Giorgio Agamben

Prévia do material em texto

Giorgio Agamben, um velho amigo, afirma que o coronavírus dificilmente é diferente de um gripe simples. Esqueça que, para a gripe "normal", temos uma vacina com eficácia comprovada. E isso também precisa ser adaptado às mutações virais a cada ano. Apesar disso, o A gripe "normal" sempre mata várias pessoas e o coronavírus para o qual não existe vacina é claramente capaz de uma mortalidade muito maior. A diferença (de acordo com fontes do do mesmo tipo que os de Agamben) é de 1 a 30: não me parece uma pequena diferença. [*]
Jean-Luc Nancy (Bordeaux, 1940), filósofo francês, considerado um dos mais influentes da França contemporânea, professor emérito de filosofia na Universidade Marc Bloch, de Estrasburgo, e colaborador dos de Berkeley e Berlim. | Exceção viral 30 Giorgio diz que os governos usam todo tipo de pretexto para estabelecer estados exceções contínuas. Mas você não percebe que a exceção realmente se torna na regra em um mundo em que as interconexões técnicas de todas as espécies (movimentos, transferências de todos os tipos, exposição ou difusão de substâncias, etc.) atingem intensidade até então desconhecida e que cresce com a população. A multiplicação disso Este último também leva nos países ricos a um prolongamento da vida e a um aumento da número de idosos e, em geral, pessoas em risco. Não Você tem que estar errado: toda uma civilização está em dúvida, não há dúvida sobre isso. Tem uma espécies de exceção viral - biológica, informática, cultural - que nos pandêmiam. O os governos nada mais são do que tristes executores, e divulgá-los é mais um manobra de distração do que reflexão política. Lembrei que Giorgio é um velho amigo. Lamento trazer uma memória pessoal, mas não estou distante, afinal, de um log de reflexão geral. Quase trinta anos atrás, os médicos me tentaram por fazer um transplante de coração. Giorgio foi uma das poucas pessoas que me aconselhou a não ouço. Se ele seguisse o conselho dela, provavelmente teria morrido mais cedo ou mais tarde. Pode-se estar errado. Giorgio ainda é um espírito de requinte e bondade que pode ser chamou - sem ironia - excepcional. Jean-Luc Nancy