plano de curso, a previsão dos conteúdos deve enfatizar a 
dependência do novo conhecimento a ser adquirido, com os conhecimentos já 
aprendidos, isto é, toda experiência nova deve se relacionar e se integrar com 
 
 
as experiências prévias dos alunos. O professor, ao realizar esta previsão, deve 
buscar selecionar os pontos fundamentais e as informações consideradas 
valiosas para o alcance dos objetivos, organizando em sequências de 
aprendizagem. 
A organização sequencial dos conteúdos implica relacionamento dos 
temas selecionados. Esta deve ser feita com base em critérios lógicos atendendo 
às necessidades do conteúdo, e em critérios psicológicos que traduzem o 
sentido que o conteúdo tem para o aluno, favorecendo o processo de 
aprendizagem. 
O professor, em seu plano, deve prever os recursos de ensino. Adotando 
tal medida, antecipará a constatação da disponibilidade de recursos existentes 
na escola. Sendo que na falta, providenciará o material necessário. Muitas 
escolas dispõem de recursos modernos como: gravador, projetor de slides, 
retroprojetor, datashow, etc. É necessário que se conheça o manejo desses 
aparelhos para evitar a perda de tempo e os embaraços na utilização. Se a 
escola não dispuser desse tipo de material, o professor poderá confeccionar 
materiais mais simples como, por exemplo: cartazes, álbum seriado, fichas, 
textos mimeografados, etc., ou lançará mão dos recursos de que a comunidade 
dispõe. 
Os objetivos para este plano devem ser formulados em termos gerais, 
descrevendo comportamentos que se esperam dos alunos ao final do curso. Ao 
formulá-lo, o professor deve levar em conta os objetivos do currículo, as 
características da disciplina e as características dos alunos. 
Contudo, o professor indicará em seu plano de curso, os instrumentos 
que utilizará e a forma de comunicação dos resultados. Dependendo do sistema 
de avaliação em vigor na escola, regulamentando no regimento da mesma, o 
professor poderá adotar graus ou conceitos para especificar o nível de alcance 
dos objetivos. As formas de apresentação do plano de curso podem ser variadas, 
não existe a priori, um modelo único. 
Alicerçado nas linhas catedráticas de ação da escola, isto é, no 
planejamento curricular, surge, em nível mais específico, o planejamento de 
ensino. Esta é a tradução, em termos mais próximos e concretos, da ação que 
 
 
ficou configurada em nível de escola. Indica as atividades direcionais, metódicas 
e sistematizadas que serão empreendidas pelo professor junto a seus alunos, 
uma busca de propósitos definidos. 
O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve 
participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complicação para 
atender, em classe, a seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino-
aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de que este 
possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam 
suas possibilidades e necessidades. 
Nesse caso, o planejamento envolve a previsão de resultados 
desejáveis, assim como meios necessários para alcançá-los. A responsabilidade 
do educador é imensa, pois grande parte da eficácia de seu ensino depende da 
organização, coerência e flexibilidade de seu planejamento. 
Às vezes, o plano é elaborado somente por um professor; outras vezes, 
no entanto, vários professores compartilham a responsabilidade de sua 
elaboração. Neste último caso, temos o planejamento de ensino cooperativo. 
Este, por sua natureza, resulta de uma atividade de grupo, na qual os 
professores congregam esforços para juntos estabelecerem linhas comuns de 
ação, com vistas a resultados semelhantes e bastante válidos para a clientela 
atendida. 
Planejando, executando e avaliando juntos, esses professores 
desenvolvem habilidades necessárias à vida em comum com os colegas. Isso 
proporciona, entre outros aspectos, crescimento profissional, ajustamento às 
mudanças, exercício da autodisciplina, responsabilidade e união em nível de 
decisões conjuntas. 
Consequentemente,o processo de tomada de decisões bem informadas 
visa à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-
aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior 
produtividade. 
Por maior que seja a complexidade que envolva a organização da 
escola, é indispensável ter sempre bem presente que a interação entre professor 
 
 
e aluno é o suporte estrutural, cuja dinâmica concretiza o fenômeno educativo. 
Portanto, o planejamento de ensino deve ser alicerçado neste pressuposto 
básico. 
O professor, ao planejar o trabalho, deve estar familiarizado com o que 
pode colocar em prática, de maneira que possa selecionar o que é melhor, 
adaptando tudo isto às necessidades e interesses de seus alunos. Na maioria 
das situações, o professor dependerá de seus próprios recursos para 
elaborarem seus planos de trabalho. Por isso, deverá estar bem informado dos 
requisitos técnicos para que possa planejar, independentemente, sem 
dificuldades. 
Ainda temos a considerar que as condições de trabalho diferem de 
escola para escola, tendo sempre que adaptar seus projetos às circunstâncias e 
exigências do meio. Considerando que o ensino é o guia das situações de 
aprendizagem e que ajuda os estudantes a alcançarem os resultados desejados, 
a ação de planejá-lo é predominantemente importante para aumentar a eficiência 
da ação a ser desencadeada no âmbito escolar. 
O professor, durante o período letivo (ano ou semestre), pode organizar 
três tipos de planos de ensino. Por ordem de abrangência vai delinear, 
globalmente, toda a ação a ser empreendida – plano de curso. Disciplinar parte 
da ação pretendida no plano global, plano de unidade. Especificar as realizações 
diárias para a concretização dos planos anteriores – planos de aula. 
Pelo significativo apoio que o planejamento empresta à atividade do 
professor e alunos, é considerada etapa obrigatória de todo o trabalho docente. 
Com isso, o planejamento tende a prevenir as hesitações do professor, 
oferecendo maior segurança para se atingir os objetivos previstos, bem como na 
verificação da qualidade e quantidade do ensino que está sendo orientado pelo 
educador e pela escola. 
Na esfera educacional, o processo de planejamento ocorre em diversos 
níveis, segundo a grandeza da ação que se tem em vista realizar. O 
planejamento educacional é o mais amplo, geral e abrangente; prevê a 
estruturação e o funcionamento da totalidade do sistema educacional e 
determina as diretrizes da política nacional de educação. 
 
 
Por conseguinte, o plano está intimamente relacionado às prioridades 
assentadas no planejamento educacional. Sua função é traduzir, em termos 
mais próximos e concretos, as linhas catedráticas de ações delineadas no 
planejamento imediatamente superior, por meio de seus objetivos e metas. 
Constitui o esquema normativo que serve de base para definir e particularizar a 
linha de ação proposta pela escola. Permite a inter-relação entre escola e a 
comunidade. 
O planejamento de ensino parte sempre de pontos referenciais 
estabelecidos; em essência, neste tipo de planejamento encontram-se diversas 
dimensões: 
 Filosófica, que explicita os objetivos da escola; 
 Psicológica, que indica a fase de desenvolvimento do aluno, suas 
possibilidades e interesses; 
 Social, que expressa as características do contexto socioeconômico 
e cultural do aluno e suas exigências. 
 
Assim, chegamos ao nível mais elementar e próximo da ação educativa. 
É por meio dele que, em relação ao aluno, prevemos mudanças 
comportamentais e aprendizagem de elementos básicos. Propomos 
aprendizagens a partir de experiências anteriores e de suas reais possibilidades. 
Estimulamos a integração das diversas áreas de estudo. 
O planejamento tem níveis distintos de abrangência; no entanto, cada 
nível tem bem definido e delimitado o seu universo. Sabemos que um nível 
particulariza um ou vários aspectos delineados no nível antecedente, 
especificando com maior precisão as decisões tomadas em relação a 
determinados eventos da ação educativa. 
O planejamento de ensino, por si só, não constitui uma fórmula mágica 
para resolver todos os problemas. O esforço do professor, aliado a um adequado 
planejamento de ensino, promove uma atmosfera de trabalho que se pode 
chamar de metódica, em que é viável reconhecer as diferentes situações e 
enfrentar com maior segurança circunstâncias extraordinárias. 
 
 
Os professores, para efetivarem com propriedade seu trabalho, 
necessitam realizar uma previsão básica da ação a ser empreendida. Isto os 
levará a refletir sobre seu ensino e, numa constante busca de aprimoramento, 
atingir estágios mais significativos, em que o entusiasmo pelo seu trabalho será 
um dos mais alentadores incentivos. É no desafio de sua tarefa que encontrará 
estímulo para seguir atuando junto ao grupo de alunos. 
Para que o professor possa planejar adequadamente sua tarefa e 
atender às necessidades do aluno, deve levar em consideração o conhecimento 
da realidade. Este conhecimento constitui o pré-requisito para o planejamento 
de ensino. 
Antes de formular objetivos e estabelecer a estratégia para o 
desenvolvimento de sua ação junto aos alunos, é essencial que o professor 
efetue um balanço sistemático das características, condições e problemas da 
realidade em que vai atuar. Essa tarefa envolve aspectos bem definidos: o aluno, 
o professor e o meio. Estes aspectos, por sua vez, são compostos de inúmeras 
variáveis, muitas das quais, pela sua complexidade, são difíceis de definir. Mas 
para que um plano de ensino se torne um instrumento válido na orientação da 
atividade docente é indispensável que o professor, ao elaborá-lo, tenha bem 
presente à realidade imediata. Isto se prende, principalmente, ao fato de que é 
neste ambiente que o aluno tem que viver e agir. 
Ao iniciar um planejamento devem-se considerar as reais possibilidades 
do seu grupo de alunos, a fim de melhor orientar suas realizações e sua 
integração à comunidade; a realidade de cada aluno em particular, objetivando 
oferecer condições para o desenvolvimento harmônico de cada um, satisfazendo 
exigências e necessidades biopsicossociais; os pontos de referência comuns, 
envolvendo o ambiente escolar e o ambiente comunitário; suas próprias 
condições, não só como pessoa, mas como profissional responsável pela 
orientação adequada do trabalho escolar. 
Em suma, a averiguação dos fatores básicos de influência, a coleta de 
dados, a utilização de fontes de referência, a constatação de fatos relevantes, 
permitem ao professor dispor de todas as informações significativas sobre a 
realidade, não só em termos de necessidades, mas, também, em termos de 
 
 
aspirações. O levantamento de dados e fatos importantes de uma realidade, que 
possam ser interpretados, constitui a sondagem. 
O professor, em geral faz a sondagem para constatar o que o aluno 
conhece a respeito do conteúdo programático. É a sondagem mais usual, no 
entanto, ela é parcial em relação à realidade do aluno. Não exclui a sondagem 
dos outros fatores. 
O plano de ensino é um instrumento de trabalho que disciplina os 
esforços de professores e alunos, no sentido de racionalizar as atividades de 
ensino e aprendizagem. Todo planejamento de ensino, como processo de 
tomada de decisões, se concretiza num plano definido de ação que constitui um 
roteiro seguro para conduzir progressivamente os alunos aos resultados 
desejados. 
Segundo autores, o plano é um instrumento de trabalho de cada 
professor. O seu valor principal reside precisamente na elaboração pessoal de 
quem irá executá-lo. O professor concretizando suas decisões, num plano bem 
definido e coerente, terá sempre à mão o roteiro seguro da marcha a seguir e 
das providências a tomar no seu devido tempo, relacionando todos os 
pormenores de sua atuação com os objetivos traçados. 
O plano é apenas um roteiro, um instrumentode referência e, como tal, 
é abreviado, esquemático, sem colorido e aparentemente sem vida. Compete ao 
professor que o confeccionou dar-lhe vida, relevo e colorido no ato de sua 
execução, impregnando sua personalidade dinâmica, sua vibração e seu 
entusiasmo, se enriquecendo com sua habilidade e expressão. 
 
13 ORIENTAÇÕES SOBRE CALENDÁRIO ESCOLAR 
 
O calendário escolar distingue-se como um documento oficial da 
instituição educacional com o desígnio de situar as atividades e as ações a 
serem desenvolvidas no decorrer do ano letivo, observando-se o que dispõem o 
§2º do artigo 23 da Lei nº 9394/96 – LDB, in verbis: 
 
 
Art. 23, §2º - O Calendário Escolar deverá adequar-se às 
peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do 
respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas 
letivas previsto nesta lei. 
Toda e qualquer programação, constante na Proposta Pedagógica da 
instituição educacional, com frequência obrigatória de alunos e efetiva 
orientação dos professores, será incluída no total de dias letivos e nas 
horas de trabalho escolar efetivo. 
 
Para a preparação do Calendário Escolar, a instituição educacional 
deverá observar a legislação vigente, as normas do seu Regimento Escolar, o 
instituído na Proposta Pedagógica, as perspectivas da comunidade, além de 
algumas informações, como: 
 Cabeçalho; 
 Estrutura do calendário; 
 Legenda; 
 Feriados previstos para o ano letivo; 
 Recessos; 
 Duração do ano ou semestre letivo. 
 
Importante! 
 
• Caso sejam proporcionadas distintas modalidades e etapas de ensino, cujos 
dados não concordarem com os fixados no calendário, a instituição deverá 
elaborar calendários específicos para cada modalidade ou etapa; 
• em caso de qualquer alteração no Calendário Escolar, durante o ano letivo, a 
instituição deverá: 
1º obter aprovação pela comunidade escolar (pais, alunos, professores), via 
comunicado escrito ou reunião entre os interessados; 
2º enviar ofício à Cosine, para análise das alterações propostas. 
 
 
 
Lembrando que conforme Lei Federal Nº. 10.639, de 9/1/2003, o dia 20 
de novembro deverá constar no Calendário Escolar como Dia Nacional da 
Consciência Negra e ser incluída no currículo oficial da rede de ensino a 
obrigatoriedade da temática: História e Cultura Afro-Brasileira, podendo ser, a 
critério da instituição educacional, ponto facultativo, desde que respeitados os 
200 dias letivos. 
 
 
Assinale a alternativa que corresponde ao Regimento Escolar: 
Traz a compreensão pedagógica que orientará a ação educativa da escola. Ele determinará os 
rumos, a intenção e os processos que a escola utilizará para alcançar suas metas. 
É a lei maior da escola. Representa um pacto educativo que se firma entre escola e família, 
devendo, por conseguinte, ser do conhecimento de toda a comunidade escolar. 
É o instrumento de planejamento que viabilizará a execução de determinado projeto. 
É o cronograma composto de todas as atividades escolares, até mesmo extraclasses, a serem 
desenvolvidas no transcorrer do ano letivo. 
É um mecanismo de gestão e de escrituração escolar que segue e controla o desenvolvimento 
da ação do professor. 
 
 
14 REGISTROS E ATOS ESCOLARES 
 
Os registros conformam-se na escrituração escolar, em que é realizado 
o registro metódico dos fatos e dados relativos à vida escolar do aluno e da 
unidade escolar, com o desígnio de assegurar, em qualquer época, a verificação: 
da identidade de cada aluno; da regularidade de seus estudos; da autenticidade 
de sua vida escolar; do funcionamento da escola. 
À instituição escolar cabe estabelecer a escrituração escolar para 
atender, imediatamente, às solicitações de informações e esclarecimentos. 
 
 
A organização da vida escolar faz-se por meio de um contíguo de 
normas que tendem a garantir o acesso, a permanência e a progressão nos 
estudos, bem como a regularidade da vida escolar do aluno, compreendendo os 
seguintes documentos: 
 Requerimento de Matrícula; 
 Diário de Classe; 
 Mapa Colecionador de Canhotos; 
 Atas de Resultados Finais; 
 Histórico Escolar; 
 Transferência; 
 Portaria; 
 Declaração. 
 
A respeito dos atos escolares – para efeitos de registros, comunicação 
de resultados e arquivamento – são escriturados em livros e fichas padronizados, 
ressalvando-se, no que competirem os regimentos e disposições legais 
aplicáveis, podendo ainda ser usados os recursos tecnológicos ou análogos. 
 
15 A VIDA ESCOLAR DO ALUNO: SUA IMPORTÂNCIA 
 
Todos sabem a importância dos documentos que nos são concedidos, 
nesse sentido a secretaria escolar responsabiliza-se pelos registros e anotações 
dos alunos. Esses documentos admitem um caráter de testemunho, de prova, 
que acompanhará o aluno e influenciará sua vida de forma significativa. Nos 
registros dos alunos devem constar: 
 Identidade de cada aluno; 
 A regularidade de seus estudos; 
 A autenticidade de sua vida escolar; 
 O funcionamento da escola. 
 
 
 
 
15.1 PROCEDIMENTOS PARA REGISTRO 
 
Por ser um procedimento relativo ao arquivamento escolar, tendo caráter 
documental é importante que toda a unidade escolar tenha um arquivo bem 
instalado, organizado e atualizado, de maneira a proporcionar informações aos 
seus usuários, com rapidez e prontidão. 
Nesse sentido, as instituições de ensino podem contar com a velocidade 
da informação, o que permite a simplificação dos registros e o arquivamento dos 
documentos necessários e urgentes. 
Todavia, é importante lembrar que os documentos somente constituem 
arquivo quando são guardados em condições adequadas de segurança. 
 
15.2 FOCO NA ORGANIZAÇÃO 
 
A apresentação e organização dos documentos considerados arquivos 
deve mostrar-se classificados e ordenados de modo a possibilitar rapidamente a 
sua localização e consulta, observando: facilidade na busca de documentos; 
simplificação na manipulação; acessibilidade para qualquer pessoa; economia 
de tempo e espaço; resistência ao uso constante; capacidade de extensão; 
disposição lógica; acomodação que permita limpeza e conservação; segurança; 
resistência à ação do tempo, que assevere a invulnerabilidade dos documentos. 
 
15.3 REQUERIMENTO DE MATRÍCULA 
 
Distingue-se pelo documento formal que vincula o aluno a uma unidade 
escolar, deve ser preparado pela unidade escolar, tendo informações de 
identificação do aluno, endereço residencial, curso, série, turno, turma, ano 
 
 
letivo, cor, raça, data, assinatura do responsável legal, deferimento da Direção e 
espaço para observação. 
Por sua importância, o requerimento não pode ser preenchido somente 
pelo próprio aluno ou responsável legal, porém com acompanhamento, 
assistência, conferência das informações, documentos e assinaturas por 
funcionários experientes ou treinados da Secretaria Escolar. 
A matrícula só pode ser deferida pelo(a) Diretor(a) quando for constatado 
que os documentos do aluno estão completos, conforme a legislação vigente, 
assumindo a responsabilidade sobre qualquer irregularidade na documentação 
apresentada pelo aluno ou responsável legal. De tal modo, não deve conter 
rasuras, espaços em branco ou aplicação de corretivos. 
 
15.4 DIÁRIO DE CLASSE 
 
O Diário de Classe é um instrumento de gestão e de escrituração escolar 
que acompanha e controla o desenvolvimento da ação do professor. Alista todos 
os alunos matriculados por série, ciclo ou etapa, turno e turma, registra o 
rendimento escolar, frequência, conteúdos programáticos, dias letivos, feriados 
e carga horária. 
Em hipótese alguma, o Diário de Classe poderá ser retirado da escola e 
levado para outros locais. É um documento de registro e deve ter sua 
autenticidade resguardada devendo, ser portado, exclusivamente, pelos 
professores ou pelo secretário escolar. 
Ao final de cada aula ministrada, o professor a registrará e acrescentará 
sua assinatura. Emnenhuma hipótese, o professor registrará nome de aluno no 
diário de classe. Essa é uma prerrogativa exclusiva do secretário escolar. 
As atribuições relativas ao preenchimento de dados obrigatórios no 
Diário de Classe são exclusivamente de dois profissionais – do professor e do 
secretário. Cada um fará as anotações e os lançamentos sob sua 
responsabilidade, não interferindo no campo do outro. 
 
 
Cabe à Secretaria Escolar prover ao professor o Diário de Classe com a 
Relação Nominal dos Alunos, conforme a cópia da Certidão de Nascimento ou 
Casamento, de forma legível e sem rasuras e só a ela cabe adicionar o nome 
dos alunos matriculados no decorrer do ano letivo e as observações referentes 
a transferência, cancelamento, remanejamento, classificação, especificando o 
amparo legal, bem como anular os espaços destinados à frequência dos 
mesmos. 
Cabe à Direção verificar e vistar, bimestralmente, os Diários de Classe e 
não consentir a sua retirada da unidade escolar, pois os mesmos devem estar 
sempre à disposição da Secretaria Escolar para as informações necessárias, 
mantidos em local apropriado, que assevere sua inviolabilidade. 
Necessita-se evitar qualquer tipo de rasuras. Caso haja precisão, as 
rasuras devem ser devidamente observadas e assinadas por quem as realizou. 
 
15.5 LIVRO DE REGISTROS E ATAS DE CONSELHOS 
 
Ata de Resultados Finais: é o documento que registra o resultado final 
de todos os alunos matriculados no decorrer do ano letivo. 
Ata de Resultados Finais: o que deverá conter: 
 Nome da instituição, dia, mês e ano da conclusão da série ou etapa. 
 Forma de organização do ensino (série, ciclo, turma e turno). 
 Níveis e modalidades. 
 Nome dos alunos por extenso, organizados em ordem alfabética, 
exatamente igual ao registrado no diário de classe que por sua vez 
deve estar conforme a certidão de nascimento ou casamento. 
 Apontamento de disciplinas. 
 Resultado final (aprovados, reprovados, afastados por transferência e 
abandono). 
 Assinaturas do diretor e do secretário escolar. 
 
 
 
A Ata Descritiva: caracteriza-se por uma forma própria de ser 
elaborada. Para que considere todos os aspectos importantes e necessários, 
observe as seguintes orientações. Registra, de forma exata e sistemática, as 
ocorrências e decisões tomadas nas assembleias, reuniões ou sessões 
realizadas por comissões, conselhos, congregações corporações ou outras 
entidades semelhantes. 
No termo de abertura do livro de Atas, deve constar o nome da instituição 
de ensino, conforme ato de criação, o nome do Estado, do Município onde está 
situado, data e ano, as ocorrências, decisões e encaminhamentos e ao final, a 
assinatura do secretário e do diretor da instituição de ensino e de todos os 
presentes. 
Por ser de valor formal, a Ata deve ser lavrada de tal maneira que seja 
inviável introduzir modificações posteriores. Não se fazem parágrafos ou se 
deixam espaços entre as palavras. 
A Ata é lançada em livro próprio devidamente autenticado, cujas páginas 
são rubricadas e numeradas. Existem tipos de Atas que, por se referirem a 
rotinas e procedimentos padronizados, são lançadas em formulário com lacunas 
a serem preenchidas. Nesse tipo de Ata, é imprescindível prevenir qualquer tipo 
de fraude, preenchendo os eventuais espaços em branco com traços ou outros 
sinais convencionais. Nesse caso, também se registra o número da página e 
rubrica-se cada folha. 
Na Ata não se aceitam rasuras para ressalvar erro constatado durante a 
redação, usa-se a palavra “DIGO”, depois da palavra errada, repetindo-se a 
palavra ou expressão de forma correta (ex.: aos doze dias do mês de setembro, 
digo, do mês de outubro ...). Ao ser constatado erro ou omissão após a redação, 
usa-se a expressão “EM TEMPO”, que é escrito após o texto da Ata, seguindo-
se a emenda ou acréscimo: (ex.: em tempo onde se lê “abono”, leia-se 
“abandono”). 
A Ata deve ser escrita por um secretário efetivo do órgão ou, na falta 
desse, por um secretário ad hoc, isto é, eventual, designado na ocasião. A Ata é 
um registro fiel dos fatos ocorridos em determinado evento e sua linguagem deve 
ser simples, clara, precisa e concisa. 
 
 
15.6 ATA DE ELIMINAÇÃO DE DOCUMENTOS 
 
É um procedimento peculiar à rotina escolar que objetiva a 
racionalização do espaço físico. Após análise, uma comissão poderá decidir pela 
eliminação de documentos escolares nos seguintes casos: 
 Tenham sido dispensados por lei e/ou normas específicas; 
 Tenham perdido a validade em virtude do tempo decorrido; 
 Constituam duplicidade, ressalvada a existência dos documentos de 
registro individual do aluno e de documentos de registro coletivo; 
 Tenham se tornado dispensáveis, vencidos os prazos de guarda 
estabelecidos; 
 Tenham sido reconstituídos. 
 
A ficha individual do aluno deve ser eliminada após a transcrição de 
dados para o histórico escolar, exceto aquelas cujos dados não podem ser 
transcritos. A eliminação de documentos escolares deve ser realizada de modo 
a assegurar sua total descaracterização, mediante processo indicado pela 
comissão constituída para este fim. 
A comissão de eliminação de documentos escolares deve registrar em 
ata própria a especificação dos documentos eliminados, indicação de livros nos 
quais constam registros referentes aos documentos eliminados, se for o caso, e, 
ainda, constar a data e assinatura de seus membros. 
A ata de eliminação de documentos escolares deve ser lavrada, 
observando as informações mínimas relacionadas: 
 Número de ordem: sequência numérica; 
 Relação dos documentos eliminados; 
 Especificação quantos aos documentos; 
 Etapa, nível e modalidade de ensino referentes aos documentos que 
estão sendo eliminados; 
 
 
 Ciclo/ano/série/semestre/segmento/período ou módulo, quando se 
referir aos documentos da educação de jovens e adultos e módulo da 
educação profissional; 
 Semestre e ano letivo correspondente aos documentos que estão 
sendo eliminados; 
 Observações pertinentes; 
 Cidade/estado e data; 
 Assinaturas e nomes dos componentes da comissão de eliminação 
de documentos. 
 
15.7 CADERNO DE OCORRÊNCIAS 
 
Nele é importante registrar os fatos e as visitas de cunho administrativo 
e pedagógico, considerados relevantes e/atípicos na rotina escolar. 
Além disso, determinadas escolas registram atos mais graves de 
indisciplina, os quais diferem com os demais registros, podendo ser registrados 
fatos que descrevem brincadeiras, pouco estudo, uso de telefone celular em sala 
de aula, namoros, etc. Em meio aos registros, podem ser encontrados aqueles 
que se referem especificamente à agressão física e verbal ao professor ou ao 
colega. 
 
15.8 ATESTADO MÉDICO 
 
É um documento emitido por um profissional médico que protege o 
afastamento temporário do aluno das atividades escolares durante o ano letivo, 
afiançando-lhe atendimento educacional diferenciado. 
O atestado médico justifica as faltas, entretanto, não abona as mesmas, 
todavia as faltas registradas no período do atestado não serão computadas para 
reprovação/retenção. 
 
 
 
De tal modo, assim que a Secretaria Escolar recebê-lo deverá comunicar 
de imediato aos professores para que procedam as atividades domiciliares. 
 
16 DOCUMENTOS EXPEDIDOS PELA SECRETARIA ESCOLAR 
 
16.1 DECLARAÇÃO 
 
É o instrumento em que se afirma a existência ou inexistência de um 
estado, direito ou fato. 
Estrutura: 
 
Título; 
Texto; 
Finalidade; 
Local e data; 
Assinatura sobre carimbo. 
 
A Escrituração Escolar é o mecanismo que garante a realização do 
processo pedagógico. A escola deve emitir tantas vias dos documentos 
escolares quantas forem requeridas pelo aluno ou responsável legal, isentas de 
qualquer taxa. 
 
16.2 EXPEDIÇÃO E REGISTRO DE DIPLOMAS E/OU CERTIFICADOS 
 
A expedição e o registro de diplomas e/ou certificados são atos de 
responsabilidade exclusiva das instituiçõeseducacionais. Os documentos 
 
 
escolares de conclusão de cursos/estudos efetuados pelos alunos, com os 
direitos que deles transcorrem, são: 
 Diploma: emitido quando da habilitação da educação profissional 
técnica de nível médio, que confere direito ao exercício de uma 
profissão. 
 Certificado: expedido quando da conclusão do Ensino Médio, de 
capacitação, de aperfeiçoamento, de especialização, de atualização 
profissional e outros de caráter geral. 
 Certificação Parcial: expedida quando da conclusão de componente 
curricular ou do conjunto de componentes, em caráter obrigatório, no 
caso dos exames supletivos, e em caráter optativo na educação 
profissional. 
 
As instituições educacionais devem ter rígido controle da expedição 
desses documentos. Na elaboração dos instrumentos devem constar as 
especificações abaixo, quando for o caso, e observada a legislação vigente. 
 Fazer parte o nome do aluno(a), o número do RG e a sigla da Unidade 
da Federação que o expediu; o nome do curso concluído ou a série, 
caso o aluno não seja concluinte de curso. 
 Completar o nome do Município em que está localizado o 
Estabelecimento de Ensino e a data de expedição do Histórico 
Escolar. 
 No campo para assinaturas do(a) Secretário(a) e Diretor(a), registrar 
o nome, ato de designação, número/ano e a data de publicação em 
Diário Oficial do Estado. 
 
16.3 REQUERIMENTO DE MATRÍCULA 
 
É o documento formal que vincula o aluno a uma unidade escolar, 
devendo ser elaborado pela unidade escolar, contendo dados de identificação 
do aluno, endereço residencial, curso, série, turno, turma, ano letivo, cor, raça, 
 
 
data, assinatura do responsável legal, deferimento da Direção e espaço para 
observação. 
O Requerimento de Matrícula, por sua natureza, é de tal 
responsabilidade que não pode ser preenchido simplesmente pelo próprio aluno 
ou responsável legal, porém com acompanhamento, assistência, conferência de 
dados, documentos e assinaturas por funcionários experientes ou treinados da 
Secretaria Escolar. 
A matrícula só pode ser deferida pelo(a) Diretor(a) quando for constatado 
que os documentos do aluno estão completos, conforme a legislação vigente, 
assumindo a responsabilidade sobre qualquer irregularidade na documentação 
exibida pelo aluno ou responsável legal. O Requerimento de Matrícula não deve 
conter rasuras, espaços em branco ou aplicação de corretivos. 
 
16.4 HISTÓRICO ESCOLAR 
 
É o documento que registra a vida escolar do aluno. Deve ser preenchido 
em duas vias, devidamente datado e assinado pelo Secretário Escolar e Diretor 
da unidade escolar, com seus respectivos carimbos, sendo uma via entregue ao 
aluno e a outra arquivada em sua pasta. 
No cabeçalho, além dos dados da unidade escolar, como nome e 
número do ato legal de Autorização de Funcionamento, devem constar os dados 
do aluno e a última série cursada por ele. 
O registro das notas deve ser de acordo com o dos canhotos ou das Atas 
de Resultados Finais. O registro da carga horária deve ser de acordo com a 
estabelecida na Matriz Curricular aprovada e operacionalizada. 
O Histórico Escolar não deve conter rasuras, espaços em branco ou 
aplicação de corretivos. Todos os esclarecimentos sobre a vida escolar do aluno 
necessitam ser apostilados no verso do Histórico Escolar, contendo data e 
assinatura do Secretário Escolar e do Diretor, com seus respectivos carimbos. 
 
 
 
16.5 TRANSFERÊNCIA 
 
É o acesso do educando de uma para outra unidade escolar, até mesmo 
de país estrangeiro, com base na equivalência e aproveitamento de estudos. 
Para a expedição das transferências, serão utilizados formulários próprios. 
No anverso do formulário deve-se registrar: 
 
 Cabeçalho - dados de identificação da unidade escolar, dados de 
identificação do aluno, situação escolar do aluno no ano letivo 
concluído ou no ano em curso. 
 Organização vida escolar do aluno, em conformidade com o regime 
cursado, registrando, também, a carga horária, o resultado obtido, o 
nome da unidade escolar, a cidade e Estado em que a mesma está 
localizada, o ano, o local e a data de expedição do documento, com 
assinatura dos responsáveis pela sua expedição 
 
 
 Aponte as características da Ata Descritiva: 
 
 É o documento que registra o resultado final de todos os alunos matriculados 
no decorrer do ano letivo. 
 É um mecanismo de gestão e de escrituração escolar que segue e controla o 
desenvolvimento da ação do professor. 
 Caracteriza-se por uma forma própria de ser elaborada. Para que considere 
todos os aspectos importantes e necessários, observe as seguintes 
orientações. Registra, de forma exata e sistemática, as ocorrências e decisões 
tomadas nas assembleias, reuniões ou sessões realizadas por comissões, 
conselhos, congregações corporações ou outras entidades semelhantes. 
 Registra os fatos e as visitas de cunho administrativo e pedagógico, 
considerados relevantes e/atípicos na rotina escolar. 
 É o instrumento em que se afirma a existência ou inexistência de um estado, 
direito ou fato. 
 
 
 
MÓDULO III 
 
17 CONTEXTUALIZANDO: O IMPORTANTE ATO DA MATRÍCULA 
 
Na sua escola, qual o destino dado àquelas duas ou três folhas de papel 
que os pais preenchem no início do ano letivo ao efetuar a matrícula do filho? 
Elas simplesmente são arquivadas conforme mandam as normas burocráticas? 
Ou, antes disso, a equipe gestora as utiliza para conhecer melhor seu público e 
embasar o planejamento? 
 
17.1 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NAS MATRÍCULAS 
 
Os aspectos são os elementos que se conhecem por meio das 
condições socioeconômicas e culturais dos estudantes, fica mais fácil tomar 
decisões administrativas, elaborar ações pedagógicas, organizar eventos e 
estreitar a parceria com a comunidade e as famílias. 
Na elaboração ou revisão do projeto político-pedagógico (PPP), é 
indispensável levar em consideração os dados coletados na matrícula. Essa é 
uma maneira de garantir que os alunos tenham, de fato, seus direitos atendidos. 
Para facilitar a análise das informações, elas precisam ser 
sistematizadas. Isso significa organizá-las por temas e transformá-las em 
gráficos e tabelas. Assim, fica mais fácil fazer a leitura quantitativa e qualitativa 
das necessidades dos alunos ao tomar decisões. Um exemplo: quando os dados 
referentes à questão "Como o aluno vai para a escola?" forem tabulados e 
cruzados com os de "Distância percorrida", eles mostrarão a porcentagem de 
estudantes que gastam muito tempo no trajeto casa-escola. O que é possível 
fazer com isso? Perceber se é preciso oferecer um lanche aos que chegam com 
fome ou cansados e pensar nas primeiras atividades do dia - mais agitadas ou 
 
 
mais relaxantes, conforme o caso. Ou, ainda, para organizar as reuniões de pais 
- se são viáveis à noite e se terão adesão das famílias que moram longe2. 
 
18 UMA ERA TECNOLÓGICA 
 
Figura 7 
 
 
A humanidade sempre produziu conhecimentos, todavia hoje com um 
expressivo diferencial, o acesso e a rapidez da transmissão dessas 
informações acontecem em tempo real. O avanço tecnológico imposto pelo 
mercado capitalista e as transformações sociais ocorridas em virtude dessas 
tecnologias e das rápidas transformações do mercado e da sociedade 
certamente forçaram mudanças no modo de vida da população. Essas 
mudanças também atingiram os sistemas de ensino, que buscam por 
inovações e novas formas de trabalhar as necessidades educacionais e 
 
2 FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/informacoes-
preciosas-fichas-matricula-alunos-610997.shtml>. Acesso em: 10 out. 2012. 
 
 
 
administrativas que não podem ser satisfeitas somente por sistemas 
tradicionais. 
De tal modo, a secretaria escolar deve utilizar nas rotinas administrativas 
não só os registros físicos, como também os eletrônicospara a agilidade de seus 
processos. 
 
19 REGISTROS FÍSICOS E ELETRÔNICOS 
 
Arquivos eletrônicos são documentos produzidos sob forma de registros 
eletrônicos, por um organismo público ou privado no exercício de suas 
atividades. Documento eletrônico é todo registro que tem como meio físico um 
suporte eletrônico. 
De acordo com a Lei 11.419/2006, é importante observar que, para a 
total eficácia probatória do documento, é preciso que ele possua a capacidade 
de armazenar informações de forma que impeça ou permita detectar eliminação 
ou adulteração de conteúdo. 
 
19.1 INDICAÇÕES DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE 
INFORMAÇÕES EM DOCUMENTOS DIGITAIS 
 
Aconselha-se: 
 Imprimir os documentos gerados em meio eletrônico, que contenham 
informações importantes para e sobre a unidade e mantê-los em 
arquivo. 
 Documentos armazenados somente em meio eletrônico devem 
possuir uma cópia para facilitar o acesso aos documentos em caso de 
alguma eventualidade. 
 Evitar deixar cópias digitais em dispositivos de armazenagem 
próximos a campos magnéticos. 
 
 
 Em razão da fragilidade do suporte e a obsolescência tecnológica, 
procure migrar as informações de um suporte menos atualizado para 
um suporte mais atualizado. Por exemplo: fitas de vídeo para DVD, 
fitas cassete para CD. 
 Ter cuidado no manejo dos dispositivos que armazenam documentos 
digitais, para não comprometer a integridade das informações ali 
registradas. 
 
20 SISTEMA DE ARQUIVO 
 
É o conjunto sistemático dos papéis que documentam e comprovam o 
registro sistemático dos fatos relativos à vida escolar individual de cada aluno e 
coletiva do estabelecimento de ensino 
 
20.1 IMPORTÂNCIA DOS ARQUIVOS PARA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR 
 
Uma das condições para que a escola trabalhe de forma eficiente é 
manter a escrituração escolar e arquivos atualizados e organizados, 
assegurando a conservação dos mesmos, bem como possibilitar a qualquer 
momento a verificação da vida escolar do aluno e dos profissionais da educação 
e da própria instituição. 
 
20.2 ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO ESCOLAR 
 
Inicialmente, deve-se saber que arquivo escolar pode ser organizado 
como: ativo, passivo (vivo ou morto), ou ainda, único (AEU). 
Ao arquivo ativo (vivo) pertencerão todas as pastas de assentamentos 
individuais e todos os documentos que se referirem a alunos matriculados, a 
funcionários e a professores em atividades na unidade escolar. 
 
 
Ao arquivo passivo (morto) competirão todas as pastas de 
assentamentos individuais e todos os documentos de ex-alunos, ex-professores 
e ex-funcionários da unidade escolar. 
O arquivo escolar único (AEU) é organizado sem a distribuição de acordo 
com o curso e a organização curricular a que pertence (curso, série, módulo, 
etapa, etc.). Sua organização é por ordem alfabética utilizando o último 
sobrenome. Deve ser constituído um fichário (manual ou informatizado) com 
fichas nas quais conste um código indicando a parte do arquivo (gaveta, 
prateleira ou outros) em que está arquivado o prontuário do aluno, o nome do 
mesmo, outras informações que achar necessárias. 
A mesma organização pode ser utilizada no arquivamento dos 
documentos dos corpos docente e administrativo. Assim sendo, sempre que se 
elaborar um documento ou organizar um arquivo, deverá haver a preocupação 
de verificar se os que vierem em futuro remoto entenderão e saberão 
perfeitamente o que se escriturou e qual o seu adequado funcionamento. 
Nenhum documento pode ser retirado dos Arquivos Escolares sem a 
prévia autorização escrita do Diretor. O arquivo corrente, também chamado de 
administrativo, é aquele composto por documentos que fazem parte das rotinas 
administrativas, jurídicas e funcionais da instituição (considerados de primeira 
idade) e que estão intimamente ligados aos objetivos pelos quais foram gerados. 
Quando os documentos ultrapassam os prazos de validade, mas ainda podem 
ser consultados pelo produtor, são encaminhados a um arquivo intermediário 
(segunda idade), em que será feita uma avaliação com o auxílio de uma tabela 
de temporalidade, para determinar seu destino: guarda ou eliminação. 
Assim, os documentos considerados de valor histórico, cultural e 
probatório, serão encaminhados para o arquivo permanente, também chamado 
de histórico (terceira idade); os demais serão descartados. É importante que as 
três fases de "vida" dos documentos descritas acima sejam tratadas de maneira 
ordenada, normalizada e integrada, para realizar a passagem de um arquivo a 
outro e a eliminação de documentos de acordo com os procedimentos 
adequados. 
 
 
É muito importante cuidar dos documentos desde o momento de sua 
origem e gestão. Separação por espécies e tipos documentais. Nosso primeiro 
contato com o acervo pode nos apresentar uma documentação organizada de 
acordo com as necessidades administrativas da escola. Nesse caso, mantenha 
essa organização até você conhecer sua lógica. 
Uma organização preexistente pode ser um importante caminho para se 
entender o contexto de produção da documentação. Por isso, recomenda-se 
proceder ao mapeamento, identificando e registrando os conjuntos documentais 
e sua localização no arquivo. Mesmo que posteriormente você decida organizar 
o acervo segundo outros critérios, você poderá recuperar as informações sobre 
seu estado original por meio dos registros feitos. 
Por outro lado, você pode se deparar com uma grande quantidade de 
documentos totalmente misturados, guardados sem nenhuma ordem em caixas 
de papelão, em sacos de lixo ou até mesmo amontoados em grandes pilhas. 
Nesse caso, procure confrontá-los e agrupá-los de acordo com a espécie 
documental à qual pertencem. Mas... olhando para um documento, como saber 
a que espécie ele pertence? A espécie se define pela natureza das informações 
e sua disposição nos documentos. Assim, como espécies documentais, 
podemos citar: convites, atestados, certidões, boletins, relatórios, etc. Logo, você 
irá identificar e agrupar separadamente os convites, os atestados, as certidões, 
e assim por diante. A seguir, você irá fazer uma segunda separação, desta vez 
por tipos. 
Tomemos como exemplo a espécie documental "convites": se nos 
deparamos com muitos convites, devemos analisá-los quanto à sua função. 
Após observá-los atentamente, iremos reparar que, embora todos sejam 
convites, uns podem ser convites de formatura; outros, de casamento; e outros, 
ainda, convites de aniversário. Logo, estaremos separando os convites de 
acordo com a função para a qual eles foram elaborados: formatura, casamento 
ou aniversário. O mesmo processo pode ser feito em relação aos atestados, aos 
relatórios e aos demais documentos do arquivo. Assim, você terá os documentos 
agrupados segundo a espécie e a função. Percebe como agora se torna mais 
fácil identificar a massa documental que compõe seu acervo? 
 
 
1) Em relação aos documentos considerados permanentes, quais sejam, 
os de valor histórico, probatório e informativo, eles devem ser definitivamente 
preservados, como: 
 Prontuário de alunos (requerimentos de matrícula, documentos 
pessoais de identificação, atestados e requerimentos de dispensa da 
prática de Educação Física, atestados e requerimentos de exercícios 
domiciliares, atestados e requerimentos referentes à aluna gestante, 
comunicados de advertência e/ou suspensão, declarações de 
transferência, históricos escolares recebidos e emitidos, 
procedimentos de adaptação, classificação, reclassificação, etc.). 
 Prontuário de docentes, de equipe técnico-pedagógica, de 
funcionários (documentos pessoais de identificação, currículo, 
documentos que comprovem a formação - certificado de conclusão, 
histórico escolar e diploma); 
 Atas dos resultados finais de avaliação; 
 Livros de termos de visita; 
 Publicações no Diário Oficial sobre a escola; 
 Livros de atas de: matrícula, classificação, reclassificação,ocorrências com alunos, equivalência de estudos, registro de 
certificados expedidos, conselhos de classe/série/ano; 
 Regimentos, planos de cursos e planos escolares aprovados; 
 Processos diversos e procedimentos de reconsideração/recurso; 
 Quadros curriculares (matrizes/grades) de todos os cursos e de todos 
os anos; 
 Livros/registros de controle de frequência de docentes e funcionários; 
 Legislações federal e estadual referentes aos cursos e níveis que a 
escola oferece. 
 
2) As correspondências devem serem preservadas por um prazo de 
quatro anos, incluindo-se ofícios, cartas, requerimentos, moções ou votos e 
abaixo-assinados. 
 
 
 
3) Circular, aviso, comunicado, memorando, comunicação interna: o 
prazo de guarda é de dois anos. 
 
Legislação federal: 
 Lei nº 5433/96 e DECRETO nº 1.799/96 – trata da microfilmagem de 
documentos; 
 Lei nº 8159/91 e DECRETO nº 4.073/2002 – relativos à Política 
Nacional de Arquivos Públicos Privados; 
 RESOLUÇÃO CONARQ nº 7/1997 – estabelece procedimentos para 
eliminação de documentos; 
 RESOLUÇÃO nº 14, de 24 de outubro de 2001 - Código de 
Classificação de Documentos de Arquivo para a Administração 
Pública - Tabela Básica de Temporalidade e Destinação de 
Documentos de Arquivo. 
 
 
Assinale a opção que NÃO corresponde ao arquivo ativo (vivo): 
Pertencerão todas as pastas de assentamentos individuais e todos os documentos 
que se referirem a alunos matriculados, a funcionários e a professores em 
atividades na unidade escolar. 
São os documentos que se referirem a alunos matriculados e aos professores. 
Competirão todas as pastas de assentamentos individuais e todos os documentos 
de ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários da unidade escolar. 
É organizado sem a distribuição de acordo com o curso e a organização curricular 
a que pertence (curso, série, módulo, etapa, etc.). Sua organização é por ordem 
alfabética utilizando o último sobrenome. 
São os documentos que se referem apenas aos professores e funcionários da 
unidade escolar. 
 
 
 
 
 
20.3 FORMAS DE ARQUIVAR DOCUMENTOS - TÉCNICAS DE 
PADRONIZAÇÃO PARA ARQUIVAR DOCUMENTOS 
 
Figura 8 
 
O padrão estabelecido para arquivar quaisquer documentos torna-se 
uma técnica fundamental para o profissional de secretariado, visto que este 
profissional é intermediador de muitos processos, alimentados pela informação 
que incidem dos documentos. 
A tecnologia oferece atualmente excelentes soluções para organizar 
grandes volumes de documentos dos mais variados tipos. O armazenamento de 
informações consiste em organizar sistematicamente os dados e informações 
para que estes possam ser consultados de forma eficaz e, ainda, fiquem 
disponíveis para consultas posteriores, de acordo com a necessidade. 
Porém, a solução para organizar a informação nem sempre é uma tarefa 
fácil, exigindo extrema organização e, acima de tudo, deve ser uma tarefa diária 
para não acumular muitos documentos e deixá-los fora do lugar correto. Quanto 
mais cresce o volume de documentos, mais informação se perde nos arquivos e 
na memória dos computadores. 
Gerenciar as informações é fundamental, pois são todos os dados 
coletados, organizados e ordenados aos quais são atribuídos significado e 
 
 
contexto. Um arquivo eficiente depende das formas de comunicação utilizadas 
na empresa e registradas por meio dos documentos guardados para acesso dos 
vários níveis departamentais da empresa. 
O profissional secretário é responsável pela manutenção de vários 
arquivos nas empresas. Isso o torna próximo e conhecedor das informações 
contidas nos arquivos, bem como dos métodos de organização aplicados aos 
mesmos. Os bancos de dados (realizados em computadores) e os arquivos 
tradicionais integram uma vasta lista de técnicas utilizadas para dar suporte ao 
armazenamento de informações. 
Atualmente, os bancos de dados são recursos que garantem até mesmo 
a competitividade, na medida em que eles personalizam as relações 
cliente/empresa. Para este tipo de arquivamento se deve considerar a fragilidade 
dos registros da informação que podem ser destruídos por incêndio ou 
enchentes, como o papel, assim como pelos efeitos magnéticos e radiações, o 
que exige cuidados especiais na atualização dos backups. 
Para Robredo (2010), descendo a um nível de ideias mais pragmático e 
imediato, podemos apresentar algumas pistas sobre as etapas a completar para 
se chegar ao domínio da informação. 
 A identificação e análise do conteúdo informacional dos documentos 
ou, de forma mais genérica e precisa, dos suportes da informação e 
do conhecimento registrados. 
 A organização física e a preservação segura da memória documental 
original. 
 A organização lógica dos dados, da informação e do conhecimento 
identificados na primeira etapa. 
 A conversão ou codificação desses dados, informações e 
conhecimentos de forma a permitir seu processamento informático 
avançado e seu armazenamento digital organizado e seguro, assim 
como a geração e contínua atualização de bancos de dados e 
conhecimentos. 
 A utilização de motores de busca avançados suscetíveis de converter 
as questões e pedidos de informação dos usuários em uma linguagem 
 
 
codificada compatível com a linguagem de codificação utilizada na 
etapa precedente. 
 A identificação dos documentos que contêm os dados, informações e 
conhecimentos pertinentes às questões e solicitações formuladas. 
 A localização imediata desses documentos e o acesso e consulta aos 
mesmos, seja esta física mediante extração do acervo onde foram 
armazenados, ou virtuais por meio de uma cópia digitalizada 
devidamente autenticada e certificada. 
 
De tal modo, é necessária a análise criteriosa e objetiva do conteúdo dos 
documentos para identificar os ponteiros ou pontos de acesso que serão 
utilizados pelas instituições para recuperar e localizar as informações 
específicas. 
 
21 ARQUIVO 
 
A Associação de Arquivistas Brasileiros adota a seguinte definição: 
“Arquivo é o conjunto de documentos que, independentemente da natureza ou 
do suporte, são reunidos por acumulação ao longo das atividades de pessoas 
físicas ou jurídicas, públicas ou privadas”. 
Assim, o conjunto de atas de reuniões da Diretoria, de projetos de 
pesquisa e de relatórios de atividades, mais os conjuntos de prontuários 
médicos, de boletins de notas, de fotografias, entre outros, constituem-se o 
Arquivo de uma Unidade, por exemplo, e devem naturalmente refletir as suas 
atividades. 
 
 
21.1 TIPOS DE ARQUIVO 
 
 ARQUIVO CORRENTE: é o arquivo dinâmico, em que são guardados 
os documentos escolares do ano/série/semestre em curso e de uso 
frequente. 
 ARQUIVO PERMANENTE: é o arquivo em que são guardados os 
documentos escolares de uso esporádico, os quais, em razão de seu 
valor probatório e informativo, deverão ser guardados. 
 
Seguem alguns dos processos do arquivo corrente: 
 Organizar a documentação dos alunos, guardando-a em pastas 
individuais; 
 Identificar as pastas individuais com o nome, curso, ano/série, número 
de ordem, módulo, etapa/modalidade, turma e turno do aluno; 
 Organizar as pastas dos alunos por curso, ano/série, número de 
ordem, etapa/modalidade, turma e turno; 
 Arquivar as pastas individuais em ordem alfabética, ou pelo número 
de chamada, ou de acordo com o sistema adotado pela instituição 
educacional; 
 Arquivar, após o fechamento do ano letivo, as fichas individuais do 
aluno e de transferência ou os relatórios individuais dos alunos nas 
concernentes pastas individuais; 
 Remanejar, no início do ano letivo, as pastas individuais dos alunos 
que permaneceram na instituição educacional, após a definição do 
ano/série, módulo, etapa/modalidade, turma e turno em que eles 
estudarão. 
 
Documentos obrigatórios nas pastas individuais dos alunos no arquivo 
corrente: 
 
 Ficha de matrícula escolar; 
 
 
 Históricoescolar com o qual o aluno se matriculou: 
 Ficha individual do aluno e de transferência ou relatório individual do 
aluno; 
 De aluno recebido por transferência no decorrer do ano letivo; 
 De aluno que teve sua matrícula renovada, documento de 
identificação (cópia): carteira de identidade (para maiores de 16 
anos), ou certidão de nascimento ou de casamento, e/ou carteira de 
estrangeiro; 
 Atestados e laudos médicos, quando for o caso; 
 Outros documentos proeminentes. 
 
O arquivo permanente precisa conter toda a documentação do arquivo 
corrente, após a devida seleção, adicionada da ficha individual do aluno e de 
transferência ou do relatório individual do aluno e da cópia do histórico escolar 
dos alunos transferidos para outra instituição educacional, bem como da cópia 
do diploma ou do certificado, quando for o caso. 
 
21.2 FORMAS DE ARQUIVAR DOCUMENTOS - TÉCNICAS DE 
ARQUIVAMENTO 
Figura 9 
 
 
 
Toda unidade escolar deve ter um arquivo bem instalado, organizado e 
atualizado, de forma a oferecer informações aos seus usuários, com rapidez e 
presteza. 
A unidade escolar deve ter um arquivo ágil e moderno, um arquivo 
exemplar, informatizado, se possível. As tarefas da Secretaria Escolar têm, 
essencialmente, um caráter de registro de documentação, entretanto vivemos 
agora o tempo da velocidade da informação, assim a racionalização e a 
simplificação dos registros e arquivamento de documentos escolares são 
necessárias e urgentes. Do contrário, a unidade escolar estará expondo seu 
nome a justificadas críticas. O responsável direto por tudo isto é o (a) Secretário 
(a) Escolar. 
A respeito das técnicas de arquivamento, elementos básicos de 
arquivamento são a classificação e a codificação. Inicialmente, precisa-se 
considerar o que será arquivado, de forma a beneficiar o maior resultado e 
eficiência do trabalho e a organização interna de uma instituição de ensino. 
Como enfatizado anteriormente todo arquivo tem seu tempo de 
existência, em razão da necessidade de manipulação, utilização, consulta, etc. 
Após esse tempo, deve ser destruído ou incluído no arquivo morto, que por sua 
vez incide em um local onde são guardados os documentos que ainda não 
estejam sendo utilizados no momento, mas podem ser úteis no futuro. 
Os métodos de classificação, normalmente usados em sistemas de 
pastas suspensas ou dentro de pastas (tipo A-Z, com fichário etc.) e caixas, 
principalmente quando há vários documentos ou papéis, são: 
 Método alfabético: normalmente usado em ordem crescente (de A até 
Z), é útil pela facilidade de organização de localização de 
documentos. 
 Arquivamento por assunto: ainda utiliza-se a ordem alfabética, 
contudo sem colocar nomes de pessoas ou de documentos, mas sim 
assuntos referentes a essas pessoas e documentos. 
 Método numérico: em vez de usar letras, como no método anterior, 
usam-se números, geralmente em ordem crescente também. É mais 
 
 
útil em documentos como relatórios paginados e outros documentos 
em que há numeração de código ou páginas. 
 Método eletrônico: programas ou sistemas informatizados geralmente 
não usam papéis e podem usar as formas de classificação acima 
comentadas. Porém, é sempre importante o sistema conter campos 
de busca de dados e opção de cópia de segurança (backup) ou de 
impressão, a fim de impedir a perda de dados ou arquivos. 
 
21.3 CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE DE ARQUIVAMENTO - ESTRUTURA 
 
Algumas medidas de conservação, as quais visam preservar os 
documentos e em consequência as informações geradas pelas unidades 
necessárias ao cumprimento de suas atribuições devem ser observadas durante 
a produção, trâmite e arquivamento corrente e intermediário. 
Recomenda-se: 
 Não dobrar o papel; 
 Não expor documentos à luz solar; 
 Não rabiscar os documentos; 
 Evitar o uso de fita adesiva; 
 Evitar utilizar materiais oxidantes como: (clipes metálicos, grampos), 
em razão das marcas irreversíveis que causam no documento, e 
também os elásticos que podem danificar os documentos; 
 Não perfurar os documentos desnecessariamente; 
 Manter as mãos sempre limpas; 
 Não comer e beber próximo a documentos; 
 Não use saliva para passar páginas de documentos; 
 Tomar cuidado ao transportar documentos; 
 Não apoiar os cotovelos sobre os documentos. 
 
Além dessas recomendações, para que o arquivo possa desempenhar 
suficientemente as suas funções é necessária uma estrutura básica, podendo 
ser composta dos seguintes elementos: 
 
 
 Recursos Humanos; 
 Instalações Físicas; 
 Recursos Materiais. 
 
 Marque o processo que NÃO corresponde ao arquivo corrente: 
 
 Organizar a documentação dos alunos, guardando-a em pastas individuais. 
 Identificar as pastas individuais com o nome, curso, ano/série, número de 
ordem, módulo, etapa/modalidade, turma e turno do aluno. 
 Organizar as pastas dos alunos por curso, ano/série, número de ordem, 
etapa/modalidade, turma e turno. 
 Arquivar as pastas individuais em ordem alfabética, ou pelo número de 
chamada, ou de acordo com o sistema adotado pela instituição educacional. 
 Arquivar, após a abertura do ano letivo, as fichas individuais do aluno e de 
transferência ou os relatórios individuais dos alunos nas concernentes pastas 
individuais. 
 
 
MÓDULO IV 
 
22 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO 
 
Para a boa execução de suas atividades cotidianas, o secretário escolar 
deve: 
 Organizar os arquivos com racionalidade, garantindo a segurança, a 
facilidade de acesso e o sigilo profissional. Ter atualizadas as 
coleções de leis, pareceres, decretos, regulamentos e resoluções, 
bem como as instruções - circulares, portarias, avisos e despachos 
que digam respeito às atividades da escola. 
 Conservar o regimento da escola em local de fácil acesso a toda a 
comunidade escolar. Oferecer visibilidade às concepções 
pedagógicas, às normas e às diretrizes da escola. 
 
 
 Deve-se atender com atenção e educação os alunos, professores e 
pais, em assuntos relacionados com a documentação escolar e outras 
informações pertinentes. Além disso, deve-se elaborar o cronograma 
das atividades da secretaria, torná-lo público e assegurar a 
racionalização do trabalho e sua execução. 
 Ter sob sua guarda e sua responsabilidade livros, documentos, 
materiais e equipamentos da secretaria. 
 Gerenciar os processos de matrícula e de transferência dos alunos. 
 Elaborar a comunicação externa. 
 Examinar e prestar esclarecimentos aos órgãos do sistema de ensino, 
quando necessário. 
 Elaborar instrumentos de controle de gestão que contribuam para a 
melhoria e eficiência dos serviços de escrituração escolar. 
 Anotar e tratar dados estatísticos, analisando-os e interpretando-os 
em tabelas e gráficos. 
 Preparar, respeitando os prazos estabelecidos, os processos de 
legalização da escola. 
 Informar e preencher o censo escolar, zelando pela fidedignidade das 
informações e pelo cumprimento do prazo estabelecido. 
 Elaborar o relatório anual de atividades da instituição. 
 Receber, conferir, armazenar e distribuir material permanente e de 
consumo. 
 Lavrar atas de resultados finais e de outros processos de avaliação. 
 
Para oferecer os serviços com qualidade, há de se capacitar os 
responsáveis pelo setor, tornando-os capazes e corresponsáveis para realizar 
registros na documentação geral da escola e do aluno, de forma legível, sem 
rasuras, falsificações e incorreções, assegurando assim a confiabilidade dos 
documentos. 
Analisam-se rasuras: riscos ou curetagens sobre a escrita ou sobre os 
dados de escrituração escolar. 
 
 
Consideram-se incorreções: desacordo entre nomes, datas e locais 
lançados nos documentos escolares, abreviação de nomes e lançamento de 
frequência e notas equivocadas. 
Consideram-se falsificações: adulteração de dados escolares. 
Importante! 
 Transcrição fiel do documento original- Documento legível sem 
rasuras e incorreções. 
 Espaços não preenchidos dos documentos escolares devem ser 
encerrados com um traço para evitar falsificações. 
 Espaços destinados às observações - devem ser registradas as 
informações mais significativas, não previstas no formulário. 
 Documentos oficiais da escola serão assinados pelo diretor e 
secretário habilitados para a função, com os respectivos carimbos. 
 Responsabilidade e competência na assinatura do documento 
escolar. 
 Manter cópia do documento expedido. 
 Manter livro de controle para entrega de documentos. 
 Documentos pessoais originais não devem ser retidos na escola. 
 
Para funcionar, as escolas devem ter seus cursos autorizados, ou 
credenciados. Sem a regularização, o trabalho escolar fica sem legalidade e os 
documentos escolares sem valor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22.1 ORGANIZAÇÃO DA MESA 
 
Figura 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há momentos em que a quantidade de coisas acumuladas na mesa de 
trabalho começa a incomodar, causando estresse e transtornos. Uma vez que 
pode ocorrer de não conseguirmos encontrar algo que precisamos 
imediatamente, de tal modo perdemos tempo e produtividade. 
Com todo o tempo perdido na procura de algo específico seria possível 
organizar a bagunça. Assim, é importante entender que a bagunça é um 
problema. 
 
 Seguem algumas dicas1... 
 
 Estabeleça um critério 
 
Organização exige um processo predeterminado. O jeito mais fácil de 
começar é separar aquilo que não vai mais ficar na sua mesa: os materiais que 
vão para o lixo, para doação ou que serão mudados de lugar (voltam para o 
arquivo do escritório ou ficarão na sua casa). 
 
 
Os objetos que ficam também precisam ser categorizados. Materiais 
usados com frequência, por exemplo, devem ter fácil acesso. Outros objetos 
podem ser guardados nas gavetas. Lembre-se de categorizar e nomear cada 
gaveta. 
A primeira gaveta pode, por exemplo, servir para materiais de papelaria 
(canetas, borrachas, grampeador etc.). A segunda, para pastas com documentos 
categorizados e assim por diante. A divisão clara de funções para cada espaço 
na sua mesa serve para que você saiba exatamente onde encontrar (e guardar) 
cada coisa, além de manter a mesa organizada por mais tempo. 
 
 Esqueça os post-its 
Fáceis, sempre à mão e perigosamente viciantes, os post-its podem ser 
uma armadilha para a organização, muitas vezes, enganam com a ilusão de 
praticidade, todavia podem lotar as mesas e monitores com os papéis grudentos. 
 
 Acostume-se a se livrar das coisas 
O problema não é a mesa estar repleta de papéis e projetos. O problema 
é ela estar cheia de materiais de projetos antigos (que devem ser arquivados) ou 
de projetos futuros (que devem estar em uma gaveta específica). 
 
22.2 MANUTENÇÃO DA ORDEM 
 
A melhor forma de manter a ordem é organizar os papéis e documentos, 
classificando por assuntos. Deve-se manter a mesa com a menor quantidade de 
papéis possível, colocando as coisas no lugar. 
Utilize uma gaveta, a qual pode servir de suporte para que você coloque 
todos os trabalhos que precisam ser cumpridos. Organizando dessa maneira, 
você saberá onde os objetos estão. 
 
 
 
 
 
22.3 LIMPEZA DO ESPAÇO 
 
Confira se cada objeto que está em sua mesa de trabalho tem utilidade 
e descarte tudo aquilo que não pertence ao trabalho. 
Outra dica é deixar afastados os arquivos, livros ou revistas que você 
não consulta há meses. Entretanto, o bom senso prevalece quanto aos objetos 
pessoais, que, muitas vezes, podem ser importantes para a motivação 
profissional. 
 
22.4 EVITANDO DESPERDÍCIO – SUSTENTABILIDADE 
 
As últimas décadas têm sido um período de reflexão em nível 
internacional sobre o meio ambiente. “Se quisermos progredir não devemos 
repetir a história, contudo fazer uma nova história. Devemos ser a transformação 
que nós queremos do mundo”. Estas sábias palavras de Mahatma Gandhi nos 
fazem refletir sobre nosso atual estilo de vida e a forte necessidade de 
mudanças. 
 
Novas oportunidades de trabalho vêm surgindo para o profissional 
preocupado com seu treinamento e desenvolvimento contínuo e sua nova 
responsabilidade na sociedade, enquanto se fecha o caminho para os 
profissionais cumpridores de ordens, passivos, mero executores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 
 
 
Mesmo com todo o empenho de alguns, o conceito de sustentabilidade 
e a preocupação com o meio ambiente parece pouco compreendido. Se por um 
lado a maior parte das pessoas ignora condutas simples que poderiam gerar 
consideráveis melhoras, por outro as próprias organizações estão demorando 
muito a compreender o grau de importância da mesma, inclusive, como 
diferencial competitivo. 
Os profissionais de secretariado, que estão mais próximos aos centros 
decisórios das instituições, admitem a importância da responsabilidade social 
incorporadas aos mercados, onde é valorizada hoje a transparência com os 
funcionários, mídia, setores não governamentais, meio ambiente e também com 
as comunidades com que operam. 
Ao secretariar e conhecer os negócios que gerarão lucros para as 
instituições, é importante pesquisar e ter dados, tendo uma ação politicamente 
ecológica, para assim “convencer”, “dialogar”, “palpitar” para que a instituição 
seja socialmente responsável. 
Entre os vários exemplos que demonstram a direção para um mundo 
mais sustentável, em que prevaleça um estilo de vida focado na preservação da 
vida humana e do ecossistema, a reciclagem é um meio de iniciar o “fazer 
acontecer” a visão mais concisa de responsabilidade ambiental. 
 
 
 
Embalagens de alimentos, caixas de leite longa-vida, garrafas plásticas, 
latinhas de refrigerante, restos de comida, baterias de celular e jornais velhos. 
No final do dia, tudo o que é descartado, de tudo que é jogado diariamente no 
lixo, pelo menos 35% poderiam ser reciclados ou reutilizados, e outros 35% 
poderiam se transformar em adubo orgânico. Muitos materiais podem ser 
reaproveitados ou reciclados, diminuindo, assim, as enormes montanhas 
formadas nos lixões da cidade e, consequentemente, a degradação do meio 
ambiente. 
Para ser mais eficiente a reciclagem, os resíduos não podem estar 
misturados, nem sujos. Do papel devem-se retirar os grampos, fitas adesivas, 
plásticos e outros. Das embalagens de vidro, plástico ou metal devem-se retirar 
os rótulos, tampas, gargalos ou rolhas, e lavá-las. Devem espalmar-se as 
embalagens (compactar). 
Além disso, é importante definir que destino o material reciclável tomará 
depois de selecionado, é outra atitude imprescindível. Em geral, eles podem ser 
doados ou comercializados. Seja qual for a decisão, o mais sensato é procurar 
conhecer bem o mercado de recicláveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS... 
 
 Toda embalagem reciclável, antes de ser jogada no lixo seletivo, deve ser lavada para 
não atrair insetos, nem ficar com cheiro forte, enquanto estiver armazenada no prédio; 
 Para tirar o grosso da sujeira das embalagens aproveite a água servida da pia da 
cozinha. Isso também é comportamento ecológico, porque a água é um recurso cada 
vez mais escasso; 
 A compra de lixeiras especiais é dispensável, pelo menos no momento inicial; 
 Os restos de alimentos também podem ser reciclados. Com poucos recursos é possível 
transformá-los em adubo; 
 Não jogue as baterias de celular no lixo comum. As empresas produtoras já estão se 
responsabilizando pelo recolhimento; 
 As pilhas usadas, embora tenham substâncias tóxicas, infelizmente ainda não têm um 
destino adequado. Por enquanto, têm de ser jogadas no lixo comum. Evite acumulá-las 
para não haver contaminação; 
 Não separe o lixo sem ter planejado primeiro para onde mandar. 
 
 
 
 
 
A respeito da eficiência da reciclagem, os resíduos não podem estar misturados, nem sujos, 
assinale o procedimentoINCORRETO: 
Do papel devem-se retirar os grampos, fitas adesivas, plásticos e outros. 
Das embalagens de vidro, plástico ou metal devem-se retirar os rótulos, tampas, gargalos ou 
rolhas, e lavá-las. 
Devem deixar as embalagens intactas sem espalmar ou amassá-las. 
Toda embalagem reciclável, antes de ser jogada no lixo seletivo, deve ser lavada para não atrair 
insetos, nem ficar com cheiro forte, enquanto estiver armazenada no prédio. 
Para tirar o grosso da sujeira das embalagens aproveite a água servida da pia da cozinha. Isso 
também é comportamento ecológico, porque a água é um recurso cada vez mais escasso. 
 
 
23 O ATENDIMENTO NA SECRETARIA ESCOLAR 
 
O atendimento com qualidade forma respostas de qualidade dos 
clientes. Uma vez bem atendidos, os pais e alunos vão aprendendo a colaborar 
para a manutenção desse ambiente saudável de respeito, cortesia e 
organização, sentem-se motivados a participar da escola e, assim, contentes em 
fazer parte de uma instituição em que as pessoas são ouvidas, respeitadas e 
bem orientadas. 
O bom atendimento acrescenta um valor precioso ao serviço oferecido 
às pessoas porque as relações eficazes com as pessoas que atendemos, 
incorporadas à qualidade, fortalecem a opinião pública adepta à instituição. Uma 
vez que nossa finalidade escolar é preparar para a vida, o atendimento deve 
também estar cultivado à vida, às nossas origens, cultura e teorias 
contemporâneas. 
 
 
 
 
 
 
23.1 PRINCÍPIOS DE UM BOM ATENDIMENTO 
 
Os princípios de atendimento, os quais são dispensados às pessoas, 
estão relacionados à postura do funcionário em si, com as suas atitudes e o seu 
modo de agir com os alunos, pais, professores, etc. Assim sendo, está ligado às 
condições individuais. De tal modo, é necessário estabelecer nas políticas das 
instituições, o treinamento, a definição de um padrão de atendimento e de um 
perfil básico para o profissional de atendimento, como forma de avançar 
satisfatoriamente as relações entre a comunidade escolar em geral. 
 
23.2 POSTURAS PROFISSIONAIS 
 
Figura 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Atuar corretamente, hoje, não é só uma questão de consciência. É 
um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira longa e 
respeitada. Essa prática está relacionada aos comportamentos humanos, já que 
o profissional de Secretariado precisa ter uma postura adequada para conviver 
na organização. A competência humana é pessoal, cada um tem sua própria 
personalidade. E atualmente, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em 
 
 
relação às questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu 
fracasso. 
Assim, a ética deve ser incorporada e entendida como um conjunto de 
princípios básicos que visa a disciplinar e regular o costume, a moral e a conduta 
das pessoas. Analisar a ética no mundo atual, inserida em todas as instituições 
que compõem a sociedade, se tornou um dos assuntos mais urgentes, visto que 
essa exerce fundamental importância para o equilíbrio da sociedade e para a 
manutenção de relacionamentos interpessoais. Cada cidadão deve ter ações e 
atitudes éticas na sua atividade profissional, pois cada indivíduo é responsável 
por contribuir positivamente para a construção de uma sociedade dentro dos 
princípios éticos. 
Para orientar os profissionais a agir dentro da ética existe um conjunto 
de deveres e regras a que chamamos de ética profissional, que é regido por um 
código de ética da profissão. Nesse sentido, analisar a profissão de Secretariado 
dentro desse mesmo cenário, também se torna importante. De acordo com 
Medeiros e Hernandes (1999), pode-se definir ética profissional como o conjunto 
de princípios que regem a conduta funcional dentro da profissão. Alguns destes 
princípios aparecem praticamente em todas as profissões, como: 
 Honestidade no trabalho; 
 Lealdade para com a organização; 
 Formação de uma consciência profissional; 
 Execução do trabalho nos mais alto nível de rendimento; 
 Respeito à dignidade da pessoa humana; 
 Segredo profissional; 
 Discrição no exercício da profissão; 
 Prestação de contas ao superior imediato; 
 Observação das normas administrativas da organização; 
 Tratamento cortês e respeitoso a superiores, colegas e subordinados 
hierárquicos; 
 Apoio a esforços para aperfeiçoamento da profissão. 
 
Consideram-se faltas contra a dignidade do trabalho: 
 
 
 Utilizar informação e influências obtidas na posição para conseguir 
vantagens pessoais; 
 Ter conduta egoísta na transmissão de experiências e 
conhecimentos; 
 Não prestar ajuda aos companheiros; 
 Fazer publicações indecorosas e inexatas. 
 
Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar 
os outros. É ser altruísta, é estar tranquilo com a consciência pessoal. É também 
agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade. 
 
O profissional Secretário ocupa posição de assessoria dentro de uma 
instituição e, consequentemente, está em contato permanente com todo tipo de 
informação empresarial. O mesmo exerce uma função delicada, tendo acesso a 
informações sigilosas, às vezes, lidando com um número grande de pessoas, 
cada uma com personalidades e temperamentos diferentes. 
Assim sendo, o profissional deve ter sólidos princípios éticos, pois está 
exposto, a todo o momento, a situações que o levam a cometer deslizes éticos 
em função de eventuais pressões internas e externas inerentes ao seu mundo 
de trabalho. No contexto das profissões também não é diferente. Os 
profissionais, muitas vezes, agem para obterem lucros, status e se esquecem do 
caráter social e ético de suas profissões. 
Assumir total responsabilidade por tudo que faz e sentir-se responsável 
pelas ações coletivas são traços que marcam a nova conduta. Ética nas relações 
de trabalho prevê uma relação saudável entre capital e trabalho. Envolve um 
compartilhar coletivo pelo sucesso e pelos erros. Pressupõe um participar 
holístico e uma realização pessoal e profissional. 
Dentro dessa concepção, cada indivíduo, durante as experiências de 
sua vida, passa por um processo de autoconhecimento, imprescindível para que 
esse possa saber quais são suas necessidades, suas tendências e inclinações. 
Assim, o homem passa a dirigir sua conduta, a fim de alcançar suas 
 
 
necessidades pessoais. Somente com esse processo o homem atinge a sua 
felicidade. 
Há profissionais que dizem que ética é estar de acordo com os padrões 
de uma profissão, de um grupo ou empresa. No entanto, a existência de um 
Código de Ética e as promessas de cumprimento deste Código não representa 
necessariamente uma tomada de consciência, quer seja profissional, grupal ou 
mesmo empresarial. 
 
24 A COMUNICAÇÃO E O SEU PROCESSO 
 
Figura 13 
 
 
A comunicação é frequentemente definida como a troca de informações 
entre um transmissor e um receptor, e a inferência (percepção) do significado 
entre os indivíduos envolvidos. 
O processo de comunicação ocorre quando o emissor (ou codificador) 
emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou decodificador), por um canal 
(ou meio). O receptor interpretará a mensagem que pode ter chegado até ele 
 
 
com algum tipo de barreira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o 
feedback ou resposta, completando o processo de comunicação. 
A palavra comunicar vem do latim comunicare com significado de pôr em 
comum. É a forma que encontramos para expressar nossos sentimentos, ideias 
e ações. Para que se estabeleça o processo de comunicação é necessária a 
existência de elementos básicos. 
Toda comunicação humana tem uma fonte: uma pessoa ou um grupo de 
pessoas com um objetivo. Estabelecida uma origem, com ideias, necessidades, 
intenções, informações e um objetivo a comunicar, torna-se necessário o 
segundo elemento. O objetivo da fonte tem de ser expresso em forma de 
mensagem. Na comunicação humana, a mensagempode ser transmitida por 
meio de símbolos, tais como palavras, escritas, desenhos e assim por diante, ou 
a troca de comportamentos, tais como gestos, constato visual, linguagem 
corporal e outros atos não verbais. Em muitos casos estão presentes os dois, 
tanto os símbolos quanto os comportamentos. A chave é o entendimento desses 
símbolos e comportamentos. 
Os objetivos da fonte são traduzidos em um código por meio do terceiro 
elemento, o codificador, responsável por pegar as ideias da fonte e pô-las num 
código, exprimindo o objetivo da fonte em forma de mensagem. Na comunicação 
de pessoa para pessoa, a função codificadora é executada pelas habilidades 
motoras da fonte, seu mecanismo vocal (que produz a palavra oral, gritos, notas 
musicais etc.), o sistema muscular da mão (que produz a palavra escrita, 
desenhos etc.), os sistemas musculares de outras partes do corpo (que 
produzem os gestos da face e dos braços, a postura etc.). 
Quando falamos sobre situações de comunicação mais complexas, é 
comum separarmos a fonte do codificador. Por exemplo, podemos considerar 
um gerente de vendas como fonte e os vendedores como codificadores, pessoas 
que produzem mensagens para o consumidor, traduzindo as intenções ou 
objetivos do gerente. 
O quarto elemento é o canal. O canal é o intermediário, o condutor de 
mensagens. A escolha dos canais é muitas vezes fator importante para a eficácia 
da comunicação. 
 
 
O quinto elemento é o recebedor, o alvo da comunicação. Se falarmos, 
alguém deve ouvir, quando escrevemos, alguém deve ler. Para haver 
comunicação, deve haver alguém na outra ponta do canal. 
Temos agora todos os elementos da comunicação, exceto um. Assim 
como a fonte precisa do codificador para traduzir seu objetivo em forma de 
mensagens, para expressar seu objetivo em um código, o receptor precisa do 
decodificador para decifrar a mensagem e pô-la em forma que possa usar. 
Para a comunicação atingir os objetivos, devemos considerar alguns 
cuidados; com eles diminuímos o risco de estabelecer ruídos ou barreiras à 
comunicação. 
 
24.1 PARA TRANSMISSÃO 
 
 Seja o mais objetivo possível. 
 Tenha paciência. Fale pausadamente. Observe o ritmo do outro e siga-o; 
 Estude primeiro o que vai falar. Vigie para ter um objetivo claro. 
 Procure adaptar sua linguagem a da pessoa. Não use palavras difíceis, 
gírias ou palavras típicas de regiões que possam prejudicar a 
comunicação. 
 Observe a linguagem verbal e a não verbal. Os gestos, as expressões 
faciais, a postura, são fundamentais para nós. 
 
24.2 PARA RECEPÇÃO 
 
 Esteja sempre presente na situação, não "voe", não se distraia. 
 Não pense na resposta antes do outro terminar a mensagem. Escute, 
reflita e depois exponha o seu ponto de vista. 
 Anote pontos básicos se necessário. 
 Evite expressar não verbalmente cansaço, desinteresse ou falta de 
atenção. 
 
 
 Respeite as colocações do outro. Mesmo que discorde, mostre que aceita 
o pensamento dele. Não somos donos da verdade. 
 
 
25 COMUNICAÇÃO - VERBAL E CORPORAL 
 
A escola institui uma organização de processos humanos que exige o 
bom uso da linguagem verbal e não verbal, entre educadores, pais e alunos. 
Essas formas de comunicação podem contribuir efetivamente para 
enfrentamento e superação de conflitos e dilemas educacionais. 
No cotidiano escolar é necessário evitar equívocos, saber como os fatos 
e as interferências acontecem; ter os devidos cuidados no atendimento 
telefônico: cordialidade, clareza e informações atualizadas; ter cuidado com 
nossa postura de ternura e firmeza na fala e nas interferências, bem como o zelo 
com nossa apresentação pessoal. 
Por mais que educadores, alunos e pais em diferentes instâncias reajam 
a um encaminhamento mais firme quanto ao cumprimento de regras e 
orientações internas, é importante passar pelos conflitos e pelo atendimento de 
clientes considerados difíceis, que de outra forma esperam que a escola se 
posicione e aja conforme os princípios que escolheu como norteadores de sua 
ação pedagógica. 
 
26 ETIQUETA E NETIQUETA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 
 
 
26.1 ETIQUETA 
 
Conceitua-se etiqueta como um conjunto de normas e procedimentos, 
características da boa educação, polidez, cortesia e hospitalidade no 
relacionamento entre pessoas ou grupos por ocasião de solenidades, eventos 
sociais ou mesmo no cotidiano. 
As normas e procedimentos, polidez, hospitalidade no relacionamento 
entre pessoas ou grupos por ocasião de solenidade, eventos sociais ou mesmo 
no cotidiano são características da boa educação. 
Constitui-se também no conjunto harmonioso de boas maneiras, bons 
costumes (cultura), atitudes, gestos (linguagem do corpo), fisionomia, traje, 
palavras e voz com o objetivo de melhorar a facilitar as relações humanas. 
Em diferentes áreas, para a abordagem da etiqueta profissional, é 
preciso ter uma visão filosófica das relações dentro da empresa, desta com 
outras e com o consumidor. Em um mundo altamente competitivo, a população 
de uma empresa deve constituir-se de pessoas bem educadas. Não somente os 
executivos que ocupam elevados cargos, mas também os funcionários mais 
 
 
simples – igualmente importantes – precisam desenvolver o trato agradável que 
propicia o bom desempenho da organização em níveis interno e externo. 
A análise da cultura de uma empresa\instituição, a natureza dos 
negócios a que se propõe o produto que vende, o tipo de profissionais que nela 
atuam e seu público determinam o perfil de seus funcionários no que refere à 
aparência. 
Na própria informalidade, que impera em muitas empresas mais 
recentes, a hierarquia e a autoridade devem ser respeitadas. Fundamental na 
adoção dos critérios para as relações no trabalho é o bom senso, aliado às boas 
maneiras que preservam a liberdade pessoal. 
Para o(a) profissional(a), na conquista de metas de um planejamento de 
trabalho, o tempo é um fator preponderante; e saber aproveitá-lo, equilibrando 
não só os compromissos profissionais com a vida familiar e o lazer contribuem 
para um desempenho profissional sem estresse. 
Na comunicação e delegação das funções implícitas na profissão, as 
boas maneiras ajudam muito, propiciando que o relacionamento flua melhor 
entre chefes e liderados. Em uma empresa de prestação de serviços, a 
cordialidade com os clientes apenas será exercida se ela tornar-se um hábito, 
pois aquele que em casa é mal educado dificilmente mantém boas maneiras no 
ambiente profissional. 
Hoje, boas maneiras não são foco apenas de diplomatas apegados a 
protocolo nem de socialites que só desejam estar em evidência nas colunas 
sociais. As grandes corporações são as maiores clientes das consultorias de 
etiqueta profissional. Os profissionais que nela atuam, na maioria das vezes, são 
portadores de diplomas de MBA e de universidades estrangeiras, possuidores 
de elevado conhecimento técnico, mas encontram enormes dificuldades quando 
saem da frente de seus computadores e precisam relacionar-se com o mundo. 
Ficam claros os erros que comentem, e estes se tornam visíveis na 
aparência pessoal, nos modos, na forma de dar apertos de mãos, nas trocas de 
cartões de visita, na conduta em elevadores e nas mesas de restaurantes, sem 
falar durante o uso do celular. 
 
 
As pessoas, por não dominarem a etiqueta profissional, na maioria das 
vezes, não se dão conta das gafes que cometem, mas estas denunciam sua falta 
de traquejo e refinamento, fatores que prejudicam sua carreira e complicam a 
imagem da empresa onde trabalham. 
O mundo de hoje é dos positivos, daqueles que fazem, dos proativos, 
dos que têm vontade de aprender e tornarem-se mais e melhores. Essas 
pessoas certamente não dispensarão a etiqueta como poderosa aliada em sua 
trajetória rumo ao sucesso. 
Na dinâmica do mundo dos negócios, a etiqueta integra-se ao exercício 
da ética profissional que deveestar presente em todos os níveis e funções. É o 
que explica sua inclusão nos treinamentos de pessoal e o êxito dos livros sobre 
etiqueta profissional nas estantes das livrarias, lado a lado com os títulos sobre 
economia e administração de empresas. 
As palavras ética e etiqueta são derivadas do grego ethos, que significa 
comportamento. Sua diferença encontra-se no nível de ação. A ética refere-se à 
conduta do ponto de vista do bem e do mal, tratando dos atos morais por meio 
de manifestações da consciência. Ela é o referencial para o indivíduo agir 
corretamente em relação a si mesmo e ao próximo. 
A segurança, o equilíbrio emocional e a lealdade deverão ser fatores que 
apoiem as ações de todas as pessoas em todos os minutos de seu trabalho. As 
primeiras ações éticas estruturam-se no homem desde o berço e enriquecem-se 
a cada dia que passa no ato de conviver com outras pessoas. 
De qualquer forma, a ética profissional é indispensável, pois na ação 
humana o pensar, o fazer e o agir estão interligados. O primeiro tem relação com 
a reflexão; o segundo, com a eficiência e a competência; e o terceiro, com sua 
conduta profissional, com suas atitudes no desempenho da função. 
O compromisso ou a responsabilidade de qualquer profissional pode ser 
o resultado de seu processo de amadurecimento como ser responsável e 
consciente de seus deveres e obrigações como pessoa. 
É importante que esse compromisso ético faça parte da maneira de o 
profissional agir e pensar, para que suas ações estejam em conformidade com 
 
 
aquilo que as pessoas e a sociedade esperam de quem exerce atividades com 
o público. 
E a etiqueta, por sua vez, refere-se principalmente ao protocolo e 
cerimonial a ser seguido em eventos sociais e profissionais, com a participação 
de autoridades, muitas vezes ocupando lugares de destaque e de pessoas 
comuns, participando de uma cerimônia ou outros acontecimentos sociais e 
profissionais. Também é empregada no nosso dia a dia em toda e qualquer 
situação. Descuidar, então, do asseio pessoal é ferir com as condutas de boas 
maneiras e falta de consideração devida ao próximo. Ter etiqueta e boas 
maneiras significa praticar a cortesia. 
 
 
De acordo com Medeiros e Hernandes (1999), pode-se definir ética profissional como o conjunto 
de princípios que regem a conduta funcional dentro da profissão. Alguns destes princípios 
aparecem praticamente em todas as profissões, EXCETO: 
Formação de uma consciência profissional. 
Execução do trabalho no mais alto nível de rendimento. 
Respeito à dignidade da pessoa humana. 
Segredo profissional. 
Indiscrição no exercício da profissão. 
 
 
26.2 NETIQUETA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 
 
 
 
A Netiqueta define todo o tipo de comportamento de um usuário dentro 
da Internet, nomeadamente na comunicação virtual, e, por conseguinte, também, 
dentro de uma rede de Internet Relay Chat (IRC). 
Para sermos bem recebidos no ambiente virtual em que desejamos 
circular, convém respeitar os seguintes itens3: 
 
 Não gritar (gritar é escrever em maiúsculas, usando o CAPS LOCK). 
 Respeitar para ser respeitado. 
 Tratar os outros como gostamos que nos tratem. 
 Ficar um tempo a observar a conversa do(s) canais, caso seja um newbie 
nas salas de Chat, IRC e afins. 
 Usar os Smiles ou Emoticons para evitar mal-entendidos. 
 Evitar, nos canais, comentários sobre sexo, religião e política, a menos 
que estes sejam os assuntos em discussão. 
 Evitar também escrever em caixa alta, a não ser que pretenda ressaltar 
as suas palavras ou opiniões. 
 Não expulsar alguém da conversa, por inconveniência, (com exceção dos 
crackers...). Usar a força das ideias lembrando-se que ser democrata é 
dar a palavra a quem tem opiniões divergentes das nossas. 
 
3 FONTE: Disponível em: <http://comunicacaovirtual.no.sapo.pt/netiqueta.htm>. Acesso em: 20 
out. 2012. 
 
 
 Não responder de forma grosseira, mesmo que usem de grosseria 
conosco. Enfim, pessoas inteligentes privilegiam os argumentos contra a 
falta deles. Porém, quando a pessoa não merecer a nossa atenção por 
falta de modos, devemos simplesmente ignorá-la ou colocá-la na "Ignore 
List". 
 Apesar de estarmos em um ambiente virtual, não somos obrigados a 
suportar má educação ou grosseria. 
 Devemos nos lembrar de que o e-mail é um meio rápido de trocar 
mensagens, em que brevidade e objetividade são fundamentais. Para tal 
é bom não enviarmos ficheiros em anexo sem autorização prévia do 
destinatário. Devemos ainda certificar-se de que eles não serão nem 
demorados para se receber, nem complicados para se visualizar, isto é, 
que não requeiram um aplicativo de uso pouco disseminado. 
 Mais importante ainda: No caso de enviar algum aplicativo do tipo 
executável (.exe) ou gerado por editores de texto, tipo word e excel, é 
conveniente verificar se esse arquivo está livre de vírus e afins. No caso 
de dúvida ou se não puder testar o arquivo com um antivírus atualizado, 
é melhor não enviar. 
 
27 ATENDIMENTO TELEFÔNICO 
 
Para apresentar uma comunicação eficiente, seja nos modelos 
presencial, telefônico ou virtual é imprescindível explorar os elementos que 
facilitam comunicação: 
 Disposição para ouvir; 
 Linguagem comum; 
 Conhecimentos comuns; 
 Interesses comuns ou compreendidos; 
 Valores comuns ou compreendidos. 
 
Evitar três problemas comuns: 
 
 
 
 Participantes não estão falando; 
 Participantes não estão ouvindo; 
 Ruídos internos e externos. 
 
Uma falha que compromete o trabalho cotidiano realizado pelo 
secretariado relaciona-se ao atendimento telefônico, que é importante no 
relacionamento com o cliente e faz parte da imagem da empresa. Por essa 
razão, é necessário que o profissional tenha em mente que trabalhar em uma 
determinada empresa/instituição solicita “vestir a camisa”, expressão esta 
bastante comum, que se refere ao fato de o profissional representar a instituição, 
procurando atender ao cliente da melhor forma possível. 
 
27.1 TIPOS DE ATENDIMENTO - CLIENTES INTERNOS E EXTERNOS 
 
A atenção das organizações não está somente voltada para a produção. 
A qualidade do serviço não atinge somente produtos, mas sim as relações com 
os clientes. Essa relação de parceria irá manter a organização competitiva no 
ramo. Maiores ganhos serão obtidos quando as necessidades dos clientes, 
internos e externos, forem atendidas. O profissional de Secretariado que está 
inserido nesse processo é componente fundamental, precisa conhecer os 
objetivos da organização, missão de cada departamento para desenvolver esta 
atividade com eficácia, tanto em relação ao cliente interno quanto aos clientes 
externos da organização. 
Quanto aos clientes internos, a postura do profissional de secretariado 
deve ser de facilitador e intermediador das ações para a realização de atividades. 
O profissional de Secretaria Escolar tem a responsabilidade de assessorar e dar 
suporte para a equipe com quem trabalha. O atendimento não é só a 
comunicação e recepção, mas sim a execução de atividades com eficácia. Para 
garantir a eficácia e o resultado, o profissional deve identificar as expectativas e 
 
 
as necessidades da equipe, analisar a viabilidade de execução, executar as 
atividades, garantindo a satisfação do solicitante. 
Já os clientes externos são todos aqueles que têm algum relacionamento 
com a organização, mas não fazem parte do contexto organizacional. Os clientes 
externos merecem um tratamento formal, pois são profissionais que têm o 
mesmo objetivo dos clientes internos, porém interesses diferenciados. 
 
28 O APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL 
 
A alma de uma empresa/instituição é formada por pessoas, ideias e 
objetivos claros e definidos. Para que os indivíduos possam buscar seus 
objetivos pessoais e profissionais é fundamental que todos tenham boas 
capacidadesde relacionamento. A empresa espera que o profissional seja ético, 
honesto, que tenha espírito de equipe. 
Não podemos, de maneira alguma, achar que “altamente qualificado” 
significa apenas o domínio dos conhecimentos técnicos ligados à sua profissão. 
Nesse contexto, observa-se que o trabalhador deverá buscar qualificação por 
meio de cursos e palestras, mantendo-se atualizado. 
 
28.1 NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO 
 
É notório que estudo e aperfeiçoamento contínuos são fundamentais, 
porém de forma organizada e, principalmente, planejada. O foco deve estar na 
aplicação dos conhecimentos adquiridos, jamais no conhecimento por si só. 
Nunca se esqueça dos seguintes princípios básicos: definição de prioridades e 
foco na aplicação dos conhecimentos. 
Tudo leva a um caminho que exige atualização constante e rápida para 
atender às necessidades das empresas. Uma exigência cada vez mais invariável 
do mercado atual é a busca de profissionais realmente competentes, atualizados 
e preparados para atuar nas organizações. Porém, só estar qualificado não 
basta, é necessário oportunidades para demonstrar suas habilidades. 
 
 
Um novo setor está surgindo, constituído por uma elite de 
empreendedores, cientistas, técnicos, programadores de computador, 
profissionais, educadores e consultores. Percebe-se que o surgimento de vagas 
nas áreas citadas acima está cada vez maior, por isso tornou-se tão importante 
o conhecimento neste século. 
Porém, é necessário ter conhecimento em diversas áreas para se buscar 
um novo emprego ou manter-se no mesmo. O que se percebeu, durante o tempo 
da evolução, é que um grupo distinto de profissionais irá atuar em diversos 
setores do conhecimento neste século. 
Aquele profissional que trabalhava exclusivamente fechado na sala de 
processamento de dados, sem um contato mais direto com o restante da 
empresa, apenas realizando tarefas estritamente técnicas, não existe mais. Hoje 
a empresa quer um profissional completo, ou seja, um ser humano completo. 
Sendo assim, o profissional de secretariado sentiu necessidade de reavaliar 
suas técnicas, começando a partir daí uma busca constante à qualificação. 
Pode-se observar, ainda, que a busca acelerada por novos 
equipamentos, por tecnologias, está abrindo espaço para as pessoas exercerem 
suas capacidades de criar e demonstrar suas habilidades. O diploma de um 
curso superior já foi garantia de emprego, até meados da década de 70; hoje 
não é mais. Pensar que após o término da faculdade se está livre do estudo é 
simplesmente decretar a morte da carreira profissional. Hoje, precisamos estar 
sempre estudando, sempre nos atualizando. 
Muitas vezes, ficamos assustados com a rapidez com que as mudanças 
acontecem. Já não basta mais sermos especialistas em uma única área: 
Engenharia, Administração, Educação, Direito, etc. Precisamos “entender do 
negócio”, isto é, conhecer todos os aspectos relacionados com o ramo da 
empresa onde trabalhamos, senão, como poderemos aplicar nossos 
conhecimentos em benefício da empresa, ou em outras palavras: gerar 
resultados. 
Nesse contexto, observa-se que o trabalhador deverá buscar 
qualificação, por meio de cursos e palestras, mantendo-se atualizado. Porém, só 
estar qualificado não basta, precisa-se de oportunidades para demonstrar suas 
 
 
habilidades. A constante busca por profissionais qualificados é uma realidade 
atual e cabe ao profissional, de qualquer área, estar preparado e consciente de 
sua atuação, caso contrário estará automaticamente fora das exigências do 
mercado de trabalho. 
 
29 A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM GRUPO 
 
O comportamento humano é complexo e multidimensional. Essa 
complexidade reside, principalmente, no grande número de variáveis envolvidas 
que afetam o comportamento. Essas variáveis podem ser de cunho individual, 
envolvendo: características inatas, as experiências adquiridas ao longo da vida; 
bem como podem ser de cunho ambiental, abrangendo todos os possíveis 
eventos extrínsecos ao indivíduo, tais como grupo social e cultura. 
 
Figura 16 
 
 
O trabalho em grupo é importante para expandir as relações sociais e 
promover o autoconhecimento, pois só pode ser obtido com a ajuda dos outros 
por meio de feedback. Se o indivíduo tem percepção mais acurada de si, então 
pode, também, ter percepção acurada da situação interpessoal. 
 
 
De tal modo, o comportamento das pessoas nos grupos é algo mais do 
que a soma dos comportamentos de cada uma delas. Os grupos diferem um do 
outro, sendo que cada grupo apresenta características que são marcantes de 
acordo com sua atuação e possuem uma personalidade própria, a qual se 
denomina de sintalidade. Ela reflete os valores aprendidos pelos indivíduos que 
compõem o grupo. Quando estão em grupo, os indivíduos agem de maneiras 
diferentes de quando estão sozinhos. 
 
29.1 CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS 
 
a. Grupos Formais – são aqueles definidos pela estrutura da 
organização, com atribuições de trabalho que estabelecem tarefas. O 
comportamento de seus membros é estipulado e dirigido em função das metas 
organizacionais, a saber: 
 
 De Comando: são grupos determinados pelo organograma da 
organização. Em geral incluem um gerente e os colaboradores que se 
reportam diretamente a ele. Ex.: O diretor de um hospital e os seus 
médicos principais formam a mesa administrativa, ou seja, um grupo 
de comando das atividades da organização. 
 De Tarefa: são grupos definidos pela organização e formados por 
pessoas que se juntam para executar tarefas específicas. Contudo, 
não se limitam à área de seu superior hierárquico imediato e podem 
ultrapassar as relações de comando. 
 
b. Grupos Informais – são alianças que não são nem estruturadas 
formalmente nem determinadas pela organização. São formações naturais 
dentro do ambiente de trabalho, que surgem em resposta à necessidade de 
contato social, como: 
 
 
 
 De Interesse: são grupos de pessoas que se juntam para alcançar um 
objetivo comum que atenda aos seus interesses pessoais ou 
similares. 
 De Amizade: são grupos de pessoas que ultrapassam o ambiente de 
trabalho para manter relacionamentos sociais. 
 
Nas organizações, a interação das pessoas acontece em dois níveis 
distintos, porém concomitantes e interdependentes: o nível da tarefa e o nível 
socioemocional. O nível da tarefa compreende atividades visíveis, observáveis, 
acordadas, tanto nos grupos formais de trabalho quanto nos grupos informais. 
Já o nível socioemocional é o responsável por sensações e sentimentos variados 
já existentes ou gerados pela própria convivência no grupo. O nível 
socioemocional é responsável pela manutenção do grupo, por seu crescimento, 
amadurecimento e pela satisfação de cada participante. 
Os níveis de tarefa e socioemocional representam conjuntos de forças 
presentes e atuantes na situação interpessoal e grupal, e que exercem 
permanente influência recíproca. Salientamos que comportamento humano 
individual não serve de base para se extrair conhecimentos e conclusões sobre 
a atuação do grupo, pois, como já vimos anteriormente, as pessoas em grupo 
agem de forma diferente, o que faz com que o grupo assuma uma configuração 
própria que influi nos sentimentos e ações de cada um e desenvolve o seu 
próprio processo. 
 
30 FOCO NO OBJETIVO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL 
 
A necessidade e importância da compreensão do comportamento 
organizacional são assim evidenciadas para uma adequação das exigências 
com atividades e tarefas, organização e equipe. Não é nas universidades que se 
aprende as funções de educador ou de gestor de pessoas, é absolutamente 
fundamental gostar de pessoas, amá-las, respeitá-las, estar motivado em 
contribuir para a realização e felicidade delas. 
 
 
O profissional em secretariado, dentro de suas inúmeras atribuições, traz 
consigo características fundamentais para o ensino, como: saber ouvir, perceber 
ambientes,comunicar-se adequadamente com diferentes pessoas, transferir 
conhecimentos, mas principalmente ser profissional independentemente da 
situação vivida. 
Esse profissional deve ser passível de compreender que educar é 
construir. É induzir à reflexão, ao pensar. É relacionar o processo educativo com 
a cultura, destacando os valores mais profundos do homem. O profissional 
educador pode transformar as pessoas por meio do seu próprio 
comportamento, uma vez que os seres humanos aprendem (e muito) por 
imitação; processos de comunicação; tomada de decisão; solução de 
problemas, e, por extensão, pode influenciar as atitudes e comportamentos de 
todos os integrantes da organização. 
Portanto, visualizar a educação como um momento do processo de 
humanização é projetar no ato de educar toda perspectiva com relação à 
formação de um profissional mais humano, digno, preocupado e focado com o 
que o circunda na instituição em que atua. 
 
De tal modo, é de fundamental importância cultivar a educação como 
mola propulsora do desenvolvimento da consciência crítica e das 
potencialidades humanas e cultivar o trabalho não como produtor de alienação, 
mas sim como fonte de prazer e de significação para o homem. 
De um modo geral, a habilidade de gerar aprendizagens eficazes de 
outras pessoas, ou seja, ensinar, também depende do hábito de aprender de 
uma forma organizada. Assim, do ponto de vista do secretário no papel de 
educador, esse aprendizado mais cognitivo poderá ser gerado deliberadamente 
com mais facilidade se resgatar no aprendiz suas referências e conhecimentos 
anteriores, para que possa apresentar-lhe o novo de maneira que se adapte 
naturalmente a seu modelo ou concepção do mundo realidade. 
 
 
 
 
 
Para a comunicação atingir os objetivos, diminuindo o risco de estabelecer ruídos ou barreiras à 
comunicação devemos considerar alguns cuidados para transmissão, EXCETO: 
Seja o mais objetivo possível. 
Tenha paciência, mas fale rapidamente sem preocupar-se com o ritmo do outro. 
Estude primeiro o que vai falar. Cuide para ter um objetivo claro. 
Procure adaptar sua linguagem a da pessoa. Não use palavras difíceis, gírias ou palavras típicas 
de regiões que possam prejudicar a comunicação. 
Observe a linguagem verbal e a não verbal. Os gestos, as expressões faciais e a postura são 
fundamentais para nós. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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