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ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA E INOVAÇÕES EMPRESARIAIS SUSTENTÁVEIS Professora: Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett DIREÇÃO NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; STRUETT, Mirian Aparecida Micarelli. Gestão Ambiental na Empresa e Sustentabilidade. Mirian Aparecida Micarelli Struett. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 44 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Ambiental 2. Sustentabilidade 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0024-5 CDD - 22 ed. 628 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Nayara Garcia Valenciano Editoração Flávia Thaís Pedroso Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 01 02 03 sumário 07| INOVAÇÃO E ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE 15| SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA 22| ESTRATÉGIAS E EXPERIÊNCIAS BRASILEIRAS EM GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Demonstrar como as inovações e estratégias na área ambiental contribuem para a gestão empresarial sustentável. • Apresentar os conceitos relacionados com as estratégias de gestão ambiental e empresarial. • Compreender os conceitos acerca das boas práticas da Governança Corporativa. • Apresentar os indicadores que compõem as boas práticas de Governança Corporativa. • Apresentar exemplos de estratégias e experiências brasileiras em Gestão Ambiental e Sustentabilidade Empresarial. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Inovação e Estratégias de Sustentabilidade • Sustentabilidade Corporativa • Estratégias e Experiências Brasileiras em Gestão ambiental e Sustentabilidade Empresarial ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA E INOVAÇÕES EMPRESARIAIS SUSTENTÁVEIS INTRODUÇÃO introdução Caro(a) aluno(a), neste material de estudo será apresentado a você o que representam as inovações e qual é a relação com as estratégias empresariais quando o tema é gestão socioambiental. As organizações estão sendo pressionadas a reduzirem os impactos ambientais em favor da sustentabilidade, e a inovação e as estratégias empresariais se tornam imprescindíveis a partir da demanda dos consumidores. Não basta mais investir em ambientalismo artificial, ou seja, praticar o Greenwashing ou Bluewashing, o EcoManagement veio para ficar, e a inovação pautada nas demandas socioambientais se tornou uma regra no meio empresarial. Para tanto, é necessário criar estratégias. A Ecoauditoria é uma forma de monitorar o desempenho das organizações. A gestão socioambiental estratégica (GSE) cerca conceitos também de abordagem sistêmica, envolvendo decisões estratégicas da organização com as decisões ambientais onde a inovação se torna ponto vital. Em seguida, serão apresentados os conceitos sobre governança corporativa, o que compõem essas práticas e como as organizações têm se comportado em relação a essas práticas. A responsabilidade social, a governança corporativa e a gestão empresarial têm relação entre si e a responsabilidade social corporativa (RSC) e o comportamento ético dos gestores encontram-se entre as mais importantes tendências, sendo a governança imprescindível para o desenvolvimento empresarial sustentável. Algumas organizações têm demonstrado que é possível desenvolver o sistema produtivo de forma sustentável e ainda assim obter lucro, porém há barreiras quanto à unanimidade entre pensamento e pesquisadores sobre a tarefa da empresa no contexto de responsabilidade social corporativa. Entretanto, os investidores buscam empresas que tenham boas práticas de governança e entre as práticas está a atuação sustentável atrelada às questões socioambientais. INTRODUÇÃO introdução Por fim, serão apresentadas as formas do alcance das estratégias e quais organizações representam hoje a busca pela sustentabilidade corporativa no Brasil. Para se formular um modelo de gestão ambiental e de responsabilidade social, deve-se realizar o delineamento estratégico das organizações e buscar o foco na gestão ambiental corporativa. Para tanto, é preciso estudar a concorrência, verificar seus pontos fortes e fracos, e encontrar oportunidades reduzindo as ameaças que possam impedir a empresa de atuar no ambiente socioambiental como forma de buscar a vantagem competitiva no mercado empresarial. Ao final, será apresentada uma proposta de gestão que serve para as diferentes tipologias de empresas, desde as organizações que causam menos impactos socioambientais até as que causam mais impactos socioambientais e, em seguida, algumas das organizações que apresentaram maior visibilidade perante os stakeholders e sociedade nacional e internacional. Desejo a você uma boa leitura e excelente aprendizado! Pós-Universo 7 Há mais de duas décadas, as organizações estão sendo pressionadas a reduzirem os impactos ambientais em favor da sustentabilidade a partir do uso de estratégias. As vantagens do uso de estratégias levam ao reconhecimento de menores custos advindos do uso racional de recursos e energia no processo produtivo, aos incentivos financeiros adquiridos, às reduções de taxas, ao crescimento de consumidores cada vez mais conscientes, às demonstrações de compromisso com a sociedade, às obrigações legais e crescimento de fatores climáticos sobre a qualidade de vida das pessoas, às demandas dos investidores por boas práticas socioambientais, ao resgate de valores, como a ética interna influenciando a sociedade. Muitas organizações reconhecem esses benefícios a partir da adoção das ferramentas como a ISO 9001 e a ISO14001 (BETTLEY; BURNLEY, 2014). Inovação e Estratégias de Sustentabilidade Pós-Universo 8 O ponto de partida para uma transformação da gestão ambiental é de que os problemas ecológicos do mundo não podem ser entendidos isoladamente, pois são problemas sistêmicos, interligados e interdependentes que vêm acompanhados de uma mudança de valores, passando da expansão para a conservação, da quantidade para a qualidade, da dominação para a parceria em busca de uma nova filosofia ou “novo paradigma”. De acordo com Nascimento, Lemos e Melo (2008), o Instituto Elmwood resume a compreensão da gestão ambiental superficial e da gestão ecológica. Para o Instituto, os impactos ecológicos advindos das operações das organizações só terão melhoria significativa se passarem por uma mudança cultural radical, ou seja, é preciso praticar a gestão ambiental de maneira mais profunda, pautada na gestão ecológica. Para os autores do EcoManagement, o ambientalismo superficial chama a atenção para as ações das organizações que praticam a “maquiagem verde”, ou seja, fazem apenas mudanças cosméticas com objetivos cínicos, como as relações públicas, investindo mais na imagem “verde” que nas práticas socioambientais. A inovação é uma regra no meio empresarial, em que os gestores devem considerar duas situações, sendo a primeira a necessidade de inovar seus produtos e serviços, e a segunda, a facilidade com que a concorrênciairá analisá-los e copiá-los. Cada vez mais as empresas utilizam o monitoramento do ambiente externo, junto aos clientes, para identificarem oportunidades e buscarem a inovação. Estamos vivendo atualmente a era da gestão socioambiental, ou seja, as modernas corporações atrelam suas estratégias de negócios às práticas que envolvem as questões sociais e ambientais, de forma que estas se revertam em lucratividade (STADLER; MAIOLI, 2012). Conforme apontam Nascimento, Lemos e Melo (2008, p. 180): “ Pode parecer satisfatório para um gestor que não tenha conhecimento das inovações introduzidas por outras organizações na área ambiental optar unicamente por um programa de reciclagem ou de eficiência em energia. Esse é um esforço importante e útil, mas também é recomendável uma reavaliação de produtos e processos de produção da organização, buscando, de fato, uma modificação mais profunda. O pensamento ecológico profundo, portanto, gera uma série de possibilidades. As organizações podem traçar estratégias de investimento em pesquisas para desenvolver substitutos, adotar outros produtos ou práticas ou preparar sua gradual retirada do ramo em que atua dentro de um determinado prazo, se não for possível encontrar outras soluções. Pós-Universo 9 O Quadro 1 fornece um resumo da comparação entre gestão ambiental (superficial) e gestão ecológica (profunda), conforme a visão do Instituto Elmwood. Quadro 1: Comparação entre gestão ambiental e ecológica GESTÃO AMBIENTAL “superficial” GESTÃO ECOLÓGICA “profunda” PARADIGMA MECANICISTA VISÃO HOLÍSTICA E SISTÊMICA A auditoria ambiental e outras práticas administra- tivas ambientais não questionaram o paradigma organizacional dominante. A ecoauditoria questiona o paradigma organizacional dominante e envolve a passagem do pensamento mecanicista para o pensamento sistêmico. Estas ferramentas ambientais veem a organiza- ção como uma máquina que pode ser controlada e adotam o quadro de referência da economia tradicional. A gestão ecológica percebe o mundo, a natureza, o organismo humano e sociedade e as organizações como sistemas vivos, cuja compreensão não é pos- sível apenas sob o prisma econômico. Na auditoria de cumprimento podem ser aplicados métodos baseados unicamente na quantificação, já que as regulamentações e normas governamen- tais são quantificadas. Isto reforça o status quo e não fornecem orientação alguma para a solução de problemas ambientais urgentes, não contem- plados nas medidas governamentais. Como a organização é vista como um sistema vivo, ela não poder ser rigidamente controlada por meio de intervenção direta. Porém, pode ser influencia- da pela transmissão de orientações e emissão de impulsos. Esse novo estilo de administração é co- nhecido como administração sistêmica. VISÃO ANTROPOCÊNTRICA VISÃO NÃO ANTROPOCÊNTRICA Está associada à ideia de resolver problemas am- bientais em benefício da organização. É motivada por uma ética ecológica e por uma preo- cupação com o bem-estar das futuras gerações. Carece de uma dimensão ética e suas principais mo- tivações são a observância das leis e a melhoria da imagem da organização. Seu ponto de partida é uma mudança de valores na cultura organizacional (mudança no pensar e agir dos gestores). IDEOLOGIA DO CRESCIMENTO ECONÔNICO SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA A gestão ambiental não questiona a ideologia do crescimento econômico, que é a principal força motriz das atuais políticas econômicas e, tragica- mente, da destruição do ambiente global. A gestão ecológica implica no reconhecimento de que o crescimento econômico ilimitado em um planeta finito pode levar ao desastre. Busca incessantemente o crescimento econômico irrestrito, entendido em termos puramente quanti- tativos como a maximização dos lucros ou do PNB. A gestão ecológica faz uma restrição ao conceito de crescimento, introduzindo a questão da susten- tabilidade ecológica como critério fundamental de todas as atividades de negócios. Fonte: adaptado de Callenbach et al. (apud NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008, p. 18) Pós-Universo 10 A Ecoauditoria é uma forma de monitorar o desempenho das organizações, reconhecida na Administração Contemporânea na perspectiva da Ecologia Profunda. Trata-se de um plano de ação para minimizar o impacto ambiental a partir do mapeamento dos fluxos de entrada (energia e materiais), em seguida, a observação do projeto, processamento e fabricação, e, ao final, as saídas (vendas, marketing, resíduos, emissões e efluentes). O Guia do Instituto Elmwood de Auditoria Ecológica e Negócios Sustentáveis fornece uma lista de 12 itens de verificação contemplando: energia, materiais, projeto e desenvolvimento de produtos, fabricação e produção, reciclagem, marketing e vendas, resíduos e emissões, finanças, investimentos, local de trabalho, transportes, fábrica e arredores, relações internacionais de negócios (NASCIMENTO; LEMOS; MELO, 2008). O sistema comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS) tem como objetivo melhorar os resultados ambientais das organizações europeias, sejam elas sociedades privadas ou organismos públicos. Este regulamento busca desenvolver o sistema existente e incentivar a participação de um maior número de organizações. Constitui uma vantagem considerável na medida em que oferece, nomeadamente, um valor acrescentado em termos de controle regulamentar, poupança nos custos e sua imagem pública, desde que consigam demonstrar uma melhoria do seu desempenho ambiental. Acesse o link e conheça mais sobre o regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à participação voluntária de organizações no sistema comunitário de ecogestão e auditoria (EMAS). Leia mais em: <http://europa.eu/legislation_summaries/enterprise/business_ environment/ev0022_pt.htm>. Acesso em: 02 dez. 2014. saiba mais Pós-Universo 11 A partir da década de 90, o movimento internacional de responsabilidade social iniciou com um conceito novo, a gestão socioambiental estratégica (GSE) a partir do movimento internacional de responsabilidade social buscando maior visibilidade e reconhecimento, e nesta época surgiu uma organização norte-americana denominada Business for Social Responsibility (BSR) gerando novos organismos independentes vinculados a mesma ideia (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008). “ A gestão socioambiental estratégica (GSE) de uma organização consiste na inserção da variável socioambiental ao longo de todo o processo gerencial de planejar, organizar, dirigir e controlar, utilizando-se as funções que compõem esse processo gerencial, bem como das interações que ocorrem no ecossistema do mercado, visando atingir objetivos e metas de forma mais sustentável possível. (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008, p. 18). Como afirma Curi (2012, p. 145), “ter uma boa ideia não é o bastante para garantir o sucesso de um novo produto ou serviço”. “ Um dos momentos principais de evolução ambiental nas empresas é alcançado quando a gestão percebe que a sustentabilidade pode integrar o planejamento estratégico da empresa, ou seja, a organização aprende a tirar vantagens comerciais por meio do posicionamento ecologicamente correto. Como aumenta a cada dia o número de clientes e investidores preocupados com o meio ambiente, o cuidado com a natureza está se convertendo em lucratividade e investimentos (CURI, 2011, p. 120). A implantação de um modelo de Gestão Ambiental, como afirma Stadler e Maioli (2012, p.68), envolve conceitos de abordagem sistêmica, ou seja, “um modelo adequado deve unir os objetivos e as decisões estratégicas da organização com as decisões ambientais culminando no resultado esperado (diminuição do impacto)”. Pós-Universo 12 É preciso estudar a concorrência, saber como atua a organização ou o grupo de organizações que concorrem avaliando seus pontos fortes e fracos, utilizando a seu favor principalmente as fraquezas de seus concorrentes, transformando-as em oportunidades para a empresa. Porisso, como afirma Curi (2012, p. 145), “é preciso ter um bom plano. A esse planejamento, a essa definição sobre ‘o que vamos oferecer a nosso cliente’, damos o nome de estratégia”. Como podemos perceber, há uma verdadeira transformação no mundo dos negócios gerados pela influência ecológica aliada também aos fatores econômicos e sentida pelas empresas em todo o mundo. Como aponta Tachizawa (2011, p. 5), “as organizações que tomarem decisões estratégicas integradas à gestão ambiental e ecológica conseguirão significativas vantagens competitivas”. Isto pode envolver redução de custos e incrementos nos lucros, tanto a médio como em longo prazo. Ainda assim, é preciso ter “tática”, ou seja, o ciclo de planejamento e revisão nunca acaba, precisa constantemente ser reestruturado, reformulando a estratégia por meio de novas táticas, pois não há garantias de que uma estratégia possa dar certo, portanto é preciso estar atento ao mercado e ao concorrente e inovar quando for preciso. De acordo com Curi (2012) e Nascimento, Lemos e Melo (2008), há dois tipos de inovações: a incremental (quando a empresa faz pequenas mudanças em seus produtos ou atividades) e a radical (quando há uma mudança mais profunda, como a substituição de um produto por outro, por exemplo). Vários podem ser os motivos que levam as empresas à inovação, dentre eles, cortarem os custos, tornar os produtos mais baratos, e, considerando o nosso foco na gestão ambiental, podemos citar a diminuição dos efeitos negativos das atividades da empresa no meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas. Pós-Universo 13 As empresas adotam estratégias para resolver problemas em diversas áreas, como a área de gestão de pessoas, gestão financeira, dentre outras. Na área ambiental, elaborar estratégias ambientais é importante porque: a) tem crescido muito o movimento ambientalista, b) os clientes e comunidades valorizam muito o meio ambiente, c) por causa do comportamento das demandas, d) para controlar a escassez de recursos naturais, e) para criar projetos sociais em meio ambiente, e f ) para criar uma boa imagem ambiental da empresa para fins de Marketing. Essas estratégias são muito eficazes para alcançar a sustentabilidade, com menor influência no meio ambiente e aceitação dos stakeholders (STADLER; MAIOLI, 2012). Analisando inovação e estratégia, podemos citar como exemplos a estratégia interna, de consumo de energia e de recursos utilizados nos processos de produção e distribuição, uma vez que, existe forte pressão de órgãos reguladores para evitar os desperdícios. Outro exemplo é representado pelos efluentes líquidos e gasosos, os quais representam perigos à natureza. Os consumidores, como afirmam Stadler e Maioli (2012, p. 69) “podem deixar de consumir os produtos e serviços das empresas que não contribuem para a proteção do meio ambiente natural”. Ou seja, o impacto ambiental está diretamente ligado à criação de valor da empresa e isto pode afetá- la seriamente. Alianças e parcerias ecológicas são cada vez mais comuns. É o caso entre as ONGs ecológicas com a cadeia de Lojas Renner, que com o aval do Greenpeace, lançaram uma coleção de roupas com um sistema de tingimento natural. Da mesma forma a TAM, com a aprovação do Greenpeace, e com selo de qualidade do IBD, utiliza açúcar orgânico a bordo de suas aeronaves. Fonte: Tachizawa (2011) saiba mais Pós-Universo 14 As concessionárias de veículos também já aderiram à ideia do “Carro Verde” no Brasil. Um exemplo é a marca Nissan que apresentou carro com “Emissão Zero” fornecendo dois modelos Leafelétricos, ou seja, que não utilizam motor à combustão. A Honda anunciou o Civic com o “Econ”, que uma vez acionado proporciona uma condução econômica. A Mitsubishi importou uma unidade do veículo elétrico i-MIEV - uso do presidente da empresa no Brasil. A Volkswagen possui a linha Bluemotion no modelo Polo utilizado para introduzir a ideia da economia, frugalidade e consciência ambiental. O Gol, por sua vez, possui a versão Ecomotion que também proporciona uma redução no consumo de combustível. Por último, a FIAT, há mais de uma década, produz em parceria com a Hidrelétrica binacional de Itaipu veículos elétricos destinados ao uso da usina. Ainda a FIAT foi a primeira tratar os resíduos do processo produtivo em uma “estação” de tratamento de água em Betim, MG. Mesmo em destaque, o mercado brasileiro patina para desenvolver tecnologia e oferecer produtos como os demais mercados americano e europeu. Parte desse problema pode se fundamentar na questão econômica que, pela distribuição de renda disforme, faz com que a demanda se concentre em segmentos de menor valor agregado. Fonte: adaptado de Belli et al. (2013, online) saiba mais A inovação requer estratégias bem definidas no desenvolvimento das tecnologias para o oferecimento de produtos que gerem alto investimento e desenvolvimento. A produção dos veículos, por exemplo, está pautada nas estratégias de sustentabilidade ambiental, porém não está em consonância com a questão econômica vigente em nosso país. Sem a distribuição de renda equânime, haverá sempre uma demanda que se concentra em segmentos de menor valor agregado, como os carros populares e menos sustentáveis. A demanda a este tipo de veículo ou ainda ao alto investimento culmina em entraves para o investimento, desenvolvimento e produção dos veículos que possibilitem uma sociedade mais sustentável. Pós-Universo 15 O que podemos fazer no contexto da economia do século XXI? Quais serão as regras do comércio? Estariam elas atreladas à maior conscientização do consumidor sobre as questões ambientais e a responsabilidade corporativa? Essas são perguntas que estão levando os gestores a buscarem o fortalecimento do conceito de responsabilidade social corporativa. Em 1998, cerca de 60 representantes, incluindo a Natura do Brasil, a Aracruz Celulose, o Grupo Votorantim, a Calçados Azaleia, dentre outros, lançaram na Holanda as bases do conceito de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), no importante evento do Conselho Organizacional Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), com o foco na atuação organizacional ética, mostrando ao empresário a importância do papel empresarial na promoção da qualidade de vida da comunidade que o cerca, bem como as iniciativas do Planejamento Estratégico ligadas às práticas de voluntariado, gestão ambiental, marketing verde, respeito aos empregados, dentre outras práticas importantes que denotam cidadania empresarial (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008). Sustentabilidade Corporativa Pós-Universo 16 A responsabilidade social, a governança corporativa e a gestão empresarial têm relação entre si e estão envolvidas em questões cada vez mais complexas, nas quais as questões socioambientais são crescentemente importantes para o êxito e sobrevivência dos negócios, tanto no contexto nacional quanto internacional, impondo barreiras e desafios aos campos cultural, político e comercial, como • O posicionamento mais consciente e exigente dos clientes, atentos ao padrão competitivo das empresas em todo o mundo; • A questão do dumping social que envolve tanto valores éticos quanto argumentações de caráter protecionista não formais; • A minimização de choques culturais, no âmbito interno e externo às empresas, e a conquista de aceitação e credibilidade dos novos mercados (TACHIZAWA, 2011, p.68-69). De acordo com os autores Nascimento, Lemos e Mello (2008), a responsabilidade social corporativa (RSC) e o comportamento ético dos gestores encontram-se entre as mais importantes tendências que hoje influenciam tanto a teoria como a prática da administração. Apesar dos esforços de vários teóricos, a teoria frágil e mal fundamentada sobre responsabilidade corporativa tem aberto espaços para práticas equivocadas, de forma que o conceito de responsabilidade socioambiental tem sido reduzido àresponsabilidade corporativa, dificultando a identificação de padrões que nos permitam compreender melhor o tema. Para os mesmos autores (2008, p. 18): “ Responsabilidade social (socioambiental) corporativa é o comprometimento permanente de empresários de adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, [qualidade ambiental] e a qualidade de vida de seus empregados, de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo. Pós-Universo 17 Para Tachizawa (2011, p. 68), a responsabilidade social corporativa: “ [...] deve expressar compromissos com a adoção e a difusão de valores, conduta e procedimentos que induzam e estimulem o contínuo aperfeiçoamento dos processos empresariais, para que também resultem em preservação e melhoria da qualidade de vida da sociedade do ponto de vista ético, social e ambiental. A governança é muito importante, com vistas a reduzir a corrupção e aumentar a responsabilidade, de forma que legislações e instituições são imprescindíveis para o desenvolvimento empresarial sustentável, ou seja, é preciso pensar as economias de mercado de sucesso versus a limitação dos direitos humanos, por exemplo. No campo da igualdade, inclusão econômica e social possuem uma grande influência no escopo da empresa sustentável, e o manejo sustentável do meio ambiente natural é outro aspecto fundamental a se considerar na promoção dessas empresas. “ A estrutura de vida política e civil é determinante importante da competitividade, crescimento econômico e de empresa sustentável. A boa governança é traduzida em direitos humanos, instituições democráticas, liberdade de expressão, direitos iguais entre homens e mulheres e assim por diante, em geral, é um indicativo do desenvolvimento sustentável. No entanto, a relação entre o desenvolvimento sustentável e o do setor privado, em um lado da equação, e os direitos humanos, democracia e a liberdade de outro lado, é multifacetada (BUCKLEY, 2012, p.79). Para tanto, como afirma Buckley (2012), é preciso também que haja uma interação entre todos os setores da sociedade para uma boa governança, pois sem o manejo cuidadoso das relações socioambientais nacionais e internacionais, alguns países podem estar ameaçados. Podemos citar o caso da África Subsaariana, onde um terço da população está subnutrida, a mudança climática teve um maior impacto sobre a produção de alimentos, contribuindo para perdas agrícolas que culminaram na morte das pessoas desse país e, além disso, uma concorrência maior pelo uso de recursos pode provocar mais corrupção e conflitos. Pós-Universo 18 Algumas organizações têm demonstrado que é possível desenvolver o sistema produtivo de forma sustentável e ainda assim obter lucro; da mesma forma que a RSC, a gestão socioambiental estratégica exige um comportamento ético baseado em novos valores. Esses valores socioambientais ainda não estão incutidos nas pessoas, fazendo com que não se preocupem com o efeito estufa, por exemplo, e não se preocupem ou se sintam responsáveis por esta e próximas gerações, atribuindo muitas vezes a responsabilidade aos governos, às empresas e aos países desenvolvidos. Poucas organizações buscam incluir a questão socioambiental em seu planejamento estratégico, mas recentemente essa prática está sendo disseminada e as organizações iniciam um pensamento mais sistêmico e holístico, uma vez que elas como sistema aberto realizam trocas tanto internas quanto externas à organização (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008). Contudo, a prática da Responsabilidade Social Corporativa (RSC) ainda encontra barreiras quanto à unanimidade entre pensamento e pesquisadores, como Milton Friedman, que afirmava que a tarefa da empresa é otimizar lucros para os acionistas pelo bom uso dos recursos organizacionais e o pagamento correto dos salários aos seus funcionários, de forma que a organização deveria se preocupar apenas com suas próprias atividades e não com ações sociais; versus Keith Davis, que afirmava que a empresa obtém o poder na sociedade e tem obrigação de demonstrar sensibilidade às questões socioambientais. A definição de empresa sustentável no Brasil tem se ancorado cada vez mais no pilar ambiental, como demonstra o Relatório de Sustentabilidade Corporativa apresentado pelo monitor de sustentabilidade corporativa do Market Analysis 2012. Acesse o link e conheça o estudo sobre os significados da sustentabilidade empresarial para o consumidor disponível em: <http://marketanalysis.com.br/wp-content/uploads/2014/07/Not_331.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2014. saiba mais Pós-Universo 19 De acordo com Montana e Charnov (1998, p. 36-37 apud NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008, p. 185), há três níveis de sensibilidade social das organizações: Quadro 2: Níveis de Sensibilidade das organizações Abordagem da obrigação social Assume que as únicas obrigações de RSC da empresa são aquelas exigidas por lei. Uma empresa que assume esta postura se satis- faz apenas cumprindo as obrigações sociais, ou seja, não realiza nenhuma ação voluntária na área socioambiental. Abordagem da responsabilidade social Reconhece que a empresa tem responsabilidades econômicas (RE) e sociais (RS). As responsabilidades econômicas são otimiza- das pelos lucros e aumento do patrimônio líquido dos acionistas. As RS consistem em lidar com os problemas sociais atuais, mas somente até o ponto em que o bem-estar econômico da empresa não é afetado de forma negativa. Os grupos de ação-social são reconhecidos e pode-se até contribuir com eles, encorajando gerentes e funcionários a fazer o mesmo. Esta postura é denomi- nada adaptação reativa – um processo de reação dos problemas. Abordagem da sensibilidade social Esta abordagem enfatiza que a empresa não tem apenas respon- sabilidades econômicas e sociais. Ela também precisa se antecipar aos futuros problemas sociais e destinar recursos organizacio- nais para lidar com esses problemas. Isso é feito pela adaptação proativa, ou seja, prevendo problemas futuros e lidando com eles agora. Esses problemas podem não estar diretamente ligados à empresa, mas sua solução beneficiará a sociedade como um todo. Esta postura da organização atribui aos gestores a responsabilida- de de compatibilizar os interesses dos proprietários da empresa com os interesses da sociedade. Fonte: adaptado de Montana e Charnov (1998, p. 36-37 apud NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008, p. 185). A gestão socioambiental, para ser considerada estratégica, precisa preconizar a sensibilidade social, pois sua gestão deve voltar-se à proatividade, e antever os impactos de suas atividades no contexto global. De acordo com Barbieri e Cajazeira (2012, p. 197), “ A crescente demanda por parte da sociedade de boas práticas empresariais, e que não raro se transformam em novas leis, tem levado muitos investidores a dar preferência para as empresas que se mostram responsáveis em termos econômicos, sociais e ambientais, pois, em tese, serão as que irão acumular menos passos ao longo do tempo e que poderá ser exigido algum dia. Pós-Universo 20 Os investidores buscam empresas que tenham boas práticas de governança. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2015, online), as boas práticas convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando os interesses à finalidade de preservar e otimizar o valor da organização. Lançado em 2000, o novo mercado estabeleceu desde sua criação um padrão de governança diferenciado. Conheça o Principal documento do IBGC – nele você conhecerá o Código que apresenta as recomendações de boas práticas de Governança com o objetivo de contribuir para a evolução da Governança Corporativa das empresas e demais organizações atuantes no Brasil. As recomendações apresentadas no documento são frutos de análise e estudo do IBGC de referências legais, regulatórias, acadêmicas e práticas, nacionais e internacionais,que tratam do tema Governança Corporativas, bem como de experiências e opiniões de entidades governamentais, de mercado, associações de classe, de profissionais, além de indivíduos de reconhecida competência na matéria e de entidades internacionais congêneres. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/inter.php?id=18180>. Acesso em: 13 dez. 2014. saiba mais O Índice de Práticas de Governança Corporativa (IPGC) avalia as empresas a partir de documentos públicos disponibilizados pelas próprias organizações nas Comissões de Valores Mobiliários (CVM). As pontuações em escala de 0 a 10 são obtidas a partir da avaliação de 24 critérios. A evolução em dados gerais teve uma média em 2004 de 3,8; já em 2012, essa média subiu para 5,9. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/userfiles/files/Pesquisa_Evolucao_ GC.pdf>. Acesso em: 13 dez 2014. fatos e dados Pós-Universo 21 Conheça a Metodologia e acompanhe a evolução da Governança Corporativa nas empresas listadas na bolsa de valores (2004-2012) que traduz quase uma década de Boas Práticas. As análises apresentam empresas que tiveram títulos negociados na bolsa neste período e contemplaram as dimensões: transparência, conselho de administração, ética e conflito de interesses e direitos dos acionistas. Os dados apresentam as taxas de crescimento no período. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/userfiles/files/Pesquisa_Evolucao_ GC.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2014. saiba mais Conforme podemos perceber, caro(a) aluno(a), a busca pela sustentabilidade corporativa está atrelada cada vez mais à governança corporativa, onde gestão e qualidade são temas secundários na definição de conceitos dos consumidores brasileiros, e a preservação e ações sociais são temas cada vez mais relevantes para a sociedade brasileira. Quanto mais o consumidor brasileiro se utiliza de uma frente de atuação para definir o que é sustentabilidade empresarial, mais ele tende a usar essa mesma frente como parâmetro de avaliação das empresas. Isso vale também para a preservação ambiental? reflita Pós-Universo 22 Para uma boa compreensão dos elementos que caracterizam uma empresa como sustentável, é preciso conhecer o caminho que se pretende percorrer . Sabemos que não é possível traçar um único caminho, uma vez que as organizações têm processos, produtos, serviços e clientes diferenciados no mercado. De acordo com Tachizawa (2011, p. 93), para se formular “um modelo de gestão ambiental e de responsabilidade social deve-se realizar um delineamento estratégico das organizações”. Isso envolve uma série de elementos como a análise da missão e dos aspectos inerentes ao mercado (concorrentes, fornecedores, órgãos normatizadores, produtos e processos), dentre outros. Para isso, procura-se estabelecer a compreensão do funcionamento da empresa em relação ao seu contexto ambiental (análise ambiental). No mercado existem empresas diferentes entre si. Quanto à classificação, podemos citar as que são pertencentes aos ramos comercial, de prestação de serviços ou industriais. Esse delineamento envolve também estratégias genéricas e específicas nos campos sociais e ambientais. Estratégias e Experiências Brasileiras em Gestão Ambiental e Sustentabilidade Empresarial Pós-Universo 23 Savitz (2007 apud CURI, 2012) salienta o papel da empresa na era da sustentabilidade. Analisar a atuação da empresa envolve a análise do desempenho nas dimensões social, ambiental e econômica da própria empresa e do concorrente. O Quadro 3 descreve as principais ideias acerca da atuação da empresa para uma análise melhor sobre o desempenho econômico, social e ambiental, e sobre o negócio do possível concorrente. Quadro 3: Análise de desempenho da empresa O que diz a empresa Como a empresa opera Não basta apenas o que está escrito nos relatórios ou documentos, é preciso de- monstração de atuação na área ambiental ou social por meio das ações. Relatórios que só apontam boas notícias podem ser suspeitos, pois a empresa pode estar prati- cando o greenwashing ou o bluewashing, que levam a uma falsa imagem da susten- tabilidade empresarial. A empresa está agindo de acordo com a lei? Mas apenas de acordo com a lei? É preciso verificar se a empresa possui pro- cessos na justiça ou multas relacionadas ao meio ambiente. Porém a empresa que caminha rumo à sustentabilidade deve buscar outras formas de fazer o bem (ser ética) em relação ao meio ambiente e à so- ciedade que não se pautem somente em agir de acordo com a lei. A natureza do negócio da empresa Como a sustentabilidade se aplica ao seu setor Qual é o impacto dos bens e serviços da empresa na sociedade e no meio ambiente. É realmente sustentável? Há vários negó- cios que utilizam recursos não renováveis. Por isso é preciso iniciativas no sentido de minimizar o uso deste recurso. Por isso inovar é preciso, para tornar a natureza do negócio mais sustentável, conquistan- do novos clientes e saindo na frente da concorrência. Como a sustentabilidade se aplica à empresa? Depende do ramo em que atua. O desenvolvimento sustentável assume di- ferentes significados na prática. É preciso ter clareza de que os impactos socioambien- tais são diferentes de um ramo para outro, e você precisa conhecer o seu, para saber como praticar a sustentabilidade. Fonte: adaptado de Savitz (2007 apud CURI, 2012). Pós-Universo 24 Realizada a análise acerca da atuação da empresa, partimos para a verificação dos pontos fortes e dos pontos fracos da organização, além das oportunidades e ameaças em relação ao seu concorrente ou mercado. Os autores Nascimento, Lemos e Mello (2008) sintetizam o que representam essas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para as empresas: • As forças – representam a capacidade interna da organização para aproveitar as tendências e as descontinuidades identificadas; • As fraquezas – representam a falta de capacidade interna da organização para aproveitar as tendências e as descontinuidades identificadas; • As oportunidades – representam os fatores externos previsíveis que podem influenciar positivamente as atividades da organização em relação às tendências e descontinuidades identificadas; e • As ameaças – são representadas pelos fatores externos previsíveis que podem exercer influência negativa às atividades da organização em relação às tendências e descontinuidades identificadas. Em seguida, é possível alcançar metas de sustentabilidade, o que é vantajoso para a empresa. De acordo com North (1992 apud DONAIRE, 2007), um exemplo prático em relação aos pontos fortes e fracos, e às oportunidades e ameaças pode ser analisado a partir dos seguintes itens apresentados no Quadro 4: Quadro 4: Análise dos itens que compõem a análise das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças empresariais PONTOS FORTES • Produtos amigáveis ao ambiente; • Processos produtivos que economi- zam recursos e não provocam riscos ao ambiente; • Imagem corporativa em relação à causa ambiental; • Compromisso da gerência e do pessoal com a proteção ambiental; • Capacidade da área de P&D para tec- nologias e produtos “limpos”. PONTOS FRACOS • Produtos que não podem ser reciclados; • Embalagens, recipientes não recicláveis; • Processos poluentes; • Efluentes perigosos; • Imagem poluidora; • Pessoal não engajado na questão ambiental. Pós-Universo 25 OPORTUNIDADES • Entrada em novos mercados; • Possibilidade de transformar produtos tradicionais em produtos ambiental- mente amigáveis; • Assegurar a sobrevivência da empresa pela manutenção de uma boa imagem ambiental; • Aumentar o desempenho dos fornecedores e colaboradores esta- belecendo objetivos para a proteção ambiental; • A possibilidade de economizar recur- sos, energia e custos. AMEAÇAS • Avanço da legislação ambiental e a possibilidade de investimentos adicio- nais e diminuição de lucros; • Intervenção governamental nas ativi- dades produtivas atuais; • Atuação dos grupos ecológicos;• Desempenho dos concorrentes refe- rente à questão ambiental. Fonte: adaptado de North (1992 apud DONAIRE, 2007) De acordo com Orsato (2003 apud KRAEMER, 2004), há quatro elementos envolvidos na Gestão Ambiental Corporativa quando a empresa está preocupada com seu foco competitivo. A Figura 1 apresenta os tipos genéricos de estratégia ambiental corporativa. CUSTO DIFERENCIAÇÃO PROCESSOS PRODUTOS E SERVIÇOS Vantagem Competitiva I - Produtividade de recursos II - Além da conformidade legal III - Produtos e serviços ecoorientados IV - Liderança de custo ambiental Foco Competitivo Figura 1: Tipos Genéricos de Estratégia Ambiental Corporativa Fonte: Orsato (2003 apud KRAEMER, 2004). Pós-Universo 26 Os quadrantes representam a tipologia de Estratégias Ambientais Específicas que as empresas podem adotar. A estrutura do setor no qual a empresa opera seu posicionamento dentro do setor, os tipos de mercado a que a empresa atende e suas competências determinarão o foco competitivo mais apropriado apoiado nos processos organizacionais ou produtos e serviços, e a fonte potencial de vantagem competitiva (custo ou diferenciação) para a empresa. De acordo com Orsato (2003 apud KRAEMER, 2004), • I quadrante (Produtividade de recursos) - diversos fatores sociais, econômicos, dentre outros, influenciam as empresas a buscarem um grau significativo de produtividade de trabalho e capital, com o objetivo de reduzir custos e preço final dos produtos. Os estudos demonstraram que pode até emergir um novo sistema econômico com o novo conjunto de práticas socioeconômicas e socioambientais no processo produtivo, Podemos citar como exemplo empresas que a partir de sobras de suas matérias-primas utilizam como estratégia converter os resíduos de suas atividades empresariais em outros produtos comerciais, gerando lucro com essas atividades. A partir do uso de estratégias baseadas em produtividade de recursos, as organizações podem concentrar esforços na exploração de oportunidades ocultas, podendo se tornar uma vantagem competitiva para a empresa. • II quadrante (Além da conformidade legal) - a imagem corporativa pode ser melhorada dependendo das ações socioambientais perante a opinião pública. Neste sentido, quando a empresa faz uso da ISO 14001 (SGA), por exemplo, e se comunica por meio dos relatórios ambientais demonstrando as suas preocupações socioambientais, elas melhoram a sua imagem. • III quadrante (Produtos e serviços ecologicamente orientados) – os produtos ecologicamente orientados representam um nicho de mercado definido e explorado pela maioria das empresas. Empresas que desejam gerar vantagem competitiva a partir desta estratégia devem observar se os consumidores estão dispostos a pagar por esta diferenciação e se é difícil de ser imitada pelos concorrentes. Além disso, essas informações devem ser confiáveis e disponíveis ao consumidor. Pós-Universo 27 • IV quadrante (Liderança de custo ambiental) - envolverá redução de custos e minimização de impactos ambientais. Esta é a mais ambiciosa das estratégias, pois obter vantagem de custo e ainda reduzir os impactos ambientais associados aos produtos e serviços exige inovações radicais no desenho dos produtos. Sintetizando, algumas empresas podem desenvolver estratégias mais ambiciosas e explorar alternativas mais arriscadas e radicais. Como afirma Orsato (2003 apud KRAEMER, 2004, p. 8), desenvolver estas estratégias “[...] possui implicações diretas na maneira como as organizações podem otimizar seus esforços na área ambiental e focalizar no tipo de estratégia genérica que faz mais sentido para a empresa”. Conforme percebemos, dependendo do tipo de organização, do ciclo produtivo, as estratégias podem ser diferentes. Porém, o modelo proposto por Tachizawa (2011) serve para diagnosticar e gerenciar uma organização de uma forma simplificada fundamentada nos seguintes pressupostos: • Caracterização da organização. • Verificar as estratégias genéricas (algumas são comuns a todos as organizações que fazem parte do mesmo setor econômico e podem subsidiar as estratégias específicas). • Verificar as estratégias específicas (decisões de nível estratégico dependem do estilo de gestão do principal executivo – crenças, valores, etc.). • Ambas as estratégias formam o processo decisório (função direta da cadeia produtiva) que pode ser hierarquizado em níveis decisoriais. • O processo decisório envolve as atividades empresariais (cadeia de agregação de valores e cadeia produtiva). A partir do resultado da hierarquização em níveis, sugere-se trabalhar duas (nível estratégico e operacional), onde as de nível operacional se agrupam com as decisões de gestão ambiental e responsabilidade social, interagindo com as decisões da cadeia produtiva. • As decisões estratégicas estabelecem regras decisórias para os níveis operacionais que, por sua vez, dão o feedback para o nível superior (estratégico). Pós-Universo 28 • A cadeia produtiva (ciclo operacional ou cadeia de produção de agregação de valores) composta por processos produtivos de forma sistêmica (atividades- fim) é suportada pelos processos de apoio. • Os processos sistêmicos (produtivos e de apoio) geram eventos econômicos (processados e mensurados pelo processo decisório - operacionais), gerando ações no âmbito de seus processos. • Os indicadores de negócios, qualidade e desempenho constituem métricas para monitorar o processo decisório. O modelo a seguir retrata uma organização inserida em um contexto ambiental em que a mesma opera sujeita às influências das variáveis ambientais e interagindo com stakeholders para satisfazer suas expectativas. Decisões estratégicas: • objetivos corporativos • estratégias genéricas Decisões ambientais e sociais: • projetos ambientais • projetos de responsabilidade social Cadeia Produtiva Fornecedores Processos Produtivos Processos de apoio Clientes Indicadores de Negócio Indicadores Ambientais e sociais StakeholdersVariáveis ambientais Figura 2: Proposta de modelo de Gestão Fonte: Tachizawa (2011, p. 97). Pós-Universo 29 Conforme aponta Tachizawa (2011), o modelo compõe uma estrutura de decisões e objetivos, sendo que a decisão estratégica advém das estratégias genéricas e as operacionais extraídas do plano estratégico. O conjunto de indicadores é associado ao processo decisório da organização e os indicadores dependerão do porte, do estágio devido da organização. O modelo de Gestão Ambiental e de Responsabilidade Social pode ser aplicado de forma completa ou parcial para: • Implementar estratégias ambientais e sociais, quando realizada a abordagem global do modelo proposto; • Fazer diagnóstico geral da organização; • Subsidiar o processo de planejamento estratégico; • Criar métricas e indicadores para monitoramento das decisões estratégicas e operacionais; • Estabelecer um processo de medição do desempenho e comparação com mercado (benchmarking); • Auxiliar na formulação do planejamento dos recursos de tecnologias da informação a serem implementados; • Implementar sistemas das séries ISOs, pelas normas da ABNT (9000 e 14000); • Criar referencial para implantação de um sistema de avaliação de desempenho de mérito para fins de remuneração estratégica do pessoal da organização. O Quadro 5 expõe os objetivos e decisões estratégicas, as decisões operacionais e as decisões ambientais e sociais. Cada um dos objetivos e decisões é discriminado para sua melhor compreensão, e os indicadores são apresentados como forma de mensuração quantitativa desses objetivos e estratégias. Pós-Universo 30 Quadro 5: Indicadores de negócios, qualidade, desempenho e decisões ambientais e sociais Objetivo e decisões Discriminação Indicadores Objetivos estratégicos • Fornecimento de produtos e ser- viços com qualidade autêntica voltado à satisfação das necessida- des dos clientes. Denegócios: • Satisfação dos clientes; • Rentabilidade do patrimônio líquido; • Evolução dos preços/produto pra- ticados pelo mercado. Decisões estratégicas • Implementar novas tecnologias desenvolvidas e/ou adquiridas no exterior; • Priorização da capacidade produtiva e renovação tecnológica da planta industrial. De qualidade: • Vendas por colaboração da empresa; • Participação no mercado interno e no mercado externo. Decisões operacionais • Programação do processo produti- vo para o crescimento uniforme e ordenado; • Engajamento e valorização dos cola- boradores em equipes de trabalho. De desempenho: • Produtividade da mão de obra; • Utilização da capacidade instalada; • Investimento em treinamento/ faturamento. Decisões ambientais e Sociais • Redução, reutilização e reciclagem de resíduos industriais em seus pro- cessos produtivos; • Tratamento de efluentes líquidos nas próprias instalações da empresa. Sociais e ambientais: • Volume de resíduos gerados em relação ao volume produzido; • Gastos com tratamento de efluen- tes em relação ao total de gastos na produção. Fonte: Tachizawa (2011, p. 101). Tachizawa (2011) entende que algumas empresas causam mais impactos que outras organizações, e as classifica em 10 tipos, de acordo com atividade econômica, efeito socioambiental, responsabilidade social: 1) organizações sociais, 2) empresas de serviços, 3) empresas comerciais, 4) instituições financeiras, 5) hospitais e hotelaria, 6) empresas de médio efeito socioambiental, 7) indústria de bens de consumo duráveis, 8) indústria de bens de consumo não duráveis, 9) indústria de alto efeito socioambiental, e 10) indústria de altíssimo efeito socioambiental. E salienta que seus efeitos estão de acordo com seu diagnóstico, ou seja, o ativo socioambiental está relacionado aos seus “deveres e obrigações” na forma de estratégias e decisões ambientais (ônus e investimentos socioambientais), e seu passivo socioambiental está relacionado aos efeitos socioambientais no mercado. Sendo o ativo teoricamente maior que o passivo quando fazemos a analogia do cenário empresarial. Pós-Universo 31 Como se pode observar, prezado(a) aluno(a), o contexto organizacional deve estar ciente e atento ao fato de que o planejamento estratégico socioambiental já não é mais facultativo no ambiente empresarial globalizado. A inovação aliada à estratégia socioambiental pode trazer muitos benefícios para as empresas, porém é de difícil implementação, uma vez que há variáveis diferentes para cada tipo de organização e impactos causados por ela à sociedade. A partir do Planejamento Estratégico Socioambiental, as organizações serão capazes de tomar as decisões mais corretas para alcançar a sustentabilidade corporativa. O estudo “MVP Brasil 2014: Mais Valor Produzido” identificou as companhias que produzem e protegem valor não apenas para si mesmas, mas também para seus consumidores, acionistas, funcionários e sociedade. Foram analisados aspectos como a eficácia da estratégia, balanços financeiros, crescimento evolutivo, valor da marca, relacionamento com cliente, governança corporativa, sustentabilidade, tecnologia, inovação, entre outros. Na categoria “mais valor para os funcionários”, aparecem Whirlpool, Bradesco e Volvo. Na “mais valor para acionistas”, Ultrapar, Odontoprev e Fibria (de capital aberto) e O Boticário, Grupo Multi e Libbs (de capital fechado). Já na categoria “mais valor para a sociedade”, figuram Caixa Econômica Federal, Google e Natura e na “mais valor para o país”, Banco do Brasil, Vale e JBS. Na categoria “mais valor para o setor/cadeia”, aparecem Volkswagen, BASF e Votorantim Cimentos, enquanto na “mais valor para os clientes” (no caso de os clientes serem outras empresas), foram destaque a Porto Seguro, Microsoft e Totvs e na “mais valor para os consumidores”, Apple, Johnson & Johnson e Nestlé. Conheça o ranking no link:<http://exame.abril.com. br/negocios/noticias/as-50-empresas-que-mais-geraram-valor-no-brasil- em-2014>. Acesso em: 13 dez. 2014. fatos e dados Pós-Universo 32 A seguir, serão apresentadas as organizações que apresentaram maior visibilidade perante os stakeholders e sociedade nacional e internacional. As empresas ALCOA, BRF Foods Brasil, AMBEV e NATURA são organizações que representam exemplos de ações socioambientais sustentáveis. Não desmerecendo o valor de muitas outras empresas brasileiras que compõem o nosso mercado. O Quadro 6 descreve os princípios, ações, as ferramentas utilizadas, as principais metas evidenciadas nos relatórios de sustentabilidade e os destaques das ações que levam ao reconhecimento dessas empresas no mercado nacional e internacional. Quadro 6: Empresas Brasileiras consideradas Sustentáveis NATURA Princípios e políticas • Compromisso com o essencial – as pessoas, a qualidade nas relações e do meio ambiente. Ferramentas • Sustentabilidades ambiental e do negócio interligadas, Governança Corporativa, Relatórios de Sustentabilidade GRI, inovação e ecoeficiência, P&D – inovação CVP, Ecodesign, estudo dos impactos ambientais, gestão de riscos na cadeia, Certificações. Principais Metas Socioambientais • Redução GEES, participa do programa Carbono neutro, redução e reciclagem de energia e uso racional da água no processo produtivo, política de tecnologia e saúde em comunida- des, material reciclável e políticas de material reciclado com inclusão social. • Qualidade nas relações internas e externas, investimento nas comunidades, manejo sus- tentável e empreendedorismo sustentável, participação no pacto global. • Respeito à diversidade. • Diversas certificações (Ecocert, FSC, IBD). Destaques da Sustentabilidade • Redução das emissões de Carbono da guia exame (em 7 anos reduziu 33% GEEs por decisão – Guia exame 2013). • 1ª em Sustentabilidade no Brasil (pelo Global 100 e 23% no mundo em 2014). • Compõe a carteira do ISE, com 1,6% participação. BR Brasil Foods Princípios e políticas • Compromisso com meio ambiente, promoção do desenvolvimento socioeconômico e consumo consciente. Ferramentas • Sustentabilidades ambiental e do negócio interligadas, Governança Corporativa, Relatórios de Sustentabilidade GRI, P&D – inovação • CVP, Estudo dos impactos ambientais, gestão de riscos na cadeia e Certificações na quali- dade alimentar Principais Metas Socioambientais • Adaptação a mudanças climáticas (reuso de água, tratamento de efluentes e reciclagem, diminuição de GEEs, caldeiras movidas à biomassa), consumo sustentável e valorização do capital humano (sustentabilidade na cadeia de valor, participação em feiras de gastrono- mia etc.). Destaques da Sustentabilidade • 2ª em Sustentabilidade no Brasil (Pelo Global 100 e 95ª no mundo – 2014). • 3ª que gerou mais valor para o setor ou cadeia, clientes e consumidor no Brasil. • Pela Forbes, está entre as 100 mais inovadoras do mundo (39ª em 2013). • Compõe a carteira do ISE, com 15,163% participação. Pós-Universo 33 ALCOA Princípios e políticas • Excelência ambiental, responsabilidade social e sucesso econômico. • As ações de sustentabilidade desenvolvidas pela Alcoa refletem seus valores e princípios. Ferramentas • Sustentabilidades Ambiental e do negócio interligadas, Governança Corporativa, Relatórios de Sustentabilidade GRI, inovação e ecoeficiência, estudo dos impactos ambientais, gestão de riscos na cadeia, Certificações, conservação de recursos naturais. Principais Metas Socioambientais • Redução de GEES, Redução e reciclagem de energia e uso racional da água no processo produtivo, compras sustentáveis, redução impactos na construção civil. • Utilização de alumínio reciclado. Forte relacionamento com as partes interessadas. Destaques da Sustentabilidade • Relação com a comunidade, Guia Exame 2013 (transformando relação conflituosa em algo produtivo e na categoria fornecedores), Melhor empresa para se trabalhar pela 12ª vez (revista época), Eleita 5 vezes mais sustentável – DAVOSAMBEV Princípios e políticas • Gente e Cultura e Responsabilidade Global de suprimentos AMBEV Ferramentas • Sustentabilidades ambiental e do negócio interligadas (estratégia) e SGA – Governança Corporativa • Relatórios de Sustentabilidade GRI • Ecoeficiência • P&D – inovação CVP, Ecodesign, estudo dos impactos ambientais e certificação ambiental. Principais Metas Socioambientais • Reduzir consumo de água 3,2 lts., Parceria com stakeholders, Reduzir emissões GEES em 10% e na empresa em 15% e consumo de água em 10%, 70% refrigeradores modelo ecológi- cos, Redução 100 mil ton. materiais usados para reciclagem, gestão de riscos, participação em associações. Destaques da Sustentabilidade • Uso racional da água (reduziu de 4,1 para 3,3 litros) – Guia Exame de Sustentabilidade 2013. • 6ª que gerou mais valor para o setor ou cadeia, clientes e consumidor no Brasil em 2013. Fontes: baseado em Relatórios Natura (2013), Ambev (2013), ALCOA (2015), BRF (2015), BM&FBOVESPA (2015), Corporate Knights (2015) Conforme percebemos no levantamento das empresas AMBEV, Natura, ALCOA e BR Foods Brasil, a maioria delas apresentou o uso de ferramentas da sustentabilidade socioambiental atreladas ao seu negócio, praticando a governança corporativa, apresentando relatórios de sustentabilidade pelo modelo GRI, ou seja, as empresas contemplam as dimensões social, econômica e ambiental, preocupadas não somente com o processo produtivo, mas com a qualidade do bem-estar proporcionado à sociedade. Pode-se perceber também que atuam na mesma linha da preservação ambiental, tendo como metas a redução dos gases do efeito estufa, o uso racional dos recursos como energia e água bem como dos recursos naturais, o uso de tecnologias limpas também no contexto social, o respeito à diversidade, às pessoas, às comunidades e às parcerias ecológicas com todos aqueles que participam da cadeia produtiva. atividades de estudo 1. Considere a seguinte afirmação: “Ter uma boa ideia não é o bastante para garantir o sucesso de um novo produto ou serviço” (CURI, 2012, p. 145). Considerando a asserção acima, relacione com as afirmações a seguir: I. É preciso também integrar a gestão ambiental com o planejamento estratégico da empresa. II. É preciso agir ecologicamente correto, pois os clientes demonstram preocupação com o meio ambiente. III. O cuidado com os investimentos implica também no cuidado com a natureza. IV. Devem-se unir as decisões estratégicas com as decisões ambientais. V. É preciso ter “tática”, ou seja, o ciclo de planejamento e revisão nunca acaba. Assinale a alternativa correta: a) Somente as afirmações I e II estão corretas. b) Somente as afirmações I, II e III estão corretas. c) Somente as afirmações II, III e IV estão corretas. d) Somente as afirmações I, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmações estão corretas. 2. De acordo com os autores do EcoManagement, algumas organizações praticam a “maquiagem verde”, ou seja, fazem apenas mudanças cosméticas, com objetivos cínicos, como as relações públicas, investindo mais na imagem “verde” que nas práticas socioambientais. Considerando esse contexto, como os autores denominam essa prática? a) Ambientalismo radical. b) Ambientalismo ecológico. c) Ambientalismo superficial. d) Ambientalismo verde. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. atividades de estudo 3. A boa governança é traduzida em direitos humanos, instituições democráticas, liberdade de expressão, direitos iguais entre homens e mulheres, e assim por diante, em geral, é um indicativo do desenvolvimento sustentável. Considerando o tema Responsabilidade Social Corporativa (RSC), leia as afirmações a seguir: I. A Responsabilidade Social Corporativa não exige o comprometimento permanente de empresários. II. Os empresários devem adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados, de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo; inclui a qualidade ambiental. III. A estrutura de vida política e civil não determina a competitividade e o crescimento econômico das empresas. IV. É preciso também que haja uma interação entre todos os setores da sociedade para uma boa governança. V. As organizações têm demonstrado que não é possível desenvolver o sistema produtivo de forma sustentável e ainda assim obter lucro. Assinale a alternativa correta: a) Somente as afirmações I e II estão corretas. b) Somente as afirmações I, II e III estão corretas. c) Somente as afirmações III, IV e V estão corretas. d) Somente as afirmações II e IV estão corretas. e) Somente as afirmações I, II e IV estão corretas. atividades de estudo 4. As empresas têm responsabilidades econômicas, sociais e legais. Não há unanimidade entre autores e pesquisadores sobre a responsabilidade social corporativa ou empresarial. Entretanto, a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e o comportamento ético dos gestores encontram-se entre as mais importantes tendências que hoje influenciam tanto a teoria como a prática da Administração. Considerando as abordagens da sensibilidade social, a gestão socioambiental para ser considerada estratégica precisa preconizar qual abordagem? a) Responsabilidade Social. b) Obrigação Social. c) Sensibilidade Social. d) Obrigação Ética e Legal. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 5. Tachizawa propõe um modelo de gestão ambiental e responsabilidade social envolvendo uma série de elementos como a análise da missão e dos aspectos inerentes ao mercado (concorrentes, fornecedores, órgãos normatizadores, produtos e processos), dentre outros. Considerando sua proposta, leia as afirmações a seguir: VI. O conjunto de indicadores é associado ao processo decisório da organização e os indicadores dependerão do porte e estágio dessa organização. VII. Após a aplicação do modelo, é possível estabelecer um processo de medição do desempenho e comparação com mercado (benchmarking). VIII. A partir da formulação do planejamento, pode-se implementar sistemas das séries ISOs. IX. O modelo não permite a criação de um referencial para implantação de um sistema de avaliação de desempenho na organização. X. O modelo de Tachizawa, chamado “Planejamento Estratégico Empresarial”, pode ser utilizado por qualquer tipo de organização independente dos impactos que causa ao meio ambiente. atividades de estudo Assinale a alternativa correta: a) Somente as afirmações I e II estão corretas. b) Somente as afirmações I, II e III estão corretas. c) Somente as afirmações I, III e IV estão corretas. d) Somente as afirmações I, II e IV estão corretas. e) Somente as afirmações I, III e V estão corretas. 6. Os gestores devem estar cientes e atentos ao fato de que o planejamento já não é mais facultativo às empresas que estão inseridas no ambiente empresarial globalizado. Algumas empresas causam mais ou menos impactos socioambientais, entretanto, para se manterem competitivas, é preciso inovar e realizar o planejamento estratégico voltado principalmente às questões: a) Socioambientais. b) Econômicas, visando ao lucro. c) Estratégicas. d) Inovação de produtos e serviços. e) Nenhuma das alternativas anteriores. resumo As organizações devem reduzir os impactos ambientais em favor da sustentabilidade e a partir do uso de estratégias de gestão ambiental aliado ao pensamento da Ecologia Profunda, há uma verdadeira transformação no mundo dos negócios. Portanto, as organizações devem tomar decisões estratégicas integradas à gestão ambiental e ecológica e inovarem sempre na perspectiva de melhorar seu desempenho. Nesse sentido, a Auditoria Ecológica de Negócios Sustentáveis pode auxiliar nessa conquista pela vantagem competitiva juntamente com a gestão socioambiental estratégica (GSE), unindo os objetivos e as decisões estratégicas da organização com as decisões ambientaisculminando no resultado esperado (diminuição do impacto). A responsabilidade social, a governança corporativa e a gestão empresarial são fundamentais para a resolução dessas questões socioambientais, atreladas à responsabilidade social corporativa (RSC) ou socioambiental e ao comportamento ético dos gestores em sua prática cotidiana, aliada também ao comportamento ético, à preservação e melhoria da qualidade de vida da sociedade. Recentemente, essa prática está sendo disseminada e as organizações iniciam um pensamento mais sistêmico e holístico, uma vez que elas, como sistema aberto, realizam trocas com a sociedade. Porém, ainda há muitos que corroboram as ideias de Friedman não concordando com a responsabilidade social empresarial ou corporativa. De forma que alguns têm mais sensibilidade, outros atuam somente pela obrigação social e outros ainda praticam a responsabilidade social de forma reativa. A crescente demanda, por parte da sociedade, de boas práticas empresariais tem levado muitos investidores a darem preferência para as empresas que se mostram responsáveis em termos econômicos, sociais e ambientais, pois para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, online) as boas práticas convertem princípios em recomendações objetivas. É o que tem demonstrado os índices do IBGC com a demonstração da evolução das organizações sustentáveis no Brasil, sendo que a maioria delas demonstra a preocupação com a preservação. Apresentamos um modelo de gestão ambiental e de responsabilidade social proposto por Tachizawa como um delineamento estratégico das organizações, o qual serve como propósito de estabelecer a compreensão do funcionamento da empresa em relação ao seu contexto ambiental (análise ambiental). resumo O modelo proposto por Tachizawa propõe uma forma simplificada de diagnosticar e gerenciar uma organização que compõe uma estrutura de decisões e objetivos extraídos do plano estratégico, no qual se deve implementar estratégias ambientais e sociais. Algumas empresas causam mais impactos socioambientais que outras organizações, porém a cada uma cabe a sua responsabilidade socioambiental perante a sociedade. As empresas ALCOA, BRF Foods Brasil, AMBEV e NATURA são organizações que representam exemplos de ações socioambientais sustentáveis a partir de maior visibilidade apresentada tanto nacionalmente quanto internacionalmente, sem desmerecer as ações sustentáveis de tantas outras que merecem nosso respeito. material complementar Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa: Estratégias de Negócios Focadas na Realidade Brasileira Autor: Takeshy Tachizawa Editora: Atlas, 2011 Sinopse: este livro estabelece um modelo de elaboração de estratégias de negócios focadas na realidade brasileira. Portanto, é muito útil para o empresariado, aos estudantes e pesquisadores que desejarem conhecer um pouco mais sobre gestão ambiental, responsabilidade social, estratégias relacionadas ao seu tipo de organização. A partir das 10 classificações de tipologias de organizações, são citados em seu livro diversos exemplos do modelo estratégico apresentado pela autora no capítulo 6. Também indica com comentários, em apêndice, alguns filmes que sintetizam a questão da ética, da responsabilidade social corporativa e do desenvolvimento sustentável. Na Web A Prática da Sustentabilidade: Desafios vividos por agentes da Governança - Corporativa/ Instituto Brasileiro de Governança Corporativa; coordenação: Cibele de Macedo Salviatto e Carlos Eduardo Lessa Brandão. São Paulo, SP: IBGC, 2009 (Série Experiências em Governança Corporativa). 55p. Link: <http://www.ibgc.org.br/userfiles/files/1_Pratica_da_Sustentabilidade. pdf>. Tucker: um Homem e seu Sonho Ano: 1988 Sinopse: retrata a história de um empreendedor que cria uma empresa no setor automotivo. Neste filme, ficam claras as influências ambientais como as econômicas, legais e sociais no momento de elaboração de estratégias. Portanto, nas decisões estratégicas, operacionais e táticas evidencia-se todo o processo administrativo e estratégico de forma clara, mostrando claramente conceitos relacionados à responsabilidade social corporativa, ética, qualidade de vida e clima organizacional aplicados à empresa do segmento industrial. Comentário: este filme é importante porque retrata as influências ambientais no momento da elaboração de estratégias, resgatando alguns valores importantes conjuntamente à reflexão sobre a responsabilidade social corporativa e o papel dos gestores na tomada de decisões. referências ALCOA. Disponível em:<http://www.alcoa.com/brasil/pt/info_page/relatorio_de_sustentabilidade. asp>. Acesso em: 25 fev. 2015. AMBEV. Relatório Anual 2013. Disponível em: <http://www.ambev.com.br/relatorio-anual-2013/ port/index.htm>. Acesso em: 15 fev. 2015. BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: da teoria à prática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. BARBIERI, Jose Carlos; CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável. 2. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. v.1. 254 p. BELLI, Hygino Canhadas et al. Estratégias Competitivas a partir de cenários do setor Automotivo Brasileiro. In: II SINGEP e I S2IS, 2013, São Paulo-SP. Anais... São Paulo. Disponível em: <https:// repositorio.uninove.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/373/301.pdf?sequence=1>. Acesso em: 03 dez. 2014. BERNS, Maurice et al. The Businnes of Sustainability: what it means to managers now. MIT sloan management review, Fall, 2009. Disponível em: <http://www.monitorpro.si/media/objave/ dokumenti/2010/4/20/sas___the_business_of_sustainability.pdf>. Acesso em: 09 ago. 2014. BETTLEY, Alison; BUMLEY, Stephen. Towards sustainable operations management integrating sustainability management into operations zanagement strategies and practices. 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São Paulo: Atlas, 2011. resolução de exercícios 1. e) Todas as afirmações estão corretas. 2. c) Ambientalismo superficial. 3. d) Somente as afirmações II e IV estão corretas. 4. c) Sensibilidade Social. 5. b) Somente as afirmações I, II e III estão corretas. 6. a) Socioambientais. Inovação e Estratégias de Sustentabilidade
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