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1 UNIVERSO SNEAKER NO MUNDO DOS NEGÓCIOS Sabrina Sousa de Moraes (1600114) sabrinasmoraes@outlook.com Resumo: Este artigo visa demonstrar dados sobre a cultura urbana que obteve notoriedade em finanças e é renda de empreendedores que fizeram de tênis negócio. Baseado análises de dados históricos e balanços das principais empresas e entrevistas com alguns empreendedores nacionais no segmento de cultura sneaker. Tais análises mostram como estes empreendedores podem ter impacto no mercado financeiro, optando por auferir renda por este comércio. Como resultado há análise da importância que esta cultura tem para o mercado financeiro e renda de quem trabalha com este mercado. Palavras chave: sneaker, empreendedor, mercado financeiro. 1. INTRODUÇÃO Com intuito de tornar mais acessível ao universo empresarial a cultura urbana que ganhou notoriedade através do basquete e do Hip Hop, principalmente, foi elaborado este trabalho para dizer o que hoje é fonte de renda e símbolo de poder de grandes grifes e pessoas comuns que se tornaram empresários autônomos ao transformar amor por tênis em negócio. Conforme já apresentado por Highsnobiety, o universo sneaker têm tido forças para domínio de boa parte da renda das principais tendências de moda e fonte de investimento, conforme já apresentado pela Isto é: Dinheiro também quando informa ao público brasileiro sobre a StockX – bolsa de valores, que inicialmente teve ênfase no universo sneaker e hoje expandiu para artigos de luxo como bolsas e relógios, além de outfits. Com a alta deste ramo, até as mais elegantes grifes apostaram suas fichas nesta cultura, tendo sua receita alavancada por lançar cada dia mais tênis luxuosos e com designs variados que vão de estilo vintage a traços futuristas; algumas delas são Gucci, Prada e Balenciaga, além das pioneiras no ramo como Adidas (com Kanye West, Pharrel Williams e Stan Smith como ícones), Nike (que conta com time de maiorais do basquete como Michael Jordan, Kobe Bryant e Kevin Durant) e Puma (mais focada nas mulheres, tendo Selena Gomez e Rihanna como atuais embaixadoras) entre as mais notáveis – que produzem desde calçados acessíveis às classes mais baixas a tênis limitados e caros, cobiçados pelos maiores colecionadores da cultura sneaker. Para que esta cultura ganhasse força pessoas do mundo todo dedicaram demoradas horas de espera por algum detalhe dos principais lançamentos ou em frente as lojas para conseguir os primeiros pares de tênis tão esperados, além de desembolsar significativas quantias em dinheiro para se manter atualizado com os mais novos designs do mercado – seja para parte de coleção pessoal ou acervo do ramo de reseller (pessoas que revendem os calçados de modelos tradicionais ou em edições limitadas a poucos pares pelo mundo a valores que atraem os aficionados por exclusividade). E tudo isso mostra como pessoas comuns conseguiram mailto:sabrinasmoraes@outlook.com 2 transformar o amor por seus calçados em renda própria, independência financeira e empreendedorismo, com time incluindo brasileiros como Ricardo Nunes (idealizador do SneakersBR, primeiro veículo de cultura sneaker em português), Tiago Oliveira (proprietário da D Protect, loja especializada em cuidados de tênis) e Igor Morais (dono da franquia Kings Sneakers, história que já foi matéria da Época Negócios em 2015 e da Pequenas Empresas & Grandes Negócios em 2018). Não sendo divulgados dados específicos deste setor com relação as grandes grifes de luxo, dificulta um pouco afirmar a veracidade dos fatos além do que observamos pelo consumo em exposição a olho nu. Contudo, podemos obter estes dados das pioneiras, já que lidam diretamente com isso diretamente desde os primórdios. Gráfico 1: Receita do segmento de calçados da Nike, Adidas e Puma de 2010 a 2018 (em bilhões de dólares) Empresa 2010 2017 Variação (%) Nike 11,52 22,27 93,32% Adidas 7,14 12,78 78,99% Puma 1,89 2,5 32,28% Fonte: Statista, The Statistics Portal (2019) Tabela 1 – Variação de receita - 2010 a 2017 (em bilhões de dólares) Conforme demonstrado no Gráfico 1 e tabela acima, é notável o ótimo desempenho da Nike no mercado, tendo aumentado mais de 93% de seu faturamento no ano de 2018 em relação ao ano de 2010, líder de mercado durante todo o período se destaca com facilidade entre as concorrentes. Mesmo sendo a terceira colocada no ranking mundial, a alemã Puma conseguiu manter o faturamento acima de US$ 2 bilhões nos 3 últimos dois anos, fato que já não ocorria desde 2011. Adidas mantém-se como segunda colocada durante os nove anos analisados, com média de US$ 9 bilhões de faturamento neste período, tendo alcançado próximo dos 80% de valorização entre o primeiro e o último ano. 2. ESSÊNCIA 2.1. PRIMÓRDIOS DO TÊNIS Os tênis conforme conhecemos hoje jamais existiriam sem a invenção da borracha vulcanizada, por Charles Goodyear, em 1839 – conforme cita a Smithsonian Magazine em "A brief history of America's obsession with sneakers” (Keller; Kate, 2018) - conta que a ideia surgiu após a aquisição de centenas de salva-vidas de borracha que haviam derretido no calor do verão nova-iorquino de 1834, que o incentivou a investir anos de pesquisa até que, em 1839, encontrou a combinação de chumbo, enxofre e calor, que permitiria que a borracha mantivesse sua forma. Essa foi a origem para o solado do primeiro tênis com sola de borracha, em 1860 – ano de sua morte, onde seu filho Charles Goodyear Jr já com 27 anos era quem cuidava dos investimentos e a empresa originada pelo pai – utilizados para a prática de croquet. O calçado foi tão bem aceito que se tornou febre entre pessoas da elite, que criaram mercado para a comercialização de calçados esportivos elegantes e funcionais, mostrado abaixo com registro de matéria sobre primeiros modelos de tênis na Kickstarter. Imagem 1: Hayward Rubber Cloth & Rubber Tennis Shoe: 1840s Em 1892, viabilizando conforto e acessibilidade da população em geral, a U. S. Rubber Company - formada por nove pequenas fábricas de borracha em Boston, Massachusetts - trocou couro por lona em seus calçados esportivos, originando a hoje conhecida Keds, de acordo com “Sneaker century, a history of athletic shoes” (Keyser; Amber J., 2017). Quatro anos depois, vemos esta inspiração chegar às mentes de quatro empreendedores – William A. Donmoyer, Walter C.C.Snyder, Thomas S. Levan, e Benjamin F. Reider – de Kutztown, Pensilvânia, que reuniram suas economias para a fundação da Saucony, que desenvolveu tênis para melhor atender as necessidades dos corredores da época, sendo esta sua maior motivação de negócio (biografia oficial em site da marca e Sneakers BR ed. 13 junho/2018 – p. 44 e 45). 2.2. PRIMEIRO GRANDE ÍCONE, IMORTALIZADO NA HISTÓRIA Já em 1908, quase cinquenta anos desde o surgimento do primeiro, propriamente dito, tênis com a tradicional sola de borracha como hoje é conhecida hoje, Marquis Mills Converse da origem a uma empresa de calçados de borracha que carrega seu sobrenome a Converse Rubber Company, imortalizada sob maior referência e simbolo da cultura sneaker, o All Star (1917), retratado em “A brief history of Converse Chuck Taylor All Star” (Urban Industry, 2015). 4 Imagem 2: Converse Chuck Taylor All Star: 1917 O então Converse Chuck Taylor All Star, depois de alguns tênis desenvolvidos no início da Converse, surge em 1923 quando pôde ter junto a si o jogador de basquete Charles H. Taylor pelo time Firestones Akron – amante do esporte que praticava e interessado em desenvolver um calçado melhor para a performance) que ajudou a desenvolver a silhueta que tinha a sola de borracha em formato de diamantes como principal característica, nesta nova versão melhorias foram aplicadas depois de queixas de dores nos pés após ser utilizados para praticar basquete (site oficial da Converse no Brasil e SneakersBR ed. 13, junho/2018 – p. 30 a 34). Tendo a região dos tornozelos reforçada e maior flexibilidade nas solas obtendo a forma como é hoje. E isto foi o suficiente para ser o tênis mais vendido da história, podendo ser encontrado em mais de 20 mil lojas espalhadas por 144 países ao redor do globo (Portal São Francisco, 2016). Depois de 1980 já com seu legado instaurado, sendo consumido por diversas pessoas não apenas para prática de esportes, mas também para o dia a dia, a marca investe ainda mais no aperfeiçoamento do calçado com linha de alta performance chega a vender mais de um milhão de pares somente desta nova linhagem, conforme orgulhosamente é retratado na história da marca em seu site oficial. Mesmo com todo este sucesso de vendas, a marca enfrentou um período de dificuldades financeiras, chegando a declarar falência em 2001 – com saldo de dívidas avaliadas em U$ 226,2 milhões, quando em 2003 a Nike Inc. oficializa as negociações para compra da marca Converse pela quantia de U$ 305 milhões; trazendo-a de volta à ativa com dívidas liquidadas e saldo positivo de ativos, sendo estas informações divulgadas em território brasileiro através do Jornal Folha de São Paulo. 5 3. GRANDES IMPÉRIOS 3.1. IRMÃOS DASSLER E SUAS PROLES DE SUCESSO Agora, na Alemanha em meados da Segunda Guerra Mundial, após o desentendimento no negócio familiar de calçados intitulado “Gebrüder Dassler Schuhfabrik” (Fábrica de Calçados Irmãos Dassler), os irmãos Adolf e Rudolf Dassler decidem fundar empresas independentes no segmento de tênis - nascendo assim Adidas e Puma respectivamente, marcas que até hoje são referência e grandes potências no mercado de tênis e linha de roupas e acessórios para esporte, com designs sofisticados e com materiais tecnológicos que vão desde melhor material para performance de esportes até qualidade e conforto para uso rotineiro, de acordo com síntese de mini série “Adidas x Puma - Irmãos e Rivais (Rivals Forever)” (Globosat Play, 2017). Imagem 3: Adolf e Rudolf Dassler. Filhos de um grande sapateiro da região em que viviam e atletas de coração, os irmãos Dassler decidem inovar e aplicar seus conhecimentos para ampliar o negócio da família criando calçados esportivos. Mesmo com a 6 repulsa do pai sobre a ideia, por ser a favor dos sapatos tradicionais e sociais, Rudolf vai ao banco e solicita um empréstimo para arcar com os custos da nova produção enquanto Adolf desenvolve esboços de designs que possam ser mais confortáveis e duradouros, além de mais leves – para que possa ajudar no desempenho dos atletas corredores, que eram o foco principal da ideia, já que ambos eram corredores também. Em pouco tempo, após fechar contrato – avaliado em aproximadamente €$ 23.000,00 euros – moeda atual do país, que na época do ocorrido utilizava marco alemão como moeda corrente – pelo fornecimento de tênis para atletas da seleção feminina alemã durante as Olimpíadas de 1924 em Paris, com isso os irmãos conseguem expandir a pequena fábrica que funcionava na lavanderia da casa para um galpão, nascendo assim a intitulada “Gebrüder Dassler Schuhfabrik” (Fábrica de Calçados dos Irmãos Dassler) em 1924, aumentam significativamente a produção após a encomenda de 10.000 pares dos tênis e agregam a isso uma equipe maior na produção, além de investir em máquinas de costura e modelagem mais modernas. Depois disso a empresa chega as Olimpíadas de 1936 em Berlim com produção anual de aproximadamente 10.500 tênis desde 1928. Neste período, sob governo Hitlerista, e filiados ao partido nazista, Adolf busca ganhar mais visibilidade ao negócio quando propõe ao visto como melhor atleta da competição, o afro- americano Jesse Owens – que ganha 4 medalhas de ouro exibindo os calçados Dassler nas capas dos principais jornais da época fazendo com que a empresa fosse notada mundialmente e inaugurando o marketing esportivo (biografia oficial Puma). Durante a Segunda Guerra Mundial a relação entre os irmãos vai sendo corrompida pelo afastamento, pois Rudolf acaba sendo convocado para a guerra, onde foge do Exército Vermelho mas acaba sendo preso pela Gestapo pouco tempo depois, consegue a liberdade com a libertação da Alemanha e torna a ser preso, sob acusação de espionagem pelo exército americano e é liberado somente após um ano. No período de serviço de guerra de Rudolf, o irmão Adolf sofre também, por ter que trocar a fabricação de tênis pela fabricação de artigos de guerra para o Exército Vermelho, o que acarreta em motivo para fechamento da empresa e confiscação de bens no pós-guerra. Atuando juntos novamente, mesmo com a relação desestabilizada retomam as produções em 1946. Com a ocorrência intensa de diversos conflitos entre eles, determinam a separação da empresa em 1948, originando Adidas – formada pela abreviação do apelido de Adolf, “Adi”, e primeira sílaba do sobrenome “Das”sller – liderada por Adolf na fábrica que já herdava e, à priori Ruda – utilizando da mesma estrutura de nomeação da Adidas – liderada por Rudolf, que acabou se adaptou com a sonoridade do nome e a nomeia Puma, sob a margem oposta do rio que cortava a cidade; o que dividiu também a população que não podiam ter relações entre quem vivia e trabalhava para a empresa sob a margem do rio que habitava. Rivalidade entre a população foi se dissolvendo com o tempo, porém entre as empresas só ocorreu depois da morte de ambos os fundadores, sob um jogo amistoso de futebol em 2009 organizado por representantes das marcas. Com valores sob a seguinte frase “Através do esporte, nós temos o poder de mudar vidas”, fundada em 18 de agosto de 1949 é registrada a existência de Adidas que iniciou as operações com 47 funcionários e que no mesmo dia inseriu três listras nos calçados o que se tornou a marca da empresa (biografia Adidas Group). Com muitas aparições sob os pés de atletas por muitas olimpíadas foi sendo notada pela mídia aos poucos, mas foi em 1986 após se tornar inspiração da canção “My Adidas” do grupo de rap Run DMC que se imortalizou no mercado: pessoas ao redor de todo o mundo passaram a usar os famosos “Adidas Superstar” porque seus ídolos as diziam isso no maior hit da época, chegando a zerar as prateleiras de lojas em que se encontravam em estoque em pouco tempo – modelo tabém que chegou a render inúmeras colaborações limitadas com grifes, festividades, artistas e temática de filmes (Revista Sneakers BR dezembro/2014, p. 36 a 40 e documentário Sneakerheadz, 2015). 7 Imagem 4: Adidas Originals X Run DMC – Superstar 80 ‘My Adidas 25th Anniversary’. Não suficiente a marca tem mais celebridades notáveis no catálogo de referências, como uma linha sob nome do grande tenista Stan Smith, que por ter design neutro e conforto preciso conquista até hoje tanto praticantes de esporte quanto fashionistas por todo o mundo; além de uma coleção que celebra diversidade e inclusão com direção criativa de Pharrel Williams e uma linha de artigos da linha Yeezy encarregada pelo ilustre Kanye West, sendo esta a mais cara de todas as colaborações, considerada de luxo (Keeping Up With The Kardashians, temporada 15, 2018) com artigos que chegam a custar perto dos R$ 3.000,00, sendo estes os mais cobiçados pelo público hype (supervalorização de produtos por notoriedade na mídia) – tendo suas vendas esgotadas em questão de minutos pelo mundo todo em diversos dos lançamentos (pesquisa de mercado nas principais lojas do segmento e revenda por terceiros). Sendo a segunda marca mais rentável do mercado, tem junto ao grupo desde 2006 a posse da patente Reebok, a empresa encerrou o ano de 2018 com faturamento aumentado em €$ 21.915 bilhões em relação ao ano anterior (Adidas Anual Report, 2018) com 50% desse faturamento auferido pela venda de calçados e marca avaliada em aproximadamente $ 16.700 (Statista; The, 2019). A terceira líder do mercado, nascida em 1948 e patrocinadora de Peléna Copa do Mundo de 1962 no Chile, onde o Brasil foi campeão, falaremos agora da Puma. Uma revolucionária no âmbito de tecnologia, desenvolveu o primeiro tênis com sistema de fios internos que vão se ajustando ao pé, fornecendo praticidade e segurança desde 1991. E como CEO, Jochen Zeitz que ao assumir a posição em 1993 alavancou a empresa de marca de baixo preço a empresa notória de artigos premium e a terceira colocada no ranking das mais melhores marcas do segmento até hoje. Ainda na estrada de sucesso, foi a marca usada por Usain Bolt, que obteve a melhor performance de 100m em 9,58 segundos e 200m em 19,19 segundos (o que o eternizou com o título de homem mais rápido do mundo), revezamento 4 x 100m em 37,10 segundos, usando roupas e tênis com tecnologia de ponta para auxiliar no sucesso da performance. 8 Imagem 5: Usain Bolt, ainda o homem mais rápido do mundo. Em 2015 tem a honra de nomear Rihanna como embaixadora, com a patente Fenty, fazendo da celebridade diretora criativa, linha de frente na linha feminina de luxo da marca, com peças que tem no portfólio não somente tênis mas um acervo de vestuário, bolsas e acessórios voltados para o público feminino. Dois anos depois, a atriz, cantora, produtora e também embaixadora da Unicef, Selena Gomez se junta ao time, criando coleções limitadas e para comemorar um ano de história com a marca lançou um tênis da linha Defy, que esgotou em pouco tempo de disponibilização, chegando a arrecadar cerca de $ 100.000,00 da renda das vendas convertida em doação para o “Fundo Selena Gomez de Pesquisas Para o Lúpus” (Lupus Research Alliance, 2018). E sob inspiração da citação “Eu me atrevo a fazer as coisas funcionarem. Eu não faço coisas por resposta ou controvérsia. Eu apenas vivo minha vida” – Rihanna, a modelo e atriz Cara Delevigne se torna embaixadora da Puma com uma coleção feminina voltada para o conforto, praticidade e elegância para looks modernos e versáteis, recomendados também para a prática de esportes com toda a tecnologia dos materiais de primeira linha que a marca fornece (Elle Magazine, 2016). 3.2. O REINADO SWOOSH A história começa em 1964 sob o nome de Blue Ribbon Sports – com um investimento de apenas $ 1.200,00 – uma loja que atuou como distribuidora de produtos Onitsuka Tiger (Asics), fundada pelo trinador de atletismo Bill Bowerman e o ex-aluno Phill Knight, atleta de média distância, e se torna em 1971 é batizada de Nike – referência a deusa grega da vitória –, iniciando o legado “swoosh” – como é chamado seu logo, criado por Carolyn Davidson (Britannica; Encyclopedia e A marca da vitória, Knight Phill, 2016). Em 1971, quando Bill Bowerman repara no padrão quadriculado da máquina de fazer waffles que combinado com a ideia de criar um calçado que já tinha em mente, faz surgir a primeiro vestígio da marca que dominaria o mercado de tênis por anos a fio. A O sucesso começa com o Cortez, uma versão melhorada no TG-22 da Onitsuka Tiger, o então primeiro tênis estável e confortável para as estradas, tornando-se o tênis mais popular entre os procurados para corridas de longa distância (Nike News, 2015). 9 Imagem 6: Nike Cortez Depois de algumas tentativas de molde com uretano, gesso e levar o molde para a Oregon Rubber Company para preencher com borracha, ainda sem sucesso continuou insistindo até que se deparou com uma folha de aço inoxidável, a qual perfurou e levou à empresa de borracha para que ficasse mais maleável, e assim aconteceu, fez um par. Levando o molde para casa, costurou-o na sola de um par de tênis de corrida e deu a um de seus atletas, que os calçou e correu como uma lebre, resultado do momento eureca de Bowerman! Imagem 7: Máquina de waffle e primeiros moldes de solado waffle. Eufórico, Bowerman liga para seu amigo Phil Knight para contar sobre a experiência, que encaminhou para a Nippon Rubber, assim nasceu o primeiro calçado com o solado waffle (A marca da vitória, Knigh; Phill. 2016). Essa foi a síntese dos primeiros passos da marca, dando vida ao Nike Waffle Trainer – patenteado em 1974 – que foi o responsável por colocar a Nike sob conhecimento mundial, por seu sistema de amortecimento que atraía de atletas de elite a corredores casuais. 10 Imagem 8: Bill Bowerman. No decorrer dos anos, com excelência no que faz, a marca atribuiu ao quadro de estrelas ilustres jogadores de basquete dentre os principais ícones, Kevin Durant, Kobe Bryant e Michael Jordan – nome que carrega em sua marca junto a Nike, sendo a linha de tênis mais vendida do mundo, com destaque para o modelo que estreou a parceria, o Nike Air Jordan 1. A franquia rende milhões em faturamento, gerando cerca de $ 60 milhões por ano em royalties da Nike, fazendo de Michael Jordan o atleta com maior acordo de patrocínio da marca (Business Insider, 2014). Gráfico 2: Vendas da Nike - Por modalidade - US$ bilhões 11 Com destaque faturamento da companhia, a Jordan Brand é fortemente apontada nas análises, com faturamento de US$ 3,1 bilhões no ano de 2017, fazendo parte da modalidade de basquete, que quando somada ao faturamento desta patente chega a representar US$ 4,4 bilhões, próximo da maior rentabilidade da empresa, que é auferida pela modalidade de corrida. Estudos de consultoria financeira por Amir Somoggi da Sports Value (primeira empresa do mercado brasileiro que avalia ativos esportivos) considerou os últimos 16 anos de faturamento das pioneiras no mercado, constatando que o faturamento anual mundial no setor de varejo esportivo, atualmente, gira em torno de US$ 260 bilhões. Com força de marketing esportivo, a Nike sozinha atingiu lucro de US$ 4,2 bilhões de lucro líquido em 2017 e com €$ 21 bilhões em receita no ano de 2018, sendo quase €$ 6 bilhões gerados na região da Europa, Oriente Médio e África e mais de €$ 3,6 bilhões em mercados emergentes da Ásia e América Latina, conforme estatísticas de mercado: Gráfico 3: Receita do segmento de calçados da Nike, Adidas & Puma 2010-2018 (em bilhões de dólares). Com análise elaborada em um período maior de tempo e agora com base de mensuração o Euro, nota-se que mesmo com queda no faturamento em 2010 a maior empresa do segmento jamais perdeu o posto de líder, conforme demonstrativo dos últimos 13 anos. Na mesma análise é possível notar que, depois de forte investimento em marketing financeiro e melhor satisfação das necessidades dos clientes, a também grandiosa Adidas vem alavancando as rendas neste período, indo de €$ 10,08 bilhões a €$ 21,92 bilhões, exponencial crescimento que chega a alcançar mais que o dobro no final da análise. Com faturamento geral em torno de €$ 4,65 bilhões a Puma é a terceira no ranking mundial, distante das margens das demais grandes concorrentes, nem de todo ruim a perspectiva, pois alcançou em 2018 o maior faturamento auferido desde 2006. 12 4. EMPREENDEDORISMO NACIONAL Não é de hoje que observa-se o crescimento exponencial da cultura sneaker, difundida por todo o território nacional, e com São Paulo e Rio de Janeiro como polos principais, e inspirando pessoas a desenvolver carreira e tratar como investimento este universo tão rentável. Com isso, Tiago Oliveira deixou de ser técnico em informática para dar vida ao negócio próprio de lavanderia especializada em cuidados com tênis, a D Protect, a primeira no brasil (patenteada em 2014) e que hoje conta com uma equipe de por trás do que iniciou com cuidados em casa, evoluiu para uma cadeira de engraxate pelas ruas de São Paulo – em que teve como polo forte de divulgação e aplicação deste feito o evento Discopédia, que propaga muito da cultura hip hop e cultura street – e em 2016 fixa-se em ambiente físico localizado no coração da cidade. Tênis são considerados investimento por diversos colecionadores, dentre alguns deles Johnathan Dias com enorme coleção de “Air Maxes” já foinotado por diversos veículos de notícia deste universo, e Bianca Camarú que coleciona “Air Jordans” e já os utilizou como meio de auferir renda num momento em que precisou de gerar dinheiro extra, mostrando que este mercado é bem atrativo e rápido, pois não custou muito ao conseguir o capital esperado – como os modelos disponibilizados eram de edições limitadas atraiu comprador rapidamente, por conta da difícil acessibilidade de tais modelos no mercado nacional. Ainda no cenário paulista, a atleta Priscila Gusmão relata que enxerga como oportunidade de negócio bem viável, tanto pela exclusividade, quanto pela procura e valores atrativos, sendo influencer também, acaba sendo referência de identidade na busca de tênis adequados para o dia a dia, para a prática de esportes e como cada um pode ser melhor utilizado na performance requisitada. Também neste ambiente de tênis, pôde-se notar que Andrea Martins, atuante na área de varejo já há 18 anos afirma que é um mercado em crescimento exponencial e de valorização em capital bem grande já que a procura é incessante dia a dia, mas que ainda precisa ser trabalhado na questão de viabilidade ao público feminino – que tem dificuldades em conseguir tênis que apreciam por não conter grade de tamanhos adequada por muitas vezes, e quando há a chance de chegar ao Brasil é pouca pois o país ainda não é visto como grande polo consumidor pelo mercado estrangeiro –, principalmente, e este ponto é também acentuado pela produtora de conteúdo Olivia Lang, que inclusive já fez importações para conseguir os tênis que queria por não encontrar em terras brasileiras – ponto a ser melhor observado pelo mercado já que as mulheres são consumidoras primordiais em diversos setores de consumo, o que não seria diferente neste mercado. Assunto este que já foi tema de pauta em matéria da Revista Sneakers BR, fundada por Ricardo Nunes, dentista e aficionado por tênis que começou com um pequeno blog na internet para falar de seu amor por tênis, com isso foi sendo notado e transformou o blog em site em 2015, que virou revista e hoje é uma marca que conta com diretório de produção de conteúdo independente e já chagou a estampar diversas colaborações em tênis, roupas e acessórios com outras grandes marcas no mercado – como Nike, Oüs (empresa nacional de tênis que surgiu em 2008, fundada por Rafael e Bruno Narciso), Starter (fabricante de roupas e acessórios da cultura streetwear), como alguns exemplos. Olhando para o território carioca, vemos nascer inspiração na artista plástica Maíra Botelho que já há mais de 10 anos tem marca registrada sob o título de “Pimp my Sneakers” e trabalha reavivando com cores e restaurações os tênis que movimentam milhões em dinheiro e cativam milhares de corações dos muitos colecionadores. Não somente esta ilustre dama, mas também um rapaz que aproveita um bom preço de uns tênis em um outlet há 10 anos atrás, e compra-os para revenda a fim de obter um dinheiro extra na renda habitual, tal oportunidade de negócio faz surgir então a Meck Store, liderada por Junior Meck, que mantém a loja com acervo de tênis desde os mais casuais a edições limitadas e caras de tênis em seu estoque, que junto com o irmão, Julio, mantém maior parte e principal fonte de renda familiar. Estas e tantas outras histórias marcam a importância do mercado sneaker no mundo dos negócios, onde desenvolvem influenciadores, geram empreendedores e ainda mais, unem pessoas por um gosto em comum, não é à toa que conseguimos ver isto em todas as classes sociais, tênis é essencial, é conforto, tênis é empreendedorismo. Não somente pensando no impacto financeiro, mas no conforto e bem-estar das pessoas, uma pesquisa feita com todos os entrevistados revela que se as pessoas em ambientes corporativos utilizassem este tipo de calçado, versátil, confortável e muitas vezes até elegante, trabalhariam melhor, produziriam mais por não ter o incômodo de usar sapatos desconfortáveis já que nos incomodamos o suficiente com outros problemas rotineiros. 13 Imagem 1: Andrea Martins, idealizadora do Blog Louca dos Tênis. Imagem 2: Bianca Camarú, investidora. 14 Imagem 3: Johnatan Dias, influencer pelo Instagram @naopisanomeutenis. Imagem 4: Junior Meck, CEO Meck Store Sneakers. 15 Imagem 5: Maíra Botelho, CEO Pimp My Sneakers. Imagem 6: Olivia Lang, filmmaker e produtora de conteúdo. 16 Imagem 7: Priscila Gusmão, atleta. Imagem 8: Ricardo Nunes, CEO Sneakers BR. 17 Imagem 9: Thiago Oliveira, CEO Sneakeria D Protect. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo principal deste trabalho era de explicar como o universo sneaker impacta em grandes empresas deste segmento e na geração de empreendedores e digital influencers no Brasil, além de apresentar como o empreendedorismo esteve presente na história das grandes marcas do segmento e como se desenvolveram com esta oportunidade negócio. O item principal a ser respondido neste trabalho é de demonstrar como a cultura sneaker tem movimentado o mercado financeiro mundial e ganhado notoriedade em território nacional revelando empreendedores, tendo em consideração todos os dados estudados até o momento, levantamento de dados históricos, estatísticas de mercado e entrevistas com diversas pessoas que tem vivência neste ambiente, pode-se notar que o universo sneaker, financeiramente falando, é um mercado de grandiosas oportunidades de crescimento, de investimento e de estilo de vida, onde famílias são mantidas através da renda auferida por oportunidade de negócio visada pelos entrevistados citados – que deixaram as profissões que tinham no passado para se dedicar ao negócio próprio movido pela paixão que virou emprego, capital e vivência –, e como o giro de capital é constante devido a situação de oferta e demanda específicas, além de sobressair quem faça desta cultura um estilo de vida, aplicando para a vivência de coleções fartas, utilização no cotidiano esportivo e composição de vestimenta. Cada um que contribuiu para que esta cultura fosse tão notória nos dias de hoje foi um revolucionário, e inspira muito a jamais deixar de inovar, esse é o combustível que ajuda pessoas a explorar a infinidade de possiblidades de negócio, onde uma máquina de waffles é um pontapé inicial para uma grande empreiteira de sucesso, um negócio familiar se expande e se multiplica se tornando grande potência no mercado de artigos esportivos, produtoras de conteúdo, dentista, artista plástica, técnico em informática, conseguem desenvolver carreiras de sucesso e que auferem mais renda que as profissões mais tradicionais, e hoje, através deste trabalho também surge mais uma revolucionária, uma graduanda em Ciências Contábeis que demonstra que tênis não é apenas um objeto é fruto de trabalho duro, é investimento, é empreendedorismo, é a renda que coloca o pão na mesa de diversos brasileiros e também estrangeiros ao redor do globo. 18 Aqui no Brasil principalmente onde o acesso ao estudo e aquisição é muitas vezes restrito, e ao mercado de trabalho uma experiência dificultosa, o trabalho informal também surge neste mercado para gerar empreendedores que enxergam oportunidades de negócio em pequenos atos; uma revenda de tênis no atacado, uma importação para revenda por preços altos, contudo atrativos para quem não tem acessibilidade ao mercado estrangeiro. Por isso tudo é-se levado a acreditar que a rentabilidade do futuro virá do investimento em tênis para todas as classes sociais, auxiliando grandes grifes a ascender suas perspectivas de faturamento e a transformar pessoas comuns em grandes empreendedores por difundir oportunidades de negócio e influência midiática, servindo de inspiração e influência a muitas pessoas mundo afora. Este trabalho não esgota as pesquisas sobre os sneakers, mas que a partir deste podem derivar outros estudos baseados emtênis, empreendedorismo e mercado financeiro, tendo vertentes prováveis perspectivas de análise como cada região do mundo reage ao impacto financeiro deste universo, como as empresas se mantém no segmento sem perder posição de mercado ou ainda como o investimento em tecnologia na estrutura dos tênis têm evoluído nos últimos anos, chegando até a controle por smartphones. 6. REFERÊNCIAS DE PESQUISAS Batista, Juliana M., Lima, Paula E. H. D.. CULTURA SNEAKERS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO. Artigo que busca compreender como os códigos e valores dos consumidores de uma subcultura de consumo são tangibilizados no ambiente de loja. Embasamento em entrevistas com especialistas em varejo e observação direta em lojas especializadas em sneakers, notou-se a importância do engajamento da equipe de vendas com o grupo e seus ritos e de um ambiente que represente o imaginário dessa cultura. Britannica, Encyclopedia. https://www.britannica.com/ Converse. SOBRE. https://converse.com.br/sobre/ Dinheiro, Isto é:. StockX: o mercado de ação de tênis que movimenta milhões de dólares. https://www.istoedinheiro.com.br/stockx-o-mercado-de-acao-de-tenis-que-movimenta-milhoes/ Ha, Jaime. Adidas Originals X Run DMC – Superstar 80 ‘My Adidas 25th Anniversary’. https://sneakersbr.co/adidas-originals-x-run-d-m-c-superstar-80-my-adidas-25th-anniversary/ Inc., Nike. Bill Bowerman: Nike’s Original Innovator. https://news.nike.com/news/bill-bowerman-nike-s- original-innovator Industry, Urban. A brief history of the Converse Chuck Taylor All Star. https://www.urbanindustry.co.uk/blogs/news/a-brief-history-of-the-converse-chuck-taylor-all-star E!. Keeping Up With The Kardashians. Temporada 15, 2018. http://www.eonline.com/watch/keeping-up- with-the-kardashians Keller, Kate. A Brief History of America’s Obsession With Sneakers. https://www.smithsonianmag.com/innovation/brief-history-americas-obsession-sneakers-180969116/ Kickstarter. Rubber Co, Colchester. Bringing Back The World's First Basketball Sneaker. https://www.kickstarter.com/projects/70546998/bringing-back-the-worlds-first-basketball-sneaker KNIGHT, Phill. A marca da vitória: A autobiografia do criador da Nike. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2016. LE MAUX, Mathieu. 1000 sneakers: A guide to the world’s greatest kicks, from sport to street. Nova Iorque: Editora Universe Publishing, 2016. Nunes, Ricardo. Revista Sneakers BR. São Paulo: SBR Consultoria Mídia, (ed. 11, 12/2017). 19 Nunes, Ricardo. Revista Sneakers BR. São Paulo: SBR Consultoria Mídia, (ed. 12, 11/2017). Nunes, Ricardo. Revista Sneakers BR. São Paulo: SBR Consultoria Mídia, (ed. 13, 06/2018). Nunes, Ricardo. Revista Sneakers BR. São Paulo: SBR Consultoria Mídia, (ed. 14, 03/2019). Ofiaza, Renz. Here’s How Luxury Brands Are Selling Sneakers to Millennials. https://www.highsnobiety.com/p/luxury-sneakers-millennials-bof/ Online, Folha. Nike compra fabricante dos tênis All Star por US$ 305 milhões. https://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u70092.shtml O'Reilly, Lara. 11 Things Hardly Anyone Knows About Nike. https://www.businessinsider.com/history-of- nike-facts-about-its-50th-anniversary-2014-11 Play, Globosat. Adidas x Puma - Irmãos e Rivais (Rivals Forever). https://globosatplay.globo.com/gnt/adidas-x-puma-irmaos-e-rivais-rivals-forever/ Puma. FOREVER FASTER FROM DAY ONE PUMA TIMELINE. https://about.puma.com/en/this-is- puma/history/history Research Alliance, Lupus. 2018 Handbag Luncheon Honors PUMA for Selena Gomez Lupus Campaign. https://www.lupusresearch.org/2018-handbag-luncheon-honors-puma-selena-gomez-lupus-campaign/ Rocha,Thiago. Aposentado há 15 anos, Jordan vende mais produtos da Nike do que futebol. https://navitrine.blogosfera.uol.com.br/2018/04/27/aposentado-ha-15-anos-jordan-vende-mais-produtos-da- nike-do-que-futebol/ Rodulfo, Kristina. Rihanna Directed Cara Delevingne in a New Puma Campaign. https://www.elle.com/fashion/news/a39389/cara-delevingne-rihanna-puma-campaign/ SALES, Diego. Michael “Air” Jordan: A biografia. São Paulo: Editora Flyculture, 2017. São Francisco, Portal. História do All Star. https://www.portalsaofrancisco.com.br/curiosidades/historia-do- all-star SMIT, Barbara. Invasão de campo: Adidas Puma e os bastidores do esporte moderno. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2007. SMIT, Barbara. 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Global revenue of Adidas, Nike and Puma from 2006 to 2018 (in billion euros). https://www.statista.com/statistics/269599/net-sales-of-adidas-and-puma-worldwide/ 20 Statista, The. Revenue from footwear segment of Nike, Adidas and Puma from 2010 to 2018 (in billion U.S. dollars). https://www.statista.com/statistics/278834/revenue-nike-adidas-puma-footwear-segment/ Value, Sports. Competição global das marcas de material esportivo. https://www.sportsvalue.com.br/estudos/competicao-global-das-marcas-de-material-esportivo/ 1. INTRODUÇÃO 2. ESSÊNCIA 2.1. PRIMÓRDIOS DO TÊNIS 2.2. PRIMEIRO GRANDE ÍCONE, IMORTALIZADO NA HISTÓRIA 3. GRANDES IMPÉRIOS 3.1. IRMÃOS DASSLER E SUAS PROLES DE SUCESSO 3.2. O REINADO SWOOSH 4. EMPREENDEDORISMO NACIONAL 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 6. REFERÊNCIAS DE PESQUISAS
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