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DIABETES MELLITUS (2)

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1 @medpelobem 
DIABETES MELLITUS 
CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO 
➢ FISIOPATOLOGIA 
Os substratos energéticos são obtidos 
principalmente de carboidratos, gorduras 
e proteínas da dieta. Qualquer substrato 
energético da dieta que exceder as 
necessidades imediatas de energia é 
armazenado, principalmente, como 
triacilglicerol (gordura) no tecido adiposo, 
como glicogênio (carboidrato) no músculo 
e no fígado, e como proteínas no músculo. 
O metabolismo desses substratos 
energéticos é feto pelo fígado e pâncreas 
endócrino. 
METANOLISMO DA GLICOSE: 
A glicose serve para fornecer energia para 
o nosso organismo. Quando os níveis de 
glicemia caem abaixo do normal, como 
ocorre entre as refeições, o organismo 
busca a glicose através de outras fontes, 
como: 
1. Glicogenólise: degradação do 
glicogênio 
2. Gliconeogenese: formação de 
glicose pelo nosso organismo, 
principalmente pela quebra de 
aminoácidos, glicerol e ácido lático. 
HORMÔNIOS REGULADORES 
DA GLICOSE 
A regulação da glicose no sangue é 
influenciada por vários hormônios do 
intestino, que aumentam a liberação de 
insulina após a ingestão de nutrientes, bem 
como por hormônios contrarreguladores, 
que ajudam a manter os níveis de glicemia 
durante períodos de ingestão limitada ou de 
uso excessivo de glicose. 
A insulina é o único hormônio que 
reconhecidamente exerce um efeito 
direto sobre a redução dos níveis 
sanguíneos de glicose 
❖ Promove a captação de glicose 
pelas células-alvos e proporciona o 
armazenamento da glicose na 
forma de glicogênio 
❖ Impede a degradação dos lipídios e 
do glicogênio 
❖ Inibe a gliconeogênese e aumenta a 
síntese de proteínas 
❖ Insulina deriva do pâncreas 
endócrinos, o qual possuía as 
ilhostas de Langerhans. Cada ilhota 
é constituída por celulas betas que 
são responsáveis pela produção da 
 
2 @medpelobem 
insulina e por células alfas que são 
responsáveis pelo glucagon. A 
insulina bloqueia a liberação de 
glucagon. 
❖ A produção de insulina pela célula 
beta: 
✓ O cromossomo 11, gene da insulina, 
produz a préproinsulina que 
sofrerá modificações pós-
transcricionais no reticulo 
endoplasmático rugoso e complexo 
Golgi. Essa preproinsulina entra no 
reticulo e terá uma característica 
de conseguir fazer pontes de 
sulfeto entre duas cadeias 
polipeptideas. Lá no complexo golgi 
essa preproinsulina será 
modificada, resultando em duas 
coisas: insula e peptídeo C 
✓ É agrupado 6 insulinas que se junta 
com o zinco, e é armazenada desse 
jeito. Quando liberada, é na sua 
forma individual. 
✓ A secreção de insulina pela célula 
beta: 
o A partir do momento que a 
concentração da glicose 
aumenta no sangue, ela 
entra dentro da célula beta 
através de GLUT 2 (ativado 
pela insulina). 
o Ao entrar, a glicose recebe 
fosfato e a partir da enzima 
glucoquinase, passará pela 
glicólise e produzirá 
piruvato, que produzirá 
Acetil Coa que entrará no 
ciclo de Krebs, produzindo, 
assim, ATP. Se tiver muito 
ATP em relação a ADP, o 
canal de potássio fecha, 
levando ao processo de 
despolarização da 
membrana, o canal de 
cálcio se abre. Uma vez 
dentro da célula, o cálcio 
estimula as vesículas a 
liberarem insulina e o 
peptídeo C (parte da 
proteína que dá origem a 
insulina). 
o A dosagem do peptídeo C 
serve para ver o 
funcionamento da célula 
beta. 
o Essa insulina liberada atua 
no seu receptor em outras 
células. Esse outro 
receptor é responsável por 
ativar GLUT4, que irá para 
a membrana formar um 
 
3 @medpelobem 
canal de entrada para a 
glicose. 
 
➢ A fisiopatologia explica os sintomas 
da diabetes: 
o Se o indivíduo está 
quebrando proteínas e 
gorduras para a produção 
de glicose ele emagrece 
o A falta de glicose dentro da 
célula, leva a falta de 
formação de ATP, o que o 
organismo entende como 
falta de energia para ele, 
levando ao aumento do 
apetite 
o Se ele está urinando muito, 
ele passa a ter poliúria. 
o E sua desidratação leva a 
polidipsia. 
o Caso a glicose esteja alta, 
mas inferior a 180, o 
paciente pode ficar 
assintomático por anos. 
o Outros sintomas é cansaço, 
alteração da visão. 
 
 
 
➢ CLASSIFICAÇÃO 
DO DM 
O diabetes mellitus consiste em um 
distúrbio metabólico caracterizado por 
hiperglicemia persistente, decorrente 
de deficiência na produção de insulina 
ou na sua ação, ou em ambos os 
mecanismos. 
1. Quando o problema for no 
receptor da insulina, dizemos 
que o paciente tem resistência 
à insulina, ou seja, ele produz 
normalmente a insulina. 
2. Quando o problema for na 
célula beta (destruição total ou 
não), se tem uma deficiência 
relativa ou absoluta de 
insulina. 
Em ambas situações, ocorre um 
aumento da glicose, elevando a glicemia 
no sangue e deixando as células sem 
energia. 
Para se equilibrar, o organismo passa a 
fazer glicogenólise ou gliconeogênese, 
o que leva ainda mais o aumento da 
glicose no sangue (hiperglicemia). 
Geralmente, o limiar para a pessoa 
conseguir reabsorver a glicose na 
filtração glomerular é de 180 
miligrama, acima disso o paciente 
 
4 @medpelobem 
começará a fazer diurese osmótica 
(excretada na urina), essa perda de 
glicose na urina causa desidratação. 
 
A classificação atual é em cima 
da patologia 
1. Diabetes mellitus tipo I: diabetes 
causado por destruição das células 
beta pancreáticas, levando a 
deficiência absoluta de insulina. 
Maioria dos casos é autoimune 
(comprovado por anticorpos). 
2. Diabetes mellitus tipo II: perda 
progressiva da secreção de 
insulina, porém a base da doença é 
a resistência insulínica. Com o 
passar dos anos, a resistência 
insulínica, leva a falência das 
células betas, levando a perda da 
produção de insulina. 
3. Diabetes mellitus gestacional: 
diagnosticado no segundo ou 
terceiro trimestre da gestação. 
4. Diabetes específicos: outras 
causas mais raras, como os 
a. Diabéticos monogênicos 
(mutação de um único 
gene); 
b. Secundário ao pâncreas 
(pancreatite, fibrose 
cística, traumas, 
pancreatectomia); 
c. Doenças endócrinas 
(aumento dos hormônios 
contrarreguladores da 
insulina, como GH, cortisol, 
glucagon, epinefrinas, 
hormônios tireoidiano); 
d. Diabetes pós –transplantes 
(corticoides), por 
medicamentos, etc. 
 
 
➢ DIABETES 
MELLITUS TIPO 2 
O peso da genética é muito maior no tipo 2, 
porém possui uma etiologia complexa e 
multifatorial, pois envolve componentes 
genéticos e ambientais. 
A resistência insulínica pode ser causada 
por obesidade (fatores liberados pelo 
tecido adiposo), SOP, sedentarismo, hábitos 
dietéticos, etc. 
90 a 95% de todos os casos de DM, 
acomete indivíduos a partir da quarta 
década de vida, embora, se descreva 
aumento na sua incidência em crianças e 
jovens, devido ao componente ambiental, 
como obesidade e sedentarismo. 
O desenvolvimento da hiperglicemia ocorre 
concomitantemente com 
 
5 @medpelobem 
hiperglucagonemia, resistência dos tecidos 
periféricos à ação da insulina, aumento da 
produção hepática de glicose, disfunção 
incretínica, aumento de lipólise e 
consequente aumento de ácidos graxos 
livres circulantes, aumento da reabsorção 
renal de glicose e graus variados de 
deficiência na síntese e ne secreção de 
insulina pela célula beta pancreática. 
A doença, na maioria das vezes, é 
assintomática ou oligossintomática por 
longo período, sendo o diagnóstico 
realizado por dosagens laboratoriais de 
rotina ou manifestações das complicações 
crônicas. 
❖ Menos frequente: sintomas 
clássicos de hiperglicemia 
o Poliúria 
o Polidipsia 
o Polifagia 
o Emagrecimento 
❖ Raramente a cetoacidose diabética 
consiste na manifestação inicial 
Fatores de risco para DM2: 
1. História familiar da doença 
2. Avançar da idade 
3. Obesidade 
4. Sedentarismo 
5. Diagnóstico prévio de pré-diabetes 
ou diabetes mellitus gestacional6. Componentes da síndrome 
metabólica, tais como HAS e 
dislipidemia. 
 
➢ DIABETES 
MELLITUS TIPO I 
Menos frequente o peso genético 
1. Tipo 1A: 
a. Forma mais frequente 
b. Confirmada pela 
positividade de um ou mais 
autoanticorpos. 
c. Possui forte associação 
com antígeno leucocitário 
humano (HLA) DR3 e DR4. 
d. Envolve predisposição 
genética e fatores 
ambientais que 
desencadeiam a resposta 
autoimune, como infecções 
virais, componentes 
dietéticos e certas 
composições da microbiota 
intestinal. 
e. Anticorpos que confirmam 
diagnostico: 
i. Anti-ilhota (ICA) 
ii. Anti-insulina (IAA) 
iii. Antidescarboxilase 
do ácido glutâmico 
(antiGAD65) – 70% 
 
6 @medpelobem 
iv. Antitransportador 
de zinco (Znt8) – 
60-80% 
v. Tirosina fosfatase 
(IA2 – IA2 
beta) – 85% 
f. Geralmente, os 
autoanticorpos 
precedem a 
hiperglicemia por meses a 
anos, durante um estágio 
pré-diabético. Quanto 
maior o número de 
autoanticorpos, maior a 
chance de o indivíduo 
desenvolver a doença. Na 
fase clinicamente 
manifesta do DM1, o início, 
geralmente, abrupto, ou 
seja, paciente tem 
manifestações clínicas 
rápida. Cetoacidose 
diabética pode ser a 
primeira manifestação da 
doença em um terço dos 
casos. 
A maioria dos pacientes tem peso normal, 
porém a presença de sobrepeso e 
obesidade não exclui o diagnóstico da 
doença. 
Mais frequente na infância e na 
adolescência. Adultos: forma lentamente 
progressiva da doença, denominada latent 
autoimmune diabetes in adults (LADA) 
 
2. Tipo 1B ou idiopático: 
Os anticorpos não são detectáveis na 
circulação 
As recomendações terapêuticas são as 
mesmas do DM tipo 1A e não há evidencias 
de riscos distintos para as complicações 
crônicas entre os subtipos. 
 
➢ DM1 X DM2 
Sintomas: 
o Tipo I: mais rápidos 
o Tipo II: insidiosos 
Diagnóstico 
o Tipo I: com polis e emagrecimento 
ou cetoacidose 
o Tipo II: assintomático com 
complicações ou sintomas de DM 
descompensados 
o Mais comum é o EHH (Estado 
Hipeglicêmico Hiperosmolar): 
amento da osmolaridade sanguínea, 
 
7 @medpelobem 
com desidratação e alterações nos 
níveis de consciência. 
Idade 
o Tipo I: mais comum em crianças 
o Tipo II: mais comum em adultos 
com sobrepeso ou obesidade 
Histórico familiar 
o Tipo I: menos COMUM 
o Tipo II: mais comum 
Doença autoimunes associadas 
o Tipo I 
o Paciente pode apresentar 
hipotireoidismo, doenças 
reumáticas, etc. 
 
 
➢ DM: QUANDO 
PESQUISAR? 
O teste deve ser considerado em 
indivíduos com sobrepeso ou 
obesidade + fatores de risco 
o IMC > ou igual 25 Kg/m2 
o Orientais: IMC > ou igual 23 
Kg/m2 
Se possui, além do sobrepeso e 
obesidade, algum desses 
fatores: 
o Parentes de primeiro grau 
diagnosticado com diabetes 
o Etnia de alto risco para diabetes 
o Histórico de doença cardiovascular 
o Hipertensão - maior 140/90 mmHg 
ou se faz terapia para HAS 
o Nível de colesterol – HDL < 35 
mg/dL e/ou nível de triglicerídeos 
> 250 mg/dL 
o SOP 
o Individuo sedentário 
o Condições clinicas associada a 
resistência insulínica 
o Se paciente já foi diagnosticado 
pré-diabetico 
o Mulheres que tiveram diabetes 
gestacional 
o Acima de 45 anos 
Em resultados normais, deve-
se repetir, pelo menos, a cada 3 
anos. 
o Se paciente tiver risco alto, deve-
se fazer anualmente. 
o Na presença de pré-diabetes, 
recomenda-se avaliação anual 
Para testar pré-diabético ou 
diabetes tipo II 
o Glicemia de jeju 
o Teste oral de tolerância a glicose 
com 75g (2 horas após) 
o Hemoglobina glicada 
Pacientes pré-diabéticos ou 
com diabetes tipo II 
o Avaliar outras causas de risco 
vascular. 
 
 
8 @medpelobem 
Crianças e adolescentes 
o Percentil de sobrepeso e obesidade 
+ um fator de risco 
o Mãe com diabetes 
gestacional durante a 
gestação dessa criança 
o História familiar de 
primeiro e secundo grau 
o Etnia 
o Sinais de resistência 
insulínica 
▪ Acantose nigricans 
▪ SOP 
▪ HAS 
▪ Dislipidemia 
▪ Criança pequena 
para idade 
gestacional. 
 
 
➢ CRITÉRIOS 
DIAGNÓSTICOS 
Glicemia em jejum: coletada em sangue 
periférico após jejum calórico de no mínimo 
8 horas 
TOTG: previamente a ingestão de 75 g de 
glicose dissolvida em agua, coleta-se uma 
amostra de sangue em jejum para 
determinação da glicemia; coleta-se outra, 
então, após 2 horas da sobrecarga oral. 
Importante reforçar que a dieta deve ser a 
habitual e sem restrição de carboidratos 
pelo menos nos 3 dias anteriores a 
realização do teste. Permite avaliação da 
glicemia após sobrecarga, que pode ser a 
única alteração detectável no início do DM, 
refletindo a perda de primeira fase da 
secreção de insulina 
 Hemoglobina glicada (HbA1c): oferece 
vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos 
últimos 3 a 4 meses e ao sofrer menor 
variabilidade dia a dia e independer do 
estado d jejum para sua determinação. Vale 
reforçar que se trata de medida indireta da 
glicemia, que sofre interferência de 
algumas situações, como anemias, 
hemoglobinopatias e uremia, nas quais e 
preferível diagnosticar o estado de 
tolerância a glicose com base na dosagem 
glicêmica direta. Outros fatores, como 
idade e etnia, também podem interferir no 
resultado da HbA1c. 
 
Valores: 
1. Glicemia de jejum 
o Normal < 100 mg/dL 
o Pré-diabetes 100-125 
mg/dL 
o Diabetes - > 126 mg/dL 
2. Teste oral de resistência (75g) – 
TOTG 
 
9 @medpelobem 
o Escrever no exame que é 
para avaliar apenas 2h 
depois da ingestão de 75g 
o Normal < 139 mg/dL 
o 140-199 mg/dL – pré 
diabetes 
o > 200 mg/dL – diabetes 
3. Hemoglobina glicada (HbA1c) 
o Normal < 5.7 
o 5.7 – 6.4 % - pré-diabetes 
o > 6.5 % - diabetes 
Atualmente, dois exames alterados, na 
mesma coleta de sangue, já se faz o 
diagnóstico. 
 
 
 
 
 
➢ ABORDAGEM AO 
PACIENTE PORTADOR 
DE DM 
AVALIAÇÃO E ABORDAGEM 
AS COMORBIDADES 
ATENDIMENTO COLABORATIVO 
CENTRADO NO PACIENTE: 
• O cuidado ao paciente diabético 
deve ser multidisciplicar, com 
várias áreas e especialidades 
• Usar linguagem objetiva 
o Neutra 
o Sem julgamentos 
o Basear em fatos 
o Explicar a fisiologia 
• Realizar a escuta ativa 
• Buscar por preferencias e crenças 
do paciente 
o Deve-se ser livre de 
estigmas 
o Conduta respeitosa 
• Avaliar o grau de instrução 
• Caso o paciente não tenha bom 
grau de instrução, deve 
envolver 
cuidador/família/responsável 
• Enumerar possíveis barreiras 
ao cuidado 
• Otimizar os desfechos de saúde 
o Qualidade de vida 
MELHOR TRATAMENTO PARA 
DIABETES É A PREVENÇÃO E O 
DIAGNÓSTICO PRECOCE 
 
Caso o paciente apresente sintomas 
clássicos como poliuria, polidipsia, perda de 
peso e sua glicemia ao acaso > 200 mg/dL. 
Não é necessário repetir o exame para o 
diagnóstico de DM 
 
10 @medpelobem 
➢ CICLO DE 
DECISÃO 
CENTRADO NO 
PACIENTE PARA 
MANEJO 
GLICÊMICO DO 
PACIENTE DM2 
OBJETIVOS 
• Prevenir as complicações 
• Otimizar a qualidade de vida 
CICLO 
• Características chave do 
paciente 
o Estilo de vida 
o Comorbidades 
▪ Confirmar 
diagnóstico de DM 
▪ Se tem HAS, 
obesidade, 
dislipidemia, DCV, 
etc. 
o Características clínicas 
▪ Sintomas do 
paciente 
o Questões como motivações 
e depressão 
o Contexto cultural e 
socioeconômico 
 
• Fatores específicos para escolha 
do tratamento 
o HbA1c alvo individualizado 
o Impacto no peso e 
hipoglicemia 
▪ Dietas restritivas, 
atividade física 
intensa, 
tratamento 
farmacológico 
além do necessário 
pode causar tais 
impactos. 
▪ Perder peso para o 
paciente com DM2, 
pode ser essencial 
para o não uso de 
fármacos 
o Efeitos colaterais das 
medicações 
o Posologia e forma de 
administração 
▪ Optar por 
medicações com 
posologia mais 
fáceis, ou seja, uma 
vez ao dia, por 
exemplo 
o Acessibilidade e custo 
 
• Decisão compartilhada para 
criar plano terapêutico 
o Envolve paciente maisinstruído. Se não tiver 
paciente instruído, deve 
chamar familiar ou 
cuidador 
o Preferencias do paciente 
o Consulta efetiva inclui 
intervenção motivacional 
o Empodere o paciente 
▪ Paciente tem poder 
de decisão 
 
11 @medpelobem 
▪ Necessário 
mostrar as 
responsabilidades 
do paciente em seu 
tratamento 
o Garantir acesso ao DSMES 
(pontos para qualidade de 
vida) 
 
• Acordo do plano terapêutico 
o Especifico os objetivos 
SMART 
▪ eSpecífico 
▪ Mensuravel 
▪ Alcançável 
▪ Realístico 
▪ Tempo limitado 
o Avaliação da terapêutica 
 
• Implemente o plano terapêutico 
o Pacientes que não atendem 
objetivos, devem retornar a 
cada 3 meses 
o O contato mais frequente 
inicialmente é desejável 
 
• Monitoramene contínuo e 
suporte incluem: 
o Bem estar emocional 
o Tolerabilidade de 
medicações 
o Monitoramento de status 
glicêmico 
o Biofeedback 
▪ Avaliar com 
exames de rotina, 
como glicemia de 
jejum, por exemplo. 
▪ Peso 
▪ Contagem de 
passos 
▪ PA 
▪ Lipídios 
 
• Revisão e acordo no plano 
terapêutico 
o Revise o plano 
o Mudanças mutuamente 
acordadas 
o Garantir modificações ou 
implementações no plano 
o Realizar ciclo de decisão 
regularmente (pelo menos 
uma vez/duas vezes por 
ano) 
 
➢ COMPONENTES 
DA AVALIAÇÃO DO 
PACIENTE 
DIABÉTICO 
Avaliação médica 
NA PRIMEIRA CONSULTA, DEVE-
SE: 
• Diagnóstico e classificação do 
diabetes 
• Avaliar possíveis complicações da 
diabetes e comorbidades 
• Rever tratamentos prévios e 
controle da doença em pacientes 
com diabetes previa 
• Engajar o paciente em seu 
autocuidado 
NAS CONSULTAS DE 
ROTINA/SEGUINTE, DEVE-SE: 
 
12 @medpelobem 
• O prazo é decidido de acordo como 
a forma que o médico quer 
acompanhar o paciente 
• Deve incluir os componentes da 
primeira consulta, incluindo 
histórica medica, remédios em uso 
(sua forma de administração, 
efeitos colaterais, etc), exame 
físico e laboratorial, avaliação de 
complicações, autocuidado, 
nutrição, estado psicológicos, 
imunização, etc. 
VISITA ANUAL 
 
Os componentes da 
avaliação diabética de 
acordo com a consulta: 
PASSADO MÉDICO E 
HISTÓRIA FAMILIAR 
• Visita inicial – primeira consulta 
o Características da doença 
o Sintomas 
o Tratamentos prévios 
o Frequência de 
hospitalizações previas, 
causa e gravidade 
o História familiar 
▪ História de doença 
autoimune 
▪ História de 
diabetes na família 
 
• Primeira consulta e, pelo menos, 
uma vez ao ano 
o História pessoal de 
complicações ou 
comorbidades associadas 
▪ Macro e 
microvascular 
▪ Comorbidades 
comum (obesidade, 
etc) 
▪ Histórico de 
hipoglicemia 
• Frequência
, causas, 
gravidade, 
etc. 
▪ Presença de 
hemoglobinopatia 
ou anemias 
▪ HAS ou dislipidemia 
▪ Última vez no 
dentista 
▪ Exame de fundo de 
olho 
▪ Avaliação da 
função renal 
▪ Visita a outros 
especialistas 
 
• Visita de rotina ou, pelo menos, 
visita anual 
o Mudança no histórico 
familiar e/ou médico. 
 
HÁBITOS DE VIDA 
• Abordar em todas as consultas 
o Alimentação e perda/ganho 
de peso 
o Atividade física e hábitos 
noturnos 
 
13 @medpelobem 
• Abordar na visita inicial e visita 
anual 
o Tabaco 
o Etilismo 
 
MEDICAÇÕES E VACINAÇÃO 
• Abordar em todas consultas 
o Avaliar a adesão do 
paciente ao tratamento 
o Forma de administrar, 
posologia, etc. 
o Presença de efeitos 
colaterais 
o Medicamentos 
complementares ou 
alternativos 
o Cartão de vacinação em dia 
 
USO DE TECNOLOGIA 
• Abordar em todas as consultas 
o Se o paciente tem acesso a 
tecnologias de saúde 
▪ Aplicativos 
▪ Aulas onlines 
▪ Monitores de 
glicemia 
o Bomba de insulia 
 
AMBIENTE E HABILIDADE 
DE AUTOCUIDADO 
• Abordar na consulta inicial e na 
consulta anual 
o Presença de depressão, 
ansiedade, desordem 
alimentar 
o Meios sociais de suporte, 
como grupos operativos 
▪ Deve-se descobrir 
o que faz bem ao 
paciente 
o Considerar associar 
qualquer prejuízo de 
cognição, como demência 
o Se o paciente consegue 
avaliar macro e micro 
nutrientes, se entende seus 
autocuidados, etc., ou seja, 
se paciente é capacidade 
para aprender e reproduzir 
autocuidado 
o Pacientes que possuem 
desejo de engravidar, deve-
se rever uso de 
contraceptivo oral e plano 
de tratamento que 
capacite-a para isso. 
 
EXAME FÍSICO 
• Abordar em todas as consultas 
o IMC, peso, altura, 
crescimento/puberdade 
em crianças adolescentes 
o Medir PA em posição 
ortostáticas 
o Exame da pele 
▪ Antacose nigricans 
▪ Lipodistrofia 
• Avaliar em consulta inicial e em 
consulta anual 
o Avaliação de fundo de olho 
▪ Encaminhar 
paciente para 
oftalmologia 
 
14 @medpelobem 
o Palpar tireoide 
o Avaliar os pés do paciente 
▪ O diabético não 
compensado tem 
prejuízo de 
cicatrização, 
favorece a 
infecção 
secundária, etc. 
▪ Inspeção visual 
▪ Palpação do pulso 
pedioso 
▪ Determinar 
temperatura 
▪ Sensação de 
vibração ou de 
picada 
▪ Avaliar 
sensibilidade por 
meio do 
monofilamento de 
10g 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
• Avaliar em todas as consultas 
o Hemoglobina glicada 
• Avaliar na consulta inicial e na 
consulta anual 
o Monitorar lipídios 
▪ LDL 
▪ HDL 
▪ Triglicerideos 
o Função hepática 
o Função renal 
▪ Relação de 
albumina e 
creatinina 
o Função da tireoide 
▪ Principalmente em 
pacientes com DM1 
o B12 em pacientes com uso 
de metformina 
o Potássio sérico, 
principalmente em 
pacientes com uso de ECA 
ou diuréticos 
 
➢ IMUNIZAÇÃO 
Recomendação 
• Cartão vacinação normal 
• Influenza 
o Vacina anual 
o Protege contra formas 
graves de gripe 
o Todos acima dos 6 meses 
de vida devem ser 
vacinados, especialmente 
os diabéticos 
• Pneumocócica 
o É importante considerar a 
vacinação a Pneumovax 23 
em pacientes com diabetes 
dos 2 anos aos 64 anos. 
o Acima dos 65 anos, a 
pneumovax 23 é 
obrigatória 
• Hepatite B 
o Em comparação com a 
população geral, pacientes 
com diabetes tem um alto 
índice de hepatite B 
o Recomendado em adultos 
até 60 anos de idade, 
acima de 60 anos é 
 
15 @medpelobem 
recomendado apenas com 
indicação médica 
 
➢ DOENÇAS 
AUTOIMUNES 
Doenças da tireoide 
Pacientes com diagnóstico de DM1 devem 
fazer exame laboratorial para 
rastreamentos de anticorpos tireoidianos 
logo após diagnósticos e de forma periódica 
depois. 
Doenças celíaca 
Paciente com diagnóstico de DM1 deve fazer 
o rastreamento para doença celíaca se 
apresentar sintomas gastrointestinais 
como diarreia, má absorção ou resultado 
de exame laboratorial sugestivos de doença 
celíaca como osteoporose, deficiências de 
vitamina, anemia, etc. 
Outras doenças associadas 
são: 
• Hepatites autoimune 
• Insuficiência renal primaria 
• Doenças dermatológicas, etc 
 
➢ COMPROMETIME
NTO COGNITIVO 
Paciente com diabetes tem um risco 
aumentado ao declínio cognitivo e a 
demência. Caso o paciente apresente algum 
comprometimento deve-se: 
• Fazer um tratamento simplificado 
• Minimizar o risco de hipoglicemia 
o A hipoglicemia aumenta o 
risco de declínio cognitivo. 
Além disso, pacientes com 
declínio cognitivo 
apresentam maior risco de 
hipoglicemia 
• Fatores que aumentam o risco de 
hipoglicemia 
o Uso de insulina ou 
secretagogos 
o IR ou doença hepática 
o Maior tempo do diagnóstico 
de diabetes 
o Fragilidade e idade mais 
avançada 
o Comprometimento 
cognitivo 
o Resposta contra-
regulatória prejudicada, ou 
seja, aqueles paciente que 
não tem hormônios contra-
reguladores funcionantes, 
por exemplo 
o Deficiência física ou 
intelectual 
o Uso de álcool 
o Polifarmácia 
Em um recente estudo de meta analise foi 
evidenciado que pessoas com diabetes 
estão mais propensas a ter demência, 
Alzheimer e demência vascular 
➢ DOENÇA 
HEPÁTICA 
GORDUROSA NÃO 
ALCCÓLICA 
 
16 @medpelobem 
Pacientecom DM ou pré-DM com ALT elevada 
tem risco maior de ter uma esteatohepatite 
não alcoólica, levando a fibrose hepática, 
tendo como fim o carcinoma. 
Níveis elevados de ALT estão associados a 
pessoas com alto IMC e circunferência 
abdominal, dislipidemia, e baixos níveis de 
HDL 
Intervenções que promovem perda de peso, 
controle da glicemia, e tratamento 
farmacológico para dislipidemia e 
hiperglicemia reduzem os riscos de 
desenvolver doença hepática gordurosa não 
alcoolica. 
 
➢ BAIXA 
TESTOSTERONA 
EM HOMENS 
Se apresentarem sintomas ou sinais de 
hipogonadismo, como diminuição do libido ou 
disfunção erétil, deve-se fazer triagem com 
nível de testosterona sérica 
Os níveis de testosteronas em homens com 
diabetes são menores do que em homens 
que não possuem diabetes, os níveis decaem 
mais ainda caso o paciente tenha obesidade 
 
➢ DOENÇA 
PERIODONTAL 
Mais prevalentes em pacientes com diabetes 
Está associada a níveis mais elevados de 
HbA1c 
 
➢ OUTRAS 
CÂNCER 
Diabetes está associado ao aumento de 
câncer no fígado, pâncreas, endométrio, 
colo de intestino, mama e bexiga 
Essas associação pode ser devido ao 
compartilhamento dos fatores de risco 
como obesidade, idade avançada e 
sedentarismo, mas também pode estar 
associadas as mudanças fisiológicas 
causadas pela diabetes ou pelo seu 
tratamento. 
 
PANCREATITE 
A falência das células betas devido a DM, 
pode levar a uma inflamação do pâncreas. 
 
FRATURAS 
Fraturas de quadris são comuns em 
pacientes com DM 1 ou 2 
Na DM1 é devido a osteoporose 
Comprometimentos sensóricos 
 
HIV 
Pacientes com HIV devem ser rastreado 
para diabetes e pré-diabetes com glicose 
em jejum teste antes de iniciar o anti-
retroviral terapia, no momento da troca 
terapia antirretroviral e meses após iniciar 
ou alternar a terapia anti-retroviral. 
 
17 @medpelobem 
Se inicialmente os resultados da triagem são 
normais, glicose em jejum deve ser 
verificada anualmente

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