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Sabará 2020 SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA ANA LUIZA ALCANTARA ROSA ANA SOFIA CORRADI CRUZ GABRIELA CRISTINA BASQUES LOPES JUSSARA ALVES FERREIRA BARBOSA KÉCIA CRISTINA PEIXOTO PEREIRA PRISCILA ANTONIA DA PAIXÃO SILVA FERREIRA AS PRÁTICAS DE LEITURA EM UMA CLASSE HOSPITALAR Sabará 2020 1 ANA LUIZA ALCANTARA ROSA ANA SOFIA CORRADI CRUZ GABRIELA CRISTINA BASQUES LOPES JUSSARA ALVES FERREIRA BARBOSA KÉCIA CRISTINA PEIXOTO PEREIRA PRISCILA ANTONIA DA PAIXÃO SILVA FERREIRA AS PRÁTICAS DE LEITURA EM UMA CLASSE HOSPITALAR Trabalho de produção textual interdisciplinar apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Pedagogia em Espaços Não Escolares, Aprendizagem da Língua Portuguesa, Aprendizagem da Geografia e História, Aprendizagem da Matemática, Aprendizagem de Ciências Naturais. Tutora Presencial: Carleide Lage 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 4 2.1. CLASSE HOSPITALAR .................................................................................... 4 2.2. A LITERATURA ................................................................................................ 5 2.3. A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE HOSPITALAR ............................................ 6 2.4. A PEDAGOGIA HOSPITALAR E SEU PAPEL DENTRO DA LEI ..................... 7 3. PROPOSTA ............................................................................................................ 9 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 10 5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 11 3 1. INTRODUÇÃO O pedagogo é conhecido como o profissional que está presente somente em escolas atuando como educador, mas ele pode trabalhar em muitos lugares inclusive dentro dos hospitais, apesar de muitas pessoas ainda desconhecerem essa prática, essa atuação é chamada de pedagogia hospitalar. A pedagogia hospitalar é uma área que une ensino e saúde. É ainda pouco conhecida, existindo poucos estudos sobre o tema. A atuação do Pedagogo em Hospitais vem crescendo timidamente. Os hospitais são centros de referência de tratamento e saúde, onde na maioria das vezes é comparado a um local de dor, sofrimento e morte, causando um rompimento em crianças e adolescentes com o seu cotidiano e com a aprendizagem. Mediante dessa situação, através de políticas públicas e estudos acadêmicos, surge à necessidade da implantação da Pedagogia Hospitalar. O profissional da Pedagogia é considerado importante não apenas nas escolas, mas em todas as instâncias em que haja a necessidade da prática educativa, e intervir e transmitir tecnicamente “o conhecimento” e o Processo Ensino e Aprendizagem. O objetivo do pedagogo é oferecer atendimento escolar às crianças e adolescentes em hospitais, quando pelo motivo de uma internação, são impedidas de frequentar classes regulares. Seu intuito é de que não haja interrupção nos processos de aprendizagem, portanto é um auxílio prestado aos enfermos que estão em processo de alfabetização. Educar estas crianças e adolescentes hospitalizados é um desafio que faz os profissionais formados em pedagogia descobrir estratégias flexíveis a cada realidade e necessidade de cada um, como por exemplo, despertar seus interesses em aprender, diante da enfermidade. A literatura pode ajudar no processo de recuperação das crianças hospitalizadas, pois, através de histórias, elas podem trocar experiências variadas, se divertir, encontrar conforto, ter senso crítico, sentir novas emoções, imaginar, sonhar, se emocionar, aprender valores essenciais à vida como: amizade, perdoar, além de ajudar a ler e escrever e a relacionar-se melhor socialmente. 4 2. DESENVOLVIMENTO Os tempos mudaram, a Pedagogia Hospitalar é um exemplo dessas mudanças. O atendimento a crianças que se encontram internadas em hospitais vem se expandindo, e com a prática deste trabalho humanista, aos “olhos” da sociedade se voltam para as necessidades físicas, afetivas, emocionais e sociais do indivíduo. Entretanto, a Pedagogia Hospitalar não pode ser vista simplesmente como uma sala de aula funcionando dentro de um hospital, mas sim como um atendimento pedagógico especializado, onde a sua finalidade é recuperar a socialização, dar continuidade à aprendizagem e incluir o aluno hospitalizado. O que se é trabalhado na prática educativa com os alunos que se encontram hospitalizados é diferente dos espaços escolares. Há sempre o bom senso, a construção da prática pedagógica, e tem características próprias entre professor e alunos. Leite (2004) relata que vivenciar experiências escolares no hospital poderá ser gostoso e agradável se o professor utilizar o lúdico como estratégia da atuação pedagógica. Assim, o ambiente de tristeza será convertido em um ambiente convidativo e alegre. 2.1. CLASSE HOSPITALAR A classe Hospitalar é uma necessidade para o hospital, para as crianças, para a família e para a equipe de profissionais ligados a educação e a saúde. Sua criação é social e deve ser vista com seriedade. Nesse pensar é que foram criadas as classes hospitalares. Nelas, segundo Fonseca (2002), o professor deverá desenvolver sua programação tendo como parâmetro o que está em andamento nas classes escolares originais. Crianças e adolescentes hospitalizados, matriculados nos diferentes níveis da educação básica, da educação infantil e do ensino médio, segundo Calado (2003, p. 73), passarão a serem alunos temporários da educação especial, por estarem afastados do universo escolar e diante de situações de adoecimento provocadas pelas diversas patologias, de tratamentos, que poderão inviabilizar a manutenção de sua rotina escolar. A família, preocupada com a saúde do paciente, diante do professor, sente-se surpresa e aceita sua presença como um fator positivo para o restabelecimento de seu filho. Nesses casos, caberá ao professor mostrar aos familiares a importância do atendimento escolar para o aluno/paciente hospitalizado. 5 O ambiente hospitalar onde é feito o atendimento as crianças e adolescentes deve ser diferenciado, acolhedor, com brinquedos e jogos, livros, com estimulações visuais, um ambiente alegre e aconchegante. Assim, através de brincadeiras e, as crianças e os adolescentes internados encontraram uma maneira mais positiva e criativa para viver a situação de doença, diminuindo o comprometimento mental, emocional e físico dos enfermos. No entanto, é imprescindível que haja um planejamento juntamente com a escola de origem dessas crianças para que seja dada a continuidade do trabalho escolar e as crianças possam ser reintegradas à escola assim que obtenham alta do hospital Cardoso (1995, p. 48) destaca: Educar significa utilizar práticas pedagógicas que desenvolvam simultaneamente razão, sensação, sentimento e intuição e que estimulem a integração intercultural e a visão planetária das coisas, em nome da paz e da unidade do mundo. 2.2. A LITERATURA Para Bettelheim (1980): “[...] Os contos de fadas divertem as crianças, esclarece situações para elas mesmas e favorece o desenvolvimento da personalidade humana. Eles ainda estão repletos de significados psicológicos que promovem respostas conscientes e inconscientes na psique da criança.” (1980, p.20) Zilbermann (1987) diz que: “A literatura possibilita ao leitor o reconhecimento da realidadeda organização social que o cerca e o acesso ao mundo do imaginário e da fantasia. O autor Paulo Coelho (1991) ao analisar obras clássicas da Literatura Infantil acredita que ela tem como finalidade a instrução e o divertimento. E é por todo o bem que a Literatura pode fazer ao ser humano, é que ela está sendo inserida nos hospitais do Brasil, ganhando um espaço muito importante na recuperação de crianças e adolescentes hospitalizados. Vários livros podem ser úteis no trabalho com as crianças hospitalizadas, e não precisam ser necessariamente aqueles que tratam de hospitais e doenças. Todo bom livro que servir de alívio ao stress, lazer, suporte aos procedimentos terá sempre uma importante função para o desenvolvimento da criança. Existem no mercado, alguns livros que trabalham o ambiente hospitalar, onde trazem uma mensagem de reflexão e conforto sobre o momento da hospitalização. Rubem Alves lançou uma coleção de livros para esse fim, voltados para crianças com 6 histórias próprias, entre elas pode-se destacar: “A operação de Lili”, onde o autor conta a história de uma elefantinha que precisava fazer uma operação para tirar o Gregório da sua trompa, seu amigo sapo, que lá foi lançado após uma brincadeira. Lili estava cheia de medos, mas uma fadinha, a Fada da Floresta, ajudou-a a superá-los fazendo- a dormir para que tivesse vários sonhos bonitos enquanto a operação acontecia. Desse modo, Lili não sentia nenhuma dor e, quando acordou, seu amigo Gregório já estava salvo, além de muito contente. O livro traz uma breve reflexão sobre a condição da criança hospitalizada, entretanto, a forma leve e engraçada faz com que a leitura seja atraente a qualquer leitor. Pode-se citar ainda a coleção de livros de “Terapia infantil”, onde foram publicados vários livros com o objetivo de explicar para a criança a sua enfermidade como: a asma, a epilepsia, diabetes, câncer, a morte dentre outros de uma forma descontraída e com o objetivo de auxiliar na cura da criança, pois a criança hospitalizada precisa estar ciente do que está acontecendo a sua volta para que aceite os procedimentos que deverão ser realizados. Os livros tradicionais também são muito bem vindos pelas crianças, principalmente os “contos de fadas” como: A Cinderela, A Branca de neve, os três porquinhos, O Rei leão e muitos outros. O que importa realmente é que a criança esteja se divertindo, é trabalhar o imaginário e a fantasia, é fazer com que o pequeno paciente esqueça pelo menos naquele momento as suas dores e a enorme vontade de voltar para casa. 2.3. A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE HOSPITALAR Conhecimento é poder, e todas as crianças precisam disso. Também de socialização, companheirismo, cuidados, amor e isso é realizado pela família, pela escola e pelos amigos, ou seja, é válido adaptar o meio para proporcionar isso também a crianças hospitalizadas, por isso devemos ressaltar a importância do professor na classe hospitalar pois ele desenvolve esse trabalho junto ao hospital, aos pais, a escola de origem da criança objetivando qualidade de vida e educação aos alunos hospitalizados. É importante darmos notoriedade aos pedagogos que atuam na classe hospitalar, pois seu papel não se restringe somente a educar, mais afeta seu emocional, e é um desafio a ser vencido diariamente, é uma profissão que exige dedicação, amor, disposição e força, por isso, o professor que atua na classe hospitalar deve estar ciente do que lhe será exigido, ele não atuará sozinho deve ter 7 ajuda da escola de origem do qual é o aluno paciente, família e médicos tudo para melhorar a situação em que se encontram essas crianças. Sabemos que o ambiente hospitalar é cansativo e estressante para as crianças, pois elas são agitadas, gostam de brincar, correr e isso é um prejuízo a ser enfrentado. Imagina somar as perdas educativas e sociais a contínuos tratamentos médicos, essa situação é muito delicada por isso deve ter o apoio e a ajuda de todos os envolvidos. Pedagogia não escolar possui um compromisso diante da realidade que estabelece com os sujeitos envolvidos, os quais possuem, além de suas características individuais, fortes marcas impostar pela sociedade. (BATISTA, 2019, P.71) 2.4. A PEDAGOGIA HOSPITALAR E SEU PAPEL DENTRO DA LEI No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro de 1995, no item 9 [...] a criança “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. A proposta da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC,1996) para a criança hospitalizada é a de que a criança disponha de todas as oportunidades possíveis para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos. Por meio da Resolução Nº. 02/2001 – CNE instituiu diretrizes nacionais para a Educação Especial na Educação Básica no qual em seu artigo 13 assegura que Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado para alunos impossibilitados de frequentar as aulas por motivo de internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. Trabalhar a criança/paciente é fazer com que o mesmo possa resgatar a sua autoestima, sua afetividade e principalmente a vontade de dar continuidade no querer aprender. Contudo a efetivação deste direito não ocorre, o que vemos são crianças que em sua maioria dependendo do caso, perdem o ano escolar ou ficam com grandes lacunas no processo de ensino aprendizagem. Um dos maiores fatores que 8 prejudicam ainda mais é a falta de conhecimento das leis. A Constituição Federal de 1988 em seu art. 206 diz A Educação é um direito de todos é dever do Estado e da família, deverá ter o apoio da sociedade, visando o desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercer a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, sendo a educação um direito de todos, a criança hospitalizada está apta a receber esse direito e o Estado deve cumprir todas as medidas para o seu cumprimento. 9 3. PROPOSTA Tema: Projeto Leitura Divertida Justificativa: Desenvolver um projeto para melhorar a convivência dentro do hospital, de socialização, companheirismo, cuidados, ajudando a melhorar o lado emocional das crianças e adolescentes, com entretenimento e leitura. Objetivo Geral: Desenvolver uma campanha de doação de livros de todas as faixas e etárias, e contar com a contribuição de palhaços e professores para levar os livros ao hospital. Objetivo Específico: Melhorar a qualidade de vida das crianças e adolescentes internados no hospital, incentivar o hábito de Leitura, buscando criar um ambiente construtivo de educação, e condições para o desenvolvimento de um trabalho com parceria com palhaços e professores. Além dos acompanhantes e funcionários do hospital que irão ser beneficiados através das atividades e acesso aos livros do projeto. Metodologia: Os livros seguem pelo hospital com um carrinho de leitura, para este primeiro percurso, o grupo voluntário de palhaços será responsável por conduzir o carrinho pelas dependências do hospital e orientar os interessados em ter acesso aos livros. Além da facilidade de comunicação, ainda terá a questão do entretenimento. Os professores fazem a leitura individual ou coletiva dos livros mostrando as imagens e fazendo uma contação de história atrativa envolvente que estimule a criatividade, imaginação, e as e lições e aprendizagens que as obras dos livros podem trazer. Recursos didáticos: Livros doados Avaliação: É um projeto de estímulo à leitura que precisa ultrapassar os limites da visão física e auditiva paraocupar também a ótica da fantasia. Precisa aumentar o interesse das crianças e adolescentes, muitos pais, mães e responsáveis a também começaram a ler os livros. Por meio da leitura, as atividades serão integradas de maneira multidisciplinar, visando oferecer uma melhor qualidade de vida para as crianças e adolescentes internados. 10 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O pedagogo que desenvolve seu trabalho no ambiente hospitalar deve ter clareza da importância de sua atuação nesse espaço que envolve muitos cuidados, responsabilidade e muita dedicação, pois os pacientes envolvidos no processo de aprendizagem necessitam de muita atenção e compreensão. As crianças e adolescentes que ali permanecem precisam de muito apoio emocional e o pedagogo pode contribuir para que a melhora deste paciente seja satisfatória, propiciando momentos de alívio, sempre estimulando o aluno ao desejo de saber, aprender e recuperar-se. A pessoa ao entrar em um hospital sente necessidade de atenção, e o que não dizer de uma criança que deixa de seguir suas atividades normais que vão de um simples brincar, rir, conviver com outras crianças, com o desabrochar próprio desse período de vida repleto de novas habilidades, competências em conhecimentos para se recolherem a um mundo desconhecido e confinado a um hospital. Para essas crianças ou adolescentes, o atendimento pedagógico fará toda a diferença, pois estará integrando o doente em seu novo modo de vida, orientando-o dentro de um ambiente acolhedor e humano, mantendo vivo o contato com o mundo exterior e propiciando a aquisição de novas habilidades e conhecimentos, além de privilegiar as suas relações familiares. Com o desenvolvimento de projetos educacionais em hospitais, torna-se assim, possível a atenção integral ao paciente aproximando equipe de saúde, equipe multidisciplinar e familiares, evitando a geração de traumas durante a hospitalização e alcançando o principal objetivo que é a melhora no estado de saúde de crianças e adolescentes. 11 5. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial naeducação básica/Secretaria da Educação Especial –, MEC/SEESP, 2001 FONTES, RS e VASCONCELLOS, V.M.R. O Papel da educação no Hospital: Uma reflexão com base nos estudos de Wallon e Vigotski. In: Educação da criança hospitalizada: As várias faces da pedagogia no contexto hospitalar. Caderno Cede, Campinas, vol.27, set/dez/ 2007, nº. 73, p. 279-304. LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1998. HOLTZ, Maria Luiza M. “Lições de pedagogia empresarial”. FONSECA, Eneida Simões da Fonseca. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo:2003. BARROS, Alessandra Santana. A prática pedagógica em uma enfermaria pediátrica. Revista Brasileira de Educação, São Paulo: Anped, nº, 12, p. 84-93, out./dez. 1999. AQUINO, Júlio Groppa. O professor, o aluno, a diferença e a hospitalização. In: FONSECA, Eneida S. (org.). Atendimento Escolar Hospitalar. O trabalho Pedagógico no ambiente hospitalar :a criança doente também estuda e aprende. Rio de Janeiro: Ed. da UERJ, 2001
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