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O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 1 
 
 
Desenvolvimento 
Sustentável 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 2 
O gestor empresarial e a sustentabilidade no Brasil e no mundo 
 
A definição de desenvolvimento sustentável foi delineada pela Organização das 
Nações Unidas com o objetivo de unir o desenvolvimento econômico à 
preservação do meio ambiente. 
A questão ambiental sempre existiu, pois as civilizações tinham grande receio da 
perda dos seus recursos naturais, motivo muitas vezes de disputas entre nações. 
No Brasil, por exemplo, alguns acontecimentos na década de 60 marcam os 
primeiros passos da preocupação ambiental, como a criação de leis que de 
alguma forma visam à preservação e conservação do meio ambiente. Nesta 
trajetória, a revolução tecnológica crescente exige novos posicionamentos 
econômicos, culturais, sociais, educacionais e da forma de fazer gestão de 
pessoas. O modelo de competências consolida esta perspectiva em ambientes 
cada vez mais complexos. 
O progresso com a preocupação ambiental no Brasil e no mundo foi marcado 
por conferências e encontros mundiais, visando demonstrar os cuidados com os 
recursos naturais, a sustentabilidade e a responsabilidade social que deve ser 
realizada por parte dos empreendimentos industriais. 
 
 
 
 
Tema 1: Sustentabilidade no Brasil e no mundo 
 
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), pode-se definir o 
desenvolvimento sustentável como “[...] o desenvolvimento que satisfaz as 
necessidades da presente geração sem comprometer a habilidade das futuras 
gerações de satisfazerem suas próprias necessidades” (definição do Relatório 
Brundtland, 1987). 
A questão ambiental sempre existiu, pois as civilizações tinham grande receio da 
perda dos seus recursos naturais, motivo, muitas vezes, de disputas entre 
nações. No Brasil, por exemplo, alguns acontecimentos na década de 60 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 3 
marcam os primeiros passos da preocupação ambiental, com a criação de leis 
que de alguma forma visam à preservação e conservação do meio ambiente. 
Pode-se citar como exemplo a criação do Estatuto da Terra (Lei 4.504/64) e, em 
1967, a criação da Lei 5.197 de proteção à fauna. 
O grande acontecimento da preocupação ambiental no mundo ocorre na década 
de 70 com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, realizada na cidade de Estocolmo. A conferência propiciou e 
incentivou a criação de regulamentações que melhoraram o controle sobre o 
meio ambiente, como ocorreu com a criação da Secretaria Especial do Meio 
Ambiente, em nosso país, no ano de 1973. Dando continuidade à preocupação 
ambiental, tem-se na década de 80 algumas leis sobre instalações industriais 
visando a qualidade ambiental e a redução de poluentes. 
O progresso com a preocupação ambiental no Brasil e no mundo foi marcado 
por conferências e encontros mundiais cujo objetivo foi demonstrar os cuidados 
que os empreendimentos industriais devem seguir em relação aos recursos 
naturais, à sustentabilidade e à responsabilidade social. A seguir, vemos um 
esquema de alguns desses eventos. 
 
 
Figura 1. Eventos ambientais no mundo. 
 
 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 4 
Tema 2: Como pensar nas gerações futuras? 
 
Algumas atitudes podem auxiliar a prática da sustentabilidade, como: 
• Consumo consciente 
• Uso racional dos recursos 
• Usar produtos que geram menor dano ao meio ambiente 
• Utilizar técnicas de reuso 
 
O movimento da conferência Eco-92 resultou na construção da Agenda 21. A 
Eco-92 demonstrou a responsabilidade e a possibilidade de cooperação por 
parte de todos os setores da sociedade – incluindo o terceiro setor – na 
resolução de problemas socioambientais. O Protocolo de Quioto, por sua vez, 
teve como objetivo estabelecer acordos e discussões entre as nações para 
verificar metas que venham a minimizar a emissão de gases que agravam o 
efeito estufa, como o metano e o gás carbônico (CO2). O Encontro de 
Johanesburgo teve como legado uma declaração relatando pontos de 
conscientização e compromisso com as questões socioambientais e a 
necessidade de erradicação da pobreza para a melhora na qualidade 
socioambiental as populações. A convenção do clima de Copenhague, outro 
evento muito importante para as questões ambientais, objetivou a resolução de 
problemas referentes à redução de gases do efeito estufa na atmosfera. Em 
relação aos objetivos do relatório de Quioto, não há evolução nas propostas. 
Tendo em vista a problemática dos recursos hídricos no Brasil e no mundo, o 
evento Rio+20 teve como objetivo a conscientização e a preocupação com o uso 
racional da água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 5 
 
Tema 3: A sustentabilidade no ambiente empresarial 
 
Atualmente os consumidores buscam por empresas com ética e responsabilidade 
socioambiental para comprar seus produtos, ou seja, procuram por organizações 
que demonstram preocupação com a qualidade de vida da população e a 
sustentabilidade. Neste sentido, ser ambientalmente correto proporciona lucro 
às empresas, pois atrai um número maior de clientes. Algumas organizações 
possuem programas que integram responsabilidade social e ambiental, como: 
• Programas de qualidade de vida para os seus funcionários 
• Qualidade nos produtos 
• Atendimento aos seus clientes 
• Acessibilidade para deficientes 
• Apoiar ações ambientais como reflorestamento e educação ambiental 
 
O tema responsabilidade social na visão empresarial refere-se a uma mudança 
de atuação interna para externa, ou seja, a empresa não abrange unicamente o 
seu funcionário como meta, mas atinge outros públicos, superando o interesse 
econômico, objetivando conquistar a comunidade da região e a sociedade de 
maneira geral. A empresa que atua de maneira responsável socialmente abre 
meios de comunicação e interação, estabelecendo o compromisso com todos em 
suas ações. Quando aprecia esse objetivo, a empresa contempla a sociedade e o 
meio ambiente como parte dos seus valores, tornando suas ações, objetivos e 
negociações sempre transparentes. 
Destaca-se que, nesse aspecto, a ética é uma forte aliada na conquista de 
clientes e, principalmente, no fortalecimento da marca, pois empresas éticas e 
responsáveis tornam sua imagem positiva, transmitem confiança, cuidado e 
preocupação com o ecossistema. Este conjunto de fatores consolida uma ótima 
posição no mercado competitivo. 
 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 6 
 
Tema 4: Em que tipo de empresa nós consumidores confiamos? 
 
Na era das redes sociais e do fácil acesso as informações, as empresas precisam 
ser ainda mais cautelosas com a sua imagem. Os consumidores de maneira 
geral estão exigentes com a qualidade dos produtos que compram, com a 
política da empresa e com o seu papel socioambiental. A credibilidade da 
organização é a principal observação feita durante uma compra ou de uma 
negociação. Qual é a confiabilidade oferecida ao comprador? A empresa tem 
projetos ambientais? Ela possui selos em sua embalagem? Ela é uma empresa 
verde? Possui projetos com a comunidade? 
 
São pequenos questionamentos que fazem toda a diferença em uma compra. 
Comparando ao mundo real, quando vamos comprar algum produto e 
observamos que há duas opções do mesmo produto com preços iguais, sendo 
uma embalagem com selo e a outra sem, qual delas adquirimos? Sem dúvida 
escolhemos o produto com selo verde, que traz credibilidade ao que estamos 
adquirindo. Por esse motivo, as empresas estão buscando cada vez mais o 
enfoque na sustentabilidade através de uma responsabilidade social atuante e 
contínua, promovendo amelhoria constante e exercendo a cooperação e a ética. 
Esse conjunto de ações promove uma relação melhor com o seu público 
estratégico, os stakeholders. Para que a organização obtenha bons resultados, 
deve-se pensar primeiro no tipo de responsabilidade que se enquadra com o seu 
perfil e em como ela pode ser aplicada com êxito, para então se estabelecer 
quem é o seu público-alvo. 
 
De acordo com essas observações, a organização pode promover projetos 
direcionados ao público-alvo que deseja atingir, pois a responsabilidade 
empresarial está voltada às respostas que uma organização reporta à sociedade 
a partir de suas decisões. 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 7 
Tema 5: Impactos da gestão sustentável no valuation das empresas e 
na gestão de marcas 
A avaliação é considerada um suporte para decisões operacionais, 
principalmente quando há incerteza ou risco de investimento, pois, dependendo 
do risco, pode haver comprometimento no retorno de uma negociação, como 
lucros, por exemplo. O termo valuation descreve o método sistematizado de 
estimar o valor de uma organização de acordo com um modelo quantitativo. 
 
Qual é a relação do valor de uma empresa com a sustentabilidade? Hoje, a 
sustentabilidade é uma das formas das empresas se destacarem no mercado, 
pois transmite credibilidade aos investidores e consumidores. De acordo com 
Rohrich e Cunha (2004), no Brasil já existem indicações de que algumas 
empresas nacionais estão superando os níveis obrigatórios perante as questões 
e legislações ambientais. 
 
Uma das formas de investimento demonstrado pelas empresas é a aplicação do 
SGA (sistema de gestão ambiental) em sua rotina. 
De acordo com estudos do mercado financeiro, os investimentos em 
organizações que apresentam a prática da responsabilidade social cresceram 
258% a partir de 1995. Os investidores preferem alocar seus recursos em 
empresas responsáveis socialmente, pois, de acordo com eles, esse tipo de 
organização gera lucros para o investidor em longo prazo. Essas empresas estão 
melhor preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais 
(BOVESPA, 2006; SILVA; QUELHAS, 2006). 
 
No Brasil, assim com no mercado internacional, foi criado um índice de ações 
referencial para investimentos ligados à sustentabilidade chamado ISE (índice de 
sustentabilidade empresarial). Com esses aspectos, pode-se concluir que 
empresas que investem na sustentabilidade se destacam no mercado 
competitivo atraindo investidores e consumidores. 
 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 8 
Tema 6: Triple bottom line 
 
A expressão triple bottom line (TBL), também conhecida como PPP (people, 
planet and profit) corresponde ao tripé da sustentabilidade: em português, 
pessoas, planeta e lucro. Quanto ao universo organizacional, o tripé da 
sustentabilidade pode ser delineado em três vertentes: social, ambiental e 
econômica. 
 
O TBL infere sobre a necessidade das empresas basearem suas decisões neste 
tripé, tendo o foco na sustentabilidade econômica do seu negócio ao gerenciar 
empresas lucrativas e geradoras de valor; a sustentabilidade social, 
proporcionando e incentivando atividades ligadas à educação, lazer e acesso à 
cultura, inserindo a comunidade ao redor como uma preocupação da empresa, e 
o incentivo ao cuidado com o meio ambiente, prática que pode ser adquirida 
com incentivo a programas de reciclagem e preservação. 
 
O primeiro P do tripé (people) refere-se ao capital humano da organização e da 
sociedade de modo geral. O capital humano em uma empresa é muito 
importante e, portanto, deve ser valorizado. Um funcionário satisfeito produz 
mais e veste a camisa da empresa. Para isto, além de salários de acordo com a 
legislação trabalhista, faz-se necessário um investimento no bem-estar dos 
funcionários. Pode-se colocar como exemplos um ambiente de trabalho 
confortável, plano de saúde extensivo a dependentes, ginástica laboral, auxílio-
creche, plano de carreira etc. 
 
Ainda nesta vertente, é preciso que a comunidade ao redor da organização 
também se sinta acolhida com a prática da responsabilidade social externa, ou 
seja, a empresa precisa ter um bom relacionamento com a comunidade. Isso se 
reflete pela transparência nos seus interesses e investimentos em projetos 
sociais e ambientais, além da conservação local e preservação dos recursos 
naturais. A segunda parte do tripé refere-se ao planeta (planet), ao capital 
natural da organização e da sociedade. Esse aspecto diz respeito ao consumo 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 9 
dos recursos naturais como matéria-prima, o que em muitos casos pode gerar 
um impacto ambiental negativo. Associar a sustentabilidade à prática econômica 
nem sempre é fácil, pois a maior parte dos processos envolve consumo de 
recursos e geração de gases poluentes, portanto, nesse caso, a empresa deverá 
repensar seus processos encontrando soluções para minimizar possíveis 
impactos. Uma das formas de atenuar esses agravantes é o reflorestamento, 
que minimiza a concentração de gases poluentes na atmosfera. É importante 
destacar que as empresas devem considerar em todas as suas atitudes e 
decisões a legislação ambiental vigente. 
 
O último P do tripé contempla o lucro (profit). O lucro ocorre quando há 
rendimento positivo adquirido através de uma negociação econômica. 
 
 
 
 
 
 
 
Tema 7: Gestão da liderança para a sustentabilidade 
 
A sustentabilidade é a capacidade de se manter. Pode-se definir uma atividade 
sustentável como aquela que pode ser mantida para sempre. Em um sentido 
mais amplo, pode-se dizer que o uso sustentável de um recurso é aquele que 
não compromete o esgotamento daquele recurso (MOTTA, 1998). O termo 
sustentabilidade, conforme colocado anteriormente, contempla três aspectos 
principais: meio ambiente, economia e o social (Figura 2). 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 10 
 
Figura 2. Aspectos principais da sustentabilidade. 
 
A questão ambiental está relacionada ao uso dos recursos naturais, de forma a 
utilizá-los não comprometendo as futuras gerações. Nesse aspecto, visa-se um 
consumo em que o ecossistema tenha capacidade de repor o que foi utilizado 
em tempo hábil. A questão da economia está voltada para uma economia verde 
em que tudo pode ser aproveitado, ou seja, visa-se o menor gasto de recursos 
possível, priorizando sempre o uso de recursos renováveis e estratégias que 
minimizam os impactos ambientais negativos, lembrando que a sustentabilidade 
não está direcionada ao uso apenas de recursos renováveis, e sim ao consumo 
consciente. A questão social está direcionada às políticas públicas que são 
ofertadas a sociedade, ou seja, para que uma população seja sustentável, é 
necessária uma vida digna com acesso a serviços essenciais, como saneamento 
básico, educação, água tratada, serviços de saúde e de coleta de lixo. 
 
Destaca-se que uma empresa responsável socialmente tem o objetivo de 
garantir a preservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos 
naturais. No âmbito empresarial, para uma organização alcançar qualquer 
objetivo ou ascensão no mercado, é necessário que alguns valores sejam 
exercidos. Pode-se mencionar o respeito nas relações internas e externas, 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 11 
solidariedade, cooperação e respeito entre os membros da empresa, qualidade 
no serviço, cumprimento de prazos com clientes, criatividade e qualidade do seu 
produto. 
 
No mundo coorporativo pode-se relatar que o conceito de sustentabilidade 
associada ao desenvolvimento foi conceituado pelo World Business Council for 
Sustainable Development, destacando a influência das três vertentes 
(econômica, social e ambiental) nascadeias produtivas. De acordo com Jappur 
2004, as empresas que desejam inserir a sustentabilidade ao seu conceito de 
trabalho devem incluir em seus objetivos o cuidado com o meio ambiente, o 
bem-estar de todos e a constante melhoria da sua imagem. 
 
Segundo Grüninger (2008), a sustentabilidade no ambiente coorporativo 
proporciona sucesso nos negócios em longo prazo e contribui para o 
desenvolvimento social, ambiental e econômico da comunidade, tornando a 
sociedade mais igualitária. Uma empresa, para ser considerada sustentável, 
deve incluir algumas características, como a geração de lucro aos investidores e 
a proteção do meio ambiente e da população, mantendo a qualidade de seus 
produtos e a satisfação de seus clientes. Essas empresas diminuem os riscos e 
trazem credibilidade. 
 
 
 
Tema 8: Gestão e estratégias para a sustentabilidade 
Tema 8.1: Responsabilidade social 
 
“É possível crescer economicamente e tecnologicamente sem impactar o meio 
ambiente?” 
 “Qual é o papel das empresas neste cenário?” 
 
Essas questões nos remetem a um conceito que reúne os aspectos econômico, 
social e ambiental, ao qual denominamos responsabilidade social. 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 12 
Tema 8.1.1: Evolução da responsabilidade social 
 
A definição de responsabilidade é muito antiga, mas teve um gap significativo 
na década de 50 com Bowen e a perspectiva de que as empresas e seus 
negócios são centros vitais de poder e decisão. Suas decisões e ações podem 
atingir a sociedade e sua vivência em vários segmentos. Portanto, qual é o papel 
e a responsabilidade das empresas perante a sociedade? As empresas precisam 
compreender suas responsabilidades e os impactos oriundos de suas ações, ou 
seja, englobar a responsabilidade social à sua gestão de negócios. 
 
Ainda nesta perspectiva nas décadas de 60 e 70, esse conceito de empresa que 
não tem por objetivo apenas o lucro é reforçado através das novas visões em 
que a responsabilidade das organizações vai além da responsabilidade da 
lucratividade. Nesse momento verifica-se a necessidade de uma postura pública 
mediante a utilização dos recursos econômicos e humanos pertencentes à 
sociedade, objetivando que esses recursos sejam utilizados para fins sociais. A 
influência de várias correntes de pensamento e alternativas propostas pela 
competitividade capitalista fizeram com que as organizações visualizassem o seu 
papel na sociedade. 
 
Nos anos 90, o conceito de responsabilidade social começa a ser inserido no 
Brasil, sendo impulsionado pela crise social do Estado. A crise teve como 
consequência a convocação das empresas a assumir suas responsabilidades com 
a sociedade e ao meio ambiente. Além da crise, outros fatores impulsionaram o 
movimento da responsabilidade social, como o avanço democrático, as maiores 
exigências da sociedade, as exigências do comércio internacional etc. 
 
 
 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 13 
Tema 8.1.2: Responsabilidade social associada ao desenvolvimento 
sustentável 
 
A definição de responsabilidade se une ao desenvolvimento sustentável pelo 
motivo de que, para se ter um desenvolvimento sustentável, todos devem ser 
inseridos em processos decisórios e informados sobre os possíveis impactos das 
escolhas de suas ações. Hoje, as organizações de modo geral visam à 
lucratividade, porém, dentro do novo cenário competitivo do século XXI, a 
política institucional de uma empresa deve levar em consideração a sua 
responsabilidade perante aqueles que serão impactados com as suas ações. 
 
A responsabilidade social pode ser definida como o conjunto de ações individuais 
ou empresarias visando o desenvolvimento sustentável do planeta, ou seja, 
ações econômicas unidas à proteção ambiental de forma a suprir as 
necessidades das gerações futuras. De forma resumida, podemos descrever que 
a responsabilidade social é uma das formas das empresas garantirem a 
sustentabilidade. 
 
 
Tema 8.1.3: Empresa socialmente responsável como estratégia nos 
negócios 
 
A responsabilidade social empresarial pode ser partilhada em três aspectos. O 
primeiro envolve a obrigação social, no qual as questões sociais estão 
relacionadas à ideia da lucratividade, ou seja, “o social” está restrito ao 
pagamento de salários justos, seguimento à legislação e à geração de 
empregos. O segundo aspecto está ligado à responsabilidade ética. O terceiro ao 
comprometimento com a sensibilidade e bem-estar social. Neste caso há 
predominância da filantropia (CHARNOV; MONTANA, 1998) 
 
Em relação aos negócios, uma empresa responsável socialmente é a 
organização que cuida do meio ambiente e dessa forma se destaca nas relações 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 14 
de mercado. Ser ambientalmente correto gera lucros e rendimentos. 
Atualmente, os consumidores procuram no momento de escolha da compra dos 
seus produtos por empresas que demonstram seriedade e ética, ou melhor, 
buscam por empresas que estejam preocupadas com a qualidade de vida da 
população. 
 
Alguns programas realizados por empresas demonstram a responsabilidade 
social como parte de suas ações e se destacam, como: melhoria contínua na 
qualidade dos seus produtos, canal de atendimento para seus clientes e 
funcionários, acessibilidade, projetos de apoio ao reflorestamento e à educação 
ambiental, programas de incentivo à qualificação e bem-estar dos funcionários e 
projetos sociais. 
 
A responsabilidade social no conceito empresarial é uma mudança no cenário da 
organização, pois sai de uma estrutura que antes era apenas interna e se dirige 
à externa. Dessa forma, a empresa não visa apenas o seu quadro de 
funcionários e o lucro como foco, mas alcança outros públicos, por exemplo, a 
comunidade ao redor e toda a sociedade de modo geral, no caso de projetos 
mais amplos. Uma empresa que atua com responsabilidade social abre canais de 
comunicação estabelecendo comprometimento em ações, ou seja, suas ações 
são sempre transparentes, demonstrando claramente os seus objetivos. No que 
tange ao meio ambiente, a empresa deve estabelecer conhecimentos e técnicas 
que sejam eticamente e economicamente desejáveis, sempre seguindo a 
legislação vigente de forma a não intervir na natureza, ou seja, para que a 
empresa demonstre ser economicamente estável e promissora suas decisões, 
não pode comprometer os recursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 15 
Tema 8.2: ISO 26000 
 
A ISO 26000 foi criada através da união de especialistas do mundo todo, 
incluindo os consumidores, governo, a indústria, os trabalhadores, as ONGs e o 
meio acadêmico, entre outros, com apoio de quarenta organizações 
internacionais. Sua criação se deu pelo Working Group on Social Responsibility 
(ISO/TMB WG SR) com a meta de orientar sobre a responsabilidade social, 
reconhecendo a responsabilidade social e o entrosamento das partes 
interessadas, os temas essenciais e as questões relacionadas à responsabilidade 
social. 
 
Ao contrário de algumas normas ISO, a norma ISO 26000 não compreende 
certificação, mas apenas oferece diretrizes para aplicação da responsabilidade 
social, delineando possíveis formas de relacionamento com o desenvolvimento 
sustentável de forma a esclarecer alguns aspectos ambientais. Esta norma 
conceitua alguns termos interessantes em se tratando de meio ambiente e 
empresa. Vejamos alguns desses termos e suas respectivas definições: 
 
organização 
entidade ou grupo de pessoas e instalações com 
um conjunto de responsabilidades, autoridades 
e relações e com objetivos identificáveis. 
[...] 
cadeia de suprimentos 
sequência de atividades ou partes que fornecem 
produtos [...] ou serviços [...] para a 
organização [...]. 
[...] 
grupo vulnerávelgrupo de indivíduos que compartilham uma ou 
várias características que são a base para 
discriminação ou circunstâncias adversas sociais, 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 16 
econômicas, culturais, políticas ou de saúde, e 
que os priva de meios para gozar seus direitos 
ou igualdade de oportunidades. 
 
De acordo com esta ISO, a responsabilidade social na era global traz 
mobilidade e grande acesso, pois na atualidade existem inúmeros dispositivos de 
meios de comunicação – por exemplo, o grande número de redes sociais. Esta 
facilidade de veiculação da informação torna as organizações mais suscetíveis a 
avaliações de vários públicos distintos, sendo comparadas a outras empresas. 
 
Existem práticas da responsabilidade social que são extremamente 
importantes, tais como o reconhecimento da empresa de sua responsabilidade 
social e o seu entrosamento com os grupos de interesse. Um dos atos 
interessantes para a responsabilidade social é a organização identificar os 
possíveis impactos gerados por ela a cada decisão acertada, sua forma de tratar 
os problemas e como ela contribui para o desenvolvimento sustentável. É 
importante colocar que as partes interessadas também devem reconhecer a 
responsabilidade social, ou seja, a organização deve se preocupar com as 
consequências que as suas ações irão oferecer às partes interessadas. Neste 
caso consideram-se como partes interessadas aquelas que podem ser afetadas 
por quaisquer ações tomadas pela empresa. Neste processo existem três 
relações principais: a da organização com a sociedade, a da organização com as 
partes interessadas e a das partes interessadas com a sociedade. 
 
A responsabilidade social traz inúmeros benefícios que englobam a 
todos. Um local mais arborizado, com menos poluição e com seus recursos 
conservados é melhor avaliado e, para valores de compra e venda, torna-se 
mais lucrativo e rentável. Os projetos sociais são outra forma de levar o 
benefício da responsabilidade social a população, como cursos de reciclagem, 
práticas de reflorestamento e hortas caseiras, projetos de incentivo a cultura, 
entre outros. Para a empresa, o benefício chega da credibilidade no mercado, o 
reconhecimento da população e, conseqüentemente, o ganho de uma clientela 
maior. 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 17 
 
Tema 8.3: ISO 14000 e a gestão ambiental nas organizações 
 
Com a necessidade de reduzir os custos, destacar-se no mercado e gerar 
lucros aos investidores, as organizações têm a necessidade de investir em 
estratégias para uma melhor avaliação e manutenção dos seus resultados 
sociais, econômicos e culturais. 
Uma empresa que tem o desejo de adotar a gestão ambiental como parte 
das suas práticas empresarias deve implantar um sistema de gestão ambiental 
estabelecendo uma política ambiental. 
 
A base da aplicação da gestão ambiental em uma empresa está na 
administração das suas atividades econômicas e sociais com a meta de utilização 
racional dos recursos naturais renováveis ou não renováveis. O foco da gestão 
ambiental está na preservação e conservação do ecossistema, diminuição dos 
impactos ambientais negativos, incentivo à reciclagem e no reuso de materiais. 
Para a aplicação do SGA, as empresas utilizam como “manual de instruções” as 
normas da série ISO 14000. As normas do grupo 14000 objetivam padronizar as 
questões ambientais das empresas que podem ser de qualquer tipo usando 
planejamento, programas de monitoramento, avaliações, auditorias internas e 
externas e certificações com o objetivo minimizar impactos ambientais 
negativos. Ressalta-se que, dentro das normas da família ISO 14000, a única 
que possibilita a certificação é a ISO 14001, pois a mesma estabelece os 
critérios de avaliação e verificação de um sistema de gestão ambiental (SGA). 
 
A certificação ISO 14001 pode ser aplicada a qualquer tipo e porte de 
organização independente do aspecto geográfico. Para que a certificação seja 
conquistada, é necessário que todos os funcionários, incluindo aqueles que 
pertencem a níveis hierárquicos mais altos, estejam comprometidos com esse 
objetivo. 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 18 
Tema 8.4: Quando optar por um SGA? 
 
Existem alguns questionamentos que devem ser considerados pela 
empresa para descobrir se a mesma necessita ou não de implantar um sistema 
de gestão ambiental. 
1º A minha empresa necessita seguir alguma legislação ambiental? 
2º A empresa sente a necessidade de melhorar a sua visão no mercado e 
as suas práticas ambientais? 
3º Os profissionais da organização estão comprometendo seu tempo com 
outras atividades que não são a sua função, como projetos ambientais? 
4. Os objetivos da empresa estão relacionados com objetivos ambientais? 
 
 
 
 
Tema 8.5: Por que implantar um SGA? Existem vantagens? 
 
O SGA traz inúmeros benefícios à organização. Pode-se destacar como um 
grande benefício o acesso a novos mercados e novos clientes, pois uma 
empresa que possui um sistema de gestão ambiental consegue tornar a sua 
marca fortalecida e seus produtos confiáveis. O SGA diminui significativamente 
os riscos e acidentes ambientais, pois este sistema torna mais fácil a 
identificação de problemas, ou seja, a empresa apresenta um processo mais 
controlado. Outro fator que contribui muito para a empresa é que através deste 
sistema a empresa evita o desperdício, o que traz lucratividade a organização. 
A credibilidade interna é outra questão benéfica, pois uma empresa com esse 
sistema torna seus funcionários mais seguros, melhorando sua relação com 
sindicatos. 
 
 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 19 
Tema 8.6: Quais os passos para a implantação do SGA? 
 
Antes de implantar o sistema de gestão ambiental, a empresa deve contar 
com o comprometimento de todos (incluindo a alta direção), contratar ou indicar 
um gestor ambiental, identificar quais as necessidades humanas e financeiras, 
avaliar a sua situação atual através de pequenas auditorias e planejar quem 
serão os funcionários responsáveis, pois o planejamento de um SGA é essencial 
para assegurar a sua efetiva implantação. 
 
Na etapa de planejamento, a empresa deverá se certificar se há 
necessidade de consultoria externa, definir a periodicidade das reuniões com os 
funcionários envolvidos e qual será o órgão certificador, caso esse seja o 
interesse da empresa, elaborar a política ambiental, verificar a legislação vigente 
relacionada à sua produção, definir seus objetivos ambientais, as prioridades e o 
treinamento dos funcionários, organizar documentos, identificar e planejar ações 
emergenciais, monitorar suas ações e definir o sistema de gestão ambiental a 
ser implantado. 
 
As agências de certificação ambiental mais conhecidas no Brasil são 
American Bureau of Shipping (ABQ – QE), Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT), Bureau Veritas Certification e Det Norske Veritas (DNV). 
 
A definição da política ambiental de uma organização é um grande passo, 
pois será neste documento que constará os objetivos e as metas ambientais. A 
política ambiental de uma empresa deverá ser apropriada às suas ações e aos 
possíveis impactos ambientais oriundos das suas atividades, da geração dos 
seus produtos e serviços, comprometendo-se com a melhoria contínua. Outro 
fato é atender a legislação pertinente, oferecer aos seus funcionários estrutura 
para que as metas possam ser alcançadas, ser documentada e mantida e ser 
disponibilizada ao público e todas as partes interessadas. 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 20 
8.7: Caracterizando o SGA - Relação meta X SGA 
 
Os sistemas de gestão ambiental devem:• ser documentados e divulgados; 
• ser mensuráveis, ou seja, de 0 a 100%; 
• estar de acordo com a política ambiental; 
• estar de acordo com os requisitos prescritos pela organização; 
• ser alcançáveis; 
• devem ser revisados rotineiramente. 
 
Não há garantias de que a empresa que aplica o SGA terá eficiência de 100%, 
podendo ainda haver resultados negativos. Neste caso, se faz necessário 
verificar a causa do resultado negativo e desenvolver ações preventivas e 
corretivas, reavaliar metas e objetivos e verificar se há condições de serem 
alcançáveis e, por último, reavaliar sua política. 
As ações corretivas são identificadas através do processo de monitoramento da 
empresa. Esse monitoramento se faz importante para identificar as principais de 
suas execuções que possam ter um impacto significativo e verificar as não 
conformidades. 
 
 
 
8.7.1; Como identificar as não conformidades? 
 
As não conformidades podem ser identificadas através do monitoramento 
ambiental, auditorias e sugestões de funcionários e reclamações de clientes. 
Em alguns casos, a ineficiência do processo está na não uniformidade das ações 
e dos funcionários. Um exemplo está na falta ou na baixa rotina de treinamento 
de funcionários que pode ter como consequências acidentes de trabalho e 
acidentes ambientais. 
 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 21 
8.8: Quando a empresa deve oferecer treinamento aos seus 
funcionários? 
 
1. Quando houver admissão de funcionários 
2. Quando um funcionário assumir uma nova função ou for deslocado 
temporariamente para cobrir um funcionário em outro setor 
3. Quando for verificado algum tipo de erro na produção 
4. Quando os métodos utilizados forem modernizados 
5. Quando novos equipamentos forem comprados 
6. Quando os objetivos, metas ou a política forem modificadas 
7. Quando as legislações sofrerem atualização 
8. Quando as metas do SGA não forem atendidas 
 
As auditorias em uma empresa podem ser internas e governamentais. As 
auditorias internas são aquelas realizadas pela própria empresa ou por 
consultorias externas. Elas têm por objetivo assegurar que o SGA está em 
conformidade com os requisitos da Norma ISO 14001. As auditorias 
governamentais ou externas são aquelas que visam uma certificação e só devem 
ser solicitadas quando o sistema de gestão ambiental estiver funcionando de 
forma adequada. Vale ressaltar que, em uma auditoria externa, o auditor deverá 
ser ético, demonstrar cuidado profissional e ter abordagens baseadas sempre 
em evidências. 
 
 
 
8.8.1: Vantagens e desvantagens de uma auditoria 
 
Vantagens: 
• Identificar e registrar o que está dentro das conformidades e das não-
conformidades com a legislação e com a política ambiental da empresa; 
• Melhoria da imagem da empresa junto à sociedade. 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 22 
• Promover a conscientização ambiental dos funcionários e daqueles que 
agem em nome da empresa. 
• Minimizar os resíduos gerados durante os processos. 
 
Desvantagens: 
Necessidade de compra de recursos para implementar o sistema de auditoria 
ambiental. 
• Possibilidade de despesas inesperadas para a correção das não-
conformidades. 
• Contratação de consultorias externas. 
 
 
 
8.9: Relatórios de sustentabilidade 
 
A responsabilidade social faz com que a empresa tenha uma postura mais 
responsável, demonstrando transparência em seus negócios. Nesse âmbito, a 
empresa não lida apenas com uma gestão interna que visa seus interesses 
pessoais, mas com uma gestão externa onde a empresa se envolve com 
projetos de ações sociais, culturais e ambientais. Desse modo, a empresa 
constrói uma imagem de destaque, tornando-se uma empresa diferenciada no 
mercado competitivo. Como formas de prestação de contas aos stakeholders, as 
empresas utilizam indicadores coorporativos principais: DSJI (DSJI) Don Jones 
Sustainability Index, Global Reporting Initiative (GRI), Iniciativa do Instituto 
Ethos, Ibase e ISE. 
 
O DSJI está voltado para os acionistas, questionando a metodologia dos 
indicadores propostos. O GRI tem como objetivo oferecer diretrizes com uma 
estrutura de confiança para que organizações de todos os portes, tipos e 
localidades elaborem relatórios de sustentabilidade. O objetivo é garantir a 
transparência, ou seja, divulgar de forma completa todas as informações sobre 
as ações e impactos, possibilitando a tomada de decisão pelos stakeholders. O 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 23 
indicador do Instituto Ethos tem como base o balanço social do Instituto 
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, possuindo foco abrangente na 
questão social. O relatório Ibase, por sua vez, é um documento numérico que 
apresenta as atividades sociais realizadas pela organização, permitindo a 
comparação com outras organizações. Este relatório tem como objetivo 
demonstrar a responsabilidade social da organização, incluindo os projetos de 
responsabilidade social interna (funcionários) e externa (comunidades), 
lembrando que nesse caso incluem-se os projetos ambientais. O ISE (índice de 
sustentabilidade empresarial) tem como objetivo gerar um ambiente de 
investimento de acordo com as demandas de desenvolvimento sustentável 
exigidas nos dias atuais, promovendo a responsabilidade social ética nas 
organizações. 
 
Destaca-se que o ISE é uma ferramenta de análise comparativa do desempenho 
das empresas listadas na BM&FBovespa. O desempenho é avaliado nas 
categorias de sustentabilidade corporativa, equilíbrio ambiental, social e 
governança corporativa, desenvolvimento sustentável, transparência nas ações e 
desempenho empresarial. Vale lembrar que uma empresa pode promover a 
diminuição da poluição dentro e fora dela com algumas ações simples como: 
 
• melhoria da organização 
• mudanças de procedimentos 
• substituição de materiais e insumos 
• programas educacionais 
 
 
 
8.10: Gestão responsável para a sustentabilidade 
 
De acordo com a ISO 26000, o engajamento é uma oportunidade criada através 
da atividade de promover o diálogo entre os stakeholders e empresa, 
promovendo uma base de informações para a tomada de decisões, ou seja, a 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 24 
percepção do stakeholder passa a fazer parte no processo decisório. Vale 
lembrar da definição de stakeholder: qualquer indivíduo ou organização que 
venha a ser afetado ou sofrer alguma interferência oriunda das atividades da 
empresa e cujas ações possam interferir na capacidade da organização de por 
em prática suas estratégias e alcançar seus objetivos (ACCOUNTABILITY, 2015). 
Uma empresa que deseja demonstrar sustentabilidade e responsabilidade social 
deve responder às necessidades de seu público-alvo e, para tal, faz-se 
necessário que haja o engajamento dos stakeholders nos seus planos 
estratégicos, gerando valor em longo prazo. 
 
Destaca-se que, a fim de colocar a sustentabilidade em prática, é preciso 
investimento financeiro para promover a interação socioambiental da 
organização com a comunidade ao redor. Nesse caso, a prática na sua maioria 
das vezes ocorre em empresas de grande porte, devido ao custo. Outro aspecto 
a ser considerado, conforme relatado anteriormente, é a legislação vigente, que 
sofre alterações ao longo dos anos, estabelecendo exigências no que diz 
respeito às questões ambientais. Esse conjunto de exigências torna a 
responsabilidade socioambiental quase obrigatória, não sendo apenas uma 
opção de se manter no mercado competitivo (TREVISAN, 2008). 
 
A materialidade é um dos princípios que vêm sendo utilizados atualmente para 
priorizar os temas mais relevantes. Na gestão considera-se como material toda 
informação que, se enganosa, pode prover decisões que venham aafetar os 
negócios de forma negativa. Na área da sustentabilidade, a materialidade está 
relacionada às estratégias e aos stakeholders, pois será o público que pode 
influenciar na tomada de decisões e ações da empresa. De acordo com o GRI, o 
teste de materialidade consiste em priorizar os temas materiais de acordo com 
os critérios estabelecidos pela organização. Conforme a AA 1000, para que essa 
priorização seja feita de forma a não se perder os possíveis impactos da 
organização no ambiente, é necessário estabelecer critérios internos e externos. 
Critérios internos estão relacionados a aspectos relativos ao negócio, ou seja, 
impactos financeiros, riscos da marca, credibilidade e atendimento à legislação 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 25 
vigente. Em relação aos critérios externos, são aqueles relacionados ao 
ambiente onde a empresa está inserida, ou seja, a relevância das ações para o 
stakeholder, para mídia e para os especialistas. 
 
Para a construção da matriz de materialidade é interessante em primeiro lugar 
definir quais tópicos a organização considera mais importante de acordo com a 
sua estratégia e os possíveis impactos ao público-alvo. Essa definição permite 
que a empresa identifique os aspectos mais significativos relacionados à sua 
atuação em função da sustentabilidade. A materialidade irá indicar os tópicos no 
que tange à prestação de contas, propiciando uma análise de gestão da 
organização. 
 
Para que os tópicos sejam definidos, é necessário permear algumas fases. A 
primeira fase para a construção da matriz é a definição dos temas a serem 
abordados, levando em consideração a opinião do seu público de interesse, os 
impactos, a política da empresa e sua estratégia de negócios. A segunda fase 
consiste em definir a ordem os tópicos de acordo com a prioridade. Em seguida 
faz-se necessário analisar os resultados obtidos na gestão e os impactos de cada 
decisão. A validação desses temas e sua ordem de prioridade devem ser 
considerados pela alta administração da organização e, se necessário, inserir 
novos temas ou reavaliar os existentes. A última fase, como ocorre em qualquer 
planejamento, consiste na avaliação do projeto e suas consequências. A seguir 
vemos um pequeno exemplo de uma matriz de materialidade, onde o arco 
significa o limitante de prioridade dos temas. Os temas acima do arco são 
considerados mais relevantes e importantes. No público externo são 
considerados clientes, investidores, acadêmicos, relatórios etc. No público 
interno são considerados todos os que fazem parte da organização. 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 26 
 
Figura 3. Fonte: <http://relatoweb.com.br/brasilkirin/first/bk/perfil/construcao-
materialidade.html>. 
 
 
 
 
8.11: Indicadores da sustentabilidade 
 
O indicador é um sinal que foca uma condição com o objetivo de transmitir 
informações que serão utilizadas nas decisões das organizações. Os indicadores 
não são apenas estatísticos, incluindo aspectos como a qualidade e 
características, portanto podem ser caracterizados como quantitativo e 
qualitativo. 
 
De acordo com Guimarães (1998, p. 309), 
[...] indicadores são instrumentos que permitem 
medir a distância entre a situação atual de uma 
sociedade e seus objetivos de desenvolvimento, bem 
como instrumentalizar a incorporação da 
sustentabilidade na formulação e na prática de 
políticas impulsionadas pelo Estado. 
 
 
 O GESTOR EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 27 
 Abaixo alguns indicadores importantes: 
• Índice de desenvolvimento humano (IDH) 
• Índice de bem-estar econômico sustentável (IBES) 
• Pegada ecológica 
• Indicadores de desenvolvimento sustentável (IDS) 
• Matriz territorial de sustentabilidade 
 
O IDH, medido anualmente, foi proposto na década de 90 pelo Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IBES, também medido a cada 
ano, é um valor que informa a sustentabilidade e o quantitativo de bem-estar de 
uma comunidade em um determinado espaço de tempo. A pegada ecológica 
mensura o quanto de área ambiental produtiva se faz necessária para IBGE 
acompanhando a sustentabilidade de acordo com o desenvolvimento do país. A 
matriz de sustentabilidade tem como objetivo unir o desenvolvimento territorial 
ao desenvolvimento sustentável (GUIMARÃES, 2009). 
 
 
 
 
 
 
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