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Produção Textual Interdisciplinar - 7º sem

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CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CURSO DE Pedagogia
7º Semestre
produção textual interdisciplinar em grupo - ptg
“Práticas de Leitura em uma classe hospitalar”
1. juliana gusmões zaganin r.a: 23909636
2. léa camargo de andrade r.a: 2391503306
3. mariane masaki r.a: 2391500906
JUNDIAÍ
2020
4. juliana gusmões zaganin r.a: 23909636
5. léa camargo de andrade r.a: 2391503306
6. mariane masaki r.a: 2391500906
produção textual interdisciplinar em grupo - ptg
“Práticas de Leitura em uma classe hospitalar”
Produção Textual Interdisciplinar em Grupo -PTG apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para o aproveitamento das disciplinas da 6ª/7º série do Curso de Pedagogia. Disciplinas norteadoras: Didática da História e Geografia; Didática do Ensino de Ciências; Educação em Ambientes não Escolares; Fundamentos da Gestão em Educação; Prática pedagógica: Infância e suas Linguagens.
Tutor a Distância: Cilene Maria Cortez
JUNDIAÍ
2020
2
SumÁrio
1. INTRODUÇÃO	03
2. DESENVOLVIMENTO	04
3. PROJETO DE LEITURA	07
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS	10
5. REFERÊNCIAS	11
1. INTRODUÇÃO
O profissional de pedagogia vem conquistando novas oportunidades no mercado de trabalho, tem ocupado funções ligadas à gestão educacional, orientação, supervisão e educadores que acabam por atuar dentro das escolas, entretanto, na atualidade são possíveis perceber outras possibilidades para os Pedagogos, como atuar também em Associações, Empresas, Igrejas, ONGs, Eventos, Hospitais. 
A atuação do Pedagogo em Hospitais vem crescendo timidamente. Os hospitais são centros de referência de tratamento e saúde, onde na maioria das vezes é comparado a um local de dor, sofrimento e morte, causando um rompimento em crianças e adolescentes com o seu cotidiano e com a aprendizagem. Mediante essa situação, através de políticas públicas e estudos acadêmicos, surge à necessidade da implantação da Pedagogia Hospitalar.
Quando falamos em Pedagogia Hospitalar, não podemos deixar de lembrar da grande Maria Montessori, que revolucionou a forma de ensinar crianças e jovens, e antes de educadora era médica, não só deu novas diretrizes de como lidar e ensinar crianças, mas também abriu as portas para a Pedagogia Hospitalar, deixando claro em seus livros que todos deveriam ter direito aos estudos, e os profissionais precisariam estar prontos para isso. 
Neste trabalho será elaborado um projeto de leitura com o tema “Enquanto o Sono não Vem”, voltado as crianças de 6 a 10 anos de idade, internas em uma unidade hospitalar. Será estudado os objetivos da pedagogia hospitalar e o papel do pedagogo que atua no hospital sobre os fundamentos e as práticas de humanização sob a perspectiva da educação e do cuidado, com o propósito de ajudar na promoção da saúde de crianças e adolescentes hospitalizados.
2. DESENVOLVIMENTO
A Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellier inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris. Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nos Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças tuberculosas.
Pode-se considerar como marco decisório das   escolas   em hospital a Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento, sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço.
Na França, em 1939 é criado o Centro Nacional de Estudos e de Formação para a Infância Inadaptadas de Surenes - C.N.E.F.E.I que criou um grupo de professores para trabalhar em hospitais. A partir disso foi criado o cargo de professor hospitalar pelo Ministério de Educação da França. 
No Brasil, a Classe Hospitalar, surgiu na cidade do Rio de Janeiro em agosto de 1950, no Hospital Menino Jesus, na qual permanece atuando com a modalidade de atendimento educacional até nos dias de hoje. Este trabalho, segundo Fonseca (2000) teve início com a professora Lecy Rittmeyer, por meio da Portaria n. 634. O hospital possuía cerca de 200 leitos e uma média de 80 crianças em idade escolar". Em 1960, dez anos após o início deste trabalho o número de professores era de apenas quatro sendo que na ocasião ainda não possuía nenhum vínculo com a Secretaria de Educação do Estado. 
Ainda na década de 50, surgiu a primeira classe hospitalar em São Paulo no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Estes primeiros atendimentos pedagógicos hospitalares não dispunham de uma sala ou espaço específico, por isso, era realizado na própria enfermaria do Hospital. No ano de 1974 o Hospital contava com quatro salas de aula da classe hospitalar. Desde então o atendimento pedagógico hospitalar vem crescendo, mas de forma tímida.
 No Hospital das Clínicas em São Paulo, segundo a pesquisadora Lima (2003): Os primeiros passos da Classe Hospitalar foram dados em meados de 1970, com a iniciativa da assistente social Silvana Mariniello, que apresentou ao Ministério da Educação diversos projetos para a regularização da Classe Hospitalar, sem obter sucesso. Somente em 1997, o Serviço Social de Assistência a Pacientes Internados e o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina entraram com um pedido na Secretaria de Educação para a criação do Projeto Classe Hospitalar nos moldes atuais. 
1.1. Papel do pedagogo hospitalar
O pedagogo hospitalar tem papel fundamental dentro da educação pois tem como finalidade acompanhar a criança ou adolescente no período de ausência escolar, internados em instituições hospitalares.
Segundo Libâneo (1996, p. 127): O Pedagogo é o profissional que atua em vários campos educativos. O papel do pedagogo é amplo e não apenas na gestão, supervisão e coordenação das escolas, como também na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas empresas, nas várias instâncias da educação de adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos serviços para a terceira idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na produção de vídeos, filmes e brinquedos, nas editoras, na requalificação profissional etc.
Para, Calegari apud Simancas e Lorente (1990), a atuação do profissional pedagogo em    ambientes clínicos ou hospitalares se faz presente desde 1979 em uma clínica na cidade de Navarra, na Espanha, que pela internação de sua irmã, uma acadêmica de Pedagogia inicia práticas pedagógicas, sendo posteriormente tomadas como exemplos em outras unidades. Conforme a autora a partir de então a prática pedagógica em hospital passa a ter um curso de formação naquele país (CALEGARI,2003).
Estar em um ambiente hospitalar não é fácil para ninguém, principalmente para crianças que estão em um ambiente desconhecido, estando debilitadas e sendo submetidas a procedimentos que na maioria das vezes causam dor. Estão privadas de brincar e afastadas de seu ambiente social e familiar, das atividades cotidianas e da escola que são tão importantes nesta fase da vida.
Ceccim (1997 apud BATISTA, 2003 p.27) diz que: [...] o medo do desconhecido e mundo novo que ela vislumbra quando entra no hospital são experimentados com tal ansiedade que, diante disso, poderá reagir de forma a negar o que lhe assusta, não cooperando com o tratamento, com atitudes reivindicadoras, com agressividade ou até com a total submissão aos procedimentos
Educar significa utilizar práticas pedagógicas que desenvolvam simultaneamente razão, sensação, sentimento e intuição e que estimulem a integração intercultural e a visão planetária das coisas, em nome da paz e da unidade do mundo. Assim, a educação – além de transmitir e construir o saber sistematizado – assume um sentido terapêutico ao despertar no educando uma nova consciência do eu individual para o seu transpessoal.Cardoso (1995, p. 48)
1.2. Objetivos da pedagogia hospitalar
A Pedagogia Hospitalar tem como um dos seus principais objetivos conscientizar e aumentar a prática dos educadores a fim de que deem uma qualidade de vida melhor para as crianças e jovens hospitalizados, mas, para isso, esses profissionais precisam cuidar e olhar mais atentamente seu trabalho com os alunos. Decorre assim do exposto que o trabalho do professor não está apenas nas instituições escolares, mas vai mais além dos muros das escolas; esse atendimento acontecer, também, em hospitais, e, da mesma forma, o profissional da educação que atua nesse âmbito deverá preocupar-se com o aprendiz de forma global, ou seja, física, afetiva e socialmente (Rizzo, 2014).
A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento à criança hospitalizada, e em muitos hospitais do Brasil tem se enfatizado a filosofia humanística.
Como pratica deste trabalho Humanista, o pedagogo deverá ter os olhos voltados para o ser global, e não somente para o corpo e as necessidades físicas, emocionais, afetivas e sociais do indivíduo.
3. Projeto de Leitura
	Proposta
	
Tema: “Enquanto o Sono não Vem”
	Justificativa:
A Literatura Infantil nos hospitais reconstitui um espaço de vitalidade, de preservação e de desenvolvimento psíquica da criança internada. Com a leitura dos livros é possível integrar as crianças com a família e funcionários promovendo estímulos para o processo de cura da criança. As tensões causadas pelos procedimentos dolorosos e o dia-a-dia exaustivo, também são amenizadas com os contos, trazendo a descontração. A literatura pode servir como uma “nutrição para a alma”, ou seja, ela é um elemento terapêutico, nutri o indivíduo de esperança, alegria, descontração, bom humor, elementos que são fundamentais para a manutenção, recuperação da saúde e prevenção de doenças
	Objetivo geral:
· Estimular a criança a desenvolver todo seu potencial de imaginação e criatividade;
· Distrair a criança hospitalizada;
· Incentiva-la o gosto e hábito pela leitura.
	Objetivos específicos:
· Visando estimular a criança a desenvolver todo seu potencial de imaginação e criatividade da criança hospitalizada, o Projeto Enquanto o Sono não Vem consiste na contação de história após o jantar até que a criança durma. Essa prática enfatiza a leitura em voz alta, realizada pelo profissional da área, com imitações e dramatizações, para que a criança tenha envolvimento e participe interagindo com a atividade proposta, este projeto procura distrair a criança hospitalizada no que se refere à sua hospitalização, e também incentivá-la ao gosto e ao hábito pela leitura. A arte de contar histórias em ambiente hospitalar reporta a situações em que, no início dos tempos, o conhecimento era transmitido por gestos e, posteriormente, de forma oral pelos homens primitivos. [...] No ambiente hospitalar o contador deixa a história fluir, passando a ser um instrumento e deixando-a sair de seu coração para o coração dos ouvintes [...]. O conto nada mais é do que um sonho falado. (Matos; Mugiatti, 2008, p. 139-140)
	Metodologia:
Vários livros podem ser úteis no trabalho com as crianças hospitalizadas, e não precisam ser necessariamente aqueles que tratam de hospitais e doenças, entretanto, estes também não se podem ser excluídos totalmente dos contos, pois os medicamentos, os enfermeiros e as enfermidades, são elementos que estão fazendo parte do dia-a-dia da criança. Todo bom livro que servir de alívio ao stress, lazer, suporte aos procedimentos terá sempre uma importante função para o desenvolvimento da criança.
	Recursos didáticos:
Alguns livros indicados para o projeto:
· “Eram cinco” (Ernst Jandl), conta a história de cinco brinquedos que estão doentes, pois aparecem com algum defeito, e estão na sala de espera de um hospital. O livro ajuda a mostrar para a criança que não há mistério em ir ao médico, de uma forma divertida e educativa de acabar com o medo.
· “Quando você está doente ou internado” (Tom McGrath) um guia de como a criança doente pode se divertir, ficar conectadas com a família e os amigos e ajudarem a si próprias a sarar. Ajuda ainda à criança lhe dar com os sentimentos mais confusos como medo, tristeza e solidão.
· “A operação de Lili” (Rubem Alves), onde o autor conta a história de uma elefantinha que precisava fazer uma operação para tirar o Gregório da sua trompa, seu amigo sapo, que lá foi lançado após uma brincadeira. Lili estava cheia de medos, mas uma fadinha, a Fada da Floresta, ajudou-a a superá-los fazendo-a dormir para que tivesse vários sonhos bonitos enquanto a operação acontecia. Desse modo, Lili não sentia nenhuma dor e, quando acordou, seu amigo Gregório já estava salvo, além de muito contente. O livro traz uma breve reflexão sobre a condição da criança hospitalizada, entretanto, a forma leve e engraçada faz com que a leitura seja atraente a qualquer leitor.
Os livros tradicionais também são muito bem vindos pelas crianças, principalmente os “contos de fadas” como: A Cinderela, A Branca de neve, Os três porquinhos, O Rei leão e muitos outros. O que importa realmente é que a criança esteja se divertindo, é trabalhar o imaginário e a fantasia, é fazer com que o pequeno paciente esqueça pelo menos naquele momento as suas dores e a enorme vontade de voltar para casa.
	Avaliação:
O paciente interno deve ser avaliado em virtude de sua evolução pedagógica, pelo fato de estar internado e não precisar de uma avaliação classificatória.
	Referências:
MATOS, E. M.; MUGGIATII, M. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Champagnat, 2001.
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/pedagogia-hospitalar-leitura-nutrindo-alma.htm - acessado em 20/03/2020.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Pedagogia Hospitalar é um novo campo de atuação para o pedagogo, exigido que sua atuação no ambiente hospitalar seja muito mais que um educador, pois o ambiente de educação informal requer um profissional ainda mais reflexivo, ou seja, um profissional com uma nova práxis educativa, objetivando um atendimento educacional que proporcione a continuidade da escolarização, por meio de atividades mais descontraídas e lúdicas, permitindo que o aluno esqueça um pouco de todos os traumas sofridos durante o período de hospitalização.
 Conclui-se com esse trabalho, que a Literatura quando usada de forma adequada dentro dos ambientes hospitalares pode ser uma grande aliada no processo de ensino-aprendizagem das crianças, enriquecendo a criatividade e o imaginário e até mesmo ser um elemento de continuidade ou em alguns casos o início da escolarização de crianças e adolescentes. O hospital é um campo que ainda necessita ser preenchido, pois existem poucos profissionais da educação habilitados para atuar nessa área. É importante reafirmar que a falta do pedagogo nesse espaço prejudica o desenvolvimento da criança e do adolescente hospitalizados, já que eles não teriam atividades ludo pedagógicas para realizar, ficando amedrontados, ansiosos e estressados devido ao tempo ocioso, por não ter o que fazer.
Torna-se a enfatizar, portanto, que todos os olhares devem estar direcionados especificamente para o aluno (criança ou jovem hospitalizado), englobando-se o seu bem-estar emocional e social para que tenha sucesso nesse momento de desafio e que sua autoestima seja sempre realimentada em um ambiente alegre e harmonioso. Pretende-se que, nesse período de hospitalização, que permaneça tranquilo, que ele possa se esquecer de sua condição de paciente, ainda que momentaneamente, e, assim, consiga se motivar, progredir e superar os desafios que surgem nessas ocasiões.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALEGARI, A.M. As interações entre educação e saúde: implicações do trabalho pedagógico no contexto hospitalar, 2003. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Maringá.
CARDOSO, Clodoaldo Meneguelli, Uma visão de holística de educação. São Paulo: Summus, 1995.
CECCIM, Ricardo Burg; CARVALHO, Paulo Roberto Antonacci. Criança Hospitalizada: atenção integral como escuta a vida. Porto Alegre/RS:Editora UFRGS, 1997.
FONSECA, E. S. (2000). Atendimento pedagógico-educacional de bebês especiais no ambiente hospitalar. Temas sobre Desenvolvimento, 9(49), 9-15.
FONSECA, E.S. (1999). Classe hospitalar: ação sistemática na atenção às necessidades pedagógico-educacionais de crianças e adolescentes hospitalizados. Temas sobre Desenvolvimento, v.8, n.44, p.32-37. 
LIMA, F. T. Classe Hospitalar do Hospital das Clínicas. www.eaesp.fgvsp.br/.../SAOPAULO-UniversidadedeSaoPaulo.pdf. Acessado em 20 de março de 2020.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia, Ciência da Educação - São Paulo; Cortez, 1996.
MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1990. NOVA ESCOLA. Edição Especial. Parâmetros Curriculares Nacionais fáceis de entender, 2001. O universo simbólico da criança: olhares sensíveis para a infância. Petrópolis: Vozes, 2005
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Brasília MEC, SEESP, 2002
RIZZO, L. A. Tópicos de atuação do profissional. São Paulo: Sol, 2014.p.127

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