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História da educação - Idade Média

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DefiniçãoDefinição
ducação na Europa Ocidental no período da Idade Média (entre os séculos V e XV).
Legados medievais na forma de pensar a Educação: Artes Liberais, “monopólio” do
campo educacional pelo clero, influência árabe para a cultura europeia, método de ensino
da Escolástica e aparecimento das universidades.
PropósitoPropósito
emonstrar que a base da Educação ocidental é fortemente influenciada pelas tradições
educacionais desenvolvidas na Idade Média, em especial o papel da Igreja e a formação
moral do sujeito, marca recorrente ainda na maneira como a Educação é vista e
empreendida no Brasil e no mundo.
CONCLUSÃO
ObjetivosObjetivos
Identificar as principais características da transição da Educação entre a Antiguidade e a Idade
Média
Descrever a importância das artes liberais para a formação dos suje itos na Idade Média
 
Comparar aspectos da Reforma Carolíngia e da Educação islâmica na Europa Ocidental
 
Determinar a importância da Escolástica para as escolas urbanas e universidades na Baixa Idade
Média
 
CONCLUSÃO
IntroduçãoIntrodução
Como você imagina a Idade Média?
CONCLUSÃO
Castelos e princesas, lembrando as histórias infantis?
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Lutas de espadas e as ações da Igreja, como nos filmes e séries?
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Professores que explicam que a Idade Média era a Idade das Trevas?
Essas visões construídas fazem parte do nosso cotidiano e têm relação com os iluministas, que
queriam se afirmar contra o pensamento da Igreja. Além disso, há o Romantismo, que idealizou as
figuras do cavale iro e da donzela e , por fim, o cinema e a literatura contemporânea que veem
com certo fascínio a Idade Média.CONCLUSÃO
tarefa de resumir a Idade Média a esses conceitos é difícil, pois um milênio não é representado por uma
coisa só. De fato, esse olhar europeu só tem sentido se pensamos nos legados medievais. As sociedades
atuais são frutos de influências europeias e do seu auge, que gerou o colonialismo e o imperialismo. Esse
período fez com que as instituições europeias e suas diversas formações dessem base às nossas
estruturas sociais, políticas e, principalmente, educacionais.
A Idade Média concentra os fundamentos da moral ocidental, marcados pela tradição judaico-cristã da Igreja. As
referências da Antiguidade foram reconstruídas e marcam nossa forma de ver o mundo. Apesar de ter sido reconhecida
de maneira pejorativa como apenas um período de transição, uma época de trevas, a Idade Média apresenta práticas que
fazem parte de nosso cotidiano mesmo que nós não percebamos.
Nosso objetivo, portanto, é demonstrar que as tais trevas tinham intelectuais importantes, debates vigorosos, alémNosso objetivo, portanto, é demonstrar que as tais trevas tinham intelectuais importantes, debates vigorosos, além
de disputas entre grupos sociais para organizar e manter a Educação.de disputas entre grupos sociais para organizar e manter a Educação.
1º Módulo1º Módulo
Identificar as principais características daIdentificar as principais características da
transição da Educação entre a Antiguidade e atransição da Educação entre a Antiguidade e a
Idade MédiaIdade Média
ContextoContexto
A Idade Média é um período marcado pelo surgimento de um novo tipo de intelectual na Europa Ocidental: os padres
cristãos. Esse grupo foi o principal responsável por manter uma Educação formal (escolas) na Europa entre os séculos V e
XV. Os primeiros a inaugurarem esse novo pensamento são conhecidos como membros da Patrística.
CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
m meados do século III, o Império Romano apresentava graves sinais de crise econômica e política. Na
busca de reformulações que permitissem sua permanência, foram procuradas novas formas de governo –
chega-se a ter quatro imperadores de uma só vez.
Outra tentativa foi a organização das mensagens e preceitos religiosos que dessem sentido à nova construção imperial.
Quando o Imperador Constantino se converteu ao cristianismo, houve um movimento que pode ser interpretado como
uma tentativa de coesão pela religião.
Mesmo assim, após a fragmentação do Império Romano Ocidental, a Educação foi creditada à Igreja, já que valorizava
os princípios educacionais herdados da Antiguidade para ocupação dos seus quadros e para sua pregação.
A Igreja Cristã foi a única instituição que atravessou todo o
período de transição da Antiguidade para a Idade Média.
CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
Constantino, primeiro imperador cristão, foi canonizado pela Igreja Ortodoxa.
CONCLUSÃO
Scriptorium - Copiste au travail. Bibl. nat. de France, manuscrit français n°9198, f. 19.
A Igreja, por meio de seus membros, transmitiu uma mistura das culturas antigas (greco-romana) cristianizadas. Sua
pregação era levada às praças, para o cotidiano dos reis, para todos que ouviam a Igreja, fazendo com que a Educação
fosse difundida por meios não formais. No entanto, sua estrutura de manutenção era formal, organizada em centros de
formação desses clérigos.
O saber antigo preservou-se nos livros que os mosteiros e as igrejas agasalharam carinhosamente (NUNES, 2018). 
 Clique na tocha para visualizar o conteúdo.
CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
ConceitosConceitos
essa época, a IgrejaIgreja Católica foi muito importante para o desenvolvimento da ciência e para a
preservação da cultura. Além disso, foi fundamental na manutenção da Educação. Os monges copistas
foram responsáveis pela armazenagem do saber, pois copiavam e guardavam os registros escritos. Assim,
toda a produção de conhecimento nas civilizações antigas – principalmente dos sábios gregos – foi
preservada e retomada no período do Renascimento.
Mesmo com a expansão do cristianismo, ainda na Antiguidade, bem como nos séculos subsequentes, os jovens romanos e
cristãos frequentavam as mesmas escolas, liam os mesmos textos, recebiam a mesma instrução. O ensino da cultura
clássica era necessário, sobretudo para aqueles oriundos das classes médias e altas, que formariam os quadros das
carreiras administrativas.
Por conta dessa característica, a cultura clássica influenciava os principais intelectuais da Igreja de forma intensa.
O modelo educacional da Igreja era uma cópia do modelo do
Império Romano.CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
A arte da transição é um bom exemplo dessa mistura. De um lado, a forma é romana, de outro, oA arte da transição é um bom exemplo dessa mistura. De um lado, a forma é romana, de outro, o
discurso é cristão. Repare nesta imagem. A Bíblia e a cruz, o pergaminho em grego e as roupas dadiscurso é cristão. Repare nesta imagem. A Bíblia e a cruz, o pergaminho em grego e as roupas da
nobreza.nobreza.
CONCLUSÃO
As obras clássicas foram adotadas, seus pensadores reconhecidos, sua forma de educar
valorizada, mas os objetivos e formas universalistas foram abandonados e substituídos por
elementos cristãos
Por outro lado, a cultura romana também foi muito influenciada pelo catolicismo. As pinturas, as esculturas e
os livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitrais das igrejasvitrais das igrejas apresentavam cenas bíblicas, pois
essa era uma forma didáticadidática de transmitir o evangelho a uma população quase toda formada por iletrados.
Assim como os romanos faziam com seus monumentos e afrescos, a Igreja repaginou e permaneceu com sua
utilização.
CONCLUSÃO
 Clique na tocha para visualizar o conteúdo.
CONCLUSÃO
Correntes filosóficas medievaisCorrentes filosóficas medievais
Pode-se dividir, de forma generalista, a Idade Média, no que diz respeito à EducaçãoEducação, em duas linhas principais:
Agostinho de Hipona
CONCLUSÃO
PatrísticaPatrística
Pretende expor racionalmente a doutrina religiosa, com destaque para Agostinho de Hipona.
Tomás deAquino
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
EscolásticaEscolástica
Predominante nos espaços escolares durante o Renascimento Carolíngio e readaptada a partir do racionalismo cristão
e de Tomás de Aquino.
O termo patrísticapatrística foi criado para designar os primeiros inte lectuais da Igreja Romana, como
Justino, Tertuliano, Orígenes, Atenágoras, Clemente . No entanto, dedicaremos nosso olhar a um
membro tardio, mas fundamental para a Educação na Idade Média: Agostinho de Hipona
CONCLUSÃO
Clique para ver as obras. Objeto com interação
A Patrística se configurou como uma corrente de pensamento fundada pelos padres da Igreja Católica que procuravam
estabelecer uma concepção racional dos fundamentos dos dogmas da fé cristã e uma resposta às suas perspectivas
antagônicas, que eles denominavam de heresias.
EducaçãoEducação
base do pensamento educacional na Idade Média é obase do pensamento educacional na Idade Média é o neoplatonismo cristão.cristão. Essa corrente filosófica
misturava traços da leitura de Platão e princípios diversos filosóficos do Mediterrâneo,
como estoicismo, e os preceitos da religião cristã.
O nome mais importante para a Educação formulada para a Igreja e para além dela é o bispo africano Agostinho de
Hipona (354-430). Ele estruturou seu pensamento como os demais membros da Patrística, isto é, combinando elementos
da fé a princípios filosóficos de nomes importantes da cultura clássica, como Platão (428 a.C.-347 a.C.) e Plotino (204
d.C.-270 d.C.).
A influência de Agostinho de Hipona no campo educacional foi notória na Idade Média com suas obras:
A doutrina cristãA doutrina cristã
De MagistroDe Magistro
Um dos legados é a ideia de que religião e Educação podem ser tratadas como elementos indissociáveis, isto é, a formação
educacional e a formação religiosa podem e devem ser feitas com base nos mesmos instrumentos e para o mesmo fim.
Veja que as escolas de matriz religiosa, por exemplo, continuam fortemente reconhecidas no nosso cotidiano. Além disso,
os pastores, padres e afins assumem funções didáticas com seus fiéis nas pregações e nas homílias, demonstrando a
proximidade, que bebe, sem dúvida, na tradição inaugurada por Agostinho.
Vimos que para Agostinho o conhecimento era advindo de Deus, mas para quem se destinava os
ensinamentos?
CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/#collapse01-01
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/#collapse02-02
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
Quem eram os alunos?
Quem estudava, nesse momento, era a elite.
Essa escola servia para formar novos quadros de clérigos, mas acabava também servindo à elite
local.
ResumoResumo
Neste vídeo, veremos um resumo dos principais tópicos deste módulo, com foco no principal representante da corrente
filosófica Patrística: Agostinho de Hipona.
CONCLUSÃO
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A li íd
Figuras relevantesFiguras relevantes
Vamos conhecer alguns dos sujeitos que foram apresentados ao longo deste módulo.
O professor Rodrigo Rainha explica a importância de Agostinho de Hipona naO professor Rodrigo Rainha explica a importância de Agostinho de Hipona na
formação da educação na Idade Média.formação da educação na Idade Média.
CONCLUSÃO
Primeiro imperador romano a professar a religião cristã.
CONCLUSÃO
Criador do canto gregoriano.
CONCLUSÃO
Representante da corrente Patrística que influenciou fortemente a Educação medieval.
Representante da corrente Escolástica, com influências na Filosofia e Teologia.
CONCLUSÃO
Disseminou a religião entre os gentios.
CONCLUSÃO
Traduziu a Bíblia para a primeira versão em latim, chamada de Vulgata.
CONCLUSÃO
Alcançou multidões com suas pregações, expandido a doutrina cristã.
Verificando o AprendizadoVerificando o Aprendizado
Atenção!
Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que responda corretamente uma das questões a seguir.
1. Quando o historiador medievalista Ronaldo Amaral afirma que, “para predicar a verdade contida na literatura
cristã, sobretudo a bíblica, poder-se-ia usar as doutrinas dos pagãos, sendo tal postura apenas permissível, caso
preparassem para o entendimento daquela (...)”, possibilita que compreendamos o processo em que se deu a
transição da Idade Antiga para a Medieval. Neste sentido, podemos afirmar:
a) As obras clássicas foram destituídas de suas essências e sentido abrangente, sendo utilizadas conforme as
necessidades do cristianismo.
b) O cristianismo conquistou a história e nesta se colocou em decorrência de seu Deus ter encarnado.
c) Autores como Platão foram utilizados, ganhando características cristianizadas em suas proposições.
CONCLUSÃO
Responder
Responder
2. O latim “foi o fundamento da unidade cultural que viria a ser proporcionada pelas escolas mantidas pela Igreja”
(Arminda Campos). Ao entendermos a frase no contexto do processo educacional que se concebe no início da
Idade Média, como podemos resumir a posição de Agostinho de Hipona?
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Clique aqui e retorne para saber como desbloquear.
d) Os padres da Igreja não fizeram uso de absolutamente nada da cultura clássica porque consideravam que
ela era imprópria para os desígnios divinos.
a) A ideia de que o homem deve seguir sua natureza, explorá-la e melhorá-la como processo educacional.
b) A ideia de que o imperador romano era uma liderança política e deveria ser tratado como tal.
c) A ideia de usar autores não cristãos, o que poderia configurar uma heresia, para explicações religiosas.
d) A ideia de formular debates teológicos, uma vez que a divindade e a mensagem divina não deveriam ser
discutidas.
CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/#modulo-01
Você conseguiu desbloquear o
segundo módulo!
E, com isso, você conquistou:
 A capacidade de identificar as principais características da transição da Educação entre a Antiguidade e a Idadeidentificar as principais características da transição da Educação entre a Antiguidade e a Idade
MédiaMédia.
CONCLUSÃO
2º Módulo2º Módulo
Descrever a importância das artes liberais para aDescrever a importância das artes liberais para a
formação dos sujeitos na Idade Médiaformação dos sujeitos na Idade Média
IntroduçãoIntrodução
oa parte do conhecimento originário da Antiguidade foi preservado graças ao papel desempenhado pelos
mosteiros e igrejas, que reproduziram manuscritos clássicos e elaboraram manuais e enciclopédias.
Depois da Patrística, uma nova geração de bispos se notabilizou por escrever, defender e disseminar a
Educação, como Marciano Capela, Cassiodoro, Boécio, Isidoro de Sevilha e Beda.
 Clique na tocha para visualizar o conteúdo.
CONCLUSÃO
evemos lembrar que o pensamento de Agostinho é referência na orientação dos estudos nessa fase, o que
significa que continuamos com a figura dos mestres e dos discípulos, com a relação pessoal e com a
Educação como um caminho para a Salvação. Por outro lado, os conhecimentos do mundo antigo
permanecem vivos e presentes.
O modelo patrístico é um dos mais longos e presentes. Por isso, neste segundo módulo, estudaremos seu modelo
“curricular”. As aspas não são à toa, pois seria anacronismo imaginar a existência de um currículo escolar nesse
momento. Porém, há conteúdos que são centrais para a Educação ao longo de toda Idade Média e um legado que ainda
nos influencia atualmente.
Antes de nos aprofundarmos, vamos conhecer melhor o contexto histórico.
CONCLUSÃO
Adicione um comentário
A li íd
As Sete Artes LiberaisAs Sete Artes Liberais
uando falamos em Educação no período em questão, notamos a prevalência do modelo chamado de Sete Artes Liberais,
que foi criado por Marciano Capela. Essa divisão é marcada por três artes da alma (Trivium), inspiradaspor Deus, e
quatro artes humanas (Quadrivium), como veremos a seguir.
Trivium
A capacidade deA capacidade de bem falarbem falar,, bem escreverbem escrever ee bem argumentarbem argumentar é atribuída à Santíssima Trindade – Pai, Filho eé atribuída à Santíssima Trindade – Pai, Filho e
Espírito Santo.Espírito Santo.
O professor Rodrigo Rainha nos explica os principais pontos da Alta IdadeO professor Rodrigo Rainha nos explica os principais pontos da Alta Idade
Média, expondo os motivos que levaram à conversão dos povos pagãos aoMédia, expondo os motivos que levaram à conversão dos povos pagãos ao
cristianismo.cristianismo.
CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
DialéticaDialética
Exercício filosófico do convencimento, o ponto preciso para se atingir a verdade. É uma das grandes bases de relação
entre o exercício da cultura greco-romano e a religião.
CONCLUSÃO
RetóricaRetórica
Exercício do bem falar, da praça pública, e lida com estilo, com o envolvimento.
GramáticaGramática
E í i d d i t d já h i id it d i t i it
CONCLUSÃO
Exercício de escrever, dominar os aspectos do que já havia sido escrito, reproduzir e construir a escrita com
perfeição. O latim era uma língua entendida como sagrada.
Quadrivium
As artes humanas tinham relação direta com a mão humana, trabalhos artesanais e com a interpretação do mundo.As artes humanas tinham relação direta com a mão humana, trabalhos artesanais e com a interpretação do mundo.
CONCLUSÃO
AritméticaAritmética
Representa a interpretação do mundo, a base matemática de explicação das coisas. Ela fez com que muitos clérigos
virassem contadores, ou controladores dos reinos. Os números são seu principal objeto.
CONCLUSÃO
GeometriaGeometria
Era usada nos exercícios de medida, normalmente voltados à prática e à interpretação da prática, como construção
de moinhos, rodas de transportes e construções como igrejas e muralhas. Envolve também a medida de distâncias,
rios e trajetos diversos.
CONCLUSÃO
MúsicaMúsica
Muitos não sabem, mas existiam escalas e teoria musical na Idade Média. No entanto, é importante destacar que,
para a Igreja, só era música aquilo que tinha as escalas corretas, tocadas nos ambientes corretos e com o objetivo de
aproximar o homem de Deus. Músicas de festa e cantos de guerra eram duramente recriminados.
CONCLUSÃO
AstronomiaAstronomia
A mais contestada das artes. Muitos defendiam que era perigosa por ser confundida com relações pagãs, pois era
responsável pelas colheitas, marcação de datas e calendários e ainda efeitos
Todas as artes eram adaptações ordenadas de estudos que já existiam no mundo grego. De alguma forma, é como se
tivessem criado um currículo.
CONCLUSÃO
O homem comum aprendia o quadrivium, mas o trivium era para aqueles que gostariam de
assumir uma outra condição, de líderes, de próximos à Igreja.
Ao passo que as instituições escolares oficiais e a dos mestres particulares (literatores) iam sumindo, a Igreja passou a
adotar medidas para garantir a formação dos pretendentes ao sacerdócio, com o objetivo de promover a instrução básica
indispensável para o ofício do ministério sacerdotal. A fase inicial desse ensino era realizada nas escolas paroquiais,
enquanto o nível superior nas episcopais/catedralícias.
ambém devemos destacar as escolas monásticas. Estas se originaram a partir dos mosteiros, ainda sem a adesão dos
estudos filosóficos. A regra agostiniana, por exemplo, recomenda muitas horas de estudo, enquanto a Regula
Monachorum, de São Jerônimo, sugere instruir-se com os filósofos segundo a sua utilidade religiosa. Por
fim, os mosteiros beneditinos, na prática, podem ser avaliados como “escola”, afinal, a própria Regra de
São Bento indica duas noções pedagógicas em seu capítulo 30:
“Cada idade e cada inteligência deve ser tratada segundo medidas próprias e os que cometem faltas serão punidos com
muitos jejuns ou refreados com ásperas varas, acris verberibus”.
CONCLUSÃO
São Bento.
É importante informar que a cultura intelectual estava monopolizada pela Igreja. Isso fazia da Educação um campo feito
de sacerdotes para sacerdotes, com os conteúdos orientados às necessidades do culto. Desse modo, nas escolas
paroquiais, episcopais e, especialmente, nas monásticas – diga-se de passagem, na realidade, as únicas existentes –,
lecionava-se as denominadas Sete Artes LiberaisSete Artes Liberais.
Você sabe por que 7 é um número tão importante para o cristianismo?
O numeral é a referência da perfeição, são as idades do mundo, é marca do escolhido.
CONCLUSÃO
Philosophia et septem artes liberales (Filosofia e As Sete Artes liberais) Herrad de Landsberg, da obra Hortus
Deliciarum (século XII)
Ainda não entendeu o conceito e o papel das artes liberais? Veja os exemplos a seguir:
CONCLUSÃO
1
O bispo Isidoro de Sevilha, pensador visigodo da passagem do século VI para o VII, em sua obra Etimologias,
definiu as artes liberais da seguinte forma:
“As artes liberais consistem em sete disciplinas. A primeira é a gramática, isto é, a capacidade de falar. A
segunda, a retórica, que, pela elegância e recursos da eloquência, é considerada extremamente essencial nos
assuntos civis. Terceiro, a dialética, também chamada de lógica, que, com os argumentos mais sutis, separa o
verdadeiro do falso. Quarta, aritmética, cujo conteúdo são os fundamentos e divisões dos números. A quinta é a
música, que lida com esquemas e métricas. O sexto, a geometria, que inclui as medidas e dimensões terrestres. E
a sétima, astronomia, que lida com as leis das estrelas”.
Isidoro de Sevilha.
Mas por que elas eram tão importantes para o bispo?CONCLUSÃO
Ele era um conselheiro do rei, líder de uma das cidades mais importantes do reino. Assim, mostrar o quanto era
educado para seus pares e para o povo indicava o quão diferente ele era.
Na Alta Idade Média, a erudição e o domínio das Sete Artes Liberais eram considerados
fatores de diferenciação e importância dentro e fora da Igreja.
2
CONCLUSÃO
Teodorico, o Grande - Rei dos Ostrogodos.
O reino ostrogodo tinha, ao longo do século VI, a referência do monarca Teodorico, seguidor de uma versão
herética do cristianismo conhecida como arianismo. Depois de vencer os romanos, negociou com o bispo de Roma,
Gregório Magno.
Para que uma certa autonomia fosse dada à Igreja na cidade de Roma, ao mesmo tempo, a Igreja deveria
legitimar e reconhecer o seu poder.
Para facilitar esse trabalho, foi chamado Boécio, retórico importante, membro vinculado à Igreja, que deveria
comandar a construção legislativa nas negociações com as lideranças locais e na articulação política de Teodorico.
Teodorico adotou práticas dos antigos imperadores romanos e, como forma de garantir essa disseminação,
permitiu a ampliação das escolas – escolas de bispos e monásticas que formavam novos clérigos e um corpo
burocrático cristão para administrar querelas que remetessem à atuação econômica, como cobrança de impostos,
e mediadores em questões políticas.
CONCLUSÃO
Os “currículos” dessas escolas eram todos pautados nas Sete Artes Liberais.
Histórias arturianasHistórias arturianas
urante a Alta Idade Média, os reinos viviam um quadro de constante disputas, quedas e substituição das
estruturas políticas. Nesse momento, aparece uma das principais iconografias representativas da Idade
Média: as histórias arturianasas histórias arturianas.
Nos séculos anteriores, as ilhas britânicas eram o verdadeiro fim do mundo romano. As muralhas de
Adriano representavam, de alguma forma, o fim da civilidade.
A ideia de fim do mundo acaba sendo um processo dúbio. Por um lado, o centro-sul da Ilha se afirmava com um bastião
romano. O norte e a Irlanda, por sua vez, eram um espaço místicoespaço místico, bárbarobárbaro e iconográficoiconográfico. Durante as “invasõesinvasões
saxônicassaxônicas” à ilha, passaram a coexistir três tradições – as locais, tidas como místicas, as romanas e a dos novos grupos,
entendidos como bárbaros.CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
Tapeçaria retratando Arthur usando uma vestimenta com um brasão geralmente atribuído a sua figura.
Ainda que derrotados pelos saxões, a ideia de que um libertador reuniria as forças locais e expulsaria os inimigos passa a
ser fortemente construída. A figura de Arthur só ganhou seus contornos mais típicos nos textos franceses do século XII,
mas já revelava um certo espírito das ilhas britânicas em imaginar um salvador políticosalvador político.
A ideia de um unificador, um salvador que uniria aqueles povos, também seria utilizada pela religião, mas de forma
Por que essa história é importante para a Educação?
CONCLUSÃO
diferente. Se um une pela espada, o outro une pela palavra, pela proposta de unir as pessoas sob uma mensagem de cunho
religioso. A Educação teria a função de mostrar esse papel. Existem muitos “mitos” britânicos nesse sentido, mas o mais
famoso é Beda, o Venerável, que, na Irlanda, fundou mosteiros, recuperou Patrício como herói que trouxe o cristianismo
aos bárbaros e explicou como a Educação, pautada nas Sete Artes Liberais, era o caminho para a religião e, por
consequência, para a Salvação.
Estudo da TeologiaEstudo da Teologia
inalizadas as etapas do Trivium e do Quadrivium, passava-se para o último nível: o estudo da TeologiaTeologia.
Vale lembrar que a Teologia era considerada na Idade Média o saber capital, ao qual os eclesiásticos se
voltariam por toda a vida. Em razão do ambiente cultural e do próprio objetivo que se conferia ao
conhecimento, o pleno desenvolvimento das “ciências investigativas” ficava restrito. Prevalecia o
princípio de que o fim último do homem era chegar ao Reino de Deus e que a Revelação se encontrava nas Sagradas
Escrituras. Dessa maneira, não se procurava contemplar a natureza com o intuito de formular deduções explicativas ou
mesmo elaborar hipóteses, mas unicamente para procurar os símbolos dos desígnios divinos.
Bíblia medieval.
Figuras relevantesFiguras relevantes
Vamos conhecer alguns dos sujeitos que foram apresentados ao longo deste módulo.
CONCLUSÃO
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/educacao_na_idade_media/
Organizador de um casamento entre a cultura clássica e os saberes cristãos, estabelecendo-o em um modelo que
pudesse ser disseminado.
CONCLUSÃO
Primado do reino visigodo – uma espécie de arcebispo – educou reis e organizou uma escola importante em Sevilha.
Sua obra mais importante são as Etimologias – que buscavam reunir todo o conhecimento do mundo até aquele
momento.
M f d d d t i d Vi i F i lh i d T d i d d t f i
CONCLUSÃO
Monge, fundador do mosteiro de Vivarium. Foi conselheiro de Teodorico e, com a queda deste, se refugiou em
Constantinopla, onde foi acusado de traição.
Líder romano e cristão da península Itálica durante grande parte do governo Ostrogodo. Organizou bibliotecas,
escolas e criou uma nova dinâmica de relação com os “bárbaros”. Por conta de intrigas foi julgado e condenado à
morte. CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Consolidador do cristianismo nas ilhas britânicas a partir de um modelo de criação de mosteiros. Pregava em língua
local, traduzindo textos, organizando uma teologia que fizesse sentido para aqueles povos.
Considerado um dos primeiros santos ocidentais do cristianismo. Criador da Regra Beneditina, um dos regulamentos
de vida monástica mais importantes e utilizados.
CONCLUSÃO
Monarca ostrogodo conhecido como O Grande, era um estrategista militar de excelência. Permitiu a ampliação das
escolas de bispos e monásticas que formavam novos clérigos.
Verificando o AprendizadoVerificando o Aprendizado
Atenção!
Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que responda corretamente uma das questões a seguir.
1. Herdadas da Antiguidade Clássica e organizadas na Idade Média, as artes liberais eram divididas em:
a) Trivium (Dialética, Gramática e Música) e Quadrivium (Aritmética, Lógica, Química e Filosofia).
b) Quadrivium (Música, Química e Retórica) e Trivium (Dialética, Astronomia, Filosofia e Geometria).CONCLUSÃO
Responder
Responder
2. Marciano Capela foi um dos que mais contribuiu para o desenvolvimento e consolidação das Sete Artes
Liberais. O conjunto conhecido como Quadrivium tem no seu entorno um grupo de conhecimentos que listamos,
cujo fim era:
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c) Trivium (Astronomia, Música e Retórica) e Quadrivium (Química, Filosofia, Gramática e Geometria).
d) Trivium (Dialética, Gramática e Retórica) e Quadrivium (Aritmética, Astronomia, Música e Geometria).
a) Treinar e preparar o homem para as práticas do século.
b) Fazer com que o sujeito pudesse se desenvolver neste mundo.
c) Dominar o mundo conforme o desejo expresso na Criação.
d) Liderar os homens para que pudessem alcançar a Salvação.
CONCLUSÃO
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E, com isso, você conquistou:
 A capacidade de descrever a importância das artes liberais para a formação dos sujeitos na Idade Médiadescrever a importância das artes liberais para a formação dos sujeitos na Idade Média.
CONCLUSÃO
3º Módulo3º Módulo
Comparar aspectos da Reforma Carolíngia e daComparar aspectos da Reforma Carolíngia e da
Educação islâmica na Europa OcidentalEducação islâmica na Europa Ocidental
IntroduçãoIntrodução
gora vamos falar da segunda grande reforma da Educação na Idade Média: a Escolástica. Muitos
manuais de História da Educação citariam Tomás de Aquino e a recuperação de textos aristotélicos, um
movimento chamado de racionalismo cristão. Mas falta uma peça desse quebra-cabeça, pois, é claro, que
não foi uma mudança repentina a ideia de mudar o caminho filosófico que seguíamos e, com isso, a
Educação.
A Escolástica é um movimento que vem de diversas influências. Optamos por duas delas:
Reforma CarolíngiaReforma Carolíngia
Termo histórico inventado para mostrar como importantes mudanças da Educação na corte de Carlos
Magno foram iniciadas e abriram caminho para a Escolástica.CONCLUSÃO
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Influência dos muçulmanosInfluência dos muçulmanos
Maomé não trouxe só outra religião. A partir da sua fundação, um novo mundo, um novo sistema de
governo e uma nova forma de ver a Educação foram criados. O tamanho e o poder dessa presença
foram tão grandes que fizeram com que eles dominassem norte da África, sul da Europa e partes
importantes da Ásia. Mas não era pela espada, era uma expansão que tinha muito comércio e cultura.
Contexto: Império carolíngio xContexto: Império carolíngio x
IslamismoIslamismo
ssas duas culturas desempenharam importante papel na História da Educação e a junção dessas
influências possibilitam a compreensão do surgimento da Escolástica. A seguir, identificaremos o ponto de
vista dessas culturas tão diferentes e muito importantes para o desenvolvimento da EducaçãoEducação.
CONCLUSÃO
Adicione um comentário
A li íd
Veremos, a seguir, como cada cultura, cristã e islâmica, se desenvolveu, além de suas influências na Educação durante a
passagem da Alta Idade Média para a Baixa Idade Média.
Cultura cristã x islâmicaCultura cristã x islâmica
Será que é possível comparar as duas culturas? Sim, é. Vamos perceber as características de um modelo e de outro e,
dessa forma, mostrar como a Escolástica bebe desta relação.
Especialistas debatem o ponto de vista de cada uma das culturas.Especialistas debatem o ponto de vista de cada uma das culturas.
CONCLUSÃO
Erudição
IslamismoIslamismo
Essa cultura teve dois tipos de escola: elementar e superior. Na escola elementar, o foco do ensino era o Alcorão, que
possui um conteúdo interdisciplinar, pois aborda, além da questão religiosa, assuntos sobre direito, política, sociedade
e noções básicas sobre ciências. Já no ensino superior, além da abordagem religiosa, havia várias áreas do saber, como
a Químicae a Erontologia, estudo do sexo, e a Medicina – inclusive com o desenvolvimento de cirurgias.
A erudição se manifestava pela tradução de intelectuais de diversas religiões e partes do mundo para o árabe,
permitindo que suas ideias circulassem.
CristianismoCristianismo
O que dá legitimidade a algum elemento, ou seja, o que deixa algo reconhecido de forma viva e valorizada? Mostrar
que existem antecessores importantes e pares poderosos. Esse é um traço da cultura escolar construída. O tempo
todo afirma-se por meio de herdeiros de santos, herdeiros de intelectuais, pares de reis, bispos, ou seja, criando uma
rede, que é valorizada ao dizer que um estudou com o outro e isso foi tônica durante o Renascimento Carolíngio.
A pregação é feita sempre usando as Sagradas Escrituras, mas nunca apenas elas. Primeiramente, o pregador mostra
como é erudito e busca as palavras de um clérigo importante que tenha comentado sobre a mesma passagem.
Escrita
O sentimento de que o mundo falava árabe era comum aos cronistas que, ao andar pelo mundo, sempre encontravam
alguém que conhecia o idioma. A expansão do islamismo teve diversos desafios, mas um dos maiores foi integrar
CONCLUSÃO
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povos tão diversos. Os muçulmanos não impunham a sua religião, no entanto, davam vantagens a quem se convertia.
Mesmo para grupos tão diferentes, todos os que buscavam a conversão precisavam escrever e falar em árabe. O
entendimento era de que o AlcorãoAlcorão não era uma revelaçãorevelação só pela mensagem, mas na formaforma. O árabe era a língua
em que a mensagem se manifestou.
Assim, durante a aquisição das primeiras letras, nas escolas fundamentais, a instrução aos jovens começava pelo
mesmo caminho: ensino da língua e domínio da escrita árabe.
Para mostrar e difundir este olhar sobre a Educação, não basta uma revisão superficial do texto bíblico, que já tinha
sido modificado no decorrer dos séculos. Era preciso ir além. Assim, duas inovações foram seguidas. A primeira foi a
adoção de uma escrita de melhor qualidade. Dessa forma, os clérigos carolíngios generalizam o uso da minúsculaminúscula
carolíngiacarolíngia, espécie de letra menor e mais elegante, que foi utilizada nos séculos precedentes. Essa mudança tornou os
livros mais manuseáveis e legíveis.
A segunda mudança, também na época carolíngia, foi a adoção do hábito de separar as palavras e as frases umas das
outras com um novo sistema de pontuação em oposição ao modo antigo de escrita que o ignorava completamente.
Essas duas alterações, acrescidas de uma melhor organização dos scriptoria favoreceu a popularização da
escrita.
Língua
O crescimento de seu domínio e o despertar do interesse de governos gerava uma ampla circulação de pessoas, que
desejavam conhecer e dominar a língua e os ensinamentos. O reino do Gana, por exemplo, vai aos principais
intelectuais pedir ajuda para se converter. Turcos e mongóis, que surgem como inimigos da religião e do domínio
muçulmano, acabam sendo convertidos pelos seus líderes à nova religião.
Professores e intelectuais eram contratados nas cidades maiores e circulavam pelo mundo muçulmano dedicados a
ensinar a língua e outros fundamentos da cultura e da religião. Esse interesse se dava pelo que representava seus
conhecimentos. Sua expansão fazia com que o mundo conhecesse seus domínios de medicina, leis, navegação etc. As
CONCLUSÃO
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trocas constantes e intensas geraram uma rica dinâmica comercial e cultural. Não é exagero dizer que, durante a
Idade Média, o mundo muçulmano representava os mais importantes centros de cultura, pesquisa e comércio, atraindo
vários povos.
Outra forma de divulgação das obras antigas é a perpetuação de um conhecimento regular das regras do latim, que
faz com que a gramática e a retórica sejam as principais disciplinas da erudição carolíngia. Vale lembrar que estamos
em um período em que a língua latina evolui de maneira distinta em cada região. Nesse momento, os eclesiásticos
carolíngios adotam uma decisão que conduziu o futuro linguístico da Europa. Eles admitiam que as línguas faladas
pelas populações se distanciavam irrevogavelmente do latim clássico, a ponto de aconselharem que os sermões
fossem traduzidos para as distintas línguas vulgares.
De um lado, havia uma multiplicidade de línguas vernáculas faladas localmente pela população e, de outro, uma língua
erudita, aquela do texto sagrado e da Igreja, incompreensível para os fiéis.
Escolas
A instrução básica ocorria em centros formados dentro das mesquitas. Deveria ser ensinado a todos uma formação
básica no idioma e alguns rudimentos de filosofia/religião islâmica.
Os estudos avançados eram realizados em centros maiores conhecidos como “Casas de Cultura” chamados por
muitos de embriões das universidades medievais. Esses espaços reuniam escritos, sábios de regiões diversas e o
ensino era marcado pelo ecletismo. Só poderiam participar muçulmanos ou povos dos livros – salvo quando cristãos
e muçulmanos estavam em conflito.
As escolas cristãs eram organizadas principalmente nos mosteiros. A partir dos oito anos, as crianças seguiam para
esses locais e, ao completarem 18 anos, poderiam escolher se seguiriam a vida eclesiástica ou não. No período do
governo Franco de Carlos Magno, surgem as primeiras escolas nas cidades, com profissionais que ofereciam seus
serviços como professores particulares. Esses locais eram reconhecidos como escolas menores. Elas eram
depreciadas pelas grandes escolas monacais e, por isso, tratadas com desdém, como escolinhas ou Escolástica. Em
pouco tempo, esses professores e as escolas dos centros urbanos motivaram uma importante mudança no pensamento
medieval.
CONCLUSÃO
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Podemos dizer que os francos salvaram a cultura ocidental?
Claro que não! Há outros povos importantes. Quer conhecer mais? Leia o texto OsOs
visigodosvisigodosno Explore +Explore +.
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CONCLUSÃO
Desenvolvimento da Educação naDesenvolvimento da Educação na
cultura islâmicacultura islâmica
povo árabe foi, de alguma forma, aquele que reinseriu a cultura clássica no Ocidente. Esse fato foi
possível em virtude, do entendimento que tiveram da ciência grega, o que não se caracterizou como
CONCLUSÃO
poss ve e v tude, do e te d e to que t ve a da c ê c a g ega, o que ão se ca acte ou co o
imitação. Dessa maneira, ao inserir seus elementos religiosos e científicos, acabaram difundindo
elementos gregos que tinham sido remodelados. O ensino árabe também recebeu forte influência das
escolas gregas e romanas.
Escola Islâmica.
Em parte, isso se deu pelo ensinamento de Maomé que mandou que seu povo fosse atrás do conhecimento não importando
onde tivesse que chegar. Trilhando esse princípio, filósofos e sábios árabes edificaram uma grande civilização que
incorporou a cultura e o conhecimento de outros povos. Foi dessa maneira que os árabes transmitiram grande
conhecimento à Europa, como ocorreu, por exemplo, com a bússola, o astrolábio, o papel e a pólvora (PILETTI;
PILETTI, 2012, p. 51-52).
A religião islâmica se expandiu para além das fronteiras do mundo árabe. Em 711, consolidava seu domínio na península
Ibérica, dominando uma parte importante deste território, como mostra o mapa a seguir.
CONCLUSÃO
A expansão muçulmana cessa com a vitória de Carlos Martel em Poitiers. Ainda que os carolíngios sejam exaltados por
essa vitória, não devemos imaginar anos de conflito na relação entre cristãos e muçulmanos. Depois da expansão no
século VIII, os séculos seguintes foram marcados pela intensa troca comercial entre esses povos. Como sabemos, o
comércioleva bem mais que seus produtos. Dessa forma, elementos da cultura árabe-islâmica se difundiram e
influenciaram o pensamento cristão.
Durante o domínio muçulmano na península Ibérica, os cristãos que permaneceram em suas regiões aprenderam a falar e
escrever em árabe e nas línguas locais. Essa troca permitiu que tradutores recuperassem textos da Grécia Clássica –
Aristóteles, principalmente –, que só existiam, até então, em árabe para as línguas conhecidas, fundamentando o caminho
para o racionalismo cristão no século XII.
Normalmente, imaginamos um mundo de conflito, em especial quando começam os movimentos das Cruzadas, em 1095,
mas a relação de troca no mundo mediterrânico foi intensa. Em um primeiro momento, os textos gregos traduzidos para o
árabe ajudam a consolidar os espaços culturais muçulmanos conhecidos como casas de cultura. Depois, esses mesmos
materiais foram traduzidos do árabe para as línguas românticas (início das línguas modernas).
Expansão do Islã na península Ibérica.
Desenvolvimento da Educação naDesenvolvimento da Educação na
cultura cristãcultura cristã
CONCLUSÃO
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s reformas realizadas por Carlos Magno e seus conselheiros foram importantes. A principal delas foi a
reforma da escrita. A nova escrita, minúscula carolíngia, é clara, normalizada, elegante, mais fácil de
ler e escrever. Podemos dizer que foi a primeira escrita europeia. Numa intensa atividade de cópia de
manuscritos nos scriptoria monásticos, reais e episcopais, Alcuíno introduziu uma nova preocupação com
a clareza e a pontuação.
Exemplo de minúscula carolíngia.
Carlos Magno também buscou corrigir o texto da Bíblia. Esse cuidado de correção, que animará a grande atividade de
exegese bíblica no Ocidente Medieval, é uma preocupação importante que concilia o respeito pelo texto sagrado original
e a legitimidade das emendas devidas ao progresso dos conhecimentos e da instrução.
CONCLUSÃO
A renascença carolíngia impõe-se ainda hoje , sobretudo pela riqueza de sua ilustração,
as iluminuras.
Alguns evangeliários ou saltérios (salmos) são obras de arte carolíngia. O gosto pelo texto dos salmos, que atravessará a
Idade Média, fez nascer na Europa um atrativo pela poesia bíblica que dura até hoje.
Rumo à EscolásticaRumo à Escolástica
A Educação urbana, considerada menor, que passou a se organizar e se difundir a partir da Reforma Carolíngia, é
fortalecida com o crescimento das cidades. Assim, aumentaram as trocas comerciais e culturais com o mundo muçulmano.
A soma destes dois fatores criou um terreno fértil para outra cultura educacional.
Por isso, o movimento intelectual conhecido como Escolástica, que marca a mudança do pensamento educacional
medieval, só pode ser compreendido a partir do entendimento deste novo mundo.
CONCLUSÃO
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Figuras relevantesFiguras relevantes
Vamos conhecer alguns dos sujeitos que foram apresentados ao longo deste módulo.
O profeta dos muçulmanos. Como portador da mensagem, lidera o processo político-religioso de fundamentar a umma –
união dos seguidores do profeta – sua ação praticamente unifica a península Arábica e, com suas propostas, fundamenta
os pilares da nova religião.
CONCLUSÃO
Foi coroado pelo papa em Roma e aclamado como imperador. Manteve uma apurada política de vitórias militares e não se
afastou dos ideais políticos francos, deixando o reino para todos seus filhos.
Foi importante conselheiro de Carlos Magno fundamentando a organização das principais escolas do reino tanto para
CONCLUSÃO
Foi importante conselheiro de Carlos Magno, fundamentando a organização das principais escolas do reino, tanto para
formar nobres como para organizar os mosteiros – femininos e masculinos.
Filósofo e teólogo que fundamenta um movimento aristotélico no mundo muçulmano, atuando na aproximação entre as
questões políticas e filosóficas. O conhecimento é algo integrado.
CONCLUSÃO
Filósofo que fundamentava seu olhar em Aristóteles, estudou Teologia, Medicina, Direito, Filosofia e Matemática. Sua
grande contribuição foi por seus comentários às obras de Aristóteles, que foram de suma importância para o
Renascimento na Europa medieval.
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1. O povo árabe teve grande relevância para a cultura ocidental e, na questão educacional, contribuiu muito para o
avanço da ciência e filosofia do período medieval. O ensino do árabe e sua difusão era parte fundamental deste
processo, ainda que as populações islâmicas não fossem necessariamente de origem árabe. O domínio da língua
árabe como base do fundamento da educação constituiu-se por qual motivo?
CONCLUSÃO
Responder
2. O Império Carolíngio, com Carlos Magno, cercou-se de letrados e de sábios, os chamados “intelectuais do
Palácio”. Entre os nomes estão, por exemplo, o lombardo Paulo, o Diácono, o italiano Paulino de Aquileia, o
espanhol Teodulfo de Orleans, o abade de Fleury-sur-Loire e, sobretudo, o anglo-saxão Alcuíno. Esse movimento
ficou conhecido por Renascimento Carolíngio por ter promovido uma série de avanços na questão cultural e
educacional que impactaram a Europa medieval. Com base nisso, identifique quais foram os dois principais
avanços desse período:
a) Os árabes acreditavam que a sua grafia era divina, inspirada por Alá para difundir a religião e, por isso,
precisava ser preservada.
b) A tradição árabe exigia que a sua língua étnica fosse mantida para garantir uma unidade política.
c) OAlcorão foi revelado em árabe e envolvia o domínio da língua para sua compreensão, passando a ser a
base da alfabetização das regiões de expansão da religião.
d) O Alcorão conta a história dos povos árabes e as ações de Alá e, por isso, era exigida a manutenção da
língua árabe para identidade de grupo.
a) Redefinir usos litúrgicos e normatizar a vida monástica do império.
b) Fizeram uso de uma escrita de melhor qualidade, a minúscula carolíngia, e os escribas adotaram uma
escrita com a separação das palavras, ou seja, um sistema de pontuação.
c) Expandiu a Educação para as mulheres e criou o francês, língua que até hoje é utilizada.
d) Introduziu elementos da cultura germânica na Educação como a prática da oralidade e o resgate das
práticas da retórica das escolas romanas.
CONCLUSÃO
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CONCLUSÃO
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 A capacidade de comparar aspectos da Reforma Carolíngia e da Educação islâmica na Europa Ocidentalcomparar aspectos da Reforma Carolíngia e da Educação islâmica na Europa Ocidental.
4º Módulo4º Módulo
Determinar a importância da Escolástica para asDeterminar a importância da Escolástica para as
escolas urbanas e universidades na Baixa Idadeescolas urbanas e universidades na Baixa Idade
MédiaMédia
IntroduçãoIntrodução
A Escolástica não é algo fácil de entender. Para facilitar a compreensão, veja algumas chaves de explicação:
CONCLUSÃO
Ela é um movimento relacionado ao crescimento do comércio e dos centros urbanos na Europa e,
consequentemente, marcado pela disputa de intelectuais.
Ela muda o lugar de Deus. Sim! Se Deus era algo a ser alcançado, agora Ele está dentro de cada um
de nós e alcançá-lo é uma operação racional.CONCLUSÃO
O papel da Educação nisso é preparar o sujeito para que ele possa ativar sua centelha divina, seu
lugar de razão e mergulhar em si para poder alcançar a Deus e explicar o mundo.
Neoplatonismo x NeoaristotelismoNeoplatonismo x Neoaristotelismo
e um lado, temos uma tradição histórica, monástica, que bebe nos chamados pais da Igreja, com uma forma reconhecidae
reafirmada: o modelo neoplatônico. Do outro lado, aparecem os movimentos urbanos e as novas
tendências educacionais recebidas pelo mundo árabe. As cidades se tornam um local de debates públicos
e valorização da razão. Lembrando que é uma razão cristianizadarazão cristianizada.
Filosoficamente, esses modelos têm questões fundamentais com a Educação:
CONCLUSÃO
NeoplatonismoNeoplatonismo
Herdeiro da Patrística, partindo especialmente de Agostinho – Deus deve ser sentido, ele não precisa de uma
explicação racional. Precisamos de mestres para conduzir os sujeitos pela prática, pela repetição de nomes da Igreja
para alcançar Deus. Como Deus é tudo, inclusive todo o conhecimento, a busca por Ele é um exercício constante de
alcançar a verdade em algum lugar.
NeoaristotelismoNeoaristotelismo
Herdeiro da Escolástica, em especial de Tomás de Aquino – Deus deve ser explicado. Todo homem tem uma essência,
um caminho racional que explica tudo. Essa essência, no caso dos homens, é divina. Logo, Deus não está em um lugar
que deva ser alcançado, mas deve ser buscado dentro de cada um. Se minha capacidade de pensar e entender o
mundo é centelha divina e a razão é divina, é divino fomentar o conhecimento e o racionalismo. Deus deve ser
conhecido.
Veja, a seguir, uma comparação entre essas duas correntes filosóficas.
CONCLUSÃO
século XIII europeu, caracterizado pelo crescimento urbano e comercial, foi também, no ambiente
citadino, o século da Europa escolar e universitária. Assistiu-se, a partir do século XII, beneficiadas pelos
burgueses, a multiplicação das escolas urbanas. Por extensão, criou-se uma fundação capital para o
ensino na Europa, o nascimento mais extraordinário e que introduziu uma tradição ainda viva
atualmente: a das “escolas superiores”, também chamadas de universidades.
Mas por que isso acontece? Vamos ver o contexto.
O professor Rodrigo Rainha explica as principais diferenças entre Patrística eO professor Rodrigo Rainha explica as principais diferenças entre Patrística e
Escolástica.Escolástica.
CONCLUSÃO
Essas escolas superiores ganharam, ao término do século XII, a denominação de stadium generale (escola geral), que
significava uma condição superior e uma instrução de traço enciclopédico. As universidades, localizadas em regiões de
grande presença de organização de ofícios urbanos, aparelharam-se em corporação como os outros ofícios e adotaram a
terminação “universidade”, que expressava corporação. Tal vocábulo foi usado pela primeira vez em Paris, no ano de
1221, para indicar o grupo de mestres e de estudantes parisienses (universitas magistrorum et scholarium).
Manuscrito medieval mostrando uma reunião de doutores na Universidade de Paris. BNF, Français 1537, fol. 27v.
CONCLUSÃO
Modelo bolonhêsModelo bolonhês
Apenas os alunos constituíam juridicamente a universitas.
Modelo parisienseModelo parisiense
Mestres e estudantes compunham uma única comunidade.
As universidadesAs universidades
A primeira universidade foi a de Bolonha, ainda que tenha sido regulamentada pelo papa apenas em 1252. Desde 1154, o
Imperador Frederico Barba Ruiva conferira prerrogativas aos mestres e aos estudantes de Bolonha. Só para
entendermos, há várias associações de mestres que transformavam as cidades em polos de atração de alunos. Esses
Somente o exemplar parisiense chegou aos dias atuais.
CONCLUSÃO
alunos eram famosos pelas bebedeiras, festas e pelo conhecimento, mas estas escolas não eram reconhecidas como nada
diferente do que um centro de cultura.
Universidade Escolástica.
(VOLTOLINA, Laurentius. Liber ethicorum des Henricus de Alemannia. The Yorck Project (2002) 10.000 Meisterwerke der Malerei (DVD-ROM))
A partir do final do século XII, principalmente ao longo do XIII, vemos a consolidação de uma instituição, com regras e
cátedras (cadeiras) reconhecidas pelo papa. Seu modelo era semelhante ao de um mosteiro, mas, ao invés de um abade,
havia um rector (reitor). Além disso, o reconhecimento do título passa a ter uma cerimônia em que o mestre,
representando ser o portador do conhecimento, dá a outorga ao aluno, transformando-o em um novo portador do dom.
CONCLUSÃO
Para entender isso melhor, olhe para os cerimoniais de formatura que ainda existem hoje . Todos
ainda se baseiam na tradição e sua reprodução. O magnífico re itor outorga o grau – não mais por
Deus, mas pelo Estado e pela instituição – colocando o aluno na condição de membro
da Universitas.
A Universidade de Bolonha é um exemplo. Podemos ver processos parecidos destas duas fases – organização
e status formal de universidade – igualmente em Paris:
11741174
Mestres e estudantes de Paris ganham privilégios do Papa Celestino III.
Clique para ver as obras. Objeto com interação.
CONCLUSÃO
As novas universidades não nasceram do nada. São filhas das escolas que se formaram desde
Carlos Magno, mas seu modo de pensar e operar, sua formalização, dependeu do novo momento
político, vivido no século XIII. As universidades são campos abertos para novas ideias. Não à toa,
são espaços vitais da Escolástica e do pensamento aristotélico.
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CONCLUSÃO
Fundamento aristotélico daFundamento aristotélico da
EscolásticaEscolástica
Dois grandes nomes se destacam na corrente Escolástica. São eles:
AristótelesAristóteles
De certo modo, foi o principal teórico das universidades do século XIII e, especialmente, da Universidade de Paris.
Apesar de seus textos já terem sido traduzidos para o latim há muitos séculos, foi a partir do século XIII que se
destacaram nessas traduções oriundas do árabe para línguas vernáculas a sua metafísica, sua ética e sua política.
Assim, podemos afirmar que houve um aristotelismo medieval por volta de 1260-1270, pois suas ideias estavam
presentes em quase todo o ensino universitário.
Tomás de AquinoTomás de Aquino
Foi um dos grandes introdutores do pensamento aristotélico nas universidades. No entanto, aproximadamente em
1270, o aristotelismo recuou por causa da condenação de tradicionalistas, como Estêvão Tempier, e pelos ataques de
mestres mais “modernos”, que opunham a ele ideias mais místicas e menos racionalistas, tais como os franciscanos
João Duns Escoto (1266-1308) e Guilherme de Ockham (1285-1347), além do dominicano Meister Eckhart (1260-
CONCLUSÃO
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1328).
O legado da ação inte lectual, especialmente a universitária, do século XIII, foi a série de métodos
e de textos que foram categorizados como Escolástica, inicialmente no século XII, e , mais
profundamente , nas universidades no século XIII.
Escolástica deriva do desenvolvimento da DialéticaDialética, uma das artes que compõem o TriviumTrivium, “a arte de
argumentar por perguntas e respostas numa situação de diálogo”. O fundador da Escolástica é AnselmoAnselmo
de Cantuáriade Cantuária (1033-1109), para quem a Dialética é o procedimento principal da sustentação da reflexão
ideológica. O objetivo da Dialética é a inteligência da féDialética é a inteligência da fé, cuja fórmula ficou famosa desde o período
medieval: fé em busca de entendimentofé em busca de entendimento (fides quaerens intellectum).
Esse método era baseado em três etapas:
11CONCLUSÃO
Quaestio
Elaboração de um problema, ou seja, na exposição de uma questão.
22
A disputatio
Discussão do questionamento entre mestres e alunos.
33
A Determinatio
Resolução do problema por parte do mestre.
Vale lembrar que, no século XII, no programa das universidades, havia um exercício cujo fim era a demonstração do
talento intelectual dos mestres. Nessas oportunidades, duas vezes ao ano, os discentes propunham ao mestre uma
questão de qualquer temática. O renome e o status dos mestres, muitas vezes, se faziam em cima de sua competência de
replicar a esses assuntos.
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CONCLUSÃO
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Escolástica ampliou-se quandoTomás de Aquino introduziu ao método elementos da Filosofia de
Aristóteles. Historicamente, na Idade Média latina, a partir da segunda metade do século XIII e no século
XIV, a Filosofia apresentava-se de duas formas distintas. Vejamos:
CONCLUSÃO
Filosofia articulada à TeologiaFilosofia articulada à Teologia
Sob a regência normativa da Teologia – ou, como diria Tomás de Aquino, subalternada a essa ciência –, tal Filosofia
era oficialmente praticada nas Faculdades de Artes das universidades. Esse era o degrau necessário para atingir a
Faculdade de Teologia.
Filosofia voltada à tradição antigaFilosofia voltada à tradição antiga
Esta Filosofia retomava, pela mediação do ideal de vida filosófica – renascido em terras do Islã –, a tradição antiga
do exercício de filosofar como fonte do mais alto prazer e da felicidade.
As universidades foram fundadas a partir das disciplinas disponíveis nas faculdades. Existiam quatro faculdades que
faziam parte de todas as universidades:
Direito
Elaboração de um problema, ou seja, na exposição de uma questão.
CONCLUSÃO
Teologia
Estudo da exegese bíblica e da fundamentação filosófica de Deus.
Medicina
Dava à Medicina uma aparência mais livresca e teórica do que experimental e prática.
Artes
Onde se lecionavam as Artes, principalmente as do Quadrivium.
Com muita frequência, uma faculdade prevalecia por sua importância sobre as outras da universidade. Nesse sentido:
Bolonha foi prioritariamente uma Faculdade de Direito;
Paris foi uma Faculdade de Teologia.
Montpellier foi uma Faculdade de Medicina.
Mas vale lembrar que, acima de todas elas, no que tange
ao status e ao reconhecimento social, impunha-se a faculdade
suprema: a de Teologia.
CONCLUSÃO
Representação dos jograleses – prática comum entre os estudantes durante o período. Fonte: Livro Germânico de Música – ilustrado
por Heinrich von Meißen.
avia uma hierarquia pelo lugar no curriculum e pela reputação entre uma faculdade de
base propedêutica. Na prática, a Faculdade de Artes foi frequentemente dominada pelas disciplinas que
hoje chamaríamos de científicas. Do ponto de vista social, a faculdade foi povoada por estudantes mais
jovens, mais turbulentos, menos ricos, e só uma minoria deles prosseguia seus estudos em uma faculdade
superior (Direito, Teologia e Medicina).
Assista ao vídeo a seguir, que trata das universidades e suas características na Idade Média.
CONCLUSÃO
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A li íd
Figuras relevantesFiguras relevantes
Vamos conhecer alguns dos sujeitos que foram apresentados ao longo deste módulo.
Entrevista com o professor Rodrigo Rainha sobre as quatro faculdadesEntrevista com o professor Rodrigo Rainha sobre as quatro faculdades
existentes na Idade Média, e a comparação entre as universidades medievais eexistentes na Idade Média, e a comparação entre as universidades medievais e
atuais.atuais.
CONCLUSÃO
A proximidade com a península Ibérica e as traduções de Aristóteles acabam por transformar Anselmo no fundador
da Escolástica.
CONCLUSÃO
Principal nome da Escolástica, foi um dos grandes introdutores do pensamento aristotélico nas universidades.
CONCLUSÃO
Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Morreu partindo para as Cruzadas antes mesmo de lutar.
Filó f ê i E lá ti li i fil ófi d D
CONCLUSÃO
Filósofo escocês que seguiu a Escolástica e explicou a origem filosófica de Deus.
CONCLUSÃO
Defendia que a única forma de atingir a verdade era a adoção da razão para chegar a fé.
CONCLUSÃO
Papa que “convocou” a primeira Cruzada.
Verificando o AprendizadoVerificando o Aprendizado
Atenção!
Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que responda corretamente uma das questões a seguir.CONCLUSÃO
Responder
1. A cultura europeia no período conhecido como Baixa Idade Média pode ser caracterizada pelo(a):
2. O fundador da Escolástica foi Anselmo de Cantuária, para quem a Dialética era o procedimento principal que
sustentava a reflexão ideológica. O objetivo da Dialética era a inteligência da fé, cuja fórmula ficou famosa – fé
em busca de entendimento. De acordo com o que foi visto, como se dava a aplicação desse método nas
universidades:
a) Esforço de Santo Isidoro de Sevilha em estruturar os conceitos da Filosofia Clássica.
b) Aparecimento e difusão da cultura muçulmana.
c) Difusão do dogma escolástico baseado na negação da união entre a fé e a razão para a busca da verdade.
d) Decadência do ensino urbano seguido de sua ruralização.
a) Elaborar uma questão, discutir essa questão entre mestre e alunos e, por último, chegar a uma solução.
b) Elaborar uma tese, depois escrevê-la e, por último, apresentá-la por meio de uma defesa.
c) Discutir com os alunos sobre todo e qualquer assunto até se esgotarem as possibilidades positivas e
negativas do assunto debatido.
d) Elaborar uma questão para que, em seguida, o mestre imponha a solução finalizada sobre o assunto,
fazendo com que os alunos aprendam segundo a visão de seus mestres.
CONCLUSÃO
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Você alcançou
o Santo Graal!
E, com isso, você conquistou:
 A capacidade de determinar a importância da Escolástica para as escolas urbanas e universidades na
Baixa Idade Média.
CONCLUSÃO
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ConsideraçõesConsiderações
FinaisFinais
inalizamos nossa jornada sobre a Educação na Idade Média estudando os elementos que a Igreja
Católica resgatou da Antiguidade e as características das escolas romanas e do Trivium e Quadrivium e
a readequação desses princípios da cultura clássica pela Patrística, com destaque para Agostinho de
Hipona, o Renascimento Carolíngio e o contraponto da cultura do Islã e sua influência na Europa
medieval até chegarmos nas universidades e o método da Escolástica com destaque para Tomás de Aquino.
evemos pensar a Educação como um evento que pode assumir formas e maneiras diversas dependendo
dos diferentes grupos humanos e suas correspondentes etapas de organização. Dessa forma, a Educação
resulta em intencionalidade, bem como em imposição para alcançar seus propósitos, procurando que seus
elementos cheguem a todas as partes que compõem a sociedade, como modo de se legitimar, buscando,
assim, determinar uma série de valores e práticas particulares. No nosso caso, o período medieval.
Esse percurso não se finda aqui, pois a caminhada pela Educação é só o começo.
Podcast
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CONCLUSÃO
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Conquistas Adquiridas
 A capacidade de identificar as principais características da transição da Educação entre a Antiguidade e a Idade Média.
 A capacidade de descrever a importância das artes liberais para a formação dos sujeitos na Idade Média.
 A capacidade de comparar aspectos da Reforma Carolíngia e da educação islâmica na Europa Ocidental.
 A capacidade de determinar a importância da Escolástica para as escolas urbanas e universidades na Baixa Idade Média.
SÍNTESE
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Referências Bibliográficas
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Studia Ephemeridis Augustinianum, Roma, N° 46, 1994, pp. 329-351.
Explore+
Se quiser conhecer mais sobre a vertente Patrística, leia o livro Introdução à Teologia Patrística, de Luigi Padovese.
Para entender melhor as artes liberais, leia o texto O sentido da Filosofia Medieval.
Os carolíngios se destacaram em muitos aspectos no final da Alta Idade Média, inclusive no campo educacional. Porém, não foram os únicos.
Para enriquecer o debate, veja um pouco mais sobre os visigodos.
Assista ao filme O Físico, que, apesar de ser uma obra de ficção, ilustra o desenvolvimento do ensino superior.
Assista também ao filme O Nome da Rosa, onde Sean Connery interpreta um monge franciscano.
Em Nome de Deus é outro filme interessante, baseado em fatos reais. retrata o romance medieval francês do século XII entre Pedro Abelardo
e Heloísa.
CONCLUSÃO
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