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Centro Universitário Estácio de São Paulo Engenharia de Produção ELVIS BORGES DE SOUSA R.A 201601736215 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) SÃO PAULO 2020 ELVIS BORGES DE SOUSA R.A 201601736215 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) SÃO PAULO 2020 Trabalho apresentado no curso de graduação de engenharia de produção do centro universitário Estácio de São Paulo Orientador: Júlio Cesar Rodrigues Junior FOLHA DE APROVAÇÃO DO PROJETO ELVIS BORGES DE SOUSA R.A 201601736215 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) Local ___________, ____de _____________ de _____ BANCA EXAMINADORA ___________________________________ Júlio Cesar Rodrigues Junior SÃO PAULO 2020 Trabalho apresentado a universidade Estácio de São Paulo como parte das exigências para obtenção do título de engenheiro de produção RESUMO Atualmente devido a economia globalizada para uma organização se manter viva, depende de sua habilidade e rapidez de inovar e efetuar melhorias contínuas. A TPM - Total Productive Maintenance, que, traduzido, resulta em Manutenção Produtiva Total, é considerada uma ferramenta metódica que auxilia na redução de ocorrência de falhas em instalações, máquinas e equipamentos nas empresas, ou seja, produção mais enxuta, com menor custo de manutenção e perdas. Este trabalho tem como objetivo explanar etapas do planejamento, implementação e avaliação dos resultados obtidos com a aplicação do TPM em áreas como a indústria para tentar confirmar as vantagens do modelo levantado. Palavra-chave - TPM, Metodologia, Tipos de manutenção, Pilares da TPM ABSTRACT Currently, due to the globalized economy for an organization to stay alive, it depends on its ability and speed to innovate and make continuous improvements. TPM - Total Productive Maintenance, which, translated, results in Total Productive Maintenance, is considered a methodical tool that helps in reducing the occurrence of failures in installations, machines and equipment in companies, that is, leaner production, with lower cost of production. maintenance and losses. This work aims to explain stages of planning, implementation and evaluation of the results obtained with the application of the TPM in areas such as the industry to try to confirm the advantages of the model raised. Keyword - TPM, Methodology, Types of maintenance, TPM pillars LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Evolução da manutenção produtiva total Figura 2 – Pilares da TPM SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................. 10 1.2 OBJETIVO .................................................................................................................................... 11 1.3 METODOLOGIA ........................................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 13 2.1.1 Histórico ................................................................................................................................... 13 2.1.2 A origem da tpm (manutenção produtiva total) ...................................................................... 13 2.1.3 No Brasil ................................................................................................................................... 15 2.1.5 Manutenção corretiva .......................................................................................................... 16 2.1.6 Manutenção preventiva ....................................................................................................... 17 2.1.7 Manutenção preditiva .......................................................................................................... 18 3 DESENVOLVIMENTO, IMPLANTAÇÃO E PILARES DO TPM ............................................... 19 3.1 PILARES ........................................................................................................................................ 20 ........................................................................................................................................................... 20 3.1.2 Manutenção autônoma (ma): .................................................................................................. 20 3.1.3 Manutenção planejada (mp): ................................................................................................... 20 3.1.4 Educação e treinamento (et) .................................................................................................... 21 3.1.5 Melhoria específica (me): ......................................................................................................... 21 3.1.6 Controle inicial (ci): .................................................................................................................. 21 3.1.7 Manutenção da qualidade (mq): .............................................................................................. 21 3.1.8 Segurança, higiene e meio ambiente (she): ............................................................................. 21 3.1.9 Melhoria dos processos administrativos: ................................................................................ 21 4 IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO AUTÔNOMA .............................................. 22 4.1 LIMPEZA INICIAL .......................................................................................................................... 22 4.2 ELIMINAÇÃO DE FONTES DE SUJEIRA E LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO: .......................................... 22 4.3 PADRONIZAÇÃO DA LIMPEZA E INSPEÇÃO: ................................................................................ 22 4.4 INSPEÇÃO GERAL: ........................................................................................................................ 23 4.5 INSPEÇÃO AUTÔNOMA: .............................................................................................................. 23 4.6 ORGANIZAÇÃO E ORDENAÇÃO: .................................................................................................. 23 4.7 CONSOLIDAÇÃO DA MANUTENÇÃO AUTÔNOMA: ..................................................................... 23 5 DIFICULDADES ..................................................................................................... 24 5.1 BASICAMENTE É A ÁREA DE MANUTENÇÃO QUEM “CARREGA TPM NAS COSTAS”. ................. 24 5.2 OS PROBLEMAS CRÔNICOS DOS EQUIPAMENTOS NÃO SÃO TRATADOS DE FORMA CIENTÍFICA ........................................................................................................................................................... 24 5.3 HÁ UM SENTIMENTO DE SOBRECARGA PARA OS OPERADORES. ............................................... 24 5.4 O PLANO DE TREINAMENTO EM TPM ENVOLVE SOMENTE OS OPERADORES, EXCLUINDO A MANUTENÇÃO. ................................................................................................................................. 25 5.5 OS RESULTADOS TÊM QUE ACONTECER EM CURTO PRAZO. ...................................................... 25 6 BENEFICIOS DA IMPLANTAÇÃODO TPM ......................................................... 26 6.1 QUALIDADE ................................................................................................................................. 26 6.2 PRODUTIVIDADE.......................................................................................................................... 26 6.3 CUSTO .......................................................................................................................................... 26 6.4 ATENDIMENTO ............................................................................................................................ 26 6.5 MORAL ......................................................................................................................................... 26 6.6 MEIO-AMBIENTE ......................................................................................................................... 26 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 27 9 1 INTRODUÇÃO A manutenção industrial até recentemente era considerada como fator de custos e gastos. No passado, os aspectos mais conhecidos da manutenção caracterizavam-se como sendo de serviços repetitivos e de rotina, pura troca de peças, pouca técnica, improvisações e emergências. Contudo, devido à sua elevada influência no “down time” - paradas de máquinas, durante a produção, por causas gerenciais e técnicas, vem sendo vista com novos olhos. Equipamentos parados em momentos de produção programada, ou com baixa produção, decorrentes de manutenção inadequada, podem significar perdas de clientes para a concorrência, além de afetar a qualidade. A evolução da manutenção teve seu início após a Segunda Guerra Mundial, quando a indústria precisou se adaptar para receber a demanda do mercado. Antes deste período as máquinas eram pouco mecanizadas e muitas vezes superdimensionadas, abusando da mão-de-obra industrial. Com a globalização da economia mundial aumentando o nível de competitividade entre as organizações, as buscas de soluções que aumentem a produtividade, garantam a qualidade, reduzam custos, respeitando os aspectos e legislações ambientais são cada vez mais almejadas pelas grandes empresas. O emprego de sistemas de gestão que potencializem a utilização dos recursos dentro dos processos de produção é cada vez mais necessária para a sobrevivência das empresas nesse ambiente. As etapas a serem desenvolvidas na implantação da Manutenção Produtiva Total compreendem atividade preparatória ao lançamento e execução dos pilares de melhorias individuais manutenção autônoma, manutenção planejada, educação e treinamento e melhoria de projeto. Com o objetivo de ampliar Manutenção Produtiva Total para todos os departamentos e transformá-lo em filosofia gerencial. 10 1.1 JUSTIFICATIVA Certificar as necessidades das empresas em aplicarem metodologias e ferramentas para manterem-se competitivas e sobreviverem no mercado foi considerado relevante. O TPM é uma metodologia rica em informações, sendo a forma de gerenciamento de empresas diferenciadas. O estudo da metodologia proporcionará conhecimento amplo de sua aplicação, quais ferramentas, conceitos e metodologias podem ser utilizados para isto e os possíveis resultados. Em tempos de super competitividade industrial, concorrer com os mercados orientais e europeus em qualquer que seja o ramo industrial está cada vez mais difícil, exigindo das industrias nacionais: qualidade, inovação, sustentabilidade, agilidade nas entregas e preços acessíveis para o consumidor final. A redução do custo unitário sem reduzir a qualidade do produto além de garantir a segurança do colaborador que o produz é o grande desafio das companhias. A implementação da manutenção produtiva total TPM, tem como objetivo principal zero falha, zero quebra e zero acidentes, por isso, o êxito na sua implantação é a garantia de uma produção mais lucrativa. A compreensão de cada etapa da manutenção produtiva total TMP por parte da operação é essencial no resultado final. 11 1.2 OBJETIVO Explicar objetivos da metodologia TPM. Explicar os Pilares que sustentam a Metodologia TPM e suas etapas de implantação Evidenciar cada etapa para a implementação da ferramenta TPM (manutenção produtiva total) em uma indústria. Conhecer qual a meta de cada fase as principais dificuldades encontradas pela operação para passagem de passo. Analisar a evolução das etapas fazendo comparativos entre elas apontando os gargalos de cada fase através dos dados obtidos no decorrer da fase. Quantificar ao final de cada etapa quais foram os ganhos financeiros e filosóficos adquiridos pela operação como um todo. Por fim, comparar a autonomia adquirida da operação com a ferramenta TPM aplicada em relação a operação sem a ferramenta. 12 1.3 METODOLOGIA A metodologia de trabalho será baseada na realização de uma revisão bibliográfica acerca do tema para identificar metodologia, conceitos e objetivos do TPM, especificamente do pilar de Manutenção Autônoma. O método de pesquisa utilizado será um estudo de caso em uma indústria de cosméticos. Nesta etapa, todo tipo de informação coletada irá compor a base para a exploração e descrição dos resultados. 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1.1 Histórico Segundo Ribeiro (2010) o termo TPM (Total Preventive Maintenance) surgiu do esforço da empresa japonesa em aprimorar o conceito de manutenção preventiva criada nos Estados Unidos na década de 50. Dez anos depois o Japão evoluiu nessa finalidade de não permitir a interrupção do processo produtivo, formatado por volta de 1971 por meio da cristalização de técnicas de manutenção preventiva, manutenção do sistema de produção, prevenção da manutenção e engenharia da confiabilidade 2.1.2 A origem da tpm (manutenção produtiva total) De acordo com Ribeiro (2010) a manutenção preventiva surgiu nos Estados Unidos. Logo depois, em 1950 o Japão aperfeiçoou e a introduziu na produção. Antes do conceito de manutenção produtiva, as empresas japonesas trabalhavam com o conceito de manutenção corretiva. Para a empresa Japonesa isso representava um custo e um problema para a melhoria de qualidade. Para Imai (2000) TPM é um método de gestão que identifica e elimina as perdas existentes no processo produtivo, maximiza a utilização do ativo da empresa e garante a geração de produtos de alta qualidade a custos competitivos. Além disso, desenvolve conhecimentos capazes de reeducar as pessoas para ações de prevenção e de melhoria contínua, garantindo o aumento da confiabilidade dos equipamentos e da capabilidade dos processos, sem investimentos adicionais. Inicialmente, conforme Carrijo (2008), esta metodologia surgiu dentro das áreas de manutenção e produção, pois tinha por objetivo desenvolver técnicas para evitar as quebras dos equipamentos, causadas por deterioração que não eram corrigidas a tempo. Desta forma, percebeu-se a importância de desenvolver nos operadores o sentimento de propriedade, para que eles pudessem cuidar e conhecer melhor seus equipamentos. Para isso foram desenvolvidas técnicas e treinamentos aos operários 14 para ampliar seus conhecimentos sobre os equipamentos que operavam. Segundo Carrijo (2008) com o passar do tempo, esses conceitos iniciais desenvolvidos na produção e manutenção foram se expandindo. Algo que começou com o enfoque de eliminar quebras, expandiu-se para eliminar outras perdas na área fabril e mais adiante foi se expandindo para outras áreas da empresa. Conforme citado por Carrijo (2008) a entidade que dissemina o TPM ao redor do mundo é o JIPM (Japan Instituteof Plant Maintenance- Instituto Japonês de Manutenção de Plantas Industriais) que define o seguinte (JIPM, 2002). Conforme Monteiro (2015) a visão de apenas executar manutenção após a quebra do equipamento foi até a década de 50, pois foi desenvolvido então a manutenção preventiva pelos americanos, aplicando o conceito de confiabilidade. Conforme Capetti (2005) foi nos anos 60 que os japoneses uniram as manutenções existentes e acrescentaram novos focos, que são: Confiabilidade, Mantenabilidade e Economia, criando assim a manutenção produtiva. Na figura abaixo, é possível observar a evolução da Manutenção no tempo, segundo Capetti (2005): Fonte: Capeletti (2005) Figura 1 – Evolução da Manutenção Produtiva Total 15 2.1.3 No Brasil No Brasil a o TPM foi introduzido somente em 1981 por Nakajima, também conhecido como o "pai do TPM". Conforme Ribeiro (2004) “no Brasil, muitas empresas vêm adotando o TPM, tendo como base alguns princípios de trabalho em equipe e autonomia, bem como uma abordagem de melhoria contínua para prevenir quebras”. O mesmo autor também assinala que “algumas empresas instaladas no Brasil tem o processo de implantação consolidado, inclusive algumas reconhecidas pelo prêmio da JIPM. ” (RIBEIRO 2004) 2.1.4 Tipos de manutenção O departamento de manutenção tem importância vital no funcionamento de uma indústria. Pouco adianta o administrador de produção procurar ganho de produtividade se os equipamentos não dispõem de manutenção adequada. À manutenção cabe zelar pela conservação da indústria, especialmente de máquinas e equipamentos, devendo antecipar-se aos problemas através de um contínuo serviço de observação dos bens a serem mantidos. O planejamento criterioso da manutenção e a execução rigorosa do plano permitem a fabricação permanente dos produtos graças ao trabalho contínuo das máquinas, reduzindo ao mínimo as paradas temporárias da fábrica. Segundo Ferreira, manutenção significa: “Ato ou efeito de manter-se. As medidas necessárias para a conservação ou a permanência de alguma coisa ou de uma situação. Os cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de motores e máquinas”. Segundo Monchy, “A Manutenção dos equipamentos de produção é um elemento chave tanto para a produtividade das indústrias quanto para a qualidade dos produtos. É um desafio industrial que implica rediscutir as estruturas atuais inertes e promover métodos adaptados à nova natureza dos materiais. 16 2.1.5 Manutenção corretiva É aquela em que os consertos e reformas são realizados quando o objeto, máquina, equipamento ou veículo já estão quebrados. A estratégia conhecida como manutenção corretiva, consiste na necessidade de recolocar uma determinada peça ou aparelho após uma pane, ocorrida pelo desgaste ou rendimento inferior dos componentes, ou apenas por ter falhado, consequentemente ocasionando a parada de uma ou mais máquinas. Normalmente, os reparos que são executados não têm um planejamento e contém características emergenciais (BRANCO FILHO, 2008). Conforme Harding, “manutenção corretiva é o trabalho de restaurar um equipamento para um padrão aceitável” Vantagens e desvantagens da Manutenção Corretiva: - Vantagens: não exige acompanhamentos e inspeções nas máquinas. - Desvantagens: as máquinas podem quebrar-se durante os horários de produção; as empresas utilizam máquinas de reserva; há necessidade de se trabalhar com estoques; 17 2.1.6 Manutenção preventiva Previne ou evita-se a quebra e paradas das máquinas por providências antecipadas é uma intervenção de manutenção prevista, preparada e programada antes da data provável do aparecimento de uma falha. Manutenção preventiva é um serviço preventivo que consiste no planejamento organizacional de uma máquina ou de um equipamento a fim de melhorar o seu desempenho funcional, em suas condições operacionais, ou defeituosas. O planejamento para realização desse procedimento é feito a partir de análise de minuciosa sobre as máquinas, os equipamentos, e até mesmo os processos produtivos. A partir dessa análise é feito o planejamento de intervenção que podem decorrer por horas de funcionamento, quilômetros rodados, peças produzidas, ou a qualquer outra unidade de medida quantificadora de utilização (SOUZA, 2008). Conforme Harding, “manutenção preventiva é o trabalho destinado à prevenção da quebra de um equipamento”. Vantagens e desvantagens da Manutenção preventiva: - Vantagens: assegura a continuidade do funcionamento das máquinas, só parando para consertos em horas programadas; a empresa terá maior facilidade para cumprir seus programas de produção. - Desvantagens: requer um quadro (programa) bem montado; requer uma equipe de mecânicos eficazes e treinados; requer um plano de manutenção. 18 2.1.7 Manutenção preditiva Acompanha-se a vida útil das máquinas efetuando-se inspeções periódicas, medições, leituras, sondagem, etc. É a monitoração ou acompanhamento periódico do desempenho e/ou deterioração de partes das máquinas. A manutenção preditiva necessita de dados acolhidos da manutenção preventiva. Através dos dados obtidos pelo monitoramento, caracteriza a necessidade de adotar parâmetros e técnicas de ensaios para programar alterações na mudança do desempenho do maquinário, tais como: corrente elétrica, tensão, análise de vibrações, análise de temperaturas, lubrificação e ultrassonografia (BRANCO FILHO, 2008). A necessidade da manutenção preditiva se dá quando se tem como objetivo a prevenção de falhas no equipamento ou arranjo, acompanhando e analisando diversos parâmetros operacionais em constância observação periódicas (SOUZA, 2008). Mirshawka coloca a manutenção preditiva como “a manutenção preventiva baseada no conhecimento do estado/condição de um item, através de medições periódicas ou contínuas de um ou mais parâmetros significativos. A intervenção de manutenção preditiva busca a detecção precoce dos sintomas que precedem uma avaria. São denominações equivalentes: manutenção baseada na condição ou manutenção baseada no estado ou manutenção condicional.” Na Manutenção Preditiva as vantagens e desvantagens são: - Vantagens: aproveita-se ao máximo a vida útil dos elementos da máquina, podendo- se programar a reforma e substituição somente das peças comprometidas. - Desvantagens: requer acompanhamentos e inspeções periódicas, através de instrumentos específicos de monitoração; requer profissionais especializados. 19 3 DESENVOLVIMENTO, IMPLANTAÇÃO E PILARES DO TPM Nakajima (1991) afirma que o desenvolvimento do TPM é normalmente feito em quatro fases: preparação, introdução, implementação e consolidação. Na etapa de preparação a decisão de implementar o TPM deve ser anunciada formalmente. Uma campanha publicitária para que se crie uma organização que promova o TPM. A fase introdutória ao TPM pode ser descrita como sendo a afirmação do programa. Com o plano máster concluído, as organizações tentam criar uma atmosfera de determinação e dedicação ao programa. Feito isso, a implementação pode acontecer. Nessa etapa, as atividades planejadas são colocadas em ação. A ordem e o tempo na qual as atividades ocorrem devem ser planejadas de tal maneira a cumprir as características peculiaridades de cada companhia. Algumas atividades devem ser feitas ao mesmo tempo, outras podem seguir uma ordem cronológica de acordo com a necessidade e objetivo de cada organização. As atividades fundamentais dessa etapa estão divididas em pilares que sustentam o TPM. Estes pilares podem ser observados na figura a seguir. 20 3.1 PILARES Fonte: IM&C Internacional (2006) De acordo com a Figura1, estes pilares são constituídos por (NAKAJIMA, 1989; JIPM, 1977): 3.1.2 Manutenção autônoma (ma): O pilar tem como objetivo, desenvolver o conhecimento dos operadores e criar novas regras de pensamento autônomo, baseia- se nos treinamentos teórico e prático recebidos pelos operários e no espírito de trabalho em equipe para a melhoria contínua das rotinas de produção, manutenção e no aprimoramento da capacitação técnica. Trata-se de um dos principais pilares que objetiva manter as condições básicas dos equipamentos. Inclui os operadores pensantes, fazendo inspeções, lubrificações e pequenos reparos nos equipamentos. 3.1.3 Manutenção planejada (mp): o objetivo do Pilar MP é basicamente conseguir com melhorias no sistema de manutenção, aumentar a disponibilidade dos equipamentos, eliminando as quebras e anomalias, ter mão de obra e técnicas Figura 2- Pilares da TPM 21 especializadas e redução de custos na manutenção. Refere-se às rotinas de manutenção preventiva e preditiva, baseadas, respectivamente, no tempo ou na condição do equipamento, visando à melhoria contínua da disponibilidade e confiabilidade, além da redução dos custos de manutenção focados na Quebra/ Falha zero. É responsável pela restauração, confiabilidade e maximização do uso dos equipamentos com o objetivo de fazer reparos nos equipamentos e garantir que não ocorram novamente falhas, dar suporte a MA, concentrar os esforços na prevenção. 3.1.4 Educação e treinamento (et): refere-se à aplicação de treinamentos técnicos e comportamentais para liderança, a flexibilidade e a autonomia das equipes, capacitação da mão de obra, com responsabilidade de capacitar os colaboradores com treinamentos específicos e para melhor utilização das ferramentas. 3.1.5 Melhoria específica (me): utiliza-se do conceito de Manutenção Corretiva de Melhorias para atuar nas perdas crônicas relacionadas aos equipamentos, com foco em eliminação das mesmas. Consiste em fazer o mapeamento e apontamento das maiores perdas, projetar melhorias para facilitar operações e manutenções, e projetos de redução de set-up e tempos de limpeza. 3.1.6 Controle inicial (ci): minimização das ineficiências em novos produtos, processos e equipamentos. Responsável por garantir novos equipamentos como menores custos e layout apropriado. 3.1.7 Manutenção da qualidade (mq): defeito zero – consolidação da qualidade assegurada. Garantir a qualidade dos produtos e serviços utilizando os recursos e ferramentas da qualidade. 3.1.8 Segurança, higiene e meio ambiente (she): acidente zero – minimização do risco de acidentes do trabalho e riscos ambientais. Responsável por garantir a segurança dos colaboradores na empresa, trabalhando no método de conscientização e melhorias nos postos de trabalho, seguindo e trabalhando com todas as normas ambientais. 3.1.9 Melhoria dos processos administrativos: também conhecido como TPM de escritório, ou TPM Office, utiliza-se dos conceitos de organização e eliminação de 22 desperdícios nas rotinas administrativas, que de alguma maneira acabam interferindo na eficiência dos equipamentos produtivos e processos. 4 IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO AUTÔNOMA 4.1 LIMPEZA INICIAL Nessa primeira etapa, os operadores devem realizar a limpeza de seus equipamentos e buscar compreender de forma mais abrangente o seu funcionamento. Essa fase ajuda a aproximar os colaboradores de suas máquinas e torná-los mais zelosos em relação ao seu uso e conservação no dia a dia. 4.2 ELIMINAÇÃO DE FONTES DE SUJEIRA E LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO: Em seguida, é preciso reduzir a frequência de limpeza eliminando as fontes de sujeira. Quanto menos resíduos forem gerados ou acumulados, menores serão os tempos de paradas para manutenção. Além disso, é nessa fase que os equipamentos são organizados de forma a se tornarem mais acessíveis conforme sua utilização cotidiana. Isso facilita a rotina de limpeza e uso de cada máquina. 4.3 PADRONIZAÇÃO DA LIMPEZA E INSPEÇÃO: Nesse momento, a equipe de manutenção deve elaborar as instruções de limpeza e inspeção. Elas devem ser descritas de forma clara e detalhada, para que todos os operadores de cada uma delas sejam capazes de realizar a manutenção adequada. https://www.nortegubisian.com.br/blog/layouts-produtivos-e-administrativos 23 4.4 INSPEÇÃO GERAL: A etapa de inspeção geral consiste em 3 atividades. A primeira delas é a realização de um treinamento teórico acerca das instruções de manutenção. A segunda é a parte prática do treinamento, na qual os operadores devem aplicar seus conhecimentos. Por fim, é aplicada uma avaliação, para que os profissionais da equipe de manutenção atestem as habilidades dos operadores. 4.5 INSPEÇÃO AUTÔNOMA: Os operadores aprovados na etapa anterior conquistam o direito de realizar as manutenções de forma autônoma, ou seja, sem o acompanhamento da equipe de manutenção. No primeiro momento, essa manutenção deve ser inspecionada para que os devidos ajustes possam ser realizados, caso sejam necessários. 4.6 ORGANIZAÇÃO E ORDENAÇÃO: Nessa fase, os operários devem sugerir melhorias no ambiente que está no entorno do equipamento. Podem ser as bancadas, posição de outras máquinas ou acessibilidade às ferramentas. É o momento de realizar os ajustes finais. 4.7 CONSOLIDAÇÃO DA MANUTENÇÃO AUTÔNOMA: Depois de todos os processos anteriores estarem concluídos, os operários já podem ser considerados aptos a realizar a autogestão de seus equipamentos. Para isso, é muito importante que essas atividades passem a compor sua rotina, garantindo a melhoria contínua dos processos. https://www.nortegubisian.com.br/blog/pop-saiba-o-que-e-procedimento-operacional-padrao-e-para-que-serve 24 5 DIFICULDADES 5.1 BASICAMENTE É A ÁREA DE MANUTENÇÃO QUEM “CARREGA TPM NAS COSTAS”. Em função da área de Manutenção histórica e tecnicamente dominar as características dos equipamentos, é atribuída a ela, a responsabilidade de fazer o TPM, sem o comprometimento adequado de outras áreas da empresa, principalmente a Produção e a Engenharia. 5.2 OS PROBLEMAS CRÔNICOS DOS EQUIPAMENTOS NÃO SÃO TRATADOS DE FORMA CIENTÍFICA. Uma forte cultura ocidental é querer tratar as coisas pela sua superficialidade, ou seja, pelo que é visível. É a conhecida mania de enxergar apenas a “ponta do iceberg”. O TPM ensina a tratar as causas em vez das consequências. As técnicas de “Por que – Por que” e outras já conhecidas, mas pouco aplicadas, como FMEA (Análise de Modo e Efeito de Falhas) PDCA (planejar, fazer, agir e verificar) são exemplos disto. A tentativa de se implantar uma equipe responsável em fazer análises mais aprofundadas dos problemas crônicos dos equipamentos, normalmente vai ao fracasso, à medida que técnicos e engenheiros alocados para esta atividade, são facilmente remanejados para resolverem problemas do dia-a-dia, em casos de férias de outros colegas e incompatibilidade entre os problemas da rotina e a equipe responsável para solucioná-los. 5.3 HÁ UM SENTIMENTO DE SOBRECARGA PARA OS OPERADORES. A primeira sensação da equipe de Produção é imaginar que o TPM é mais uma forma de reduzir custos através da redução da equipe de manutenção, o que só seria possível se algumas atividades daquela área passassem para a Produção. Por vezes, até os sindicatos de trabalhadores se opõem à TPM, temendo uma redução de quadro 25 de pessoal e sobrecarga de trabalho. Na realidade o TPM torna o gerenciamento dos equipamentos mais eficiente possibilitando processos produtivos mais estáveis em função de uma maior confiabilidade dos equipamentos. 5.4 O PLANO DE TREINAMENTO EM TPM ENVOLVE SOMENTE OS OPERADORES, EXCLUINDO A MANUTENÇÃO. Esta é uma falha que ocorre em função de se reduzir o TPM a algumas atividades de Manutenção Autônoma, sem levar em consideração possíveis deficiências daprópria equipe de Manutenção. 5.5 OS RESULTADOS TÊM QUE ACONTECER EM CURTO PRAZO. Não há mágicas para a implantação do TPM. Um trabalho bem feito na gestão de equipamentos e processo só pode ser mensurado com responsabilidade depois de, no mínimo, um ano. A implementação do TPM em forma de “workshop” (uma semana para implementar a manutenção autônoma em cada equipamento), quando não contextualizado em um plano maior, observando-se às limitações da Manutenção, poderá frustrar posteriormente ambas as equipes, Manutenção e Produção. 26 6 BENEFICIOS DA IMPLANTAÇÃO DO TPM 6.1 QUALIDADE Redução do nível de produtos defeituosos Redução do número de reclamações internas e externas 6.2 PRODUTIVIDADE Aumento do volume de produção por operadores Aumento da disponibilidade operacional das máquinas Redução de paradas acidentais das máquinas 6.3 CUSTO Economia de Energia Redução do custo de manutenção ao longo do tempo Simplificação do processo (redução de etapas) Redução do volume estocado 6.4 ATENDIMENTO Aumento do cumprimento do prazo 6.5 MORAL Aumento do número de sugestões. Redução/eliminação dos acidentes de trabalho. 6.6 MEIO-AMBIENTE Redução/Eliminação da poluição e de gastos com tratamento de rejeitos. 27 BIBLIOGRAFIA BRANCO FILHO, G. 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