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João Victor Calvo Costa - RA: 3151750 Psicologia Social / Terceiro Semestre de Serviço Social Analise o artigo “É proibido proibir: canudos e sacolas plásticas podem ser banidos do país”. Reflita, tendo em mente as questões: quem são os atores envolvidos, que representações sociais estão presentes, como você conseguiu identificá-las, estas representações são compartilhadas, o que os atores poderiam fazer de concreto para criar um consenso quanto às ideias que defendem? Escreva um relato de uma páginas sobre suas reflexões e envie-o para avaliação docente. A Comissão do Meio Ambiente está em ênfase no artigo, retratada como a principal peça envolvida na aprovação do Projeto de Lei que proíbe a fabricação, importação, distribuição e venda de sacolas e utensílios de plásticos usados para alimentos e bebidas. Plásticos biodegradáveis - aqueles fabricados a partir de produtos naturais, que são degradados naturalmente entre um e três meses - estão excluídos desta determinação. Essa visão, por vezes, simplifica um trajeto burocrático e longo por meio do qual passam as ideias dos cidadãos constituintes, até que se tornem leis, válidas em todo o território nacional. Ideias Legislativas passam para aprovação da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa quando ultrapassam 20 mil assinaturas - podendo se tornar projetos de lei. Foi o que ocorreu com essa determinação, relatada pela ex-senadora Regina Souza. É nítido que o projeto de Lei visa à proteção do meio ambiente frente às agressões provocadas pelo plástico descartado inapropriadamente. Milhares de animais marinhos são mortos anualmente, devido à grande quantidade de plásticos e seus derivados presentes nos oceanos. Além disso, problemas do cotidiano dos indivíduos, como enchentes ocasionadas por entupimento de bueiros e bocas-de-lobo, são também relacionados ao descarte inapropriado de resíduos - sendo o plástico um dos principais. Portanto, ambientalistas e organizações não-governamentais voltadas à proteção do meio-ambiente são os principais expoentes favoráveis à aprovação desta determinação. Como contraponto, associações relacionadas à Proteção dos Portadores de Deficiência são importantes representações sociais envolvidas nessa discussão. Esses indivíduos não necessariamente discordam do aspecto ambiental envolvido nessa decisão. No entanto, defendem o fato de que a maioria dos portadores de deficiência física, intelectual e portadores de doenças neuromusculares precisam de canudos para poder ingerir bebidas. E o material ideal capaz de exercer tal função é o plástico. Tal perspectiva ambiental pode ser considerada elitista por muitos. Segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis, há cerca de 800 mil pessoas que vivem do trabalho de catadores de recicláveis. Estes são responsáveis por coletar 90% de tudo o que é reciclado no Brasil. A proibição do descarte de plásticos prejudicaria boa parte da renda desses trabalhadores, que muitas vezes dependem unicamente da obtenção de materiais recicláveis para sustentar toda a sua família. Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico da USP, também não considera essa determinação eficaz, pelo fato de que ela não motiva o pensamento lógico e empírico da população. Ou seja, a proibição não necessariamente levará a maioria das pessoas a pensar de maneira crítica sobre o uso de materiais de plásticos, como refletir sobre o impacto do uso de canudos de plástico sobre a sobrevivência de espécies marinhas, por exemplo. O correto, segundo ele, seria a implementação de políticas de descarte adequado de materiais plásticos, impedindo que eles atinjam e prejudiquem os ecossistemas. Esses posicionamentos foram obtidos a partir da reportagem “É proibido proibir: canudos e sacolas plásticas podem ser banidos do país”, escrita por Evelyn Nogueira e publicada na revista Casa em fevereiro de 2020; e do site do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Como podemos perceber, a questão da proibição do uso de plásticos gera uma discussão muito rica, e envolve o conflito de muitos pontos de vista. No entanto, não seria impossível reunir diversos pontos de vista em uma determinação mais democrática, capaz de abranger as necessidades de boa parte da população. Uma solução possível seria proibir gradualmente o uso de materiais de plástico à população em geral - como cessar a distribuição em bares e restaurantes, enquanto são delineados projetos de descarte adequado de materiais plásticos, aplicáveis a todas as regiões do país. Profissionais da reciclagem poderiam ser contratados formalmente para participar da coleta seletiva de plásticos, com salários dignos e condições de trabalho adequadas. Parte da população vulnerável, e que necessita do uso do plástico para fins bem delineados, podem ter acesso ao material livremente, desde que o descarte com responsabilidade. A criação de centros de coleta de plásticos acessíveis à população, em todos os bairros, seria uma opção; assim como a criação de vínculos com escolas e universidades, engajadas na criação de projetos para desenvolver a reutilização prática de materiais plásticos que seriam descartados - propiciando, dessa maneira, maior desenvolvimento acadêmico e criação de consciência ambiental entre os jovens. Dessa maneira, seria possível adequar a ideia inicial de acordo com opiniões e necessidades divergentes, sem, no entanto, desviarmos do intuito inicial do projeto - voltado para o meio ambiente.
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