Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
5 - Precipitação • Todas as formas de umidade emanadas da atmosfera e depositadas na superfície da terra: – Chuva – Granizo – Neve – Orvalho – Geada – Neblina Maior contribuição para Q rios 1 Condensações superficiais Condensação acontece nas camadas mais elevadas da atmosfera 5.1 - Generalidades REGIME HIDROLÓGICO Características físicas Características topográficas Características geológicas Clima Precipitação Principal entrada Evaporação Redução do escoamento superficial → Atmosfera Temperatura, vento, umidade 2 ANA. 2005. Caderno de Recursos Hídricos – Disponibilidade e Demandas de Recursos Hídricos no Brasil. 3 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 4 Variação temporal 5 9 http://www.simepar.br/site/internas/conteudo/monitoramento/telemetria/index.shtml# 5.2 - Precipitação - Formação – Elemento básico: umidade atmosférica – Mecanismo de resfriamento do ar – Presença de núcleos higroscópicos (ou de condensação), para que haja condensação – Mecanismo de crescimento das gotas • Coalescência (colisão) • Difusão 10 Sal, pólen, material particulado, fuligem, etc 5.3 – Fatores climáticos • Fenômenos meteorológicos que influenciam: – Posição da região em relação à circulação geral da atmosfera – Ocorrência de umidade – Distribuição da temperatura – Vento • Ver em Hidrometeorologia: a. Atmosfera b. Circulação geral da atmosfera e ventos c. Umidade atmosférica d. Temperatura 11 5.4 - Tipos de chuvas • Ciclônica (frontal) • Orográfica • Convectiva 12 a) Chuva ciclônica Chuvas frontais. Provocadas por “frentes”; no Brasil predominam as frentes frias provindas do sul • Longa duração, intensidade baixa ou moderada, podendo causar diminuição da temperatura Interessam em projetos de obras hidrelétricas; controle de cheias regionais; navegação Projetos em grandes baciasFonte: Villela & Mattos (1975) 13 b) Chuva orográfica São provocadas por grandes barreira de montanhas (ex.: Serra do Mar) As chuvas são localizadas e intermitentes. Possuem intensidade bastante elevada. Geralmente são acompanhadas de neblina. 14 c) Chuvas convectivas “Chuvas de verão” Ocorrem em dias quentes, geralmente no fim da tarde ou começo da noite; Podem iniciar com granizo; Podem ser acompanhadas de descargas elétricas e de rajadas de vento; Interessam às obras em pequenas bacias, como para cálculo de bueiros, galerias de águas pluviais, etc Resultantes de convecções térmicas, que é um fenômeno provocado pelo forte aquecimento de camadas próximas à superfície terrestre, resultando numa rápida subida do ar aquecido. A brusca ascensão promove um forte resfriamento das massas de ar que se condensam quase que instantaneamente. 15 5.5 – Medição • Pontual: – Pluviômetros – Pluviógrafos – Disdrômetro • Espacial: – Radares Ferré Gravoz M. & Pascual Peña, F.J. (1997) 16 a) Pluviômetros Existem provetas de 7, 10 e 25mm 1 medida a cada 24h, normalmente às 7h da manhã. Superfície receptora: Ville de Paris: 400 cm2 Paulista: 500 cm2 Casella: 200 cm2 Snowdon 125 cm2 17 b) Pluviógrafos Os registros dos pluviógrafos são indispensáveis para estudo de chuvas de curta duração. Projetos de galerias pluviais Superfície receptora: 200 cm2 Registro contínuo dos dados de precipitação 19 Pluviógrafos de peso O receptor repousa sobre uma escala de pesagem que aciona a pena e esta traça um gráfico de precipitação sob a forma de um diagrama (altura de precipitação acumulada x tempo) 20 Fita de pluviógrafo Wilken, 1979 21 Pluviógrafos de flutuador Muito semelhante ao pluviógrafo de peso. A pena é acionada por um flutuador situado na superfície da água contida no receptor. 22 Pluviógrafos de caçambas basculantes A caçamba é conectada eletricamente a um registrador, sendo que uma basculada equivale a 0,25 mm de chuva. 23 Gráficos Altura Pluviométrica - É a altura de água precipitada (h), geralmente em mm. Trata-se de uma medida pontual representativa da água precipitada por unidade de área horizontal. Intensidade da precipitação - É a relação entre a altura pluviométrica e a duração da precipitação, expressa em geral em mm/h ou mm/min ou l/s*ha. Duração - Período de tempo contado desde o início até o fim da precipitação. 24 c) Disdrômetro 25 http://www.thiesclima.com/disdrometer.html d) Radar Collier (1986) 50% dos casos → diferenças superiores a 30% que aqueles medidos por pluviógrafos Estimativa da precipitação fora da localização exata dos registradores (pontuais), a interpolação de valores observados em pluviógrafos vizinhos pode, dependendo da distância entre eles, conduzir a erros superiores aos do radar. Análise de erros de estimativas da intensidade de chuva por radar 26 d) Redes de monitoramento Rede básica → recolhe permanentemente os elementos necessários ao conhecimento do regime pluviométrico de um País (ou Estado); Redes regionais → fornece informações para estudos específicos de uma região. Densidade da rede: Brasil → um posto a cada 400 - 500 km2; França → um posto a cada 200 km2; Inglaterra → um posto a cada 50 km2; Estados Unidos → um posto a cada 310 km2; No Estado de São Paulo, o DAEE/ CTH opera uma rede básica com cerca de 1000 pluviômetros e 130 pluviógrafos, com uma densidade de aproximadamente um posto a cada 250 km2. (Ano!) 27 Ano! Exercícios – Análise de pluviograma 28 Exercício 1 Exercício 2 5.6 - Processamento de dados pluviométricos • Detecção de erros grosseiros • Preenchimento de falhas • Verificação de homogeneidade dos dados Análises de consistência dos dados 29 a) Detecção de erros grosseiros PLUVIÔMETRO • observações marcadas em dias que não existem (ex.: 31 de abril); • quantidades absurdas (ex.: 1000 mm em um dia); • erro de transcrição (ex.: 0,36 mm em vez de 3,6 mm). PLUVIÓGRAFO • defeito na sifonagem 30 b) Preenchimento de falhas ++= C C x B B x A A x x P N N P N N P N N P 3 1 Onde: Px é o valor de chuva que se deseja determinar; Nx é a precipitação média anual do posto x ; NA, NB e NC são, respectivamente, as precipitações médias anuais do postos vizinhos A, B e C, no mesmo período de Nx ; PA, PB e PC são, respectivamente, as precipitações observadas no instante que o posto x falhou. Pelo menos 3 postos, climaticamente homogêneos, localizados o mais próximo possível do posto com falhas, com um mínimo de 10 anos de dados. Falhas devido: • Ausência de observador • Defeito do aparelho 31 Método de ponderação regional Séries mensais ou anuais 32 Outros métodos de preenchimento de falhas: Análise de regressões lineares, simples ou múltipla Buscar correlação entre as precipitações do posto com falha e de um posto vizinho. Método de ponderação regional baseado nas correlações com as estações vizinhas. Uma variação do procedimento de cálculo Estabelece-se regressões lineares entre o posto pluviométrico com falhas e cada um dos postos vizinhos. De cada uma das regressões lineares efetuadas obtém-se o coeficiente de correlação, r, e calcula-se Px: xCxBxA CxCBxBAxA x rrr PrPrPr P ++ ++ = Exercício 1 Preencher a falta de dados ocorrida no mês de janeiro no ano de 1963 no posto E5-46. Totais mensais dos meses de janeiro dos postos E5-51, E5-52 e E5-47, todos vizinhos ao ponto em questão, no período de 1958-1968, são disponíveis. PX(mm) PA(mm) PB(mm) PC(mm) Ano E5-46 E5-51 E5-52 E5-47 1958 117,4 157,3 249,6 224,8 1959 125,3 241,6 374,6 265,1 1960 131,8 250,9 267,6 261,2 1961 159,4 55,6 121,8 57 1962 52,4 158,9 85,4 95,4 1963 344 276,6 231,4 1964 64,2 39,3 81,8 21,3 1965 174 253,3 285,4 290,6 1966 137,8 64,7 150,2 201,2 1967 168,3 126,1 170,3 123,2 1968 255,5 249,5 339,3 285,1 33 Exercício 2 Preencher a falta de dados ocorrida no mês de janeiro no ano de 1964 no postoE5-46. Totais mensais dos meses de janeiro dos postos E5-51, E5-52 e E5-47, todos vizinhos ao ponto em questão, no período de 1958-1968, são disponíveis. PX(mm) PA(mm) PB(mm) PC(mm) Ano E5-46 E5-51 E5-52 E5-47 1958 117,4 157,3 249,6 224,8 1959 125,3 241,6 374,6 265,1 1960 131,8 250,9 267,6 261,2 1961 159,4 55,6 121,8 57 1962 52,4 158,9 85,4 95,4 1963 215,3 344 276,6 231,4 1964 39,3 81,8 21,3 1965 174 253,3 285,4 290,6 1966 137,8 64,7 150,2 201,2 1967 168,3 126,1 170,3 123,2 1968 255,5 249,5 339,3 285,1 35 c) Verificação de homogeneidade dos dados Se houve alguma anormalidade na estação, como mudanças: • de local • nas condições do aparelho • no método de observação Fonte: Villela & Mattos (1975) 37 c.1) Análise de dupla-massa Este método compara os valores acumulados anuais (ou sazonais) da estação X com os valores da estação de referência, que é usualmente a média de diversos postos vizinhos. 0 0 P M M P aa = Onde: Pa são os valores corrigidos/ajustados; P0 são dados a serem corrigidos/ajustados; Ma é o coeficiente angular da reta no período mais recente, anterior à sua inclinação brusca; M0 é o coeficiente angular da reta no período a ser corrigido. Verificação de homogeneidade dos dados 38 Método válido para séries mensais e anuais Método não adequado para precipitações diárias nem precipitações intensas. 39 Indica uma proporcionalidade entre os dados Indica uma mudança de tendência no posto a consistir, que pode ser causada por: • erros sistemáticos (por exemplo, mudança do operador, que está fazendo a leitura do instrumento erroneamente), • alterações climáticas, como a construção de um lago artificial próximo ao local de medição • etc Principal causa: erros de transcrição dos dados (na leitura ou durante o processamento das informações) Nenhuma tendência clara. Indica, geralmente, que os postos em questão apresentam regimes pluviométricos distintos, não devem ser usados conjuntamente nos estudos hidrológicos Média de postos vizinhosMédia de postos vizinhos Média de postos vizinhosMédia de postos vizinhos Exercício 40 Verifique a homogeneidade dos dados do Posto 1. Efetue correções, se necessário. ANO P Média Região Posto 1 1926 37,27 32,85 1927 35,61 28,08 1928 41,24 33,51 1929 35,6 29,58 1930 34,7 23,76 1931 53,23 58,39 1932 44,18 46,24 1933 31,88 30,34 1934 40,49 46,78 1935 40,47 38,06 1936 36,33 42,82 Solução 41 ANO P P acumulado Declividade Corrigido Média Posto 1 Média Posto 1 média Posto 1 1936 36.33 42.82 36.33 42.82 1.038 1935 40.47 38.06 76.8 80.88 0.940 1934 40.49 46.78 117.29 127.66 1.155 1933 31.88 30.34 149.17 158 0.952 1932 44.18 46.24 193.35 204.24 1.047 1931 53.23 58.39 246.58 262.63 1.097 1930 34.7 23.76 281.28 286.39 0.685 0.828 29.8 1929 35.6 29.58 316.88 315.97 0.831 37.1 1928 41.24 33.51 358.12 349.48 0.813 42.0 1927 35.61 28.08 393.73 377.56 0.789 35.2 1926 37.27 32.85 431 410.41 0.881 41.2 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 0 100 200 300 400 500 P a c u m u la d a - P o s to 1 P Acumulada - Média da região 0 0 P M M P aa = Ma= 1,038 M0= 0,828 0,828 1,038 Onde: Pa são os valores corrigidos/ajustados; P0 são dados a serem corrigidos/ajustados; Ma é o coeficiente angular da reta no período mais recente, anterior à sua inclinação brusca; M0 é o coeficiente angular da reta no período a ser corrigido. 5.7 - Precipitação média histórica 43 P (mm) Região Metropolitana de Curitiba 44 Variabilidade espacial e temporal 45 5.8 - Precipitações médias sobre uma bacia hidrográfica • Método da média aritmética • Método dos polígonos de Thiessen • Método das isoietas • Método da superfície 46 a) Método da média aritmética onde P é chuva média na bacia; Pi é a altura pluviométrica registrada em cada posto; n é o número de postos na bacia hidrográfica. Observação: Este método só é recomendado para bacias menores que 5.000 km2, com postos pluviométricos uniformemente distribuídos e se a área for plana ou de relevo suave. Em geral, este método é usado apenas para comparações. Média aritmética das alturas pluviométricas dos postos localizados dentro da bacia. 47 n P P n i i == 1 b) Método dos polígonos de Thiessen Polígonos de Thiessen são áreas de “domínio” de um posto pluviométrico. Considera-se que no interior dessas áreas a altura pluviométrica é a mesma do respectivo posto. onde P é a precipitação média na bacia (mm); Pi é a precipitação no posto i (mm); Ai é a área do respectivo polígono, dentro da bacia (km 2); A é a área total da bacia. 48 A AP P ii = •Unir os postos adjacentes por linhas retas •Traçar as •mediatrizes destas retas •Formando polígonos, cujos lados constituem os limites das áreas de influência de cada estação c) Método das isoietas Isoietas são linhas indicativas de mesma altura pluviométrica. O espaçamento entre elas depende do tipo de estudo, podendo ser de 5 em 5 mm, 10 em 10 mm, etc. O traçado das isoietas é feito da mesma maneira que se procede em topografia para desenhar as curvas de nível, a partir das cotas de alguns pontos levantados. 49 onde P é a precipitação média na bacia (mm); Pi é a média aritmética das duas isoietas seguidas i e i + 1; Ai é a área da bacia compreendida entre as duas respectivas isoietas (km2); A é a área total da bacia (km2). Cálculo da precipitação média na bacia (método das isoietas): 50 A AP P ii = d) Método da superfície de precipitação • Vários métodos de interpolação: – Krigging – Inverso da distância – Linear – Splines – Outros 10 9 8 7 10 9 9,3 8,8 8,7 8,5 9 8,6 8,3 8 8,5 7,7 7,5 7 Precipitações medidas Interpolação Fill & Mine (1998) 51 A AP P n i ii = = 1 Onde: P é a precipitação média na bacia; Pi é a precipitação no pixel i, compreendido dentro da bacia; Ai é a área do pixel i; A é a área total da bacia. Cálculo da precipitação média na bacia (método da superfície): 52 Exercício 3 – Precipitação média na bacia Determinar precipitação média na bacia pelos 3 métodos apresentados. (No método das isoietas, traçar isoietas de 100 em 100 mm) Precipitação (mm) P1: 1810 P2: 1830 P3: 2020 P4: 2000 P5: 1710 P6: 1690 P7: 1572 P8: 1700 P9: 2130 P10: 1920 53 Solução Traçado das áreas pelo método de Thiessen 54 5.9 – Análise de frequência de precipitações Determinar a magnitude das precipitações que poderiam ocorrer com uma determinada probabilidade. Análise de frequência Probabilidade é estimada a partir da frequência relativa Análise de extremos A - Eventos extremos máximos: • Dimensionamento de vertedores, barragens, canais, obras de desvio de cursos de água, galerias pluviais, bueiros, pontes, etc. B - Eventos extremos mínimos: • Projetos de obras de irrigação, abastecimento de água, etc. C - Avaliação da probabilidade de duração de períodos sem precipitação 55 Série de dados observados • Série total – Considera-se todos os dados observados • Série anual – Considera-se somente um dado por ano (por exemplo: o máximo ocorrido no ano), neste caso, número de eventos coincide com o número de anos. • Série parcial – Chuva intensa: considera-se toda precipitação superior a um valor pré-estabelecido, logo, pode-se ter mais de um evento por ano ou nenhum evento no ano, ou seja, número de eventos pode ser diferente ao número de anos. 56 Projetos de obras hidráulicas: - Dimensões em função de considerações de ordem econômica - Aceita-se certo RISCO que a estrutura venha a falhar durante sua vida útil FREQÜÊNCIA de um evento FREQÜÊNCIA que assumiram dada magnitude FREQÜÊNCIA que foi igualado ou superado ANÁLISE ESTATÍSTICA PROBABILIDADE de ocorrência 57 Cálculo da freqüência (F) • Dados são classificados em ORDEM DECRESCENTE • A cada um é atribuído seu NÚMERO DE ORDEM m • FREQÜÊNCIA que foiigualado ou superado um evento de ordem m é: 1+ = n m xXF T n m xXF T = Método Califórnia Método de Kimbal n: Número de anos de observação m: Número da ordem de maior cheia ou número de vezes que um evento foi igualado ou superado 58 Probabilidade empírica Período de retorno (Tr) ][ 1 T r xXP T = Período de retorno = Tempo de recorrência = Tr (anos) Período de tempo médio em que um determinado evento deve ser igualado ou superado pelo menos uma vez. Sendo xT o evento associado ao tempo de recorrência Tr Séries anuais: Séries parciais: ( ) = −== n i i T r xXPiNP T 1 ][1][ 1 Sendo N o número de eventos em um ano qualquer e n o número máximo de eventos em um ano 59 Probabilidade de excedência ][ 1 T r xXP T = Eventos extremos mínimos: Sendo xT o evento associado ao tempo de recorrência Tr Séries anuais: Séries parciais: ( ) = −== n i i T r xXPiNP T 1 ][1][ 1 Sendo N o número de eventos em um ano qualquer e n o número máximo de evento em um ano 60 Probabilidade acumulada Período de retorno (T) RXP Tr = 1 Período de retorno = Tempo de recorrência = Tr (anos) Período de tempo médio em que um determinado evento é igualado ou superado pelo menos uma vez [X ≥ R] Por exemplo: Uma chuva acontece acima de um determinado valor. A probabilidade dessa chuva ser igualada ou superada é de 5%. O tempo de retorno é de 1/0,05 = 20 anos. Isso significa que: →em média, há uma expectativa de ocorrência da chuva ser igualada ou excedida uma vez a cada 20 anos →a probabilidade de ocorrer falha de 5% 61 Considere evento de magnitude R com tempo de recorrência Tr Exercício 4 As seguintes precipitações diárias (consideradas extremas acima de 85 mm) foram observadas na estação em estudo: Ano Eventos 1 1965 126 (03/4) 95 (23/10) 2 1966 105 (27/8) 3 1967 137 (14/7) 89 (05/12) 4 1968 95 (21/6) 5 1969 Máxima precipitação: 58 (04/9) 6 1970 100 (25/5) 7 1971 95 (09/9) 100 (01/11) 8 1972 110 (30/8) 9 1973 131 (31/7) 147 (04/9) 85 (03/10) 10 1974 85 (02/3) Qual o tempo de recorrência de uma precipitação de 100 mm? Faça a análise por séries anuais 62 Solução Série anual Ordem decrescente m Probabilidade Tr (anos) 126 105 137 95 58 100 100 110 147 85 a) Análise por séries anuais 147 137 126 110 105 100 100 95 85 58 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0,09 0,18 0,27 0,36 0,45 0,55 0,64 0,73 0,82 0,91 11,00 5,50 3,67 2,75 2,20 1,83 1,57 1,38 1,22 1,10 63 65 Problema prático: Como estimar uma chuva com um período de retorno de 10000 anos, se a série de dados de chuva é de 10, 20 ou 30 anos? Para Tr << número de anos de observação (n → infinito) F → P (probabilidade real) Para Tr maiores (menos freqüentes) A repartição de freqüência deve ser ajustada a uma lei probabilística teórica para cálculo mais correto da probabilidade 66 Ajuste das Distribuições Teóricas de Probabilidades 67 Para análise de dados de chuva: Distribuição Normal; Distribuição de Gumbel; Distribuição Exponencial; Distribuição Log-Normal; Outras. Procedimento padrão: 1) Definir a série, por exemplo: Precipitação anual 2) Análise de consistência de dados (Investigação da homogeneidade dos dados: se todos os dados se referenciam a anos nos quais não ocorreram interferências importantes nas condições naturais, ou seja, se todos os elementos da amostra provêm de uma única e idêntica população) 3) Escolher a distribuição de probabilidades teórica a ser usada; 4) Verificar o ajuste da distribuição teórica em relação aos valores observados (Teste de aderência da distribuição de probabilidades adotada); 5) Utilizar a distribuição teórica ajustada para o cálculo da chuva com uma determinada probabilidade de ocorrência ou período de retorno. Escolha da Distribuição de Probabilidades 69 Qual a melhor distribuição teórica? Critério visual: (gráfico: frequências amostrais x probabilidades teóricas); Índices de adequação de ajuste: (Testes do Qui-quadrado e Kolmogorov-Smirnov); Critério de Robustez 70 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 0 2 4 6 8 10 12 14 Tempo de recorrência (anos) P re ci p it a çã o d iá ri a m á x im a ( m m ) dados amostrais Normal Gumbel Exponencial Critério visual Teste do Qui-Quadrado Prova de χ2 Cálculo de uma certa função do quadrado das diferenças entre freqüências observadas e freqüências teóricas esperadas Se valor da função é pequeno em relação ao valor tabelado Ajuste é satisfatório 71 Teste de aderência ou teste de adequação de ajuste Teste de Komolgorov-Smirnov 77 Teste de aderência ou teste de adequação de ajuste Pode ser utilizado para avaliar as hipóteses: Ho: Os dados seguem uma distribuição normal H1: Os dados não seguem uma distribuição normal Este teste observa a máxima diferença absoluta entre a função de distribuição acumulada assumida para os dados (F(x)), neste caso a Normal, e a função de distribuição acumulada empírica dos dados (Fn(x)). Estas funções correspondem a distância máxima vertical entre os gráficos de F(x) e Fn(x) sobre a amplitude dos possíveis valores de x: http://www.portalaction.com.br/content/62-teste-de-kolmogorov-smirnov Como critério, compara-se esta diferença com um valor crítico, para um dado nível de significância (Tabela). Se Dn é maior que o valor crítico, rejeita-se a hipótese de normalidade dos dados. Caso contrário, não se tem evidências para rejeitar a hipótese de normalidade dos dados. 𝐷+ = 𝑚á𝑥 𝐹 𝑥𝑖 − 𝐹𝑛(𝑥𝑖) 𝐷− = 𝑚á𝑥 𝐹 𝑥𝑖 − 𝐹𝑛(𝑥𝑖−1) 𝐷𝑛 = 𝑚á𝑥(𝐷 +, 𝐷−) http://www.portalaction.com.br/content/62-teste-de-kolmogorov-smirnov 78 Tabela de valores críticos para a estatística do teste de Komolgorov-Smirnov Nível de Significância α n 0,2 0,1 0,05 0,01 5 0,45 0,51 0,56 0,67 10 0,32 0,37 0,41 0,49 15 0,27 0,30 0,34 0,40 20 0,23 0,26 0,29 0,36 25 0,21 0,24 0,27 0,32 30 0,19 0,22 0,24 0,29 35 0,18 0,20 0,23 0,27 40 0,17 0,19 0,21 0,25 45 0,16 0,18 0,20 0,24 50 0,15 0,17 0,19 0,23 Valores maiores 1,07 𝑛 1,22 𝑛 1,36 𝑛 1,63 𝑛 Exemplos 79 Totais anuais precipitados Distribuição Normal Chuvas máximas anuais Distribuição Normal Distribuição de Gumbel Distribuição Exponencial a) Freqüência de totais anuais − −== z z T duexXPzF 2/2 2 1 ][)( Precipitação Total Anual = Soma de totais diários A distribuição de F se aproxima da Lei de Gauss P[X≤xT] – probabilidade de um total anual qualquer ser inferior ou igual a xT xT – uma determinada precipitação total anual, evento associado ao Tr z – variável reduzida − = x z Teoria das Probabilidades Teorema do limite central Satisfeitas certas condições, a soma de variáveis aleatórias ≈ normalmente distribuída ( tende a seguir Lei de Gauss de distribuição de probabilidades) µ - média (do universo) → média da amostra (x) σ – desvio-padrão (do universo) → desvio da amostra (S) (função linear de x) 80 Valores tabelados de F(z) Área sob a curva Normal − −== z z T duexXPzF 2/2 2 1 ][)( − = x z z0 z0 81 zz 00 )(1 zFxXP T −= )(zFxXP T = 82 ][)( TxXPzF = µ - média aritmética Como: σ - Desvio padrão: )(1 1 ][ 1 zFxXP T t r − = = )( 1 ][ 1 zFxXP T t r = = Eventos extremos máximos Eventos extremos mínimos 83 Ajuste da Lei de Gauss em forma gráfica Tabela: F(z) − = x zPara cada x Calcula-se: Gráfico: Precipitação anual Tr (anos)P (%) Escala vertical → Lei de Gauss é linearizada papel probabilístico aritmético-normal 84 85 Uso de papéis de probabilidade, pontos conhecidos de uma distribuição normal: P[X=µ] = F(0) = 50% P[X < (µ - σ)] = F(-1) = 15,87% P[X < (µ + σ)] = F(1) = 84,13% T(anos) Probabilidade esperada (%) Máxima Mínima 2 50 50 5 80 20 10 90 10 20 95 5 50 98 2 100 99 1 1000 99,9 0,1 10000 99,99 0,01 Reta passa por esses 3 pontos. 86 − = x zF(z) Obs: Exercício 5 FREQÜÊNCIA DE TOTAIS ANUAIS PRECIPITADOS O quadro ao lado apresenta os totais anuais precipitados em Curitiba no período de 1949-1963. a) Qual a estimativa da probabilidade e do tempo de recorrência de se ter uma precipitação total inferior a 1000 mm em um ano qualquer? b) Determinar a precipitação que ocorrerá pelo menos uma vez a cada 100 anos. Ano P (mm) 1949 1234 1950 1470 1951 1190 1952 1386 1953 1267 1954 1730 1955 1462 1956 1197 1957 2165 1958 1432 1959 1205 1960 1630 1961 1683 1962 1167 1963 1408 87 Solução Média = µ = 1442 mm Desvio padrão = σ = 272 mm − = x z 272 1442− = x z Para x = 1000 mm → z = -1,63 Tr para P ≤ 1000 mm: anos XP Tr 19 0516,0 1 ]1000[ 1 == = Solução item a: Solução item b: 𝑃 𝑋 ≥ 𝑥𝑇 = 1 𝑇𝑟 = 1 100 𝑃 𝑋 ≥ 𝑥𝑇 = 1 − 𝐹 𝑧 1 − 𝐹 𝑧 = 1 100 𝐹 𝑧 = 0,99 F(z) → Tabela → z = 2,33 272 1442− = x z x = 2076 mm Poderá ocorrer pelo menos uma vez uma P ≥ 2076mm num período de 100 anos Poderá ocorrer pelo menos uma vez uma P ≤ 1000mm num período de 19 anos → Tabela: F(-1,63) = 0,0516, ou seja, 5,16% 88 89 P ordenado m F= m/(n+1) Tr = 1/F z= (x-µ)/σ (tabela1) Pr ** Tr ** Média= 1442 Desvio padrão= 272 − = x z Pr ** Probabilidade de ser igualado ou superado Teórico Observado 2165,2 1730,0 1683,3 1629,8 1469,9 1462,0 1431,9 1407,9 1386,4 1266,5 1233,9 1204,5 1196,5 1190,2 1167,1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 0,0625 0,1250 0,1875 0,2500 0,3125 0,3750 0,4375 0,5000 0,5625 0,6250 0,6875 0,7500 0,8125 0,8750 0,9375 16,00 8,00 5,33 4,00 3,20 2,67 2,29 2,00 1,78 1,60 1,45 1,33 1,23 1,14 1,07 2,66 1,06 0,89 0,69 0,10 0,07 -0,04 -0,12 -0,20 -0,64 -0,76 -0,87 -0,90 -0,92 -1,01 0,4961 0,3554 0,3133 0,2549 0,0398 0,0279 0,016 0,0478 0,0793 0,2389 0,2764 0,3078 0,3159 0,3212 0,3438 0,0039 0,1446 0,1867 0,2451 0,4602 0,4721 0,516 0,5478 0,5793 0,7389 0,7764 0,8078 0,8159 0,8212 0,8438 256,41 6.92 5.36 4.08 2.17 2.12 1.94 1.83 1.73 1.35 1.29 1.24 1.23 1.22 1.19 Empírico Assumido b) Freqüência de precipitações mensais e trimestrais Interesse: conhecer a distribuição de totais precipitados em intervalos menores que um ano Procedimento semelhante ao da Precipitação Anual: - Freqüências avaliadas: Método da Califórnia ou de Kimbal No entanto, em geral, a distribuição desses dados em torno da média é: - Assimétrica e - Não obedece a Lei de Gauss Procurar a distribuição adequada Quando dados plotados no papel probabilístico aritmético-normal não apresentam tendência de se alinharem segundo uma reta 90 c) Frequências de precipitações intensas de curta duração Intensidade Duração Freqüência Distribuição Análise regional dos dados Não se aplica o teorema do limite central. Outros métodos de análise devem ser aplicados. Relação: 91 c.1) Intensidade-duração • Dados: Pluviogramas • Para diversas durações: as máximas intensidades ocorridas durante uma dada chuva • Durações usuais: – 5, 10, 15, 30 e 45 min – 1, 2, 3, 6, 12, 24 h 92 Curvas de Intensidade e duração Precipitações que ocorrem em Curitiba 3 vezes em 31 anos 93 Equação Intensidade-duração i - intensidade média de chuva em mm por hora t - duração em minutos C, t0 e n - constantes Em geral: 94 ntt C i )( 0+ = c.2) Intensidade-freqüência • Previsão das máximas precipitações que possam vir a ocorrer em uma localidade com determinada freqüência. • Máximas intensidades médias prováveis de precipitações intensas. • Máximas quantidades precipitadas em um ou mais dias consecutivos. Em geral, as distribuições de valores extremos de grandezas hidrológicas, como a chuva e vazão, ajustam-se satisfatoriamente à distribuição de Gumbel: yeexXP −−−= 1][ onde: P = probabilidade de um valor extremo X ser maior ou igual a um dado valor x; T = período de retorno; y = variável reduzida de Gumbel. )45,0( 7797,0 1 +−= XXy 95Gumbel será visto em Cheias! c.3) Intensidade-duração-freqüência Em geral: ntt C i )( 0+ = i - intensidade máxima média (mm/min.) para duração t; t0, m e n são parâmetros a determinar K – fator de frequência m rTKC .= n m r tt TK i )( . 0+ = 98 99 n – coeficiente angular das retas; m – espaçamento das curvas para vários T. K – determina a posição vertical das linhas. t0 - valor constante que deve ser adicionado aos valores de t para que o conjunto de linhas levemente curvadas → reto no papel bi logarítmico. n m r tt TK i )( . 0+ = log i = (log K + m log Tr) – n log (t + t0) y A x y = A + B x 100 K t0 n m r tt TK i )( . 0+ = 101 Graficamente: curvas intensidade – duração parametrizadas em função do Tr. Gráfico Intensidade-duração-freqüência Ábaco de chuvas intensas 102 Equações Intensidade-duração-freqüência ( ) 025,1 172,0 22 .7,3462 + = t T i r 15,1 217,0 )26( .5950 + = t T i r Para São Paulo (eng. Paulo Sampaio Wilken) 25 anos (1935-1960) Para Rio de Janeiro (eng. Ulysses Alcântara) 33 anos (1922-1945;1949-1955;1958-1959) Para Curitiba (eng. Parigot de Souza) 31 anos (1921-1951) i é a intensidade da chuva em mm/h, Tr é o período de retorno em anos e t é a duração da chuva em minutos Para 5 ≤ t ≤ 120 min 103 74,0 15,0 )20( .1239 + = t T i r Chuvas intensas para várias localidades 104Atlas do Paraná d) Freqüência de dias sem precipitação • Contar número máximo de dias consecutivos sem chuva em cada ano (série anual) • Ordenar em ordem decrescente • Estimar freqüência: f = m/(n+1) • Estimar Tr = 1/f • Plotar – (número máx de dias consecutivos sem chuva) x Tr Objetivo: conhecer número máximo de dias consecutivos sem precipitação, que pode acontecer com dado Tr 105 e) Variação das precipitações com a área Ábaco do U.S Weather Bureau A relação entre a chuva média na área e a chuva num ponto tende a diminuir à medida que a área cresce. 4.10 - Obras hidráulicas e Tr Quanto maior Tr → Maior Q → mais seguras e caras as obras Barragens 1.000 a 10.000 anos Galerias de águas pluviais 5 a 10 anos Canais em terra 10 anos Pontes e bueiros mais importantes, e que dificilmente permitirão ampliações futuras 25 anos Obras em geral em pequenas bacias urbanas 5 a 50 anos 107 Referências bibliográficas • Villela & Mattos. 1975. Hidrologia Aplicada. São Paulo: McGrawHill. • Pinto et al. 1976. Hidrologia Básica. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda. • Fill, H.D. & Mine, Miriam. 1989. Hidrologia. Notas de aulas, cap. 3, Curso de Pós-graduação em Engenharia Hidráulica. • Mauad & Wendland. Hidrologia e Recursos Hídricos. Escola de Engenharia de São Carlos. • Naghettini & Andrade Pinto. 2007. Hidrologia estatística. CPRM. Download gratuito do livro: http://www.cprm.gov.br/ 110
Compartilhar