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Apostila Nutricao Obstetricia pdf

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Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
Instituto de Pesquisa, Ensino e Gestão em Saúde - IPGS 
Programa de Educação Continuada à Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à prática clínica 
 
Prof
a
 Karina dos Santos 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maio de 2018 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
 
A alimentação e o estado nutricional no período reprodutivo feminino impactam 
expressivamente no perfil de saúde da mulher e de seus descendentes. Diversas adaptações 
fisiológicas ocorrem para que a gestação progrida de forma adequada, o que requer 
recomendações nutricionais específicas. 
O acompanhamento nutricional nesse período apresenta extrema relevância, uma vez que 
pode garantir melhores desfechos de saúde maternos e infantis, repercutindo, inclusive, em 
melhores condições de saúde e nutrição a longo prazo. Para tanto, a atuação do nutricionista é 
fundamental em todas as etapas do ciclo gravídico-puerperal. 
Nesse contexto, o curso tem como objetivo apresentar os aspectos biofisiológicos e 
metabólicos da Nutrição em Obstetrícia e oferecer as mais recentes evidências científicas que 
embasam a conduta nutricional na prática clínica para o atendimento de mulheres, gestantes e 
puérperas, além de algumas inovações para orientação nutricional nessa área. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
Sumário 
 
 
 
 
Módulo I: Aspectos biofisiológicos e metabólicos da Nutrição em Obstetrícia ...... 04 
Módulo II: Nutrição na gestação .............................................................................. 11 
Módulo III: Nutrição no pós-parto........................................................................... 17 
Módulo IV: Tópicos especiais .................................................................................. 22 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
Módulo I: Aspectos biofisiológicos e metabólicos da Nutrição em Obstetrícia 
 
 
Nutrição e fertilidade 
A fertilidade de mulheres e homens pode ser comprometida pela inadequação do 
estado nutricional e/ou do padrão alimentar. As mulheres com baixo peso, assim como as 
atletas, que apresentam reduzida adiposidade corporal, costumam cursar com alterações no 
ciclo ovariano, uma vez que baixas concentrações de leptina e maiores concentrações séricas 
de grelina e peptídeo YY (PYY), comuns nesses casos, influenciam a regulação hormonal do 
eixo hipotálamo-hipófise-ovários (HHO), comprometendo o padrão ovulatório. 
Por outro lado, a obesidade também impacta negativamente a fertilidade. Além das 
alterações relacionadas à regulação hormonal do HHO em mulheres obesas, devido à 
resistência à leptina e perfil de inflamação crônica, a adiposidade corporal excessiva prejudica 
a integridade dos oócitos, por meio de modificações no desenvolvimento folicular, danos 
mitocondriais, lipotoxicidade e produção aumentada de espécies reativas de oxigênio. Há 
menor chance de implantação e desenvolvimento do embrião na parede uterina. 
De forma semelhante, a obesidade masculina promove desregulação hormonal no eixo 
hipotálamo-hipófise-testículos (HHT), reduzindo a produção de testosterona e a 
espermatogênese, portanto, comprometendo a fertilidade. Outra questão importante, é a 
presença de enzimas que atuam na interconversão de hormônios esteroides nos adipócitos, de 
forma que, na obesidade, esse mecanismo também influencia o balanço hormonal que regula 
HHT e HHO. 
Com relação à influência de nutrientes e do padrão alimentar sobre a fertilidade, 
recente estudo apresentou uma ampla revisão sobre o assunto, cujos resultados estão 
sumarizados a seguir (quadros 1 e 2). Nutrientes isolados parecem não influenciar diretamente 
a fertilidade, mas sim, o padrão alimentar. 
Frente ao exposto, o cuidado nutricional para adequação do peso, da adiposidade 
corporal e manutenção de hábitos alimentares saudáveis deve ser contínuo ao longo do 
período reprodutivo feminino e masculino, com intenção de melhorar as condições de 
fertilidade dos casais. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
 
Quadro 1 - Visão geral da literatura sobre a relação entre dieta e fertilidade feminina. 
 
 Quais as evidências? Quais são as falhas? 
Suplementos de 
antioxidantes 
Suplementos de antioxidantes parecem 
não ter efeito sobre a fertilidade 
feminina. 
Poucos estudos testaram exatamente a 
mesma intervenção, portanto é difícil 
chegar a uma conclusão. 
Ácido fólico, Ácido fólico pode aumentar as taxas de Nenhum ensaio randomizado testou as 
vitamina B12 fertilidade e número de nascidos vivos doses que apresentaram benefícios em 
 em TRA. Doses maiores que as estudos de observação. 
 recomendadas para a prevenção de 
 DTN podem oferecer maior benefício, 
 assim como a ingestão adicional de 
 vitamina B12. 
Vitamina D Embora a deficiência de vitamina D 
possa possivelmente prejudicar a 
fertilidade, não está claro se níveis 
séricos acima do suficiente conferem 
benefício adicional. 
Grande parte dos trabalhos publicados 
focaram em mulheres com ingestão de 
vitamina D ou concentração sérica 
dentro, ou muito perto, da faixa normal. 
Um efeito adverso de deficiência grave 
na fertilidade não pode ser descartado. 
Gorduras Ácidos graxos trans (mesmo nos níveis São necessários ensaios clínicos de 
 atuais de ingestão nos EUA) estão suplementação de ácidos graxos ômega- 
 relacionados à baixa fertilidade, 3. 
 enquanto ácidos graxos Ômega-3 de 
 cadeias longas têm uma relação oposta. 
Laticínios Laticínios provavelmente não tem 
influência significativa na fertilidade. 
Pouquíssimos estudos abordaram este 
assunto. 
Carnes Ingestão de carnes vermelhas ou peixes 
com altos níveis de contaminação 
ambiental pode ser preocupante. 
Pouquíssimos estudos abordaram este 
assunto. 
Soja, Ingestão de soja não altera a Apenas um estudo com planejamento 
isoflavonas capacidade reprodutiva do casal; pré-concepção. 
 entretanto, ingestão de isoflavonas Diferentes doses em estudos de TRA 
 pode aumentar a taxa de nascidos vivos mostraram efeitos similares. 
 em TRA. 
Padrões Dietas saudáveis foram Definição de saudável e não saudável 
dietéticos consistentemente relacionadas a maior muda ligeiramente de estudo para 
 fertilidade e maiores taxas de nascidos estudo. Não há ensaios randomizados até 
 vivos em TRA, em diversos estudos. a data. (Em geral: carnes brancas, grãos 
 Dietas não saudáveis apresentam integrais, frutas, hortaliças). 
 relação oposta. 
Álcool, cafeína A maioria dos grandes estudos não Porque ensaios randomizados com 
 detectou associação entre alto consumo álcool/ cafeína provavelmente serão 
 de álcool ou cafeína com baixa julgados como antiéticos, há a 
 fertilidade. necessidade de grandes estudos de coorte 
 prospectivos para esclarecer essa 
 questão. 
TRA: terapia de reprodução assistida, DTN: defeitos do tubo neural 
Fonte: traduzido e adaptado de GASKINS; CHAVARRO, 2017. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 2 - Visão geral da literatura sobre a relação entre dieta e fertilidade masculina. 
 
 Qual o ponto principal? Quais são as falhas? 
Suplementos de 
antioxidantes 
Suplementação de antioxidantes para 
homens em casais que estão fazendo 
TRA pode aumentar a taxa de nascidos 
vivos. 
Baseado na literatura atual, não é 
possível dizer quais antioxidantes (ou 
combinações) ou quais doses são 
responsáveis por este benefício.Padrões 
dietéticos 
Dietas saudáveis tem sido 
consistentemente relacionadas a melhor 
qualidade do sêmen em várias 
populações. Dietas não saudáveis 
apresentam a relação oposta. 
Definição de saudável e não saudável 
muda ligeiramente de estudo para 
estudo. Não há ensaios randomizados até 
a data. Efeito na qualidade do sêmen não 
implica em efeito na fertilidade do casal. 
Gorduras Ingestão de gorduras saturadas e trans 
têm sido consistentemente relacionadas 
a sêmen de baixa qualidade e outros 
marcadores de má função testicular. 
Não há ensaios randomizados até a data. 
Efeito na qualidade do sêmen não 
implica em efeito na fertilidade do casal. 
Álcool, cafeína Álcool e cafeína não têm impacto 
importante na qualidade do sêmen 
dentro das quantidades usuais de 
ingestão. A exceção é a ingestão de 
álcool em níveis associados à doença 
hepática. 
Efeito na qualidade do sêmen não 
implica em efeito na fertilidade do casal. 
TRA: terapia de reprodução assistida 
Fonte: traduzido e adaptado de GASKINS; CHAVARRO, 2017. 
 
 
Influência da nutrição materna/paterna no desenvolvimento embrionário e fetal 
As interações entre nutrição e genoma humano ocorrem desde o início do 
desenvolvimento embrionário e fetal, em que o padrão alimentar e/ou o estado nutricional 
materno são capazes de modular a expressão gênica de seus descendentes ainda no ambiente 
intrauterino. Esse processo, conhecido como programação metabólica, ocorre por meio de 
mecanismos epigenéticos, configurando o campo da epigenômica nutricional. 
A restrição alimentar na gestação - com consequente desnutrição energético-proteica, 
o excesso alimentar - desencadeando obesidade, bem como a inadequada ingestão de 
nutrientes e compostos bioativos de alimentos (CBA) desencadeiam respostas preditivas 
adaptativas do feto para tais condições. Essas respostas são modulações no nível epigenético, 
que promovem ativação ou silenciamento de genes, especialmente os envolvidos em 
processos metabólicos. Com isso, após o nascimento e ao longo da sua vida, o indivíduo pode 
ter maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes mellitus 
tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
Evidências mais recentes apontam a influência da nutrição paterna no epigenoma 
embrionário/fetal. Não somente a baixa qualidade do padrão alimentar materno, mas também 
paterno, no período periconcepcional, relacionam-se com maior risco para síndrome 
metabólica em seus descendentes. O mesmo verifica-se para a inadequação do estado 
nutricional, especialmente a obesidade. Portanto, novamente ressalta-se a importância do 
cuidado nutricional para homens e mulheres em idade reprodutiva, promovendo adequado 
consumo energético e de macro e micronutrientes, evitando que doenças crônicas tenham 
maior prevalência nas próximas gerações. 
 
 
Adaptações fisiológicas na gestação 
 
Alterações anatômicas, fisiológicas e psicológicas acontecem na gestação a fim de 
regular o metabolismo materno, promover o crescimento fetal e preparar a mãe para o 
trabalho parto e a lactação. Os sistemas endócrino, imune e nervoso atuam de forma 
sinergética para assegurar a homeostase do binômio mãe-filho. 
A gestação é um período de expressivas alterações hormonais, cujos efeitos são 
imprescindíveis para o seu progresso. Logo após a implantação do embrião no endométrio, há 
um aumento nas concentrações da porção beta do hormônio hCG (gonadotrofina coriônica 
humana – β-hCG), o que estende a duração da fase lútea, a fim de que a secreção de 
esteroides se mantenha em níveis suficientes para impedir que se inicie um novo ciclo 
ovulatório. 
A placenta começa, então, a se formar, constituída pela camada mais externa do 
trofoblasto e a decídua. A placenta será o principal órgão endócrino durante a gestação, além 
de manter as funções metabólicas e as trocas materno-fetais. Os fluxos sanguíneos materno e 
fetal são independentes, de forma que todas as trocas ocorrem através da membrana 
placentária. 
Os principais hormônios envolvidos nos ajustes fisiológicos da gestação, bem como 
suas funções, estão descritos no quadro 3. 
Em relação às alterações no metabolismo materno, são percebidos aumento de taxa 
metabólica basal, síntese proteica, débito e frequência cardíacos, volume plasmático, taxa de 
filtração glomerular e ventilação pulmonar. Há aumento da lipólise para oxidação de ácidos 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
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graxos como substrato energético materno, com objetivo de maior disponibilização de glicose 
e aminoácidos para nutrição do feto. A hemodiluição é uma característica da gestação, devido 
à hipervolemia associada a menores concentrações séricas de albumina. Com isso, há maior 
chance de formação de edemas. 
Náuseas, vômitos e anorexia estão presentes, principalmente, no início da gestação, 
devido às alterações hormonais. As adaptações anatômicas, conforme crescimento do feto no 
útero, associadas à ação da progesterona na diminuição da motilidade intestina, costumam 
desencadear constipação, também sendo comuns relatos de pirose e refluxo gastroesofágico. 
Quadro 3 – Principais hormônios envolvidos nos ajustes fisiológicos da gestação 
 
hCG (gonadotrofina 
coriônica humana) 
Manutenção da secreção de hormônios esteroides em níveis que impedem o 
início de novo ciclo ovulatório, por meio da extensão da fase lútea. 
Cortisol Regulação do crescimento fetal e maturação de órgãos. 
Progestorona Implantação do embrião na parede uterina; 
Supressão da resposta imune materna aos antígenos fetais; 
Inibe contração uterina prematura (ação no miométrio); 
Ativa centro respiratório, aumentando ventilação pulmonar e preservando 
frequência respiratória basal; 
Reduz motilidade intestinal; 
Estimula arborização dos ductos e desenvolvimento dos alvéolos no tecido 
mamário e edemaciamento das mamas. 
Estrogênio Promove vasodilatação, favorecendo fluxo de trocas placentárias; 
Estimula contratilidade cardíaca: aumento do débito cardíaco; 
Retenção hídrica e de eletrólitos: aumento do volume plasmático; 
Estimula síntese hepática de proteínas transportadoras de hormônios; 
Estimula contratilidade uterina; 
Prolifera musculatura e sistema vascular uterinos; 
Promove aumento das mamas –ductos e deposição de gordura; 
Aumenta a pigmentação das aréolas. 
Lactogênio 
placentário humano 
(HPL) 
Concentração aumenta na segunda metade da gestação; 
Promove resistência à insulina materna (efeito diabetogênico); 
Promove lipólise e elevação dos níveis de ácidos graxos livres. 
Prolactina Preparo do organismo materno para o aleitamento. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
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O trabalho de parto tem estímulos hormonais e físicos. A relaxina, secretada por 
ovários e placenta, promove o amolecimento do colo do útero. O feto, devido ao seu 
crescimento, empurra o colo do útero, estimulando as contrações uterinas e secreção de 
ocitocina. Com isso, um ciclo de retroalimentação positiva para aumento das contrações 
uterinas se segue até o nascimento do bebê, acompanhado de adaptações anatômicas que 
possibilitam o parto. 
Durante toda a gestação, estímulos endócrinos atuam na preparação e maturação das 
glândulas mamárias para a lactação. Após o parto, o principal estímulo para ejeção do leite é a 
sucção realizada pelo bebê no seio, que promove respostas do sistema nervoso central para 
secreção do leite e contração do músculo liso mamário. Altas concentrações de prolactina 
atuam de forma inibitória sobre o HHO, porém, o tempo para restabelecimento do ciclo 
ovulatório feminino depende de frequência e quantidade do aleitamento materno, dentre 
outras características individuais. 
Apostila do Curso Nutriçãoem Obstetrícia: da fisiologia à 
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Referências 
 
Anselmo-Franci JA, Spritzer PM, Franci CR. Fisiologia da Reprodução. In: Aires MM (org). 
Fisiologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 1163-1174. 
 
Bornia RG, Barbosa MM, da Silva ERM. Modificações do organismo materno. In: de Sá 
RAM, Oliveira CA (Orgs). Hermógenes: Obstetrícia Básica. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2015. 
p. 77-88. 
 
Broughton DE, Moley KH. Obesity and female infertility: potential mediators of 
obesity's impact. Fertil Steril. 2017 Apr; 107(4):840-847. 
 
Craig JR et al. Obesity, male infertility, and the sperm epigenome. Fertil Steril. 2017 Apr; 
107(4):848-859. 
 
Dunford AR, Sangster JM. Maternal and paternal periconceptional nutrition as an indicator of 
offspring metabolic syndrome risk in later life through epigenetic imprinting: A systematic 
review. Diabetes Metab Syndr. 2017 Dec; 11 (Suppl 2): S655-S662. 
 
Fontelles CC et al. Nutrição e epigenética. In: Dal Bosco SM, Genro JP (Orgs). Nutrigenética 
e implicações na saúde humana. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 179-200. 
 
Gaskins AJ, Chavarro JE. Diet and fertility: a review. Am J Obstet Gynecol. 2017 Aug 24. pii: 
S0002-9378(17)30945-6. 
 
Giviziez, CR et al. Obesity and anovulatory infertility: A review. JBRA Assist Reprod. 2016 
Oct-Dec; 20(4): 240–245. 
 
Hart RJ. Physiological aspects of female fertility: role of the environment, modern lifestyle, 
and genetics. Physiol Rev. 2016; 96: 873–909. 
 
Mathew H, Castracane VD, Mantzoros C. Adipose tissue and reproductive health. 
Metabolism. 2017 Nov 16. pii: S0026-0495(17)30309-8. 
 
Montenegro CAB, Rezende Filho J. Anexos do embrião e do feto. In: Montenegro CAB, 
Rezende Filho J (Orgs). Rezende Obstetrícia. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017. p. 41-55. 
 
Montenegro CAB, Rezende Filho J. Endocrinologia da gravidez. In: Montenegro CAB, 
Rezende Filho J (Orgs). Rezende Obstetrícia. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017. p. 56-62. 
 
Oliveira AMN, Oliveira MMS, Zajdenverg L. Endocrinologia da gestação. In: de Sá RAM, 
Oliveira CA (Orgs). Hermógenes: Obstetrícia Básica. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2015. p. 63- 
76. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
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Saunders C. Ajustes fisiológicos da gestação. In: Accioly E, Saunders C, Lacerda EMA 
(Orgs). Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 
p. 89-101. 
 
Schanton M et al. Involvement of leptin in the molecular physiology of the placenta. 
Reproduction. 2018 Jan; 155(1): R1-R12. 
 
Silverthorn DU. Reprodução e desenvolvimento. In: Silverthorn DU. Fisiologia humana: uma 
abordagem integrada. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 828-867. 
 
Sugestões de leituras complementares 
 
Howell KR, Powell TL. Effects of maternal obesity on placental function and fetal 
development. Reproduction. 2017 March;153(3): R97–R108. 
 
Ideraabdullah FI, Zeisel SH. Dietary modulation of the epigenome. Physiol Rev. 2018; 98: 
667–695. 
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Módulo II: Nutrição na gestação 
 
 
Assistência pré-natal 
A assistência à saúde para o público materno-infantil está no cerne dos Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa da Organização das Nações Unidas para 
melhorar as condições globais de vida e saúde até 2030. Assegurar o acesso à saúde sexual e 
reprodutiva e promover a redução das taxas de mortalidade materna, neonatal e infantil fazem 
parte desses objetivos. Para isso, a qualidade da atenção ao pré-natal é fundamental. 
Dentre diversos aspectos a serem aprimorados, destaca-se o cuidado nutricional, pois 
são amplamente conhecidos na literatura científica os desfechos maternos e infantis 
desfavoráveis relacionados ao estado nutricional inadequado e/ou ao ganho de peso 
gestacional insuficiente ou excessivo, dentre eles: síndromes hipertensivas da gestação e 
diabetes mellitus materna, retenção de peso pós-parto com propensão para obesidade futura da 
mulher, dificuldade na amamentação, restrição de crescimento intrauterino, parto prematuro, 
parto cirúrgico, criança pequena ou grande para a idade gestacional e propensão para 
obesidade e doenças crônicas futuras nas crianças/adultos. 
A atuação do nutricionista no atendimento de pré-natal pode ser decisiva frente a tais 
condições. Para tanto, o acompanhamento deve ser iniciado o mais precocemente possível e 
seguido ao longo da gestação, estendendo-se ao pós-parto. 
 
Avaliação nutricional 
Na primeira consulta, uma avaliação clínica e nutricional cuidadosa precisa ser 
realizada, e reavaliada nas consultas seguintes. Alguns itens relevantes serão comentados a 
seguir. 
Idade gestacional (IG): não havendo acesso à ultrassonografia, a IG pode ser calculada 
como a diferença entre a data da consulta e o primeiro dia da última menstruação (DUM). 
Exemplo: 
DUM: 20/01/2018, data da consulta: 03/03/2018 
IG em dias = 42 dias, IG em semanas (dividir por 7) = 42 / 7 = 6 semanas 
Data provável do parto (DPP): considerar 280 dias ou 40 semanas após a DUM. 
Anamnese: utilizar o instrumento para conhecer a gestante, sua rotina, seu histórico 
clínico e obstétrico. Precisa ser ajustado ao tempo de consulta, lembrando que quanto mais o 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
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profissional conhecer seu paciente, mais fácil será a criação de vínculo e melhor será a adesão 
às orientações. Realizar aferição da pressão arterial. 
Exames bioquímicos: analisar todos os dados que estiverem disponíveis. Quando 
possível, e se necessário, solicitar exames específicos para condições observadas na anamnese 
e na avaliação do consumo alimentar. Minimamente, como padrão no serviço público, devem 
ser solicitados hemograma e glicemia de jejum. Hemoglobina < 11g/dl caracteriza anemia. 
Glicemia de jejum ≥ 126mg/dl caracteriza diabetes mellitus prévio à gestação, enquanto 
valores entre 92 e 125 caracterizam diabetes mellitus gestacional (DMG). 
Avaliação do consumo alimentar: utilizar instrumento pertinente ao tempo de consulta 
e informações consideradas principais para o atendimento. Importante observar rotina 
alimentar, número de refeições realizadas, quantidades, preferências, etc. Assim poderá ser 
estimado o consumo de macro e micronutrientes e conhecido o padrão alimentar adotado. 
Avaliação antropométrica: calcular o IMC pré-gestacional (peso pré-gestacional 
(PPG)/estatura² (m). Classificar o estado nutricional pré-gestacional para adequada 
programação de ganho de peso. Considerar como PPG o registro do cartão da gestante, 
prontuário ou autorrelato, desde que referente a até 2 meses pré-concepção, ou o primeiro 
peso aferido no trimestre inicial da gestação. Na ausência desse dado, classificar o IMC 
gestacional pelo gráfico ou tabela de Atalah. 
 
Programação do ganho de peso gestacional 
A programação do ganho de peso gestacional (GPG) será realizada com base no 
estado nutricional pré-gestacional, conforme o quadro 4. 
Quadro 4 – Recomendação de ganho de peso gestacional semanal e total (kg), de acordo com 
o IMC pré-gestacional. 
IMC pré- 
gestacional 
(kg/m²) 
Ganho de peso 
(kg) total no 1° 
trimestre 
Ganho de peso 
semanal (kg) 
durante 2° e 3° 
trimestres 
Ganho de peso 
(kg) total na 
gestação 
Ganho de peso 
mínimo 
(kg/semana) 
< 18,5 
Baixo peso 
2,0 0,51 
(0,44 – 0,58) 
12,5 – 18,0 0,44 
18,5 a 24,9 
Adequado 
1,5 0,42 
(0,35 – 0,50) 
11,5 – 16,0 0,35 
25,0 a 29,9 
Sobrepeso 
1,0 0,28 
(0,23 – 0,33) 
7,0 – 11,5 0,23 
≥ 30,0 
Obesidade 
0,5 0,22 
(0,17 – 0,27) 
5,0 – 9,0 0,17 
Fonte: adaptado de Institute of Medicine (2009) por Saunders et al. (2012) e validado por Padilha et al. (2014). 
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Idade 
(anos) 
Atividade 
leve 
Atividade 
moderada 
Atividade 
intensa 
10-11 1,45 1,70 1,95 
11-12 1,50 1,75 2,00 
12-13 1,50 1,75 2,00 
13-14 1,50 1,75 2,00 
14-15 1,50 1,75 2,00 
15-16 1,50 1,75 2,00 
16-17 1,50 1,75 2,00 
17-18 1,45 1,70 1,95 
 
Adicional energético da gestação (AEG) 
1° trimestre = 85 kcal/dia 
2° trimestre = 285 kcal/dia 
3° trimestre = 475 kcal/dia 
Ou individualizado: 
Para ganho de 1 kg = 6.417 kcal 
 
 
Recomendações nutricionais 
 
 
Cálculo do VET pela FAO/OMS 
 
 
Cálculo da taxa metabólica basal (TMB) 
10 a 18 anos – TMB = 13,384 x P(kg) + 692,6 
18 a 30 anos – TMB = 14,818 x P(kg) + 486,6 
30 a 60 anos – TMB = 8,126 x P(kg) + 845,6 
VET = (TMB x NAF) + AEG 
Conforme IMC pré-gestacional ou inicial 
Eutróficas: P = peso pré-gestacional ou peso desejável 
Baixo peso: P = peso desejável 
Sobrepeso/obesidade: P = peso pré-gestacional 
Peso desejável = IMC x estatura² (m) 
Adultas: IMC de 21 ou conforme avaliação 
Adolescentes: IMC percentil 50 para idade 
 
 
Quadro 5 – NAF: Nível de atividade física para adultas. 
 
Categoria/estilo de vida NAF 
Sedentário ou leve 1,40 a 1,69 (média 1,53) 
Ativo ou moderadamente ativo 1,70 a 1,99 (1,76) 
Vigoroso ou moderadamente vigoroso 2,00 a 2,40 (2,25) 
 
Quadro 6 – NAF: Nível de atividade física para adolescentes. 
 
 
Cálculo do VET pelo IOM 
VET = EER + AEG 
Adolescentes < 19 anos, IMC < 25 kg/m² 
EER = 135,3 - (30,8 x idade[anos]) + FA x [(10 x peso[kg]) + (934 x altura[m])] + 25 
 
Adolescentes < 19 anos, IMC ≥ 25 kg/m² 
EER = 389 – (41,2 x idade[anos]) + FA x [(15 x peso[kg]) + (701,6 x altura[m])] 
 
Mulheres ≥ 19 anos, IMC < 25 kg/m² 
EER = 354 - (6,91 x idade[anos]) + FA x [(9,36 x peso[kg]) + (726 x altura[m])] 
 
Mulheres ≥ 19 anos, IMC ≥ 25 kg/m² 
EER = 448 – (7,95 x idade[anos]) + FA [(11,4 x peso[kg]) + (619 x altura [m])] 
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prática clinica Ensino a Distância 
 
 
Adicional energético da gestação (AEG) 
1° trimestre = 0 
2° trimestre = 340 kcal/dia 
3° trimestre = 452 kcal/dia 
 
 
Observação: se IMC <25, PPG ou P aceitável; se IMC ≥ 25, PPG 
Quadro 7 - Fator atividade física (FA). 
 
Quadro 8 - Recomendações diárias de micronutrientes na gestação. 
 
 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 
Vitamina A (µg) 750 770 770 
Vitamina C (mg) 80 85 85 
Vitamina D (µg) 15 15 15 
Vitamina E (mg) 15 15 15 
Vitamina K (µg) 75 90 90 
Tiamina (mg) 1,4 1,4 1,4 
Riboflavina (mg) 1,4 1,4 1,4 
Niacina (mg) 18 18 18 
Vitamina B6 (mg) 1,9 1,9 1,9 
Folato (µG) 600 600 600 
Vitamina B12 (µg) 2,6 2,6 2,6 
Ácido pantotênico 
(mg) 
6 6 6 
Biotina (µG) 30 30 30 
Colina (mg) 450 450 450 
Cálcio (mg) 1300 1000 1000 
Cromo (µg) 29 30 30 
Cobre (µg) 1000 1000 1000 
Flúor (mg) 3 3 3 
Iodo (µg) 220 220 220 
Ferro (mg) 27 27 27 
Magnésio (mg) 400 350 360 
Manganês (mg) 2 2 2 
Molibdênio (µg) 50 50 50 
Fósforo (mg) 1250 700 700 
Categoria <19 a, 
IMC <25 
kg/m² 
<19 a, 
IMC ≥25 
kg/m² 
>19 a, 
IMC <25 
kg/m² 
>19 a, 
IMC ≥25 
kg/m² 
Sedentária 1 1 1 1 
Pouco ativa 1,6 1,18 1,12 1,16 
Ativa 1,31 1,35 1,27 1,27 
Muito ativa 1,56 1,6 1,45 1,44 
 
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prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
Selênio (µg) 60 60 60 
Zinco (mg) 12 11 11 
Potássio (g) 4,7 4,7 4,7 
Sódio (g) 1,5 1,5 1,5 
Cloro (g) 2,3 2,3 2,3 
Fonte: adaptado de Institute of Medicine, 2011. 
 
 
Quadro 9 – Recomendações diárias de água, macronutrientes e fibras na gestação. 
 
 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 
Água total (l) 3 3 3 
Carboidratos(g) 
45 a 65% do VET 
175 175 175 
Proteínas (g) 
1,1g/kg; 10 a 35% do VET 
71 71 71 
Lipídios 
20 a 35% do VET 
ND ND ND 
Fibras totais 28 28 28 
ND: não definido. 
Fonte: adaptado de Institute of Medicine, 2011. 
 
 
Suplementação 
 
A suplementação mínima recomendada para o período gestacional está descrita no 
quadro 10. 
 
Quadro 10 - Suplementação mínima (diária) recomendada para o período gestacional. 
Ácido fólico 400 µg; 30 dias pré-concepção 
Ferro + ácido fólico 40 mg ferro elementar + 400 µg ácido fólico; 
durante a gestação 
Cálcio (somente em populações com baixo 
consumo); especialmente quando há risco elevado 
para pré-eclâmpsia 
0,5 a 2 g; após a 20ª semana gestacional, até o fim 
da gestação. 
Vitamina A Somente em populações com alto risco para 
hipovitaminose A, mediante avaliação. Altas 
doses são teratogênicas. 
Fonte: adaptado de Ministério da Saúde, 2013; Organização Mundial da Saúde, 2011; 2016. 
 
Suplementação de outros nutrientes, de forma isolada ou conjunta, não tem 
recomendação oficial da Organização Mundial da Saúde. Porém, estudos apontam para 
necessidade de avaliação individualizada, com possíveis benefícios em alguns casos. 
Gestantes que não consomem alimentos de origem animal devem utilizar suplementação 
diária de vitamina B12, com 2,6 µg. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
 
Referências 
 
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https://ods.od.nih.gov/Health_Information/Dietary_Reference_Intakes.aspx>. Acesso em: 05 
mai 2018. 
 
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1991. 
 
Institute of Medicine. Nutrition during pregnancy and lactation. Washington: The National 
Academies Press, 1992. 
 
Institute of Medicine. Weight gain during pregnancy: Reexamining the guidelines. 
Washington: The National Academies Press, 2009. 
 
Kominiarek MA, Rajan P. Nutrition Recommendations in Pregnancy and Lactation. Med Clin 
North Am. 2016 Nov; 100(6): 1199–1215. 
 
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Atenção ao pré-natal de baixo risco: Série A. Normas e Manuais Técnicos. Cadernos de 
Atenção Básica, n° 32. Brasília, DF, 2013a. 
 
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Programa nacional de suplementação de ferro: manual de condutas gerais. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2013. 
 
Organização das Nações Unidas. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: 
< https://nacoesunidas.org/pos2015/>. Acesso em: 05 mai 2018. 
 
Saunders C, Padilha PC, D’Ambrosio Bessa TCC. Aspectos nutricionais. In: de Sá RAM, 
Oliveira CA (Orgs). Hermógenes: Obstetrícia Básica. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2015. p. 
131-161. 
 
World Health Organization. WHO recommendations for prevention and treatment of pre- 
eclampsia and eclampsia. Geneva: World Health Organization, 2011. 
 
World Health Organization. WHO recommendations on antenatal care for a positive 
pregnancy experience. Geneva: World Health Organization, 2016. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
 
Modulo III: Nutrição no pós-parto 
 
 
Avaliação nutricional e retenção de peso pós-parto 
Retenção de peso pós-parto (RPPP) é a diferença entre o peso da mulher em 
determinado momento após o parto e o peso pré-gestacional. A RPPP predispõe a mulher a 
maior chance de desenvolver obesidade futura, e essa associação é proporcional à sua 
magnitude. Quanto maior a RPPP, maior o risco para o acúmulo de peso e adiposidade 
corporais ao longo dos anos reprodutivos. E quanto maior o ganho de peso gestacional, maior 
a RPPP. 
Após seis semanas do parto, a RPPP pode ser atribuída principalmente ao aumento do 
tecido mamário, devido à lactação, e à massa remanescente de gordura adquirida durante a 
gestação. Entretanto, não há consenso na literatura quanto ao intervalo de tempo ideal para 
que essa avaliação seja realizada. Também não há um protocolo para avaliação 
antropométrica com pontos de corte específicos para mulheres no período pós-parto, sendo 
utilizadosos parâmetros para mulheres adultas em geral. 
Anamnese: além dos aspectos já destacados para a anamnese no pré-natal, devem ser 
avaliados: histórico da gestação, adaptação à nova rotina com o bebê, amamentação e sinais 
de depressão. Realizar aferição da pressão arterial. 
Exames bioquímicos: não há valores de referência específicos para mulheres no 
período pós-parto, utilizando-se os indicados para mulheres não gestantes. Entretanto, 
dependendo do tempo de puerpério, podem estar presentes alterações relacionadas aos ajustes 
fisiológicos. Resultados devem ser observados com cautela e, sempre que disponível, 
comparados a resultados anteriores da mulher. 
Avaliação do consumo alimentar: utilizar instrumento pertinente ao tempo de consulta 
e informações consideradas principais para o atendimento. É importante observar rotina 
alimentar, número de refeições realizadas, quantidades, preferências, etc. Assim, poderá ser 
estimado o consumo de macro e micronutrientes e conhecido o padrão alimentar adotado. É 
fundamental a avaliação da ingestão hídrica durante a lactação. 
Avaliação antropométrica: calcular o IMC (peso/estatura² (m)) e a RPPP (peso atual – 
peso pré-gestacional). É indicada a aferição da circunferência da cintura para mulheres 
adultas. Adicionalmente, outros métodos podem ser adotados para avaliação da composição 
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Adicional energético da lactação (AEL) 
1° semestre = 500 kcal/dia 
2° semestre = 400 kcal/dia 
Avaliar uso do AEL em SOB e OB. 
 
corporal, como bioimpedância, dobras cutâneas etc. Deve-se considerar possíveis alterações 
relacionadas ao período puerperal 
 
Recomendações nutricionais 
Até 6 semanas após o parto, espera-se que ocorra a perda do peso de produtos da 
gestação, exceto tecido mamário. A perda esperada de peso remanescente (RPPP), sem 
intervenção, é de 0,5 a 1kg/mês nos primeiros 6 meses de lactação. Mulheres com sobrepeso 
ou obesidade podem ter perda saudável de até 2 kg mensais. 
Observação importante: Pode ser aplicada restrição energética de até 500 kcal após o 
primeiro mês de lactação para mulheres com sobrepeso e obesidade, desde que o VET se 
mantenha superior a 1800-1900 kcal. 
 
Cálculo do VET pela FAO/OMS 
 
 
Cálculo da taxa metabólica basal (TMB) 
10 a 18 anos – TMB = 13,384 x P(kg) + 692,6 
18 a 30 anos – TMB = 14,818 x P(kg) + 486,6 
30 a 60 anos – TMB = 8,126 x P(kg) + 845,6 
VET = (TMB x NAF) + AEL 
 
 
Verificar NAF nos quadros 5 e 6. 
 
 
 
 
 
 
 
SOB: sobrepeso, OB: obesidade 
 
Cálculo do VET pelo IOM 
VET = EER + AEG 
Adolescentes < 19 anos, IMC < 25 kg/m² 
EER = 135,3 - (30,8 x idade[anos]) + FA x 
[(10 x peso[kg]) + (934 x altura[m])] + 25 
Baixo peso: P = peso desejável 
Peso desejável = IMC x estatura² (m) 
Adultas: IMC de 21 ou conforme avaliação 
Adolescentes: IMC percentil 50 para idade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adolescentes < 19 anos, IMC ≥ 25 kg/m² 
EER = 389 – (41,2 x idade[anos]) + FA x [(15 x peso[kg]) + (701,6 x altura[m])] 
Adicional energético da lactação (AEL) 
1° semestre = 675 kcal/dia (sem estoque energético) 
OU 505 kcal/dia para eutróficas com RPPP (perda de 0,8/mês) 
OU 175 kcal kcal/dia (SOB/OB, restrição de 500 kcal) 
2° semestre = 460 kcal/dia (avaliar em SOB/OB) 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
Mulheres ≥ 19 anos, IMC < 25 kg/m² 
EER = 354 - (6,91 x idade[anos]) + FA x [(9,36 x peso[kg]) + (726 x altura[m])] 
 
Mulheres ≥ 19 anos, IMC ≥ 25 kg/m² 
EER = 448 – (7,95 x idade[anos]) + FA [(11,4 x peso[kg]) + (619 x altura [m])] 
 
Observação: se IMC <25, usar P desejável 
Verificar FA no quadro 7. 
Quadro 11 - Recomendações diárias de micronutrientes na lactação. 
 
 14 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos 
Vitamina A (µg) 1200 1300 1300 
Vitamina C (mg) 115 120 120 
Vitamina D (µg) 15 15 15 
Vitamina E (mg) 19 19 19 
Vitamina K (µg) 75 90 90 
Tiamina (mg) 1,4 1,4 1,4 
Riboflavina (mg) 1,6 1,6 1,6 
Niacina (mg) 17 17 17 
Vitamina B6 (mg) 2 2 2 
Folato (µG) 500 500 500 
Vitamina B12 (µg) 2,8 2,8 2,8 
Ácido pantotênico 
(mg) 
7 7 7 
Biotina (µG) 35 35 35 
Colina (mg) 550 550 550 
Cálcio (mg) 1300 1000 1000 
Cromo (µg) 44 45 45 
Cobre (µg) 1300 1300 1300 
Flúor (mg) 3 3 3 
Iodo (µg) 290 290 290 
Ferro (mg) 10 9 9 
Magnésio (mg) 360 310 320 
Manganês (mg) 2,6 2,6 2,6 
Molibdênio (µg) 50 50 50 
Fósforo (mg) 1250 700 700 
Selênio (µg) 70 70 70 
Zinco (mg) 13 12 12 
Potássio (g) 5,1 5,1 5,1 
Sódio (g) 1,5 1,5 1,5 
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Cloro (g) 2,3 2,3 2,3 
Fonte: adaptado de Institute of Medicine, 2011. 
 
 
Quadro 12 – Recomendações diárias de água, macronutrientes e fibras na lactação. 
 
 14 a 18 
anos 
19 a 30 anos 31 a 50 anos 
Água total (l) 3,8 3,8 3,8 
Carboidratos(g) 
45 a 65% do VET 
210 210 210 
Proteínas (g) 
1,1g/kg; 10 a 35% do VET 
71 71 71 
Lipídios 
20 a 35% do VET 
ND ND ND 
Fibras totais 29 29 29 
ND: não definido. 
Fonte: adaptado de Institute of Medicine, 2011. 
 
Suplementação 
O Ministério da Saúde recomenda a continuidade da suplementação diária de ferro (40 
mg de ferro elementar) por 3 meses após o parto. A suplementação de outros nutrientes deve 
ser avaliada individualmente, não havendo recomendação para uso geral. 
Aspectos relacionados à lactação 
A alimentação materna parece influenciar a composição do leite, porém os estudos 
sobre esse assunto apresentam resultados controversos. Entretanto, evidências indicam que 
ácidos graxos ômega-3, vitaminas lipossolúveis e vitamina C têm suas concentrações 
aumentadas no leite quando há maior consumo pela mulher. Tais nutrientes apresentam 
associação com melhores padrões de desenvolvimento físico e cognitivo da criança. 
A composição do leite materno é única, completa e específica para cada fase do 
desenvolvimento e da mamada do lactente. Devido a seus inúmeros benefícios, a promoção ao 
aleitamento materno deve ser conduta de todo profissional de saúde, desde o início do pré- 
natal. 
De acordo com o Ministério da Saúde, são restrições para o aleitamento materno: 
 mães infectadas pelo HIV; 
 mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus da leucemia humana T-cell); 
 mães em uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação, como por exemplo 
os antineoplásicos e radiofármacos, usados no tratamento contra o câncer. 
 criança portadora de galactosemia, doença rara em que não pode ingerir leite humano 
ou qualquer outro que contenha lactose. 
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Referências 
Gilmore LA, Klempel-Donchenko M, Redman LM. Pregnancy as a window to future health: 
Excessive gestational weight gain and obesity. Semin Perinatol. 2015 June; 39(4): 296–303. 
 
Institute of Medicine. Nutrient recommendations: dietary reference intakes. Disponível em: < 
https://ods.od.nih.gov/Health_Information/Dietary_Reference_Intakes.aspx>. Acesso em: 05 
mai 2018. 
 
Institute of Medicine. Nutrition during lactation. Washington: The National Academies Press, 
1991. 
 
Institute of Medicine. Nutrition during pregnancy and lactation. Washington: The National 
Academies Press, 1992. 
 
Institute of Medicine. Weight gain during pregnancy: Reexamining the guidelines. 
Washington: The National Academies Press, 2009. 
 
Kominiarek MA, Rajan P. Nutrition Recommendations in Pregnancy and Lactation. Med Clin 
North Am. 2016 Nov; 100(6): 1199–1215. 
 
Lovelady, C. Balancing intake and output: food v. exercise. Balancing exercise and food 
intake with lactation to promote post-partum weight loss. Proc Nutr Soc. 2011; 70: 181–184. 
 
Ministério da Saúde. Aleitamento materno. Disponível em: < 
http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-da-crianca/aleitamento-materno/restricoes-ao-aleitamento-materno>. Acesso em 05 mai 2018. 
 
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Atenção ao pré-natal de baixo risco: Série A. Normas e Manuais Técnicos. Cadernos de 
Atenção Básica, n° 32. Brasília, DF, 2013a. 
 
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Programa nacional de suplementação de ferro: manual de condutas gerais. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2013. 
 
Nogueira JL, Saunders C, Leal MC. Métodos antropométricos utilizados na avaliação da 
retenção do peso no período pós-parto: uma revisão sistemática. Cien Saude Colet. 2015; 
20(2): 407-420. 
http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-da-crianca/aleitamento-
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Módulo IV: Tópicos especiais 
 
 
Manejo clínico e nutricional em condições de risco 
 Obesidade: Sobrepeso e obesidade apresentam prevalências altas e crescentes entre 
brasileiras em idade reprodutiva. Na gestação, tal condição associa-se a piores desfechos, 
como diabetes gestacional, síndromes hipertensivas, necessidade de parto cirúrgico (com 
complicações), dificuldade na amamentação, anomalias congênitas, abortamento, maior 
mortalidade neonatal e infantil, prematuridade, macrossomia e maior risco para 
desenvolvimento de doenças crônicas futuras. O ideal é que as mulheres sejam orientadas 
a diminuírem o peso antes da gestação. No pré-natal, o aconselhamento nutricional deve 
ser constante e cuidadoso para adequação do ganho de peso gestacional (de 5 a 9 kg 
totais) e controle metabólico. No período pós-parto, é recomendado o acompanhamento 
para lactação e perda de peso gradual. 
 Diabetes na gestação: Após a metade da gestação, há maior risco para desenvolvimento 
de diabetes mellitus gestacional (DMG), devido aos ajustes metabólicos hormonais. 
Todas as gestantes devem fazer o teste de rastreamento para DMG. O diabetes na 
gestação configura situação de risco e indica acompanhamento pré-natal por equipe 
multidisciplinar especializada. A adesão às orientações nutricionais nas primeiras duas 
semanas de diagnóstico é decisiva para o controle glicêmico, que indicará a necessidade, 
ou não, de início da insulinoterapia. As recomendações nutricionais são semelhantes às 
da gestação de risco habitual, podendo haver pequena redução no percentual de 
carboidratos do VET (40 a 55%), o que deve ser avaliado individualmente e conforme 
adesão da mulher. 
 Síndromes hipertensivas da gestação (SHG): As SHG são classificadas em hipertensão 
arterial crônica, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, eclâmpsia e hipertensão arterial 
crônica com pré-eclâmpsia sobreposta. Todas caracterizam-se pela hipertensão arterial 
sistólica e/ou diastólica (pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg; pressão arterial diastólica 
≥ 90 mm Hg), podendo apresentar proteinúria (pré-eclâmpsia) e evoluir para quadros 
convulsivos (eclâmpsia). Essas síndromes são condições de risco, pois implicam em 
expressivo aumento da morbimortalidade materna e fetal. Obesidade e diabetes 
aumentam o risco para SHG, enquanto a prevenção se dá com adequado GPG, 
alimentação completa em macro e micronutrientes e prática de atividades físicas quando 
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não há contraindicações. O consumo de cálcio (e/ou suplementação) previne ocorrência 
de pré-eclâmpsia. O tratamento medicamentoso é adotado conforme prescrição médica. 
 Gestação na adolescência: Meninas com menos de 20 anos de idade costumam apresentar 
condições comportamentais e socioeconômicas desfavoráveis, além de estruturas 
biológicas imaturas. Por se tratar de período crítico de crescimento e desenvolvimento, há 
maior prevalência de baixo peso e anemia na gestação. As adolescentes gestantes devem 
ter sua altura aferida em todas as consultas de pré-natal e o IMC calculado conforme 
protocolo da OMS, específico para essa faixa etária. O VET será calculado utilizando as 
fórmulas preditivas adequadas para a idade. As recomendações nutricionais (DRI) 
também apresentam valores específicos para as gestantes adolescentes. 
 Gestação múltipla: Há maior chance de ocorrer gestação múltipla na idade materna 
avançada e na reprodução assistida. As principais complicações são o parto pré-termo e 
elevada morbimortalidade materna, fetal e neonatal. Dentre os riscos maternos, estão 
hiperêmese, DMG, SHG, anemia, hemorragia, parto cesáreo e depressão pós-parto. As 
recomendações específicas para gestação gemelar ainda são limitadas. A programação de 
ganho de peso gestacional, conforme o Institute of Medicine, é orientada conforme 
descrito no quadro 13. 
 Cirurgia bariátrica: As mulheres que passam por cirurgia bariátrica devem aguardar de 12 
a 24 meses para iniciar uma gestação. Há maior risco para parto pré-termo e nascimento 
de crianças pequenas para idade gestacional. As principais carências nutricionais 
relacionadas ao pós-cirúrgico são de proteínas, ferro, vitamina B12, folato, vitamina D e 
cálcio, que devem, preferencialmente, ser corrigidas em período prévio à concepção. A 
monitorização detalhada no pré-natal é fundamental para garantir a saúde da mulher e da 
criança. A suplementação de vitaminas e minerais é rotina após a cirurgia bariátrica, 
porém há baixa adesão. Portanto, é preciso avaliar o uso e quantidade para realizar a 
adequação às necessidades do período gestacional. 
Quadro 13 – Programação do ganho de peso gestacional para gestação gemelar. 
 
IMC pré-gestacional 2 a 13 semanas 
(kg/semana) 
14 a 26 semanas 
(kg/semana) 
27 semanas ao parto 
(kg/semana) 
Total (kg) 
18,5 – 24,9 Eutrofia 0,12 – 0,49 0,64 – 0,94 0,50 – 0,83 16,8 – 24,5 
25 – 29,9 Sobrepeso 0,03 – 0,39 0,57 – 0,87 0,42 – 0,81 14,1 – 22,7 
≥ 30 Obesidade 0,08 – 0,34 0,24 – 0,63 0,34 – 0,70 11,4 – 19,1 
Fonte: Institute of Medicine, 2009. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
Inovações para orientação nutricional na área da Nutrição em Obstetrícia 
Nas últimas décadas, a ampliação do acesso à informação, por meio das tecnologias de 
informação e comunicação (TIC) e, especialmente, do acesso à internet, modificou o 
comportamento dos indivíduos frente às buscas por respostas para suas dúvidas sobre saúde e 
nutrição. O uso das TIC na saúde é denominado e-health. Mais recentemente surgiu a 
denominação m-health, para o acesso utilizando dispositivos móveis, como os smartphones. 
As mulheres aumentam seus acessos à internet para buscar informações relacionadas à 
nutrição durante a gestação e início da maternidade. Entretanto, muitas vezes se deparam com 
conteúdos de fontes não confiáveis, que podem influenciar seus comportamentos de forma 
prejudicial. 
Portanto, é importante que os profissionais de saúde, incluindo os nutricionistas, 
conheçam e acompanhem as questões que surgem no meio virtual, a fim de orientar as 
gestantes e puérperas para que obtenham informações de forma segura. Algumas dicas para os 
nutricionistas são: 
• conhecer sites, blogs, aplicativos e páginas/perfis de mídias sociais disponíveis e 
utilizados pelo seu público; 
• testar, recomendar ou contraindicar determinadas fontes de informação; 
• conversar sobre o assunto nas consultas, questionar o uso, esclarecer dúvidas; 
• utilizar recursos tecnológicos em seus atendimentos, quando possível; 
• utilizar ferramentas de comunicação para reforço e incremento de orientações 
nutricionais, receitas, dicas culinárias etc. 
Vale ressaltar que essas são medidas complementares ao acompanhamento nutricional e 
devem respeitar a privacidade e o código de ética do nutricionista. 
Apostila do Curso Nutrição em Obstetrícia: da fisiologia à 
prática clinica Ensino a Distância 
 
 
 
 
Referências 
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