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Direito Internacional público

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Direito Internacional público
Teórica 21/02/2020
Regulação entre o direito internacional com certas disciplinas próximas. Em primeiro lugar, distinguir o direito internacional, entre o direito comparado e o direito internacional privado.
Em que consiste o direito comparado (comparação de direitos) tem por finalidade comparar as soluções jurídicas, e os pressupostos culturais subjacentes. O direito comparado não é um ramo do direito, mas é um método que pode estudar soluções jurídicas, mas enquanto tal não nos das soluções jurídicas, que nos dá a possibilidade de estudar as diferentes soluções.
Curiosamente o direito internacional mundial não pode ser comparado com qualquer outro direito internacional público. 
Direito internacional público X direito internacional privado
O que é o direito internacional privado, é um ramo do direito que tem por finalidade determinar qual “e a ordem jurídica competente numa questão jurídica internacional. É um ramo do direito interno, determina o direito aplicado de um único local.
Distinguir o direito internacional de alguns domínios não jurídicos que lhe são próximos. Em primeiro lugar, distinção entre direito internacional e moral internacional o direito internacional distingue-se de moral internacional da mesma forma em que o direito em geral e moral. Como que podemos distinguir o direito da moral? Há um campo do direito e um campo da moral. O que é moral? A moral ou a ética designa um conjunto das regras ou dos padrões de valorações de comportamento que balizam o agir humano. O direito ‘e uma realidade ética ou moral? Sim, pois a pretensão do direito é regular o agir humano ou uma parte. Existe uma regra jurídica que não há implicação moral? Não, toda regra jurídica tem implicação moral.
Temos o grande campo da moral, o direito ‘e uma parte específica do discurso moral que diz respeito as regras que têm a pretensão de serem coercivamente comparadas. Qual a distinção entre moral internacional e direito internacional? A moral internacional tem um campo muito mais vasto que o direito internacional, pois o direito internacional se restringe a parte jurídica internacional. O auxílio humanitário em caso de catástrofe, não é jurídico, mas ‘e uma prática moral internacional.
Em segundo lugar, devemos distinguir o direito internacional da chamada cortesia internacional, quem também citada contas gentium (cortesia internacional) designa um conjunto de práticas que são anotadas pelos sujeitos internacionais com vista a facilitar as boas relações entre si, sem que tenham como base relações jurídicas entre si. a prática de não multar viaturas diplomáticas internacionais, evitam conflito. Mas não há relação jurídica.
Terceira distinção
Direito internacional e política internacional
A diferença é a mesma diferença que vai do facto a norma jurídica. Qual o objeto da política internacional? O comportamento pactual dos diferentes agentes internacionais, qual o objeto do direito? O quadro jurídico aplicado a estes comportamentos. O direito internacional tem por objeto o Dever Ser. A política internacional é indiferente para o direito internacional? Não pois a práxis política internacional pode estar na origem do direito internacional.
Segunda parte do programa
Relativa as fontes dos direitos internacionais
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
Quais são os módulos de regulamentação das regras jurídicas internacional?
Não existe em direito internacional, um equivalente a uma constituição que nos determine de moro regular quais as suas fontes, perante esta ausência, aquilo que a doutrina tem feito, é recorrer ao Art. 38 do TIJ, por que se trata do artigo que determina as fontes que o TIJ recorrem na eventualidade de lhe ser submetido um litigio. Tendo o TIJ uma vocação das fontes gerais do DI. 
O Art. 38 tem o papel de referência. Esse leque não é taxativo, é exemplificativo.
Diante as diferentes fontes, temos as fontes primarias, e imediatas e fontes meramente auxiliar e mediatas.
1º grupo: costume, CI, princípios gerais de direito 
2º grupo: doutrina e jurisprudência
Costume – não é a primeira fonte referida no Art 38, mas é a fonte mais antiga do direito internacional, no direito internacional o costume tem uma enorme importância que já perdeu no direito interno. Como marginalmente já foi referido, tem havido ao longo das duas décadas sobretudo através do contributo da convenção internacional, um esforço de codificar o direito consuetudinário, mediante a sua previsão em convenções internacionais. O grande exemplo é a convenção de Viena dos direitos. A convenção elaborou um projeto de regras destinadas a identificação de regras do direito consuetudinário.
Quais são os elementos que depende da identifica-o de uma regra de um direito consuetudinário, conforme resulta o Art. 38 alínea B Estatuto do TIJ e nos termos da conclusão nº 2 do projeto, para identificarão de uma regra do direito consuetudinário são necessários dois elementos, 1 material, pratica constante uniforme e um elemento subjetivo que é a convicção. Particularmente para o direito internacional há 3 acórdãos que são populares a necessidade dos dois elementos, ao caso lótus (1926) caso plataforma continental mar do norte (1969) imunidades jurisdicionais do estado (2012).
1º pressuposto, elemento material, o corpus do costume, trata-se de uma prática geral, isto é, uma prática constante, continuada e uniforme. Constante não é no sentido que o estado esteja sempre a praticar, mas no sentido em que adotem esta prática quando a questão se coloca. No projeto da comissão do direito internacional, esta questão está trabalhada nas questões 4 a 8. Qual a principal questão que podemos colocar nesta mateira? Será que a prática geral implica que todos os estados nela participe? será o contributo de todos os estados, vale exatamente o mesmo? A resposta parece ser negativa. Se se trata de um costume do direito marítimo, um estado sem costa marítima não estará interessado na sua fundação. Em segundo lugar, naturalmente que prepondera de modo particular o contributo dos estados com maior peso nas relações internacionais. Há um autor, juiz do TIJ (Vincher), “a imagem da que pensar”, o costume é como um caminho que se vai formando a medida que vários estados passam por ele, naturalmente o rastro que o estado deixa é mais profundo, do que aquele que tem uma importância menor perante as relações internacionais.
Segundo elemento, elemento subjetivo ou psicológico, consiste na convicção da obrigatoriedade da prática. Portanto na convicção por parte daquele que nele participam, que tenha um valor jurídico. Prática aceita como direito (alínea 9 e 10 do projeto de convenção internacional). Qual o tempo necessário para formar um costume? O tempo que for necessário, para se identificar os dois elementos. A partir do momento que a prática for com convicção que resulta do direito internacional. Não há um período concreto. A partir do momento de convicção o costume surge. Podemos interpretar da conclusão o nº 8 e nº 9 e 10 do projeto não falam em tempo. Ainda assim, há algo mais que poderemos dizer, pode haver a tentação de tentar apresentar como regra de direito consuetudinário autenticas novidades jurídicas sobre a justificação de que elas já são pacificamente aceitas como vinculantes.
DUPUY (francês) – a distinção entre dois tipos de costume. Saje (sabe, ponderado) sauvaje (constume selvagem, inovação).
Quais são os elementos recorrer para identificar uma norma de direito consuetudinário
O projeto da comissão de DI aponta vários comportamentos do Estado que poderão ser valorados para identificar essa pratica com convicção da prática da obrigatoriedade, atos linguísticos e atos físicos ou mesmo omissões. (Conclusão 6, nº 1)
A conclusão 6 nº 2 aponta uma serie de comportamentos que possuem valoração para identificar vários direitos consuetudinários.
Parte retirada do Livro recomendado no Programa (Direito Internacional Público e Ordem Jurídica Global do Século XXI – Maria Luísa Duarte):
O Direito internacional público é o conjunto de normas e princípiosgerais definidos no quadro da ordem jurídica global que visam regular a existência e o funcionamento da comunidade internacional. O direito internacional público define-se como o estatuto jurídico da comunidade internacional, pelo que os critérios distintivos da norma internacional são: a origem, os destinatários e a sua função de disciplinar as relações de natureza jurídico-publica no seio da comunidade internacional.
O direito internacional pode ser abordado sob três ângulos distintos:
1. Análise técnico jurídico – objeto de análise são as regras jurídicas, sob a forma de normas codificadas ou princípios gerais, vinculativas pelo seu enunciado e integradas no corpo jurídico complexo e alargado que é o ordenamento jurídico-internacional
2. Análise axiológica – a este nível, lidamos com o problema clássico de avaliação crítica do Direito Internacional Público que procura a sua razão de ser na relação necessária com o leque de valores que enquadram a vida social no plano internacional.
3. Análise histórico-sociológica – realiza a necessária aproximação entre a norma e a realidade, entre a norma e os fatos que condicionam a sua aplicação efetiva.
A noção que adotamos de Direito internacional Público assenta na ideia-chave que se trata do estatuto jurídico da comunidade internacional, expressão da ordem jurídica global, definido com base em três critérios principais e interdependentes:
1. Origem das Normas – criadas pelos processos próprios de produção jurídica da comunidade internacional, como acontece com as convenções internacionais, ou definidas através de outros procedimentos de manifestação da vontade jurídica por parte da agremiação internacional (costume, princípios gerais do Direito).
2. Sujeitos – como qualquer ordenamento jurídico, as normas jurídico-internacionais têm destinatários e é em função destes que, em larga medida, se traçam as linhas da sua identidade reguladora.
3. Função – em vez do critério material, difícil de captar na sua eficácia de delimitação do âmbito substantivo de aplicação da norma internacional em virtude de um movimento continuo de alargamento das matérias de relevância internacional, importa antes sublinhar a função social da norma internacional que visa enquadrar e disciplinar as matérias relacionadas com a existência jurídica da comunidade internacional e o seu funcionamento.
Para Philip Jessup, o Direito Transnacional deveria regular “atos ou fatos que transcendem fronteiras nacionais”, abarcando “tanto o direito público como o direito privado”, bem como “outras normas que não se enquadram inteiramente nessas categorias clássicas”.
27/02/2020
Teórica:
Deste projeta há duas conclusões que interessam, os meios de prova da prática ou da convicção da praticidade
Nº2 conclusão 6 e nº 2 da conclusão 10.
N2 conclusão 6, refere-se a uma prática ou não uniforme. Atos de correspondência diplomática, conduta material, incluindo a atuação nacional.
Conclusão 11 e seguintes, certos elementos particulares que não são conduta do estado, e que podem importar para determinar uma prática de direito consuetudinário.
1º elemento, conclusão 11 do projeto.
Conclusão 11, nº 1 alínea A) tem um interesse para caracterizar um direito consuetudinário. podemos recorrer a essas convenções para classificar uma norma do direito consuetudinário.
Imaginemos uma prática constante uniforme que dará origem a uma regra do direito consuetudinário. quando que surge a regra? Surge no exato momento em resultado a prática. Nós primeiro temos uma prática e depois surge a norma. A prática no direito conduz ao surgimento de uma norma. Prisma da relação e prisma do resultado. Qual o resultado? O surgimento de uma norma.
Reúnem essas normas e codificam num tratado ou numa convenção internacional, a partir desse momento, nós podemos ascender a essa norma de dois caminhos, primeiro caminho, analisar como está a regra, segundo caminho, consulto diretamente a convenção internacional. Quando isto acontece, nós estamos na presenta de uma única norma jurídica com duas fontes diferenciadas. Vigora como direito consuetudinário, e vigora como convenção internacional.
É significativo que o Art. 13, nº 1 aliena a da Carta das Nações Unidas, uma das competências é precisamente promover a codificação do direito internacional, isso acrescenta uma nova forma, não quer criar regras, quer codificá-las.
A comissão de direito internacional existe para auxiliar a nações unidas, na codificação de normas do direito consuetudinário. o projeto enquanto tal continua com seu valor, porque vale como recolha como norma de direito consuetudinário. é o direito consuetudinário sobre o direito consuetudinário.
Este é o primeiro conjunto. Tratados codificatorios
Tratados que contribuem para a formação de uma norma de direito consuetudinário. conclusão 11, nº 1 aliena a e b. Art. 38 da convenção de Viena. Trata de tratados que passam a vigorar como normas de direito consuetudinário. outros elementos para identificar uma norma de direito consuetudinário: conclusão de 12 a 14, resoluções de organizações internacionais, jurisprudência e doutrina.
Dos dois elementos do costume, o material e o psicológico, certamente o mais difícil de ser aprovado é o psicológico, porque o psicológico aponta para uma intenção, e a intenção tem lugar dentro de uma prática interior. Em todo caso, aquilo que importa para o elemento psicológico não é propriamente a realidade psíquica intima do agente e político diplomático mas um sentido que se pode entender resultante do respectivo comportamento, nunca saberemos verdadeiramente qual a intenção intima do comportamento de alguém, mas podemos saber o que exteriormente parece ser essa intenção, que vem ao mundo. 
Ex: um estado declara agir de certa forma porque diz que tal decorre do direito internacional, nós conseguimos verdadeiramente saber o que os agentes políticos verdadeiramente o que decorre do direito internacional? Intimamente nunca poderemos saber.
Podemos presumir se um estado adota uma certa conduta é porque entende que ela ‘e obrigatória. Do elemento material podemos presumir o elemento psicológico, obviamente que admite prova em contrário. Presunção em medida ou iuris stando.
Da mesma forma que se verifica os dois elementos surge uma regra do direito consuetudinário, se eles deixarem de se verificar a regra desaparece. Ela pode perder seu valor como norma de direito consuetudinário, mas mantem seu valor como norma modificada.
Este fenômeno da norma perder seu valor porque se deixou de se verificar podemos dar o nome desuetudo. 
Quais as modalidades do costume?
Costume geral – vincula todo o estado. Vincula todo os estados que participaram na sua formação ou que não se opuseram a ele. É possível que um estado que não tenha participado da formação dele fique vinculado a ele? Sim.
Poderá haver costume de alcance regional, local ou bilateral?
Regional – o TIJ reconheceu num acordão de 1950 a possibilidade de haver o costume regional. Direito de Asilo. Por que não há grandes obstáculos? Se os dois elementos estão presentes em uma região, porque não vamos reconhecer essa norma na região determinada.
Bilateral – poderá haver uma norma de direito consuetudinário formada entre somente 2 estados? Acordão Direito de Passagem sobre o território indiano 1960, mais recentemente houve outro acordão Direitos de navegação e direitos conexos de 2009. 
A jurisprudência do TIJ já reconheceu essa possibilidade. Mas porque tem dificuldade? A grande dificuldade para a modalidade desse costume é a sua distinção de uma convenção internacional concluída de um modo tácita. Temos 2 sujeitos: numa convenção internacional a a intenção de assumir claramente ainda que de modo tácito, uma vinculação para o futuro. No costume a somente a convicção de que uma prática que já é levada à claro, é obrigatória.
Isso pode ter interesse por quê? Mesmo não se conseguindo provar que um estado pretendeu assumir uma vinculação, ainda assim pode haver uma norma consuetudinária. Esse elemento distingue uma convenção bilateral de um costume bilateral.Temos o comportamento de 2 sujeitos que acham que a norma é obrigatória.
Primeiro, porque já não temos um acordão do TIJ
Segundo o projeto de conclusões de admissões internacional refere-se à possibilidade de direito consuetudinário da conclusão 16. O atual direito internacional reconhece o costume bilateral? A resposta deve ser afirmativa.
Particularidade do costume regional e bilateral. Em qualquer uma dessas hipóteses, será de exigir que todos os estados se aderirem em princípios, todos os estados interessados na situação que é regulada pelo costume participem na situação.
O costume como fonte do direito é apto para a construção de normas do direito internacional. ‘e através de convenção internacional.
Dentro da temática do costume há um problema particular que é o problema do objetor persistente, conclusão nº 15, um costume geral pode ser oposto a estados que não participaram de sua formação. Poderá um estado objetario a afirmação do costume? Se não falar nada pode ser vinculado, mas se se opuser? Se a objeção foi feita de formação de um costume, então ela poderá ter valor, quais as consequências, 1 ela não impede a formação do costume para os restantes estados, 2 a regra formada não é oponível ao estado objetante, conclusão 15, nº 1. Esse elemento resultava de um acordão do TIJ, chamado pestas de 1951. A conclusão 15 nos nº 2 e 3, coloca requisitos para a objeção, um requisito de ordem forma e um de ordem substancial, 
Formal – relativo à forma como a objeção ocorre, art. 15 nº 2, a objeção deve ser manifestada de modo expressa e deve ser feita a saber aos restantes estados, a parte final ela deve ser mantida de modo constante.
Substancial – conclusão 15 nº 3, a objeção não pode provocar em causa normas de ius cogens (o sentido são as normas inderrogáveis do direito internacional, portanto pode haver uma convenção contra uma norma ius cogen? NÃO). 
Cogens vem do verbo cogo que significa coagir. Ius cogens é o direito coercivo, o direito que se opõe.
O que acontece se a objeção for feita depois da norma de direito consuetudinário se encontrar formada? Nesse caso, estamos simplesmente perante a violação de uma norma de direito internacional. Se a objeção é formada após a formação da norma, ela já não tem qualquer valor jurídico, ela é uma violação da norma que já está afirmada, mas ela pode servir até para afirmar a norma, quando há uma violação de uma regra, pode haver a afirmação de sua vincularidade jurídica, porque os sujeitos compreendem que houve uma regra de comportamento que foi colocada em pratica. Como violar uma regra pode causar a afirmação de uma regra? A violação permite reafirmar a regra.
Se não houver uma regra nenhuma, pode haver violação? Não, só pode haver violação se existe uma regra. Afirmou o TIJ no acordão 86 chamado atividades militares e paramilitares na Nicarágua. A questão de frente é o seguinte, a constante violação de uma regra pode dar lugar a afirmação de uma regra em contrário, uma contestação de uma regra não causa valor ao contrário.
Art. 38, nº 1 alínea A. convenção internacional.
Convenções internacionais, as convenções internacionais são hoje a forma mais importante de direito internacional, efetivamente, elas estão em uma grande vantagem em relação ao costume, as convenções internacionais podem ser modeladas e confirmadas de um modo que permite ir ao encontro de um modo muito precisa da intenção das partes, isso torna evidente em questões de natureza técnica. Qualquer questão de uma natureza técnica precisa de um acordo entre as partes. 
Convenção internacional é um conceito chapéu que engloba qualquer tipo de acordo juridicamente vinculante entre sujeitos de direito internacional, a concreta designação da convenção pode variar.
Convenção, acordo, tratado, pacto, protocolo, memorando, constituição, compromisso. Tudo isso é convenção internacional, se for um acordo juridicamente vinculante entre sujeitos de direito internacional é convenção internacional.
Atos unilaterais – qual a diferença entre convenção e ato? Convenção tem pelo menos dois sujeitos, ato unilateral tem apenas um sujeito.
Convenções dos acordos de cavalheiros – é um acordo entre dois ou mais sujeitos de direito internacional, mas meramente pessoal, sem intenção de vinculação jurídica. 
Atos unilaterais – os atos unilaterais não constam no elenco do Art. 38, nº 1, todavia não há dúvidas que eles são reconhecidos como fonte de direito internacional. Jurisprudencialmente, há um acordão que foi muito importante para retirar, ensaios nucleares, dúvidas do valor dos atos unilaterais como fontes de direitos internacionais.
A convenção de direito internacional fez um princípio sobre atos unilaterais, princípios de 2006.
1º atos unilaterais de estados
2º atos unilaterais de organizações internacionais
1º questão: conforme resulta dos princípios um e dois deste documento, é claro que em certos termos atos unilaterais de um estado podem produzir efeitos jurídicos. De todo modo devemos distinguir entre dois grupos de atos, 1 atos unilaterais autônomos e 2 atos unilaterais não autônomos ou acessórios. Qual a diferença? Ato unilateral autônomo, produz por si só efeito jurídico, um ato unilateral não autônomo está ligado a outra fonte de direito internacional, nomeadamente de convenção internacional. Ex de ato unilateral autônomo, uma reserva posta em um tratado. Art. 18 da convenção de Viena.
Qual o fundamento da produção de efeitos dos atos unilaterais, de acordo com o princípio nº 1 o fundamento é a boa-fé, que é uma expressão que provém de conceito do direito romano chamado Bona fides. O que significa? Fides – significa no direito romano e na cultura latina o dever de honrar a palavra dada, o dever de assumir as consequências de próprio comportamento em que outro confiou. A confiança que alguém lhe dá e outro lhe cumpre. Se o estado pratica um ato em que outro estado lhe confia, deve assumir as consequências resultantes desse ato.
Quando é que se exclui a possibilidade de um ato unilateral de produzir efeito jurídico, quando o ato seja contrário a uma norma inderrogável de direito internacional. Ou seja, o conteúdo contrário a uma norma inderrogável de direito internacional (ius cogen) a doutrina distingue vários atos unilaterais autônomos.
Quais são?
1. Reconhecimento, em que que consiste? É uma declaração por parte do estado, de que reconhece certa situação uma conforme ao direito internacional. Ex: o reconhecimento de um novo estado, o reconhecimento de um novo governo, um reconhecimento de um movimento independentalista, o reconhecimento de uma operação de fronteira.
2. Protesto, em que que consiste? O protesto é o contrário do reconhecimento, é uma vinculação pela qual o estado, afirma certa situação e é contraria ao direito internacional. Ex: não reconhece um estado, não reconhece um governo, não reconhece uma operação de fronteira.
3. Renúncia, em que que consiste? É uma declaração por parte do estado em que manifesta sua vontade de não exercer um certo direito, ou então, de abdicar de um certo direito. 
4. Notificação, em que que consiste? Notum que é conhecido, dar conhecimento. Consiste em um estado leva ao conhecimento de outro estado certos pactos dos quais decorrem consequências jurídicas.
5. Promessa, em que que consiste? A promessa é uma declaração por parte do estado, de que se compromete a adotar um dado comportamento mútuo.
A alguns aspectos gerais dos regimes de atos unilaterais:
Quem é que pode praticar atos unilaterais? A realidade do Estado não é sensível. Para que um ato de uma certa pessoa seja imputável ao estado, é necessário que quem o pratique tenha poder de vincular ao estado. Quem pode vincular o estado? Nós temos do princípio nº 4 considera-se que tenha este poder o chefe de estado, o chefe de governo e o ministro dos negócios estrangeiros. Admite-se também que outras pessoas sejam autorizadas a vincular o estado nas suas várias competências. A declaração que vem a ser proferida, vincula somente aquele estado, não vincula terceiros. 
Princípio nº 9. Do ponto de vistaformal, qual a forma que vem revestir estes atos para que produzam efeitos? Admite-se que a forma seja moral ou escrita, princípio 5. Ex de forma moral – uma convenção de imprensa.
Princípio nº 6. Do ponto de vista interpretativo
O princípio nº 3 exige interpretar = apurar qual o sentido vinculante desta declaração. Para interpretar os dados unilaterais, é necessário tomar em consideração as circunstâncias em que ele foi praticado. Exige-se apurar que resulte de um modo valido e preciso, que o estado assumiu um efeito jurídico, princípio 7.
Surgindo uma declaração unilateral, ela vinculou o estado, e não pode ser revogada unilateralmente, a não ser que se verifique algumas das causas previstas no princípio 10. 
Atos unilaterais das organizações internacionais
As organizações internacionais são sujeitos de direito internacional diferente do estado que é constituído para satisfazer um fim específico. Nos atos constitutivos das organizações internacionais prever-se que elas no exercício das suas competências possam praticar atos unilaterais. 
Quais atos unilaterais podem praticar? Depende daquilo que for definido no tratado ou no ato constituído. Esses atos unilaterais das organizações internacionais podem ser qualificados/sistematizados de outra forma, de um direito derivado das organizações internacionais. Os atos unilaterais das organizações internacionais, por exemplo uma decisão, uma recomendação, podem ter efeitos normativos ou não. Se não tiverem efeitos normativos obviamente não nos interessam como fontes de direito. Ex de um ato sem eficácia normativa: uma mera recomendação. Dentro dos atos das organizações internacionais com eficácia normativa podemos distinguir três níveis diferentes:
1º atos normativos que influenciam apenas a vida interna na organização. Ex: um regulamento interno. Na linguagem jurídica portuguesa designa regimento.
2º atos com eficácia simultaneamente interna e externa, como é exemplo o orçamento da organização internacional. O orçamento da organização internacional emite internamente a despesa de cara local, e emite externamente
3º atos com eficácia meramente externa, atos dirigidos aos membros da organização que ficam sujeitos ao regime que tenha sido fixado que tenha sido tratado ou no ato que tenha organização internacional. Ex Art. 25 da Carta das nações unidas; um regulamento sanitário da organização mundial de saúde.
Por fim, pode haver atos unilaterais que enquanto tal não tenham eficácia normativa direta, porque o tratado não atribui essa eficácia, mas cujo conteúdo tenha valor jurídico por constituir um princípio geral do direito ou uma norma do direito consuetudinário. Ex: a declaração universal dos direitos do homem, foi aprovada por resolução da assembleia geral das nações unidas. É vinculante por seus conteúdos possui princípios gerais inderrogáveis.
Parte Complementar retirada do Livro (Direito Internacional Público e Ordem Jurídica Global do Século XXI – Maria Luísa Duarte):
O artigo 53º da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, estipula a nulidade dos tratados contrários a normas imperativas de direito internacional geral (ius cogen). 
Art. 53º Tratados incompatíveis com uma norma imperativa de direito internacional geral (Ius Cogen) é nulo todo o tratado que, no momento de sua conclusão, seja incompatível com uma norma imperativa de direito internacional geral. Para os efeitos da presente Convenção, uma norma imperativa de direito internacional geral e uma norma aceite e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu todo como norma cuja derrogação não é permitida e que só pode ser modificada por uma nova norma de direito internacional geral com a mesma natureza.
A existência do Direito Internacional Regional não deve hoje merecer contestação. A própria Carta das Nações Unidas o reconhece no seu Capítulo VIII, dedicado aos Acordos Regionais. Questão diferente é a de saber se o direito regional poderá derrogar o direito universal. A resposta, não depende do critério geográfico, nem de uma suposta relação entre direito geral e direito especial. Em princípio, o direito internacional regional pode definir regimes normativos diferentes e mesmo de alcance derrogatório salvo se tais matérias forem objeto de “normas imperativas de direito internacional geral” (Ius Cogens).
Em função do critério relativo ao objeto de regulação, é uso distinguir o Direito Internacional Institucional do Direito Internacional Material. O primeiro corresponde ao conjunto de regras e princípios que definem, por um lado, a estrutura da ordem jurídica internacional, designadamente as fontes, os sujeitos, os meios de garantia (Direito Internacional Geral) e que, por outro lado, regulam o funcionamento das organizações internacionais (Direito Institucional Especial).
Do seu lado, o Direito Internacional Material desdobra-se num conjunto vastos de ramos e de sub-ramos, ora resultantes de necessidades especificas de regulação das relações internacionais.
Aula Teórica (28/02/2020)
Avançando para uma nova fonte do direito internacional. Fonte primária ou imediata que nos falta, fonte princípios gerais. Essa fonte princípios gerais encontram-se referida no Art. 38, nº 1 alínea C do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça. Refere-se as nações civilizadas. É uma referência anacrônica, é um resultado, um resquício de uma fase anterior do Direito internacional. E uma fase anterior o Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça.
Maria Luísa Duarte – o aqueíssimo é semântico. A distinção é que hoje as nações civilizadas devem ser interpretadas em estados democráticos e liberais. Esse concreto modelo de estado se faz em apenas poucas famílias jurídicas. Problema é o excessivo eurocentrismo. Deve haver abertura das formas de órgãos políticos.
Famílias globais, sistemas romano germânico e anglo saxônico. O sistema islâmico, o sistema indiano, o sistema chinês, africano etc.
Por que o Estatuto do TIJ previu a categoria dos princípios gerais? Evitar a denegação de justiça, isto é, a não resolução da causa. Previu-se a possibilidade de recorrer a princípios gerais para as hipóteses em que não houvesse uma norma convencional ou de direito consuetudinário. no que se enquadram os princípios gerais: as normas portuguesas que tentam enquadrar nesses princípios gerais dois grupos. 1 por um lado os princípios que internos dos diferentes estados, por outro lado os princípios próprios do direito internacional. O princípio da liberdade dos mares (princípio próprio do direito internacional). A norma foi redigida com o intuito de agrupar os princípios do direito interno, e não os princípios do direito internacional. Quais são os princípios fundamentais de direito internacional? Em verdade nós não encontramos nenhum elenco exaustivo, simplesmente há alguns documentos de direito internacional que reúnem e elencam vários desses princípios de modo meramente exemplificativo. Há dois documentos importantes – Art. 2º da Carta das nações Unidas (princípio da igualdade soberana dos estados, principio das controvérsias por meios pacíficos); Resolução da assembleia geral das nações unidas, 2625 de 24 de outubro de 1970 (prevê um conjunto de princípios que deverão orientar o estado nas suas relações internacionais) a carta das nações unidas é meramente exemplificativa.
Fontes Secundárias (Alínea D do Art. 38 – Jurisprudência e a Doutrina)
Jurisprudência: destaca-se em particular o papel do TIJ, não é o único tribunal internacional que existe, encontramos alguns outros por exemplo: TIP, TIDM, TEDH, TIDH, TADH... particularmente relevante a nível regional é o Tribunal de Justiça da união europeia. TIJ se destaca para a mateira de DI. As decisões do TIJ são decisões que vinculam somente as partes. Art. 59 do Estatuto e 94 da Carta. As decisões somente vinculam as partes então não são fontes de direito internacional geral. A jurisprudência é um meio meramente auxiliar, portanto não é fonte de direito internacional geral. A jurisprudência para as partes a solução é vinculativa, para os outros sujeitosé meramente auxiliar para determinar o sentido de direito internacional. Sem prejuízo da jurisprudência do TIJ não ser fonte imediata, ela tem uma enorme importância para o direito internacional por quê? Porque o direito internacional é fragmentário e há poucas decisões do TIJ e finalmente porque é a tendência normal do tribunal é procurar a coerência com as decisões anteriores. Embora a jurisprudência não seja vinculante, o sentido ora estabelecido será segundo futuramente para que haja coerência.
Doutrina – a doutrina engloba as normas dos principiais publicistas, os principiais especialistas em matéria de direito internacional público. 1- os próprios manuais de estudo e as monografias sobre temas de direito internacional. Academia do direito internacional de HAIA, faz cursos anuais sobre direito internacional. As lições que foram proferidas na ADI, forma publicados na recolhe de cursos, é um instrumento de enorme valia para estudas essas matérias. 
Manifestação seguinte da doutrina: as declarações de voto individuais dos juízes do TIJ, normalmente quando há um acordão do TIJ a seguir ao acordão há as declarações de votos dos juízes que até concordam ou discordam da fundamentação do acordão. Nestas declarações de votos, os juízes desenvolvem entendimento mais desenvolvidos. Essas declarações de votos não são jurisprudência.
Os trabalhos da comissão de direito internacional
Os trabalhos de associações dedicadas a promoção do direito internacional. (Instituto do direito internacional por exemplo).
Refere-se que é raro que o TIJ cite obras doutrinarias. Isto não se deve uma falta de relevância da doutrina. A razão pela qual o TIJ não citara obras doutrinarias terá mais a ver a uma prática jurisprudencial por não fazer, não por causa de sua não relevância, mas porque o acordão não tem essa função. Os juízes recorrem a obras doutrinarias, mas não a expressam no acordão posteriormente.
Como elas se relacionam entre si, como as fontes de direito internacional se relacionam? O Art. 38, nº 1 elenca as fontes por uma certa ordem. Quando o TIJ enumera as fontes não o faz para definir a hierarquia, mas simplesmente que deveria possuir uma ordem. Portanto a ordem do Art. 38 não é uma ordem de importância de fontes. No que respeita a relação entre direito consuetudinário, princípios gerais, entendesse que tem o mesmo valor jurídico, encontram-se em uma posição paritária. Pode uma norma de direito consuetudinário afastar uma convenção internacional? Pode.
Um ato unilateral não pode prevalecer sobre uma convenção internacional nem uma norma de direito consuetudinário, isso significa que o estado sozinho poderia modificar o direito internacional, em princípio um ato unilateral não pode modificar um ato unilateral anterior. Todas as fontes têm o mesmo valor, menos para atos unilaterais. Imaginemos que duas normas de direito internacional conflitem entre si: 1- o conflito pode ser meramente aparente, o que acontecera quando as normas estejam em relação de generalidade e especialidade, se isso acontecer a norma especial aplica-se e o conflito desaparece. Ex: um costume regional que se opõe ao regime previsto a uma convenção universal; 2- trata-se de um conflito real, as duas normas têm o mesmo corpo. Neste caso, aplica-se a norma mais recente, revogando a norma anterior mais antiga.
Diante essas normas há um grupo que tem um valor reforçado independente de qual seja sua fonte, essas normas de direito internacional de valor reforçado são chamadas de normas Ius Cogens (direito que se impõe) não é um direito imperativo, mas também inderrogável. Ex: 1-dois estados celebram uma convenção internacional em que preveem certas obrigações. Esta convenção é fonte de direito internacional? É, cria uma norma de comportamento para os estados. Esta norma criada pela convenção é imperativa para os estados? Sim, mas não é inderrogável. Ela pode ser derrogada através de acordo; 2- há uma norma de direito internacional que é proibição de genocídio, um estado pode práticas atos de genocídio? Não, a norma é imperativa, mas também é inderrogável. As normas IUS COGENS se caracterizam não somente por serem normas imperativas, mas também por serem normas inderrogáveis. A categoria das normas ius cogens foi uma categoria contestada, pode-se dizer em alguma medida que a norma acompanhou a evolução do direito internacional. Nós passamos de um direito internacional de normas derrogáveis para normas inderrogáveis. Atualmente a categoria não é contestada, somente se discute quais as normas que vão ser incluídas ou não.
Quais são os documentos do direito internacional, as fontes do direito internacional que fazem referencie expressa ao Ius Cogens, há uma norma que foi muito importante para o reconhecimento definitivo, o Art. 53 da convenção de Viena sobre o direito dos tratados, e também o Art. 64. O Art. 53 de Viena prevê que anula a convenção internacional que seja contraria a uma norma de ius cogens, na jurisprudência há alguns acórdãos que referem essa figura, particularmente 2 (acordão de Barcelona action ou traction de 1970 que não usa o termo ius cogens e o mais recentemente o caso relativo as atividade armadas no território do congo de 2006). Doutrinalmente, importa destacar que vários projetos da Comissão do Direito Internacional referem a relevância do Ius cogens, particularmente encontra-se em elaboração um projeto que tem por único objeto a identificação das normas de ius cogens.
Parte Retirada do Livro Direito internacional público e ordem jurídica global do século XXI:
Fontes tipificadas: 
A) Convenção Internacional
Conceito: a convenção internacional é o instrumento contratual típico de Direito Internacional. As expressões que a designam, nos textos normativos e na prática diplomática, são variadas: para além de convenção, encontramos acordo, tratado, convénio, pacto, estatuto, protocolo, memorando, carta, constituição, compromisso, acto final, concordata, modus vivendi. A maior parte destas designações são equivalentes, outras são especificas para, por exemplo, identificar um tratado celebrado entre Estados e a Santa Sé (Concordata), um acordo temporário e provisório (modus vivendi). Por outro lado, a convenção de Viena sobre o direito dos tratados, define o tratado como “um acordo internacional”.
Tendo por base a prática costumeira, antiga e coerente, a doutrina jusinternacionalista, com diferenças de formulação pouco relevantes no que se refere à seleção e harmonização dos elementos que integram o conceito, define o tratado como: “o acordo concluído entre dois ou mais sujeitos de direito internacional, destinado a produzir efeitos jurídicos e regido pelo Direito internacional”.
B) Costume Internacional:
Gerações sucessivas de jusinternacionalistas, desde os primórdios do pensamento sistematizado sobre o Direito das Gentes, se interessaram e discorreram longamente sobre a natureza da norma costumeira e a sua função na corporização do regime jurídico internacional. A seguir às convenções internacionais, o Art. 38 do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça (ETIJ) refere “o costume internacional” que apresenta como “prova de uma prática geral aceite como Direito”. O conjunto das normas costumeiras forma o Direito Internacional Geral que representa uma espécie de base ou pano de fundo sobre a qual se desenvolvem as relações internacionais. O costume, ao qual apelam os Estados, aplicado pelos tribunais internacionais, que influencia o curso dos trabalhos, permite a formação de um regime jurídico, geral e uniforme, que, nesta medida, exprime o consenso historicamente assumido pela comunidade internacional sobre o conteúdo dos direitos e deveres dos seus membros. Em relação ao tratado, que só pode vincular os Estados que o aprovaram e não cria direitos ou obrigações para Estados terceiros (Art. 34º CVDT-I), o costume oferece a vantagem de constituir um regime normativo geral, com eficácia erga omnes e cuja aplicação pelos Estados nas suas ordens jurídicas internas não fica dependente, como acontece com o tratado, de procedimentosinternos de recepção ou de aceitação.
C) Jurisprudência e a Doutrina
Nos termos do Art. 38, nº 1, alínea D do ETIJ: “as decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações” são um meio auxiliar de determinação das regras de direito. a jurisprudência e a doutrina cientifica não são fontes de Direito Internacional, pelo que não estão habilitadas a criar ou recriar normas internacionais, mas delas se pode esperar uma ajuda fundamental e diferenciada no processo de determinação e de prova sobre normas contidas em tratados, normas costumeiras ou princípios gerais de Direito.
Fontes Não tipificadas: 
A) atos unilaterais:
Os atos unilaterais são declarações de vontade do sujeito jurídico do qual emanam que, por preferência a princípios e regras do Direito internacional, produzem efeitos jurídicos, de âmbito geral, de modo autônomo. 
A noção de ato unilateral merece algumas observações sobre os elementos que a compõem, relativos a morfologia um tanto difusa desta categoria jurídica:
1. Sujeitos jurídicos – entidades dotadas de responsabilidade jurídica internacional.
2. Caráter unilateral – o ato é adotado por um só sujeito e apenas a este deve ser imputado.
3. Efeitos jurídicos – são vinculativos para os autores e, eventualmente, para terceiros, dependendo neste caso do seu caráter normativo, de conteúdo geral e abstrato.
B) atos unilaterais das organizações internacionais
	As organizações internacionais são pessoas coletivas de Direito Internacional, dotadas de personalidade jurídica e que exprimem uma vontade própria de decisão, distinta da vontade dos seus membros. Composta por Estados e outras entidades de Direito internacional, a OI atua na ordem jurídica internacional como sujeito internacional autônomo, cujos atos e vontades são unilaterais, radicalmente diferentes, no procedimento de adoção e no regime jurídico aplicável, dos atos concentrados ou multilaterais.
C) Atos unilaterais dos Estados
	Na sua condição de sujeitos de Direito Internacional, os Estados podem através de uma manifestação unilateral de vontade, produzir efeitos jurídicos, relativos à invocação de direitos à assunção de obrigações ou à declinação de deveres. De modo sumario, a doutrina cataloga os seguintes atos unilaterais imputáveis aos Estados e com relevância jurídico-internacional:
1. Reconhecimento:
a. Declaração unilateral através da qual um Estado avalia a existência de fatos – como a proclamação de um novo Estado, um novo governo, o estatuto de um movimento independentista, a alteração de fronteira, a anexação de um território por um Estado – à luz das regras internacionais existentes e exprime a aceitação dos correlativos efeitos jurídico-internacionais. 
2. Protesto:
a. O ato mediante o qual um Estado explicita a sua oposição à legitimidade ou licitude de uma determinada situação ou pretensão invocada por terceiros
3. Renúncia:
a. Declaração pela qual um Estado assume a vontade de não exercer um direito, abandonar a sua titularidade ou transmitir o respectivo direito a outro sujeito. O abandono de um território é um caso extremo de renúncia.
4. Notificação:
a. Ato através do qual um Estado comunica a outro sujeito de DI, de modo oficial, a existência de certos documentos, atos ou situações, de modo que o notificado não possa alegar que os desconhecia.
5. Promessa:
a. Declaração através da qual um Estado se compromete, para o futuro, a atuar em determinado sentido. O fundamento e conteúdo de eventual obrigação para o Estado promitente não fica dependente da aceitação, porque se trata de um ato unilateral.
Com base na prática internacional e na jurisprudência relacionada, a Comissão de Direito Internacional identificou um conjunto de princípios orientadores aplicáveis à forma, interpretação e eficácia dos atos unilaterais dos Estados:
1. O caráter obrigatório das declarações unilaterais repousa sobre o princípio da boa-fé que, igualmente, pode exigir da parte do Estado interessado o cumprimento das obrigações decorrentes da declaração.
2. Qualquer estado tem a capacidade de assumir obrigações jurídicas através de declarações unilaterais
3. A determinação do âmbito jurídico das declarações unilaterais depende do seu conteúdo, das circunstâncias em que foram proferidas e das reações que suscitaram
4. A declaração unilateral, de modo a vincular o Estado, deve emanar da autoridade interna competente, em virtude das funções que exerce ou do mandato especial que lhe foi confiado: Chefe de Estado, primeiro-ministro, ministro dos negócios estrangeiros e representantes autorizados.
5. As declarações unilaterais podem ter forma escrita ou oral
Aula Teórica
05/03/2020
Matéria do Ius Cogens:
	Fontes do Direito Internacional
	Normas do Direito Internacional
	CI....
	IUS Cogens
	...
	....
	...
	...
Ius Cogens são atributos de algumas normas de Direito Internacional.
De acordo com esse projeto de projeto o que são normas de ius Cogens? São normas que representam valores fundamentais da comunidade internacional e que tem uma força jurídica superior. Encontramos essa referência no projeto de conclusão nº 2. A norma ius Cogens de acordo com esse projeto, deve ser uma norma de direito internacional geral, sendo aceite e reconhecida pela comunidade internacional como inderrogável (projeto de conclusão nº 4).
Como se cria uma norma de ius Cogens? De acordo com as fontes gerais do direito internacional. Particular – o costume, projeto de conclusão nº 15. Não basta criar uma norma imperativa, esta tem de ser também inderrogável.
Quando se redigiu o art. 53 da convenção de Viena, um dos pontos que se discutiram foi o de saber se deveriam elencar ou não as normas de ius Cogens, simplesmente não foi possível chegar a um acordo acerca desse elenco. Qual foi a opção? Optou-se por não se dizer nada, não se referir nenhum exemplo de norma ius Cogens. Ao excluir-se uma norma em concreto, se pretendeu ligar uma norma de caráter ius Cogens. Portanto não temos um elenco formal de normas ius Cogens, mas há pacificamente algumas que não reconhecidas com essa qualidade:
· Proibição da agressão, 
· Proibição tráfico de escravos, 
· Proibição genocídio
· respeito pelo direito internacional humanitário.
Soft Law:
“Direito suave” – tradução feita pela Dra. Maria luísa Duarte
Soft law não é uma fonte de Direito Internacional. Trata-se daquela realidade que se encontre entre o não direito e o direito, nessa fronteira. Exemplos de atos que podem dar origem ao soft law: Declarações que são feitas em conferências internacionais, acordos meramente políticos, códigos de conduta, livros brancos (documento preparatório de regulação sobre uma matéria) o que há de comum? Exprimem uma certa concordância, exprimem um princípio de um compromisso, sem, contudo, introduzirem uma vinculação jurídica. É particularmente relevante nos domínios do direito internacional onde se é muito difícil encontrar um consenso internacional, em que a matéria do ambiente é característica de domínio de soft law. O soft law não substitui a regulação jurídica, não é uma alternativa ao direito. devidamente compreendido, trata-se de uma técnica complementar a regulação jurídica quando seja impossível obtê-la.
Em que medida serve o complemento? Serve na medida em que permite criar o ambiente adequado para, a médio prazo, obter uma solução jurídica para a matéria em causa. O soft law, tendo muito pouca importância em curtíssimo prazo, tem grande relevo à médio prazo, por isso não é fonte imediata do direito, mas à médio prazo contribui para a formação do direito.
Complemento conforme o livro da Maria Luísa Duarte:
A expressão soft law é, amiúde, usada pela doutrina jusinternacionalista nos casos mais difíceis de qualificação da eficácia normativa de um ato ou fato imputável aos sujeitos internacionais. É o conceito versátil e elástico que defende o jurista de vereditos errados como o diagnóstico de virose conforte a autoridade do médico perante a maleita de origem desconhecida. A referência soft law (quase-direito, direito suave) sinaliza, de modo algo simbólico,a ruptura com o modelo basicamente dualista de fontes, baseado na vontade normativa dos Estados, de consentimento expresso (tratados) ou tácito (costume).
Sujeitos de Direito Internacional:
O que é que significa ser sujeito de direito internacional? Está ligada a noção de subjetividade ou personalidade jurídica. Significa ser, poder ser, titular de direitos e de obrigações que resultem diretamente de uma norma de direito internacional. Da personalidade jurídica decorrem duas consequências: a unidade do sujeito jurídico e a permanência do sujeito jurídico. A unidade do sujeito jurídico significa que um ato por si praticado vincula de modo uniforme todos os seus elementos, Ex: um ato praticado por um estado afeta uniformemente todo o seu território. Permanência jurídica – o sujeito jurídico mante-se o mesmo apresar da mudança que possa ocorrer nos seus órgãos internos, Ex: um estado mante-se o mesmo apesar da mudança de governo.
Quanto a noção de capacidade jurídica – significa a medida de direitos e de obrigações de que um sujeito pode ser titular.
Qual o elenco de sujeitos de direito internacional?
1. Estado – o estado é o único sujeito de direito internacional que tem capacidade jurídica plena.
a. Associações de estados
b. Estados semi-soberanos
c. Entidades pró-estatais (querem ser estado, querem constituir um Estado)
d. Entidades infra-estatais
e. Governo no exilio (?)
2. Organizações internacionais
3. Instituições não-estatais 
a. Santa sé
b. Ordem de malta
c. Comitê internacional da Cruz vermelha
4. Individuo (?) – a pessoa individual.
Estado:
Começamos a estudar o Estado soberano, porque é ele o principal sujeito de Direito Internacional e também o único com capacidade jurídica plena (feita em um parecer do TIJ de 1949, o parecer sobre a reparação dos prejuízos sofridos aos serviços das nações unidas). Foi a partir da noção de Estado que se articulou sobre o Direito Internacional, pelo menos desde o Século XIX, temos um Direito Internacional estatocentrico. Atualmente, o nº de Estados membros das nações unidas são 193. O que é necessário para ter um Estado? De acordo com a sistematização por jellinek, que distingue três elementos do Estado. Um elemento pessoal (povo); um elemento real (território) e um elemento jurídico (poder político soberano). Os arts. 3º, 4º e 5º da CF – povo, território e elemento jurídico português.
Convenção de Montevidéu de 1933 – tem uma disposição que prever que se considera haver um estado quando há poder político soberano, povo e território.
Elemento Povo: o que é povo para efeitos do Direito Internacional? O povo é constituído pelo conjunto de pessoas ligadas por um vínculo específico, o vincula de cidadania. Portanto para efeitos de Direito internacional não se trata o povo em sentido étnico ou de qualquer outra distinção cultural especifica, o único elemento decisivo é a cidadania. É absolutamente natural que dentro do Estado haja uma certa heterogeneidade cultural, o normal é haver essa heterogeneidade e indivíduos com características semelhantes dispersos por vários Estados. Não há ligação entre povo e nação. A cidadania é meramente um vínculo jurídico.
Elemento Território: em princípio o território do Estado é indivisível, inalienável e exclusivo. Há exemplos históricos de alienação do território. Ex: o EUA comprou da Rússia o Alasca em 1866. Um contexto em que costuma ter atos de disposição de territórios são nos tratados de paz (conflitos militares). O território do estado tem 3 dimensões: 1) superfície terrestre, no caso português constitui no dispositivo no Art. 5º da CF; 2) o especo marítimo – o território do Estado vai até os limites do mar territorial, os quais são o de 12 milhas marítimas do território do Estado, esta disposto no Art. 3º e ss da Convenção do Direito do Mar de 1982. Além do Mar territorial, o Estado pode exercer poder na zona contigua, plataforma continental e a zona econômica exclusiva.; 3) o espaço aéreo, é definido como a coluna de ar por cima do território do Estado, portanto, por cima da superfície terrestre e do mar territorial. Essa matéria é regulada por convenções sobre a aviação.
Elemento do poder político soberano: distingue-se por duas dimensões: 1) soberania interna: o Estado é o poder supremo na ordem jurídica interna; 2) soberania internacional: o Estado é independente e deve ser tratado por igual na Ordem Jurídica internacional, onde prevalece o princípio da soberania internacional dos Estados. Esse sistema de supremacia na ordem interna e paridade na ordem internacional é um produto da Paz de Vestfália, de 1648. A soberania não é um puro conceito jurídico, antes de ser um conceito jurídico deve ser uma realidade de fato. Em matéria de soberania, o fato precede o direito, portanto só é soberano o Estado que efetivamente consegue afirmar a sua soberania. 
Princípio de efetividade – apenas o poder político eficaz pode aspirar à constituição de um Estado. 
Estados falhados – conceito sociológico, são justamente o Estado em que o poder político é incapaz de exercer a sua autoridade soberana. Ex: Iraque – o Estado não consegue exercer a sua autoridade soberana. Qual o regime jurídico aplicado aos Estados falhados? É o regime jurídico normal. 
Competência dos Estados: a capacidade jurídica plena se exerce em duas competências: 1) a nível interno – o estado tem a plenitude de competência territorial, ou seja, dentro do seu território o Estado soberano tem o direito de recusar qualquer exercício de autoridade por parte de outro Estado. Princípio da integridade territorial de um Estado/ princípio da não ingerência dos assuntos internos dos outros estados. Jurisprudência – caso Lotus. Quanto a competência pessoal, quando a definição da cidadania: considera-se que um Estado tenha competência exclusiva para a atribuição da nacionalidade a pessoa singular e coletiva. Há apenas uma limitação para a definição de nacionalidade: não poder ser ela atribuída de modo arbitrário. Há um caso que foi apreciado pelo TIJ (Nottebohm), de acordo com esse acordão a nacionalidade não pode ser atribuída de modo arbitrário, por quê? Aquilo que se pretende é evitar perturbações nas Relações Internacionais, nomeadamente da seguinte forma, um Estado atribuiria nacionalidade a estrangeiros com vista a posteriormente agredir em defesa dos nacionais. No direito português, a questão da nacionalidade encontra-se prevista no Art. 4º da CF e na Lei da Nacionalidade.
Competências a nível externo/internacionais: identificam-se fundamentalmente em 4 competências:
1) O direito de legação – de enviar e de receber agentes diplomáticos (ius legations)
2) O direito de celebrar tratados internacionais – ius tractuum
3) O direito de reclamação internacional – é o direito de fazer valer os seus direitos a nível político ou jurisdicional internacional. (Art. 34 do ETIJ – apenas os Estados podem ser parte; Art. 35 da Carta da Nações Unidas – apenas os membros das nações unidas podem provocar a intervenção no conselho de segurança).
4) O direito de fazer a guerra – Ius Belli, encontra-se hoje profundamente limitado e só é admitido em legítima defesa, Art. 2º, nº 4 da CNU e mesmo assim existem mais limitações, Art. 51º CNU.
De que forma é que se constitui um Estado? Podemos identificar sobretudo 3 possibilidades: 1) o Estado pode nascer por separação de um Estado colonial anterior; 2) o Estado pode nascer por desmembramento do Estado anterior (Ex: Iugoslávia); 3) Pode haver fusão de dois Estados anteriores (Ex: Tanzânia, é resultado da fusão de dois Estados).
Aula Teórica (06/03/2020)
Questão do reconhecimento do Estado e do Governo.
Reconhecimento do Estado – a questão que se coloca é, para que o Estado tenha personalidade jurídica ou subjetividade jurídica, é necessário que seja reconhecido ou não. Há duas possíveis perspectivas: 1) tratar-se de reconhecimento constitutivo (significa que através do reconhecimento se cria um novo efeito jurídico); 2) reconhecimento declarativo (significa que o reconhecimento se limita a dar conta a manifestar algo que já existe antesdele – o Estado já tem personalidade jurídica antes de ser reconhecido).
Duas hipóteses – o Saara oriental e ocidental.
Será o reconhecimento do estado declarativo ou constitutivo – entende-se de uma prática processual que o reconhecimento do estado é declarativo, um estado ou existe ou não existe, se é reconhecido ou não é uma segunda questão. Há um caso/exemplo – no período em que Alemanha estava dividida, a RFA não reconhecia a RDA e contudo houve um acordão do TCA da RFA (acordão de 1973) “a RDA é no sentido próprio do DI é um Estado e sendo um Estado tem personalidade jurídica internacional” o TCA que integra a RFA afirma que o RDA consiste um estado mesmo a RFA não reconhecendo a existência do Estado. Portanto se existe há personalidade jurídica. A partir de que momento a personalidade jurídica surge? Surge a partir do momento em que há os três elementos constitutivos do Estado, logo que eu tenho o povo, território e um soberano político, eu terei um Estado constituído. Há uma convenção internacional – Carta da organização dos Estados Americanos, Art. 13 (exemplo de uma norma que espelha uma norma do Direito consuetudinário) “a existência política do estado é independente do reconhecimento dos outros estados, mesmo antes de ser reconhecido o Estado pode defender seus ideais de Estado...” se o reconhecimento do estado é declarativo para o que serve? É um fator de segurança jurídica; demonstra que o estado que reconhece, está pronto para entrar em relações com um estado reconhecido.
Hoje em dia a função declarativa é desempenhada em boa medida pela admissão das organizações internacionais, nomeadamente na admissão em uma organização internacional especifica, a ONU, significa que a ONU quem faz o reconhecimento? A resposta é negativa. O significado de ser reconhecido em uma organização internacional é ser reconhecido pelos estados, membros da ONU, que votam o reconhecimento deste Estado.
Características – o reconhecimento é um ato unilateral autônomo do estado, é o reconhecimento irrevogável, eventualmente, não existe um direito ao reconhecimento, o reconhecimento poderá ser feito apenas mediante a verificação de certas condições previas. Entende-se haver uma limitação de DI acerca do momento em que pode ser efetivo o reconhecimento, o reconhecimento só deve ser feito depois de verificados os pressupostos para o surgimento do Estado, se porventura o reconhecimento for prematuro, poderá violar um princípio do DI, o princípio da não ingerência de um outro estado (afeta o princípio da soberania do outro estado). Não se pode reconhecer um Estado antes de se verificar seus pressupostos. O reconhecimento do estado é livre, mas deve-se verificar os pressupostos primeiramente, sob pena de não violação do princípio da não ingerência de um outro estado. 
Stimson (1930) – secretário do Estado nos EUA, responsável pela política externa “não se deve reconhecer um Estado, quando ele tenha sido constituído mediante o uso da força, uma vez que tal violaria este princípio de DI”. Art. 2º, nº4 da CNU. Esta limitação tem-se genericamente aceito porque o princípio da proibição do uso da força é hoje ius Cogens, mas a médio prazo utiliza-se o princípio de efetividade, ou seja, os Estados que efetivamente conseguem exercer a soberania. Podemos distinguir o reconhecimento de iure ou de pacto, reconhecimento de iure – acerca do direito, o estado que reconhece, considera que estão verificados os pressupostos jurídicos da situação que reconhece, no reconhecimento de facto considera que a situação é ainda provisória, não consolidada, podendo evoluir em vários sentidos, o reconhecimento de facto pode estar ligado a questões diplomáticas ou comerciais, no caso de reconhecimento de estado, normalmente trata-se de reconhecimento de iure, quando é feito um reconhecimento de facto, quando um estado sabe os limites dos pressupostos jurídicos, mas por discordar de certa coisa, faz um reconhecimento de facto e se recusa a reconhecer de iure. Não é necessário haver reconhecimento de governo, se houver mudança de governo tendo as observado as regras de governo internas, ele será reconhecido automaticamente. 
Quando se coloca o reconhecimento internacional de governo, quando há um qualquer distúrbio no funcionamento interno do Estado. Isto pode ocorrer quando: há uma tomada de poder fora do regime prevista no direito interno, ou quando o governo que exerce funções é desafiado por um grupo rival, se isso acontecer por um grupo rival, coloca-se o problema de saber quem é que internacionalmente representa o Estado. Ex: Venezuela. A respeito de reconhecimento do governo: 1) doutrina da legitimidade (também chamada de doutrina de Tobar (ministro dos negócios estrangeiros do Equador) ou de Wilson (presidente dos EUA) – grandes atores internacionais) só se deve reconhecer os estados democraticamente legitimados, violar o princípio da não ingerência de outro estado.; 2) doutrina da efetividade – deve ser reconhecido o governo que exerça o domínio efetivo do estado, pelo menos a médio prazo, há de ser esta admissão. Entende-se que é constitutivo. Só após o reconhecimento que é possível determinar que representa internacionalmente o Estado. 
Por vezes o reconhecimento do governo pode levar a médio prazo pelo menos em termos práticos a formação de um novo Estado. Ex: a divisão da Alemanha, começou por ser um conflito de reconhecimento do governo; China e Taiwan, no início era uma questão de reconhecimento de governo, percebe-se que estão a surgir dois estados diferentes; Coréia do Sul e do Norte.
19/03/2020
Aula Teórica
O COVID-19 como um exemplo de um desafio internacional que ultrapassa a escala do Estado Territorial.
Direito à independência política (nº 4 – Art. 2º da Carta das nações Unidas); 3º Princípio da resolução 2625 (XXV) (“Declaração relativa aos princípios do Direito Internacional relativo às relações de amizade e de cooperação entre os Estados de acordo com Carta das Nações Unidas”). O princípio relativo ao dever de não intervir nos assuntos da jurisdição nacional de um Estado, de acordo com a Carta. O princípio da integridade territorial do Estado, o dever de não intervir nos assuntos internos de outros Estados, a proibição do uso da força contra outros Estados. Trata-se de uma independência no sentido jurídico. Um estado é influenciado por fatores econômicos. Independência política é encontrar um regime de relações estáveis entre os estados.
b) Igualdade entre os Estados (2º, 1 CNU); 5º princípio, 1º parte, da resolução 2625: “o princípio da igualdade de direitos dos povos e do seu direito à autodeterminação”. Trata-se de uma igualdade jurídica e não uma igualdade de facto. Todos os estados, independentemente de sua distinção, encontram-se no mesmo estatuto jurídico.
Sobre um certo ponto de vista a CNU busca igualdar a independência política e a igualdade dos Estados. O direito internacional embora prevê um princípio de igualdade jurídica entre os estados. O estado é o sujeito de direito internacional com capacidade jurídica plena.
Entidades relacionadas com o Estado:
Associações de Estados: numa associação de estados, a uma parte dos órgãos do estado que passa a ser substituída pelos órgãos de uma certa associação. Ex: a união real e a união pessoal.
União real: perdem a sua categoria jurídica.
União pessoal: trata-se aí de uma mera coincidência entre o titular de dois tronos.
Confederação de Estados: é muito instável. Muitas vezes é um passo intermédio para uma futura federação.
2.2 Estados semi-soberanos: tem algumas porções da soberania, mas não tem a soberania plena.
Estados vassalos: império automano, moderna Turquia. Aplicavam-se a categorias próprias das relações feudais.
Estados protegidos: organização estadual em que o estado protetor de compromete a proteger outro estado, o estado protegido, contra o direito internacional. O estado protetor passa a determinar o direito internacional do estado protegido. A capacidade jurídica do estado protegido tem sua autonomia jurídica limitada. Os estados protegidos foram desaparecendocom o processo de descolonização.
Estados confederados: uma parte da soberania é exercida pela confederação e uma parte aos estados confederados. Possuem uma autonomia limitada, pois uma parte de sua autonomia passa para a federação. Se houver confederação a soberania é repartida entre os estados confederados e a confederação, se for um estado federado, a soberania vem do estado federal.
Estados exíguo: é um estado que não está em condições de exercer sua soberania em virtude de sua reduzida dimensão e confere parte de sua competência a um estado com que faz fronteira (estados limítrofes)
Micro estado – um estado com pouquíssimos habitante, mas que consegue exercer sua plena autonomia.
Estado neutralizado: estado que tem a plenitude das competências do direito internacional, mas que se encontra impedido de participar de qualquer conflito armado, por causa do regime de direito internacional o impede. Se não fosse esse impedimento do direito internacional, o estado poderia ter sua competência plena. Ex: Suíça.
Entidades pró-estatais: buscam conquistar o poder do Estado, aquele que quer ser o Estado.
Beligerantes: renegados que atentam contra o Estado. Se os beligerantes forem reconhecidos pelo próprio estado em que atuam, o estado não pode ser responsabilizado pelos efeitos que os beligerantes fazem. Ex: EUA no Séc. 19 reconheceu as revoluções nas colônias espanholas.
Movimentos de libertação nacional: hoje já não são relevantes, mas foram muito relevantes no período de descolonização. 1) o MLN para ser reconhecido desta forma, deve ter a aprovação do povo, em relação à libertação; 2) deve demonstrar que controla politicamente esse povo; 3) não é necessário a prova de controle territorial.
Qual o valor da categoria dos “povos” no Direito Internacional contemporâneo? O DI aponta para uma autodeterminação do povo. O direito de autodeterminar-se. CNU (Art. 1º, 2 e 55º). 1) a chamada autodeterminação externa: consiste em um direito a constituir-se como Estado. é um direito que tem uma eficácia externa. 1.1 – constituir um estado soberano e independente. 1.2 – livre associação ou integração com outro estado independente 1.3 - a aquisição de qualquer outro estatuto político decidido livremente por um povo constitui.
Autodeterminação interna – mero estatuto político. relação entre um povo em concreto e o seu próprio governo. Art. 1º nº 1 do PIDCP e PIDESC. 
Lex Obscura – não se compreende os exatos limites.
Mesmo que se reúnam todos os pressupostos, é muito duvidoso que se possa reconhecer sem mais um direito à autodeterminação externa. Porque o direito de autodeterminação é um enorme direito que ataca de frente o direito internacional, que é a soberania do estado. A razão pela qual haverá sempre grandes reservas desse reconhecimento é colocar esse facto desde a paz Vestefália.
Declaração dos povos indígenas: Art. 3, 4 e 46.
O direito de autodeterminação dos povos não pode ser interpretado de uma forma que ameace a integridade territorial do Estado. 
A contrário, se o governo não representar a totalidade do povo, o direito na vertente externa não poderá ser exercido. Secessão como remédio – o direito de autodeterminação externa existe como único a secessão, seja a única solução para conseguir escapar de atos de governo que não represente a totalidade do povo.
20/03/2020
Aula Teórica
Entidades intraestatais: colônias autônomas (foi uma figura que se desenvolveu sobretudo da administração colonial britânica. Reconhecida pelo Art. 1, nº 2 do Pacto das nações). Mandatos (Prevista no art 22 do pacto das sociedades das nações; mandatos tipo A em que as associações tinham que se submeter o governo). Fideicomissos (foram criados no quadro das nações unidas). Territórios sob regime internacional especial (estão sobre um regime internacional especial).
Governo do exilio – foi uma figura particularmente relevante no quadro da segunda guerra mundial. Sendo o governo sendo reconhecido como governo do exilio, permite esse governo ter autoridade diplomática e concluir interações internacionais. O governo da Holanda se encontrava em Londres, neste caso quem exercia “comando” sobre os cidadãos holandeses era a Holanda, mesmo estando em Londres.
Organizações internacionais – estão genericamente sobre o regime do ato que as constitui. O art. 5 da convenção de Viena fala sobre os tratados constitutivos de organizações internacionais. Se tivermos de definir o que ‘e uma OI podemos considerá-la uma Organização estabelecida por um tratado por outro instrumento por sujeito de direito internacional, com personalidade jurídica de direito internacional.
Falamos das organizações sujeitas ao DIP.
Quanto a matéria:
i)Organizações dirigidas à promoção da paz ou de cooperação política (ONU; OSCE); 
ii) Organizações com finalidade de defesa (OTAN); 
iii) Organizações com fim económico (OMC, FMI, BIRD, BM); 
iv) Organizações com fim humanitário (OMS, FAO, OIT, UNICEF); 
v) Organizações com fim cultural (UNESCO); 
vi) Organizações de cariz administrativo (Organização Internacional da Aviação Civil; União Postal Internacional; …)
A união europeia é uma OI, que possui todas as classificações quanto a matéria.
 Quanto ao âmbito territorial: 
i)OI universais ou para-universais; - são organizações que podem em princípio englobar a totalidade dos estados. Se encontram aberta na adesão da totalidade dos Estados. 
ii) OI regionais. – organizações que exercem seus trabalhos em um espaço regional específico.
Quanto ao modo de relação entre os Estados:
i)OI de coordenação ou de cooperação, ou intergovernamentais, que constituem o tipo clássico de OI. – elas procuravam articular a soberania dos estados, contudo surgiram na segunda metade do século 20 surgiram, que foram as OI de integração.
 ii) OI de integração (UE; Mercosul), ou supranacionais. – já não se destinam em coordenar a soberania de diferentes estados autônomos, mas tem poderes que atingem a esfera interna dos estados em certas matérias particulares.
b) Características das OI inter-estaduais (de cooperação) 
aa) Membros - Adquirem direitos de participar na OI. Tem o dever também de contribuir para o investimento da OI. Quando o próprio membro quer sair, tem-se a chamada recesso.
bb) Estrutura – o que vai decidir qual órgão existe é o ato constitutivo da própria OI.
 a) Órgãos executivos; - órgão que faz a gestão corrente da organização. Ex: Secretário Geral.
b) Órgãos deliberativos; - são aqueles que tomam as decisões relativas a própria vontade da OI. Ex: Assembleia geral das nações unidas e o Conselho de Segurança.
c) Por vezes, encontra-se também um órgão jurisdicional.
cc) Poderes de atuação
princípio da especialidade do fim - a capacidade de competência necessária para realizar o seu fim em concreto. Teoria dos poderes implícitos. Direito criado pelas OI é chamado de Direito secundário – direito próprio as OI, constituído pelos atos unilaterais das OI’s.
26/03/2020
Aula Teórica
Subjetividade internacional – Santa sé, ordem de malta, comitê internacional da cruz vermelha
Ao elenco anterior a doutrina acrescenta três outros sujeitos:
1. Santa sé – a noção do que é encontra-se prevista no cânon (em grego significa regra) 361 do Código direito canônico, é integrada pelo romano pontifes (Papa), pela secretaria de estado, pelo conselho das igrejas, e pela cúria romana (governo da igreja católica). Todo esse poder considera-se que deriva do papa, Canon 360. Papa como pessoa e Papa como instituição (tem força internacional). Convenções internacionais celebradas entre a Santa sé e diferentes estados são chamadas concordatas. Por que tem personalidade internacional? Modernamente a santa se como sujeito de direito internacional adquiriu essa personalidade em 1870. Apesar do papa perder a soberania territorial sobre os estados, continua a celebrar convenções entre os estados, conservando sua subjetividade internacional. Tratado de latrao (celebrado entre a santa sé e o estado italiano) a Itália reconheceu a soberania do papa sobre um estado muito específico, que é o Vaticano. Por um lado,a santa sé sujeito de direito internacional não territorial e outro lado o estado do vaticano. Nunciatura apostólica – representação externa da santa sé e controle da igreja católica. Quem tem subjetividade internacional é a Santa sé.
2. Soberana ordem de Malta – qual a origem? É a ordem hospitalário de são João de Jerusalém, reconhecida pelo papa no séc. 12. Tinha como função proteger os peregrinos de Jerusalém. Do séc 16 até 1798 era soberana sobre um Estado. Era sujeito de direito internacional pois possuía poder sobre um determinado estado, mas hoje é classificada como sujeito de direito internacional, mas não é soberano sobre nenhum território. O objeto dessa ordem é caridade. 
3. Comitê Internacional da Cruz Vermelha – a cruz vermelha foi criada em 1863 na suíça, rigorosamente, não é a cruz vermelha que tem forca internacional, somente o Comitê internacional da cruz vermelha. A cruz vermelha é constituída por 3 grupos de realidades diferentes. Apenas o comitê internacional tem subjetividade internacional. É constituída por 15 a 20 pessoas.
4. Imamat Ismaili – é uma corrente convencional dentro do mundo muçulmano, que tem a cabeça um sujeito chamado hagaquen (Maomé). Portugal celebrou com essa entidade uma série de acordos e em 2009 e 2015 esses acordos foram celebrados na forma de convenção internacional, significa que Portugal verificou a personalidade jurídica internacional do Imamat Ismaili. Apenas o estado português verificou a subjetividade internacional.
O indivíduo (quem no limite arca e sofre com acordos internacionais é o indivíduo. É o destinatário direto do direito internacional. Via de regra o indivíduo é atingido pelo direito internacional apenas de um modo mediato. Como se resolvem conflitos entre o indivíduo e o próprio estado? Ele é resolvido a princípio pelo direito interno do próprio estado; 2 – conflito entre o indivíduo e o estado estrangeiro: resolve-se nos termos oferecidos no termo do estado estrangeiro; quando o indivíduo não obtém a tutela do estado estrangeiro pode pedir auxílio ao seu estado, chamado de Regime de proteção diplomática) e pessoas coletivas privadas:
a) Regra
a. A relação do indivíduo com o Estado é feita com a mediação do Estado. Regime de proteção diplomática (Requisitos – esta modalidade apenas é exercida pelo estado de nacionalidade; deverá ter ofensa a pessoas na sua qualidade de pessoas privadas; para que se possa recorrer ao regime de proteção diplomática, deverá recorrer a todos os meios de tutela fornecidos pelo estado estrangeiro; o estado que concede a proteção diplomática é livre de fazer ou não.
b) Cacos em que é diretamente destinatário da norma
a. Convenções internacionais que preveem direitos de agir internacionalmente, nomeadamente no domínio dos direitos humanos (Ex: direito de agir junto do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem: Art. 34º CEDH)
b. Domínio do Direito Penal Internacional, no qual, nos termos do respectivo estatuto, o TPI tem competência para julgar pessoas singulares (Art. 25º, 1 do Estatuto do TPI).
c) Pessoas Coletivas 
a. ONG e empresas transacionais. Soft law, por ex: United Nations Guiding Principles on Business and Human Rights (2011). 
b. Especificamente no nível da proteção do investimento: convenção para a resolução de diferendos relativos a investimentos entre estados e nacionais de outros estados de 1966, cuja conclusão foi promovida pelo banco internacional para a reconstrução e desenvolvimento, uma OI, e que constituiu o centro internacional para resolução de controvérsias sobre investimentos (Tribunal “Ad Hoc” – para um certo efeito especifico. Tem nacionais do Estado (pessoas privadas, singulares e coletivas), com legitimidade ativa para iniciar o procedimento. A sentença que for proferida é vinculativa para o Estado, tendo o valor de título executivo dentro do Estado: pode ser executada pela força, por mecanismos internos do Estado. Visa proteger o investidor contra atos praticados no país destinatário do investimento que possam afetar o próprio investidor (uma expropriação p exemplo).
A ação dos sujeitos do Direito Internacional
1. A ação externa, diplomática e consular dos Estados
a. A ação externa (política externa) dos Estados – todos os estados têm órgãos que tem por função a direção de assuntos externos. O direito internacional reconhece que há 3 tipos que tem competência de representar o estado internacionalmente, o chefe de estado, chefe de governo e ministro dos negócios estrangeiros.
b. A ação diplomática dos Estados (Fontes: Convenção de Viena sobre relações diplomáticas de 1961 e Convenção de Viena sobre relações consulares 19963). Esta matéria das relações diplomáticas é das matérias mais consolidadas do direito internacional, pois trata-se de uma prática mais antiga do direito internacional, em que consiste em enviar um representante internacional para se relacionar com outro Estado.
i. Missões diplomáticas permanentes junto de Estados – as missões diplomáticas são um dos moldes, através dos quais o estado exercer o seu Ius Legationis, ou seja, o seu direito de legação (de enviar legados). Direito de legação ativo – direito a enviar diplomatas; direito de legação passivo – direito de receber diplomatas. As relações diplomáticas só são feitas com outros estados que o reconhecem. Chefe da missão deverá obter a representação do estado aceitador. A designação do pessoal da missão é livre (7º), cabendo ao Estado acreditador. Contudo, é necessário a concordância do Estado acreditador quanto ao chefe da missão; dividem-se em várias classes: a primeira é a de embaixador. Quem genericamente tem competência para acreditar é o chefe de Estado (135º/a) CRP). A todo o momento, o Estado acreditador pode declarar um dos membros como persona non grata (Art. 9º nº 1). Missões diplomáticas (Art. 3 da Convenção).
ii. Representação junto de organizações internacionais – encontra-se prevista na convenção de Viena sobre a representação dos estados de caráter internacional. 
iii. Diplomacia “Ad Hoc” – ad hoc significa para um certo efeito específico. Esse envio de diplomatas para um efeito específico constitui a mais antiga prática do direito internacional. Convenção de 1969. Uma das formas é através de conferências diplomáticas com vista a tratar de uma certa posição jurídica política, Art. 7, n 2 alínea c da convenção de Viena sobre os tratados.
c. Relações consulares – essa matéria esta regulada na convenção de Viena sobre relações consulares de 1963. Qual a diferença entre as relações diplomáticas e relações consulares? As relações consulares encontram-se estabelecidas no art. 5. As relações consulares trata-se de serviços meramente administrativos. Ex: emitir passaporte, prestar socorro aos nacionais. Um aspecto das relações consulares é que se prevê o direito dos nacionais de cada estado de contatar o posto consular, caso esteja detido/preso (art. 36). Se dividem os consus em duas categorias: 1) consus enviados ou de carreira (funcionários diplomáticos do estado – Art. 28 e ss); 2) consus honorários (pessoas não inseridas no estado, na carreira diplomática, mas que aceitam realizar essas carreiras – Art. 58 e ss).
2. As convenções Internacionais
a. Introdução Geral – como já vimos as convenções internacionais consistem num acordo, juridicamente vinculante, entre sujeitos de direito internacional. Presentemente o regime de direito dos tratados encontra-se previsto em três convenções de direito internacional. 1) convenção de Viena sobre direito dos tratados entre estados (1969); 2) convenção de Viena sobre direito dos tratados entre estados e organizações internacionais; 3) convenção de Viena ...
b. Classificações
i. Quanto ao conteúdo, podemos distinguir entre:
1. Tradados-lei – são tratados que criam um quadro de regras geral e abstrato. 
2. Tratados-contrato – um tratado que cria um quadro regulativo mediante um compromisso por parte das partes.
3. Tratados constitutivos de Organizações Internacionais – tratados que tem por finalidade constituir uma organização internacional, ou seja, criar um sujeito

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