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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA ONDAS ESTÁCIONARIAS NUM FIO DE AÇO TOLEDO – PARANÁ junho/2019 Giovana Renosto Heloísa Chiamenti Kauan Felipe Letícia Macedo Natacha Silva ONDAS ESTÁCIONARIAS Relatório entregue ao Prof Dr. Fernando Espinoza como requisito parcial de avaliação da disciplina de Física Geral e Experimental II do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. TOLEDO – PARANÁ 2019 RESUMO O objetivo do experimento é identificar os modos de vibração, bem como analisar a dependência entre as principais características da onda, a velocidade a propagação e a densidade, todas aplicadas a uma onda estacionária. a partir do tensionamento de um fio metálico apoiado em dois suportes, acoplado a um circuito de corrente elétrica alternada, fazendo com que a onda se propagasse quase que sem perturbações e pudesse ser feita a análise posterior dos dados obtidos. Com os mesmos, foram estimadas estatisticamente alguns dos parâmetros físicos da onda, como a densidade linear e o comprimento de onda, utilizando os últimos foi possível relacionar cada onda a sua tensão, e posteriormente a partir de ambos os parâmetros determinou-se pelos métodos direto e indireto as velocidades de onda, onde os resultados obtidos foram satisfatórios. Também determinou-se a frequência de onda, utilizando os gráficos do comprimento versus a velocidade, os resultados obtidos não foram satisfatórios ao experimento, de modo que possivelmente houve falha do operador. 1 INTRODUÇÃO Uma onda é uma oscilação ou perturbação que se propaga no espaço, carregando apenas energia, não havendo transporte de matéria (KNIGHT, 2009). As ondas estacionárias são regidas pelo princípio da superposição, o qual explica que ao se sobrepor ondas de mesma amplitude e comprimento de onda, porém com velocidades opostas e em um espaço limitado, obtém-se ondas estacionárias (CAVALCANTE, Marisa Almeida). Em se tratando de ondas mecânicas (aquelas que precisam de um meio material para poderem se propagar), pode-se diferenciá-las quanto à direção de propagação das ondas ou quanto à direção da vibração das ondas (HALLIDAY, 2003). Quanto à direção da vibração, pode-se ter ondas transversais ou longitudinais, as transversais são ondas mecânicas cuja direção de propagação é perpendicular ao plano onde ocorre o deslocamento das partículas do meio, já as longitudinais são ondas mecânicas que promovem a alteração das propriedades do meio mecânico na mesma direção de propagação da perturbação (ESPINOZA-QUIÑONES, 2019). Figura 1: Imagem demonstrando o comportamento de ondas longitudinais. Fonte: ESPINOZA- QUIÑONES, Fernando. Física Geral: Uma revisão das leis Físicas e suas aplicações. Toledo, 2019. Figura 2: Imagem demonstrando o comportamento de ondas transversais. Fonte: ESPINOZA- QUIÑONES, Fernando. Física Geral: Uma revisão das leis Físicas e suas aplicações. Toledo, 2019. Quanto à direção da propagação, as ondas ainda podem ser classificadas como unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais, de acordo com o número de dimensões em que ela transmite energia. Por uma questão de simplicidade, comumente, analisa-se uma perturbação se propagando somente numa dimensão, ou seja, restringindo a direção de propagação (unidimensional) com as perturbações do meio mecânico acontecendo na mesma direção de propagação (onda longitudinal) ou ocorrendo as oscilações das partículas do meio no plano transversal à direção de propagação (onda transversal) (ESPINOZA-QUIÑONES, 2019). Assim como outros tipos de onda, as estacionárias também possuem como característica: amplitude, velocidade, comprimento de onda, período e frequência. Para a prática em questão, que visa identificar os modos de vibração e analisar a dependência entre velocidade de propagação e densidade, estas características serão analisadas ao serem aplicadas em uma onda estacionária produzida por um determinado fio. 2 EMBASAMENTO TEÓRICO Ondas estacionárias são ondas que possuem um padrão de vibração estacionário. Formam-se a partir de uma superposição de duas ondas idênticas, mas em sentidos opostos, normalmente quando as ondas estão confinadas no espaço como ondas sonoras em um tubo fechado e ondas de uma corda com as extremidades fixas. Podem ser facilmente obtidas por intermédio de uma corda fixa em uma das extremidades. Após a promoção da oscilação na extremidade livre da corda ondas periódicas são produzidas e estas ao atingirem a extremidade fixa, sofrem reflexão e retornam com sentido contrário ao da anterior. [1] Desta maneira, as ondas incidentes e refletidas se superpõem, originando as chamadas ondas estacionárias. O efeito da superposição de ondas resulta em algumas características, como por exemplo, a amplitude variável de ponto para ponto, ou seja, existem pontos da corda que não se movimentam, possuindo amplitude nula. [2] Estes são denominados de nós ou nodos. No entanto, ainda existem pontos que vibram com a máxima amplitude, sendo conhecidos por ventres. Tanto os nós, quanto os ventres podem ser observados na figura 3 a seguir: Figura 3- Representação da onda estacionária Ao longo da corda, nós e ventres terão sempre a mesma posição. Isso acontece devido ao fato de que a energia adquirida pela corda fica estacionada entre os nós, os quais estão sempre imóveis, não deixando que a energia mecânica passe por eles. [2]. Entre os nós, os pontos da corda viram com a mesma frequência, mas com amplitudes diferentes. [3]. Em uma onda progressiva incidente (𝑦𝑖) e a refletida (𝑦𝑟) , como ondas harmônicas unidimensionais, é possível obter expressões que as definem a partir da representação genérica da onda harmônica (equação 1), sendo estas denotadas pelas equações 2 e 3 respectivamente: 𝜓(𝑧, 𝑡) = 𝐴 cos[𝑘𝑧 − 𝜔𝑡 + 𝜑] (1) 𝑦𝑖(z, t) = A cos[𝑘𝑧 − 𝜔𝑡] (2) 𝑦𝑟(𝑧, 𝑡) = 𝐴 ′ cos[ 𝑘𝑧 − 𝜔𝑡 + ∆𝜑] (3) Sendo que: A: amplitude da onda K: número da onda λ: comprimento de onda ω: frequência angular t: tempo z: posição a partir de um referencial fixo no eixo de progressão φ: fase da onda Pelo princípio de superposição da onda, o deslocamento de qualquer partícula em um dado instante é a soma vetorial dos deslocamentos que seriam produzidos pelas ondas propagadas individualmente. [4]. Desta maneira, a onda resultante da superposição de 𝑦𝑖 𝑒 𝑦𝑟 , pode ser descrita da seguinte forma: 𝑦𝑅(𝑧, 𝑡) = 𝑦𝑖(z, t) + 𝑦𝑟(𝑧, 𝑡) (4) 𝑦𝑅(𝑧, 𝑡) = A cos[𝑘𝑧 − 𝜔𝑡] + 𝐴 ′ cos[ 𝑘𝑧 − 𝜔𝑡 + ∆𝜑] (5) Considerando a existência de nós nas extremidades iniciais (z=0) e final (z=L), tem-se: 𝑦𝑅(0, 𝑡) = A cos[𝜔𝑡] + 𝐴 ′ cos[ 𝜔𝑡 + ∆𝜑] (6) Mas 𝑦𝑅(0, 𝑡) = 0, logo: 𝑦𝑅(0, 𝑡) = −𝐴 ′ cos[ 𝜔𝑡 + ∆𝜑] → ∆𝜑 = 𝜋 (7) A onda refletida é gerada pela primária com uma amplitude de onda invertida e a diferença de fase equivalente a 𝜋. Desta forma, a equação 5, pode ser reescrita da seguinte forma: 𝑦𝑅(𝑧, 𝑡) = A[cos( 𝑘𝑧 − 𝜔𝑡) − cos ( 𝑘𝑧 + 𝜔𝑡)] (8) 𝑦𝑅(𝑧, 𝑡) = 2𝐴𝑠𝑖𝑛 (𝑘𝑧) ∗ sin( 𝜔𝑡) (9) Entre os nós, não há fluxo de energia mecânica pelo meio no qual a onda estacionária é propagada. Por essa razão, se faz possível a determinação de uma expressão para essas posições, considerando x=L e que exista um nó, a equação da onda resultante pode ser dada por: 𝑦𝑅(𝐿, 𝑡) = 2𝐴𝑠𝑖𝑛 (𝑘𝐿) ∗ sin( 𝜔𝑡) = 0 → sin (𝑘𝐿) = 0 (10) Como a função seno resulta em valores nulos para ângulos múltiplos de 𝜋, temos que: 𝑘𝐿 = 𝑛𝜋 e k=𝑛𝜋 𝐿 , com n ≥1 (11) O número de ondas (k), deve assumir um valor discreto, isto é, faz-se necessário que o número seja quantizado, fazendo com que o comprimento de onda seja quantizado com um número de comprimento de onda igual ao comprimento do tubo ou do fio: λ𝑛 = 2𝜋 𝑘𝑛 , no entanto como k= 2𝜋 λ , então tem-se: 𝑛 λ𝑛 2 = 𝐿 E consequentemente: λ𝑛 = 2𝐿 𝑛 (12) O comprimento de onda discreto (λ𝑛), permite o cálculo do número de ventres e nós presentes na onda estacionária. É ainda possível, estabelecer a relação entre o modo de vibração com a velocidade e a frequência emitida sobre a corda, sendo ao modificar uma dessas componentes faz-se possível observar vários modos diferentes de vibração para um mesmo sistema. [5] A frequência (f) da onda, pode ser expressa da seguinte maneira: 𝑓 = 𝑣 λ (13) É possível a definição do modo de vibração de onda, sendo a frequência da onda tida como constante. Para isso aplica-se uma força de tensão (F) na corda, tendo em vista que em oscilações harmônicas sobre uma corda a velocidade de propagação é dada por: 𝑣 = √ 𝐹 𝜇 (14) Sendo que 𝜇 representa a densidade linear da corda. Quanto maior a velocidade de propagação, maior será a tensão e consequentemente maior será o comprimento de onda. Quando este atinge um valor λ𝑛, nota-se a formação de uma onda estacionária com n ventre e (n+1) nós. Ao substituir a velocidade na equação 13, obtém-se a tensão necessária para que cada modo de vibração ocorra. 𝑓 = √ 𝐹 𝜇 λ = 𝜇(𝑓λ)2=F (15) Por fim, substituindo λ, pela equação 12, obtém-se: 𝐹 = 𝜇 ( 2𝐿 𝑛 𝑓) 2 (16) De acordo com a equação 16, é possível inferir que quanto maior for a tensão aplicada, menor tende a ser n, em um sistema em que a frequência e a corda se mantem constantes [6]. 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Um par de suportes verticais pra fixação do fio, uma fonte de corrente alternada e uma chave liga-desliga de bornes, discos metálicos de (3.0,2.0,1.0,0,5 e 0.1N) para ser ajustada a forca de tensão. Conectores de fio apresentando pino banana e garra jacaré, um amperímetro digital, corrente alternada, um imã em formato de U. Uma balança semi-analítica nivelada, régua graduada em mm, fios de aço revestido de nylon e uma roldana metálica com rolamento. 3.2 MÉTODOS Inicialmente montou-se um circuito de conexão em série entre os seguintes equipamentos, a fonte de corrente alternada, a chave liga-desliga, o amperímetro e o fio metálico. O fio metálico foi preso aos suportes verticais, nos mesmos também foram fixadas as rol danas. A fim de manter a tensão no fio constante, em um de seus extremos foram colocados discos com pesos variando em uma cesta. A 20 cm do outro extremo, foi colocado o imã, é importante que o fio metálico passasse entre seus dois polos. Em seguida, para dar início ao experimento ligou-se a fonte de corrente alternada utilizando a chave liga- desliga. Para ser feita a leitura, ligou-se o amperímetro na função de corrente alternada (CA) em modo de leitura máxima de 20 A. Quando todo sistema foi ligado, criou-se uma forca oscilante e transversal ao fio, obtida a partir da ação do campo magnético sobre a corrente elétrica que circula o fio metálico. Ao final foi aferido o diâmetro do fio metálico, bem como as massas de alguns dos equipamentos utilizados. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Pesou-se a massa e mediu-se o comprimento total dos 5 fios metálicos utilizados e assim, determinou-se a densidade linear dos mesmos através da Equação 17, os erros foram estimados a partir da Equação 18. Os valores obtidos estão dispostos na Tabela 01. µ = 𝑚 𝑙 (17) 𝛥µ = µ √ 𝛥𝑚2 𝑚2 + 𝛥𝐿2 𝐿2 (18) Fio Massa (±5.10-6 Kg) Comprimento (±0,04 m) Densidade linear (Kg/m) L1= 15 lb 1,19. 10−3 1,80 0,55. 10−3 ± 1,24.10−5 L2= 30 lb 1,66. 10−3 1,80 0,78. 10−3 ± 1,15. 10−5 L3= 40 lb 2,12. 10−3 1,80 0,98. 10−3 ± 2,17. 10−5 L4= 50 lb 2,40. 10−3 1,80 1,13. 10−3 ± 2,42. 10−5 L5= 60 lb 2,94. 10−3 1,80 1,46. 10−3 ± 3,25. 10−5 A partir da realização do experimento, foram obtidos dados para os quatro tipos de modo de vibração (n=2, 3, 4 e 5) para cada um dos cinco fios utilizados. Mediu-se o comprimento dos fios metálicos entre seus extremos fixos, ou seja, entre o suporte e a roldana que era de 1,80 ± 0,04 m. Assim, tendo uma corrente passando por este fio e a tensão controlada para cada número de ondas observado, obteve-se a Tabela 02. Os erros da tensão e do comprimento de onda foram calculados através das Equações 19 e 20, respectivamente. 𝛥𝑇 1 2 = 𝑇 1 2 ∆𝑇 2 𝑇 (19) Tabela 01: Massa, comprimento e densidade linear dos fios ∆𝜆 = 2 𝑛 ∆𝐿 (20) Tabela 02: Densidade do fio, número de ondas, tensão aplicada pelos pesos, número de nós e os comprimentos de onda. Fio (lb) Densidade linear (Kg/m) Modo de vibração (n) Tensão ± 0,05 (N) Tensão1/2 (N1/2) Número de nós (n+1) Comprimento de onda (λ) (m) 15 0,55. 10−3 ± 1,24.10−5 2 3 5,0 2,0 2,24 ± 0,01 1,41 ± 0,02 3 4 1,80 ± 0,040 1,20 ± 0,027 4 1,0 1,00 ± 0,03 5 0,90 ± 0,020 5 0,8 0,89 ± 0,03 6 0,72 ± 0,016 30 0,78. 10−3 ± 1,15. 10−5 2 3 7,0 3,1 2,65 ± 0,01 1,76 ± 0,01 3 4 1,79 ± 0,04 1,19 ± 0,027 4 1,7 1,30 ± 0,02 5 0,90 ± 0,020 5 1,3 0,66 ± 0,02 6 0,72 ± 0,016 40 0,98. 10−3 ± 2,17. 10−5 2 3 9,3 4,2 3,05 ± 0,01 2,05 ± 0,01 3 4 1,82 ± 0,04 1,21 ± 0,027 4 2,2 1,48 ± 0,02 5 0,91± 0,020 5 1,5 1,22 ± 0,02 6 0,73 ± 0,016 50 1,13. 10−3 ± 2,42. 10−5 3 4,0 2,00 ± 0,01 4 1,25 ± 0,027 4 2,4 1,55 ± 0,02 5 0,94 ± 0,020 5 1,7 1,30 ± 0,02 6 0,75 ± 0,016 60 1,46. 10−3 ± 3,25. 10−5 3 6,2 2,49 ± 0,01 4 1,20 ± 0,027 4 3,2 1,79 ± 0,01 5 0,90 ± 0,020 5 2,1 1,45 ± 0,02 6 0,72 ± 0,016 A partir dos dados apresentados na Tabela 02, realizou-se um tratamento estatístico de linearização, gerando a Figura 04 e a Tabela 03. Figura 04. Gráficos do comprimento de onda x tensão para cada fio. Tabela 03. Dados gerados pelo tratamento estatístico. Fio (lb) Equação da Reta R2 15 y= 0,7699x + 0,0886 0,9919 30 y= 0,6930x – 0,0382 0,9962 40 y= 0,5898x + 0,0177 0,9990 50 y= 0,7138x - 0,1722 0,9996 60 y= 0,4566x + 0,0679 0,9971 Observando os dados expostos na Tabela 03, analisa-se que a linearidade das curvas é consideravelmente satisfatória, pois nota-se que em ambos os fios se obteve um coeficiente de determinação muito próximo de 1, porém os fios de 15 lb, 30 lb e o de 40 lb apresentam um levíssimo desvio. Ao observar a Figura 04, nota-se que em ambas as curvas existe pelo menos um ponto que está afastado do seu ajuste linear, esse desvio do ponto discrepante pode ser explicado por uma possível falha do operador. Com a análise estatística e com o auxílio da Equação 21, conseguiu-se realizar a estimativa da densidade pelo método indireto. 𝜆(𝑇) = 1 𝑓 µ1/2 𝑇1/2 (21) Modificando a Equação 21. 𝐵 = 1 𝑓 µ1/2 (22) Chega-se a Equação 22. µ = 1 (𝑓 𝐵)2(23) Ao comparar os valores encontrados para a densidade linear pelo método indireto e direto, obteve-se a Tabela 04, sendo importante destacar que a frequência é constante e de 60 Hz, uma vez que a energia utilizada foi à energia fornecida pela fonte, sendo esta a mesma em todos os casos. Os erros para a densidade linear foram estimados pela Equação 24. ∆𝜇 = 2 ∆𝐵 𝑓2 𝐵3 (24) Tabela 04: Densidade linear a partir de dados medidos e a partir dos gráficos. Fio (lb) Densidade linear (𝟏𝟎−𝟔 kg.m-1) Densidade linear a partir dos gráficos (𝟏𝟎−𝟔 kg.m-1) 15 550 ± 12,4 470 30 780 ± 17,6 580 40 980 ± 21,7 800 50 1130 ± 24,2 550 60 1460 ± 32,5 1330 Analisando os dados obtidos anteriormente, podemos observar uma grande discrepância, principalmente no fio de 50 lb. Isto se deve pela interferência da roldana, bem como pela dificuldade de visualização do experimentador, onde, por vezes não era possível uma afirmação correta da quantidade de ondas presente no fio. Esses fatores geram erros no valor da tensão aplicada, sendo estes propagados até o valor da densidade linear. Apesar de não haver uma grande diferença nos valores das outras densidades, nenhum valores esteve dentro das faixas de erro. Vale destacar que os valores de densidade linear comumente são mais exatos e/ou precisos, visto que o método indireto depende de um maior número de variáveis, ocasionando um maior erro associado. Outro parâmetro que pode ser determinado é a frequência. Para isso, primeiramente estimou-se a velocidade propagação das ondas pelo método direto (Equação 14) e pelo método indireto (Equação 13). Os erros para as velocidades foram calculados a partir da Equação 25 e da Equação 26, respectivamente. Os valores estão apresentados na Tabela 05. ∆𝑉 = 𝑉 2 √ ∆𝑇2 𝑇2 + ∆𝜇2 𝜇2 (25) ∆𝑉 = ∆𝜆 𝑓 (26) Tabela 05: Velocidade de propagação das ondas pelo método direto e indireto Fio (lb) Modo de vibração (n) Velocidade Método direto (m.s-1) Velocidade Método indireto (m.s-1) 15 2 3 4 5 63,32 ± 0,73 50,63 ± 0,61 42,64 ± 0,72 40,23 ± 0,84 108,0 ± 2,40 72,0 ± 1,60 54,0 ± 1,20 43,2 ± 0,96 30 2 3 4 5 58,29 ± 0,66 47,50 ± 0,55 40,82 ± 0,51 38,23 ± 0,54 107,40 ± 2,40 71,60 ± 1,60 53,70 ± 1,20 42,96 ± 0,96 40 2 3 4 5 55,79 ± 0,62 45,74 ± 0,51 38,86 ± 0,45 35,28 ± 0,46 109,20 ± 2,40 72,80 ± 1,60 54,60 ± 1,20 43,68 ± 0,96 50 3 4 5 42,07 ± 0,45 37,04 ± 0,42 33,92 ± 0,41 75,20 ± 1,60 56,40 ± 1,20 45,12 ± 0,96 60 3 4 5 41,30 ± 0,46 35,01 ± 0,40 31,51 ± 0,37 72,00 ± 1,60 54,00 ± 1,20 53,20 ± 0,96 Através dos dados apresentados na Tabela 05, observa-se que as velocidades estimadas pelo método indireto são iguais para todos os fios, isso ocorre devido a frequência ser considerada constante, como também, o comprimento do fio que permaneceu inalterado. Podemos notar também que, nos modos de vibração 2 e 3 as velocidades calculadas pelo método direto e indireto foram muito conflitantes, mesmo que nos modos de vibração não tenha sido tão satisfatórios. Esse erro pode ter sido causado grande parte por erro do operador e pela dificuldade em distinguir o começo e fim de cada onda. Associado também à soma de erros sistemáticos e aleatórios. Fez-se um gráfico da velocidade versus o comprimento de onda para análise dos dados. Este está demonstrado na Figura 05. Figura 05: Gráfico da velocidade versus comprimento de onda Na Tabela 06 estão apresentados os dados obtidos através do gráfico da Figura 05. Tabela 06: Dados gerados a partir do gráfico da Figura 05. Fio (lb) Equação da Reta R2 15 y= 22,414x + 23,441 0,9957 30 y= 18,985x + 24,405 0,9976 40 y= 18,805x + 21,956 0,9948 50 y= 16,241x + 21,73 0,9999 60 y= 20,439x + 16,73 0,9996 Os coeficientes angulares representam a frequência utilizada para cada tipo de fio, dessa forma, realizando uma média com os valores obtidos, tem-se que a frequência é igual a (19,38 ± 6,6) Hertz, sendo esse valor totalmente discordante do valor da frequência utilizado experimentalmente de 60 Hertz. Através da Tabela 06, observa-se que o R2 de todas as curvas se aproximou de 1, demonstrando que os ajustes foram satisfatórios. O fio de 15 lb foi o que apresentou coeficiente linear mais próximo do esperado, de 60 Hertz, o que não tem significância alguma, tendo em vista que, mesmo neste, o resultado estara longe do adequado. 5 CONCLUSÃO As variáveis medidas e analisadas tornaram possível a estimativa de diversos parâmetros físicos, dentre eles, o comprimento de onda e as densidades lineares. Dados os comprimentos de onda, foi possível ajustar um gráfico relacionando estes com a sua respectiva tensão. Com a estimativa das densidades lineares foi possível relacioná-las com as densidades obtidas pelos ajustes das retas no gráfico, que considerando os erros, apresentaram valores aproximados. Posteriormente pôde-se, juntamente a outros parâmetros, determinar a velocidade de propagação da onda pelos métodos direto e indireto. Considerando os erros, as velocidades obtidas permaneceram muito próximas entre ambas. A média das frequências obtidas através do gráfico da velocidade versus o comprimento de onda resultou em um altamente discrepante da verdadeira frequência utilizada no experimento de 60 Hertz. Logo, não podemos validar este método sem que haja novos experimentos a fim de minimizar os vários erros cometidos. REFERÊNCIAS CAVALCANTE, Marisa Almeida. Ondas estacionárias em cordas e determinação da densidade linear de um fio. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v35n3/a21v35n3.pdf>. Acesso em 01/06/2019 ESPINOZA-QUIÑONES, Fernando. Física Geral: Uma revisão das leis Físicas e suas aplicações. Toledo, 2019. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; KRANE, K . S. Física 2. Quinta edição. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2003. KNIGHT, R. D. Física, Uma abordagem estratégica. Vol.2, 2a edição. Porto Alegre: Editora Bookman, 2009. [1] Formação de ondas estacionárias. Disponível em: <http://fisicaevestibular.com.br/novo/ondulatoria/acustica/ondas- estacionarias/>. Acesso em: 02/06/2019 [2] Ondas estacionárias. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ondas-estacionarias.htm>. Acesso em: 02/06/2019 [3] Reis, A. Ondulatória. Disponível em: <http://ww2.unime.it/weblab/awardarchivio/ondulatoria/ondas.htm>. Acesso em: 02/06/2019. [4] Silva, T.R. Ondas em meios elásticos. Disponível em:<http://www.fisica.ufpb.br/~romero/pdf/17_ondasI_VI.pdf> . Acesso em: 02/06/2019 [5] Schulz, D. Fontes sonoras: Cordas vibrantes e colunas de ar vibrantes. Disponível em:<http://www.if.ufrgs.br/~dschulz/cordas_vibrantes.pdf>. Acesso em: 02/06/2019 [6] Apostila de Física Geral Experimental II. Prof. Dr. Fernando Rodolfo Espinoza-Quiñones. 2017. [7] SILVA, Domiciano Correa Marques Da. Ondas Estacionárias. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ondas-estacionarias.htm>. Acesso em 02/06/2019 http://fisicaevestibular.com.br/novo/ondulatoria/acustica/ondas-estacionarias/ http://fisicaevestibular.com.br/novo/ondulatoria/acustica/ondas-estacionarias/ http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ondas-estacionarias.htm http://ww2.unime.it/weblab/awardarchivio/ondulatoria/ondas.htm http://www.fisica.ufpb.br/~romero/pdf/17_ondasI_VI.pdf http://www.if.ufrgs.br/~dschulz/cordas_vibrantes.pdf [8] CAVALCANTE, Marisa Almeida. Ondas estacionárias em cordas e determinação da densidade linear de um fio. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbef/v35n3/a21v35n3.pdf>. Acesso em 02/06/2019 [9] TEIXEIRA, MarianeMendes. Ondas Eletromagnéticas. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/o-que-sao-ondas- eletromagneticas.htm>. Acesso em 02/06/2019 [10] WIKIPEDIA. Heinrich Hertz. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Heinrich_Hertz>. Acesso em 02/06/2019
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